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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DAVID ANDERSON ALVES DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO USO E ACESSO ÀS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE


JOVENS E ADULTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA EM UMA ESCOLA DA REDE
MUNICIPAL DE CAUCAIA-CE

FORTALEZA
2023
DAVID ANDERSON ALVES DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO USO E ACESSO ÀS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE


JOVENS E ADULTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA EM UMA ESCOLA DA REDE
MUNICIPAL DE CAUCAIA-CE

Trabalho de conclusão do curso de


licenciatura em Pedagogia apresentado na
Universidade Federal do Ceará como
requisito para obtenção do título de
Licenciatura em Pedagogia no ano de
2023.1.
Orientadora: Prof.ª Dra. Camilla Rocha da
Silva

FORTALEZA
2023
DAVID ANDERSON ALVES DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO USO E ACESSO ÀS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE


JOVENS E ADULTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA EM UMA ESCOLA DA REDE
MUNICIPAL DE CAUCAIA-CE

Trabalho de conclusão do curso de


licenciatura em Pedagogia apresentado na
Universidade Federal do Ceará como
requisito para obtenção do título de
Licenciatura em Pedagogia no ano de
2023.1.

Aprovada em 25/04/2016.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof.ª Dra. Camilla Rocha da Silva (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Prof. Dr.
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Prof.ª Dra.
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Prof.ª Dra.
Universidade Federal do Ceará (UFC)
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si
mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo. ” (FREIRE, 1987, p. 79).
RESUMO

É notório que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) destaca-se por proporcionar a


inclusão de pessoa que por algum motivo não puderam concluir seus estudos na idade
certa, esse grupo sempre foi visto como inferior sendo os trabalhadores a
predominância dos integrantes dessa modalidade de ensino, com isso sofrem com
vários obstáculos entre esses um é o surgimento de novas tecnologias mesmo antes
da chegada da pandemia COVID-19 já era percebido o quanto era difícil para a maioria
dos discentes se adaptarem ao uso destes instrumentos, agora, nesse momento da
história diante de um novo cenário na qual surge há a necessidade de saber e
compreender como alunos de escola pública enfrentam esse problema não deixando
de observar os outros que por conta das tantas dificuldades serão citadas. O local
escolhido para fazer a pesquisa foi a escola municipal ANTONIO ALBUQUERQUE
SOUSA FILHO EEIEF localizada no município de Caucaia-CE, a situação da escola
e comunidade nos leva aos anos 1990, a qual estudos feitos referentes ao trabalho
de Pierre Bourdieu sobre o efeito do lugar, na obra A Miséria do Mundo, embora não
pensado numa perspectiva educacional, fala sobre a desigualdade escolar, analisado
por pesquisadores da sociologia urbana que passaram a relacionar o assimétrico
desempenho educacional das escolas de uma mesma urbe ao fenômeno da
segregação socioespacial nos levando a essas pessoas que por estarem inseridos na
periferia são afetado de uma forma mais forte, com muitas dificuldades muito por conta
da sua localização, esses discentes precisam transpassar várias barreiras para
continuar seus estudos em meio a uma crise de saúde nunca vista antes por eles e
pelo mundo contemporânea, a pesquisa se caracteriza como qualitativa descritiva
optando por um estudo de caso, sendo dados coletados por uma entrevista
semiestruturada aos alunos matriculados neste programa, explorado as questões
inerentes à pesquisa de como foi esse momento de enfrentamento da pandemia
referente aos estudos, se a realização das atividades escolares tiveram um curso
normal? E quais as dificuldades tanto em apoio (família) quanto didático (Escola)?
Essas são algumas questões levantadas.

Palavra-chave: alunos; educação de jovens e adultos; tecnologias; pandemia.


ABSTRACT

It is clear that Education for Teens and Adults (EJA) stands out for providing the
inclusion of people who for some reason could not complete their studies at the right
age, this group has always been seen as inferior, with workers being the predominant
part of this modality of teaching, with that they suffer from several obstacles among
these one is the emergence of new technologies even before the arrival of the COVID-
19 pandemic it was already perceived how difficult it was for most students to adapt to
the use of these instruments, now, at that moment of history in the face of a new
scenario in which there is a need to know and understand how public school students
face this problem, not forgetting to observe the others who, due to the many difficulties,
will be mentioned. The place chosen to carry out the research was the municipal school
ANTONIO ALBUQUERQUE SOUSA FILHO EEIEF located in the municipality of
Caucaia-CE, the situation of the school and community takes us to the 1990s, which
studies made referring to the work of Pierre Bourdieu on the effect of Indeed, in the
work A Miséria do Mundo, although not thought of from an educational perspective, it
talks about school inequality, analyzed by urban sociology researchers who began to
relate the asymmetric educational performance of schools in the same city to the
phenomenon of socio-spatial segregation, leading us to these people who are inserted
in the periphery are affected in a stronger way, with many difficulties due to their
location, these students need to overcome several barriers to continue their studies in
the midst of a health crisis never seen before by them and by the contemporary world,
the research is characterized as qualitative descriptive opting for a case study, s Using
data collected through a semi-structured interview with students enrolled in this
program, exploring the questions inherent to the research of how was this moment of
coping with the pandemic regarding studies, did the carrying out of school activities
have a normal course? And what are the difficulties both in support (family) and didactic
(School)? These are some questions raised.

Keywords: students; education for teens and adults; technologies; pandemic.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 12

2.1 A Pandemia do COVID-19 e Educação ................................................................... 12

2.2 História da Educação de Jovens e Adultos ............................................................. 16

2.3 Ensino Remoto de caráter emergencial ................................................................. 20

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................... 24

4 LOCAL DA PESQUISA ............................................................................................. 28

5 OS SUJEITOS DA PESQUISA ................................................................................... 29

6 OS VÁRIOS CONTEXTOS ........................................................................................ 32

6.1 Entrevistas e Coleta de dados ............................................................................... 35

6.2 Análise da pesquisa .............................................................................................. 36

6.3 As Fragilidades Estruturais .................................................................................... 36

6.4 Pontos de Discussões............................................................................................ 37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 40

REFERÊNCIAS................................................................................................................... 42
8

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objeto apresentar um estudo sobre os efeitos da


pandemia na formação de estudantes da Educação de Jovens e Adultos no processo
de ensino aprendizagem e suas dificuldades na modalidade de ensino em uma escola
pública de Ensino Fundamental, em uma cidade do Ceará.
No fim do ano de 2019 teve início uma pandemia provocada pela
disseminação do vírus COVID-19, mudando a vida de todos os brasileiros e mundo,
desde então todos enfrentam sentimentos de medo e incertezas apesar de terem
diminuído os casos com o advento da vacina convivemos ainda com medo do vírus.
Por isso foram adotadas muitas medidas para o combate e propagação do vírus pelo
país, com restrições, com impactos em todas as áreas da sociedade, e a educação
esteve em destaque isso se explica principalmente pela necessidade em adotar o
isolamento social, assim o isolamento é a melhor alternativa para impedir o avanço da
epidemia (MOLINA, 2020).
No Ceará a situação como em todo o brasil esteve diante de algumas
medidas como o Decreto nº 33.510, de 16 de março de 2020, decretando situação de
emergência na saúde do estado, dispondo sobre uma série de medidas para o
enfrentamento e contenção da infecção humana provocada pelo novo coronavírus,
essa medida foi a primeira de muitas em nosso estado muito afetado pela pandemia.
Por todos esses acontecimentos suspender as aulas presenciais era uma
necessidade para evitar uma grande aglomeração, por isso implantar o modelo de
aulas online era a única saída, para que não houvesse uma paralisação maior do que
a do início, decisão tomada pelo governo para evitar aglomerações dos estudantes e
de toda comunidade escolar nas instituições de ensino seja particular ou pública nosso
local de pesquisa.
Diante de tal solução encontrada pelas escolas para não parar suas
atividades surgiram também muitos obstáculos e desafios no que se refere a se
adaptar a uma nova realidade de como as aulas seriam dadas, mudanças nos
planejamentos pedagógicos, além de uma busca por recursos para o fornecimento
das aulas de forma não presencial, desafio que para alunos com alguma prática e
aproximação com meios tecnológicos foi mais fácil, em contrapartida muitos ficaram
sem saber como transpassar mais um obstáculo imposto diante de vários outros,
principalmente os da rede pública de ensino que em sua grande maioria não possuem
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acesso a recursos adequados e nem aparelhos ou internet para poder ter acesso as
aulas de forma online.
A EJA é importante no percurso da história da educação brasileira, o que
se percebe é a existência de poucas políticas públicas e ações governamentais
voltadas para essa modalidade, sua importância é tão grande que por meio dela é
possível minimizar os índices de analfabetismo no Brasil proporcionando crescimento
profissional e formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, segundo
Paiva (1973). Em síntese, a educação de jovens e adultos é toda educação destinada
àqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou que tiveram
de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os conhecimentos
básicos necessários. (PAIVA, 1973, p.16).
São tantas as dificuldades nessa modalidade de ensino entre elas está a
falta de apoio dos Governos que vem se prolongando durante anos, apesar das
melhorias ocorridas recentemente. No contexto atual temos a agravante pandemia
COVID-19 que somados aos vários problemas históricos dessa modalidade mostrou
que é preciso mudanças profundas, necessárias nas instituições de ensino em todo o
Brasil. Diante do desafio de aproximar o ensino à realidade vivida por conta dessa
crise, sem esquecer o contexto que esse projeto está inserido. Ainda segundo Paiva,
muitos nunca foram à escola ou tiveram que se afastar, quando crianças, em função
da entrada precoce no mercado de trabalho, ou mesmo por falta de escolas (PAIVA,
1983, p. 19). Por todas essas características serem conhecidas ou pelo menos se
imagina quando vemos um grupo de jovens e adultos no ensino fundamental,
conhecer esse terreno é fundamental para todos que trabalham na educação como é
realizado na prática, por isso que veio esse interesse e necessidade de saber como
foram as aulas para os alunos da EJA em uma escola pública localizada no município
de Caucaia-CE.
O presente trabalho buscou levantar informações sobre os impactos
dessas mudanças em específico na referida modalidade sobre como os alunos
fizeram para acompanhar as aulas online e quais foram as maiores vantagens e
dificuldades encontradas por eles na adaptação ao ensino emergencial.
A motivação para a realização desse trabalho é compreender como o grupo
da EJA encararam esse momento atípico de aulas não presenciais, sendo que esse
tema é conhecido só que não nessa situação em específico. Podemos supor que a
dificuldade no manuseio e entendimento dos integrantes do grupo da EJA é um tanto
10

