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PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE EDIFICAÇÕES


PROFESSOR MARCELO PORTO DE FIGUEIREDO

LAUDO TÉCNICO DE INSPEÇÃO PREDIAL

RESTAURANTE POPULAR
DE PORTO ALEGRE

Débora Viégas
Fabiane Santos
Larissa Sates
Pablo Vassilagas 

Porto Alegre, 21 de novembro de 2018


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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 3

CONSIDERAÇÕES INICIAIS 4

Identificação 4

Realização do Laudo 4

Data das Vistorias 4

Objeto da Inspeção 5

Ficha Técnica do Restaurante Popular 6

Registro Fotográfico 6

METODOLOGIA 14

Critério Utilizado 14

Indicação de prioridade 14

Nível da Inspeção 17

Grau de Risco 17

Grau de Uso 18

Documentação Analisada 18

SISTEMAS CONSTRUTIVOS INSPECIONADOS 19

Estrutura de Concreto Armado 19

Alvenarias e Revestimentos 21

Instalações Elétricas 23

Instalações Hidrossanitárias 24

Sistema de Combate de Incêndio 25

CONCLUSÃO 26

ENCERRAMENTO 28

Porto Alegre, 21 de novembro de 2018


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1 INTRODUÇÃO 
O presente Laudo Técnico de Inspeção Predial foi solicitado pelo profº. Marcelo
Porto de Figueiredo, perante avaliação e prática do conteúdo apresentado na disciplina de
Patologia e Recuperação de Edificações, durante o segundo semestre de 2018, na
UniRitter. O mesmo foi elaborado em atendimento ao disposto na Norma de Inspeção
Predial/2009 do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia –
Entidade Nacional) e da Norma de Manutenção em Edificações NBR 5674, da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), consoante o que determina a Decreto nº
17.720, de 18/04/2012, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que regulamenta o art. 10
da Lei Complementar nº 284/92, que dispõe sobre as regras gerais e específicas a serem
obedecidas na manutenção e conservação das edificações.
Este trabalho caracteriza-se pela inspeção predial como um “Check-up” da
edificação, tendo como escopo um diagnóstico geral sobre o Restaurante Popular de Porto
Alegre, identificando as anomalias construtivas e falhas de manutenção – com a análise do
risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio – que interferem e
prejudicam a saúde e habitabilidade, frente ao desempenho dos sistemas construtivos e
elementos vistoriados da edificação, especialmente a estrutura e instalações elétricas e
hidrossanitárias.
Neste contexto, a ​ANOMALIA representa a irregularidade relativa à construção e
suas instalações, enquanto que a ​FALHA diz respeito à manutenção, operação e uso do
restaurante popular.

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2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 

2.1 Identificação 
Edificação: Restaurante Popular de Porto Alegre.
Solicitante (hipotético): Prefeitura Municipal de Porto Alegre
Endereço: Rua Santo Antônio, nº 64, Bairro Floresta, Porto Alegre/RS.

Vista Aérea do Restaurante Popular de Porto Alegre

2.2 Realização do Laudo 


O presente laudo obedece às disposições do IBAPE-RS – Instituto Brasileiro de
Avaliações e Perícias de Engenharia do RS, e foi elaborado com função acadêmica e
educacional pelos alunos supracitados, no dia 21 de novembro de 2018.

2.3 Data das Vistorias 


A vistoria técnica nas dependências do Restaurante Popular de Porto Alegre foi
realizada no dia 19 de Novembro de 2018, pela parte da manhã.

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2.4 Objeto da Inspeção 

O restaurante popular de Porto Alegre era administrado pelo governo do Estado, e


fechou no dia 30 de junho de 2013, depois do encerramento do contrato com a entidade
que administrava o local, e reabriu as portas como local definitivo em 25 de março de 2016,
na rua Santo Antônio, 64, Bairro Floresta, sendo antes provisório no Albergue Municipal da
Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).

A iniciativa foi uma parceria da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo do Estado,


gerenciado pela Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
(Cosans), e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDH), abrigando o Centro de
Referência de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável.

A edificação possui uma área construída de 782,01m², que se encontra assentada


sobre um terreno com área superficial de aproximadamente 385m², apresentando as
seguintes características construtivas: dois pavimentos, estrutura de concreto armado,
elevações em alvenaria rebocada e pintada, alvenarias com revestimento cerâmico e de
gesso acartonado, cobertura em laje de concreto armado com telhamento de fibrocimento,
esquadrias metálicas e em madeira, pavimentação em piso de concreto e piso cerâmico, e
instalações prediais próprias para a finalidade e tipo edilício.

