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Comunicação Social

Disciplina: Estado Poder e Cidadania


Prof. Cid Guimarães
Sejam bem vindos!!
Acolhida
Apresentação do Professor
 Sejam bem vindos

 Disciplina: Estado, Poder e Cidadania

 Profº Cid Guimarães


Podemos identificar a Política no cotidiano?
 A POLÍTICA
 Sócrates
 Platão
 Aristóteles
 Sócrates
 A filosofia surgiu nas colônias gregas da Grécia, entre o final do
século VII e o início do século VI a.C. Várias condições históricas
propiciaram o surgimento dessa forma de conhecimento que iria
influenciar decididamente o Ocidente. Entre outras causas do
surgimento da filosofia, é a invenção da política, com o surgimento
da lei como "instrumento regulador" das ações humanas em
conjunto, e a descoberta do espaço público onde o discurso mítico
e enigmático é substituído por aquele persuasivo, acessível a todo
cidadão, que pôde, então, argumentar racionalmente, sustentando
sua tese contra os demais.
 Sócrates foi julgado e condenado à morte pelo tribunal da cidade de
Atenas por volta do ano de 399 a.C. O filósofo fez a sua defesa no
tribunal ateniense, procurando refutar seus acusadores:
 Cidadãos atenienses, eu vos respeito e vos amo, mas enquanto eu
respirar e estiver na posse de minhas faculdades, não deixarei de
filosofar e de vos exortar ou de instruir cada um, dizendo-lhe, como é
meu costume: – Ótimo homem, tu que és cidadão de Atenas, da cidade
maior e mais famosa pelo saber e pelo poder, não te envergonhas de
fazer caso das riquezas, para guardares quanto mais puderes e da
glória e das honrarias, e de não fazer caso da sabedoria, da verdade e
da alma? (Platão. Apologia de Sócrates, 1969. Adaptado.) O sentido que
Sócrates dava à razão pode ser relacionado (aspecto político) com a
implantação, em Atenas, da Democracia
 Sócrates é tradicionalmente considerado como um marco divisório
da filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são chamados
pré-socráticos e os que vieram a partir dele são chamados de pós-
socráticos. Seu método, que parte do pressuposto "só sei que nada
sei". A célebre frase atribuída a Sócrates gera um intenso debate e
levanta muita curiosidade acerca de seu significado. Como
Sócrates não deixou escritos, é impossível precisar se o filósofo
proferiu, realmente, essa frase.
 É certo que “só sei que nada sei” vai ao encontro de sua filosofia.
 A frase, compreendida como algo bom, resume da importância
dada por ele ao pensamento crítico, à incerteza e à tomada de
consciência da própria ignorância. Ainda sobre essa frase, é
correto afirmar que Admitir a própria ignorância é o primeiro passo
em direção ao conhecimento, que resulta da própria libertação.
Saber que não sabe não é um “defeito”, mas a base para o
abandono da opinião (doxa) e a busca pelo conhecimento
verdadeiro (epistéme), objetivo da filosofia.
 POLÍTICA
 A palavra “política” é derivada do termo grego
“politikos”, que designava os cidadãos que viviam
na “polis”.
 “Polis”, por sua vez, era usada para se referir à
cidade e também, em sentido mais abrangente, à
sociedade organizada.
 Politica → Convivência
 Onde quer que haja duas ou mais pessoas, haverá a necessidade
de definir regras de convivência, limites de ação e deveres
comuns. A política acontece justamente no ato de existir em
conjunto.
Ciência Política
É o estudo da política — dos sistemas
políticos, das organizações políticas e dos
processos políticos.
Envolve o estudo da estrutura e dos processos
de governo — ou qualquer sistema equivalente
de organização humana que tente assegurar
segurança, justiça e direitos civis.
ASSEGURAR DIREITOS
Oscientistas políticos podem estudar
instituições como corporações
(ou empresas, no Brasil),
uniões (ou sindicatos, no Brasil),
igrejas,ou outras organizações cujas
estruturas e processos de ação se
aproximem de um governo, em
complexidade e interconexão.
Existe no interior da Ciência Política uma
discussão acerca do objeto de estudo desta
ciência, que, para alguns, é o Estado e, para
outros, o poder.
A primeira posição restringe o objeto de estudo
da ciência política; a segunda amplia.
 A ciência política abrange diversos campos, como:
 a teoria e a filosofia políticas,
 os sistemas políticos,
 ideologia,
 teoria dos jogos,
 economia política,
 geopolítica, geografia política,
 análise de políticas públicas,
 relações internacionais,
 análise de relações exteriores,
 política e direito internacionais,
 estudos de administração pública, etc
Atuação do Cientista Político

