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Filosofia Geral e Jurídica

Profª Drª. Maria Anastácia Maia Carbonesi


Para Filosofar
Severo Hryniewicz

Nascimento da Filosofia
Marilena Chauí
PARA QUE FILOSOFIA?

A decisão de não aceitar como óbvias e


evidentes:

 as coisas
 as ideias
 os fatos
 as situações
 os valores
 os comportamentos de nossa existência cotidiana.
Reflexão Filosófica

 Movimento de volta sobre si mesmo ou movimento


de retorno sobre si mesmo;
 A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento
volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.
Filosofia Ciência

Religião Saber Popular


FILOSOFIA

Phílos Sophía
(Amigo) (Sabedoria)

O Filósofo
 Não é aquele que detém o saber, mas o que vive em
sua busca constante, é o amante da sabedoria

Platão
 O filósofo, não é nem ignorante nem sabedor, é
movido pelo desejo erótico de alcançá-la
SABER  É a posse de algum conhecimento

SABEDORI  Tem como posse somente o espírito indagador de


A alguém que formula problemas e sai em busca de
possíveis soluções, sem nenhuma certeza de tê-
los resolvidos

Filosofia Sabedoria
 Possui mais PERGUNTAS do que RESPOSTAS

Para que serve a Filosofia? (Visão Utilitarista)

 Estuda somente para obter um diploma e ganhar dinheiro


 Aceita uma religião pelas vantagens que ela lhe trás - Cura
 Tem amizade por que as pessoas lhe são úteis
 Aceita a ciência quando esta lhe trás benefícios

Dá dinheiro ou é imediatamente prático, então vale a pena, caso


contrário...
Disciplinas Filosóficas

 Ética – Relacionados a vida moral


 Antropologia Filosófica – Quem é o homem?
 Filosofia da Cultura – Manifestações culturais
 Filosofia Política – Necessidade, fundamentos e legitimidade do poder
político
 Filosofia Social – Aspectos da vida social
 Filosofia do Direito – Os fundamentos do Direito
 Filosofia da Comunicação – Origem e estrutura do fenômeno da
comunicação humana
 Filosofia da História – Historicidade do ser humano
 Filosofia da Religião – Sentimento de religiosidade do homem
 Filosofia da Educação – Sentido da atividade educativa, o alcance dos
método
A raposa e a uva

 Situações da existência
humana – Ciúme,
cobiça, inveja

 Pecado que estejam verdes, uma porcaria!


A roupa nova do rei

O Rei está nu!


(Filosofa é olhar criticamente)
As botas do camponês

Pode passar, essas pernas não são minhas!


(Alienação)
Tipos de conhecimentos

 Aborda criticamente grandes temas


 Emprega a razão crítica
Filosofia
 Se esforça para compreender os seus
porquês

 Conhecimento racional, metódico,


relativamente verificável e sistemático
Ciência  Faz uso da razão objetiva
 Procura explicar como as coisas
funcionam
Tipos de conhecimentos

 Compreensão da realidade a partir da fé


Religião na existência de um Deus

 Conhecimento superficial, acumulado e


Senso repassado pela tradição
Comum  Orienta os homens nos seus afazeres
cotidianos
 Suas origens assentam-se nas vivências
pessoais ou do grupo social
O Declínio dos Mitos
Gilberto Cotrim, 2006

Mito e Filosofia
Marilena Chauí
Condições Históricas – Surgimento da Filosofia

Viagens Marítimas Invenção Calendário Invenção da Moeda

Vida Urbana Invenção da Escrita Invenção da Política


Pitágoras
 Invenção da palavra Filosofia
(Século V a.C)

Nascimento da
 Séculos VI e VII a. C
Filosofia Ocidental

SABER
PENSAMENTO
MÍTICO
RACIONAL
MITO
 É uma narrativa sobre a origem de alguma coisa
(Morte, Guerra, Plantas, Animais, Universo etc.)

Mytheyo  Contar, narrar, falar alguma


coisa para outros

 Conversar, contar, anunciar,


Mytheo nomear, designar

 Discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que


recebem como verdadeira a narrativa, por que confiam
naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada,
na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador.
TEBAS - CORINTO
Período Pré-socrático ou Cosmológico

 Se ocupava fundamentalmente com a origem do mundo e


as causas das transformações da natureza

 Pai da filosofia – 1º pensador grego


 Astrônomo – Previu o eclipse total do
sol em 585 a.C
 A água é a substância primordial, a
origem de todas as coisas
 Somente a água permanece
basicamente a mesma em todas as
transformações dos corpos, apesar de
Tales de Mileto assumi diferentes estados: sólido,
líquido e gasoso
 A essência de todas as coisas reside
nos números – Representam ordem e
harmonia
 Criou a escola Pitagórica –
Contribuições no campo da matemática,
astronomia e música
 A essência dos seres, teria uma
estrutura matemática da qual derivariam
Pitágoras como:
de Samos
finito-infinito; par-impar; unidade-
multiplicidade; circulo-quadrado etc.
 Opositor ao pensamento de Heráclito
 Defendia a existência de dois caminhos
para a compreensão da realidade:
1) Filosofia, razão e essência
2) Crendice, opinião pessoal,
aparência enganosa

Parmênides  Concluiu que o ser é eterno, único,


de Eléia imóvel e ilimitado
 Sabia que é no mundo da ilusão, das
aparências e das sensações que os
homens vivem o seu cotidiano
 1º Representante do pensamento
dialético
 Concebia a realidade do mundo como
algo dinâmico, em permanente
transformação – Mobilista
 A vida era um fluxo constante,
Heráclito de impulsionado pela luta de forças
Éfeso contrárias:

Ordem – Desordem
Justiça – Injustiça
Bem – Mal
Racional – Irracional
Belo – Feio
Construção - Destruição
Alegria – Tristeza
 Esforçou-se para conciliar Parmênides
e Heráclito

 Defendia a existência de 4 elementos


primordiais, que constituem as raízes
de todas as coisas: Fogo, Terra, Água
e Ar.

