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A filosofia da religião procura  A origem da religião no Escola psicológica: Sigmund Freud porque conhecer é perfeição maior do que física,

porque conhecer é perfeição maior do que física, no que respeita a metafísica, Kant
estudar/esclarecer a possibilidade e a dinamismo do psiquismo
duvidar, segundo Descartes, não posso ser começa por constatar que, segundo a
essência formal da religião na existência humano – Escola
A religião nasce do facto de o homem a causa da minha própria imperfeição de metafísica tradicional, a razão busca três
humana. psicológica. Sigmund Freud
não conseguir dominar a imensa ser, pois se eu mesmo fosse a causa, eu me conhecimentos fundamentais: a alma
A atitude fundamental do homem para - FENÓMENO AUTÓNOMO E INERENTE AO
complexidade de forças contrastantes daria todas as perfeições contidas na ideia (síntese das vivências subjectivas); o
com Deus, a base antropológica da religião HOMEM
que actuam dentro de si mesmo e é de Deus, que está em mim. Portanto, a universo (síntese das vivências objectivas)
é a fé. Segundo esta perspectiva, a origem da
causa da minha imperfeição é um ser e Deus (síntese final e suprema). os juízos
Três golpes para a Igreja católica 1) cisma religião é algo natural e inerente ao levado naturalmente a convencer-se da
perfeito, Deus. sintéticos a priori não são possíveis na
do Oriente (1054); 2) a reforma (séc. XVI) e homem; o homem é, por natureza, existência de um ser todo poderoso, cujo
Portanto, o Eu do ser imperfeito remete a metafísica, a metafísica é impossível como
a condenação de Galileu. religioso- Escola filogenética/naturalista. poder se faz sentir dentro de si mesmo uma causa perfeita. ciência. A metafísica quer conhecer o
A filosofia moderna substituiu o tema Deus Resumindo as escolas: para que se coloque em tudo na sua Estas duas mencionadas provas são a incognoscível.
– central na filosofia medieval – pelo tema Escola Filogenética/naturalista dependência. posteriori (se temos ideia de Deus, então Kant e as provas de existência de Deus:
homem. a filosofia deixa de pensar na Filogenia é o estudo da evolução dos
Ele existe; se somos limitados, então existe 1) a prova ontológica (da ideia do ser
metafísica e passa a pensar a realidade do povos.Epicuro Uma vez que o homem o perfeito). perfeitíssimo deduz-se a existência);
mundo. “o facto de o homem não conhecer
3ª: (aspecto essencial) – prova a priori. É 2) a prova cosmológica (da contingência do
Filosofia de religião tem duplo objecto: devidamente a natureza, nem conseguir
 desconhece os impossível pensar a Deus como ser mundo infere-se a existência do ser
Objecto material: a religião e formal: razão controlar um grande número de
mecanismos que actuam perfeitíssimo sem pensá-lo necessário);
O que é a religião? A religião tem a ver fenómenos naturais, leva-o a acreditar na
no seu inconsciente, necessariamente existente. 3) a prova físico-teleologica (da ordem e da
com a relação entre o homem e a existência de seres que tudo sabem e tudo
 sente-se acorrentado a A ideia que Descartes tem de Deus harmonia existentes no universo, infere-se
divindade (Deus ou deuses). podem fazer em seu próprio proveito. A
forças invencíveis, Deus é uma substância infinita, eterna, a existência de Deus como mente
Breve enquadramento da questão de religião é só a arte de captar os favores dos
 sente-se possuído por imutável, independente, omnisciente, ordenadora).
Deus deuses e a sua proteção contra todo o
ideais inacessíveis, ele omnipotente. a razão pura não pode demonstrar a
Idade Antiga: encarra a religião como algo género de perigos com que se sentem
imagina que tem de existir No conflito entre a fé e a razão existência de Deus.
que faz parte da totalidade. parte do ameaçados.
um ser que tudo governa e transferir o lugar da certeza original de querendo provar algo fora das premissas.
cosmo, Deus é o fundamento originário Na base de estudos filogenéticos, o homem
que exige inteira Deus para o homem, para a razão humana. Com isso nada prova.
(Anaximandro); Deus é ser imutável constata a presença destes tipos de
obediência. Parte-se agora da certeza de si próprio para Kant, é impossível demonstrar
(Parménides); ordem do mundo atitudes e comportamentos, por exemplo,
Religião é uma ilusão que consiste em para a certeza de Deus. o teocentrismo racionalmente a existência de Deus. Somos
(Heraclito); Deus é nous (inteligência) no modo como são enterrados os mortos.
considerar fora e acima de tudo, o que passa a ser substituído pelo incapazes de juízos científicos sobre Deus
princípio do movimento do mundo a) Medo (em virtude de estar-se diante de