complicado em relação às novas tecnologias por uma parcela desse grupo ser de uma
outra geração em que nem se imaginava poder assistir aulas por uma tela de
computador ou celular por exemplo.
No interesse e vontade de trabalhar com esse grupo me propus a buscar
saber sobre como tem sido a vida deles antes, durante e depois da pandemia em seu
contexto de estudos, mostrando a importância dessa modalidade de ensino na vida
de jovens e adultos que ainda estão na sua caminhada de uma melhora de vida e
alcance de objetivos pessoais.
No percurso deste trabalho buscou-se coletar e analisar dados através da
pesquisa realizada com os alunos da EJA da escola escolhida, localizada no Parque
Potira, um bairro da cidade de Caucaia região metropolitana de fortaleza, de
conhecimento do autor deste trabalho que mora na comunidade, um ponto a se
destacar são os indivíduos da pesquisa serem da periferia na qual grande parte é
carente.
As atividades realizadas no estabelecimento de ensino consistem em um
trabalho pedagógico interessante, objetivando transformar a realidade dos alunos,
buscando uma educação voltada para os princípios estabelecidos pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação – LDB Nº 9294/96. O trabalho em questão tem como
objetivo geral investigar a presença do uso pedagógico das tecnologias digitais em
turmas da EJA em tempos de pandemia, além de mostrar como vem sendo depois se
ainda é utilizada nas aulas. Nesse novo contexto vivenciado por todos, tanto alunos,
famílias e professores da EJA, questionamos: Quais os maiores desafios dos alunos
que participam ou participaram das aulas nessa modalidade de ensino em tempos de
pandemia? Se as metodologias e os meios tecnológicos utilizados foram eficientes
para que os alunos da EJA possam continuar tendo uma educação de qualidade. Para
finalizar, quais os recursos tecnológicos que os alunos da EJA têm ou tiveram acesso
para participar das aulas?
Este projeto tem alguns objetivos específicos como: Refletir sobre as
tecnologias e seu acesso na educação, os desafios dos alunos da EJA, na perspectiva
da Inclusão Digital e Alfabetização em tempos de Pandemia da COVID-19.
Reconhecer como fatos históricos e documentos norteadores da educação brasileira
estão tratando a utilização dos recursos digitais na Educação de Jovens e Adultos.
Descobrir e Examinar quais são as dificuldades enfrentadas pelos alunos nesse
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contexto de crise referente a utilização das tecnologias digitais enquanto suporte


pedagógico, além de ressaltar os antigos problemas enfrentados.
O trabalho está organizado em três partes principais: No primeiro capítulo
é apresentado um referencial teórico subdividido em três tópicos, onde discorremos
brevemente sobre a pandemia da COVID-19, depois será abordado a história da
Educação de Jovens e Adultos, por fim falaremos sobre o ensino emergencial a
distância. No segundo capítulo tem-se a metodologia utilizada para fazer a pesquisa.
No terceiro capítulo uma breve análise do campo de pesquisa e dos sujeitos através
de dados coletados sendo vistos de maneira crítica, com o uso de depoimentos de
alunos das salas da EJA com os resultados da pesquisa, com o objetivo de propor
novas discussões sobre o tema. Por último será apresentado as considerações finais.
12

2 JUSTIFICATIVA

2.1 A Pandemia do COVID-19 e Educação

Um breve resumo da doença COVID-19 que é um vírus da família


Coronaviridae, conhecido por gerar várias patologias em homens e animais, sendo o
respiratório o mais afetado. A proteína Spike ou proteína S que se liga fortemente à
enzima ACE 2 (enzima de conversão de angiotensina tipo 2), este composto, tem o
trabalho de disseminar o vírus nas células do hospedeiro atuando no processo de
interiorização, em que ocorre a fusão entre membrana viral e da célula ocasionando
a entrada do vírus no citoplasma. O Vírus em questão são partículas acelulares
constituídas de um fragmento de DNA ou RNA envolto por uma cápsula proteica, o
capsídeo (JORNAL USP, 2020). Uma curiosidade sobre esse vírus é que 80% das
pessoas infectadas apresentam sintomas leves ou são assintomáticas, não
precisando de atendimento hospitalar.
O vírus do teve seu início com um conjunto de casos de pneumonia em
Wuhan, uma cidade da China, com rápida disseminação por todo o país. Em seguida,
houve um número crescente de casos em outros países do mundo. Em fevereiro de
2020 o vírus foi batizado pela Organização Mundial da Saúde como a doença COVID-
19, que significa doença do coronavírus em 2019. O vírus em questão é designado
por coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) (MCINTOSH,
2020). Em comparação com pandemias anteriores, causadas pelo SARS-CoV em
2002 e o MERS-CoV em 2012, atingiram mais de 10 mil pessoas, com taxas de
mortalidade de 10% a 37% respectivamente (BRASIL, 2020). Números tímidos se
comparado com o COVID-19 e a devastação que ele trouxe para o Brasil e mundo
como será tratado adiante.
O crescente número de casos por todos os lugares, causando a
superlotação de hospitais, dificultando ainda mais o tratamento e controle a Fundação
Oswaldo Cruz – Fiocruz (2020) afirma:

O coronavírus se dissemina rápido, o que pode significar muitos casos com


hospitalização num curto espaço de tempo. Isso sobrecarrega o sistema de
saúde e pode gerar grandes impactos sociais e econômicos. Por isso, é
fundamental entender como o vírus é transmitido e prevenir que o mesmo se
espalhe. (FIOCRUZ, 2020)
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Dessa forma, as ações de enfrentamento ao COVID-19 envolvem o