Demócrito
de Abdera  Responsável pelo desenvolvimento do
Atomismo

 Átomo – Todas as coisas que formam a


realidade são constituídas por
partículas Invisíveis e Indivisíveis
Heráclito de Éfeso

 A única coisa que não muda é que tudo muda


Da Filosofia Clássica ao
Helenismo
Autor: Gilberto Cotrim, 2006
Período Socrático ou Antropológico

 A Filosofia investigava as questões humanas


 Interesse no próprio homem e nas relações políticas
do homem com a sociedade

SOFISTAS – Os mestres da Argumentação

 Professores viajantes
 Por determina preço, vendiam ensinamentos
 Davam aula de eloquência e de sagacidade mental
 Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso nos
negócios públicos e privados
Lições dos Sofistas

Tinham como objetivo:


 Desenvolvimento da argumentação
 Habilidade Retórica
 Conhecimento de doutrinas divergentes

 Transmitiam, todo um jogo de palavras, raciocínios e


concepções que seriam utilizado na arte de
convencer as pessoas, driblando as teses dos
adversários
Protágoras de  1º e mais importante sofista
Abdera/ 480-410
a.C
 O mundo é o que o homem constrói
e destrói
 A verdade seria relativa a
determinada pessoa, grupo social
ou cultura
 Subjetivismo – Tal coisa é
verdadeira se para mim parece
verdadeira
 Qualquer tese poderia ser encarada
como falsa ou verdadeira,
“O homem é a
medida de todas dependendo da ótica de cada um
as coisas”
Górgias de Leontini/
487-380 a.C

 Um dos grandes oradores da


Grécia
 Aprofundou a subjetividade de
Protágoras
 Defendia o ceticismo absoluto

“O bom orador é capaz de convencer qualquer


pessoa sobre qualquer coisa”
SÓCRATES DE ATENAS
O poder das perguntas decisivas

 Marco divisor da filosofia grega


 Não deixou nada escrito
 Filho de um escultor e de uma
parteira
 Centrou-se na Problemáticas do
homem
 Opunha-se ao relativismo
 Pregava a união do saber ao
fazer, a consciência intelectual
à consciência prática ou moral
Sócrates - Diálogos Críticos

IRONIA
(Interrogação)

 Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as


contradições e os novos problemas que surgiam a
cada resposta
 A primeira virtude do sábio é reconhecer a sua própria
ignorância

O que é justiça? O que é o bem? O que é virtude?


“As vezes o twitter parece uma grande redação do Enem.
As pessoas recebem um tema polemico que elas nunca
tiveram nenhum contato anterior e nunca pensaram
sobre, mas tem a obrigação de opinar com 30 linhas
sobre o assunto, enquanto fingem que possuem base
argumentativa para isso”

MAIÊUTICA
(Arte de trazer a luz)

 Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo


sabiam, os discípulos podiam então iniciar o
caminho da reconstrução de suas próprias ideias
PLATÃO DE ATENAS
(Das aparências ao mundo das ideias)

Teoria das ideias


 Mundo das sombras e aparências

 Mundo das ideias e essências

 Saber que se adquire sem


Impressões – Sensações uma busca metódica –
(Opinião) Percepção da aparência

 Ultrapassa a esfera das impressões


Conhecimento sensoriais, o plano da opinião, e
penetra na esfera racional da sabedoria
Mundo sensível Mundo das
ideias
Objeto Objeto Ideias
Sombra
sensível Matemáticos

Ilusão Crença Matemáticos Conceitos


ARISTÓTELES DE ESTAGIRA
(Da lógica a ordenação do mundo)

 Organizador do saber grego – Impacto


na história do pensamento ocidental
 Liceu – Deus Apolo Lício
 Dedicou inúmeros estudos na área da
biologia – Observação da natureza e a
classificação dos seres vivos
 Tinha uma visão científica da realidade
– Desenvolveu a lógica para servir de
ferramenta do raciocínio
 O objeto próprio da ciência é o Universal
 O ser individual não pode ser objeto da
ciência
PLATÃO ARISTÓTELES

Os dados transmitidos Partindo da realidade


pelos sentidos não passam sensorial – Empírica a
de ilusões, sombras, ciência deve buscar as
distorções da verdadeira estruturas essenciais de
realidade cada ser
ATO POTÊNCIA

 A manifestação atual do  As potencialidades do


ser, aquilo que já é ser (capacidade de ser),
aquilo que ainda não é
mas pode vir a ser

 A transitoriedade ou mudança das coisas se


resumem na passagem da potência para o ato
FILOSOFIA HELENÍSTICA
(A busca da felicidade interior)

EPICURÍSMO

 O prazer é o principio e o fim de uma vida feliz


 Para desfrutarmos dos grandes prazeres do intelecto
precisamos aprender a dominar os prazeres exagerados da
paixão: Medos; Apegos; Cobiça; Inveja

Prazeres – Grupo 1 Prazeres – Grupo 2


(Duradouros) (Imediatos)
 Boa conversação  Prazeres imediatos
 Contemplação das artes  Explosões das paixões
 Audição da música  Resultam em dor e
 Amizade sofrimento
PIRRONISMO

 Deve-se se contentar com as aparências das coisas,


desfrutar o imediato capitado pelos sentidos e viver feliz e
em paz. Pois seria impossível saber se as coisas são
efetivamente como aparecem

