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LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA

Laudo técnico de vistoria referente a manifestação


patológica em um bloco do Condomínio Portal do
Jiqui II, localizado em Nova Parnamirim,
Parnamirim/RN.

PARNAMIRIM/RN
JUNHO/2021

Telefone: (84) 99624-6369. Email: pedravivaeng@gmail.com


LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA

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LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA

Condomínio Portal do Jiqui II, Nova Parnamirim, Parnamirim/RN


Engª Civil Julianne Oliveira
CREA-RN nº 211587618-0

PARNAMIRIM/RN
JUNHO/2021

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RESUMO

O Condomínio Portal do Jiquí II solicitou uma vistoria a respeito de um


vazamento aparente no reservatório do bloco F. Foi realizado uma análise visual dos
sistemas de intalação hidráulica, revestimento e estrutura do reservatório.
Este documento explana a análise da situação atual, atráves de registros
fotográficos (inspeção visual), análise de cálculo e sugestões corretivas para cada sistema
contrutivo analisado.
Fundamentado nas Normas de Inspeção Predial Nacional/2012 do IBAPE
(Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia – Entidade Nacional), de
Manutenção em Edificações NBR 5674, da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), de Sistemas Prediais de Água Fria e Água Quente – Projeto, execução,
operação e manutenção ABNT NBR 5620:2020 , de Tintas para a construção civil –
Execução de pinturas em edificações não industriais – preparação de superfície ABNT
NBR 13245:2011, de Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio
ABNT NBR 13714:2000 e Projetos de estruturas de concreto – procedimento ABNT
NBR 6118:2014.
Diante disso e das infomações fornecidas pelo condomíminio, é possível
identificar a melhor solução para o empreendimento.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................6
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................6
2.1 IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................6
2.2 REALIZAÇÃO DO PARECER TÉCNICO ..........................................................7
2.3 DATA DA VISTORIA ...........................................................................................7
2.4 OBJETO DA INSPEÇÃO ......................................................................................7
2.5 FICHA TÉCNICA DO CONDOMÍNIO ................................................................8
3. METODOLOGIA .......................................................................................................8
3.1 CRITÉRIO UTILIZADO.........................................................................................8
3.2 NÍVEL DA INSPEÇÃO .........................................................................................8
3.3 GRAU DE RISCO ..................................................................................................9
4. SISTEMAS CONSTRUTIVOS VISTORIADOS ....................................................9
4.1 INSTALAÇÃO HIDRÁULICA .............................................................................9
4.2 REVESTIMENTO ...............................................................................................10
4.3 ESTRUTURA .......................................................................................................13
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................14
5.1 CONSIDERAÇÕES DE CÁLCULO – CAPACIDADE MÍNIMA DE CONSUMO
DE ÁGUA .......................................................................................................................15
5.2 CONSIDERAÇÕES DE CÁLCULO – CARGA MÍNIMA SUPORTÁVEL ..........15
6. CONCLUSÃO ...........................................................................................................16

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1. INTRODUÇÃO

O presente laudo foi solicitado pelo condomínio Portal do Jiqui II à engenheira


Julianne Oliveira (CREA-RN: 2115876180), em atendimento ao disposto na Norma de
Inspeção Predial Nacional/2012 do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias
de Engenharia – Entidade Nacional) e da Norma de Manutenção em Edificações NBR
5674, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que dispõe sobre as regras
gerais e específicas a serem obedecidas na manutenção e conservação das edificações.
Este trabalho caracteriza-se pela vistoria pontual de uma manifestação patológica
aparente no condomínio examinado, identificando a patologia e a sugestão de medida
corretiva do problema.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2.1 IDENTIFICAÇÃO
Edificação: Condomínio Portal do Jiqui II
Endereço: Av. São João Del rey, 164, Nova Parnamirim, Parnamirim/RN

Figura 1: Vista aérea do Condomínio Portal do Jiqui II

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2.2 REALIZAÇÃO DO PARECER TÉCNICO
Engª Civil JULIANNE OLIVEIRA. CREA-RN: 2115876180
Contato: 84 996246369
E-mail: pedravivaeng@gmail.com

2.3 DATA DA VISTORIA


A vistoria técnica nas dependências do condomínio Portal do Jiqui II foi realizada
no dia 21 de junho de 2021 pela parte da manhã. O tempo estava ensolarado, foi
consultado em sites de pesquisa e a máxima estava 31° com mínima de 22°.

