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LAUDO PERICIAL

NOME DA EDIFICAÇÃO/
CONDOMÍNIO/EDIFÍCIO

Responsável técnico: ______________________


CREA:___________________

CIDADE-ESTADO
ANO
SUMÁRIO
1. OBJETO DA INSPEÇÃO ................................................................................................................... 4
2. CONDIÇÕES PRELIMINARES ........................................................................................................ 5
3. INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................................. 5
4. INFORMAÇÕES SOBRE CADA ELEMENTO A SER PERICIADO ............................................ 10
4.1 Projeto Arquitetônico ................................................................................................................ 10
4.2 Projetos complementares .......................................................................................................... 11
4.3 Fissuras em alvenaria ................................................................................................................ 13
4.4 Acabamentos diversos .............................................................................................................. 16
4.5 Portas ........................................................................................................................................ 19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 22
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 23
7. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 24

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Indicando a entrada do condomínio ............................................................................................. 4
Figura 2 - Indicando o desnível do terreno. ................................................................................................ 10
Figura 3 - Indicando fissura interna no sentido horizontal da parede de alvenaria da edificação. .............. 14
Figura 4 - Indicando fissura no sentido vertical na parede de alvenaria. .................................................... 14
Figura 5 - Indicando fissura no sentido horizontal da parede da edificação. .............................................. 15
Figura 6 - Indicando a fita adesiva utilizada no reparo da fissura soltando-se da alvenaria. ...................... 16
Figura 7 - Indicando o acabamento mal executado na janela da edificação. .............................................. 16
Figura 8 - Indicando o acabamento mal executado na janela da edificação. .............................................. 17
Figura 9 - Indicando o acabamento mal executado na janela do banheiro da edificação. .......................... 17
Figura 10 - Indicando a falta do acabamento da parte hidráulica na alimentação da pia do banheiro. ....... 18
Figura 11 - Indicando o acabamento do piso do banheiro desconforme especificação técnica. ................. 19
Figura 12 - Indicando o acabamento do piso do banheiro desconforme especificação técnica. ................. 19
Figura 13 - Indicando o vão excessivo na porta de entrada da edificação parte superior e lateral. ............ 20
Figura 14 - Indicando o vão excessivo na porta interna da edificação parte lateral, inferior e superior. .... 20

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LAUDO TÉCNICO

Nicole Schwantes Cezario, brasileira, casada estabelecido na Rua


_________________________, número ______, Bairro, na cidade de Cidade-
ESTADO, identidade nº. _____________ Engenheira Civil com registro CREA
__________/D PR, vem apresentar a este, laudo técnico de residência multifamiliar
pertencente ao Condomínio __________________, situado na Rua
__________________, número, Bairro, CEP _______________, Cidade-ESTADO.
Este laudo técnico foi norteado e obedece as diretrizes preconizadas pelas
normas brasileiras aprovadas pela ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas e
igualmente exigido, em todas as manifestações escritas, pareceres e laudos.
A realização deste trabalho é de responsabilidade e exclusiva competência do
profissional signatário, habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia CREA-PR, de
acordo com a lei federal n° 5194/66 e, entre outras, as resoluções n° 205, 218, 325 do
CONFEA.

1. OBJETO DA INSPEÇÃO

O imóvel foi visitado no dia __________ e está localizado na Rua


_______________, número, Bairro, CEP _____________, lote ___, quadra ___,
Cidade-ESTADO. É chamado de Condomínio __________________, conforme a
Figura 1, em zona de característica residencial.

Figura 1 - Indicando a entrada do condomínio

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O projeto arquitetônico do condomínio _______________ foi aprovado em __
de _______ de ______, com responsabilidade técnica do Engenheiro Civil
_________________________________, inscrito com CREA n° _____________/D.
A via é pavimentada, servida pelos seguintes melhoramentos Públicos: água,
esgoto, energia elétrica, telefone, iluminação pública.

