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Platão

Atenas (427 - 347 a.c.)


Arístocles. O nome Platão
foi dado em alusão a sua
forma física(ombros largos).
Discípulo de Sócrates e,
como este, inimigo da
democracia ateniense.
 A ética se relaciona
intimamente com a filosofia
política.
a polis é o terreno da vida
moral.
Platão
A ética de Platão depende:
a) da sua concepção metafísica (dualismo do mundo
sensível e do mundo das Ideias permanentes, eternas,
perfeitas e imutáveis, que constituem a verdadeira
realidade e têm como cume a Ideia do Bem, divindade,
artífice ou demiurgo do mundo);
b) da sua doutrina da alma (princípio que anima ou move o
homem e consta de três partes: razão, vontade ou ânimo, e
apetite; a razão que contempla e quer racionalmente é a
parte superior, e o apetite, relacionado com as necessidades
corporais, é a inferior).
Concepção metafísica de Platão
Platão – Alma Tripartida
Alma Racional - Razão (+
sentidos)
 Dirige e ordena

Alma Irascível (ou


Colérica)- Vontade (+
emoções elevadas)
 Executa e freia os apetites

Alma Concupiscente-
Apetites (emoções
inferiores, faculdade
sensual)
Platão foi o fundador da primeira instituição de ensino superior do mundo
ocidental, a ACADEMIA, criada em 387 a.C., teve esse nome por estar situada
nos jardins do filósofo Academos.
O Pensamento Platônico
Realidade Inteligível – Mundo constituído por ideias eternas, onde algo é
imutável e igual a si mesmo.

Realidade Sensível - são realidades dependentes, mutáveis e são


imagens das realidades inteligíveis

Platão coloca uma nova visão sobre Parmênides e Heráclito


TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O que há de permanente em um objeto é a Ideia
- A mudança ocorre porque esse objeto não é uma Ideia, mas uma incompleta representação da Idéia desse objeto
Teoria do conhecimento de Platão
Busca da definição daquilo que é a natureza essencial
de algo; essencial = forma, ou ideia
Conhecimento (verdade) = saber a natureza essencial
da coisa
Racionalismo
Método = razão, inteligência, reminiscência
Reminiscência (anamnese): hipótese inatista – o
conhecimento é inato em cada um, cumpre fazê-lo ser
“relembrado”
Exemplo: Escravo deduz teorema de Pitágoras no
Ménon
A Teoria do conhecimento
- Antes de nascer, a alma de cada pessoa vivia em uma estrela, onde se localizam as
Ideias
- Quando uma pessoa nasce, sua alma é "jogada" para a Terra, e o impacto que
ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela
TEORIA DA REMINISCÊNCIA
Divisões da Alma para Platão
ALMA APETITIVA OU CONCUPISCENTE: busca comidas, bebidas, sexo,
prazeres, isto é, tudo o que é necessário para a conservação do corpo e para a
geração de outros corpos; é irracional, termina com a morte do corpo, sendo,
portanto, mortal; é nossa parte passional, sempre sequiosa e insatisfeita,
sempre à procura de novos objetos de prazer. (Diretamente ligada ao corpo)

• Alma apetitiva (Valorização dos apetites e dos


desejos carnais – sexo, bebidas, prazeres – mortal
e mutável)
Divisões da Alma para Platão
ALMA COLÉRICA: se irrita contra tudo quanto possa ameaçar a segurança do
corpo e da vida, tudo quanto cause dor e sofrimento; porque incita a
combater perigos contra a vida; é mortal, pois existe para defender o corpo
contra agressões à vida corporal e, como a alma concupiscente, é irracional.
(Diretamente ligada ao corpo)

• Alma colérica (Valorização da preservação do


corpo – raiva, ódio, sofrimento, coragem – mortal
e mutável)
Divisões da Alma para Platão
ALMA RACIONAL: faculdade do conhecimento, parte espiritual e imortal, sede
do pensamento e situada na cabeça; é a faculdade ativa e superior, o
princípio divino em nós. Conhece o Bem e o Mal, a Verdade e as Ideias.

• Alma racional (Valorização do bem, da razão, da


virtude – eterna e imutável)
Doutrina da alma
Cavalo
Abdome
Desejo

Cocheiro
Cabeça
Razão

Cavalo
Tórax
Moral
“O mundo em que vivemos é mera sombra, onde nada é estável ou
permanente, impossibilitando o verdadeiro conhecimento, existe um reino
mais elevado e espiritual, o mundo luminoso das ideias”.

Como se libertar então?


O CAMINHO DA VIRTUDE
Mas o que se entende por virtude?
(alma racional)

Virtudes são as características formadoras da moralidade humana, são as


virtudes dos homens que determinam seu comportamento social, sua
conduta como homens. Justamente as virtudes sustentadas por Platão
como as de maior importância, ou seja, a justiça associada à
moderação, à coragem e à sabedoria, formando o quádruplo das mais
importantes, podem ser abaladas pelas paixões com as quais qualquer
indivíduo pode, em algum tempo, se deixar envolver.
Comparação com a Atualidade
Extraindo a sabedoria que A Alegoria da Caverna nos
ensina, percebemos que muitas vezes a realidade é
outra, encoberta pelas sombras do desconhecimento.
E não é fácil aceitar a realidade, convencer-se de que
uma doutrina acatada por dezenas de anos possa
conter ilusões.
Mostra-nos a visão de uma humanidade ignorante,
prisioneira das sensações, do imediatismo e
inconsciente de sua limitada perspectiva.
A analogia é um ataque aos nossos hábitos de
pensamentos. Aceitamos os objetos concretos
que nos cercam como reais. Mas eles não são.
São apenas cópias imperfeitas e menos reais de
formas imutáveis e eternas. Essas formas são as
realidades permanentes, ideais e originais a partir
das quais são construídas cópias concretas,
imperfeitas e corruptíveis.
Questionamentos
- O que é a caverna? O mundo em que vivemos.
- O que são as sombras das estatuetas? As coisas
materiais e sensoriais que percebemos.
- Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
O filósofo.
- O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade.
- O que é o mundo exterior? O mundo das ideias
verdadeiras ou da verdadeira realidade.
- Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual
ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética.
- O que é a visão do mundo real iluminado? A filosofia.
- Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o
filósofo (Platão está se referindo à condenação de
Sócrates à morte pela assembléia ateniense)? Porque
imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o
único verdadeiro.
REFLEXÕES:

O homem sabe que o poder corrompe. O homem quer o poder para


mudar o que está errado. Logo, o homem quer se corromper para mudar.

