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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

CAMPUS PETROLINA
PEDAGOGIA

SUÊNIA FERREIRA DE ANDRADE

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE NO CATÁLOGO DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA CAPES (2020-2023)

PETROLINA
2023
SUÊNIA FERREIRA DE ANDRADE

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE NO CATÁLOGO DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA CAPES (2020-2023)

Artigo científico apresentado ao Curso de


Pedagogia da Universidade de Pernambuco
Campus Petrolina, como requisito para obtenção
de licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Virgínia Pereira da Silva


de Ávila.

PETROLINA
2023
PÁGINA RESERVADA PARA FICHA CATALOGRÁFICA (ELABORADA
EXCLUSIVAMENTE PELO BIBLIOTECÁRIO DA UPE)
SUÊNIA FERREIRA DE ANDRADE

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE NO CATÁLOGO DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA CAPES (2020-2023)

Artigo científico apresentado ao Curso de


Pedagogia a Distância da Universidade de
Pernambuco Campus Petrolina, como requisito
para obtenção de Licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Virgínia Pereira da Silva


de Ávila.

Aprovada em: / /2023.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Prof. Dra. Virgínia Pereira da Silva de Ávila.
(Orientadora)
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina (UPE)

__________________________________________________
Profa. Dra. Nome completo (Membro interno)
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina (UPE)

___________________________________________________
Profa. Dra. Nome completo (Membro externo)
Universidade Federal do Nome (UFN)

PETROLINA
2023
Dedico este trabalho a Deus; sem ele eu nada
seria. À minha mãe Adeilda, minha maior
conselheira na vida. Ao meu esposo César,
meu companheiro, meu grande apoiador e ao
meu filho Arthur para quem procuro sempre
ser a melhor referência.

.
AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, meu suporte, obrigada por me permitir ultrapassar todos os obstáculos
encontrados ao longo da realização deste trabalho.
À minha mãe, Adeilda Ferreira de Andrade, minha maior fonte de inspiração, a mulher
mais guerreira e perseverante que eu conheço.
Ao meu esposo, Paulo César de Lima Batista, meu exemplo, meu apoiador, parceiro
de vida e dos estudos.
Ao meu filho, Arthur de Andrade Santiago, meu abrigo, para quem quero sempre ser
um bom exemplo.
Aos meus irmãos, Sônia, Adeildo, Sione e Suamir, pelo acolhimento, por sempre
torcerem por mim.
Ao meu sobrinho, Pedro Guilherme A. Gomes, portador do Transtorno do Espectro
Autista, por ser tão especial em nossas vidas e abrilhantar nossos dias com seu afeto.
À minha orientadora Dra. Virgínia Pereira da Silva de Ávila, pelos ensinamentos, pela
paciência e dedicação.
Aos meus colegas de curso, especialmente, ao meu grupo, obrigada pelo
companheirismo ao longo da graduação.
A todos aqueles com quem pude contar nesta caminhada, gratidão.
“As crianças especiais, assim como as aves,
são diferentes em seus vôos. Todas, no
entanto, são iguais em seu direito de voar.”
Jesica Del Carmen Perez
RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema “A inclusão de alunos com
Transtorno do Espectro Autista na Educação Infantil: uma análise no catálogo de teses e
dissertações da capes (2020-2023)”. Este artigo tem como objetivo principal verificar como
ocorrem os processos de inclusão do aluno com autismo na Educação Infantil e como
objetivos específicos: relatar um breve histórico sobre o autismo; caracterizar o Transtorno do
Espectro Autista (TEA); analisar aspectos de inclusão na Educação Infantil; identificar os
principais desafios da inclusão de autismo na Educação Infantil. A metodologia utilizada para
a realização deste estudo foi uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo a partir do banco
de dados da CAPES (Catálogo de Teses e Dissertações), entre os anos de 2020-2023. A partir
do levantamento das literaturas foi possível identificar que apenas matricular o aluno na rede
de ensino não é o suficiente, é necessário que exista a relação entre a família e a escola, a
efetivação de políticas publicas e principalmente a formação profissional especializada para
que o docente possa envolver a criança com equidade, respeitando suas características e/ou
limitações.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; inclusão; Educação Infantil.