Cientistas políticos estudam a


distribuição e transferência de poder
em processos sociais.
Atuação do Cientista Político

Porcausa da mistura de interesses


contraditórios, a política é um
exemplo aplicado da Teoria dos
Jogos.
Política → Poder
Definição de PODER:

É o direito de deliberar, agir, mandar


e, dependendo do contexto, exercer
sua autoridade.
É habilidade de impor a sua votade
sobre os outros.
Platão
Platão...
 A Sociedade Ideal e a República de Platão
 Aplicando sua filosofia, Platão imaginou na
"República", uma sociedade ideal dividida em
três classes, levando em conta a capacidade
intelectual de cada indivíduo.
Platão: Mito da Caverna
 A primeira camada, mais presa às necessidades
do corpo, seria encarregada da produção e
distribuição de gêneros para toda a comunidade:
lavradores, artífices e comerciantes.
 A segunda classe, mais empreendedora se
dedicava à defesa: os soldados. A classe
superior, capacitada para servir-se da razão,
seria a dos intelectuais, com poder político,
assim os reis teriam de ser escolhidos entre os
filósofos.
 As crianças deveriam ser tirada de seus pais
logo cedo para receberem a educação
adequada
Platão...
Antes de Aristóteles, seu mestre,
Platão, relata a teoria política de
Sócrates no livro A República, em que
se posiciona criticamente frente à
democracia direta grega, e propõe um
regime no qual “os reis fossem sábios e
os sábios fossem reis”.
Platão → Reis Filósofos
Platão...
 Em primeiro lugar, o objetivo do Estado ideal deve ser a
Justiça e o Bem. Contudo, um Estado só pode alcançar a
Justiça e o Bem quando a sua classe governante conhece a
Ideia perfeita e absoluta de Justiça e de Bem.
 O povo não deseja conhecer o Mundo das Ideias; o povo
deseja apenas satisfazer seus apetites imediatos, vivendo
contente no Mundo das Aparências. Portanto, o povo não
pode governar. Assim, Platão afirma que a democracia (o
governo do povo) é um regime inadequado.
 Platão era um aristocrata: considerava que apenas os
melhores homens deveriam governar o Estado. Ele
representava as diferentes castas sociais fazendo uma
analogia com as partes do corpo e da alma: a casta produtiva,
equivalente ao abdômen no corpo, corresponde à parte da
alma responsável pelos apetites, e é composta pelos
trabalhadores, carpinteiros, artesãos, fazendeiros,
mercadores…; a casta protetora, equivalente ao peito no
corpo, corresponde à parte da alma responsável pelo
“espírito”, pela coragem, e é composta pelos militares; a casta
governante (legisladores ou Rei Filósofo), equivalente à
cabeça, corresponde à parte da alma responsável pela razão,
e é composta pelos cidadãos inteligentes, racionais,
autocontrolados, que amam a sabedoria.
 Segundo esse modelo, a democracia ateniense não é boa,
pois todos os homens livres governam, quando na verdade
apenas poucos estão aptos a governar. Platão diz que os
governantes, numa democracia, são os que têm maior
capacidade retórica, mas deveriam ser os que têm maior
sabedoria.
 Assim, podemos afirmar que Platão propõe um modelo de
organização política da sociedade que pode ser considerado
estamental e antidemocrático. Para ele, o governo não
deveria se pautar pelo princípio da maioria. As almas têm
natureza diversa, de acordo com sua composição, isso faz
com que os homens devam ser distribuídos de acordo com
essa natureza, divididos em grupos encarregados do governo,
do controle e do abastecimento da polis.
Platão...
 Em primeiro lugar, o objetivo do Estado ideal deve ser a
Justiça e o Bem. Contudo, um Estado só pode alcançar a
Justiça e o Bem quando a sua classe governante conhece a
Ideia perfeita e absoluta de Justiça e de Bem.
 O povo não deseja conhecer o Mundo das Ideias; o povo
deseja apenas satisfazer seus apetites imediatos, vivendo
contente no Mundo das Aparências. Portanto, o povo não
pode governar. Assim, Platão afirma que a democracia (o
governo do povo) é um regime inadequado.
 Platão era um aristocrata: considerava que apenas os
melhores homens deveriam governar o Estado. Ele
representava as diferentes castas sociais fazendo uma
analogia com as partes do corpo e da alma: a casta produtiva,
Aristóteles, Platão e a Democracia Grega