não passa de simples produto das forças antropocentrismo. porque ele não ocorre no espaço e no
(Anaxágoras). força incontrolável) e b) Pedido de favor
incontroladas do inconsciente humano. A fé constitui excepção das regras gerais da tempo.
Idade Média: Deus é o centro da (acredita-se que uma vez que passou para
evidência. Estará Kant a negar a existência de Deus?
explicação de toda a realidade (quem lá, tem poder de negociar em nosso favor
2. BLAISE PASCAL (1623-1662) Não. A crítica de Kant não significa negação
busca a verdade desemboca em Deus; com outras forças). Escola antropológica: Feuerbach e
Homem do pathos da existência de Deus nem significa a
quem busca a felicidade desemboca em Escola Sociológica: Émile Durkheim. NietzscheReligião é antropologia. É o Segundo Pascal, espírito e razão são, resignação da razão. Significa sim uma
Deus ). A sociedade contém todos os ingredientes homem que produz a religião porque conhecimento mediado, enquanto o convicção ético-religiosa de que devem ser
Idade moderna: antropocêntrica modificou para fazer despertar nos seus membros o precisa libertar-se. Cada ser humano SENTIMENTO é conhecimento intuitivo e respeitados os limites da razão.
também o problema de Deus: a) as ciências sentido do divino". A sociedade é um sente em si mesmo um poder e uma imediato. Para Kant, a razão humana tem a tendência
dispensam a hipótese da causa primordial "grande pai", que impõe a sua vontade a força de expansão para lá de todos os Drama: o Homem, só e perdido no natural de ultrapassar esses limites; é uma
e preferem a ideia da regularidade dos todos os "filhos" e tudo dirige para manter limites a que ele normalmente se vê universo, pois não mais percebe os necessidade metafísica arraigada no ser do
fenómenos naturais; b) a questão de Deus a sua autoridade sobre a vontade dos
confinado na sua existência e julga que vestígios do criador, contrariamente à próprio homem. Mas, se a razão tem
passa a ser tematizada não mais a partir do indivíduos. Os homens, uma vez
deve existir um ser diferente dele, com cosmovisão medieval em que o homem limites, como é que ela pode corresponder
mundo, mas a partir da mediação do impregnados pela sensação dum poder
um poder infinito e dedica-se a prestar- ocupava lugar determinado no plano de a esta tendência natural?
homem e das suas relações com o mundo, que os transcende e do qual não
lhe culto como se de um outro Deus. Responde Kant: pela razão prática, ou seja,
ou seja, a partir da subjectividade. conseguem libertar-se, facilmente se
completamente diferente se tratasse. 1. Miséria: o Homem, com os seus sentidos, não se conhece Deus pela ciência, mas pela
Iluminismo e religião convencem da existência dum ser
com a sua imaginação, sua razão, seus moral. Pela razão pura conheço o que é;
para Kant o iluminismo é “saída do homem soberano a quem todos devem obedecer. RENÉS DESCARTES
erros e suas esperanças está, num abismo pela razão prática conheço o que se deve.
da sua menoridade”. A menoridade é a Dai o aparecimento da Religião.
de contradições, sem referências. Quem é A crítica da razão prática
incapacidade de servir-se do seu próprio A sociedade, exercendo poder sobre os Duas premissas:1) Duvida-se da o homem dentro da natureza? Nada! Nada É preciso reconhecer o seu limite e não
entendimento sem a direcção de outrem. homens, cria neles uma predisposição à existência de Deus (Razão)2) O Homem em relação ao infinito: tudo em relação ao concluir que o que ela não conhece não
«sapere aude», a máxima do iluminismo, obediência, a qual é transferida para uma está a busca da certeza absoluta para a nada; um ponto intermédio entre tudo e existe.
que significa: tem a coragem de servir-te autoridade suprema, que acreditam existir sua própria existência. Ora, onde nada. Infinitamente incapaz de Os postulados da acção prática: a liberdade
do teu próprio entendimento. e que submete a todos. encontrá-la? (Fé) compreender os extremos, tanto o fim das e a imortalidade.
Consequências do Iluminismo  A origem da religião no coisas como o seu princípio permanecem Toda a acção voluntária se apresenta à
No campo político dinamismo do psiquismo
Descartes, Descreve Regras para a ocultos num segredo impenetrável, e é-lhe consciência sob forma de mandamento ou
 Reconhecimento da humano – Escola
direção do espírito, diz: igualmente impossível ver o nada de onde imperativo. São hipotéticos quando se
liberdade e igualdade de psicológica. Sigmund Freud saiu e o infinito que o envolve. apresentam sob forma de hipótese –
todos os homens; - FENÓMENO AUTÓNOMO E INERENTE AO