CINISMO

 O homem deve procurar


conhecer a si mesmo e
desprezar todos os bens
materiais
ESTOICISMO

 Toda realidade existente é uma realidade racional – Os


homens e a natureza fazem parte desta realidade

 Integrado a natureza, não existe nenhum outro lugar para ir


ou fugir, além do próprio mundo que vivemos

 Somos deste mundo e, ao morrer, nos dissolvemos neste


mundo

 Não dispomos de
Mas pela Filosofia
poder para alterar,
podemos compreender
substancialmente,
esta ordem universal e
a ordem universal
viver segundo ela
do mundo
“Ser livre é viver segundo a nossa própria natureza
que, por sua vez, integra a natureza do mundo”
Plano Ético
(Atitude de austeridade física e moral)

 Coragem ante o perigo

 Resistencia ante o sofrimento

 Indiferença ante as riquezas materiais

Estado de plena serenidade para lidar


com os sobressaltos da existência,
Ideal fundado na aceitação e compreensão
Perseguido dos “princípios universais” que regem
toda a vida
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Autor: Gilberto Cotrim, 2006
SÉCULO DAS CERTEZAS

 Marcado por grandes convicções


 Confiança no poder da razão
Século XIX
 Entusiasmo com o progresso
tecnológico
 Expansão industrial

SÉCULO DAS INCERTEZAS

 Duas guerras mundiais


 Revolução Russa
Século XX  Explosão Nazista
 Colapso da União Soviética
Século XX
 Salto vertiginoso da tecnologia
 Telescópios hiperpotentes
 Naves espaciais
 Engenharia genética
 Computadores
 Internet
 Telefone celular
 Inteligência artificial
Século XX
Intelectuais do Século XX - (Percepções Antagônicas)

 Alguns o veem como uma época inédita pela vastidão


dos dramas humanos, pelos massacres e pelas guerras

 Outros reconhecem que, apesar das violências, também


foi um período de progresso técnico-científico e de
importantes conquistas sociais

 Destituída de valores éticos, ciência e tecnologia nem


sempre contribuem com o desenvolvimento humano. Em
certos casos, presta serviço a tirania e a barbárie

 Com suas incertezas e contradições o século XX não


pode ser fechado para balanço. Permanece aberto à
busca de quem quiser compreendê-lo
EXISTENCIALÍSMO

 Conjunto de tendências filosóficas que, têm na existência


humana o ponto de partida e o objeto fundamental de
reflexões

Características
 Ser humano – realidade imperfeita, aberta e inacabada que
foi lançada ao mundo e vive sob riscos e ameaças

 Liberdade humana – não é plena, mas condicionada as


circunstâncias históricas da existência. Querer não se
identifica com poder

 Vida humana – Marcada por situações de sofrimento,


doença, dor, injustiça, fracassos, velhice, morte, exploração,
angústia, luta pela sobrevivência
 Desenvolveu uma crítica intensa sobre
os Valores Morais

 Propôs o estudo da formação histórica


dos valores morais

 Afirma que não existe as noções


Nietzsche absolutas de Bem e de Mal

 As concepções morais são elaboradas pelos homens, a


partir dos interesses humanos. São produtos histórico-
culturais

 Grande parte das pessoas, acomoda-se a uma moral de


rebanho, baseada na submissão irrefletida ao valores
dominantes
Ente para si

 Específico do humano, se opõe ao ente


em-si.
 O ente para si é o Nada – um espaço
aberto
Sartre

 NADA – É a característica típica humana, singular aquilo


que faz do homem um ente não-estático, não-compacto,
acessível às possibilidades de mudanças

 Um dos valores fundamentais da condição humana é a


liberdade
“Nós somos condenados a ser livres”
Não é escolha

Mesmo que se escolha não ser livre, já se está escolhendo


livremente

A liberdade carrega sobre nós uma responsabilidade muito


grande

Nós somos, de fato, aquilo que escolhemos e as


consequências que assumimos

Mario Sergio Cortella


ANALÍTICA

 Pela análise lógica da linguagem, procurava esclarecer o


sentido das expressões e seu uso no discurso linguístico

 Entendia que muitos dos problemas filosóficos se


reduziriam a equívocos e mal-entendidos originados do
uso ambíguo da linguagem

 Lançou luz sobre diversos aspectos da linguagem e


influencio filósofos de outros campos da filosofia
 A linguagem é uma atividade, um jogo

 Os jogos de linguagem adquirem o


seu significado no uso social, nos
diferentes modos de ser e de viver no
qual a fala está inserida

Wittgenstein
 Os jogos de linguagem se produzem
socialmente e não individualmente

 O termo linguístico deve ser explicado a


partir do seu uso social
TEORIA CRÍTICA – ESCOLA DE FRANKFURT

 Preocupação de estudar vários aspectos da vida social –


De modo a compor uma Teoria crítica da sociedade
como um todo
 Investigaram as relações existentes entre os campos da
economia, da psicologia, da história e da antropologia
 Concentrou seu interesse na análise da sociedade de
massa

Sociedade de massa
 Termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o
avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da
lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como
forma de diluição dos problemas sociais
 Acreditava que a arte dirigida às massas
pode servir como instrumento de
politização
 Se mostrava esperançoso com a
possibilidade de que a Arte, a partir do
desenvolvimento das técnicas de
Walter Benjamin reprodução, se torne acessível a todos

 Industria cultural – diversão de massa


veiculada pela televisão, cinema, rádio,
música, propaganda etc.
 Homogeneização dos comportamentos,
a massificação das pessoas
 Não permite que a classes assalariadas
assumam uma posição crítica em
Adorno e Horkheimer relação a realidade
PÓS-MODERNA
(Pluralidade dos caminhos e das culturas)