Fachada do Restaurante Popular de Porto Alegre.

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2.5 Ficha Técnica do Restaurante Popular 

● Edificação: Restaurante Popular de Porto Alegre.


● Endereço: Rua Santo Antônio, nº 64, Bairro Floresta, Porto Alegre/RS.
● Capacidade da Edificação​: 140 pessoas no salão de refeições, mais atendentes.
● Proprietário: Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Estado do RS.
● Manutenção: DEMHAB – Departamento Municipal de Habitação

2.6 Registro Fotográfico 


Apresentamos o registro fotográfico das dependências dos setores vistoriados do
restaurante, conforme segue:

● Setor de higienização e distribuição de alimento:

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● Recepção e circulação:

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● Acesso ao segundo pavimento (não vistoriado):

● Salão de refeições:

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● Hall de acesso para usuários e serviços:

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● Banheiros:

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3 METODOLOGIA 

3.1 Critério Utilizado 

A inspeção predial está baseada no “check-up” da edificação, que tem como


resultado a análise técnica do fato ou da condição relativa à habitabilidade, mediante a
verificação “in loco” de cada sistema construtivo, estando a mesma voltada para o enfoque
da segurança e da manutenção predial, de acordo com as diretrizes da Norma de Inspeção
Predial do IBAPE – 2012 e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR 5674:2012, da
ABNT.
A inspeção procede ao diagnóstico das anomalias construtivas e falhas de
manutenção que interferem e prejudicam o estado de utilização do prédio e suas
instalações, tendo como objetivo verificar os aspectos de desempenho, vida útil, utilização
e segurança que tenham interface direta com os usuários.

Nota: Não foram realizados testes, medições ou ensaios por ocasião das vistorias,
consoante o nível de inspeção estabelecido como escopo para este trabalho.

3.2 Indicação de prioridade 

Quanto à ordem de prioridades destacam-se as metodologias técnicas apropriadas


como GUT (ferramenta de “gerenciamento de risco” através da metodologia de Gravidade,
Urgência e Tendência), FEMEA: (Failure Mode and Effect Analisys: ferramenta de
“gerenciamento de risco” através da metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha); ou
ainda, pela listagem de criticidade decorrente da Inspeção Predial.
A prioridade na ordem das orientações técnicas das deficiências constatadas será
baseada na classificação GUT, quanto ao estado de manutenção geral da edificação e
condições de uso, quanto a recomendação eventual interdição de parte da edificação para
garantir a integridade dos usuários, dentre outros aspectos de segurança patrimonial,
quando do surgimento de situações de grau de risco crítico, ou identificação de uso
irregular em locais específicos e destacados do restante da edificação inspecionada.

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No método GUT é necessário que cada problema a ser analisado receba uma nota
em cada uma das características: gravidade, urgência e tendência. Os pontos da
escala GUT atribuídos a cada problema são multiplicados pelo peso de cada item
(gravidade = 4, urgência = 4 e tendência = 2), dando origem a um valor resultante para
cada problema. Desta forma, as ações de gerenciamento podem ser pautadas segundo os
valores máximos obtidos.
As três tabelas a seguir, apresentam os diferentes graus e definições apresentados
em cada item, bem como a nota a ser multiplicada pelo peso correspondente.

Tabela 1: Grau, definição e nota no quesito Gravidade (Risse, 2017)

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Tabela 2: Grau, definição e nota no quesito Urgência (Risse, 2017)

Tabela 3: Grau, definição e nota no quesito Tendência (Risse, 2017)

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3.3 Nível da Inspeção 

Esta inspeção é classificada como “Inspeção de Nível 1”, representada por análise
expedita dos fatos e sistemas construtivos vistoriados, com a identificação de suas
anomalias e falhas aparentes.
Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições técnicas de uso
e de manutenção do sistema da edificação, de acordo com a Norma de Inspeção Predial
do IBAPE, respeitado o nível de inspeção adotado, com a classificação das deficiências
encontradas quanto ao grau de risco que representa em relação à segurança dos usuários,
à habitabilidade e à conservação do patrimônio edificado.

3.4 Grau de Risco 

Conforme a referida Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e falhas


são classificadas em três diferentes graus de recuperação, considerando o impacto do
risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio.

● GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO IRRECUPERÁVEL – é aquele que


provoca danos contra a saúde e segurança das pessoas e meio ambiente, com perda
excessiva de desempenho e funcionalidade, causando possíveis paralisações, aumento
excessivo de custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização imobiliária
acentuada.

● GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE RECUPERÁVEL


– é aquele que provoca a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação,
sem prejuízo à operação direta de sistemas, deterioração precoce e desvalorização em
níveis aceitáveis.

● GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é aquele causado


por pequenas perdas de desempenho e funcionalidade, principalmente quanto à estética

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ou atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de
ocorrência dos riscos relativos aos impactos irrecuperáveis e parcialmente recuperáveis,
além de baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário.

3.5 Grau de Uso 

O uso regular é aquele onde a edificação é ocupada e utilizada dentro dos


parâmetros previstos no projeto. Contribui para a sua longevidade da edificação, e observa
aspectos técnicos de segurança e habitabilidade. O uso irregular da edificação está sujeita
aos riscos não previstos em projeto que poderão comprometer a segurança e
habitabilidade.
Em relação ao uso, a edificação será classificada como: USO REGULAR – Quando
a edificação inspecionada encontra-se ocupada e utilizada de acordo com o uso previsto no
projeto. USO IRREGULAR – Quando a edificação inspecionada encontra-se ocupada e
utilizada de forma irregular, com o uso divergente do previsto no projeto.

3.6 Documentação Analisada 

Os documentos técnicos disponibilizados pelo Departamento Municipal de Habitação


de Porto Alegre para análise e consulta foram os seguintes:

● Projeto Executivo:
• Projeto Arquitetônico
• Projeto elétrico
• Projeto Hidrossanitário
• Memorial descritivo e quantitativos

Nota Explicativa: Destacamos que nos foi disponibilizada a documentação técnica do


Restaurante Popular arquivada no Demhab apenas para consulta acadêmica.

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4 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INSPECIONADOS 

Os seguintes sistemas construtivos do Restaurante Popular de Porto Alegre foram


inspecionados em seus elementos aparentes, considerando a documentação fornecida:

● Estruturas de Concreto Armado: Pilares, Lajes e Vigas;


● Vedação e Alvenarias – Revestimentos e Fachadas;
● Instalações Elétricas – Entrada de Energia;
● Instalações Hidrossanitárias – Sanitários e Redes de Esgoto (sistema aparente);
● Combate de Incêndio – PPCI: Plano de Prevenção e Combate contra Incêndio
(ausência do mesmo).

Os sistemas são relatados genericamente, seguindo-se a descrição e localização


das anomalias e falhas detectadas, com a classificação do grau de risco atribuído a cada
sistema: Grau Crítico, Grau Regular ou Grau Mínimo, bem como grau de uso: Uso Regular
e Uso Irregular; e indicação de prioridade conforme pontuação; excluída a criticidade das
obras em andamento e/ou paralisadas.

4.1 Estrutura de Concreto Armado 

A estrutura de concreto armado do Restaurante Popular possui uma idade de


utilização de mais de ​20 anos, conforme pôde ser observado através do software Google
Earth​ e é constituída por lajes, vigas e pilares de concreto armado aparente.
Entende-se que a concepção de uma construção durável implica na adoção de um
conjunto de decisões e procedimentos que garantam à estrutura e aos materiais que a
compõem um desempenho satisfatório ao longo da vida útil da estrutura de concreto
armado.
De acordo com a NBR 6118/2014, o conceito de vida útil aplica-se à estrutura como
um todo ou às suas partes. Dessa forma, a durabilidade das estruturas de concreto requer
cooperação e esforços coordenados de todos os envolvidos nos processos de projeto,
construção e utilização.

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A exposição da estrutura de concreto, diante da ausência de manutenção ao longo
de sua vida útil, à agressividade química por efeito da carbonatação e ação de cloretos,
contribui para o processo de corrosão da armadura e segregação dos componentes do
concreto, caracterizando falha de desempenho e requerendo uma intervenção técnica de
imediato, de forma de reabilitar a estrutura. As falhas de manutenção da estrutura
acarretam a redução de sua vida útil projetada.
Nas vistorias efetuadas foram verificadas as seguintes anomalias e falhas de
manutenção da estrutura de concreto armado:

● nichos de segregação e exposição das armaduras inferiores da laje, com


cobrimento insuficiente em processo de corrosão da ferragem;

● trincamento nos canos, apresentando evidências de infiltração;


● evidências de infiltração de água através das alvenarias e revestimentos, com
surgimento de mofo em todas as dependências da edificação;
● vazamentos das instalações sanitárias, provocando a degradação do concreto
e corrosão da armadura.