ABSTRACT

This course conclusion work has as its theme “The inclusion of students with
Autism Spectrum Disorder in Early Childhood Education: an analysis in the capes theses and
dissertations catalog (2020-2023)”. This article's main objective is to verify how the processes
of inclusion of students with autism in early childhood education occur and as specific
objectives: to report a brief history of autism; characterize autism spectrum disorder (ASD);
analyze aspects of inclusion in early childhood education; identify the main challenges of
including autism in early childhood education. The methodology used to carry out this study
was a qualitative bibliographical review based on the CAPES database (Catalog of Theses and
Dissertations), between the years 2020-2023. From the literature survey it was possible to
identify that just enrolling the student in the education network is not enough, there must be a
relationship between the family and the school, the implementation of public policies and
especially specialized professional training so that the teacher can involve the child with
equity, respecting their characteristics and/or limitations.

Keywords: Autism Spectrum Disorder; inclusion; child education.


LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2020.................................17

Quadro 02 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2021.................................18

Quadro 03 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2022.................................18

Quadro 04 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2023.................................20

Quadro 05 – Teses e Dissertações analisadas – 2020.............................................27

Quadro 06 – Teses e Dissertações analisadas – 2021.............................................28

Quadro 07 – Teses e Dissertações analisadas – 2022.............................................30


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 PERCURSO METODOLÓGICO...................................................................................... 16
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20
3.1 Histórico do autismo ........................................................................................................... 20
3.2 Transtorno do Espectro Autista (TEA) ............................................................................... 21
3.2.1 O autismo na infância ...................................................................................................... 22
3.3 Inclusão e educação ............................................................................................................ 23
3.3.1 Inclusão da criança com TEA na Educação Infantil ........................................................ 24
3.4 Principais desafios da inclusão do autismo na Educação Infantil ...................................... 26
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 26
4.1 Trabalhos de 2020 .............................................................................................................. 27
4.2 Trabalhos de 2021 .............................................................................................................. 28
4.3 Trabalhos de 2022 .............................................................................................................. 29
4.4 TRABALHOS DE 2023 ..................................................................................................... 32
4.5 Principais fundamentadores teóricos dos trabalhos analisados .......................................... 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 32
6 REFERÊNCIAS................................................................................................................... 33
14

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE NO CATÁLOGO DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA CAPES (2020-2023)

TITLE: THE INCLUSION OF STUDENTS WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDER


IN CHILDHOOD EDUCATION: AN ANALYSIS IN THE CAPES CATALOG OF
THESIS AND DISSERTATIONS (2020-2023)

Suênia Ferreira de Andrade 1


Virgínia Pereira da Silva de Ávila2

RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema “A inclusão de alunos com
Transtorno do Espectro Autista na Educação Infantil: uma análise no catálogo de teses e
dissertações da capes (2020-2023)”. Este artigo tem como objetivo principal verificar como
ocorrem os processos de inclusão do aluno com autismo na Educação Infantil e como
objetivos específicos: relatar um breve histórico sobre o autismo; caracterizar o Transtorno do
Espectro Autista (TEA); analisar aspectos de inclusão na Educação Infantil; identificar os
principais desafios da inclusão de autismo na Educação Infantil. A metodologia utilizada para
a realização deste estudo foi uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo a partir do banco
de dados da CAPES (Catálogo de Teses e Dissertações), entre os anos de 2020-2023. A partir
do levantamento das literaturas foi possível identificar que apenas matricular o aluno na rede
de ensino não é o suficiente, é necessário que exista a relação entre a família e a escola, a
efetivação de políticas publicas e principalmente a formação profissional especializada para
que o docente possa envolver a criança com equidade, respeitando suas características e/ou
limitações.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; inclusão; educação infantil.

ABSTRACT

1
Graduanda em Biblioteca na Universidade de Pernambuco Campus Petrolina. E-mail:
sueniafandrade@gmail.com
2
Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Docente na
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina. E-mail: virginia.avila@upe.br
15

This course conclusion work has as its theme “The inclusion of students with
Autism Spectrum Disorder in Early Childhood Education: an analysis in the capes theses and
dissertations catalog (2020-2023)”. This article's main objective is to verify how the processes
of inclusion of students with autism in early childhood education occur and as specific
objectives: to report a brief history of autism; characterize autism spectrum disorder (ASD);
analyze aspects of inclusion in early childhood education; identify the main challenges of
including autism in early childhood education. The methodology used to carry out this study
was a qualitative bibliographical review based on the CAPES database (Catalog of Theses and
Dissertations), between the years 2020-2023. From the literature survey it was possible to
identify that just enrolling the student in the education network is not enough, there must be a
relationship between the family and the school, the implementation of public policies and
especially specialized professional training so that the teacher can involve the child with
equity, respecting their characteristics and/or limitations.

