Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
Feira de Santana
2017
2
LUAN MOREIRA FERNANDES DE ALMEIDA
_____________________________________
Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico.
_______________________________________
Prof. Dr. Eduardo Henrique Borges Cohim e Silva.
_______________________________________
Profª. Dr. Patrícia dos Santos Nascimento
Feira de Santana
2017
3
DEDICATÓRIA
4
AGRADECIMENTOS
5
RESUMO
6
ABSTRACT
The Training and Social Mobilization Program for the Coexistence with the
Semi-Arid: One Million Rural Cisterns - P1MC establishes, together with the rural
communities of the Brazilian semi-arid, a training process that intends directly to
involve one million families. This program has brought great advances in improving
the quality of life of the population with easy access to water, however, due to the
composition of the catchment system, part of the population benefited by the
program can not meet the minimum demands on most days of the year. The present
study aims to evaluate the suitability of these systems in the State of Bahia, to
provide a demand of 20L / person / day in 95% of the days of the year using a daily
water balance model. As a result it was verified that the state average in different
mesoregions that the residences have their per capita demands is 40.4%, 59.6%
who are not served 10.7% require larger cisterns and 48, 8% increase in catchment
areas, creating an inequality in which 20% of the total population receives only 6% of
all available water and where 8.75% less than 10L / person / day, the value of this
inequality can Be measured by 0.3298 in the Gini index. However, it also promoted
access to water and improved the quality of life of all the rest of the population
served.
7
Lista de Tabelas
Tabela 1. Municípios cadastrados pelo P1MC por mesorregião do Estado da
Bahia ......................................................................................................................... 42
Tabela 2. Quantidade de cisternas e Fator de Demanda Máximo por cidade.
.................................................................................................................................. 43
8
Lista de Figuras
Figura 1. Semiárido brasileiro (Ministério da Integração Nacional, 2005). ...... 14
Figura 2. Proposta de Simões e Cohim para nova divisão nos agrupamentos
das mesorregiões na (SIMÕES e COHIM, 2014). ..................................................... 19
Figura 3. Índice de cidades da nova proposta de divisão dos agrupamentos
(SIMÕES e COHIM, 2014). ....................................................................................... 20
Figura 4. Confiabilidade atendimento de cisternas de 16.000L por da área de
captação e diversos tamanhos de famílias (COHIM e ORRICO, 2016). ................... 29
Figura 5. Distribuição da variação da confiabilidade, para 5 áreas de
captação, ao longo da região semiárida brasileira (DOSS-GOLLIN et alii, 2016). .... 30
Figura 6. Frequência acumulada para confiabilidade por área de captação
(DOSS-GOLLIN et alii, 2016). ................................................................................... 31
Figura 7. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 1. ................. 45
Figura 8. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 4. ................. 46
Figura 9. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 5. ................. 46
Figura 10. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 6. ............... 46
Figura 11. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 7. ............... 47
Figura 12. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 8. ............... 47
Figura 13. FRxFD a uma confiabilidade de 95% na Mesorregião 9. ............... 48
Figura 14. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 1. .......................................................................................................... 49
Figura 15. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 4. .......................................................................................................... 49
Figura 16. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 5. .......................................................................................................... 50
Figura 17. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 6. .......................................................................................................... 50
Figura 18.. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 7. .......................................................................................................... 50
Figura 19. Quadro resumo de atendimento do sistema de captação do P1MC.
Mesorregião 8. .......................................................................................................... 51
Figura 20. Resumo característico para o Estado da Bahia. ............................ 51
Figura 21. Frequência acumulada para volume de reservação. ..................... 52
9
Figura 22. Frequência acumulada para acréscimo de área de captação ....... 53
Figura 23. Histograma da capacidade de abastecimento per capita dos
sistemas de captação P1MC (litros/por dia) .............................................................. 53
Figura 24. Distribuição dos recursos hidrícos no P1MC ................................. 54
10
Lista de siglas
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................. 15
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 17
3.1 ARTICULAÇÃO COM O SEMIÁRIDO E O P1MC ............................................ 17
3.2 DIVISÃO DA BAHIA EM AGRUPAMENTOS REGIONAIS ............................... 18
3.3 CONSUMO HUMANO DE ÁGUA DIÁRIO ........................................................ 20
3.4 MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTOS DE RESERVATÓRIOS ..................... 22
3.4.1 Método De Rippl ............................................................................................... 23
3.4.2 Método Analítico ............................................................................................... 24
