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Universidade Save
Maxixe
2023
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Universidade Save
Maxixe
2023
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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos .................................................................................................................. 4
1.1.1.Objectivo Geral........................................................................................................ 4
1.1.2. Objectivos Específicos ........................................................................................... 4
2. Evolução dos sistemas de abastecimento de água ........................................................ 5
2.1. Cobertura em abastecimento de água ........................................................................ 6
2.2. Componentes e tecnologias de abastecimento de água ............................................. 8
2.2.1. Captação ................................................................................................................. 8
2.2.3. Adutoras ............................................................................................................... 11
2.2.3.1. Classificação das adutoras ................................................................................. 12
2.2.4. Tratamento de água .............................................................................................. 12
2.2.5. Rede de distribuição de água ................................................................................ 13
3. Situação da água, saneamento e higiene em Moçambique ......................................... 16
3.1. Factores que afectam o processo de saneamento básico do meio no mundo e em
moçambique ................................................................................................................... 18
3.2.Problemas relacionados com o fraco saneamento básico do meio nas comunidades20
3.3. Doenças relacionadas com o fraco acesso a água.................................................... 21
4.Conclusão .................................................................................................................... 22
5.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 23
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1. Introdução
Os serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais urbanas, a par
do fornecimento de eletricidade e da recolha e tratamento de resíduos, são indicadores
civilizacionais das nações e fontes de bem-estar e salubridade nas sociedades modernas.
1.1. Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
O objectivo geral deste presente trabalho é compreender a evolucao dos sistemas
de abasecimento de agua em Mocambique
Quadro 1: População (em meio urbano e meio rural) que recorre a diferentes tecnologias
de obtenção de água. Valores em percentagem (adaptado de OMS, 2010)
Moçambique (2008)
URBANO RURAL (%)
(%)
Agua da torneira 60 5
Ligação domestica 23 0
Dentro da habitação 6 0
Fora da habitação 17 0
Fontanário 20 4
Na habitação vizinha 18 1
Agua subterrânea 36 72
Poço ou furo 36 72
Nascentes 0 0
Agua da chuva 0 0
Agua de garrafa 0 0
Agua de superfície 3 22
Origens não adequadas 0 0
Quadro 3: População (em meio urbano e meio rural) que recorre a diferentes tecnologias de
obtenção de água. Valores em percentagem (adaptado de OMS, 2010)
Verifica-se que em meio urbano nos PALOP, é frequente obter-se água da torneira,
excepção feita à Guiné-Bissau, onde se recorre maioritariamente a água subterrânea. Em
meio rural, uma percentagem significativa da água consumida tem também origem
subterrânea. Relativamente à água obtida através de uma torneira, a ligação doméstica é
a opção mais comum nas zonas urbanas, e os fontanários, nas zonas rurais. A ligação
doméstica localiza-se frequentemente fora da habitação. Quanto ao recurso subterrâneo,
é mais vulgar o aproveitamento de água através de poços ou furos, do que a partir de
nascentes. Porém, em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, a realidade é contrária. Neste
último país, o número reduzido de poços pode ser um reflexo da natureza vulcânica da
ilha ou da contaminação que se tem identificado nas origens de água (Gibbs, 2005).
Relativamente às outras formas de obtenção de água, Cabo Verde é o único país que
recorre a água da chuva e de garrafa, em quantidades mensuráveis. A água de superfície
é também uma opção, nomeadamente em Angola e Moçambique. Por fim, são
identificadas outras origens não adequadas como os camiões-tanque, principalmente
utilizadas em meios urbanos de Angola.
2.2.1. Captação
Ao seleccionar a solução a adoptar para a captação de água, é necessário ter em conta a
quantidade e qualidade das diferentes origens de água disponíveis, ao longo do tempo,
bem como a facilidade de acesso. Nos PALOP, a diminuição da quantidade de água
disponível para consumo humano constitui um problema crítico, sendo Angola o país
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As formas mais comuns de captação de água nos PALOP são a captação superficial de
água de precipitação (“rain harvesting”), as captações em poços e furos. Apresentam-se
a seguir imagens das referidas opções de captação de água.