Detalhes das manifestações das patologias: trinca no cano, corrosão


e degradação​ ​da estrutura de concreto armado na laje.

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Detalhes dos nichos de segregação do concreto e infiltrações


(gotejamento, manchas de umidade, fungos e bolor)

É classificado, quanto ao grau de risco, como ​MÍNIMO​: embora exista a


disseminação de anomalias e a inexistência de qualquer programa de manutenção, não há
comprometimento da vida útil da estrutura. Recomenda-se o tratamento da breve das
infiltrações, tendo em vista um futuro risco de saúde aos usuários expostos aos mofo
decorrente da umidade e infiltração, sendo constatada uma possível futura perda do
desempenho do sistema.

4.2 Alvenarias e Revestimentos 


As elevações de vedação e painéis de fechamento são em gesso acartonado e
alvenaria de tijolos maciços revestidos em reboco e parte somente com acabamento de
proteção de pintura. Os revestimentos das elevações dos sanitários são parte em azulejos
e parte em reboco, com pisos cerâmicos.

Nas vistorias efetuadas, foram verificadas as seguintes anomalias e falhas de


manutenção das elevações de alvenaria:

● evidências de infiltração de água, manchas de umidade, fungos e bolor, com

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degradação generalizada dos revestimentos de reboco e falta de proteção de
pintura das elevações de alvenaria de todas as dependências;
● descolamento e desagregação dos revestimentos cerâmicos de pisos e elevações
de alvenaria dos sanitários, apresentando falhas de vedação e impermeabilização
das áreas molháveis do restaurante.

Degradação dos revestimentos de acabamento de reboco e pintura,


com infiltrações generalizadas

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Desagregação dos revestimentos cerâmicos, inexistência de


vedação e impermeabilização

Classificado quanto ao grau de risco como MÍNIMO, considerando o baixo risco


oferecido aos usuários, sem perda de desempenho e funcionalidade do sistema.

4.3 Instalações Elétricas 


O sistema de instalações elétricas inspecionado é composto de quadro geral de
distribuição em baixa tensão e circuitos em geral.
Nas vistorias efetuadas, foram verificadas as seguintes anomalias e falhas de
manutenção das instalações elétricas nas dependências do restaurante:

● redes elétricas aparentes, com emendas sem isolamento e extensões


precárias; total desatenção às normas técnicas quanto aos aspectos de
dimensionamento e segurança das instalações ao choque e ao curto-circuito
elétrico.

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Redes elétricas aparentes sem tubulações e com emendas, e sem isolamento


e extensões irregulares com emendas aparentes, sem isolamento.

Classificado quanto ao grau de risco como CRÍTICO, pois embora não exista
comprometimento do desempenho e funcionalidade do sistema elétrico em geral, necessita
de intervenção imediata para sanar as irregularidades, levando-se em consideração o risco
à segurança do usuário e ao patrimônio.

4.4 Instalações Hidrossanitárias 


O sistema de instalações hidrossanitárias vistoriado é constituído pelos projetos de
redes hidráulicas, sanitárias e de esgoto pluvial.
Nas vistorias efetuadas, além das desconformidades acima, foram verificadas as
seguintes anomalias e absoluta ausência de manutenção das instalações hidrossanitárias:

● inconsistência de posicionamento de peças apresentadas em projeto


● possíveis erros de execução resultantes em falhas de impermeabilização,
agravante para infiltrações e formação de mofo e bolor nos demais sistemas.

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Piso escorregadio com poças d’água, vazamentos de esgoto na área


de preparo e distribuição e extensas regiões com infiltração aparente.

Classificado quanto ao grau de risco como REGULAR, com impacto recuperável e


mas com o comprometimento parcial do desempenho e funcionalidade do sistema
hidrossanitário em geral, necessitando de intervenção futura para sanar as irregularidades
verificadas, levando-se em consideração a desvalorização precoce resultantes das falhas.