Preocupava-se com um governo capaz de


garantir o bem-estar geral (o bom governo); →
a Felicidade
NaPolítica de Aristóteles, o homem é definido
como um ser cível que é por natureza levado a
viver em sociedade.
O homem só terá vida plena se inserido em
uma cidade-Estado, pois essa é condição
indispensável para sua existência.
Para Aristóteles quem é mais
importante, o individuo ou a
sociedade?
1) Explique o mito da Caverna de Platão. Cite
um exemplo atual.
2) Qual a importância da “experiência”, para a
filosofia aristotélica? Explique, cite um exemplo.
3) Como Aristóteles define a política e como
essa definição está sendo aplicada hj em dia?
Pode-se afirmar que a política aristotélica
rejeita a tese liberal moderna de que o indivíduo
é mais importante do que a sociedade.
Aristóteles entende que a cidade tem
precedência sobre cada um dos indivíduos,
pois, isoladamente, o indivíduo não é
autossuficiente, já a falta de um indivíduo não é
determinante para a vida da pólis (cidade).
Ademais o indivíduo só pode se desenvolver
em sua capacidade racional plena em meio a
vida em sociedade. Por isso Aristóteles afirma
que o todo deve necessariamente ter
precedência sobre as partes e o Estado deve
ser superior ao indivíduo.
 É de Aristóteles a clássica divisão dos governos em
três principais:
 a monarquia (governo de um só);
 a aristocracia (governo de poucos);
 a república (governo de muitos);
 Para cada forma justa de governo existe uma forma
degenerada:
 a monarquia pode degenerar-se em tirania;
 a aristocracia em oligarquia;
 a república em demagogia (DEL VECCHIO, 2010).
Lembrete:
Maquiavel
Mundo real → Mundo ideal

Utopia → Realismo Político


Maquiavel
Política
Para Maquiavel, em O Príncipe, todas
as sociedades precisam de uma
estrutura que ordene e domine o
coletivo, caso contrário terá lugar a
anarquia e o conflito.
Maquiavel

A natureza do homem é, para o escritor, egoísta e


corruptível, e o ser humano pensa, acima de tudo,
no seu próprio prazer.
Diante dessa verdade, cabe ao Estado regular as
relações entre os homens e cabe ao líder pensar
no bem coletivo não permitindo que atitudes
egoístas individuais destruam o bem comum.
Maquiavel

A política seria justamente essa


vocação para organizar a cidade,
para impedir que destruidores
dominassem o espaço público.
Dominar politicamente é, portanto,
essencial para o bem coletivo.
Maquiavel

Pode-se dizer que a perspectiva de Maquiavel sobre o


assunto é pessimista nesse quesito se comparada com
a tese dos filósofos gregos, por exemplo, que viam o
bem comum e a felicidade como os pilares essenciais
para se construir a vida política.
Para Maquiavel, a vida política é necessária para
que os homens não destruam uns aos outros.
Maquiavel

Características de um príncipe
Segundo o Maquiavel, um príncipe deve
apresentar cinco características essenciais
para ser capaz de governar e se estabelecer
no poder: piedade, fidelidade,
humanidade, integridade e religiosidade.
Maquiavel

Não é preciso que o líder tenha todas essas


características, mas é preciso que o povo acredite
que o líder as tem, ainda que para isso ele precise
agir de modo “falso”.
Isto é, o príncipe deve conseguir transparecer
para os seus súditos essas cinco características
para convencer as pessoas e se manter no cargo,
ainda que elas não sejam verdadeiras, genuínas.
Maquiavel

Um líder deve manter sempre uma postura de


autoridade e confiança, apesar de nunca dever
confiar na lealdade dos seus súditos.
O ser humano pensa, antes de tudo, no seu
próprio bem-estar individual, por isso o líder deve
manter uma postura de desconfiança, esperando
sempre do outro que ele se torne em algum
momento o seu rival.
Maquiavel
Como governar
 Para governar, um príncipe precisa ter fortuna (palavra que usa
como sinônimo de sorte) e virtude (que nesse contexto quer dizer
habilidade de governar e negociar).
 Esse “jogo de cintura”, que Maquiavel se refere, não tinha uma
conotação negativa no sentido do governante ser malicioso ou
cruel, o intelectual fala aqui de uma característica diplomática,
mediadora, de quem tem habilidade de “saber estar”.
Maquiavel