3.4.3 Método Gráfico ................................................................................................. 25
3.4.4 Método De Consideração Dos Períodos De Dias Consecutivos Sem Chuva ... 25
3.4.5 Método De Análise De Simulação De Um Reservatório Com Capacidade
Suposta ..................................................................................................................... 26
3.4.6 Método Prático Brasileiro .................................................................................. 27
3.4.7 Método Prático Inglês ....................................................................................... 27
3.4.8 Método Prático Alemão ..................................................................................... 28
3.5 CONFIABILIDADE NO FORNECIMENTO DE ÁGUA PELOS SISTEMAS ....... 28
4 METODOLOGIA ............................................................................................... 38
4.1 MODELO DE DIMENSIONAMENTO ................................................................ 38
4.2 DEMANDA CONSIDERADA ............................................................................. 39
4.3 PRECIPITAÇÃO ANUAL .................................................................................. 39
4.4 FATOR DE DEMANDA MÁXIMO (FDM) .......................................................... 40
4.5 PERCENTUAL DE ATENDIMENTO AS DEMANDAS ...................................... 40
4.6 AVALIAÇÃO NA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA .................................................... 40
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 42
5.1 MESORREGIÕES NO ESTADO DA BAHIA ..................................................... 42
5.2 FATOR DE DEMANDA MÁXIMO DISPONÍVEL – (FDM) ................................. 43
5.3 COMPORTAMENTO FR → FD ........................................................................ 45
12
5.4 PERCENTAGEM DE ATENDIMENTO DOS SISTEMAS ÀS DEMANDAS ...... 49
5.5 CURVAS DE FREQUÊNCIA ACUMULADAS ................................................... 52
5.6 DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PELO P1MC .......................................................... 53
6 CONCLUSÃO ................................................................................................... 55
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 57
13
1 INTRODUÇÃO
14
“um conjunto de técnicas, relacionadas à captação, armazenamento e manejo das
águas da chuva, apropriadas pela população a partir de uma metodologia
participativa, baseada nos próprios saberes locais e construídas a partir de um
processo democrático tendo como finalidade a transformação social” e Pressupõe a
cultura da adoção do estoque de bens em tempos chuvosos, para viver
adequadamente em tempos secos, sendo a água o principal bem a ser estocado.
Com esse objetivo e visando garantir o abastecimento regular de água de qualidade
para cinco milhões de pessoas em áreas rurais do semiárido brasileiro, foi criado o
Programa 1 Milhão de Cisternas – P1MC, em 2001. Desde então, o P1MC construiu
mais de 600 mil cisternas, beneficiando mais de 1,5 milhão de pessoas
(ASABRASIL, 2017).
Nesse programa, o volume das cisternas foi definido em 16 mil litros para
captar água proveniente dos telhados das casas, visando o atendimento de uma
família média de cinco pessoas, oferecendo uma garantia sustentável e universal de
acesso a água para beber, cozinhar e higiene básica em todas as regiões e anos,
porém não se sabe o quanto esse sistema pode fornecer de água aos habitantes.
1.1 Justificativas
15
2 OBJETIVOS
16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
o Semiárido: Um Milhão de Cisternas Rurais – P1MC estabelece, junto às
comunidades rurais do semiárido brasileiro, um processo de capacitação que
pretende envolver, diretamente, um milhão de famílias (ASABRASIL, 2017).
A ideia da construção das cisternas nasceu de uma dupla constatação. A
primeira está relacionada à incapacidade de abastecimento dos grandes
reservatórios de águas, principalmente se tratando das populações difusas, como as
encontradas em áreas rurais. A segunda vem da constatação de que é possível
captar e armazenar água da chuva através do telhado das casas, um sistema de
calhas e um reservatório.
O sistema capta a água que da chuva, que cai no telhado da casa, e é
conduzida por meio de calhas a um reservatório para armazenamento. O projeto foi
idealizado a partir de placas curvas encaixadas. A estrutura do sistema é dividida em
três itens, o telhado, as calhas e as cisternas de formato cilíndrico.
Desses três itens, o mais importante é o reservatório e para uma boa eficiência
no sistema é imprescindível o seu correto dimensionamento. O adequado
dimensionamento de um reservatório envolve muitas variáveis, dentre elas, destaca-
se o comportamento das chuvas de uma região, uma vez que chuvas mais
concentradas sugerem reservatórios com maiores dimensões.
18
atualização nos agrupamentos já estabelecidos, com uma nova divisão da Bahia em
10 mesorregiões, como mostram as Figuras 2 e 3.
Figura 2. Proposta de Simões e Cohim para nova divisão nos agrupamentos das mesorregiões
na (SIMÕES e COHIM, 2014).
19
Figura 3. Índice de cidades da Proposta de Simões e Cohim para nova divisão nos
agrupamentos das mesorregiões (SIMÕES e COHIM, 2014).
21
A água pode veicular grande número de enfermidades, transmitidas por
diferentes mecanismos. O primeiro refere-se à quantidade insuficiente de água, que
gera hábitos higiênicos inadequados. A quantidade insuficiente de água pode
resultar em: deficiências na higiene, acondicionamento da água em vasilhas, além
de propiciar a procura por fontes alternativas de abastecimento, que constituem
potenciais riscos à saúde. O segundo mecanismo, mais comumente lembrado, e
diretamente relacionado à qualidade da água é o da ingestão, por meio do qual um
indivíduo sadio ingere água que contenha componentes nocivos à saúde, a
presença desses componentes no organismo humano provoca o aparecimento de
doenças. Portanto faz-se necessário um correto dimensionamento e operação do
sistema de captação de águas de chuva, para garantia de água em quantidade e
qualidade desejada (BRASIL, Ministério da Saúde, 2006).