Keywords: Autism Spectrum Disorder; inclusion; child education.

1 INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) trata-se de uma condição que altera o


desenvolvimento motor, cognitivo e de socialização de um individuo, para Cunha (2009,
p.20) “O autismo compreende a observação de um conjunto de comportamentos agrupados
em uma tríade principal: comprometimentos na comunicação, dificuldades na interação social
e atividades restrito-repetitivas”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo é apontado como um
problema de saúde mundial, ela conceitua o autismo como: Um distúrbio do
desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco casos em
cada 10.000 nascimentos caso se adote um critério de classificação rigorosa, e três vezes
maior se considerar casos correlatos isto é que necessitem do mesmo tipo de atendimento.
(apud MONTOAN, 2003, p. 13).
Na criança, o Transtorno do Espectro Autista apresenta uma tríade singular, que se
define pela dificuldade e pelos prejuízos qualitativos da comunicação verbal e não verbal, na
interatividade social e na restrição do seu ciclo de atividades e interesses. Segundo Neto,
16

Blanco, Guedes e Barbosa (2017) a criança com autismo apresenta linguagem estereotipada e
repetitiva; ausência de atividades lúdicas de faz de conta ou de imitação social em
comparação a outra criança típica. As crianças com autismo apresentam padrões restritivos,
repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, interesse específico e
padrões rígidos e intensos.
Ao buscar sobre a importância de um diagnóstico do transtorno com relação ao âmbito
escolar, é observado que a escola oportuniza contatos sociais, favorecendo o desenvolvimento
da criança autista, assim como o das demais crianças, na medida em que convivem e
aprendem com as diferenças. Os demais alunos irão se enriquecer por terem a oportunidade de
conviver com o diferente, possibilitando a quebra de velhos paradigmas e preconceitos
enraizados na sociedade que até poucos anos eram inimagináveis, pois o diferente era
excluído do convívio social. Além de a escola regular como um contexto no qual a criança
com dificuldades encontra modelos mais avançados de comportamentos para seguir (Lemos et
al., 2014).
A importância desta integração da criança com autismo na escola é de possibilitar seu
pleno desenvolvimento, inclusive social, mas não se limitando a isso. Ter um diagnóstico
permite também a adaptação das estratégias pedagógicas para maximizar os ganhos dessas
crianças, promovendo também o desenvolvimento cognitivo (Santos et al., 2020).
O presente artigo que tem como tema: Inclusão ǀ TEA na Educação Infantil e se
justifica pela necessidade de compreender e indagar sobre questões relacionadas à inclusão de
crianças com espectro autista na Educação Infantil. Sendo assim, levanta-se o seguinte
questionamento: Como ocorrem os processos de inclusão do aluno com TEA na Educação
Infantil?
Diante do exposto, este artigo tem como objetivo geral verificar como ocorrem os
processos de inclusão do aluno com TEA na Educação Infantil. Os objetivos específicos
foram assim estabelecidos: relatar um breve histórico sobre o autismo; caracterizar o
Transtorno do Espectro Autista (TEA); analisar aspectos de inclusão na Educação Infantil;
identificar os principais desafios da inclusão de autismo na Educação Infantil.

2 PERCURSO METODOLÓGICO

A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo é a realização do estudo


bibliográfico.
17

Pesquisa bibliográfica é a busca de uma problematização de um projeto de


pesquisa a partir de referências publicadas, analisando e discutindo as
contribuições culturais e científicas. Ela constitui uma excelente técnica para
fornecer ao pesquisador a bagagem teórica de conhecimento, e o treinamento
cientifico que habilitam a produção de trabalhos originais e pertinentes.
(CARVALHO, et al.,2004).

O estudo foi realizado a partir do banco de dados da CAPES, foi realizada uma busca
entre os anos de 2020-2023, com os seguintes descritores: autismo, inclusão, TEA na
Educação Infantil. Foram encontradas 87 publicações que abordam assuntos sobre o
Transtorno do Espectro Autista em geral. Dessas publicações, 20 trabalhos foram encontrados
quando procurados por: “A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista na
Educação Infantil”, sendo 10 mestrados (dissertações) e 10 mestrados profissionais.
O quadro abaixo ilustra de forma sistematizada os temas analisados

