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1 Pense você: como rebateria esses argumentos? qual seus argumentos para defender a Democracia? Para pensar nesse assunto, deixo a famosa sentença
de Norberto Bobbio: “A única solução para os males da democracia é mais democracia".
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1) governantes ou guardiões (função política), composto pelos filósofos, ou seja,
aqueles com a qualidade da sabedoria e virtude, únicos capazes de governar por serem os
conhecedores da realidade imutável. Os governantes não devem ter nem propriedade, nem
família.
2) soldados (função militar), composto por aqueles com coragem. Coragem é definida
como a força de preservar, em todas as circunstâncias, a verdadeiras opiniões
3) trabalhadores (função produtiva), ou seja, comerciantes, médicos, artesãos,
camponeses. Um Estado justo é caracterizado pelo equilíbrio entre as três partes, estando
o governo na parte filosófica.
A divisão do Estado em três partes corresponde à divisão da alma humana, que, para
Platão, possui:
1) Uma região racional ou calculadora, que reside na cabeça (ouro)
2) Uma região, que reside no peito, a região irascível, e gera o ímpeto, a emoção (prata)
3) E, por fim, uma região concupiscível ou apetitiva, que correspondente ao desejo, ao
apetite, e reside no abdome (bronze)2
O homem justo é aquele cuja razão sobrepõe-se às outras duas partes da alma,
balanceando-as, coodenando-as, residindo aí a harmonia entre as partes (boa vida =
prazer + reflexão). Tanto em nós quanto no governo, a justiça (dikê) corresponde à
harmonia; a injustiça, à desarmonia. A Justiça é aqui entendida não como uma distribuição
2 Quando a razão domina a região concupiscível surge a temperança, e quando domina a irascível, a fortaleza. As quatro virtudes naturais, chamadas depois
COMPLEMENTO:
O AMOR EM O BANQUETE
"De fato, é desde então que o amor mútuo é inato aos homens, que recompõe a sua
natureza primitiva, procura restituir a um a partir do dois e curar essa natureza humana
ferida. Cada um de nós é, portanto, como um sinal de reconhecimento, a metade de uma
peça, visto que nos cortaram com as solhas, em duas partes; e cada um vai procurando
a outra metade de sua peça: então, todos aqueles homens que provinham da espécie
total, daquilo a que se chamava o andrógeno, amam as mulheres (...) quanto às mulheres
que saíram da divisão de uma mulher primitiva, não prestam espontaneamente atenção
aos homens, antes se voltam para as outras mulheres Finalmente, todos os que provêm
da divisão de um homem puro, esses perseguem o homem (...) Assim, quando os
amantes - e descobriram precisamente a metade que é a sua, é admirável como são
empolgados pela ternura, o sentimento de parentesco e o amor (..) E estes são os que
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ficam juntos até ao fim da vida e que nem sequer conseguiram definir o que espera um
do outro!" (Platão, O Banquete, Livro de Bolso Europa-América, 1977, p.50-52)
No mesmo texto, Sócrates apresenta outra questão acerca do amor: só se ama
aquilo que lhe falta, que não se possui. O objeto de amor, sempre ausente, é sempre
solicitado. Mesmo o amor por aquilo que supostamente lhe é seu, na verdade é o amor
que deseja a permanência do objeto amado no futuro. O amor aparece aqui como uma
espécie de inquietação, de procura. O amor (philia) pelo saber (sophia), isto é, a filosofia,
implica exatamente nisso: é o amor pera pela busca da verdade, ainda que, quando
acreditamos ter alcançando-a, ela escape por entre nossos dedos.