distanciamento social, evitando aglomerações e contato físico entre as pessoas
tornando inviável o acontecimento de aulas presenciais tendo em vista haver
aglomeração em espaços pequenos e fechados. A lavagem frequente das mãos é
recomendada e o uso do álcool em gel como antisséptica, assim como o uso da
máscara, descartável ou caseira, no entanto não é o suficiente para o livramento
dessa doença, levando a algumas medidas. Medidas de bloqueio total ou parcial
foram realizadas por vários países levando à diminuição das atividades escolares,
com reflexos em todos os níveis escolares, inclusive ao da EJA.
Um documento assinado por 239 cientistas, (carta aberta), dentre eles um
brasileiro, chegou à Organização Mundial de Saúde (OMS) com o pedido de
reconhecimento do potencial de transmissão da COVID-19 pelo ar. De acordo com
esse documento, “existe um potencial significativo de exposição por inalação ao vírus
em gotículas respiratórias microscópicas (micropartículas) a distâncias curtas a
médias (até vários metros), é preciso o uso de medidas preventivas para mitigar essa
via de transmissão aérea”.
O cientista brasileiro Paulo Saldiva Infectologista foi o único a assinar o
documento do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, para
ele, os estudos provam que o distanciamento de um a dois metros entre as pessoas
não é suficiente, principalmente em locais fechados sem um sistema de renovação de
ar. Saldiva (2020) acrescenta: “Vimos que o coronavírus permanece muito mais tempo
no ar e viaja a uma distância maior do que dois metros em determinados ambientes”.
De forma diferente das demais doenças infecciosas.
O documento em questão cita as pequenas gotículas que permanecem no
ar e que podem se espalhar em ambientes fechados, podendo ser inaladas até 3 horas
depois. Nós levamos em consideração esses estudos e outros, direcionando a
educação por ser a reunião de pessoas em uma sala de aula, o que pode ser
catastrófico.
Quando vimos a rápida disseminação da doença e os altos índices de
casos graves, se fez necessário avaliar os fatores de risco e os que podiam agravar a
situação de pacientes com COVID-19. Alguns estudos prévios mostraram que
pacientes que apresentavam determinadas doenças crônicas sendo respiratórias,
cardíacas ou de natureza multifatorial tinham um prognóstico agravado quando eram
apresentados ao vírus da COVID-19 (YANG et al., 2020). Quando os grupos de riscos
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são catalogados qualquer doença é importante, acentuando em um contexto de


pandemia, atitudes preventivas se tornam necessárias, doenças crônicas associadas
recebem o nome de comorbidades e se apresentam quando um paciente, durante o
período, sofre de alguma doença de base.
Essas enfermidades podem ser patogênicas, diagnósticas e prognósticas.
Cerca de 20% a 51% dos pacientes com COVID-19 foram detectados com uma
doença crônica instalada, pelo menos, quando falamos das comorbidades elas podem
ser definidas como a ocorrência de duas ou mais doenças no mesmo intervalo de
tempo no mesmo paciente, algumas doenças muito comuns entre as pessoas são a
diabetes, a hipertensão e as cardiopatias. (VÁZQUEZ-GARCIA et al., 2020). O grupo
da EJA pelo seu histórico de pessoas, muitas delas com uma idade mais avançada,
sejam docentes ou discentes, é aconselhado a prática do distanciamento social, para
que seja evitado dessas pessoas colocarem suas vidas em risco.
Os problemas decorrentes da doença foram sentidos em toda parte do
Brasil e Mundo. Afetando a economia e o lado financeiro, onde as políticas
macroeconômicas em constante movimento buscam resolver as incoerências a curto
prazo, mitigando eventuais problemas (SILBER, 2020) podemos falar sobre ações
governamentais que serviram para ajudar pessoas vulneráveis a passarem por esse
momento tão atípico e inesperado.
Em face aos impactos da COVID-19 no setor da educação pública ou
particular diante da insegurança no uso de espaços que confinam as pessoas, o
coronavírus se tornou um grande adversário na continuidade de políticas
educacionais, sendo assim os ambientes escolares se apresentaram como um centro
da disseminação do vírus. Assim houve uma migração para o on-line os ambientes
virtuais até depois do momento mais crítico da pandemia com o retorno das aulas
presenciais ainda é usado.
A necessidade do distanciamento levou a discursos mais radicais por parte
de algumas autoridades, os quais diante do novo cenário defendiam a economia e
não a vida humana, sustentados no viés do capitalismo neoliberal de todo o mundo.
Destacamos os primeiros discursos do ex-presidente dos Estados Unidos Donald
Trump que minimizava os efeitos do novo coronavírus, comparando-os ao de uma
gripe comum, posteriormente diante do aumento de mortes em seu país, teve de
mudar o tom de sua fala (CÔRREA, 2020).
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Seguindo os passos do ex-presidente Norte-americano Jair Messias


Bolsonaro também fez um discurso semelhante ao primeiro discurso de Trump,
contrariando todas as recomendações, insistiu no retorno das atividades econômicas,
com o pretexto de que “O Brasil não pode parar” e que alguns vão morrer. A revista
americana The Atlantic chegou a afirmar que Bolsonaro “é o líder negacionista do
coronavírus''. (SANCHES, 2020). Ouvir da boca de um líder de Nação é assustador
as palavras “alguns vão morrer" e infelizmente morreram em nome do crescimento
econômico.
Pesquisas mostram, que os mais atingidos são as minorias, os menos
assistidos pelo Estado. Sendo de forma direta ou indiretamente, através da situação
de subempregos expostos à contaminação quanto ao (não) acesso à educação nesse
contexto, mesmo uma educação precária não era dada às minorias por inúmeras
razões entre a falta de equipamentos para assistirem às aulas ou até comida na mesa,
pois a preocupação com o que comer é maior do que a de estudar.
Quando falamos de programa de distribuição de renda como Auxílio
Emergencial, na qual é resultado de uma composição do Renda Básica de Cidadania,
criada pela Lei nº 10.835, de 2004, e o Programa do Seguro-Desemprego, instituído
pela Lei nº 7.998, de 1990 (CARDOSO, 2020). Tendo como alvo beneficiários do
Programa Bolsa Família (PBF), os inscritos no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), trabalhadores informais, autônomos e
microempreendedores individuais (MEI) (CARDOSO, 2020). Esse programa,
inicialmente, consistia na transferência incondicional de três parcelas (abril, maio e
junho) de R$ 600,00, esse valor chegou a ser superior à renda das famílias mais
pobres. Em um contexto que ajudou, mas que não alcançou a todos e os que não
tiveram acesso a esses benefícios sofreram com a fome e a falta de educação,
tivemos muitos alunos da classe baixa em especial os da EJA esses que na sua
maioria são mães e pais de família, além do seu sustento são responsáveis pelos da
sua família.
Perante a situação em que vivenciamos e ainda estamos inseridos, é falado
em um “novo normal”, porém, devemos ter cuidado ao normalizar algo que nunca foi
normal, pois a educação básica afundada em precárias condições, mesmo antes da
pandemia nunca teve seus dias de normalidade ao longo da história.
Quando pensamos no Brasil vem à mente o alto grau de desigualdades
existentes no país desde quando se começou a registrar números referentes à
16

educação. Para falar em um “novo normal”, é necessário que se tenha existido um


“normal”, o que na prática não houve, pois as escolas públicas na sua grande maioria
estão em situações abaixo do desejado com o mínimo de condições para atender as
demandas dos educandos e educadores no Brasil em relação a educação sempre
estiveram longe de um mínimo de normalidade, por isso o “novo normal, dificilmente,
se concretize nesses contextos e depois dele ainda não poderemos falar em "normal"
ou até podemos pois nada de novo acontecerá para mudar a nossa educação.
Dessa forma, a pandemia e as transformações por ela causadas
problematizam o atual capitalismo, as instituições de saúde e suas implicações para
a humanidade, no campo educacional. Devemos destacar que as escolas constituem
espaços de grandes aglomerações de pessoas e em razão das particularidades
dessas instituições tiveram de ser fechadas no mundo inteiro; por esse motivo, a oferta
desse direito está sendo reorganizada, porém em novos moldes, sendo que grande
parte delas está ofertando atividades de maneira remota. Assim, o objetivo desta
pesquisa é problematizar a oferta educacional das ferramentas e conhecimentos para
manuseá-las não esquecendo os vários fatores que estão ao redor do grupo da EJA
a partir da pandemia do novo coronavírus. Frente a esse objetivo, faz-se necessário
refletir sobre o cenário vivenciado no amplo contexto global, o qual já apontava para
uma crise que vem se agravando mesmo antes da pandemia. Nesse sentido, é preciso
analisar as transformações vivenciadas no campo educacional diante da nova
realidade. Esse é o objetivo das próximas seções.