Quadro 1 - Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2020


ANO TÍTULO AUTOR UNIVERSIDADE
2020 Plano educacional OLIVEIRA, Marines Universidade Estadual
individualizado e sua Andreazza de do Oeste do Paraná.
importância para a
inclusão de crianças
autistas.
2020 Infância, autismo e AZEVEDO, Priscila Universidade do
aprendizagem da Figueiredo Brito de Estado do Rio Grande
língua inglesa: uma do Norte.
análise da prática
docente.
2020 Análise do processo de ROSA, Rita de Cássia Universidade de
inclusão escolar de Dias Pernambuco.
crianças com
Transtorno do Espectro
Autista no município
de Juazeiro – Ba.
2020 Perspectivas de SCHAEFER, juliana Universidade Católica
famílias perante os gouvea de Petropolis.
desafios do processo de
inclusão da criança
com autismo e com
seletividade alimentar
na Educação Infantil.
2020 Alunos com autismo PINTO, Anderleuza Universidade Estadual
no ensino regular: Viana Paulista Júlio de
caracterização e análise Mesquita Filho
de repertórios (Bauru).
profissionais da
docência.
2020 Vestindo os óculos da SHIBUKAWA, Universidade Estadual
pedagogia Waldorf: Priscila Hikaru Paulista Júlio de
18

inclusão, alfabetização Mesquita Filho


e Transtorno do (Bauru).
Espectro Autista.
2020 Inclusão de pessoas RODRIGUES, Denis Universidade Federal
com Transtorno do Leite do Pará.
Espectro autista –
TEA na instrução
escolar de nível
infantil e
fundamental, em
instituições de ensino
públicas e privadas,
no município de
Belém, estado do
Pará, no ano de 2019.
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Quadro 02 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2021


2021 Políticas públicas para BONVECHIO, Sandra Universidade Tuiuti do
a inclusão do estudante Aparecida Paraná.
com Transtorno do
Espectro Autista na
Educação Infantil no
município de
Colombo-Pr.
2021 O jogo como ASSIS, Jessica Centro Universitário de
instrumento Carvalho de Volta Redonda.
fortalecedor do
conhecimento sobre o
Transtorno do Espectro
Autista na formação de
professores da
Educação Infantil.
2021 A socialização da ROCHA, Maria da Centro Universitário
criança autista na Penha Machado Vale do Cricaré.
Educação Infantil:
perspectiva do docente.
2021 A teoria do apego e NUNES, Shaiany Fundação Universidade
suas possíveis Goncalves da Silva Federal do Pampa.
contribuições para a
inclusão de alunos com
Transtorno do Espectro
Autista (TEA) na
Educação Infantil.
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Quadro 03 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2022


2022 Transtorno do Espectro MENDONCA, Bárbara Universidade
Autista percepção Bertolotti Ibirapuera.
docente e práticas
pedagógicas para
19

inclusão.
2022 Inclusão de alunos com AGUIAR, Viviani Universidade
Transtorno do Espectro Massad de Presbiteriana
do Autismo (TEA) – Mackenzie.
um modelo de escola
em São Paulo.
2022 A inclusão de alunos CARMINATI, Universidade Estadual
com Transtorno do Rosangela Teles do Oeste do Paraná.
Espectro Autista
(TEA) na Educação
Infantil: formação de
professores, políticas
públicas e práticas
pedagógicas.
2022 Crianças com LOPES, Vanessa de Instituto Federal de
Transtorno do Espectro Araújo Educação, Ciência e
Autista na Educação Tecnologia Goiano.
Infantil: dificuldades e
possibilidades a
práticas educativas
inclusivas.
2022 Educação musical ZIMMER, Paulyane Universidade Federal
para crianças com Nascimento. do Pará.
autismo: compondo
caminhos à prática
docente em
Castanhal-PA.
2022 Formação de CRUZ, Daniele Rita Universidade Federal
professores da de São Carlos.
Educação Infantil
acerca dos mitos e
concepções sobre o
ensino da criança com
autismo.
2022 Autoeficácia e a SORIANO, Fernanda Universidade
percepção de dias Ferraz Estadual Paulista Júlio
professores de de Mesquita Filho
Educação Infantil (Marília).
sobre sua formação e
atuação com crianças
com Transtorno do
Espectro Autista.
2022 Práticas Pedagógicas LOPES, Carla Markus Universidade Federal
para alunos com de Santa Maria.
Transtorno do Espectro
Autista: processos
inclusivos no contexto
escolar.
2022 Uma programação de MIZAEL, Lucimara de Associação Paradigma
ensino, via Plataforma Farias Centro de Ciências e
Canvas Instructure, Tecnologia do
para capacitar Comportamento.
professores a definir
objetivos
20

comportamentais e a
elaborar o Plano de
Ensino Individualizado
para aprendizes com
Transtorno do Espectro
Autista.
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Quadro 04 – Catálogo de Teses e Dissertações do ano 2023