Maquiavel reconhece que a política é dinâmica e


muda muito rápido, por isso um príncipe deve estar
sempre atento e atuar assim que for necessário.
Um príncipe também deve ser firme, capaz de
manter a segurança do país que lidera, mesmo que
para isso seja preciso entrar em conflitos e guerras.
Maquiavel
Idealmente Maquiavel assume que todo político
deveria ser, ao mesmo tempo, amado e temido. Mas,
no caso de uma das características não existir, o
intelectual recomenda que o líder seja antes de tudo
temido, ao invés de amado.
Maquiavel

Maquiavel também comenta que, às vezes, um


político não pode honrar a palavra dada e, quando
isso acontecer, não deve ter medo de ser enérgico.
O povo deve temer o seu líder, mas um líder jamais
deve temer os seus súditos.
Maquiavel
 “A escolha dos ministros por parte de um príncipe não
é coisa de pouca importância: os ministros serão bons
ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe
demonstrar. A primeira impressão que se tem de um
governante e da sua inteligência, é dada pelos
homens que o cercam. Quando estes são eficientes e
fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio,
pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter
fidelidade.
 Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele
fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido
cometido ao escolher os assessores”. (MAQUIAVEL,
Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São
Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.) Com base no
texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto
afirmar:Um príncipe e seu governo são avaliados
também pela escolha dos ministros.
“Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser
amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de
ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem
mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma
das duas.
Porque, de modo geral, pode-se dizer que os homens são
ingratos, volúveis, fingidos e dissimulados, avessos ao perigo,
ávidos de ganhos; assim, enquanto o príncipe agir com
benevolência, eles se doarão inteiros, lhe oferecerão o
próprio sangue, os bens, a vida e os filhos, mas só nos
períodos de bonança, como se disse mais acima; entretanto,
quando surgirem as dificuldades, eles passarão à revolta, e o
príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se
arruinará ao ver-se despreparado para os reveses.”
Maquiavel

 A ética do político
 Mentir, distorcer os fatos, ameaçar os opositores, tirar
dinheiro e poder dos ricos e dar aos pobres, usar de
charme, palavras bonitas e de efeito… para manter-se
no poder!
 Maquiavel sublinha em O Príncipe que um bom
político deve ser capaz de manipular a realidade,
muitas vezes mentindo ou enganando para se
perpetuar no poder.
Maquiavel

 Interpretado por muitos como um escritor que


elogiava o desonesto, Maquiavel quis, através da
sua obra, mostrar o funcionamento da máquina
política como ela é.
O escritor assistiu durante a vida muitos líderes
optarem por posturas eticamente questionáveis
para conseguirem aquilo que queriam no final: se
manter no poder.
Maquiavel
 Apesar de não ter escrito a frase “os fins justificam os
meios”, que foi erroneamente atribuída a Maquiavel, a
sentença ajuda a compreender um pouco da essência
exposta pelo pensador na sua obra O Príncipe.
 O estigma do escritor foi tão forte que a palavra
maquiavélico, um substantivo pejorativo, é usado até os
dias de hoje para se referir aqueles que manipulam para
alcançarem o que desejam.
QUESTÕES
 1) Qual a diferença das concepções de política entre
os Filósofos Classicos e Maquiavel

 2) Explique: Interpretado por muitos como um escritor


que elogiava o desonesto, Maquiavel quis, através da sua
obra, mostrar o funcionamento da máquina política
como ela é.
 3) Cite e comente um exemplo em que uma situação
política tem relação com os apontamentos de Maquiavel.
Maquiavel
No século XVI, Maquiavel e a
sua obra dão origem à
modernidade política.
A sua preocupação era a
criação de um governo eficaz
que unificasse e secularizasse a
Itália.
Maquiavel