Com os dados de demanda e a precipitação anual consegue-se dimensionar um
sistema de captação de água de chuva para dar um desempenho específico ou para
maximizar a relação custo – benefício. Tanto os governos quanto as organizações
não governamentais (ONGs) aprovam a ideia de atingir um desempenho especifico,
mas isso sempre acompanha uma filosofia de racionalização onde nem todos os
beneficiários potencias podem receber esses sistemas. Já a maximização da
relação custo – benefício alcança um máximo global em função de um investimento
‘x’ de dinheiro.
22
implantação e principalmente em função de grandezas escalares como o grau de
concentração de precipitação – (GCP) e o período de concentração de precipitação
– (PCP).
De acordo com Soares (2000), os métodos utilizados para o
dimensionamento do reservatório podem ser divididos em quatro grupos principais,
segundo a forma de uso, dos dados e a apresentação dos resultados:
a) Métodos determinísticos: os dados referentes à precipitação pluviométrica
e à demanda são analisados pela curva de massa;
b) Métodos aproximados: baseados em relações empíricas conhecidas;
c) Métodos de modelagem: são também conhecidos como métodos de
transição probabilístico da matriz; e
d) Método de análise de sistema: sendo linear, não linear ou programação
dinâmica.
A eficiência e a confiabilidade dos sistemas de aproveitamento de água de
chuva estão ligadas diretamente ao dimensionamento do reservatório de
armazenamento. Existem diversos métodos de dimensionamento de reservatório
que resultam em distintos volumes. Na seleção do método mais apropriado de
dimensionamento diversos fatores devem ser considerados incluindo a demanda a
ser atendida e a área de captação, entre outros. Ademais, o tempo de amortização
do investimento e a eficiência do sistema constituem variáveis fundamentais para a
tomada de decisão quanto à viabilidade de implantação do sistema (CARVALHO,
OLIVEIRA e MORUZZI, 2010).
Neste método os dados de entrada são: precipitação média mensal ou diária (mm);
demanda mensal ou diária (m³); área de coleta (m²); coeficiente de escoamento
superficial (CES); e eficiência do sistema de captação (η).
A eficiência do sistema de captação refere-se à eficiência dos equipamentos
colocados antes do reservatório, isto é, filtros, equipamentos para retirada do
escoamento inicial, etc.
Os dados de saída são:
(a) Volume aproveitável (m³): volume máximo de água de chuva que poderá ser
coletado no intervalo de um mês ou diariamente.
(b) (Volume aproveitável – Demanda) (m³): diferença entre o volume de água de
chuva aproveitável e o volume da demanda a ser atendida;
(c) Diferença acumulada (m³): volume obtido pelo somatório das diferenças
negativas do volume aproveitável menos a demanda;
(d) Volume do reservatório de água de chuva (m³): volume adquirido no somatório
da diferença negativa do volume de chuva e da demanda.
24
3.4.3 Método gráfico
26
desenvolver um gráfico, para cada reservatório, da variação dos volumes em função
dos meses (opcional); e e) analisar cada gráfico e calcular a eficiência de cada
reservatório conforme apresentado por Tomaz (2003). A eficiência é obtida da
relação entre os meses (ou dias) em que o reservatório não se apresenta ocioso
(não necessitando de outra fonte de abastecimento) e todos os meses (ou dias) do
período estudado.
O volume do reservatório a ser escolhido é aquele que apresentar a maior
eficiência entre os volumes adotados inicialmente. Pode-se, no caso de a eficiência
encontrada ainda ser muito baixa, adotar outro volume para o reservatório e refazer
esse procedimento, até que se chegue a um resultado satisfatório segundo o
objetivo do projetista (melhor custo/benefício por exemplo).
Conforme sugerido no trabalho desenvolvido por Carvalho, Oliveira e Moruzzi
(2007), o Método de Análise de Simulação pode ser utilizado em combinação com
outros métodos de dimensionamento, pois os volumes de reservação determinados
nesses outros métodos podem ser investigados através dessa simulação, quanto ao
seu comportamento, permitindo assim maior precisão na definição do volume do
reservatório em função da eficiência alcançada.
27
3.4.8 Método prático alemão
28
Figura 4. Confiabilidade atendimento de cisternas de 16.000L por da área de captação e
diversos tamanhos de famílias (COHIM e ORRICO, 2016).
Ainda Cohim e Orrico (2016) afirmam que para uma dada confiabilidade, o
volume de reservação crescerá com o aumento da demanda até o ponto em que a
demanda se aproxima do valor que representa seu potencial máximo. A partir desse
valor máximo, para o atendimento de uma determinada confiabilidade é necessário
um aumento da área de captação, pois a saída de água devido a intensidade do uso
diário supera, as entradas, impedindo o enchimento pleno do reservatório.