- Os estudos devem ter por fim dar ao Grandeza: o homem é um ser pensante. o condicional (se quiseres viver, deves
 Declaração dos direitos HOMEM homem não passa de caniço, o mais fraco alimentar-te) ou disjuntivos (ou comes ou
humanos; Segundo esta perspectiva, a origem da espírito uma direção que lhe permita
da natureza, mas é caniço pensante morres). São categóricos se se apresentam
 Crise de autoridade. religião é algo natural e inerente ao proferir juízos sólidos e verdadeiros sobre
(miséria e grandeza). como incondicionais (não mates o
No campo do conhecimento homem; o homem é, por natureza, tudo o que se lhe apresenta (regra 1).
3. A aposta de fé semelhante). A moralidade corresponde
 comportamento racional religioso- Escola filogenética/naturalista. O que fará o homem? Duvidará de tudo? aos imperativos categóricos. A acção é
perante a realidade; Resumindo as escolas: - Os objectos de que nos devemos ocupar Reconhecer-se miserável e escutar a Deus moral, para Kant, quando feita
 A técnica e a ciência deram Escola Filogenética/naturalista são apenas aqueles que os nossos são as duas atitudes que Pascal encontra simplesmente por respeito ao dever,
ao homem um senhorio Filogenia é o estudo da evolução dos espíritos parecem conseguirem conhecer como solução independentemente do seu conteúdo
sobre as coisas para a sua povos.Epicuro de maneira certa e indubitável (regra 2). Segundo Pascal, não é a Filosofia que empírico. Esta é a lei moral universal.
manipulação e “o facto de o homem não conhecer poderá responder ao enigma humano, mas Kant propõe uma moral autónoma, Sem
planeamento:, despido dos devidamente a natureza, nem conseguir a mensagem cristã. Pascal busca o ser livre, a vontade não poderia ser
É preciso que a ideia seja clara e distinta.
vestígios de Deus, controlar um grande número de fundamento da certeza na fé e não no autónoma nem ser moralmente meritória,
Ideia clara é uma percepção presente e
 No campo religioso fenómenos naturais, leva-o a acreditar na pensamento. Ao cogito, ergo sum de boa ou má. A liberdade é a primeira
existência de seres que tudo sabem e tudo aberta à atenção da mente como coisa
 Religião, fenómeno Descartes, ele opõe credo, ergo sum. Ele condição da possibilidade da consciência
podem fazer em seu próprio proveito. A que está diante dos olhos. A ideia
ultrapassado. A religião é tem certeza de que o homem só reconhece moral. Portanto, o primeiro postulado
suspeita como ideologia religião é só a arte de captar os favores dos distinta é aquela que, sendo clara, de tal
a Deus pelo coração – é o coração que metafísico, da consciência moral é a
 Verifica-se a deuses e a sua proteção contra todo o modo está separada e depurada de todas
sente Deus, e não a razão. liberdade.
desmitologização das género de perigos com que se sentem a outras, que não encerra em si
Síntese: o conhecimento de Deus sem a O segundo postulado da razão prática é a
concepções religiosas ameaçados. absolutamente nada mais do que aquilo própria miséria faz orgulho. O imortalidade: é necessário que além deste
(questiona-se a existência Na base de estudos filogenéticos, o homem que é claro. Portando a ideia clara e conhecimento da própria miséria sem o de mundo haja um mundo metafísico no qual
física de certas figuram constata a presença destes tipos de distinta, é aquela que resiste a toda a Deus faz o desespero. O conhecimento de o que é seja idêntico com o que deve ser. É
mencionadas nos livros atitudes e comportamentos, por exemplo, dúvida. Jesus Cristo encontra-se no meio, porque um postulado que requer uma unidade
sagrados). no modo como são enterrados os mortos. nele encontramos Deus e nossa miséria sintética superior entre esse ser e o dever
 A constituição de Estados a) Medo (em virtude de estar-se diante de Ponto de apoio: ser. A essa síntese unitária Kant chama
Modernos, que garantem a força incontrolável) e b) Pedido de favor Pascal contra a razão? Deus. Ou seja, além do mundo fenoménico
liberdade e o direito levou (acredita-se que uma vez que passou para É preciso saber duvidar quando necessário, deve haver um ente no qual nossa
Descartes para provar a existência de
ao questionamento da lá, tem poder de negociar em nosso favor afirmar quando necessário evitando aspiração se realize. Tal ente é Deus.
com outras forças). Deus. Para encontrar a Deus,não parte
tradição moral da Igreja e cometer um destes três pecados: 1) afirmar Portanto, enquanto a razão pura nos
Escola Sociológica: Émile Durkheim. do mundo mas de si mesmo. 1º numa
instituições a ela conexas. tudo como demonstrativo, por falta de permite conhecer o mundo real
A sociedade contém todos os ingredientes esquema causal – causa efeito: Deus é a