 Contexto histórico
 A família Médici era muito poderosa na região, tendo governado Florença durante cerca
de 100 anos. A Florença de 1500 era um polo importante: foi o berço do humanismo, a
capital do Renascimento, e brilhou durante um período marcado por uma
efervescência cultural, social e política.
 Por outro lado, havia muita instabilidade na região, muitos conflitos na Itália, que ainda
não era unificada e era frequentemente palco de batalhas que geravam enorme
derramamento de sangue.
Maquiavel

 Em termos de sistema político, Florença não era uma


monarquia como muitos Estados europeus daquela
época. A região era uma República, onde o poder estava
concentrado nas mãos de algumas poucas famílias ricas.
 Nicolau Maquiavel, que havia nascido em Florença (e
morreu na mesma cidade), era um defensor da República,
tendo tido alguns altos cargos políticos públicos como
chanceler, embaixador e conselheiro.
Maquiavel

 Maquiavel estava vendo a estrutura política que acreditava ser a ideal ruir.
Com os desdobramentos do fim da República, Maquiavel chegou a ser
preso, torturado e exilado no campo.
 O escritor no final da sua vida achou que Florença ia ser governada por um
príncipe e, por isso, resolveu escrever para Lorenzo di Piero de Médici, o
maior candidato ao cargo, para conseguir a sua função de conselheiro de
volta. Maquiavel queria, portanto, através do seu livro, demonstrar de
forma clara e didática que tinha muito conhecimento sobre o
funcionamento da sociedade.
É melhor ser amado, ou ser temido?

Maquiavel
O Estado de Natureza

O conceito de Estado de Natureza é uma


abstração teórica que se refere a um
"momento" em que os seres humanos
organizavam-se apenas sob as leis da
natureza.
O Estado de Natureza
É um momento anterior ao surgimento
de qualquer tipo de organização social e
do Estado Civil.
O Estado de Natureza
Uma característica marcante é a ideia de
que os indivíduos viveriam isoladamente
ou organizados em pequenos grupos
familiares dedicados à sua estrita
sobrevivência.
O Estado de Natureza
Estes indivíduos pré-sociais seriam
plenamente livres, seguindo sua
liberdade natural, e iguais, não estando
submetidos a construções sociais ou
culturais.
O Estado de Natureza
Diferentes autores propõem diferentes
visões sobre como seria o estado de
natureza.
As três principais concepções remetem
à filosofia moderna com Hobbes, Locke
e Rousseau.
OS CONTRATUALISTAS - XVII
OS CONTRATUALISTAS

Os filósofos contratualistas tratam o estado de


natureza, inclusive, como um momento
hipotético e didaticamente desenvolvido para
explicar o surgimento da sociedade. A teoria
contratualista, por sua vez, foi pela primeira
vez descrita na Inglaterra, no século XVII, pelo
filósofo e teórico político Thomas Hobbes
OS CONTRATUALISTAS
Durante o período entre os séculos XVI ao
XVIII surgiram correntes teóricas que
visava refletir e tentar explicar como
provavelmente se deu a criação do
Estado, como a sociedade se comportava
antes deste e quando os indivíduos
sentiram a necessidade de sua criação
OS CONTRATUALISTAS

Os pensadores desta corrente


filosófica tinham como base
que o Estado havia sido criado
por meio de um suposto
contrato social.
OS CONTRATUALISTAS

Entre os contratualistas mais famosos estão


Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques
Rousseau.
Apesar de que todos os três acreditavam que o
Estado havia se formado a partir de um
contrato social, existem algumas divergências
no pensamento de cada um em relação ao
caminho tomado para a consolidação do pacto.
THOMAS HOBBES (1588-1679)
THOMAS HOBBES (1588–1679) - Iluminista

“O homem é lobo do próprio homem”


A concepção de Estado, para Hobbes, é
pautada na ideia de que deve haver uma forte
concentração de poder estatal a fim de tornar
o convívio suportável.
THOMAS HOBBES (1588 – 1679)
Isso seria necessário porque o ser humano em
seus estado de natureza era, segundo Hobbes,
violento e cruel, sendo o ser humano natural
uma espécie de lobo do próprio homem.
THOMAS HOBBES (1588 – 1679)
Os impulsos de violência do ser humano em seu
estado natural levavam-no à convivência difícil
regida pelo medo, pela desconfiança e pelo
caos.
O Estado seria a criação necessária para
controlar esse modo de vida caótico por meio
da força e da concentração da violência.
THOMAS HOBBES (1588 – 1679)

