Professora Doutora MARIA APARECIDA DE PAIVA MONTENEGRO
ANA CHRISTINE SANTOS DOS ANJOS (542125) GABRIEL DE AMORIM SANTIAGO (538062) KARLLA GABRIELLA BARBOSA DE CASTRO LUSTOSA (537686) MARIA JULIA BARBOSA BATISTA (542081)
Tópico: A diferença da realidade na Vida Social expressa nas Obras
Platônicas "O Político e as Leis" e “A República" Sendo de acordo que a república é uma obra platônica na qual aborda muitos aspectos como política, educação, e mortalidade da alma, o seu tema principal é eixo condutor desde segundo maior diálogo de Platão é a justiça, e neles estão presentes seus principais fundamentos de sua filosofia. Contudo, o político e as leis, revelam um pensamento político com mais amadurecimento com relação ao da república. Sendo assim a obra apresenta estruturas que são mais realistas a respeito das possibilidades de se alcançar a forma ideal do governo. O fato é que indivíduos excepcionais do tipo exigido na obra são bastante raros. Na ausência deles, os homens são forçados a confiar nas leis, são uma das formas existentes de constituição, que Platão agora aceita relutante, como oferecendo uma espécie de estrutura para se viver. Com as leis estabelecidas, eles sugerem que serão pelo menos uma "imitação da verdade”. Nas leis seu último e mais extenso trabalho Platão constrói uma segunda utopia. Desta vez haverá uma nova fundação ou colônia e ele seleciona um local real (em Creta), com bastante recursos naturais para evitar a necessidade de comércio, que traria a corrupção das influências externas. Contudo, se resume bem as atitudes claras de Platão quanto às relações internacionais que geralmente ele é contra. Sendo assim, a República é a obra mais importante de Platão, seu principal objetivo é justamente a busca pela cidade perfeita. Pois assim como já foi abordado, na obra "a república" ele trata sobre o mito da caverna e traz questões como o "mundo inteligível" e o "mundo sensível". No mundo inteligível é o mundo da sabedoria das ideias perfeitas do conhecimento. Agora no mundo sensível é o mundo que nós conhecemos através das nossas experiências, onde as ideias não são perfeitas. Portanto, essa diferença de realidade entre as obras que retratam sobre a vida social na sociedade e como ele aborda os mesmos questionamentos, mas de uma forma diferente. A justiça, a virtude e a felicidade para Platão estão completamente interligadas. Para o filósofo grego a felicidade só poderia ser alcançada quando superarmos o mundo sensível, chegando assim no mundo das ideias. Contudo, não é apenas essa a receita da vida feliz, porque para ele, ninguém pode ser feliz sozinho. Neste sentido a polis (cidade-estado grega) se torna essencial para a vida, e esta deveria ser cuidada com virtude, justiça e sabedoria. Para o indivíduo ser feliz, a sociedade na qual ele se encontra também deve ser feliz e equilibrada. Assim como na nossa alma, que Platão acreditava ser dividida em três partes cada qual com sua função, a polis também deve ser dividida para cada qual ter uma função pura e essencial. Seja essa função governar, defender, criar ou ensinar.