 Constatação dos desastres sociais e ambientais: miséria,


desigualdade social, catástrofes ambientais, guerras,
dominação econômica e barbárie

 Análise dos diversos aspectos da vida social, principalmente


formas de Controle e Opressão

 Valorização das Pluralidades Culturais, pelo respeito à


diferença do outro

 Debilitação das Esperanças - que um dia dominaram o


mundo moderno
Pós-moderno
 Designa o fim do projeto da modernidade – A desesperança
historicamente constatada de a razão técnico-científico
favoreça a emancipação humana
Unifica e estrutura
Ideia de (Construções Teóricas)
centro

Organizam o entendimento do mundo


Logocentrismo

Desconstruções - (Conceitos e Valores)

 Função predominante na cultura


Derrida

 Usada como forma de dominação


Novas organizações de
poder

O poder- Se fragmenta em
Micropoderes e se torna mais
Foucault
eficiente

 Interiorização e cumprimento das normas estabelecidas


pela disciplina social

Controle social e  Sociedade Disciplinar


punição - Invisíveis

Corpo – Comportamentos - Sentimentos


Além da sociedade disciplinar

Sociedade Disciplinar  Hospitais  Quarteis


(Foucault)  Asilos  Fábricas
 Presídios

BYUNG-CHUL HAN
Os sujeitos da sociedade disciplinar são chamados de:
“Sujeitos da obediência”

 Academias de fitness
 Prédios de escritórios
Sociedade do Desempenho  Bancos
(Século XXI)  Aeroportos
 Shopping centers
 Laboratório de genética
 Clínica de estética

Os sujeitos dessa sociedade são chamados de:


“Sujeitos de desempenho e produção”
(São Empresários de si mesmo)
Sociedade Disciplinar
Sociedade da Negatividade
(Foucault)

 É determinada pela Negatividade da proibição


 O verbo modal negativo que a domina é o não-ter-o-direito
 Ao dever inere uma negatividade, a negatividade da coerção
 A sociedade disciplinar está dominada pelo Não
 Sua negatividade gera loucos e delinquentes

Sociedade do Desempenho Sociedade da Positividade

 Vai de desvinculando cada vez mais da negatividade


 O poder ilimitado é o verbo modal positivo da sociedade do
desempenho
 No lugar de proibições, mandamento ou lei, entram projetos, iniciativa
e motivações
 O plural coletivo da afirmação “Yes, we can” (Sim, nós podemos),
expressa precisamente o caráter de positividade da sociedade do
desempenho
 A sociedade do desempenho produz depressivos e fracassados
FILOSOFIA MORAL
Autor: Gilberto Cotrim, 2006
Do ser ao dever ser
 Bom
Agimos no mundo de Nossas decisões dependem
acordo com Valores do que consideramos:  Justo

“O homem é um ser Moral”


 O que é moral?
 Qual a diferença entre moral e ética?

Moral

“Costume” – Refere-se ao Que orientam o


conjunto de Normas Comportamento Humano

Tendo como base os Valores próprios a uma dada comunidade ou cultura

Ética

“Modo de ser” – “Comportamento”


Moral e Direito

Normas Morais e Normas Jurídicas

 São estabelecidas pelos membros da sociedade e ambas


se destinam a regular as relações nesses grupos de
pessoas.

Aspectos Comuns

 Normas que devem ser seguidas por todos


 Buscam propor, por meio de normas, melhor convivência
entre os indivíduos
 Orienta-se por valores culturais próprios de uma
determinada sociedade
Diferenças
Normas Morais Normas Jurídicas

 Cumpridas a partir de  Devem ser cumpridas sob


convicções pessoais pena de punição do Estado
 A sanção varia pois  A punição está prevista na
depende da consciência legislação
moral do sujeito que  Se traduz em um código
infringe a norma formal
 Não se traduz em um  Vínculo direto com o
código formal Estado
 Não apresenta  Coercibilidade – Força e
vinculação direta com o repressão potencial do
Estado Estado
 Coercibilidade – Cada
indivíduo
Moral e Liberdade

Consciência Moral
 Faculdade de observar as próprias condutas e formular
Juízos sobre os atos: Passado, Presente e Futuro

Julgar

Escolher – Dentre as circunstâncias possíveis, seu


próprio caminho na vida

Liberdade – Possibilidade de escolher seu caminho,


construir sua maneira de ser e sua história
Liberdade X Determinismo

Ênfase no Determinismo
 A liberdade não existe, o homem é sempre determinado,
seja por sua natureza biológica, seja por sua natureza
histórico-social

Ênfase na Liberdade

 Apesar de todos os fatores sociais e subjetivos que


atuam sobre cada indivíduo, ele sempre possui uma
possibilidade de escolha e pode agir livremente a partir
da sua autodeterminação
Dialética – Liberdade e Determinismo

 O homem é determinado e livre ao mesmo tempo

 Determinismo e liberdade não se excluem, mas se


completam

 A liberdade é sempre uma liberdade concreta situada no


interior de um conjunto de condições objetivas de vida

 Embora nossa liberdade seja restringida por fatores que


cercam a nossa existência concreta, podemos sempre
atuar no sentido de alargar as possibilidades dessa
liberdade
Ética na História
Concepções Filosóficas sobre o BEM e o MAL

 A Moral é uma construção humana


 A moral possui um caráter social
 A moral caracteriza-se como construção histórica

 Os sistemas morais não são fixos nem imutáveis


 Estão relacionados com a transformação histórica
 Possibilita pensar a moralidade a partir de diferentes
concepções
Kant