4.5 Sistema de Combate de Incêndio 

Não foi disponibilizado para consulta o projeto de prevenção e combate de incêndio


do Restaurante Popular. Em caso de inexistência do mesmo, caracteriza o
descumprimento das determinações do Decreto Estadual nº 37.380 e da Lei Complementar
Municipal nº 420/98, bem como Resoluções Técnicas previstas pelo Corpo de Bombeiros
do estado.
Perante a possível existência do mesmo, ressalta-se que durante a inspeção,
sistemas básicos e essenciais de proteção e prevenção à incêndio, como extintores,
sinalização e iluminação de emergência, não foram encontrados, ou seja, mesmo existindo
o projeto, a edificação não o obedece.
Classificado quanto ao grau de risco como CRÍTICO, considerando a inexistência
prática e mesmo impossibilidade de aprovação de um plano de prevenção e combate a
incêndio, perante falhas elétricas constatadas e falta de sistemas básicos de proteção.

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5 CONCLUSÃO 

Diante das não conformidades técnicas construtivas e da falta de desempenho dos


alguns sistemas vistoriados no Restaurante Popular, e frente às suas condições precárias
de habitabilidade e de obsolescência funcional, agregada à falta de manutenção periódica,
classificamos a edificação do Restaurante Popular de Porto Alegre, de uma maneira global,
como de GRAU DE RISCO CRÍTICO, tendo em vista o impacto de segurança tecnicamente
irrecuperável para a finalidade de utilização a que se destina, sendo necessário a
intervenção imediata para sanar as irregularidades apontadas no laudo de inspeção.

Perante analise de condição de uso, classifica-se como REGULAR, pois a


edificação inspecionada encontra-se ocupada e utilizada de forma regular, com o uso
previsto no projeto.
Recomenda-se que os procedimentos corretivos sigam a ordem de prioridade
definida pelo método GUT, a fim de preconizar o(s) grupo(s) de maior risco, conforme pode
ser observada na tabela abaixo:

Tabela 4: Indicação de prioridade conforme método GUT

Grupo/ Sistema Descrição G (x4) U (x4) T (x2) GUT Prioridade

Elétrico Falha de execução, 10 10 10 100 Máxima


Risco crítico

Hidrossanitários Falha de execução, 6 3 6 48 Média


Risco médio

Alvenaria/ Falha gerencial, 3 3 6 36 Baixa


Revestimentos Risco mínimo

Estrutural Anomalia endógena, 3 3 3 30 Baixa


Risco mínimo

PPCI Falha operacional, 10 10 10 100 Máxima


Risco crítico

Fonte: Elaborado pelo grupo

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Dentre as recomendações, a elaboração de testes e/ ou análises íntegras que


tornem possível a localização dos fatores que originam as infiltrações é primordial.
Sugere-se ainda, a revisão do projeto elétrico a fim de garantir segurança dos usuários,
bem como do projeto hidrossanitário, ambos pertinentes não apenas para a duração da
vida útil da edificação, mas também, para evitar o desperdício de água e energia elétrica.
Faz-se fundamental a elaboração e/ ou adequação ao projeto de proteção e
prevenção contra incêndio, item de gravidade e urgência extrema tendo em vista o caráter
de tendência inesperada.

Após as intervenções necessárias, prescreve-se uma nova inspeção predial,


conforme a idade da edificação conforme recomendação:

● a cada 5 anos: edificações com até 20 anos;


● a cada 3 anos: edificações de 21 a 30 anos;
● a cada 2 anos: edificações de 31 anos e até 50 anos;
● anualmente: edificações construídas há mais de 50 anos.

A prevenção gera benefícios inegáveis, dentre eles a ​redução de custos​. Ou seja, é


muito mais fácil e econômico implementar uma ação preventiva e que possibilite conhecer
o problema mais cedo e corrigí-lo, do que deixar que o problema se intensifique e necessite
de maiores reparos.

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6 ENCERRAMENTO 

Este Laudo Técnico de Inspeção Predial do Restaurante Popular de Porto Alegre é


composto por vinte e oito folhas impressas e numeradas, foi elaborado pelos alunos do
curso de graduação em Engenharia Civil, na disciplina de Patologia e Recuperação de
Edificações, ministrada pelo professor Marcelo Porto de Figueiredo no segundo semestre
de 2018 na ​UniRitter Laureate International Universities; que subscrevem.

Porto Alegre, 21 de Novembro de 2018.

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Débora Viégas

______________________________
Fabiane Santos

______________________________
Larissa Sates Gomes

______________________________
Pablo Vassilagas

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