Gollin, Souza Filho e Silva (2016) também apresentaram um modelo para
avaliar a confiabilidade. Esses autores utilizaram dados de precipitação diário de
1950 até 2013 disponíveis do Instituto Nacional de Meteorologia – (INMET), e
desenvolveram um modelo utilizando um software de computação para simular o
balanço do volume do sistema de captação de água de chuva em cada posto
meteorológico. A confiabilidade também foi definida, como sendo a porcentagem
total de anos em que a cisterna não pode ficar sem água. O consumo de água diário
utilizado foi o recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS que é de 20
litros por pessoa por dia, para beber e para cozinhar, mas também afirma que 7,5
litros por pessoa por dia podem ser aceitáveis, em emergências, por períodos muito
curtos de tempo. Como o P1MC estabeleceu um reservatório de 16.000 litros de
água para suprir suas necessidades básicas durante a seca, adota-se essa condição
29
para todo o ano, na região do semiárido (Figura 1). Então, por conseguinte, para o
modelo foi atribuído 74,1 litros de água por família por dia.
Como resultado mostraram que o aumento no tamanho da cisterna, aumenta
também a capacidade dos sistemas em armazenar água, sugerindo volumes de
cisternas em 8.000, 16.000, 30.000 e 50.000 litros, para melhor adaptação a
intersazonalidade dentro os anos. Observou-se também, uma intuitiva noção que
existe uma enorme variabilidade na confiabilidade oferecidas pelas cisternas,
principalmente nas regiões ocidentais a área de estudo, onde não há chuvas
suficientes para garantir a alta confiabilidade, mesmo com áreas de captação
relativamente grandes. Dentro do semiárido, áreas com estação de secas mais
longas, tendem a oferecer menores confiabilidades, Figura 5.
30
Essa variação também pode ser interpretada no contexto da área de
captação, como mostra a Figura 6, em que mesmo regiões mais secas conseguem
altas confiabilidades com grandes áreas de captação.
31
sistema, aumenta significativamente com o aumento do tamanho do tanque. Em
ambas simulações existiu um grande desperdício de água por excesso, portanto
recomendaram a utilização da água de chuva para outros fins, pois, na condição de
demanda limitada, um tanque muito grande torna-se desnecessário, apesar de uma
economia ainda maior, no sistema de abastecimento público da Nigéria.
Haverá soluções ótimas com diferentes combinações de volumes de
armazenamento, tamanho de telhados e demandas de água de chuva. A
confiabilidade é uma ferramenta no apoio a decisão para adoção da combinação
mais eficiente das variáveis estudadas e melhor dimensionamento no sistema de
captação.
Na Austrália, as autoridades governamentais estão promovendo a captação
de água de chuva por meio de campanhas, oferecendo incentivos e subsídios, pois,
apesar de resultados positivos, a comunidade reluta em adotar sistemas de
captação de águas em uma escala mais ampla. Um dos motivos está relacionado ao
volume ótimo de armazenamento de água necessário pelo reservatório (IMTEAZA,
AHSANB, NASERA e RAHMAN, 2011).
Segundo Jenkins (2007), a previsão de mudanças nos padrões de chuva na
Austrália adiciona mais complexidade ao planejamento dos regimes adequados de
captação de água de chuva, demonstrando, através de simulações computacionais,
quantidade de água da chuva armazenada, água de chuva utilizada, quantidade
transbordada e quantidade de água usada para encher tanques domésticos. O
modelo foi usado para 12 cidades principais da Austrália, usando dados diários da
precipitação, concluiram que o clima característico do local tem uma influência
significativa na eficácia do tanque de água da chuva. O estudo também mostrou que
a eficiência da reservação de água é função da variação mensal da precipitação.
Imteaza, Ahsanb, Nasera e Rahman (2011) apresentam um modelo de
balanço hídrico diário para a otimização no volume de tanques de águas de chuva
para a cidade de Melbourne, Austrália, considerando a precipitação diária em anos
secos (463 mm), médios (654 mm) e úmidos (914 mm). Perdas por vazamento,
derramamento e evaporação no valor de 10%, área de telhado variando de 50-300
m², volume de reservação entre 1.000 a 10.000 litros e demanda de água diária em
185 litros por pessoa por dia, em que 60, 70 e 80% são satisfeitas pela água de
chuva do reservatório. A análise em três diferentes condições climáticas concluiu, de
32
maneira geral, que para um cenário familiar de duas pessoas e um tamanho de
telhado de 150 m² é quase impossível atingir uma confiabilidade 100%, mesmos nos
anos mais úmidos e que, o efeito do aumento no volume do tanque, na
confiabilidade, tornou-se insignificante. No entanto, com uma área de telhado maior
que 150 m², é possível atingir 100% da confiabilidade, mesmo com volumes de
reservação entre 5.000 e 6.000 litros. Já com uma demanda menor, é possível
atingir 100% da confiabilidade mesmo em anos mais secos, com uma área de
captação com cerca de 300 m².
Na cidade de Nova Iorque, a infraestrutura hidráulica construída na primeira
onda moderna de urbanização está envelhecendo e necessitando de reparos,
enquanto a necessidades da construção de novas instalações aumenta, frente a
novos desafios, decorrentes de regulamentações ambientais cada vez mais
rigorosas. Daigger (2009) defende que a extração de água de chuva, adjunto com
outras tecnologias de conservação da água, recuperação, infiltração e reutilização
da água, são consideradas um meio viável para gerenciar de forma mais sustentável
os ciclos dos recursos hídricos urbanos.