2023 Guia de oficinas para GENTIL, Glayce de Universidade Federal
práticas pedagógicas Souza Costa Fluminense
inclusivas na formação
continuada de
professores para
inclusão e diversidade
junto a alunos autistas
da Educação Infantil
em escola pública da
rede municipal de
Maricá/RJ.
2023 Inclusão escolar e o BATTISTELLO, Universidade Feevale.
Transtorno do Espectro Viviane Cristina de
Autista (TEA): um Mattos
olhar para o plano
educacional
individualizado (PEI).
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Neste artigo também foi realizado pesquisas, através de outros sites confiáveis e livros.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Histórico do autismo

O termo autismo vem do grego autos que significa “em si mesmo”, referindo a alguém
que está absorto em si mesmo e não se interessa pelo mundo exterior (SILVA, 2003).
Segundo Cunha (2019) A utilização do termo autismo se deu por volta de 1911, quando o
psiquiatra Bleuler adotou para descrever pacientes esquizofrênicos com características de fuga
da realidade e o retraimento interior.
Apesar da concepção do termo ser corporizada no ano de 1911, os primeiros estudos
sobre autismo, somente foram realizados no ano de 1943, pelo psiquiatra Leo Kanner. O
mesmo apresentou, por meio de pesquisa, indícios de que várias crianças apresentavam
21

características individualizadas, quando comparadas às outras síndromes (KLIN, 2006). Leo


Kanner observou que as crianças internadas em uma clínica apresentavam-se constantemente
distanciadas uma das outras e não tinham relação funcional com objetos e brinquedos ao seu
redor (SUPLINO, 2009). Kanner investigou um grupo composto de oito meninos e três
meninas, cada qual com suas peculiaridades, constatando nessas crianças, comportamentos de
inabilidade no relacionamento interpessoal que se diferenciavam de outras patologias, como a
esquizofrenia, por exemplo (EVÊNCIO E FERNANDES, 2019).
Além de Kanner, outro médico também fazia estudos sobre o autismo, Hans Asperger.
Em 1944 desenvolveu uma tese em alemão onde apresentou um conjunto de sinais
semelhantes aos descritos por Kanner em crianças de três anos, a princípio conceituou como
psicopatia autista, posteriormente levou seu nome. Porém Hans só passou a ser reconhecido
como um pesquisador no segmento em 1980.
Em 1980, o autismo foi reconhecido pela primeira vez e inserido em uma nova classe
de transtornos, os transtornos invasivos do desenvolvimento (KLIN, 2006). Na atualidade, é
utilizado o termo Transtorno do Espectro Autista e este está incluído no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), na categoria Transtornos do
Neurodesenvolvimento (TND) (APA, 2014).

3.2 Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, se


constitui como uma síndrome comportamental caracterizada por dificuldade de interação
social, déficit quantitativo de comunicação e padrões comportamentais restritos e
estereotipados (PINTO et al., 2016).
Segundo a APA (2013) apud Zanon et al (2014),

[...] as manifestações comportamentais que definem o TEA incluem


comprometimentos qualitativos no desenvolvimento sociocomunicativo,
bem como a presença de comportamentos estereotipados e de um repertório
restrito de interesses e atividades, sendo que os sintomas nessas áreas,
quando tomados conjuntamente, devem limitar ou dificultar o funcionamento
diário do indivíduo. (APA, 2013 apud ZANON et al, 2014, p.25).

Para o professor e psicopedagogo Eugênio Cunha (2015, p. 20), o autismo


compreende a observação de um conjunto de comportamentos agrupados em uma tríade
principal: comprometimentos na comunicação, dificuldades na interação social e atividades
restrito-repetitivas. Cunha (2015, p. 23), relata ainda que o Transtorno do Espectro Autista
22

possui “a abrangência de distintos níveis do transtorno, classificando-os de leve, moderado e


severo”.
No nível 1, autismo leve: apresentam dificuldades na interação social e no
comportamento repetitivo e restrito, porém necessitam de um suporte mínimo no auxílio das
atividades do dia a dia (CRUZ; BARBOSA, 2018).
Nível 2: o comportamento verbal nesse nível é mais atípico, faz pouco contato visual,
muita vezes, não olha para a pessoa que está falando com ela, não expressa emoções pela fala
ou expressões faciais (CRUZ; BARBOSA, 2018).
Nível 3, autismo severo: demonstram dificuldades mais expressivas nas habilidades e
comunicação social, com comportamentos repetitivos e restritos que dificultam o convívio e
as atividades do cotidiano (CRUZ; BARBOSA, 2018).
Sobre o pode ocasionar o autismo, os estudos dizem:

Existe uma associação de fatores genéticos e neurobiológicos (anomalia


anatômica ou fisiológica do SNC; problemas constitucionais inatos,
predeterminados biologicamente, bem como fatores de risco psicossociais. O
autismo pode se manifestar de formam muito peculiar entre diferentes
crianças, e em uma mesma criança também, de uma fase a outra do
desenvolvimento. (FRANZOI, 2006, p. 4).

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é dado através de estudos clínicos,


por profissionais especializados. O diagnóstico e o tratamento precoce do TEA são de
fundamental importância para melhorar a qualidade de vida e minimizar os sintomas e ajudar
na interação entre a família e a sociedade, sobretudo, em virtude de na atualidade ainda não
existir um exame específico capaz de diagnosticá-lo (REIS et al., 2016).

3.2.1 O autismo na infância

Os sinais do Transtorno do Espectro Autista estão presentes desde os primeiros anos


de vida, normalmente, as crianças começam a apresentar as alterações antes dos três anos de
idade, e acomete mais meninos do que meninas.
O TEA, por ser um transtorno complexo, associa sinais característicos do espectro
como o transtorno da linguagem, o que inclui ausências de funções pré-linguísticas,
dificuldades na coordenação motora e atenção visual. Assim, a primeira infância do autismo,
em geral, costuma estar associada a problemas nas habilidades sociocomunicativas, no
processamento de contatos faciais e visuais, imitações e comunicação (Forner & Rotta, 2016).
23

Entre os primeiros sinais percebidos pela família está a alteração na linguagem, mas
também se constituem como manifestações autísticas: crise de birra, autoagressividade,
modificações na alimentação e no sono, apego a itinerários e datas, hiperreação a estímulos
sensoriais, medo e fobia inespecíficos, além de demonstração de predileção por objetos
incomuns. A criança também estabelece um vínculo com a mãe a ponto de não conseguir
separar-se dela. Assim, para que as demais pessoas consigam qualquer tipo de contato, é
necessário antes criar um laço para que haja alguma possibilidade de interação (BARBOSA;
NUNES, 2019).
O problema de socialização também está relacionado à dificuldade de demonstrar e
compartilhar sentimentos, gostos e emoções (Mello, 2007). Outra característica observada nas
crianças com TEA é o modo de brincar, uma vez que preferem brincar sozinhas e podem ser
indiferentes à intenção de outro de compartilhar a brincadeira (Martins, 2009).
Os sintomas podem variar de uma criança para outra. O diagnóstico, assim como em
adultos, é realizado de forma clínica, através de averiguação de sintomas e de relatos dos pais,
cuidadores, professores, entre outros.
Para Silva e Mulick (2009, p.127), o diagnóstico quando realizado de forma precoce
faz total diferença, relatam:

Quando a criança é diagnosticada em idade precoce e recebe intervenções


adequadas, ela pode eventualmente atingir níveis de desenvolvimento e
aprendizado mais apropriados para a sua faixa etária [...], ou seja, a
implementação de intervenções pode, em alguns casos, acelerar a velocidade
de aprendizado e desenvolvimento da criança a tal ponto que ela venha a
atingir níveis apropriados para a sua faixa etária.

Desse modo, o diagnóstico é essencial para potencializar o desenvolvimento da


criança, minimizando seus sintomas e ampliando seu planejamento terapêutico.

3.3 Inclusão e educação

De acordo com Carvalho (2000), a educação inclusiva está relacionada às práticas de


inclusão de todos os tipos de alunos sem que para tanto sejam considerados os seus talentos,
suas deficiências, origem socioeconômica ou aspectos culturais. Nesse sentido, devem-se
construir ambientes e estruturas escolares capazes de satisfazer às necessidades de todos os
alunos, por meio da dedicação de profissionais competentes e qualificados.
24

Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 a educação é um


dos direitos fundamentais de todas as crianças e adolescentes, independentemente de sua
condição, com necessidades especiais ou não, visando o pleno desenvolvimento da pessoa e
seu preparo para o exercício da cidadania (BRASIL, 1988).
As Portarias 555/2007 e 948/2007,2008 versam sobre a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e tem como objetivo:

[…] assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos


globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os
sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação,
aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino;
transversalidade da modalidade de educação especial desde a Educação
Infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional
especializado; formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão;
participação da família e da comunidade [...] (PNEEPEI, 2008, p. 14).