A justiça é um pilar essencial para manter a sociedade (a polis) mais equilibrada,
porém só chegamos à ela através da virtude de seus governantes e ao chegar, enfim, poderemos alcançar o equilíbrio e a felicidade de sua população. A alma para Platão é tripartida e é dela que provém a vida. Essa característica da tripartição é essencial e única para a manutenção da estabilidade da mesma, sendo o homem assim igual ao ambiente na qual pertente. Todos buscam firmeza e felicidade em sua vida. Um Pouco da Filosofia Política em Platão Platão foi o primeiro pensador da antiguidade a escrever sistematicamente sobre política. A pólis grega era o lugar em que se concentrava os homens para debater sobre as questões futuras e presentes na sociedade de Atenas, o que torna possível de verdade o fato de que alguns dos filósofos eram atenienses nativos, com os seus mais importantes: Platão e Sócrates. Sócrates foi um filósofo bastante envolvente na linha do pensamento crítico para a filosofia, o mesmo se utilizava de ideias na tentativa de se alcançar a verdade e, também, clarear os pensamentos dos indivíduos pelo processo da retórica a fim de não cair na ignorância. Desse modo, é possível perceber o foco de Sócrates em ter o seu objetivo nas questões humana, o que, por conseguinte, aparenta ter sido um modo de alcançar a certeza moral e como o homem deveria conduzir a vida. Sócrates transmitia seu conhecimento pela oralidade, nada do mesmo foi escrito por si, por isso Platão, seu aluno, foi o que escreveu sobre sua passagem e que posteriormente seria sua herança socrática. Platão, em seu livro A República, estabelece vários conceitos políticos sobre o que seria uma política ideal de estado, nele, Platão traz conclusões e reflexões sobre o certo e o justo e a dualidade da vida política sobre integridade e condições de existência. Assim, o mesmo argumenta defeitos em algumas sociedades que aparentemente não consegue evoluir pois os seus focos e objetivos estão fora do que realmente importa: a Virtude. Isto é, a única maneira de ressarcir uma sociedade que não evolui, seria um estabelecimento de um governo filosófico, pois só assim com os filósofos no governo haveria uma racionalidade consiste sobre a justiça e a moralidade. Na República, é Sócrates que apresenta diálogos sobre a política ideal de Estado, escrita por Platão, que se utiliza da personalidade de Sócrates para traçar sua linha de raciocínio e, isso se afirma, pois mesmo após o falecimento de Sócrates, as ideias e os objetivos de Platão ainda se constituíam nos fundamentos socráticos, dessa maneira, estabelecendo uma demanda pela união do poder político e filosófico. A democracia vivida em Atenas era de caráter extremamente limitada, ou seja, só podia participar dos afazeres políticos homens, excluindo assim mulheres e escravos, tanto por dívidas como por guerra, embora o restringimento político fosse presente, Sócrates estava interessado nas questões envolvendo o certo e o errado e não em situações econômicas. Para se adquirir o conhecimento moral é preciso admitir que o mesmo seja suficiente e necessário para agirmos corretamente. Para Sócrates, o princípio de moralidade e justiça advém do campo da racionalidade, ou seja, a justiça nunca pode gerar algo diferente do bem e assim sendo justo, ou seja, a racionalidade, o pensamento crítico e reflexões sobre isso, gerariam diversas condutas sobre agir corretamente para ser justo e por seguinte virtuoso também. Sócrates afirmava que apenas as reflexões filosóficas poderiam ser o que sustenta para a finalidade de sua ideia, isto é, a cosmologia (racionalidade) presente e possível a se contestar sobre tudo, assim, o que importava para o mesmo era as indagações humanas e a sua importância de repassar o que discutia para quem estava interessado em ouvir. Em outras palavras, como Sócrates tinha por objetivo suas questões da oralidade e do parimento das ideias, coube, então, a Platão em resignar a posição de Sócrates e suas consequências para a prática política. Portanto, para quem está no poder a correção moral se mostra o papel mais importante, pois a virtuosidade e a felicidade dependem dos princípios mais gerais sobre a aplicação particular da ação completa para cada indivíduo. Platão, na República, não está interessado nas ideologias rivais, ou seja, não demonstra interesse nas distintas vias política, portanto, o que importa realmente para o mesmo é a busca de se alcançar a virtude e, com isso, retoma o pensamento de Sócrates sobre a justiça, a tentativa da república é formular um caso de fundamentos racional (cosmológico) para se adquiri a justiça e se contrapor a injustiça. Com tudo isso, Platão inicia sua formulação da política sobre o seu tipo de Estado ideal que consiste em identificar a natureza proveniente do indivíduo: a justiça. Pois, a justiça para os gregos é aquilo que é melhor para cada