2. CONDIÇÕES PRELIMINARES

Visa o autor, com o presente laudo, determinar às condições do imóvel, que,


segundo entende, devido à entrega do condomínio ser de apenas dois anos, o mesmo
possui patologias devido a não observância das normas técnicas, não acompanhamento
do responsável técnico para fazer as conferencias entre o executado e o planejado
através de projetos e o memorial descritivo.
Os vícios construtivos decorrentes da execução da obra entre outros problemas
estão influenciando diretamente no acabamento de algumas partes da obra tais como:
pintura, reboco, infiltrações, fissuras em paredes, problemas hidro sanitários, elétricos,
entre outros que na qual estão causando aos condôminos transtornos e prejuízos
materiais.

3. INFORMAÇÕES GERAIS

A Norma Brasileira NBR 6118, Estrutura de Concreto, Estados limites de


serviço (ELS): são aqueles relacionados à durabilidade da estrutura, aparência, conforto
do usuário e a boa utilização funcional das mesmas.
Em relação ao estado limite último que a NBR 6118 Estruturas de Concreto,
cita que a estrutura de concreto deverá ser verificada de acordo com os seguintes itens:
esgotamento da capacidade resistente da estrutura no seu todo ou em partes.
De acordo com a NBR 13752/1996, Perícias de Engenharia na Construção
Civil, são vícios, anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os
tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos
materiais ao consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda
da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção.
De acordo com a NBR 6122 Projeto e Execução de Fundações trata que:
Fundação: sua função é suportar com segurança as cargas provenientes da
residência/edifício.

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O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com
segurança e se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos e
econômicos.
Recalque: Movimento vertical descendente de um elemento estrutural.
Quando o movimento for ascendente, denomina-se levantamento.
Recalque diferencial específico: Relação entre as diferenças dos recalques de
dois apoios e a distância entre eles.
Fundação profunda: Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno
pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por
uma combinação das duas, e que está assente em profundidade superior ao dobro de sua
menor dimensão em planta, e no mínimo 3 m, salvo justificativa. Neste tipo de fundação
incluem-se as estacas, os tubulões e os caixões.
Fundação superficial (ou rasa ou direta): Elementos de fundação em que a
carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a
base da fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno
adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se neste tipo
de fundação as sapatas, os blocos, os radier, as sapatas associadas, as vigas de fundação
e as sapatas corridas.
Estaca: Elemento de fundação profunda executado inteiramente por
equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida
de operário.
De acordo com pesquisas executadas foram utilizadas as fundações profundas
para a execução da edificação laudada.
De acordo com Coelho, 2008 e Junior 2002 que discorrem sobre patologias em
estruturas, estão descritos abaixo os modelos e formas de como se dá as fissuras
oriundas dos recalques de fundação e de vícios construtivos.

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MODULO 1 - Indicando a fissuração típica nos cantos das aberturas sob atuação de sobrecargas
indicando a ausência de vergas e contra vergas.

Vergas Contravergas:

Nas regiões das aberturas nas alvenarias, próximo de vãos de janelas e portas,
existe uma natural concentração de tensão, estas tensões podem causar fissuração na
alvenaria, originadas dos cantos das aberturas, as vergas e contravergas tem a função de
evitar a fissuração absorvendo e redistribuindo as tensões na região.
As vergas e contra vergas são vigas executadas em concreto armado colocados
na parte superior e inferior da janela e na parte superior da porta a fim de evitar tal
patologia.

MODULO 2 - Indicando as fissurações em residência devido as fundações assentadas sobre seções


de corte e aterro, trincas de cisalhamento nas alvenarias.

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MODULO 3 - Indicando as fissurações em residência devido ao recalque diferenciado por
rebaixamento do lençol freático. O terreno foi cortado à esquerda da residência

MODULO 4 - Indicando o recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu bulbo
de tensões, em função da construção do edifício maior.

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MODULO 5 - Indicando as configurações das fissuras em algumas situações de recalques.

Barrilete: equipamento ou tubulação que na qual partem as colunas de


abastecimento de água fria e quente oriundo do reservatório e distribuído para a
residência.
Vigas de concreto: são elementos horizontais de concreto armado, geralmente
usadas no sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidos da laje,
ou ainda das cargas de paredes dispostas sobre ela, além e cargas concentradas
provenientes de outras vigas.
Pilares: são elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente disposto na
vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes e cuja função
principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e conduzi-las até as fundações.