2.4 OBJETO DA INSPEÇÃO


O condomínio Portal do Jiqui II é um empreendimento com mais de 30 anos de
construção projetado com três blocos denominados D, E e F, uma área de churrasqueira
única e guarita. Não possui plano de manutenção.
Os blocos seguem o mesmo projeto arquitetônico com quatro pavimentos tipo,
quatro apartamentos por andar. O condominio tem 48 apartamentos com 56,95m² cada,
sendo 48,10m² de área privada e 8,85m² de área comum.
O serviço foi solicitado para o bloco F, onde a manifestação patológica é de maior
visibilidade.

Fotos 1 e 2: Vista da identificação e entrada do bloco F

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2.5 FICHA TÉCNICA DO CONDOMÍNIO
Nome Oficial: Condomínio Portal do Jiqui II
Endereço: Av. São João Del rey, 164, Nova Parnamirim, Parnamirim/RN
População: Capacidade para aproximadamente 192 habitantes

3. METODOLOGIA

3.1 CRITÉRIO UTILIZADO


A vistoria predial está baseada no “check-up” da edificação, que tem como
resultado a análise técnica do fato ou da condição relativa à habitabilidade, mediante a
verificação in loco de cada sistema construtivo, estando a mesma voltada para o enfoque
da segurança e da manutenção predial, de acordo com as diretrizes da Norma de Inspeção
Predial Nacional do IBAPE – 2012 e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR
5674, da ABNT.
A inspeção procede ao diagnóstico e falhas de manutenção que interferem e
prejudicam o estado de utilização do prédio e suas instalações, tendo como objetivo
verificar os aspectos de desempenho, vida útil, utilização e segurança que tenham
interface direta com os usuários.

NOTA: Não foram realizados testes, medições ou ensaios por ocasião das
vistorias, consoante o nível de inspeção estabelecido como escopo para este trabalho.

3.2 NÍVEL DA INSPEÇÃO


Esta inspeção é classificada como “Inspeção de Nível 1”, representada por análise
expedita dos fatos e sistemas construtivos vistoriados, com a identificação de suas
anomalias e falhas aparentes.
Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições técnicas de
uso e de manutenção do sistema da edificação, de acordo com a Norma de Inspeção
Predial do IBAPE, respeitado o nível de inspeção adotado, com a classificação das
deficiências encontradas quanto ao grau de risco que representa em relação à segurança
dos usuários, à habitabilidade e à conservação do patrimônio edificado.

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3.3 GRAU DE RISCO
Conforme a referida Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e falhas
são classificadas em três diferentes graus de recuperação, considerando o impacto do risco
oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio.
● GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO IRRECUPERÁVEL –
é aquele que provoca danos contra a saúde e segurança das pessoas e meio
ambiente, com perda excessiva de desempenho e funcionalidade, causando
possíveis paralisações, aumento excessivo de custo, comprometimento sensível
de vida útil e desvalorização imobiliária acentuada.
● GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE
RECUPERÁVEL – é aquele que provoca a perda parcial de desempenho e
funcionalidade da edificação, sem prejuízo à operação direta de sistemas,
deterioração precoce e desvalorização em níveis aceitáveis.
● GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é
aquele causado por pequenas perdas de desempenho e funcionalidade,
principalmente quanto à estética ou atividade programável e planejada, sem
incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos relativos aos impactos
irrecuperáveis e parcialmente recuperáveis, além de baixo ou nenhum
comprometimento do valor imobiliário.