2.2 História da Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos, EJA, é uma modalidade do ensino


fundamental e do ensino médio, geradora de oportunidade para muitas pessoas que
não tiveram acesso à escola no momento devido, para jovens e adultos iniciarem e/ou
dar continuidade aos seus estudos. Quando falamos em Educação de Jovens e
Adultos é uma modalidade de ensino que não é nova no Brasil, se sabe que ela foi
trazida pela família real portuguesa com o objetivo da escolarização de adultos tendo
a finalidade de formar trabalhadores para atender aos interesses da elite portuguesa.
A Educação de Jovens e Adultos passou a ter ênfase maior na educação
Brasileira na década de 1930, passando por mudanças na busca por espaço no
cenário educacional nacional, com esforços feitos na busca de isonomia e qualidade.
17

O cenário político, sociocultural e econômico se transformou ao longo dos anos o


campo educacional foi se reinventando, visando mudanças e estabelecendo políticas
educacionais novas com a criação de uma rede de ensino pública que abrangesse a
todos.
A partir de novas necessidades do país, temos como exemplo a indústria
com seu histórico desenvolvimento, passou a exigir uma maior formação e o ensino
na Educação de Jovens e Adultos começou a ser requisitada para atender a essa
necessidade do Estado para o suprimento desse setor que tanto crescia, área que
dava seus primeiros passos no Brasil. Por conta de existirem muitos analfabetos na
época, a demanda carecia de pessoas que soubessem o básico da leitura. Nesse
período, o governo buscava novas diretrizes educacionais para o país na
(Constituição de 1934), esforços foram feitos para a diminuição do analfabetismo
adulto, para isso o governo decidiu fazer mais escolas e aumentar as vagas.
Nos anos de 1950, depois de algumas críticas relacionadas ao Ensino de
Jovens e Adultos, nas áreas administrativa, financeira e orientação pedagógica,
levando a ter um novo olhar sobre as dificuldades do analfabetismo, com uma nova
proposta pedagógica com mencionada anteriormente, sendo trazida por Freire para a
educação de jovens e adultos que foi e tem sido revolucionária dando sentido ao
ensino realizado em cima do contexto dos educandos. Segundo Freire (1979),

A alfabetização de Jovens e Adultos precisa ocorrer dentro do contexto


cultural, considerando o aluno como sujeito construtor da aprendizagem,
numa visão menos ideológica, sem se apoiar nas relações que o determina
ou influencia. (FREIRE ,1979).

Precisamos falar também do Movimento Brasileiro de Alfabetização


(Mobral), implantado pelo governo federal na década de 1970 que consistia em uma
proposta pedagógica sem relação com o contexto dos alunos, onde faltava reflexão
crítica, como bem sabemos importante para um progresso educacional proposto por
Freire. O Mobral era um programa de alfabetização de adolescentes e adultos para
substituir os antes existentes, com o respaldo da Lei n. º 5.379/67. O programa
acontecia com instrutores na qual muita das vezes não era professores, sendo
realizadas em locais sem se às escolas, tinha o apoio das prefeituras e o material
didático vinha do Ministério de Educação e Cultura (MEC) em uma época da nossa
18

história onde a liberdade era controlada pelas autoridades e isso era nítido na
educação.
Podemos falar que a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade que
apesar de ser trabalhada desde a ocupação dos portugueses foi legalizada a pouco
tempo, tendo amparo na Lei 9.394/96, sendo destinada para os jovens e adultos que
não tiveram oportunidade de terminar os seus estudos ou mesmo aqueles que não
tiveram o acesso ao ensino regular na idade apropriada (BRASIL, 1996).
Através da Constituição Federal de 1988, a Educação de Jovens e Adultos
se tornou um dever do Estado, fazendo assim com que a modalidade de ensino venha
conquistando seu espaço e apesar de ter sido sempre necessária, agora nesse
momento da história há uma maior participação em vários contextos sociais do Brasil
principalmente os mais pobres como Paiva (1983) fala:

São homens e mulheres, trabalhadores/as empregados/as e


desempregados/as ou em busca do primeiro emprego; filhos, pais e mães;
moradores urbanos de periferias e moradores rurais. São sujeitos sociais e
culturalmente marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais,
privados do acesso à cultura letrada e aos bens culturais e sociais,
comprometendo uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da
política e da cultura. Vivem no mundo urbano, industrializado, burocratizado
e escolarizado, em geral trabalhando em ocupações não qualificadas.
Portanto, trazem consigo o histórico da exclusão social. São, ainda, excluídos
do sistema de ensino, e apresentam em geral um tempo maior de
escolaridade devido a repetências acumuladas e interrupções na vida
escolar. (PAIVA, 1983, p. 19)

O precursor da Educação de Jovens e Adultos no Brasil Paulo Freire,


através de suas ideias e estudos defende que o conhecimento através da educação
é uma ferramenta do homem sobre o mundo, sendo assim o fato de o aluno ou aluna
terem conhecimentos através das suas experiências de vida, seja ela cultural, social
e política levando-nos a dizer que essas ações produzem mudanças, assim chegamos
à conclusão que não é um ato neutro, mas um ato político. O que queremos dizer é
que o conhecimento e a escola não são neutros, pois estão unidas com a percepção
de mundo e um exemplo são as tendências pedagógicas desenvolvidas pelas escolas
que usavam seus vários contextos na construção da educação, tudo isso com a
participação de Freire, um símbolo da educação brasileira, e para a EJA na qual ele
se colocou como educador e aluno integrante dessa forma de educação.
Através do golpe militar sofrido em 1964, fez Paulo Freire ser preso e
exilado nessa época ele desenvolveu trabalhos em vários programas de educação
19

visitando vários países dando consultoria educacional que fez com que as suas
reflexões e as suas propostas fossem realmente potencializadas fazendo dele um
símbolo da educação não só no Brasil, mas também no mundo, retornando ao Brasil
encontrou reconhecimento pelos seus trabalhos sendo logo no fim da ditadura militar.
A maneira de ensinar esses alunos como já citamos antes se baseia em
métodos específicos enxergando e utilizando as suas experiências e bagagens de
vida como determinantes para seu aprendizado. Assim, quais são esses métodos
específicos? Pelo fato dos alunos da EJA terem experiência de vida maiores que os
alunos das turmas regulares as quais trazem vivências pessoais como as chamadas
informais desenvolvidas fora da escola é preciso se trabalhar seguindo suas
especificidades.
A modalidade da EJA é fundamental, pois contemplar os adultos que não
tiveram acesso à educação na idade própria, ajuda os jovens a concluírem seus
estudos e dar prosseguimento a sua formação. Essa formação educacional tão
negada, uma educação sendo realizada de forma apropriada não privando de direitos
que são inerentes a eles, podemos dizer que a EJA é um reparo ao direito negado a
essas pessoas por tanto tempo, de serem cidadãos autônomos, em relação a
atividades comuns a qualquer um como assinar um documento ou ainda mesmo de
conseguir ler palavras simples em seu ambiente de trabalho ou em casa sem precisar
de ninguém para auxilia-los.
O ponto que quero chegar em relação a educação de jovens e adultos é o
dever de preparar para o mundo que está em constante evolução e a cada dia mais
globalizado com muitas tecnologias para que esses discentes possam estar
preparados para ingressar no mundo dos estudos e em conseguinte ao do trabalho e
vida. Em relação a isso, a EJA está diretamente ligada ao mundo da tecnologia, pois
prepara cidadãos para exercer sua cidadania, os qualificando para viverem de forma
plena de forma social, cultural nos levando ao objetivo do trabalho didático-
alfabetizador que é contribuir para que os sujeitos se tornem usuários autônomos da
linguagem”. (SCHWARTZ, 2010, p.41).
No campo educacional, nesse momento da história em que estamos
vivendo novas experiências, precisa de um maior investimento na educação com
inovações curriculares em ferramentas para o ensino e aprendizagem. Entre as novas
experiências, destaca-se a inserção das novas tecnologias no universo da escola,
20

onde seus usos, apropriações, representações e significados produzem efeitos sobre


comportamentos, culturas, práticas, políticas, valores de quem as utiliza.
Por conta da pandemia COVID-19 foi exigido um posicionamento firme do
educando, exigindo novas formas de organização do tempo, trabalho e espaço por
causa do fluxo de informações e do dinamismo na produção do conhecimento. Por
esse motivo, existe a necessidade de atitudes construtivas na aquisição de
conhecimento sobre tecnologias e afins.
As tecnologias integram-se para produzir novos conhecimentos que
permitam compreender o problema atual, levando a utilização de recursos
tecnológicos em casa, esses recursos são instrumentos para o professor, educandos
jovens, adultos e idosos; todos devem articular os conteúdos adquiridos nas diversas
situações de aprendizagem. Assim, é necessário adotar esses recursos nas aulas,
procurando aproximar o aprendizado da realidade do aluno preparando os discentes
para o conteúdo acadêmico, assim o objetivo da próxima parte é aprofundar um pouco
sobre o ensino remoto.