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4. INFORMAÇÕES SOBRE CADA ELEMENTO A SER PERICIADO

4.1 Projeto Arquitetônico

É definido como processo pelo qual uma obra de arquitetura é concebida e


também a sua representação final. É considerada a parte escrita de um projeto. O projeto
arquitetônico é essencial para que a obra seja executada conforme planejada.
Verificam-se no projeto arquitetônico alguns erros, especialmente na cobertura,
não foi indicado o tipo de estrutura de suporte de cargas da cobertura.
As ligações e o detalhamento da estrutura de contraventamento, assim como as
demais ligações de peças estruturais, não constam no projeto arquitetônico dificultando
assim sua execução.
Nota-se ainda a incompatibilização das alturas dos peitoris das janelas entre os
projetos planta baixa, cortes e fachada sendo que, como não há cota de altura, fica
impossível esta determinação por parte de quem está executando.
Não foi executado o projeto planialtimétrico, que levam em consideração as
cotas da edificação em relação ao piso, conforme o projeto aprovado às edificações está
em um plano horizontal, vez que não é a realidade do terreno, pois há inclinações e
desníveis consideráveis no mesmo conforme pode ser verificado na Figura 2.

Figura 2 - Indicando o desnível do terreno.

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As causas dos vícios construtivos relacionados às unidades autônomas estão
ligadas diretamente a concepção do projeto, vez que o mesmo não possui detalhamento
das partes principais da estrutura.
A ausência dos projetos básicos de construção influencia diretamente no
surgimento de patologias relacionadas à execução associada ao vicio construtivo
aplicado em cada serviço executado na edificação.

4.2 Projetos complementares

De acordo com o CREA-PR, projetos complementares compreendem projeto


estrutural, hidro sanitário, elétrico, tubulações telefônicas/ lógica.
Os projetos complementares são executados para obras cuja área construída
ultrapasse 100 m2, de acordo com o projeto aprovado do condomínio a área total
construída é de 513 m2, logo existe a necessidade de executar os projetos
complementares.
A importância dos projetos complementares é quando da execução da obra, o
executor ou profissional responsável pela execução, acompanhe através dos projetos
complementares se estão sendo executados os serviços de acordo com as normas
vigentes.
A execução da obra sem os devidos projetos causam vícios construtivos,
patologias e danos às instalações, vez que é o caso desta edificação.
De acordo com o laudo individual das unidades autônomas e relatos dos
moradores e proprietários das edificações, há queda de energia, onde os disjuntores das
unidades autônomas desarmam constantemente, este fato se deve a ausência do projeto
elétrico, que na qual não foi dimensionada a demanda do condomínio em relação às
unidades autônomas.
Os disjuntores instalados nas unidades autônomas é o tipo NEMA, o aterramento
das unidades não foi executado pois não há hastes metálicas instaladas no condomínio.
Quanto à execução da parte sanitária, não foi seguido às normas técnicas de
instalações prediais, no que tange a construção de fossa das unidades, as mesmas não
foram construídas conforme norma NBR 7229 Construção e Instalação de fossas
Sépticas.
Devido à mesma não possuir projeto ou não estarem projetadas no projeto
hidro sanitário, vez que não há estanqueidade do fluido, com isso existe a concentração