O poder seduz o ignorante, o despreparado, o homem que não caminha


em direção à luz, mas que precisa do jogo político para se sentir
importante. Fora do jogo não sobrevive a um mínimo pensar.

O aprendizado para tornar-se um homem lúcido passa por sofrimento e


solidão, já que pensar é uma ato individual e necessita abstrair-se de
prazeres materiais e transitórios.

Pensar necessita querer sair das trevas da ignorância com coragem e


abnegação.
As amarras individuais são verdadeiras prisões guardadas
pelo medo e pela ignorância, onde quebrar os ferrolhos leva
o homem ao caminho da luz e da soberania.
Uma vez livre, a própria liberdade se encarregará de uni-lo a
outros homens, também livres, formando nova corrente do
pensar.
Vamos sair da caverna. Vamos descobrir que a luz do sol
brilha intensamente e é possível determinar que os rumos
das nossas vidas podem ser direcionadas por nós, não por
homens de almas lamacentas.
Estado ideal à semelhança da alma
Platão
desprezo, característico da antiguidade, pelo
trabalho físico e, por isto, os artesãos ocupam o
degrau social inferior e se exaltam as classes
dedicadas às atividades superiores (a
contemplação, a política e a guerra).
não há lugar algum no Estado ideal para os
escravos, porque desprovidos de virtudes
morais e de direitos cívicos.
o homem se forma espiritualmente somente no
Estado e mediante a subordinação do indivíduo à
comunidade.
"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos
filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça,
ponham-se a filosofar verdadeiramente." (Platão, Carta Sétima, 326b).

- Magistrados e Militares não deveriam manter nenhuma posse, pois:


“ a propriedade impede as pessoas de se dedicarem ao bem da coletividade”

- O casamento e a vida familiar seriam proibidos, as uniões seriam decididas


por juízes, com o objetivo de manter o vigor da raça

- O que Platão imaginava como uma sociedade perfeita não passava de um novo
regime aristocrático, dirigido por homens e mulheres inteiramente
dedicados ao serviço público e ao aperfeiçoamento da raça humana.
OBRAS DE PLATÃO
Hípias menor: trata do agir humano; Íon: trata de poesia;
Primeiro Alcibíades: trata da doutrina socrática do auto- Menêxeno: elogio da morte no campo de batalha;
conhecimento; Eutidemo: crítica aos sofistas;
Segundo Alcibíades : trata do conhecimento; Crátilo: trata da natureza dos nomes;
Apologia de Sócrates: relata o discurso de defesa de A República: aborda vários temas, mas todos
Sócrates no tribunal de Atenas; subordinados à questão central da justiça;
Eutífron: trata dos conceitos de piedade e impiedade; Parmênides: trata da ontologia. É neste diálogo que o
Críton: trata da justiça; jovem Sócrates, a personagem, defende a teoria das
Hípias maior: discussão estética; formas que é duramente criticada por Parmênides;
Hiparco: ocupa-se com os conceitos de cobiça e avidez; Teeteto: trata exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
Laques: trata da coragem; Sofista: diálogo de caráter ontológico, discute o problema
Lísis: trata da amizade/amor; da imagem, do falso e do não-ser;
Cármides: diálogo ético; Político: trata do perfil do homem político;
Protágoras: trata do conceito e natureza da virtude; Filebo: versa sobre o bom e o belo e como o homem
Górgias: trata do verdadeiro filósofo em oposição aos pode viver melhor;
sofistas; Timeu: trata da origem do universo.
Mênon: trata do ensino da virtude e da rememoração Crítias: Platão narra aqui mito de Atlântida através de
(anamnese); Crítias (seu avô). É um diálogo inacabado;
Fédon: relata o julgamento e morte de Sócrates e trata da Leis: aborda vários temas da esfera política e jurídica. É o
imortalidade da alma; último (inacabado), mais longo e complexo diálogo de
O Banquete: trata da origem, as diferentes manifestações Platão;
e o significado do amor sensual; Epidômite
Fedro: trata da retórica e do amor sensual; Epístolas: Cartas (dentre as quais, somente a de número
7 (sete) é considerada realmente autêntica)
Para quê? (Ética)
Interesse prático da filosofia está voltado para a
dimensão ética e política da existência humana
Alcançar uma vida virtuosa
Alcançar a via de libertação da alma
Alcançar o bem absoluto
Implicações do pensamento de Platão
Conflito entre corpo e alma: como explicar uma
relação externa?
Recomendações: temperança
Como ficam as diferenças individuais?
Na República, Platão defendia a distribuição das
funções no Estado conforme os talentos inatos
dos indivíduos
Platão
Como o indivíduo por si só não pode aproximar-se
da perfeição, torna-se necessário o Estado ou
Comunidade política.
O homem é bom enquanto bom cidadão.
A Ideia do homem se realiza somente na
comunidade.
A ética desemboca necessariamente na política.

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