2.3 Ensino Remoto de caráter emergencial

A tecnologia e sociedade se desenvolveram e foram em algumas vertentes,


ora com os aparatos tecnológicos no centro da discussão, ora os fatores humanos no
caso deste trabalho os dois estão em pauta. Joana Peixoto (2015) discorre sobre três
principais abordagens: o determinismo tecnológico, a sociologia dos usos e a
sociotécnica. Vamos falar apenas do primeiro o determinismo tecnológico,
desenvolvida especialmente até os anos 1970, com foco na imposição da lógica da
tecnologia às relações sociais dos sujeitos. Peixoto (2015, p. 320) explica que “o
determinismo tecnológico postula que a tecnologia estabelece os efeitos positivos ou
negativos que ela induz na sociedade.
A tecnologia influencia seus usuários, diante disso quando vemos os
integrantes da EJA cada vez mais envolvidos com as tecnologias sendo as mais
simples até as mais sofisticadas é benéfico para seu andamento acadêmico e como
indivíduos cada vez mais integrados e atualizados com o mundo. Os seres humanos
escolhem o uso que desejam dar às tecnologias. Assim, se o objeto não atender às
suas necessidades e desejos, este pode resistir a necessidade. Assim, um objeto
pode ter tantos usos quantos usuários dele se apropriarem. (PEIXOTO, 2015, p. 326).
21

Diante disso percebemos que os usuários da EJA podem ou não se adaptar


a algum meio tecnológico adotando para sua vida acadêmica. No caso em específico
um celular ou notebook o primeiro para muitos só possui uma utilidade a de fazer
ligações e recebê-las, além de mandar mensagens e nunca de estudar.
A chegada da pandemia do COVID-19 tem acontecido grandes mudanças
na educação com várias modificações de modelos de aula emergenciais, isso devido
ao fato da maior parte das escolas e também as faculdades, tiverem como alternativa
para não parar suas atividades, inserir um novo modelo de aula para haver
continuidade ao ensino durante a pandemia do COVID-19. Através dessa
necessidade, o Ensino Remoto Emergencial, que se apresenta com muitas
similaridades de uma Educação a Distância (EAD), mas não é uma modalidade de
ensino propriamente dita, sabermos a diferença delas é importante apesar de serem
parecidas existem algumas diferenças.
Para tentarmos entender melhor essa nova educação chamada por muitos
de híbrida, o significado do termo híbrido no dicionário diz: “O termo híbrido caracteriza
um cruzamento genético entre duas espécies, raças, variedades ou diversos gêneros,
vegetais ou animais, que normalmente não podem ter descendência. EX.: soja
híbrida” (DICIO, 2018). Porém ao trazermos esse termo para a educação, ele nos
apresenta um ambiente mesclado, em que a diversidade de tempo, espaço, métodos,
atividades e pessoas se completam.
A Educação híbrida consiste em um semipresencial sendo uma alternativa
acessível no processo de desenvolvimento e aprendizagem dos discentes, pelo
ambiente virtual. Quando os alunos têm oportunidades de tirar dúvidas em
determinado assunto, por isso devemos destacar a importância dessa metodologia de
ensino que vem sendo desenvolvido nas escolas, outro fator importante nesse
processo é a família e comunidade que podem trabalhar juntos, com os alunos dando
o auxílio e o suporte necessário na participação ativa das aulas na realização de forma
significativa de todas as atividades propostas pelos professores durante as aulas.
Por conta do contexto pandêmico e a as aulas remotas, os integrantes da
EJA passaram a conviver um maior tempo com suas famílias, de forma que os
mesmos podem acompanhá-los nas aulas online, ajudando nas atividades, além de
seus familiares ainda poderem manter o contato com os professores para entender a
demanda dos seus entes e traçar objetivos para uma melhor aprendizagem. Com o
exposto, ressalta-se que é através da família que os jovens e adultos aprendem, nesse
22

sentido, é importante que a escola ofereça uma relação de interação com as famílias,
propiciando condições para um melhor trabalho pedagógico, de forma que o mesmo
esteja centrado na perspectiva de que o aluno adquira competências e habilidades de
leitura, escrita e demais conteúdo das quais o aprendizado de tecnologias entra nesse
rol.
A Educação a Distância (EAD), segundo o Ministério da Educação, é uma
modalidade educacional em que os processos de aprendizagens e os métodos
pedagógicos são desenvolvidos por meio da tecnologia e as informações são
transmitidas através de um dispositivo eletrônico. De acordo com o MEC, a (EAD) é
uma modalidade consolidada presente em lei, que serve como complemento da
aprendizagem e pode também ser utilizada no ensino emergencial.
O Ensino remoto emergencial não presencial foi uma solução urgente
trazida pelos governantes, com adaptações necessárias ao contexto atual, em que os
alunos tiveram de passar por adequações a novos tipos de aulas com um cenário
nunca antes visto. As instituições de ensino se moldaram aos conteúdos, de acordo
com a necessidade diante de um cenário que exige uma nova metodologia para que
o processo de ensino aprendizagem não seja ainda mais prejudicado nesses tempos
de pandemia.
As decisões por parte dos governantes nos levam a mais uma portaria a nº
544, de 16 de junho de 2020, que dispõe sobre a substituição das aulas presenciais
por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo
coronavírus - COVID-19, e revoga as Portarias MEC nº 343, de 17 de março de 2020,
nº 345, de 19 de março de 2020, e nº 473, de 12 de maio de 2020." Medidas que
contribuíam para amenizar os impactos trazidos por essa doença, medidas
necessárias em meio a um mal que pouco se sabia como combater.
A forma como o ensino remoto acontece em tempo real com a transmissão
das aulas. O professor e alunos de uma mesma turma tendo a possibilidade de
interagir ao mesmo tempo, sendo que as aulas da disciplina ocorrem no modelo
presencial. Assim, esse processo colabora na manutenção de uma rotina de sala de
aula em um ambiente virtual acessado por cada um de diferentes lugares com relativa
segurança.
Nas aulas remotas as horas são contadas como hora letiva o intuito dessa
forma de ensino emergencial é diminuir um pouco o prejuízo dos alunos prejudicados
devido à falta de aulas presenciais nas escolas, o que torna a participação dos alunos
23

nas aulas indispensável. Sendo assim é importante que a escola junto com os
professores explique a importância da participação dos alunos nas aulas remotas
disponibilizadas pelas instituições escolares.
O coronavírus impactou a educação em diferentes aspectos, as
instituições, em um curto espaço de tempo, foram implantadas o ensino remoto
emergencial que, como o próprio nome já mostra, é uma estratégia utilizada em casos
de emergência. Com isso, não ocorreu um planejamento adequado, por isso alunos e
professores encontraram muitas dificuldades na adaptação do modelo. Os
professores encontraram muitas dificuldades no que diz respeito tanto ao acesso às
tecnologias quanto na supervisão e acompanhamento desses alunos.
24

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este trabalho de conclusão de curso busca apresentar uma metodologia


exploratória onde se procura de forma qualitativamente entender os ocorridos, através
dos sujeitos da pesquisa sabendo as suas opiniões pessoais e experiências, entre
outros aspectos, tendo como objetivo do trabalho a reflexão sobre a Educação de
Jovens e Adultos (EJA) no contexto de pandemia. Sabe-se que as propostas
curriculares que norteiam a EJA preveem os mesmos princípios e parâmetros do
ensino regular, ficando a critério das instituições que a ofertam proceder às
adequações necessárias.
Tivemos como referência para esta reflexão a questão do uso de meios
tecnológicos, não esquecendo neste trabalho de abordar questões que estão direta e
indiretamente ligadas como: as causas e consequências das dificuldades econômicas
o que leva ao acesso a uma educação de maior qualidade, fazendo resumo das
principais citações e documentários colhidos para realizar um breve resumo das
fundamentações e concepções da EJA.
Por meio da pesquisa de campo é possível fazer coletas de informações
importantes para analisar e discutir os prováveis resultados, tendo como objetivos
conhecer e compreender a participação do aluno da EJA antes, durante e após
tempos de pandemia. Sabemos neste momento de crise de saúde e as dificuldades
impostas aos alunos para conseguir se manter estudando e acompanhando as aulas
de forma eficiente a maximizar seus estudos, através de plataformas digitais, medidas
que foram adotadas pelo governo como uma alternativa para que as aulas não fossem
paralisadas.
Assim como destacamos anteriormente, várias situações podem contribuir
para o insucesso e falta dos estudos dos jovens e adultos matriculados na modalidade
EJA, por isso estamos diante de um problema central que vem se agravando, sendo
ele uso e manuseio das tecnologias a partir de situações que envolvem esse tema no
âmbito da EJA. Esta pesquisa busca abordar as causas e consequências do uso de
tais tecnologias, bem como o envolvimento dos atores no processo e de como as
ações desenvolvidas na escola são de fato inseridas e relevantes de forma concreta
na vida dos alunos. Por isso o estudo em questão busca mostrar uma educação mais
inclusiva, acolhedora, e eficaz, praticadas pelas escolas públicas e seus agentes que
25