 Aponta a razão humana como uma Razão Legisladora,


capaz de elaborar normas universais, uma vez que a razão
é um predicado universal dos homens
 As normas morais teriam a sua origem na Razão

 Nossas vontades são também


Atos contrários
afetadas pelas inclinações, que são
ao Dever
os desejos, as paixões, os medos

 Devemos educar a vontade para


alcançar a vontade guiada
unicamente pela razão
Kant - Ética Formalista ou Formal

 Postula o dever como Norma Universal


 Não considera as condições individuais diante do dever

Hegel

 A moralidade assume conteúdos diferenciados ao longo


da história das sociedades
 A moral seria o resultado da relação entre individuo e
sociedade
 Em cada momento histórico, a moral se manifesta tanto
nos códigos normativos como, implicitamente, na cultura
e nas instituições
 Vinculou a ética a História e a Sociedade
Habermas
 Ética fundada no Diálogo e no Consenso entre os
sujeitos
 Busca-se no diálogo a Razão Comunicativa, que não
encontra pronta e acabada, mas que se constrói a partir
da argumentação e leva ao entendimento entre os
sujeitos
ÉTICA

 Habermas aposta na Linguagem e capacidade de


entendimento entre as pessoas na busca de uma Ética
Democrática e não-autoritária, baseada em valores
validos e aceitos Consensualmente
DIREITO, SENSIBILIDADE E
AFETO
Autor: Eduardo Bittar e
Guilherme Almeida
Modernidade e Racionalismo

Razão que emerge  Forma uma ideia de


da modernidade exclusão com a
ideia de Emoção

 Conflito
Produto da
Modernidade Razão X Éros
Tradição Ocidental

Dicotomiza

 Alma  Corpo

 Alto  Baixo

 Céu  Inferno
Cisões e fraturas vertiginosas e inconciliáveis
existentes entre:

 Pensamento  Sentimento

 Mente  Coração

 Verdade  Paixão

 A razão que emerge da modernidade é a razão


instrumental – Uma forma de razão que dilacera a
existência humana em sua plenitude, reduzindo-a a um
de seus aspectos
Império do Moderno  Produz o eu-máquina

 Distância o ego da percepção de si e da percepção do


outro
 A racionalidade técnica é a racionalidade da própria
dominação
 Dominação é caráter compulsivo da sociedade alienada
de si mesma
 Cegado pelo pragmatismo de efeitos produtivos, o
homem se esgota em trabalho
 A relação humana com o dinheiro e com a conquista,
com o caráter empreendor-destruídor relega o outro
 Os laços humanos da sociedade de consumo são
definidos por sua volatilidade e indiferença
 O homem moderno ao se alienar do outro, também se
alienou de si mesmo
 A alienação manifesta-se nos homens justamente no
desaparecimento das distâncias
O lugar do afeto como lugar da razão

“Sei que nada sei”

 As certezas modernas se abalam


 As verdades científicas se relativizam
 O controle sobre a natureza sai de rumo e ameaça a
sobrevivência humana

“Conhece-te a ti mesmo”

 A arte de amar a si, e, portanto, de amar ao outro


 A razão é capaz de equipar materialmente o mundo, mas
somente o afeto é capaz de dar continuidade a existência
humana
 O afeto não é desorientado e irracional, mas sim um auxiliar
importante na condução das trilhas a serem assumidas
pelas deliberações e escolhas éticas individuais
AGIR PRUDENTE

 Sinônimo de uma prática ética de consideração da


singularidade de cada caso concreto e de cada
particularidade humana

ESFORÇO

 Ato de agir e julgar prudentemente é um esforço


dimensionado de forma ética, e não por uma simples
operação lógico-dedutiva a partir de regras

Espaço  Relações de  Predomínio


Público Trabalho dos homens

 Espaço da coordenação das ações na base do Direito


 Quanto mais o direito se inspira nos ideais civilizatórios
ocidentais, mas se distancia da possibilidade de fazer-se
Justo
 Quanto mais o direito se identifica com a
instrumentalidade, mas propenso se torna a anestesiar a
compreensão sensível e emotiva do mundo

Razão Feminina Razão Masculina

 É estética  É calculadora
 É afetiva  É operativa
 É sensível  É técnico-racional
Mitologia Arquétipo
(Legendária Tradição) Justiça Feminino

 Virtude da isonomia
 Virtude da imparcialidade
 Virtude da ponderação
 Virtude da piedade pelo humano
 Virtude de julgamento
Superação do Paradigma

Implica em trazer à consciência o fato de que o Direito, quando se


afasta da Justiça, revela-se, em grande parte:

 Arbítrio  Força Opressora  Puro ato de Imposição

 Oprime pela
Espada que
deve Proteger

 Num registro masculino de mundo, o impensável se torna real -


Auschwitz
Direito de Auschwitz
Mudança de Paradigma

 Esforço no sentido de caminhar em direção à criação de


um amplo espaço da consagração da esfera do feminino na
arte de Entender, Interpretar e Compreender a esfera do
Direito

 Numa visão de mundo, fundada na cultura do feminino, o


acolhimento fala a linguagem do diálogo e da compreensão
e assume a perspectiva de comunhão, e não do abatimento
do inimigo como na cultura da competição viril

 Trata-se de pensar a feminização do Direito. Porque se


entende que quando Razão e Sensibilidade se encontram,
o direito opera Justiça
Se a Justiça fosse apenas demonstração:

 De força
 De poder
 De intimidação
 De espada

Não haveria lugar para a:

 Ponderação
 Reflexão
 Flexibilidade para a percepção das
necessidades humanas
Cultura e Educação em Direitos Humanos