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do fluído no solo, influenciado pela infiltração do mesmo no solo da região decorrente
da fossa séptica fazendo com que o solo fique carregado de partículas, ocasionando o
seu rebaixamento.
Estas patologias estão influenciando nas estruturas das edificações, causando
fissuras devido ao rebaixamento do solo, com isso ocorre o recalque diferencial das
estruturas, ocasionando problemas estruturais conforme modelos 2, 3, 4 e 5 indicados
no item 3 –Informações Gerais.
No momento da execução da obra, não foi executado o projeto de telefone e
interfone, pois o interfone não funciona e não há como instalar, pois as mangueiras de
passagem são de diâmetros pequenos, tornando impossível passar a fiação por ela.
Esta patologia se deve a ausência dos projetos complementares, não obediência
às normas técnicas vigentes, não acompanhamento por profissional habilitado associado
ao vício construtivo quando da execução da obra.
A inclinação do terreno é considerável, logo com a ocorrência de chuvas
torrenciais, o escoamento da água de chuva vai para o fundo do terreno, pela falta de
projeto de drenagem. Desta forma, as unidades autônomas que estão naquela região
sofrem com inundações provenientes da chuva.
A instalação da caixa para captação de água de chuva está em diferente nível,
ou seja, a altura de entrada de água está acima do nível de captação, influenciando
diretamente na captação da mesma.
De acordo com o memorial descritivo/ proprietário fornecido pelo vendedor
quando da compra do imóvel, diz que os comodos devem possuir tomadas e tubulações
de telefone e TV, vez que esta desconforme o memorial, haja vista que não foram
instaladas estas tubulações.
A rampa de acesso ao condomínio está desconforme a NBR 9050
Acessibilidade a Edificação, pois a rampa que dá acesso as residências possuem
inclinação superior a prevista, podendo inclusive causar acidentes devido a inclinação.
Além disso, uma pessoa portadora de necessidades precisa fazer muito esforço para
conseguir transpor a rampa, tanto no sentido de entrada quanto de saída da edificação.
A inclinação da rampa executada desconforme a NBR, é de ordem social, pois
quando da concepção do projeto não houve o detalhamento do terreno, de acordo com o
item projeto arquitetônico, em consequencia não foi verificado esta patologia quando da
execução da edificação, onde a mesma esta causando transtornos aos usuários da
edificação.

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4.3 Fissuras em alvenaria

A parede em alvenaria da edificação possui fissuras tanto na vertical,


horizontal e algumas a 45 °, como podem ser verificadas nas figuras apresentadas na
sequência. Estas patologias estão aparentes, influenciando diretamente na estética e
aparência da residência, este fato implica na durabilidade da estrutura e traz ao usuário
desconforto.
De acordo a este fato pode-se citar no item estados limites de serviço (ELS) da
Norma Brasileira NBR 6118 Projetos de Estrutura de Concreto que relata: estados
limites de serviço são aqueles relacionados à durabilidade da estrutura, aparência,
conforto do usuário e a boa utilização funcional da mesma, vez que no caso desta
residência está em desacordo com a NBR, no que tange a durabilidade da estrutura e a
aparência.
Fazendo a análise das fissuras com os modelos 1, modelo 2, modelo 3, modelo
4 e modelo 5, indicados nas informações gerais nota-se que as fissuras aqui descritas
são relativas a uma série de fatores que contribuíram diretamente para a sua ocorrência.
Devido ao tipo de terreno original e aos projetos arquitetônicos, houve a
necessidade de executar o corte e aterro do solo, para a execução das unidades isoladas.
Ao edificar as unidades foi executada a fundação de uma edificação em função
da outra, interferindo uma unidade na outra, logo devido a este processo as unidades da
parte de baixo do corte sofreram maior influência em relação aos esforços que atuam
diretamente na fundação das edificações em consequência maior quantidade de fissuras.
As Figuras 3, 4, 5, indicam as fissuras ocorridas no interior da edificação, em
função dos problemas estruturais ocorridos nas unidades autônomas.
As fissuras da edificação não estão estabilizadas, haja vista que foi executado
um acompanhamento prévio dos moradores e deste profissional, portanto as fissuras
estão em alguns locais com cerca de 5mm de abertura onde foi verificado com um
fissurômetro.

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Fissuras em parede
na horizontal

Figura 3 - Indicando fissura interna no sentido horizontal da parede de alvenaria da


edificação.

Fissura no sentido vertical


no interior da edificação

Figura 4 - Indicando fissura no sentido vertical na parede de alvenaria.

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Fissuras na
horizontal em
parede de alvenaria

Figura 5 - Indicando fissura no sentido horizontal da parede da edificação.

De acordo com relatos dos moradores e observação deste perito na primeira


fase da perícia foram observadas as fissuras, entretanto antes da entrega da residência já
foram executadas algumas manutenções no que tange a tratamento de fissuras.
O método utilizado foi com a utilização de fita adesiva, os tratamentos foram
executados por parte da empresa responsável pelo empreendimento, onde não foi
executado adequadamente, pois as fissuras voltaram e as fitas adesivas soltaram-se,
portanto sem eficiência conforme pode ser verificado na Figura 6.