um. Então, Platão constrói o seu esquema do Estado perfeito e justo em que cada membro, destinado pela natureza, irá desempenhar papéis e seguir aquela função, ou seja, o Estado irá se apresentar por três classes: o governante filósofo, o guerreiro e o comerciante, artesãs, etc. Essas classes também irá ter conexão com a alma do indivíduo, a alma seria como uma predestinação necessária e suficiente a qual o indivíduo pela sua natureza, dado pela justiça, teria sua própria função estabelecida pelo Estado. Contudo, as três partes contêm representações na realidade e estabelece princípios racionalmente onde as reflexões de governo seria a intitulação da racionalidade (cabeça), a espiritualidade, responsável pela bravura, emoções, raiva e etc. (tórax) e a base que sustenta as duas primeiras, a aperitiva, responsável pelos nossos desejos inferiores. Platão também comenta sobre a propriedade privada, pelo menos nas duas classes superiores, o mesmo apresenta uma crítica sobre o poder democrático em que o apresenta como falho, ora, a questão levantada seria em discutir como é possível o desejo de muitos serem corretos, justos e virtuosos a mais do que daqueles que não apresentam a maioria, ou seja, nem sempre o apelo de muitos significa uma justiça. Na República, Platão comenta sobre a questão dos políticos e das leis. O político é a autoridade final do Estado que deve recair ao indivíduo, nesse sentido pode se perceber a comparação sobre regimes totalitários, em que o indivíduo está totalmente sobre a influência e condições estabelecidas pelo Estado, isto é, é preciso uma personificação do governo sobre o ato de governar. Já as leis, Platão cria um pensamento político mais consistente sobre a generalização da imposição das leis, pois elas são inevitavelmente imperfeitas, ou seja, não é possível trabalhar em constância a justiça pelas suas complexidades da vida fornecidas pela generalização e a justiça não é uma virtude generalizada. A vida e a morte de Sócrates e A República de Platão Em meu entendimento, é completamente errado afirmar que o pensamento de Platão em sua obra denominada A República não tenha relação com os fatos que tratam da vida e da morte do filósofo Sócrates, seria um erro não atribuir a obra aquele julgamento democrático ao qual os cidadãos atenienses participaram. Ali fez-se presente a ignorância da democracia, pois nela foi permitido que o ignorante tivesse valor igual ao do sábio. A morte de Sócrates e tudo aquilo que antecedeu a ela, fundamentaram de maneira bastante profunda uma crítica ideal a democracia. Com base no julgamento de Sócrates, coube a Platão discorrer o pensamento de que nem sempre a maioria possa ser a melhor opção, sendo essa a principal base da democracia, mostrando que, na situação onde Sócrates fora condenado a morte, a democracia se mostrou errada, injusta. Sendo a justiça a maior de todas as virtudes. Presente em A República temos o Mito da Caverna que se apresenta como uma discussão filosófica e com muita ligação a respeito da vida de Sócrates. O Mito da Caverna é uma sociedade de homens e mulheres que sobrevivem no subterrâneo, cercados por corda. Naquela sociedade existe um sábio que chama-se Político, trabalhando como seu filho para evitar a guerra e definir os costumes da caverna. Sempre que o mestre do subterrâneo estava ausente a República estabelecia regras sobre a própria vida dos habitantes que viviam naquela sociedade. O Político e As Leis de Plantão A respeito das obras de Platão – O Político e As Leis – se formos pensar mais profundamente, ele nos fala de assuntos que remetem mais precisamente a política, como o título de uma delas já nos sugere, e busca dentro disso trazer um conceito de sociedade ideal e justa. Nas duas obras, Platão refuta uma série de ideias e pensamentos sofistas. Essas obras são muito interessantes, embora não sejam de modo algum ou não os melhores textos de Platão, ainda assim é uma boa obra para estudar um bom pouco sobre a filosofia antiga. Ora, uma vez feito isso, convém considerar como as pessoas nos veem hoje. Não somos mais sobretudo que uma série de ideias e pensamentos, ou ainda, vivemos sob o peso de nossas ideias e não as alçamos como um fardo? Para sermos felizes e ser feliz, às vezes precisamos desprender-nos das ideias que nos aprisionam e nos impedem de conhecer a vida. Não faço distinção entre seres humanos e outros seres vivos neste caso. A relação da Justiça na Alma e na Polis Com a leitura da obra de Platão, percebemos que nela, ele discorreu sobre a imortalidade da alma, unidade intrínseca ao homem. Contudo, a partir de diversas concepções místicas e religiosas a noção de alma foi ganhando contornos muito mais conceituais, ainda que de forma mais dialética, sem pretender formar uma posição absoluta sobre ela ou demonstrar de fato o que ela seja. Platão foi o responsável por essa mudança e abordou inúmeras