AS ESCOLAS conhecimentos em demonstrações; 2) fenoménico, a razão prática nos conduz até
De facto, a religião tem a sua génese na para fazer despertar nos seus membros o causa de toda a perfeição. A ideia de
duvidar de tudo por não saber quando é Deus, ao reino das almas livres e imortais.
convicção de que existe uma realidade sentido do divino". A sociedade é um Deus é inata no Homem. 2º de maneira
necessário submeter-se; 3) submeter-se a Portanto, Kant rejeita as provas puramente
que está acima da realidade do nosso "grande pai", que impõe a sua vontade a ontológica – da ideia á existência. tudo por não saber quando é preciso julgar. racionais da existência de Deus. Fala da
contacto diário com a qual o homem todos os "filhos" e tudo dirige para manter Prova de existência de Deus em Pascal. existência de Deus como postulado da
pretende comunicar e da qual deseja a sua autoridade sobre a vontade dos Para determinar a existência de Deus é A razão não pode decidir, demonstrar se razão prática. Kant mostra que nem pela
participar. indivíduos. Os homens, uma vez preciso saber antes o que é Deus – a Deus existe ou não porque entre nós e razão pura nem pela razão prática se pode
impregnados pela sensação dum poder essência divina. Deus é o ser mais perfeito Deus há distância infinita. Por isso, demonstrar a existência de Deus. Deus é,
qual é a origem dessa convicção, por um que os transcende e do qual não e que de sua perfeição também faz parte apostemos cara ou coroa, a favor da para Kant, a condição (transcendental) de
lado, de que há uma realidade superior e, conseguem libertar-se, facilmente se existência de Deus. se ganhamos, possibilidade da moral e da felicidade.
a sua existência. Para conhecer o que
por outro, do desejo de comunicar-se com convencem da existência dum ser ganhamos tudo. Se perdemos, nada A religião dentro dos limites da razão
Deus é, não se precisa raciocinar pois é
ela e de participar dela? soberano a quem todos devem obedecer. perdemos. Portanto, vale a pena (é Kant sustenta uma concepção moralista da
Dai o aparecimento da Religião. ideia inata.
Duas origens da região racional) apostar e correr risco de nos religião.
- ORIGEM ADVENTÍCIA A sociedade, exercendo poder sobre os equivocarmos numa aposta em que temos -A questão do bem e do mal. Para Kant, o
homens, cria neles uma predisposição à Para saber se uma coisa existe, é
Segundo esta perspectiva, a religião todas as probabilidades de ganhar e bem e o mal pertencem não à natureza, e
origina-se, ao longo da história, na vida de obediência, a qual é transferida para uma necessário que antes se saiba o que tal
nenhuma de perder. A fé e a base da razão sim a acto livre e responsável do homem.
um indivíduo, por razões estranhas ao autoridade suprema, que acreditam existir coisa é. Se não se soubesse o que Deus é,
e a solução dos mais vitais problemas. - A pessoa de Jesus Cristo: luta entre o bem
mesmo indivíduo, é vista como uma e que submete a todos. jamais se podia demonstrar sua 3. KANT e o mal, Cristo é o ideal personificado do
actividade ocasional: Escola psicológica: Sigmund Freud existência. A essência precede a Razão crítica e religião. princípio bom no qual se cumpriu a
 A origem da religião tem A religião nasce do facto de o homem não existência, para demonstrar a existência Kant tentara responder a 3 questões, perfeição moral. Todos os homens devem
influência da sociedade conseguir dominar a imensa complexidade de Deus, o ponto de partida será nomeadamente: 1) como são possíveis os elevar-se a este ideal.
(Émile Durkheim)- Escola de forças contrastantes que actuam dentro necessariamente o conhecimento da juízos sintéticos a priori na matemática? 2) - à Igreja invisível: chama Igreja invisível.
sociológica de si mesmo e é levado naturalmente a essência divina. como são possíveis os juízos sintéticos a Deve ser universal, fundada na fé religiosa
 A origem da religião veem convencer-se da existência de um ser todo priori na física? 3) são possíveis os juízos pura. Tudo o que Deus exige dos homens é
da necessidade de poderoso, cujo poder se faz sentir dentro sintéticos a priori na matemática? conduta moralmente boa.
Três provas de existência de Deus
contornar as forças de si mesmo para que se coloque em tudo Se mostra a possibilidade dos juízos a fé numa religião de culto é a fé de
indomáveis da natureza – na sua dependência. sintéticos a priori na matemática e na escravo e mercenário, pois o culto em si
Escola antropológica.
1ª: aspecto existencial, Não existe um bolo de formato triangular se não existir uma forma de formato triangular. Não teríamos e ideia de Deus se Deus não existisse.