A captação de águas de chuva, quando bem dimensionada, reduz o volume
de fluxo de águas nos sistemas de coleta e/ou corpos de água de superfície e
podem reduzir a procura de água potável urbana. Garantindo a redução na escala
dos esforços necessários para construção e reabilitação das infraestruturas
hidráulica urbana, tanto para grandes cidades quanto para as pequenas, mas
também como um mecanismo potencial para estratégias de gerenciamento e
economia dos recursos hídricos.
Basinge, Montalto e Lall (2010) analisaram a confiabilidade, por meio da
Ferramenta de Estimativa de Armazenamento e Confiabilidade (SARET), que tem
como base um modelo de balanço hídrico diário, em sistemas de captação de água
de chuva usados para abastecer descargas de banheiros, irrigação de jardins e ar
condicionado de edifícios residenciais em Nova Iorque. O plano de sustentabilidade
da cidade – (PlaNYC 2030) reconhece a necessidade de aumentar a confiabilidade
do sistema de abastecimento de água na cidade, na, medida em que a água de
chuva captada é desviada do sistema de esgoto (reduzindo a chance de
transbordar) mas também se tornando um substituto para água potável canalizada.
33
Nesse estudo, analisaram sistemas de captação de água de chuva aplicados
a edifícios multifamiliares, o tipo de construção mais comumente encontrado em
Nova Iorque. Especificamente, consideraram o uso de escoamento captado nos
telhados desses edifícios para a lavagem do vaso sanitário, irrigação do jardim e
para o ar condicionado. Embora haja uma grande variabilidade nos valores mensais
de precipitação de ano para ano, o valor médio em todos os meses é entre 70 e 100
mm. Em outras palavras, os efeitos sazonais são evidentes, mas sem grandes
temporadas secas ou úmidas. Dos anos de dados históricos utilizados na análise
aumentou gradualmente até que as quantidades de precipitação cumulativas
associadas a tentativas sintéticas repetidas fossem estatisticamente idênticas entre
si. Usando este procedimento, determinaram que qualquer janela de 25 anos de
dados extraídos do registro histórico de 51 anos em rendimentos conjuntos
idênticos. Aumentos adicionais no número de anos históricos não tiveram efeito
sobre as quantidades de precipitação sintética. Assim, selecionaram 1978-2002 para
uso neste estudo de caso (BASINGE, MONTALTO e LALL, 2010).
Os resultados é uma compilação de faixas para demanda de 500 litros por dia
(gama de vaso sanitário de baixo fluxo) até 950 litros por dia (cerca de 2/3 de uma
demanda de bacias sanitárias de alto fluxo) indicaram que, para uma determinada
demanda, existe uma área de captação abaixo da qual a incorporação de um tanque
de armazenamento não melhorará a confiabilidade do sistema. Em tais aplicações, a
quantidade de água que pode ser captada é inteiramente utilizada para satisfazer a
procura imediata. Dado que o elemento de armazenamento é frequentemente o
componente mais caro de um sistema de captação de água de chuva é interessante
notar que, nas condições adequadas, as práticas de reservação podem satisfazer a
descarga de sanitários com confiabilidade até 50% (500 litros por dia e área de
captação maior que 150 m²), sem um tanque, porém na realidade, um reservatório
sempre será necessário para o armazenamento temporário. Em zonas de captação
acima desse limiar mínimo torna-se evidente a vantagem em incorporar um
elemento de armazenamento na concepção do sistema (BASINGE, MONTALTO e
LALL, 2010).
Para sistemas instalados nas áreas de captação de telhados mais
comumente encontradas em Nova Iorque (51 – 75 m²) as demandas de descarga
dos banheiros podem ser atendidas com 7 – 40% de confiabilidade, com a
34
extremidade inferior da faixa representando edifícios com descargas de alto fluxo, já
elementos da extremidade superior representa edifícios que transitaram para
fixações de baixo fluxo. Mais que 80% de confiabilidade pode ser usado para irrigar
jardins de quintal ou outras instalações de agricultura para praticamente todas as
combinações de área de captação/ tanque de reservação. Um aumento nos
reservatórios para volumes maiores que 25 m³ produzirá um aumento de apenas
10% na confiabilidade, e esse aumento é somente para áreas de telhado maiores
que 100 m² (dificilmente encontrado nos edifícios multifamiliares de Nova Iorque). A
proliferação de sistemas de captação de água de chuva de pequena escala (volume
de reservação <5 m³) em jardins comunitários de Nova Iorquerk (NYCWRG, 2009) é
talvez uma evidência de que o SARET produz resultados consistentes com o
conhecimento e a prática locais (BASINGE, MONTALTO e LALL, 2010).
Ainda segundo Basinge, Montalto e Lall, (2010) pode-se satisfazer a pequena
demanda de água proporcionada pelo ar condicionado com confiabilidade acima de
70%, dedicando apenas uma pequena parte do telhado (por exemplo, um pórtico ou
garagem) para esta finalidade.