Para uma escola de fato inclusiva, é necessário entender e acolher sem distinção as
diferenças individuais de cada indivíduo. Mantoan, afirma:

Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus


planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global,
plena, livre de preconceitos e que valoriza as diferenças. (MANTOAN,
2003, p. 14)

3.3.1 Inclusão da criança com TEA na Educação Infantil

A criança com autismo tem todos os seus direitos assegurados por lei, como garante a
Constituição Federal Brasileira de 1988. A Lei Berenice Piana (Lei nº 12.764/2012), institui a
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Esta lei determina diretrizes para a inclusão social das pessoas com autismo, assim como a
criação de serviços de atenção integral às suas necessidades, como centros de referência,
atendimento domiciliar, assistência terapêutica e acompanhante especializado (quando
comprovada a necessidade).
Para Sousa (2015), a escola só é realmente inclusiva quando implica no sistema de
educação que atende às diferenças individuais, reconhecendo e respeitando as necessidades de
cada aluno.
A escola tem um papel fundamental na estimulação das crianças portadoras do
autismo e a Educação Infantil é a primeira porta para a base do processo de socialização e
25

aprendizagem. Quando estas crianças são incluídas na rotina escolar elas adquirem muitos
benefícios, como: melhora na socialização, melhora na autonomia, ou seja, a inclusão é
responsável por exercer uma melhora significativa nos aspectos motores, afetivos e
cognitivos.
A inclusão do aluno autista na Educação Infantil é a maneira mais adequada de
proporcionar as mesmas oportunidades que qualquer outra criança terá no decorrer de sua
vida, assim como ele poderá vivenciar as intervenções adequadas, intervenções essas que o
auxiliarão no desenvolvimento das habilidades e competências asseguradas a todas crianças e
importantíssimas para o viver cotidiano, para a superação das limitações e controle de suas
estereotipias (LABOYER, 1995).

3.3.2 Docência e a inclusão da criança com TEA na Educação Infantil

Segundo Oliveira (2016), a inclusão escolar depende não só das crianças, mas também
dos professores, que devem demonstrar a responsabilidade, confiança e a capacidade de ver o
mundo dos educandos de forma diferente, nesse contexto subsiste a necessidade de formação
pedagógica constante e periódica e ainda o interesse do docente em atuar nessa modalidade.
O professor é um forte agente para a inclusão das crianças com o Transtorno do
Espectro Autista na educação infantil. Ele é o principal mediador no espaço escolar para o
desenvolvimento intelectual e social do aluno. Para que o docente tenha um bom resultado no
processo de inclusão é necessário que o mesmo entenda as características e limitações da
criança. A respeito disto, Orrú (2003, p.1) relata:

É imprescindível que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe


junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da síndrome e de suas
características inerentes. Porém, tais conhecimentos devem servir como
sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e
executadas […]

Sendo assim, o docente deve estar totalmente qualificado para trabalhar com a criança
portadora do Autismo, ele deve ser capaz de entender as diferentes condições do Transtorno,
bem como, a maneira de intervir em cada quadro. Conforme Melo e Ferreira (2009, p.6). “Ao
se cuidar de uma criança é muito importante levar em consideração as suas necessidades, que
ao serem respeitadas e atendidas proporcionam importantes informações sobre a qualidade
daquilo que é recebido”.
No que diz respeito às práticas pedagógicas, (Cunha 2015, p. 49), diz:
26

(...) que no ensino do aluno com Transtorno de Espectro Autista, não há


metodologias ou técnicas salvadoras. Há, sim, grandes possibilidades de
aprendizagem, considerado a função social construtivistas da escola.
Entretanto, o ensino não precisa estar centrado nas funções formais e nos
limites preestabelecidos pelo currículo escolar. Afinal, a escola necessita se
relacionar com a realidade do educando. Nessa relação, quem primeiro
aprende é o professor e quem primeiro ensina é o aluno. (CUNHA, 2015,
p.49).