Educação / Metodologia – Preparar para o convívio:

 Com a diversidade
 Na base do diálogo e do respeito
 Voltada para a alteridade
 Como forma de prática de solidariedade social
 Na base da tolerância

Uma cultura de Direitos Humanos – Deve envolver táticas de


recolhimento das energias eróticas que pulsam de ações
conjuntivas e não disruptivas
Cultura e Educação em Direitos Humanos

O caráter ativo da política do amor envolve necessariamente:

 Uma atitude pró ativa perante o mundo


 Que se pronuncia sobre a barbárie
 Repele a injustiça
 Se choca com a desigualdade
 Protesta contra a violência
 Se indigna com o sofrimento humano
Hans Kelsen - Positivismo Jurídico

Autores: Eduardo Bittar e Guilherme


Almeida
Hans Kelsen – Positivismo Jurídico

 Movimento de pensamento antagônico


Positivismo a qualquer teoria naturalista, metafísica,
Jurídico histórica, sociológica, antropológica etc.
Teoria Pura do Direito

 Estudo indispensável e obrigatório


Concepções para a melhor compreensão lógica-
sistemática do Direito

 Identifica que o que não pode ser


Metodologia provado racionalmente não pode ser
conhecido, ao estilo da exatidão
matemática
Positivismo Jurídico e Normativismo

 Procurou delinear a Ciência do Direito desprovida de


qualquer outra influência que lhe fosse externa

 O isolamento do método jurídico seria a chave para a


autonomia do Direito como Ciência

 Por meio do método ter-se-ia uma descrição do Direito


que correspondesse apenas a uma Descrição pura do
Direito

 As categorias do Ser e do Dever-ser são os polos com


os quais lida Kelsen para distinguir Realidade e Direito
Ser Dever-ser
 É com a quebra da relação entre Ser e Dever-ser que
Kelsen trabalha para definir o que é Jurídico do que não
é Jurídico
 Não se enraíza em qualquer fato social,
histórico
 Não é condicionado por nada que possa
Jurídico perverter sua natureza de puro dever-ser
 Desenraiza o Direito de qualquer origem
fenomênica – Entendimento da sua mecânica

Não
 Cultura, Antropologia, Sociologia, Ética,
Jurídico
Religião, História etc.
O sistema jurídico

 É unitário
 É complexo
 É orgânico
 É autossuficiente
 É fechado

 Normas hierarquicamente inferiores buscam seu


fundamento de validade em normas hierarquicamente
superiores
 O ordenamento jurídico resume-se a esse emaranhado de
relações normativas
 Qualquer abertura para fatores extrajurídicos
comprometeria a sua rigidez e completude
Teoria do Direito – Juízos de Valor

Valores de Direito Lícito - Ilícito

 Cujo parâmetro objetivo é a norma jurídica

Valores de Justiça Justo - Injusto

 Cujo parâmetro subjetivo repousa em dados variáveis,


dedutíveis

 O sentido da normas jurídicas alcança-se por meio da


Interpretação – Mas não consiste em processo de
cognição causado por leis morais ou naturais – Trata-se das
possibilidades de sentido de um texto normativo, em sua
literalidade
Ciência do Direito

A Teoria Pura - Procura identificar como importante


para a pesquisa jurídica:

 Existência de uma norma


Validade
jurídica

 A produção de efeitos de uma


Vigência
norma jurídica

 Condutas obedientes e
Eficácia
observantes a uma norma jurídica

É a ciência do Dever-ser que procura descrever o


funcionamento e o maquinismo das normas jurídicas
Justiça e Direito

Norma Jurídica Norma Moral


(Objeto de estudo do (Objeto de estudo
Direito) da ética)

 Discuti sobre Justiça é discuti sobre Normas Morais


 Discuti sobre Justiça não é discuti sobre Direito, e vice-
versa, porque toda ordem jurídica é definida pelas normas
jurídicas que possui
 É valido a ordem jurídica ainda que contrarie os alicerces
morais
 Validade e Justiça de uma norma jurídica são juízos de valor
diversos
 Válida e Justa
Uma norma pode ser:  Válida e Injusta
 Inválida e Justa
 Inválida e Injusta

 A discussão sobre Justiça não se situa dentro das


ambições da Teoria Pura do Direito
 Kelsen – Quer expurgar a preocupação com que é justo e
o que é injusto
 Muitas são as formas com as quais se concebe o Justo e o
Injusto, o que conduz os estudos ao terreno das
investigações inconclusivas
Justiça e Injustiça

 Nada tem haver com a validade de determinado direito


positivo

 O que é válido prepondera sobre o que é justo, pois a


validade está de acordo com o ordenamento jurídico

 O que é justo está no plano das especulações, dos


valores. Aceitar que o justo prepondere em relação ao
válido é troca o Certo pelo Duvidoso - Há um justo e
este justo é um justo relativo
Hannah Arendt – Poder e liberdade

Autores: Eduardo Bittar e Guilherme


Almeida
O Poder não violento

 Possibilidade de impor a própria


Poder - Weber
vontade ao comportamento alheio

 Faculdade de alcançar um acordo


quanto à ação comum, no
Poder - Arendt contexto da comunicação livre de
violência

 A ação não violenta é a única forma de ação que possibilita


o encontro dos homens pela Palavra
O desvirtuamento do poder e a violência
A associação de Poder com Violência é já uma
demonstração do desvirtuamento conceitual da ideia de poder

Ceder espaço ao advento da Força é negar o principio da


ação e da busca de consensos por meio da ingerência de
instrumentos de submissão e de abuso da condição
humana