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e) Facilidade de acesso.
Segundo Pereira etal. (1987), a captação das águas superficiais é geralmente constituída
das seguintes partes:
5) Poços de tomada – poço destinado para instalação das tubulações de sucção das
bombas.
Figura: Grade utilizada para retenção dos sólidos grosseiros (a), Sistema de
bombeamento de água bruta do rio (b).
2.2.3. Adutoras
As adutoras são grandes tubulações ou canais utilizados no transporte de água entre as
unidades do sistema de abastecimento de água, como da captação para as estações de
tratamento e destas para os reservatórios. Em alguns casos, são instaladas ramificações
na linha de adução, as quais são denominadas de subadutoras. É importante observar que
não deve ocorrer distribuição de água directamente das adutoras aos consumidores, pois
isso reduz a vazão transportada e desequilibra hidraulicamente o sistema de
abastecimento de água.
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O escoamento da água na adutora por gravidade é tipo conduto livre, com a água sujeita
a pressão atmosférica no deslocamento de ponto mais alto para ponto mais baixo. Na
adutora por recalque ocorre transporte da água em conduto forçado, que é caracterizado
pela água apresentar pressão maior que a da atmosfera e ocupar totalmente a secção de
escoamento. Isso ocorre em sistemas que utilizam equipamentos para impulsionar a água.
A adutora é considerada mista quando apresenta trechos por gravidade e por recalque.
Normalmente, a interrupção do funcionamento da adutora compromete o abastecimento
de água na cidade, em proporções que podem variar com a vazão de água transportada e
com o tempo de interrupção. No projecto da adutora devem ser consideradas a vida útil,
a vazão de água e o tempo de funcionamento diário. A vida útil da adutora é relacionada
com a evolução da demanda de água, com o custo da obra e com a flexibilidade da
operação. O tempo de funcionamento da adutora é relacionado com a variação diária da
demanda de água na comunidade, com o custo de energia eléctrica e com a existência de
reservatório no sistema de abastecimento de água. É oportuno observar que a acumulação
de água em reservatório reduz o tempo de funcionamento da adutora e da estação
elevatório (bombeamento).
Por sua vez, a vazão de adução deve ser estabelecida com base na população abastecida
e no valor do consumo médio per capita de água, observando, ainda, o coeficiente de
segurança para as variações de demanda e o valor da perda de carga (de energia) na
adutora. A perda de energia é relacionada com a redução da pressão da água e ocorre ao
longo e em pontos localizados da adutora, como mudanças de direcção, mudanças de
diâmetro, órgãos acessórios, registros, válvulas, conexões etc.
Produzir água quimicamente estável, para que não provoque incrustações ou corrosão
excessiva nas tubulações de distribuição.
As redes malhadas com anel são constituídas por condutos troncos que formam anéis ou
malhas. Essa configuração em anel possibilita a reversibilidade no sentido das vazões em
função da demanda. Nessa disposição é possível abastecer qualquer ponto do sistema por
mais de um caminho, o que resulta em grande flexibilidade no abastecimento e na
manutenção da rede, porém essa configuração é mais dispendiosa devido às conexões e
acessórios requeridos.
Quadro 4: Cobertura em saneamento da população total, rural e urbana, para 1990 e 2008,
segundo as seguintes categorias: “Adequado”, “Ar livre”, “Não adequado” e
“Comunitário”. Valore em percentagem (adaptado de WHO e UNICEF, 2010)
A nível nacional, embora a proporção de pessoas sem acesso a fontes de água melhoradas
tenha reduzido de 65 por cento em 1990 para 49 por cento em 2015, as disparidades entre
as pessoas com cobertura nas zonas rurais e nas urbanas são acentuadas, sendo o número
estimado em 64 por cento e 17 por cento, respectivamente. Além disso, nas zonas rurais,
uma em cada cinco pessoas usa água de superfície como sua fonte primária de água para
beber. Situada em 36 por cento, Moçambique possui uma taxa de fecalismo a céu aberto
entre as mais elevadas da África Subsaariana e 76 por cento da população não tem ou não
usa saneamento melhorado: 88 por cento nas zonas rurais e 53 por cento nas zonas
urbanas e peri-urbanas.