4. SISTEMAS CONSTRUTIVOS VISTORIADOS

Os seguintes sistemas construtivos do bloco F foram vistoriados em seus


elementos aparentes:
 Instalação Hidráulica
 Revestimento
 Estrutural

4.1 INSTALAÇÃO HIDRÁULICA


No sistema construtivo de instalações hidráulicas foi analisado apenas o
entorno do reservatório de água elevado. Onde foi identificado um vazamento de água
em um furo considerável na parede, fotos 3 e 4. Não foi possivel visualizar a parte interna,
pois era de dificil acesso e estava abastecida.

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Não há como afirmar a causa exata deste problema, pois o
empreendimento foi contruído há mais de 30 anos e não possui plano de manutenção,
sendo assim, vários mecanismos podem ter ocasionado esta anomalia. Todavia, o tempo
de construção e a falta de manutenção preventiva indicia uma anomalia funcional, ou seja,
originada pelo envelhecimento natural e término da vida útil do sistema de
impermeabilização.
O item 6.5.5.5 da norma da ABNT NBR 5620:2020 – Sistemas Prediais de Água
Fria e Água Quente – Projeto, execução, operação e manutenção diz:

Qualquer abertura na parede do reservatório que se comunica direta ou


indiretamente com o meio externo deve ser protegida de forma a impedir o
ingresso ao seu interior de líquidos, poeiras, insetos e outros animais.

Para esta situação, é necessário vedar o buraco, preparar e limpar a superficie e


realizar uma nova impermeabilização (interna e externa) e uma nova pintura no
reservatório. Pode ser considerado com grau de risco regular.

Fotos 3 e 4: Parede externa do reservatório

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4.2 REVESTIMENTO
Devido a infiltração causada pelo vazamento, a pintura externa do reservatório e
a pintura interna do bloco F apresentam manchas com presença de umidade e
descascamento da pintura, considerado grau de risco mínimo.
Após solucionar o vazamento do reservatório, deve-se esperar secar por completo
sa superficies, lixar, eliminar o pó e aplicar fundo selador, conforme instruções da norma
da ABNT NBR 13245:2011 – Tintas para a construção civil – Execução de pinturas em
edificações não industriais – preparação de superfície.
As fotos abaixo mostram a situação das paredes que envolvem a escada do bloco
e o teto do último pavimento.

Fotos 5 e 6: Escada do térreo que da acesso ao pavimento 1

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Fotos 7 e 8: Escada térreo para o pavimento 1 e escada pavimento para o
pavimento 2, respectivamente.

Fotos 9 e 10: Escada de acesso ao pavimento 4 do bloco F

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Fotos 11 e 12: Parede e laje de cobertura do quarto pavimento que dá acesso
ao barrilete

4.3 ESTRUTURA
Foram inspecionados os elementos estruturais atingidos pelo vazamento,
no entanto, não ocorreram danos e, visualmente, não possui manifestações patológicas.
Foi vistoriado a área do barrilete e parte externa do reservatório, sem gravidades
perceptíveis a olho nu.

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Fotos 13 e 14: Barrilete – laje de piso do reservatóri

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após data da vistoria, entrou-se em contato com a empresa gestora de ativos que
detém informações de projetos do condomínio, no intuito de se analisar os projetos
arquitetônico, hidráulico e estrutural. Todavia, até a data da entrega deste relatório, não
se obteve resposta.
Diante disso, como forma de solução alternativa calculou-se uma estimativa de
consumo do prédio e mediu-se as dimensões externas no prédio. A Norma de Sistemas
Predias de Água Fria e Água quente retrata a seguinte situação para definição do volume
do reservatório:

O volume total de água reservado deve atender no mínimo 24h de consumo


normal no edificio e deve consideral eventual volume adicional de água para
combate a incêndio quando este estiver armazenado conuntamente.