Hobbes não acredita em uma


natureza boa do homem, pelo
contrário, ele é egoísta e
egocêntrico não sentindo nenhum
prazer na convivência com os seus
demais.
THOMAS HOBBES (1588 – 1679)

Hobbes afirma, aliás, que


existem três causas que
provocam discórdia entre os
homens: competição,
desconfiança e glória.
THOMAS HOBBES (1588 – 1679)

A liberdade do homem enquanto no


estado de natureza gera guerras,
conflitos e instabilidades ao passo que
este se vê livre para fazer o que deseja
visando a realização dos seus
interesses particulares.
Os indivíduos sentem então a
necessidade de um pacto social e para
que este pacto se formule é necessário
que todos abram mão de sua liberdade e
dos direitos que possuíam no estado de
natureza.
O pacto social é formado para garantir
paz e segurança aos indivíduos em troca
da sua liberdade e direitos.
É um pacto de submissão ao passo que
todos transportam ao Estado todo o
poder visando garantir a segurança.
OContrato Social é o momento em que o ser humano deixa
de viver como um ser natural e passa a viver como um ser
que se destaca da natureza, criando suas próprias leis, sua
moral, os costumes e um conjunto de instituições para que a
convivência seja mais harmônica.
Outro aspecto do contrato é a escolha de
um suserano, este deverá possuir poderes
ilimitados tornando-se assim o Estado do
povo.
Cabe ao suserano garantir a paz e a
segurança dos indivíduos e para que isto
seja cumprido satisfatoriamente é
necessário que seu poder seja total e
ilimitado.
Hobbes não vê outra escolha, o poder
deve ser absoluto e o suserano deve
manter temerosos os súditos para que
obedeçam ao seu poder máximo.
 Suseranos e Vassalos

O rei = SUSERANO, geralmente, era o suserano


com mais poder na Idade Média, sendo que
seus vassalos eram, principalmente, senhores
feudais e cavaleiros. Estes senhores feudais e
cavaleiros também possuíam vassalos,
formando, na Idade Média, extensos laços de
vassalagem.
 Suseranos e Vassalos

Vassalagem
e Suserania
formavam um sistema sócio-
econômico da Idade Média.
 Suseranos e Vassalos

 Nesta
relação de reciprocidade, o vassalo recebia
terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de
seu suserano.
 Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta
e proteção ao seu suserano.
 1) Defina Estado de Natureza
 2)Qual a diferença de pensamento entre Maquiavel e
Hobbes.
 3)
Explique a frase de Hobbes “o homem é lobo do próprio
homem”.
 4)Elabora uma conclusão do que você aprendeu nas aulas
até o momento (disciplina Estado, poder e cidadania)
John Locke (1632 – 1704)
É um dos fundadores do empirismo.
Para ele, a soberania não reside no
Estado, mas sim na população.
Afirmava que, para assegurar um
Estado de direito, os representantes
do povo deviam promulgar as leis e o
rei ou o governo executá-las.
Em grande medida, Locke entende
que as limitações dos poderes políticos
não têm relação com nenhuma forma
de “diminuir” o Estado, mas sim de
assegurar que ele vai sempre ter a sua
função de garantir a segurança dos
homens, preservada através de seus
próprios poderes.
John Locke (1632 – 1704)

