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CORRENTES ÉTICAS NA

IDADE MÉDIA
TOMAS DE AQUINO
Escolástica
(scholasticus, σχολαστικός)

Método crítico no ensino

Escolas monásticas Escolas palatinas Escolas episcopais

Séc. IX Universidades Séc. XVI

Deus Substância
Existência
Universais Ente Transcendental
Intelecto
Essência Ser
Transcendentais

Disputa / Disputatio

Lectio / meditatio Quaestio Disputatio


Tomás de Aquino
(1227 a 1274)

Algumas obras:

Preces
Sermões
Suma Contra os Gentios
Suma Teológica
Exposição sobre o Credo
O Ente e a Essência (1248-1252)
Compêndio de Teologia (1258-1259)
Comentários ao Evangelho de São João
Comentários da Epístola de São Paulo
Comentário às Sentenças
Relação entre
filosofia e teologia
Santo Tomas não funde a filosofia com a
teologia nem tampouco as mantém
DEUS
separadas. Sua tendência constante é Demonstração da existência, natureza e atributos,
estabelecer um equilíbrio que não resulta de etc.
uma mera distribuição de temas, já que em
CRIAÇÃO
muitos casos os temas filosóficos e teológicos Os anjos, o mundo, o homem, e dentro deste último
são os mesmos. (MORA, 2004) tema: a alma, a união da alma com o corpo, as
potencias humanas, etc.

GOVERNO DIVINO
Providencia, destino, etc.

Não pode haver, segundo Santo Tomás, incompatibilidade entre a fé e a razão. A razão pode, e deve, mover-se com toda
a liberdade, sem temor de encontrar (desde que proceda retamente) nada contrário à fé; em suma a razão pode
encontrar com verdades que lhe são inacessíveis e impenetráveis. (MORA, 2004)
A estrutura da O homem como
realidade criada imagem de Deus
• As criaturas possuem • O homem é composto
essência e existência de corpo e alma. O
como composição corpo vincula ao
metafísica frente a mundo sensível e à
Deus como ser potencia da vida. A
necessário e infinito, alma se vincula ao
autor da existência espiritual como
das criaturas. princípio da vida.
Duas classes de virtudes

VIRTUDES
INTELECTUAIS MORAIS
HUMANAS
Duas classes de virtudes Hábitos dos primeiros princípios: evidentes por si.

Sabedoria: Princípios demonstrados pelas causas


Teóricas
mais elevadas.

Ciência: Princípios demonstrados pelas causas


mais próximas.
INTELECTUAIS

Arte: (Técnica) reta razão no fazer.


Práticas

VIRTUDES Prudência: (Ética) reta razão no agir.

Prudência

Justiça
MORAIS Vontade
Coragem

Temperança
LEI NATURAL
Dirige e ordena os atos dos seres naturais para um bem próprio, relacionando com a lei moral
que ordena fazer o bem e proíbe fazer o mal.

LEI POSITIVA
Lei do Estado que deve ser justa e boa, que tenha origem e fundamento amplo e beneficie os
seres humanos.

LEI ETERNA
Lei inalterável que descansa na própria razão de Deus e da qual derivam as demais leis, Deus
que ordena todas as ações, tanto humanas como não humanas dirigidas para seu fim.
“Afinal, a autonomia estrita de uma ética filosófica no medievo dependeria
de como a teoria da felicidade seria tratada sem a teologia.

Nesse caso ou no outro, de um jeito ou de outro, a ética circularia em torno


da pergunta central da fundamentação prática, a saber, em torno da
pergunta geral – comum à filosofia grega – “Para o ser humano, o que é a
vida boa?” ou “Para o ser humano, qual é a melhor forma de viver a ser
alcançada?”.