deveriam praticar uma educação equitativa e de qualidade também no meio


tecnológico.
Devemos explicar a abordagem teórico-metodológica que orientará o
percurso investigativo da pesquisa, com base, nas atividades feitas de forma remota
na escola ANTONIO ALBUQUERQUE SOUSA FILHO EEIEF nas turmas do 1°
segmento. Nesta pesquisa os estudos quanti-qualitativos, ou seja, tendo como
instrumento principal o estudo de caso, que segundo Moroz e Gianfaldoni (2010)
afirmam que seu objetivo principal, é o de compreender a realidade num dado
contexto, procurando-se captá-la como um todo unificado, com intuito de saber um
pouco mais sobre a vida destes alunos em relação ao seu acesso, e contato com as
tecnologias usadas nas aulas, não deixando de lado outros aspectos de suas vidas
como trabalho, questões financeiras, tempo com a família, tempo dedicado aos
estudos destacando os problemas que estes enfrentaram em face a uma crise nunca
antes vista.
A pesquisa será feita com a participação de professores e alunos da escola
nas referidas turmas da EJA, esses sendo os sujeitos protagonistas do trabalho, com
o objetivo de saber o que todos pensam sobre a EJA e o uso de tais tecnologias seja
antes, durantes e depois da pandemia, também procura-se saber como a escola
apoiou os alunos nesse momento atípico da história de todos.
Diante disso, podemos entender que a pesquisa de campo corresponde à
observação, coleta e análise de dados aliado à observação dos fatos para a chegada
de uma conclusão final. A presente pesquisa foi elaborada com o intuito de garantir o
alcance dos objetivos que são: conhecer e compreender a situação dos alunos da EJA
nos tempos de pandemia, ter o conhecimento das dificuldades passadas no processo
de ensino-aprendizagem, além de compreender como foi desenvolvido as aulas
remotas e verificar se os alunos conseguiram participar das aulas e ter uma
aprendizagem significativa.
Diante de vários problemas sociais, econômicos e de saúde pública,
causados pela pandemia do novo coronavírus, percebemos que algumas dessas
problemáticas já foram constatadas antes, na educação brasileira. Sobretudo no
social, sabemos que os desafios de professores, alunos e gestores, de escolas
públicas, em regiões marginalizadas, é um resultado do histórico comprometimento
dos governantes para com políticas socioeconômicas de agrado a burguesia do país,
fatores que demonstram problemas complexos de se contornar, especialmente em
26

um momento tão delicado. Neste caso, tornou-se mais visível a desigualdade entre
eles fome, miséria, desemprego, acesso ao ensino e aos serviços de saúde etc.
(DIAS; PINTO, 2020).
O ensino remoto no Brasil, esteve inserido na realidade dos estudantes de
escolas públicas e particulares principalmente, diante de atividades via meios
eletrônicos de comunicação e informação como o WhatsApp, Google Sala de Aula,
Google Forms, Google Meet, etc. Estas ferramentas foram a ligação entre professores
e alunos é importante reconhecer o valor desses aplicativos, ainda mais em tais
condições, por ser considerados como ferramentas facilitadoras no processo de
ensino-aprendizagem, na qual é possível compartilhar textos, vídeos, áudios e links,
além de ser possível promover debates com a participação em tempo real de todos
que fazem parte do grupo (FILHO; MENEZES, 2020, p.91).

Não deixa de ser verdade que a falta de acesso desses aparatos digitais é
uma realidade na maioria dos casos. A educação precisou ser reorganizada
nestes tempos de pandemia, contudo não atingiu o seu efeito democrático,
sem ser concebida em sua plenitude, pois a maioria dos educadores,
educandos e saciedade não estavam preparadas para manusear essas
tecnologias tão necessárias confirmando essa assertiva:
[...] muitos no Brasil não têm acesso a computadores, celulares ou à Internet
de qualidade – realidade constatada pelas secretarias de Educação de
Estados e municípios no atual momento – e um número considerável alto de
professores precisou aprender a utilizar as plataformas digitais, inserir
atividades online, avaliar os estudantes a distância e produzir e inserir nas
plataformas material que ajude o aluno a entender os conteúdos, além das
usuais aulas gravadas e online. Na pandemia, grande parte das escolas e
das universidades estão fazendo o possível para garantir o uso das
ferramentas digitais, mas sem terem tempo hábil para testá-las ou capacitar
o corpo docente e técnico-administrativo para utilizá-las corretamente (DIAS
e PINTO, p.546, 2020).

É nítido que a desigualdade social impossibilita o acesso e o aprendizado


da maioria dos alunos. De acordo com essa reflexão vale acrescentar que o educando
nessa nova realidade de ensino está inserido em uma lógica de incerteza o qual revela
uma situação complicada e angustiante, tanto pelo viés de não saber como aprender
pela pouca ou nenhuma prática com tecnologias.
A pandemia do Coronavírus, sob o olhar da necessidade imediata,
direcionou uma revolução de hábitos e costumes dos sujeitos inseridos na educação,
entre eles alunos, professores e gestores. As mudanças serviram como uma lupa para
os problemas e atrasos da educação brasileira, incluindo, o pouco acesso às
tecnologias na cultura educacional. Os aprendizados ainda que não precisasse de
27

uma tragédia sanitária e humanitária em dimensões globais para prendê-los, diante a


conjuntura pandêmica, direcionam para uma nova forma de ser e estar no mundo
(SANTANA; SALES, 2020). Sendo assim, a educação tem sido convocada a
reconhecer novas representações dos contextos de ensino-aprendizagem na
atualidade não só no meio da EJA, mas também em todo contexto da educação,
sobretudo a pública.
28

4 LOCAL DA PESQUISA

Tendo em vista a Educação de Jovens e Adultos e como referência as


dificuldades como: fatores educacionais, econômicos e principalmente de acesso a
ferramentas e manuseio de aparatos tecnológicos no contexto de distanciamento
social, o presente estudo apresenta os desafios encontrados na modalidade da EJA
nesse período. A pesquisa é de cunho qualitativo e quantitativo, sendo realizada com
alunos e professores da rede pública municipal de Caucaia-CE, sendo 8 (oito) alunos
ativos nas aulas, e 1 (um) docente da área participantes da situação vivida.
A pesquisa teve o intuito de expandir os conhecimentos a partir dessas
experiências de aula no formato remoto. Partindo dessa visão, a pesquisa foi
exploratória, visando buscar informações a respeito do tema em questão. Os sujeitos
colaboradores são alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental II.
29

5 OS SUJEITOS DA PESQUISA

A entrevista e questionários é baseada nas dificuldades que os alunos da


EJA enfrentaram no contexto de pandemia em sua visão, é notório que, todos os
entrevistados enfatizaram que o ensino remoto não se aproveitou muito e a
diversidade desse público com pessoas de idades diversas, que trazem consigo
fatores que implicam em seu desenvolvimento de aprendizagem, com isso, há
dificuldade de fazer com que os alunos se dediquem às aulas e deixem de lado o ato
de apenas pesquisar e colar do Google, os desafios foram amplos e poucos o ganhos
das aulas remotas, que apesar do empenhos dos professores precisa também do
esforço e dedicação do aluno.
A maior concentração de alunos presente no questionário enfatiza que o
problema nesse cenário é de como se comportar diante de várias dificuldades, que
vai de caráter pessoal a uma forma de aprender cansativa e entediante, que as
matérias de História, Letras e Geografia, não são passadas de uma forma natural,
pois existe um canal presente entre o professor e aluno que não é de fácil uso, ainda
mais para uma modalidade bastante sofrida. Portanto, todos os docentes aceitaram
esse desafio como possibilidades de um trabalho que traga novos conhecimentos,
atendendo seus discentes de forma justa, mesmo que o ensino remoto não
acompanhe o ritmo dos alunos. Pode se concluir por meio do questionário aplicado
que 100% concordam que o ensino em pandemia deixou a desejar em relação à EJA,
pois mostrou várias dificuldades, essas não foram negadas por ninguém tanto pelos
alunos quanto o professor que buscou fazer seu melhor e os alunos também apesar
de suas limitações.
Figura 1 – Pesquisa de Campo

Fonte: Elaborada pelo autor.