O modelo é um modelo portátil, pois o algoritmo de geração de precipitação
pode ser executado em qualquer região com registros históricos especificados pelo
usuário. Os resultados encontrados sugerem que uma percentagem significativa das
necessidades de águas não-potáveis de edifícios residenciais multifamiliares pode
ser fornecida por captação de águas de chuva. Quando um sistema de captação de
água de chuva é implementado nos telhados em uma vizinhança residencial em
Nova Iorque, o volume de águas drenadas pelo sistema de esgoto é reduzido em
28% e o volume de água potável do sistema de abastecimento usado para esse fim
é reduzido em 53%, considerando um ano de chuva médio. Quando menor volume
de escoamento é descarregado para esgotos combinados como aqueles que
servem a maior parte da cidade de Nova Iorque, é provável que ocorram menos
sobrecargas e apoios no subsolo, com a qualidade da água superficial associada, a
saúde pública e os benefícios legais / regulamentares. Quando se requer menos
água potável nos edifícios urbanos, a resistência do sistema de abastecimento de
água existente à seca, ao crescimento populacional e às fugas é também reforçada,
enquanto que, por habitante, os custos do tratamento da água potável também são
reduzidos. Devido a esses múltiplos benefícios de infraestrutura, os sistemas RWH
35
são considerados candidatos privilegiados para estudos focados adicionais como
uma estratégia de gerenciamento de ativos, especialmente em cidades como Nova
Iorque com um compromisso declarado com a sustentabilidade (BASINGE,
MONTALTO e LALL, 2010).
Sistemas de captação de águas de chuva também podem ser utilizados,
como solução para o abastecimento de água, em regiões onde dispõe grande
abundância de recursos hídricos, mas que possuem condicionantes de acesso a
água para consumo humano. Como na bacia hidrográfica do rio Amazonas, que
apesar de possuir 71,1% da vazão nacional (GIATTI, CUTOLO, 2012) e maior
abundância de recursos hídricos, a precária cobertura por saneamento básico,
devido a ocupação dispersa das populações ribeirinhas na região, contribuem para
tradição do uso da água sem tratamento.
Tendo em vista as dificuldades de abastecimento público na Região Legal do
Amazonas, um conceito de escassez de recursos hídricos, aplicado à Amazônia,
deveria considerar a possibilidade de acesso a água, deparando-se com uma
controvérsia, oriunda da baixa percepção da importância dos problemas
relacionados aos recursos hídricos e às possíveis implicações sobre a saúde e as
condições de vida na região.
Visando combater os problemas de abastecimento com água potável, o
Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretária de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – (SDS) começaram a cadastrar 10,1 mil famílias com
o Programa Água para Todos. O programa consiste na instalação de um sistema de
captação de águas de chuva, nas residências familiares. As residências incluídas
ganharam telhados novos (quando necessário), calha e uma caixa de dois mil litros
para a reserva da família, nas casas em terra firme, e 500 litros nas palafitas
(PORTAL BRASIL, 2013).
As águas de chuva têm excelente qualidade, podendo ser utilizada para
diversas finalidades, sendo indicada também para o consumo humano. Porém em
locais com altas densidades populacionais ou ambiente altamente industrializados
as primeiras águas captadas podem não ser apropriadas ao consumo humano.
Segundo pesquisa da Universidade da Malásia, somente as primeiras águas, após o
início da chuva, carreiam ácidos, microrganismos, e outros poluentes atmosféricos,
36
sendo que normalmente pouco tempo após a mesma já adquire características de
água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados (LUNA, 2011).
Luna (2011) avaliou a qualidade do uso de água de chuva, no âmbito do
programa P1MC, por meio da ocorrência de episódios diarreicos comparando o
número e a duração entre moradores de domicílios com e sem cisternas. Esse
estudo foi realizado em 21 municípios do Agreste Central de Pernambuco entre
Agosto e Dezembro de 2007, com período de acompanhamento de 60 dias. A
casuística final, com análise bivariada, concluiu em reduções significantes no
número de episódios diarreico, reduzindo o risco em 73%, em famílias rurais com
cisternas, relação a não ter. Comprovando a qualidade da água de chuva para a uso
humano, inclusive, o uso de beber.
37
4 METODOLOGIA
38
Foi utilizado, para cada dia, um valor aleatório para θ, entre 0 e 1, para cada
intervalo de balanço, conforme proposto por Cohim e Oliveira (2009), reproduzindo,
assim, a natureza aleatória do fenômeno.
Se as diferentes combinações de área de telhado e volumes de cisternas
forem expressas na forma de relações adimensionais, normalizadas em relação ao
potencial máximo teórico (Equação 1), dado pelo produto da área de captação pela
precipitação anual média, conforme proposto por Fewkes (1999), a análise poderia
ser feita em função de dois parâmetros: a fração da demanda (FD), expressa na
Equação 2, e a fração de reservação (FR), expressa na Equação 3.
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 𝐴. 𝑃. 𝐶 Equação 3.
Onde, A = área de telhado (m2); P = precipitação anual (m); C = parcela da
precipitação que escoa (adimensional).
𝐷
𝐹𝐷 = 𝐴.𝑃 Equação 4.
𝑉
𝐹𝑅 = 𝐴.𝑃 Equação 5.