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Fissura na parte
inferior da janela

Fita adesiva usada no


reparo descolando da
parede

Figura 6 - Indicando a fita adesiva utilizada no reparo da fissura soltando-se da


alvenaria.

4.4 Acabamentos diversos

Devido as infiltrações o acabamento entre estas estruturas estão desconformes as


especificações técnicas de construção civil, ou seja, abaixo da qualidade mínima onde
foi pintada parte da estrutura de alumínio juntamente com o vidro da janela, conforme
pode ser visto nas Figuras 7 e 8.

Falta de acabamento
na janela

Figura 7 - Indicando o acabamento mal executado na janela da edificação.

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Janela com pintura na
parte de alumínio

Figura 8 - Indicando o acabamento mal executado na janela da edificação.

O acabamento entre a cerâmica e parte de alvenaria foi executado desconforme


as especificações técnicas, pois não houve o fechamento entre a cerâmica e a parede de
alvenaria que foi executada um acabamento em textura, sendo pintado a cerâmica
conforme pode ser verificado na Figura 9.

Azulejo
fissurado

Azulejo pintado junto com a


alvenaria

Figura 9 - Indicando o acabamento mal executado na janela do banheiro da edificação.

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O acabamento da parte hidráulica da edificação esta desconforme as
prescrições técnicas, pois não foi colocado o acabamento na junção da parede com o
engate flexível oriundo de alimentação da pia e na saída do vaso sanitário conforme
indica a Figura 10.

Figura 10 - Indicando a falta do acabamento da parte hidráulica na alimentação da pia do


banheiro.

No piso do banheiro quando da execução do ressalto que separa a área do


banho (box) do restante, não foi feito a impermeabilização do mesmo, simplesmente foi
colocado no local um rejunte conforme indica as Figuras 11 e 12.
As infiltraçoes provinientes deste rejunte influenciam diretamente na coloração
do piso ceramico executado ao entorno desta patologia, influenciando na aparencia do
ambiente.
Este fato se deve ao vicio construtivo quando da execução, vez que não foram
tomadas as devidas precauções em executar o acabamento de acordo com as
especificaçòes técnicas mínimas de construção civil.

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Falta de azulejo, ocasiona
Azulejo mal infiltração na edificação Cerâmica mal
assentado assentada

Figura 11 - Indicando o acabamento do piso do banheiro desconforme especificação


técnica.

Ausência de azulejo
cerâmico

Figura 12 - Indicando o acabamento do piso do banheiro desconforme especificação


técnica.

4.5 Portas

As portas internas da edificação estão mal executadas, pois ao coloca-las não


atentaram quanto ao vão da mesma em relação ao batente, ou seja, as mesmas estão com

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folgas excessivas na sua parte superior e inferior, conforme pode ser verificado nas
Figura 13 e 14.

Abertura na
porta excessiva

Figura 13 - Indicando o vão excessivo na porta de entrada da edificação parte superior e


lateral.

Abertura excessiva
das portas

Figura 14 - Indicando o vão excessivo na porta interna da edificação parte lateral,


inferior e superior.

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A porta de vidro que dá acesso à parte externa da edificação através da cozinha
foi instalada desconforme prescrição técnica.
Quando da instalação não foi executada a vedação correta em suas laterais e na
parte inferior e superior, ou seja, quando da presença de chuvas a água penetra pela
parte inferior da porta de vidro que tangencia o piso.
Devido a folga entre o piso e a porta de vidro ser excessiva, a água alaga toda a
cozinha, pois o piso cerâmico ali colocado esta com inclinação para o interior da
edificação.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os fatos e as figuras apresentadas, juntamente com a análise das