30

O gráfico apresenta a idade de 8 alunos de uma mesma sala que


vivenciaram o período da pandemia de COVID-19, com isso podemos relatar a
diversidade e contextos, percebe-se que a turma é composta por alunos de até 68
anos. Vale ressaltar que os mesmos perderam a idade ideal para serem alfabetizados,
através do questionário observamos várias histórias de vida.
Ainda sobre o questionário, foram obtidos dados significativos, onde os
alunos ressaltam a importância da aula mais dinâmica, já que o método é novo para
todos, a partir dele o aluno tem direito de voltar à sala de aula, e fazer valer seu direito
à educação.
Segundo os dados obtidos pelo questionário, 80% dos entrevistados
concordam que o aprendizado foi pouco proveitoso na qual o desenvolvimento do
método de aulas on-line não tiveram ganhos significativos no ensino dos jovens e
adultos, 20% discordam e afirmam que não houve aprendizagem, logo as ações feitas
de forma paliativa pouco serviu, não havendo participação dos alunos nessa nova
forma de ensino e afirmam que ainda há um longo caminho para ser percorrido para
se chegar a algum ganho referente às aulas remotas.
As respostas dos educandos demonstram uma questão delicada em
relação aos desafios que atingem os alunos da EJA diante dos dilemas do nosso país,
pois não se consegue alcançar eficácia na preparação desses jovens em condições
adversas como em meio a isolamentos, pois temos que ter em vista as várias causas
de desigualdade como: econômica que avançaram atingindo esses jovens que
precisaram ficar em casa fora dos espaços escolares é preciso destacar ainda as
dificuldades alfabéticas, pois muitos não sabem ler ou escrever.
É possível obter como resultado da pesquisa um preocupante destaque na
prática do uso de ferramentas tecnológicas para a aprendizagem que preocupa o
ensino dessa modalidade, pouco incentivado na maioria dos casos na própria sala de
aula acabam se prendendo ao repetitivo costume da mera explicação tradicional, não
que esteja errado a forma tradicional do ensino à interpretação, leitura e escrita na
EJA, porém deve-se haver uma atualização do ensino de novas tecnologias, tendo
em vista serem bases necessária, para isso precisam de incentivo com mais força
dentro do ensino de modo agradável que desperte nos alunos o gosto e conhecimento.
Para que assim possam adquirir conhecimento de outras maneiras que não seja a
tradicional.
31

Outra questão que foi enfatizada, nessa vertente obsoleta da educação,


onde os alunos relatam que no início das aulas as turma começaram com cerca de 28
alunos na sala de aula, de modo que o avanço das aulas percorrem os alunos vão se
evadindo-se, nesse sentido quando era hora das aulas no máximo quatro alunos
assistiam e o restante faziam as atividades e entregavam ao professor em momento
oportuno, onde os docentes não tem muito a fazer, em relação a assiduidade já que
são adultos e tem sua opinião formada, mesmo o ensino sendo flexível e se adaptando
conformes as necessidades de cada indivíduo em relação a horário e lugar.
Ainda, tendo em vista uma educação inclusiva, numa busca interdisciplinar
que respeita e contribui na formação de cada sujeito, de acordo a sua singularidade.
Desse modo, podemos afirmar que a educação inclusiva na modalidade EJA é
complexa, pois o ensino por si só possui várias necessidades e esse modelo de
educação tecnológica requer um aparato minucioso para contribuir na aprendizagem
dos alunos.
32

6 OS VÁRIOS CONTEXTOS

Como já apresentado antes, os dados foram obtidos a partir dos


questionários dos alunos. Essa pesquisa foi realizada com 4 (quatro) mulheres que
estudaram no período da pandemia nessa modalidade, e 4 (quatro) homens, com
idades de 16 e 68 anos.

Figura 2 – Alunos

Fonte: Elaborada pelo autor

O gráfico acima representa o estado Civil dos alunos, conforme a entrevista


expandia-se, outras indagações foram surgindo, entre elas era a participação familiar
no aprendizado dos alunos que com o apoio das pessoas de seu isolamento tinham
um melhor rendimento, a situação de casa contribuía para um melhor ou pior
rendimento nos estudos, pois apesar do que o mundo estava passando os alunos
estavam ali pela busca de qualidade de vida que se configura em ampliar seus
conhecimentos e melhorar a vida, visando nos estudos uma porta de oportunidades
para ajudar suas famílias com condições de crescer.
33

Figura 3 – Quantidade de Filhos

Fonte: Elaborada pelo autor

Duas alunas, indicaram que seus filhos ajudaram nos estudos; dois
trabalham fora de casa e por isso só estudavam nos fins de semana; duas
trabalhavam e estudavam em casa e duas apenas estudavam. No caso dos homens,
um é aposentado, os demais são alunos que buscam conciliar o trabalho com os
estudos por esse motivo alguns relatam não poderem assistir às aulas, vale ressaltar
que os jovens de 16 a 25 anos são solteiros. Nessa visão podemos constatar com as
Diretrizes Curriculares (BRASIL, 2006, p. 27) enfatiza que:

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que


atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral.
(BRASIL, 2006, p. 27)

Pessoas casadas, pais de família com uma idade mais avançada tendem
a ter mais dificuldades no manuseio de aparelhos tecnológicos, o que pode ser por
conta de serem de outra geração ou por fatores socioeconômicos principalmente
quando a renda é baixa. O gráfico a seguir apresentará a renda.
34

Figura 4 – Renda Durante a Pandemia

Fonte: Elaborada pelo autor

O Gráfico mostra o percentual de 70% de estudantes que receberam auxílio


do governo e 30% de outras rendas como emprego e aposento tendo em vista alguns
alunos já serem idosos. Vale ressaltar que os entrevistados, estudam entre o sétimo
e nono ano do ensino fundamental, então grande parte dos alunos passam por um
processo de transição, em que fatores externos impactam na vida dos mesmos como:
o econômico tendo em vista condições de dar prosseguimento aos estudos, outro fator
é a proximidade de chegarem ao ensino médio como relatados por alguns discentes
ser um sonho.
A partir das informações obtidas é visto que uma parte dos estudantes
procuram a modalidade da EJA, pela facilidade e contribuição para que possa concluir
seus estudos e conseguir um diploma rapidamente, já que essa modalidade oferta
dois anos de curso em apenas um, o que facilita a entrada no mercado de trabalho. E
enquanto aos alunos de terceira idade, que retornam à escola acontece que a maioria
não tem a mesma facilidade dos mais jovens, o que se torna um obstáculo na
aprendizagem deles por não saber mandar uma tarefa por e-mail ou ficar on-line na
hora da aula.
Em outro tópico é perceptível a quantidade de alunos que relataram ter
conquistado algum tipo de aprendizado, observe o gráfico a seguir:
35

Figura 5 – Questionamento se os alunos conquistaram


tempo de aprendizado

Fonte: Elaborada pelo autor

Tendo em vista esses dados, o motivo pelo resultado está bem dividido é
pelo fato de apesar da pandemia ter sido um desastre educacional os alunos tiveram
novas experiências que está longe de ser o ideal, mas que serviu de uma certa forma.
O retorno ocasionou uma reflexão por parte dos discentes das diferenças das aulas
presenciais e da remota, as perdas que tiveram, ficou nítida não só para os
educadores, mas também para eles que estão bem mais felizes com a volta do
presencial.

6.1 Entrevistas e Coleta de dados

Foram usados modelos de coleta de materiais para aplicação dos


questionários, com questões básicas, como ressaltado, trilhando um caminho com
várias indagações para o surgimento dessas análises. Na primeira fase configurou-se
em uma investigação qualitativa onde acarretou nas possibilidades de propagar os
conhecimentos a partir do tema e logo em seguida foram elaborados os meios para
construção da base metodológica desta pesquisa. Sendo assim o questionário pode-
se ser entendido como uma técnica de investigação social composta por um conjunto
de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações.
(GIL, 2008 apud DOURADO, 2013).
Nesse sentido, podemos obter resultados de cunho qualitativo e
quantitativo conforme o material colhido para análise. A pesquisa foi produzida a partir
36

de um modelo de questionários abordando questões quantitativas e qualitativas, a


aplicação desses questionários surgiu para ampliar e contribuir para obtenção de
material para favorecer nos resultados. Os dados coletados foram úteis para a
avaliação e comparação das respostas verificando os pontos positivos e negativos de
cada assunto abordado, assim norteando com desafios e possibilidades enriquecendo
a pesquisa.
Tivemos análises, das respostas que fundamentaram a pesquisa
trabalhada e quais contribuições pertinentes, afirmações, negações ou complementos
para esse trabalho. Foi realizada uma investigação por meios bibliográficos, através
da necessidade de aplicação dos questionários para fortalecer as indagações deste
trabalho.

6.2 Análise da pesquisa

O trabalho apresentado foi produzido através de uma visão que busca


identificar as dificuldades prejudiciais no ensino para Jovens e Adultos tratando-se de
aspectos tecnológicos no contexto de pandemia. Vale ressaltar, que a pesquisa busca
compreender os diversificados âmbitos sobre a educação da EJA, sendo eles:
efetividade do ensino para o aluno na sua formação, aprendizagem, e crescimento
pessoal, além disso, investigou-se acerca do olhar dos docentes em relação aos
desafios e dificuldades no ensino remoto.
Um dos pontos observados foi o contexto vivido pelo aluno atual para
entender a questão do ensino e da atuação dos educadores e educando em um
processo relativamente novo que demanda inovação, observando as relações entre
as técnicas de ensino e como elas alcançam ou não os alunos. Ainda foram pontuadas
na análise da pesquisa as dificuldades nesse novo processo tanto para alunos como
para docentes da Educação de Jovens e Adultos.