Apesar de ser recomendado um mínimo de 50 litros por pessoa por dia, pode-
se considerar, devido à escassez d’água na região, a demanda de água por
residências como sendo de 20 litros por pessoa por dia. Um consumo menor que o
mínimo recomendável, supondo-se então uma exceção na eficácia eliminação de
resíduos humanos. Valor esse mantido constante em todas simulações.
39
4.4 Fator de Demanda Máximo (FDm)
41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
42
Uibaí; Gentio do Ouro;
Canarana; Irecê; Ibititá;
Mesorregião 8 Rodelas; Xique Xique; Sento 5.661
Sé; Juazeiro; Casa Nova e
Barra do Mendes.
Morpará; Santana; Brotas de
Macaúba; Bom Jesus da Lapa;
Serra do Ramalho; Riacho de
Mesorregião 9 Santana; Parapirim; 3.596
Carinhanha; Palmas do Monte
Alto; Caetité; Urandi e
Guanambi.
TOTAL 57 postos 23.983 cisternas
43
5 Serrinha 746,2 210 0,71
5 Ipirá 536,0 30 0,77
6 Conceição do Coité 490,6 1.754 0,75
6 Paulo Afonso 460,7 400 0,70
6 Santa Luz 356,5 1.350 0,64
6 Euclides da Cunha 619,9 191 0,82
6 Queimadas 519,5 0,80 120
6 Jeremoabo 447,3 0,73 317
6 Monte Santo 589,7 0,79 110
6 Coronel João de Sá 241,0 180 0,49
6 Pedro Alexandre 305,6 180 0,61
7 Souto Soares 481,9 997 0,72
7 Mairi 549,1 244 0,69
7 Morro do Chapéu 598,0 75 0,73
7 Andaraí 996,8 30 0,72
7 Livramento de N. Sr.ª 531,7 120 0,80
7 Mundo Novo 763,9 217 0,77
7 Baixa Grande 608,5 681 0,59
7 Ruy Barbosa 706,0 488 0,65
7 Itaberaba 667,0 243 0,69
7 Utinga 525,8 28 0,74
8 Uibaí 639,2 152 0,72
8 Gentio do Ouro 559,5 948 0,83
8 Canarana 557,6 1.507 0,75
8 Irecê 609,7 48 0,78
8 Ibititá 543,2 328 0,73
8 Rodelas 247,5 9 0,66
8 Xique Xique 557,3 150 0,80
8 Sento Sé 553,8 400 0,81
8 Juazeiro 428,9 90 0,78
8 Casa Nova 467,5 360 0,79
8 Barra do Mendes 567,7 1.669 0,73
9 Morpará 776,5 211 0,82
9 Santana 791,8 447 0,78
9 Brotas de Macaúba 745,1 430 0,80
9 Bom Jesus da Lapa 771,4 30 0,74
9 Serra do Ramalho 666,5 100 0,76
9 Riacho de Santana 813,6 190 0,68
9 Parapirim 636,6 90 0,72
44
9 Carinhanha 816,8 74 0,81
9 P. do Monte Alto 734,5 190 0,77
9 Caetité 891,2 60 0,72
9 Urandi 769,7 600 0,72
9 Guanambi 645,8 1.174 0,76
5.3 Comportamento FR → FD
45
0,5
Exponencial
0,4 y = 0,0076e5,2836x
(Inhambupe)
R² = 0,9882
0,3
0,2
0,1
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
46
1,4 Exponencial (Souto y = 0,036e3,9373x
Soares) R² = 0,9784
Exponencial (Mairi) y = 0,0105e6,3729x
1,2
R² = 0,9948
Exponencial (Morro y = 0,008e5,7548x
1 do Chapéu) R² = 0,9877
Exponencial (Andaraí) y = 0,009e5,8391x
R² = 0,9578
0,8 Exponencial (L. de y = 0,044e3,5811x
Nossa Senhora) R² = 0,9746
47
1 y = 0,0377e4,4576x
Exponencial (Morpará) R² = 0,9949
0,9 Exponencial (Santana) y = 0,0429e3,3054x
R² = 0,9702
0,8 Exponencial (Brotas de y = 0,0396e3,5582x
Macaúba) R² = 0,9782
0,7 Exponencial (Bom Jesus y = 0,0397e3,5263x
da Lapa) R² = 0,9716
Exponencial (Serra do y = 0,0453e3,4211x
0,6
Ramalho) R² = 0,9643
Exponencial (Riacho do y = 0,0464e3,362x
0,5 Santana) R² = 0,9758
Exponencial y = 0,0519e3,111x
0,4 (Parapirim) R² = 0,9656
Exponencial y = 0,0449e3,2554x
0,3 (Carinhanha) R² = 0,967
Exponencial (Palmas de y = 0,0498e3,2834x
Monte Alto) R² = 0,9723
0,2 y = 0,0345e3,8756x
Exponencial (Caetité)
R² = 0,9674
0,1 y = 0,0426e3,642x
Exponencial (Urandi) R² = 0,9775
0 Exponencial y = 0,0252e4,6444x
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 (Guanambi) R² = 0,9852
100%
80%
60% 72,6%
40%
3,8%
20%
23,6%
0%
Inhambupe
49
100%
26,3% 33,3%
80% 42,6% 36,8% 41,2%
45,0% 48,4% 51,2%
8,8% 58,3% 65,1%
0,0%
60%
2,4% 19,8% 6,5%
12,1% 2,7%
40% 28,4%
64,9% 66,7% 14,6% 3,4%
52,6% 46,1% 52,3%
20% 39,5% 43,3%
29,0% 27,1% 31,4%
0%
100% 3,3%
1,1% 6,3%
15,3% 13,4% 12,3% 2,1%
90%
0,8% 5,8% 28,2% 27,0%
80% 37,4% 37,8% 15,0%