Decisões acompanhadas de violência são pautadas pela


capacidade de abafarem expectativas de contrariedade

Do cano de uma arma emerge o comando mais efetivo,


resultado da mais perfeita e instantânea obediência – O que
nunca emergirá daí é o poder!
Gandhi e a Não violência

 A finalidade da doutrina de Gandhi é a conquista da


libertação tanto coletiva, como individual

 Ao eleger a não violência como principio de ação, opta por


uma ética de princípios, já que a conquista do resultado,
por mais importante que seja, não justifica, em hipótese
alguma, a violação da integridade psicofísica do ser
humano
Ação política - Gandhi

Princípio de Ação

 É a não violência

Forma de Luta

 Apresenta diversos métodos – greves,


jejum etc

Objetivo

 Libertação coletiva e individual


Liberdade Arendtiana
 Os homens e mulheres tornam-se livres, ao exercitarem a
ação e decidirem, em conjunto, seu futuro comum

Concepção de Poder Arendtiana


 Poder tem como elemento essencial a não violência –
Essa definição ajusta-se à ideia de liberdade enquanto
campo de exercício de ação

Prática da Liberdade Arendtiana

 Os seres humanos devem preservar o espaço público. Este


para ser preservado, requer a manutenção de um direito
mínimo – a cidadania – O exercício da cidadania é o “meio
criador” do espaço público que torna possível a liberdade
Onde há Política

Há espaço Público

Onde há Espaço Público

Há Diálogo

Onde há Diálogo

HÁ DIREITOS
John Rawls – Ética, Instituições,
Direitos e Deveres

Autores: Eduardo Bittar e Guilherme


Almeida
Justiça como Equidade

Equidade
Dá-se quando no momento inicial em que se
definem as premissas com as quais se
construirão as estruturas institucionais da
sociedade

 Sua Teoria de Justiça é uma teoria de justiça com


equidade

Contratualismo

 Matriz bem determinada (Locke, Rousseau, Kant) – Busca


inspiração para a grade dos conceitos que explora com
desenvoltura e propriedade em meio ao Contratualismo
Contemporâneo
Pensar Justiça

 É pensar em refletir acerca do Justo e Injusto das


Instituições

Qual seria a melhor forma de administrar a justiça de


todos senão por meio das instituições sociais?

 Uma sociedade organizada é definida exatamente em


função da organização das suas instituições sociais

 As instituições sociais podem ou não realizar anseios de


justiça do povo ao qual se dirige
Justiça

Virtude primeira de todas as instituições sociais

Aquilo que e a verdade é para a ciência, deve a justiça ser


para as instituições sociais

As instituições socais, devem almejar, mas não só, devem


realizar a justiça por meio de sua quadradura institucional

Uma sociedade bem organizada possui a máxima


aderência de suas partes contratantes - Instituições
Direitos e Deveres
As instituições sociais tem como meta a questão de como os
direitos e deveres são distribuídos na sociedade

Distribuição e Participação – Justiça Social

 Alguns possuem mais direitos e outros estão


sobrecarregados de deveres?

 Alguns se favorecem das estruturas sociais para garantirem


seu bem-estar pessoal?

 Todos tem acesso a benefícios socialmente reconhecidos e


coletivamente garantidos?
Conceito de Justiça – Pacto Social

Esse acordo vem marcado pela ideia


Acordo Inicial de uma igualdade original para optar
(Hipotético) por direitos e deveres; é essa
igualdade o pilar de toda teoria

Eis aí a equidade
de sua teoria

O que há que escolher no momento do pacto inicial não é nada mais


nada menos que a estrutura fundamental da sociedade, seus alicerces

Os dois princípios

1º) Princípio  Define as Liberdades básicas dos pactuantes


da Igualdade

2º) Princípio  Regula a aplicação do 1º princípio, corrigindo


da Diferença as desigualdades
Princípio da Igualdade

As liberdades básicas devem ser iguais para todos:

 Liberdade política  Liberdade de consciência


 Liberdade de expressão  Liberdade de pensamento
 Liberdade de Reunião  Liberdade de não ser
preso arbitrariamente

Princípio da Diferença
Se o primeiro princípio reza que todos devem possuir
determinado benefício social – O segundo cumprira para que
o acesso a esse benefício social se dê de modo correto e
real
Igualdade

 É dar as pessoas as mesmas oportunidades

Equidade

 É adaptar as oportunidades deixando-as justas


 É dar o que cada um necessita para que todos tenham as
mesmas oportunidades
Teoria da Justiça

Se realiza  Fala-se da Justiça das


Institucionalmente Instituições

 Fala-se de uma Justiça que é


Objetivamente racionalmente compartilhada
no convívio social

 Fala-se da Justiça que gera o


Coletivamente
bem comunitário e não
individual

 A formação social do pacto é uma construção humana que


beneficia a todos, e que é por meio dela que se podem
realizar os indivíduos socialmente
Chaïm Perelman – Argumentação,
Lógica e Direito

Autores: Eduardo Bittar e Guilherme


Almeida
Combate ao Positivismo Jurídico

Chäim Perelman

 O raciocínio jurídico não obedece às regeladas mecânicas


do raciocínio exato (matemático, mecanicista, rigoroso)
 O Direito não se resume à lei – Se apoia em vertentes
variadas do conhecimento para mostrar a impropriedade do
pensamento positivista
 Defende uma lógica jurídica específica, que não se vale
somente do raciocínio dedutivo, mas que se vale também,
entre outras coisas, do raciocínio dedutivo.