normas e especificações técnicas utilizadas para execução de obra verificam-se que a
obra, está em desacordo com as mesmas.
O projeto arquitetônico executado sem o detalhamento associado a ausência
dos projetos complementares implica em problemas patológicos que foram verificados
no decorrer deste laudo.
As patologias aqui descritas em função do projeto do elétrico, a instalação
elétrica das unidades autônomas foram executada em desacordo com as normas
vigentes, em consequência há o desarme dos disjuntores, queima de lâmpadas e
equipamentos entre outros fatores.
As fissuras internas e externas nas unidades autônomas, e na fachada do
condomínio estão em desacordo com Norma Brasileira NBR 6118 Projetos de Estrutura
de Concreto que trata dos estados limites de serviço (ELS) onde diz: Estados limites de
serviço são aqueles relacionados à durabilidade da estrutura, aparência, conforto do
usuário e a boa utilização funcional da mesma.
A ocorrência das fissuras se deve ao vicio construtivo associado à ausência de
projeto estrutural e acompanhamento técnico profissional quando da execução da obra.
Com base nestes itens pode-se concluir que:
a) Não foi realizada a obediência às normas técnicas vigentes para execução da
obra.
b) Não houve acompanhamento técnico de profissional habilitado durante a
execução da obra.
c) Não houve fiscalização por parte da construtora ou construtor quando da
entrega do condomínio aos compradores.
d) Não foi executada a obra de acordo com o memorial descritivo.
e) Mesmo após varias reclamações dos compradores não foram tomadas
medidas cabíveis quanto ao uso da edificação.
f) A estrutura de cobertura foi executada desconforme o projeto arquitetônico
e normas técnicas de estrutura de madeira.
g) As unidades autônomas estão fissuradas e o vendedor ou construtor tentou
mascarar as fissuras com fita adesiva, porém sem sucesso, pois os
problemas patológicos nas unidades são de origem estrutural.

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6. CONCLUSÃO

Conforme foi visto no decorrer deste laudo pode-se verificar que a estrutura
possui patologias de problemas estruturais, as patologias aqui verificadas são
decorrentes do não acompanhamento técnico, ausência de projetos básicos com
detalhamento e de projetos complementares da edificação.
A não fiscalização por parte da construtora responsável pelo
empreendimento, durante a execução da obra e principalmente quando do acabamento,
da não conferencia da obra pelo responsável técnico quando da entrega das unidades
autônomas aos proprietários.
Associado a estes fatores está o não seguimento das especificações técnicas
de uso e aplicação de alguns materiais, a desobediência das normas técnicas juntamente
com os vícios construtivos oriundos da mão de obra quando da execução da mesma.
Por se tratar de um empreendimento novo com a data de instituição em 2009 e
de acordo com o Código Civil, não poderia haver tais patologias caso à construtora ou o
construtor responsável pelo empreendimento fosse fiel às obediências das normas e
especificações técnicas para execução de obra.
Devido à obra em questão possuir patologias aparentes e relevantes, na qual as
mesmas estão causando aos proprietários e usuários transtornos e prejuízos.

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7. BIBLIOGRAFIA

*ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122, Projeto e


execução de fundações, 1996.
*ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 Projeto e
execução de obras de concreto Armado
*ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13752/1996,
Perícias de Engenharia na Construção Civil
*ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190/1997, Projeto
de Estruturas de Madeira.
* ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229/ 1993,
Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.

* ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR5410/2004


Instalações Elétricas de Baixa Tensão

*THOMAZ, E. Trincas em edifícios. São Paulo,2007. (Escola Politécnica da


Universidade de São Paulo - Instituto de Pesquisas Tecnológicas – 1989).
*COELHO, R.A. Patologias das alvenarias. Belo Horizonte, 2008 (Apostila do curso
Patologia das Alvenarias , CREAMG- IMEC)
*JUNIOR, O.G.H, Influência de recalques em edifícios de alvenaria estrutural. São
Paulo,2002 (Tese de doutorado apresentada `a Escola de Engenharia de São Carlos-
Universidade de São Paulo).

24
TERMO DE ENCERRAMENTO
Tendo encerrado os trabalhos periciais, lavro o presente laudo técnico que

contem _____ páginas numeradas sequencialmente, impressas e rubricadas no anverso.

Firmo o presente

Cidade, dia de mês de ano

____________________________
NICOLE SCHWANTES CEZARIO
CREA/__ _______________
ENGENHEIRA CIVIL

______________________________
CONTRATANTE

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