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5.1 CONSIDERAÇÕES DE CÁLCULO – CAPACIDADE MÍNIMA DE
CONSUMO DE ÁGUA
02 habitantes por quarto;
Consumo de água em apartamento: 200 litros/dia/pessoa;
Sendo assim, 04 hab/apartamentoo x 04 apartamentos/pavimento x 04
pavimentos = 64 pessoas x 200 litros/dia/pessoa = 12800litros (capacidade mínima
para tendimento de 24h sem adicional para combate a incêndio).
Para a reserva de incêndio, a Norma de Sistemas de hidrantes e de mangotinhos
para combate a incêndio – (NBR 13714:2000) classifica o prédio como residencial,
habitação unifamiliar, de sitema tipo 1, assim V = Q x t, onde:
V Volume da reserva técnica de incêndio em litros,;
Q é a vazão, em litros por minuto, de dois jatos de água do hidrante mais
desfavorável hidraulicamente, confome norma ;
t é o tempo de 60 minutos para sistemas tipo 1 e 2.
V = (80 + 80) x 60 = 9600 litros.
Soma-se 12800 litros + 9600 litros, temos: 22400litros .
Tendo em vista que o condomínio possui reservatório inferior, o reservatório
superior atende apenas 2/5 deste volume, ou seja, a capacidade mínima do reserv atório
superios (objeto da análise) é de 8960 litros ou 8,96m³.
Com esse volume, cogitou-se a instalação de um reservatório pré-fabricado que
atenda a capacidade mínima necessária. Para fundamentação da carga suportada pelo
prédio, além da inspeção visual, foi relazado um comparativo de carga.

5.2 CONSIDERAÇÕES DE CÁLCULO – CARGA MÍNIMA SUPORTÁVEL


As medidas externas do reservatório existentes são: 4,13 de comprimento, 2,96 de
largura e 2,95 de altura. Considerando as espessuras das alvenarias e que o nível de água
não chega a capacidade máxima do reservatório, podemos estimar um volume de,
aproximadamente, 26m³ que corresponde a 26000 litros.
Dessa forma, para descobrir a carga suportada na laje do reservatório existente,
utilizamos a seguinte fómula: 𝐹 = 𝑉. 𝜌𝐴, onde F = peso do volume de água, V = volume
da caixa dágua e 𝜌 = peso específico da água, valor mais usual de 9810N/m³.
Assim, temos:
 Reservatório existente:
F = 26m³ x 9810N/m³., portanto F = 255060 N ou 255,060 KN.
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Ous eja, a laje de piso do reservatório tem a capacidade de suportar, comprovado
pelo uso e tempo, uma carga de 255,060kN.
 Novo reservatório (pré-fabricado)
F = 8,96m³ x 9810N/m³., portanto F = 87897 N ou 87,897 KN.
Sendo assim, conclui-se que a laje do reservatório superior tem condições de
suportar um novo reservatório pré-fabricado, tornando a estrutura existente como um
abrigo.

6. CONCLUSÃO

É necessário uma intervenção imediata no reservatório do bloco F do condomínio


Portal do Jiqui 2 para retirada do vazamento que esta causando umidade nas paredes do
bloco, classificada com grau de risco regular, pois a presença de água contínua pode afetar
elementos estruturais e porporcionar danos maiores.
A análise dos sistema de instalações hidráulicas e o dimensionamento da
capacidade mínima possível devolume para atendimento do bloco sugere uma instalação
de uma caixa dágua pré-fabricada de, no mínimo, 8960 litros. Esse volume pode ser
dividido em duas caixas d’água, contribuindo em manutenções futuras sem comprometer
o uso.
Por fim, é importante um acompanhamento técnico durante a execução e uma
elaboração de plano de manutenção para prevevenções futuras.

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Julianne Silva de Oliveira
Engenheira Civil CREA-RN nº 211587618-0

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