 A lógica judiciária não se resume à mera dedução de


conclusões extraídas do texto da lei

Há que se dizer que o Raciocínio Jurídico é um raciocínio


engajado em seu contexto (econômico, politico, cultural,
ideológico etc, o que faz com que o Mito da legalidade pura
e estreita desaparece no horizonte do Folclore Jurídico
Combate a Lógica Formal

 O pensamento do autor volta-se menos para as estruturas


formais do pensamento jurídico e mais para a práxis do
direito

 Procura aproxima a teoria da prática, distanciando os


olhos do jurista do purismo da lógica formal

 Para uma lógica que não vive de certezas, não se pode


almejar que o raciocínio jurídico esteja vertido para o
alcance da verdade
O Mito da Verdade – Não existe no pensamento de Perelman,
uma vez que o termo Verdade é substituído por outros mais
apropriados para expressar o que é próprio do Raciocínio
Jurídico, como:

 A saber
 O razoável
 O equitativo
 O aceitável
 O admissível

O Juiz não é boca da lei


A argumentação

 Passa a ter papel muito mais considerável na atuação


prática do jurista – O rigor do formalismo lógico desaparece
frente a esse modelo de raciocínio propriamente jurídico

A lógica

 Não obedece a esquemas rígidos de formação, elocução,


dedução construção – Trata-se de uma lógica material,
prática, inteiramente condicionada a sua tarefa de produzir
efeitos diante de um auditório
Lógica da Argumentação

Atividade do Juiz

Divide Espaço ou Colide

 Impressões Psicológicas
 História e vivencias comunitárias
 Instituições pessoais
 Provas não produzidas

Outros modelos teóricos simplesmente desprezam


estes motivos
Nova Retórica e Proposta Perelmaniana

Argumentação
 É o modo de gerar convencimento e de produzir persuasão
mais usual no meio jurídico

Discurso

 Meio que se acessa a consciência do juiz, que se invadem


suas perspectivas pessoais, para se fazer instalar uma
possível decisão favorável ao um determinado interesse

Retórica

 Estudo que proporciona conhecimento acerca dos meios


argumentativos e dos auditórios disponíveis – Da
adequação entre instrumento e auditório surge a verdadeira
sabedoria retórica
“Os dois únicos limites para o campo de

desenvolvimento da retórica são a pura


evidencia, que dispensa a argumentação, e a
imposição arbitrária, que impede a
argumentação”
Jürgen Habermas – Razão
Comunicativa e Direito

Autores: Eduardo Bittar e Guilherme


Almeida
A razão comunicativa habermasiana

 Pensa os principais problemas sociais e humanos a partir


da matriz da Comunicação

 Afirma que toda Mediação e toda Relação estão


entrelaçadas a fatos linguísticos e suportando uma
relação discursiva
Teoria do Agir Comunicativo

 Surge como uma teoria voltada para a compreensão da


dimensão da verdade como fruto de uma experiência
intersubjetiva e dialógica no espaço social

Consenso Dialógico

 Parece ser o único meio, ou a única via, para não se cai


num apriorismo desnecessário ou num moralismo
reacionário e auto defensivo de seus valores

Consenso
 É uma ideia comunitária a ser desenvolvida pelo grupo que
pensa seus problemas em comum, e, portanto, constrói
comunicativamente, suas soluções Morais e Jurídicas
DIREITO

Como comando para a ação, age organizando os


mecanismos de interação do convívio social

Modulando desta forma os encontros entre subjetividades e


interesses de cunho social

A legalidade é, sem dúvida alguma, importante face do direito


moderno, mas não a sua única e última fonte de legalidade
MORAL
Como forma de influênciação sobre os comportamentos
sociais demanda a Consciência do agente para ter esta ou
aquela escolha

DIREITO
Cumpre a função de predizer quais escolhas são válidas e
quais não são válidas, tolhendo de certa forma, a
possibilidade de exercício de liberdade de escolha para além
daquelas normadas como essenciais para o convívio social

“O DIREITO – Reclama menos consciência e mais obediência”


O mundo da Vida – Corresponde a “um complexo de
tradições entrelaçadas de ordens legítimas e de identidades
pessoais, e o agir comunicativo extrai a sua vivacidade dai

A originalidade, o imprevisto e o indeterminado – São


marcas do processo de constituição desta grande trama
constituída a partir do convívio de indivíduos socializados, que
buscam apoio nas condições de reconhecimento reciproco

Isto é o que faz com que sejam reciprocamente pressupostas


e condicionantes a Pessoa, a Cultura e a Sociedade
Partindo da Razão Comunicativa

O direito legítimo se funda sobre as experiências ordinárias


colhidas no mundo da vida - De onde se extrai as condições
para a participação na arena da esfera pública – Através da
qual os circuitos da comunicação habilitam os atores sociais:

A produção de decisões social e Juridicamente relevante

O Direito se anela a ideia de ser uma prática social de


deliberação, compartilhamento e estabelecimento de
referenciais do agir comum
O Direito

 É certamente, linguagem, codificada ao nível normativo,


comprometida com a salvaguarda da liberdade

 Que se faz possível por meio do exercício de escolhas


entre valores diversos, para que comportamentos se
tornem socialmente vinculativos

 Consentindo a sobrevivência da coesão social e o


crescimento das perspectivas de alcance da justiça na
vida compartilhada por uma comunidade linguística
POEMA DA CHEGADA
O que é o direito?
Arte, Ciência, Técnica, Poesia
Uma pergunta, inúmeras respostas
Imperioso decidir para seguir vivendo
Escolham uma opção sem esquecer das outras
Enquanto o Direito Positivo produz suas normas
A Filosofia zela pela sua precisa compreensão e possível
mudança
Cabe à Filosofia do Direito perguntar
E ao Direito?
Postular seus pontos de partida

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