48,5%
70% 1,5% 1,7%
60% 0,0% 4,2%
50% 95,6%
8,6% 91,7%
40% 83,9% 80,8%
70,3% 72,7% 71,3%
30% 62,6% 58,0%
20% 42,9%
10%
0%
100%
90% 24,0%
80% 30,2% 37,0% 36,5% 34,3%
0,0% 42,8% 42,9% 40,9%
70% 3,4% 65,2% 56,8%
60% 72,2% 8,6%
9,3% 10,3%
50% 24,3% 14,3%
23,0% 3,0%
40% 76,0%
30% 66,4% 11,5% 57,1%
53,7% 8,0% 48,8%
20% 34,2% 39,2% 40,2% 42,8%
10% 23,3% 19,8%
0%
51
5.5 Curvas de Frequência acumuladas
50000
30000
8 mil litros
48,1% dos casos
20000
5 mil litros
22,6% dos casos
10000
12 mil litros
67,2% dos casos
0
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
52
Acréscimo de área de captação
250
200
150
100
50 80,00%; 56m²
0
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
Pode-se perceber que 80% das residências poderiam ter suas demandas
satisfatoriamente atendidas, com 95% de confiabilidade, com um acréscimo de até
56 m² na área de captação, e não com um aumento no volume da cisterna.
Salientando que o custo para o aumento na área de telhado é relativamente menor
que o custo para se aumentar o volume da cisterna.
Histograma
6,00% 100,00%
5,00% 80,00%
4,00%
Freqüência
60,00%
3,00%
40,00%
2,00%
1,00% 20,00%
0,00% 0,00%
1
6
26
11
16
21
31
36
41
46
51
56
61
66
71
76
81
86
91
96
Mais
Figura 23. Histograma da capacidade de abastecimento per capita dos sistemas de captação
P1MC (litros/por dia)
53
Nela visualizamos uma má distribuição dos recursos no atendimento a demanda
per capita por residência estudada. 8,75% das residências familiares são
abastecidas com uma demanda com menos de 10 litros por pessoa por dia, 48,8%
conseguem ser atendidas com 20 litros por pessoa por dia e apenas 5,39% das
residências familiares são atendidas com uma demanda acima do recomendável,
para atividades humanas, 50 litros por pessoa por dia. Ficando ainda mais
perceptível ao calcularmos o índice de Gini, na Figura 24.
1
0,9 y = 0,8981x2 + 0,0715x
0,8 R² = 0,9949
0,7
0,6
Água
54
6 CONCLUSÃO
56
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
57
DOSS-GOLLIN, J. FILHO, F. A. S. e SILVA, F. O. E. Analytic Modeling of
Rainwater Harvesting in The Brazilian Semiarid Northeast. Journal of The
American Water Resources Association, 2016.
58
OLIVEIRA, D. B. S. O USO DAS TECNOLOGIAS SOCIAIS HÍDRICAS NA
ZONA RURAL DO SEMIÁRIDO PARAIBANO: Entre o combate à seca e a
convivência com o semiárido. 2013. Tese (Mestrado em Geografia) – Programa
de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
PORTAL BRASIL. Amazonas já cadastrou mais de mil famílias no
programa Águas para Todos. Brasil sem Miséria, 2013. Disponível em:
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica.
SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Balanço
hídrico do Estado da Bahia. Salvador: 1999. 250p. SEI. Série Estudos e Pesquisa,
45.
SIMIONI, W. I.; GHISI E.; GÓMEZ L. A. Potencial de economia de água
tratada através do aproveitamento de águas de chuva em postos combustíveis.
Em: Encontro Nacional De Tecnologia Do Ambiente Construído, 10., 2004, São
Paulo.
SIMÕES, Y. S. COHIM, E. H. B. S. ARAÚJO, H. Avaliação Do
Comportamento Das Chuvas No Estado Da Bahia – Definição De Novos
Agrupamentos. 9º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo e Água de Chuva,
2014.
SOARES, D. A. F. et al. Sizing a rainwater reservoir to assist toilet
flushing. In: CIB W62 Seminar. Rio de Janeiro.
TOMAZ, P. Aproveitamento de água da chuva para áreas urbanas e fins
não potáveis. 2. ed. São Paulo: Navegar, c2003.
WERNECK, G. A. M. Sistemas de Utilização de água de chuva nas
edificações: o estudo de caso da aplicação em escola de Barra do Piraí. 2006.
Tese (mestrado em Arquitetura) – Programa de Pós-graduação em Arquitetura da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
59