questões sobre a alma, mas nem sempre uma posição que seja única. Por exemplo, em sua obra, “O Filósofo” Platão defende que o mais importante para o homem é a alma e que ela é uma parte da humanidade, deixando de fora a consciência. Essa afirmação pode ser entendida como um ataque ao monismo do próprio filósofo. Neste caso, o homem não é uma unidade e sim, um ser composto de diferentes partes, o que o torna muito mais frágil, demonstrando a falta de confiança do filósofo. Em contrapartida a essa tese, há aqueles que defendem uma ideia oposta com a noção da imortalidade da alma. Pode-se concordar com esta ideia se entendermos a alma como sendo intrínseca do homem e viver em um universo de causa e efeito. É através da alma que o homem conhece, segundo Platão. O corpo e as sensações explicam “como” são as coisas. A alma e a inteligência explicam “o que” são as coisas. É por isso que a alma é esse trânsito entre os dois mundos, inteligível e sensível, ainda que suas características sejam dadas pelo mundo inteligível. A alma repassa aos sentidos a informação do mundo inteligível por meio dos sonhos e da memória. É por meio da alma que o homem vai reconhecer seu propósito diante dos deuses e dos outros mortais, já que as divindades querem que ele chegue às “ruas douradas”. A alma tem de se assemelhar àquilo que ela busca ou aspira: as ideias. E ainda que encarnada em um corpo, a morte refere-se somente a essa parte material, divisível, múltipla, instável. A alma como unidade não se dissolve, mas busca, segundo os mitos escatológicos que Platão narra, o aperfeiçoamento a partir de uma série de ciclos reencarnatórios. A alma, assim como a inteligência, é uma entidade que busca o conhecimento: o homem quer conhecer a si mesmo e a todos os outros. Sua forma de fazer isso é gerando um modelo da realidade que busca ser adequado aos conceitos do homem. Os conceitos mentais são as ideias que são formadas por todos os pensadores e filósofos, independentemente de seu caráter pessoal. A expiação se dá pelas faltas cometidas em vidas passadas que a alma guarda na memória e ao contemplar o inteligível faz sua escolha da vida que quer viver. Então, põe-se novamente em movimento para realizar sua trajetória, mas o corpo torna-se um obstáculo e a faz esquecer parcialmente o que contemplou no mundo inteligível. É assim que ela busca o conhecimento como tentativa de purificação da alma, através da inteligência. A alma é, pois, sujeito do conhecimento. Essa vida para a qual muitos se esforçam é a vida abstrata, aquela que vemos através do pensamento filosófico e teológico. Trata-se de uma vida ausente de corpos, em que o homem é “a sujeição do mundo”. No entanto, o homem precisa ter corpo para sobreviver. Desse modo, partindo da alma e indo “para dentro”, ele encontra-se com seu próprio corpo. A Justiça, a Virtude e a Felicidade em Platão No livro I da República, Platão tenta em vão definir justiça, uma palavra de uso corrente deste os primórdios da humanidade e de conceituação elástica ao longo da história das civilizações. Definições foram propostas por diversos pensadores na antiguidade, como Céfalo, para quem a “justiça é a verdade e restituir o que se tomou”. Além de Polemarco, que afirma que “justiça é dar a cada um o lhe deve”; Trasímaco, que diz que “justiça é o que está no interesse do mais forte”. O personagem Sócrates refuta todas estas definições, expressando a opinião de Platão. Transfere-se então, no livro II, a análise do indivíduo para a cidade, buscando analisar os fatos em grande escala e, assim, atingir a verdadeira natureza da justiça. Ao invés de buscar a definição de justiça para o sujeito, o que se procura é conceituar uma cidade justa. Gradualmente, no livro III a definição de justiça é alcançada: “na cidade ideal cada um deve exercer uma só função na sociedade, aquela para qual, por natureza, foi mais dotado”, tal cidade poderia então ser chamada de justa. A felicidade para Platão consistia em praticar o bem baseado na ética, isto é, na utilização de princípios que causassem ações de efeitos positivos; a felicidade também era considerada o objetivo de todos os seres humanos. Uma vida de satisfação das necessidades humanas e o equilíbrio das paixões era para Platão o caminho mais certo para atingir a felicidade, sempre utilizando a razão como bússola. A ética não estava limitada aos negócios privados, devendo ser posta em prática também nos negócios públicos. Desse modo, o filósofo entendia que a função do Estado era tornar os homens bons e felizes O bem do indivíduo e a vida da sociedade eram para Platão os fins sociais a serem alcançados, sendo que o Estado devia defender este bem através de uma política de justiça, isto é, moderada e equitativa (ver o capítulo IV). A prática social do bem era determinada pela ética. Por isso, o homem não poderia ser feliz e nem sociedade das pessoas felizes.