2ª: EU PENSANTE pelo facto de eu duvidar, sou imperfeito e limitado ,

não tem o valor moral, mas é imposto


pelo medo e pela esperança.

- à Igreja como Instituição: A única


verdadeira religião é a moral. O
verdadeiro culto é cumprir dever moral
como mandamento de Deus. tudo o que
os homens creem poder praticar para se
tornarem agradáveis a Deus é pura ilusão
e falso culto.

há três formas de fé ilusória, quando


ultrapassamos os limites da razão:

1) a crença nos milagres como superação


das leis da experiência empírica;

2) a ilusão pela qual se admitem


realidades além dos conceitos racionais
ou a crença nos mistérios;

3) a ilusão que nos leva a empregar meios


naturais para produzir o efeito de
provocar a influência sobrenatural de
Deus sobre nossa moralidade ou a crença
nos meios da graça.

4. LUDIG WITTGENSTEIN (1889-1951)

L. Wittgenstein se posiciona como


empírico e místico.

A questão da linguagem

Wittgenstein parte da ideia de que a


linguagem tem limites impostos por sua
estrutura interna, limites que manifestam
os limites do próprio pensamento.

no Tractatus, assim se exprime em forma


de postulado: O QUE SE PODE DIZER, EM
GERAL SE PODE DIZER CLARAMENTE; O
QUE NÃO SE PODE FALAR, SE DEVE
CALAR.

Apelo ao Silêncio?

NoTractatus, é consequente não dizer


nada de Deus e da religião, pois os factos
são o único objecto da ciência. Os factos
são mensuráveis, determináveis. O
infinito não é mensurável. Portanto, a
ciência, consequentemente a filosofia,
trata do finito dos factos.

Do que não se pode falar?

Deus não se revela no mundo. As


proposições com sentido são as que
cabem no campo intra-mindano = os
limites da minha linguagem denotam os
limites do meu mundo.

Então, tudo se limita ao mundo físico,


circunscrito na limitação da linguagem?

Wittgenstein sustenta que Deus é


indizível, porque, não ocorrendo na
experiência, a linguagem não o alcança.

Que importância tem o indizível?

Para a vida humana é muito importante:


sentimos que ainda que a todas as
possíveis questões científicas fosse dada
resposta, nossos problemas vitais não
teriam sido tocados.

Onde buscar o sentido? O valor?

O mundo não pode fundar o valor, deve


ter sua origem fora do próprio mundo, em
algo necessário, não pode ser a lógica (a
lógica foi reduzida à linguagem). Nisto,
Wittgenstein afirma a necessidade de
Deus como fonte do valor, assim, através
do problema ético chega à questão de
Deus, como exigência da sua visão total
do mundo.

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