Embora as zonas rurais sejam mais afectadas pela falta de serviços básicos de Água,
Saneamento e Higiene, até mesmo os indicadores urbanos moderadamente positivos de
Água, Saneamento e Higiene ocultam as graves lacunas de serviços prestados aos pobres
nas cidades e vilas em rápido crescimento, onde a falta de manutenção sistemática, o fraco
investimento e mandatos institucionais não claros têm prejudicado a prestação de
serviços.
a) Aumento da população
Os parasitas em geral possuem duas fases de vida: uma dentro do hospedeiro e outra no
meio ambiente. Enquanto estão no corpo do hospedeiro, eles possuem condições ideais
para seu desenvolvimento, como temperatura e humidade adequadas, além de dispor de
alimento em abundância. Quando estão no meio ambiente, ao contrário, estão
ameaçados e morrem com facilidade, devido à luminosidade excessiva, à presença de
oxigénio, de calor, e à falta de alimentos. O tempo que esses microrganismos passam
fora do hospedeiro deve ser suficiente apenas para que alcancem novos organismos,
continuando seu ciclo de vida (RIBEIRO & ROOKE, 2010).
Normalmente os parasitas são eliminados pelo portador junto com suas excretas, isto é,
fezes, urina e catarros, e então se misturam com os microrganismos que vivem
livremente no solo, na água e no ar. Assim, uma pessoa ainda sadia poderá ficar doente
se ingerir água ou alimentos contaminados e também se andar descalça ou mexer
directamente na terra que contenha excretas de pessoas enfermas ou contaminadas
(RIBEIRO & ROOKE, 2010). É comum os parasitas serem disseminados por insectos
(moscas, mosquitos, pulgas e baratas), ratos e outros animais que, por essa razão, são
chamados de vectores. Muitas vezes, a transmissão de doenças ocorre quando estes
animais picam uma pessoa enferma e em seguida uma pessoa sadia. A maior parte das
doenças transmitidas para o homem é causada por microrganismos, organismos de
pequenas dimensões que não podem ser observados a olho nu (Idem).
das doenças relacionadas com a água, com as fezes, com o lixo e com as condições de
habitação (RIBEIRO&ROOKE, 2010).
4.Conclusão
Aos factores que afectam o processo de saneamento básico do meio está o aumento
populacional que este não é acompanhado com o aumento de infra-estruturas de
saneamento, no caso concreto, as infra-estruturas de abastecimento de água, são
insuficientes para o número da população, e isto faz com que haja pressão das fontes
existentes e deterioração dos mesmos; o outro factor é a distância das instalações em
relação às residências, em que as populações não verificam distâncias recomendadas
fazendo com que haja muita proliferação de vectores; em seguida é a falta de
ordenamento territorial nos bairros.
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5.Referências Bibliográficas
DNA (2004). Manual Técnico para a Implementação de Projectos de Abastecimento
de Água e Saneamento Rural. República de Moçambique. Ministério das Obras
Públicas e Habitação. Direcção Nacional de Águas.
DNA (2006). Directrizes Técnicos para o Saneamento Rural. República de
Moçambique, Ministério das Obras Públicas e Habitação. Direcção Nacional de
Águas. Programa Nacional de Desenvolvimento do sector de águas;
PLANO ESTRATÉGICO DO DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO DE
INHASSORO (PEDDI). (2005).Administração do distrito de Inhassoro. S/ed., Junho,
Moçambique.
Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR).
(Fevereiro de2008). Manual de capacitação, S/ed., Moçambique, 77p.
RIBEIRO Júlia W. e ROOKE Juliana M. (2010). Saneamento básico e sua relação
com o meio ambiente e a saúde pública.S/ed, juiz de fora, Brasil, 36p.
RICHARDSON, Robert. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo:
Editora Atlas, 3ª edição, Brasil.
SERRA, António M. A. (2000): Os anos que abalaram Moçambique: Estudos de
saneamento e Desenvolvimento; CESA, ISEG/UTL, Lisboa.