Difere consideravelmente da teoria de


Hobbes.
Locke em “Segundo tratado sobre o
governo civil” acredita que os homens
no estado de natureza viviam em
relativa harmonia e paz.
Nesse momento, os homens
eram dotados de razão e tinham
sua propriedade.
Propriedade para o autor, em
uma primeira acepção,
significava: vida, liberdade
O direito de propriedade é a base
da liberdade humana porque todo
homem tem uma propriedade que é
sua própria pessoa.
O governo existe para proteger esse
direito.
Asegunda acepção de propriedade faz
relação aos bens móveis adquiridos
pelos indivíduos.
Para o pensador a terra é um direito
comum a todos, já que, foi dada por
Deus e a partir do trabalho o homem a
torna sua propriedade privada.
Sendoesta terra sua, ele atribui
um direito próprio excluindo
todos os outros de possuí-la.
Oestado de guerra para Locke se
dá a partir do momento em que
há uma violação da propriedade
privada fazendo-se necessário a
criação de um contrato social..
A finalidade principal do contrato era
proteger a propriedade privada e
preservar os direitos que cada um
possuía no estado de natureza.
Este acordo, para Locke, levou
os homens a unirem e
estabelecerem livremente o que
ele vai chamar de “contrato de
consentimento” diferentemente
do “contrato de submissão”
denominado por Hobbes.
Formado o estado civil através
do contrato é necessária a
escolha da forma de governo.
A forma de governo é instituída
por voto majoritário visando
àquela que melhor se adéque às
condições necessitadas pelos
indivíduos.
Escolhida a forma de governo,
é necessário ter conhecimento
sobre qual será o poder
legislativo e o poder executivo
e federativo, que serão
subordinados ao primeiro.
Entretanto, se o executivo e o
legislativo violam a lei estabelecida e
coloca a proteção da propriedade
privada em risco, torna-se um
governo tirânico.
Ea consequência desse poder tirânico
é o retorno para o estado de guerra.
O estado de guerra atribui aos
cidadãos o direito de resistência, ou
seja, o direito dos indivíduos se
rebelarem por meio da força contra
este estado civil.
 Um dos mais importantes teóricos da revolução burguesa
ocorrida na Inglaterra durante o século XVII, o filósofo
John Locke, defendeu ideias que serviram de base ao
pensamento iluminista e influenciaram movimentos contra
o Antigo Regime na Europa. Locke encarava o governo
como troca de serviços: os súditos obedecem e são
protegidos; a autoridade dirige e promove a justiça; o
contrato é utilitário e sua moral é o bem comum.
 ParaLocke a propriedade privada tem como base o direito
natural: O Estado não cria a propriedade, mas a
reconhece e protege. E o "Contrato social", ao considerar
que todos os homens nascem livres e iguais, encara o
Estado como objeto de um contrato no qual os indivíduos
não renunciam a seus direitos naturais, mas ao contrário,
entram em acordo para a proteção desses direitos, onde o
Estado é criado para preservar.
 Navisão do autor, a função básica do Estado deveria ser
proteger os direitos naturais do indivíduo, garantindo o
respeito a eles por toda a sociedade.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778)
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778)

Rousseau diz que os homens


no estado de natureza são
amorais (puros), não tem
conhecimento do que é bom ou
mau, entretanto não conseguem
ver seu semelhante sofrer.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778)

Não fala como se deu


o processo do estado
da natureza para a
sociedade civil.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778)

Entretanto, afirma que o pacto social


foi injusto, já que, iludidos pelo discurso
de homens ambiciosos, homens
grosseiros e inocentes perderam sua
liberdade natural para a servidão.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778)

Ou seja, os indivíduos


abriram mão da sua
liberdade em troca do
trabalho, da servidão e
da miséria.
No Contrato Social, Rousseau propõe
condições de possibilidade de um pacto
legítimo, ao mesmo tempo em que, os
homens, ao abrirem mão da sua liberdade
natural, não se submetam à servidão, pelo
contrário, que ganhem em troca a liberdade
civil.
O corpo soberano surgido após
o pacto possui condições de
elaborar as leis, já que, é um
agente ativo e passivo das
mesmas.
O corpo administrativo do
Estado, seja qual for, deve
ser um órgão limitado pelo
povo soberano, deve ser
submisso à população.
Rousseau defende que este corpo
administrativo tem que ser limitado, pois
a vontade particular é um perigo para a
população, visto que a vontade particular
visa seus próprios interesses, logo a
vontade geral tem de vigiar e combater
esta.
DIFERENÇAS ENTRE OS 3

São notáveis as várias


diferenças nas teorias dos
três contratualistas.
DIFERENÇAS ENTRE OS 3

 Ao passo que Hobbes acredita em um ser humano


egoísta e competitivo por natureza,
 Locke crê que este só se torna cruel no momento em
que há a violação dos seus bens.
 Já Rousseau pensa que o indivíduo é amoral (sem
noção de moral), não suporta ver seu semelhante
sofrer, entretanto perde sua inocência ao passo que
se integra cada vez mais na sociedade.
O contrato social também
possui visões díspares, em
Hobbes os homens entram em
acordo para firmar o pacto
visando garantir segurança e
paz, abrindo mão de todos os
seus direitos e liberdade.
Locke acredita que o contrato é firmado para
preservar os direitos naturais e a propriedade
privada e Rousseau não vê o pacto social
como uma saída eficaz, pois faz o homem
perder sua liberdade e se tornar servo.

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