6.3 As Fragilidades Estruturais

Por meio dos questionários ficou comprovada a fragilidade no sistema no


ensino da EJA quanto às estruturas tecnológicas. Nas periferias, existem uma grande
dificuldade estrutural na recepção dessa nova ferramenta de conhecimento, essa
dificuldade é deduzida diante das respostas dos alunos entrevistados. Entendemos
37

que, um dos desafios mais graves está na ausência de profissionais qualificados para
atuarem nas áreas de ensino não por culpa deles, mas por falta de incentivos e
aprimoramentos de programas e materiais utilizados para repassar os conteúdos
educativos, com essa reflexão é importante destacar o processo de ensino e
aprendizagem e nisso ainda são visíveis os déficits de investimentos na EJA. Nesse
sentido, se fossem ofertados cursos preparatórios para os professores que trabalham
nesta área, possivelmente o impacto seria reduzido para ambos na escala de
professor-aluno.
O principal objeto desta discussão é expor os desafios e obstáculos que
afetam interna e externamente, nisso há um alerta para as dificuldades, se
continuarem se alargando possivelmente ocorrerá o risco de continuar uma
defasagem na educação dos estudantes, os quais acabam por ficar para trás nos
estudos.
Referente ao ensino da EJA direcionado aos adultos e idosos o desafio
toma maiores proporções, pois além das dificuldades de alfabetização entra em cena
mais uma necessidade que é a "alfabetização tecnológica" esse grupo requer uma
atenção cuidadosa já que apresentam uma mínima equipagem educacional se
configurando com isso uma desvantagem de modo que os professores se deparam
com a dificuldade de lutar por padrões de ensino já consolidados e não dão espaço
para o novo.
As tecnologias comunicativas mais utilizadas em educação, porém, não
provocam ainda alterações radicais na estrutura dos cursos, na articulação entre os
conteúdos e não mudam as maneiras como os professores trabalham didaticamente
com seus alunos. Encaradas como recursos didáticos, elas ainda estão muito longe
de serem usadas em todas as suas possibilidades para uma melhor educação
(KENSKI 2007. p.45).
Sabemos que essa modalidade está muito defasada em muitos aspectos
não só no da educação tecnológica, mas também nos vários outros já citados antes
nesse trabalho.

6.4 Pontos de Discussões

O trabalho em questão, tem como referente a modalidade da EJA na qual


busca mostrar um ensino que não atinge todas as camadas educacionais por causa
38

da precária forma programática e o fraco suporte em vários aspectos e tem o


tecnológico como evidência, falhando no projeto de educação nacional que deveria
ser verdadeiramente inclusivo e libertador. Por isso constatamos o difícil trajeto
daqueles que participam da EJA, tanto os professores como os alunos possuindo
enormes barreiras na consolidação do saber, em síntese a pesquisa constatou isso,
referentes às ferramentas tecnológicas o saber pode ser construído, mas não de uma
forma satisfatória como em outros centros de educação como faculdades e escolas
particulares.
Verificou-se que a dificuldade no ensino e na propagação do ato de ler e
escrever, se intensificou, pois, o professor não podia acompanhar mais de perto o
aluno e por isso muitas vezes se sentia isolado sendo que 100% dos alunos
concordaram que se sentiram abandonados, não havendo muito incentivo à prática
de ler, escrever e aprender, tornando-se rotineira em relação as atividades e se
sentindo pouco motivados em fazê-las.
Desse modo, a EJA tem como obstáculo essa dificuldade na incorporação
de tecnologias, no decorrer dos estudos deste trabalho percebeu-se o quanto são
imensas as dificuldades pedagógicas que existem e ainda não foram devidamente
trabalhadas. Por fim, houve resultados em tese que visou abarcar sobre a existência
e explicação das principais dificuldades que surgiram a partir das observações e
indagações no decorrer da pesquisa.
Contudo, conclui-se como noção geral a existência de um leque de
dificuldades que atravessam o ensino tecnológico na EJA, que vai desde uma
amplitude interna e externa, ou seja, geram problemas estando fora e dentro do
próprio ensino como as condições sociais, bem como o problema da assistência aos
adultos que tentam fazer o melhor com poucas condições, além da carente inclusão
do ensino tecnológico.
O Trabalho desenvolvido nessa jornada se concretiza com conclusões
positivas e negativas, as quais são relativas e geram discussões de fundamento para
manifestações do tema. Nisso, a EJA se situa em torno de uma realidade de ensino
precária de baixo nível, porém é incorreto rebaixá-lo ou menosprezá-lo já que existe
muito potencial nos alunos, só falta mais investimentos e um programa mais
ambicioso, pois a educação consegue transpassar barreiras.
O Ensino da EJA é de extrema relevância, no entanto requer um
aprimoramento dinâmico em relação às novas demandas da sociedade, que requer o
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uso de aparelhos educacionais mais extrovertidos para repassar um conteúdo não


apenas teórico e mecanizado por práticas conteudistas. As dificuldades internas do
ensino representam as mais variadas, em que se trata da diversidade dentro da
conjuntura estrutural, tanto material como virtual, das relações de contatos, da
implementação de recursos e esquemas, da inclusão e visibilidade, do analfabetismo
tecnológico nas desigualdades comparado com outras camadas da educação.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o apresentado pelos dados, foi possível concluir que é


necessário muitas mudanças, uma vez que foi perceptível no resultado da pesquisa,
o quanto questões estruturais que envolvem os saberes dos educandos ainda estão
totalmente aquém do ideal, tendo em vista o depoimento dos alunos que viveram o
momento de pandemia na escola, não encontraram o que era preciso para que
houvesse uma educação de qualidade, daí é possível por exemplo questionarmos a
atuação de todos os atores envolvidos no processo e refletirmos sobre qual tem sido
o papel de cada um em uma etapa tão singular, como em momentos de crise,
referente a Educação de Jovens e Adultos.
Diante da situação de isolamento social se faz necessário grandes
transformações, pois descobrimos que mesmo depois desse longo período poucas
ações foram tomadas. A transformação exigida e o desenvolvimento ainda não foram
alcançados, apesar de alguns aprendizados em meio a grandes dificuldades, o novo
normal que parece a continuação da realidade de antes não houveram muitos
progressos.
De acordo com as respostas, das questões vividas mostrando que mesmo
com as dificuldades e experiências progredimos pouco e não atingimos o essencial,
sendo essas discussões relevantes, fazendo repensarmos a forma que estamos
lidando com a modernização da educação. É importante ter um olhar que esteja
voltado para todos os processos de ensino e aprendizagens, uma vez que que não
adianta, de um lado garantir formação continuada para professores, se, por exemplo,
a formação tecnológica para garantir uma inclusão maior do grupo de Jovens e
Adultos, no meio informatizado que a cada dia tem uma progressão, é necessário unir
forças, trabalhando e planejando junto com os recursos tecnológicos sejam eles quais
forem, recebendo a comunidade estudantil para travar diariamente um diálogo que se
faça necessário, tendo em vista os anseios, metas, desafios e objetivos do mundo do
trabalho e social.
Nas conversas com os alunos e nas entrevistas, detectamos o quão
distante estamos de praticar ações inclusivas no mundo informatizado que sirvam na
sua vida escolar e em alguns casos social. Em poucos minutos de conversa, podemos
observar o quanto são carentes, no sentido material e também de conhecimentos. O
público se difere um pouco, enquanto alguns são bem jovens em contraposição a
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outros alunos mais experientes, estes não possuem muita prática com aparelhos
modernos, apesar de terem muito aprendizado com a vida, mas a vida não é suficiente
para inseri-los na modernidade educacional no mundo digital.
Outro grave ponto também analisado neste trabalho se deve ao fato da
constatação da grande evasão escolar ocorrida na escola, por conta do
distanciamento social. Diante de tal constatação, e também abordado por Dalben
(2011), já é passado o tempo em que toda a culpa pelo fracasso era justificado apenas
por problemas externos à escola, culpando jovens e suas famílias por isso, portanto
percebemos o quanto a escola e o governo são responsáveis.
Apesar da falta de um material mais robusto que nos proporcionasse uma
análise mais profunda, bem como as dificuldades encontradas durante a pesquisa,
nos levou aos vários aspectos apresentados pela estrutura da EJA, de que há
visivelmente um abandono na modalidade em questões de ensinos tecnológicos
diferente de outros países que estão bem avançados nessa questão o Brasil caminha
a passos curtos.
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