Como é sabido, para a filosofia prática de Aristóteles era tarefa central


mostrar que e como a “vida virtuosa” – no exercício, e não na mera posse
da virtude – seria o melhor meio para um ser humano atingir a eudaimonia
respectiva à sua natureza, seja ela estipulada na realização teórica ou na
realização “política”. Em última análise, esse caminho filosófico também é
percorrido por Santo Tomás na Prima Secundae”. (PICH, 2011, p.111)
Tomás de Aquino desenvolve um argumento para mostrar que um ser humano
necessariamente – ainda que nem sempre com consciência – busca tudo o
que busca por causa do seu próprio fim último, a felicidade.

Inicialmente, dizer que todas as ações do ser humano, enquanto do ser


humano, são “por causa de um fim” (propter finem), resulta ou é dependente
da afirmação de que é próprio do ser humano “agir pela razão e pela vontade”
(per rationem et voluntatem agere). Tomás de Aquino enfatiza o ponto acerca
das ações próprias do ser humano (propriae ou humanae) ou “enquanto é ser
humano” (inquantum est homo).

a) Próprio é que o ser humano é “senhor” (dominus) das suas ações;

b) o ser humano só pode ser senhor das suas ações pela razão e pela vontade
(per rationem et voluntatem), das quais o liberum arbitrium é uma faculdade:
isso equivale a dizer que “propriamente humanas são chamadas aquelas
ações que procedem da vontade deliberada”. (PICH p. 113)
“A ética de Santo Tomás, em seu todo, é profundamente “centrada na
razão”; afirma-se explicitamente que, no ser humano, o bem e o mal –
das ações e do caráter – são tomados por comparação com a razão, em
que

o bem é o que lhe convém “segundo a razão de ser” (ou de ser como sua
segunda natureza porque bem-fim da sua natureza),

e o mal é o que está “além da razão” (praeter rationem, citando o


pseudo-Dionísio)”. (PICH p.121)
Quinque viæ
1ª VIA 2ª VIA 3ª VIA 4ª VIA 5ª VIA

Pelos graus de
Pelo movimento Pela causa eficiente Pela contingência Pela finalidade
perfeição

Há entes que possuem


Há seres carentes de
Causas eficientes Existem coisas que em grau maior ou
Ponto de partida movimento conhecimento que agem
subordinadas nascem e morrem menor certas
por um fim;
perfeições;
Nada é causa de si Entes carentes de
Princípio de causalidade; O mais e o menos
mesmo; Impossível que tudo seja conhecimento tendem a
Passagem Impossível o processo ao demandam ao máximo
Impossível o processo ao contingente. um fim porque dirigidos
infinito; como causa exemplar;
infinito; por uma mente;
Existe algo necessário; Deve existir o máximo
Existe a causa não Logo existe uma mente que
Ponto de chegada Existe o motor imóvel. Existe o necessário na causalidade
causada. os dirige.
absoluto. exemplar.

DEUS
O fim da atividade moral é para Santo Tomás o bem, mas este bem está fundado em
Deus, único ser que é absolutamente o Bem. A essência última da felicidade como
beatitude é a visão da essência divina, a qual é a essência do Bem (ou da Bondade ou do
Bom). Por isso a reta vontade tende ao Bem, como a reta inteligência tende à Verdade.
(MORA, 2004)

Todos os demais bens não são fins últimos, mas não são descartados, porque são fins
subordinados ao fim último e meios para alcançar esse fim. (MORA, 2004)
“Para São Tomás como para toda a tradição clássica, a ética tem como fundamento
necessário uma Metafísica, e a estrutura inteligível do agir humano repousa na
continuidade entre o especulativo e o prático.” (VAZ, p. 212)

Ordem

Ato Todo ser, enquanto ato, é perfeito em sua ordem, ou seja,


orientando para o seu fim e agindo em vista desse fim. Tal é
a ação ética enquanto ato humano que deve realizar, por
definição, a perfeição do ser humano enquanto ser racional
e livre. Bem e fim ou perfeição e ordem são pois categorias
Fim metafísicas que subjazem à Ética tomásica como ética
filosófica e que devem ser levadas em conta a cada passo
de sua elaboração conceptual.

Ação ética

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