3.4 Principais desafios da inclusão do autismo na Educação Infantil

A educação é um dos maiores instrumentos para o desenvolvimento de uma criança


com TEA. Segundo Gauderer (1987), “as crianças com autismo, em geral, apresentam
dificuldade em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas quando participam de um
programa intenso de aulas parecem ocorrer mudanças positivas nas habilidades de linguagem,
motoras, interação social e a aprendizagem”. Ainda neste contexto, para Bosa (2002), a
ausência de respostas das crianças autistas deve-se, muitas vezes, à falta de compreensão do
que está sendo exigido dela, ao invés de uma atitude de isolamento e recusa proposital.
Nos últimos anos houve um aumento significativo de matrículas das crianças com o
Transtorno do Espectro Autista na Educação Infantil. Apesar disso, muitos desafios acerca da
inclusão de alunos com TEA nesta etapa educacional ainda persistem.
Um dos principais desafios da inclusão é proporcionar para os alunos uma educação
com equidade, ou seja, onde todos os alunos possuam os mesmos direitos, sem distinções,
para isso, é necessária uma gestão que trabalhe de forma acolhedora e inclusiva.
Outra questão desafiadora é sobre a falta de professores qualificados, que entendam
estas crianças, bem como suas necessidades. O docente deve estar sempre se atualizando,
buscando compreender as necessidades e as condições que os seus alunos com o TEA
possuem.
É possível abordar outros desafios, como a falta de execução das políticas públicas
sobre o autismo quando se faz necessário. Além da falta de relação entre a família e a escola.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS


27

4.1 Trabalhos de 2020

Em 2020, no catálogo de teses e dissertações, foram encontrados referentes à busca:


“A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista na Educação Infantil”, 06
trabalhos acadêmicos, sendo 04 mestrados (dissertações) e 02 mestrados profissionais. Em um
segundo momento, estes tratados acadêmicos foram analisados através dos critérios (título,
objetivos, metodologias e resultados alcançados).
Após o estudo minucioso de cada mestrado (dissertação) e mestrado profissional, foi
observado que 02 trabalhos compuseram o corpus da pesquisa.

Quadro 05– Teses e Dissertações analisadas - 2020


AUTOR TÍTULO OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADO
Pinto, Alunos com Investigar, à luz Estudo caracteriza-Concluiu-se
Anderleuza autismo no da Análise do se como estudo de com o estudo
Viana. ensino regular: comportamento, caso, explicativo eque para a
caracterização e condições de de caráter
inclusão do
análise de mediação do qualitativo. aluno autista é
repertórios trabalho docente necessário o
profissionais da na Educação bom
docência. Infantil, planejamento e
considerando a execução dos
sala de aula com profissionais
inclusão de docentes. Esses
alunos com devem
TEA. considerar os
aspectos da
realidade das
escolas,
principalmente
relacionados à
educação
inclusiva
ROSA, Rita de Análise do Analisar como Qualitativa de Foi observado
Cássia Dias processo de acontece o cunho etnográfico, que aspectos
inclusão escolar processo de bibliográfico e escolares e
de crianças com inclusão em documental. familiares
Transtorno do uma escola Impactam a
Espectro municipal de inclusão de
Autista no Educação crianças com
município de Infantil autismo,
Juazeiro – BA. no município de mostrando a
Juazeiro-BA. importância da
parceria entre
família e escola
no que se refere
28

à criança com
TEA.

FONTE: Quadro elaborado pela autora.

No que diz respeito à inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista, Pinto
(2020) diz que, a alteração no currículo, métodos e estratégias de ensino são importantes para
o sucesso da inclusão do aluno público alvo da educação especial. Ainda para a autora: “a
inclusão escolar de alunos com TEA dever ir além da perspectiva dos ganhos sociais, embora
estes sejam de importâncias inquestionáveis”.
Os estudos de Rosa (2020) demonstram de forma clara, a importância da relação entre
família e escola para que a inclusão do aluno autista seja realizada de forma eficaz. Ainda
para ela, à medida que aumentam as matrículas de alunos autistas na rede de ensino, cresce a
necessidade de formação e estratégias de inclusão.

4.2 Trabalhos de 2021

Seguindo o mesmo método de análise do ano de 2020, 02 trabalhos dos 05 filtrados na


pesquisa abordam estudos referentes ao que este artigo propõe.

Quadro 06 – Teses e Dissertações analisadas - 2021


AUTOR TÍTULO OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADO
BONVECHIO, Políticas Discutir a Qualitativa de Concluiu-se que
Sandra públicas para a necessidade de cunho documental. políticas
Aparecida inclusão do uma política públicas de
estudante com pública de inclusão devem
Transtorno do inclusão para o ser
Espectro aluno com desenvolvidas e
Autista na Transtorno do realizadas
Educação Espectro visando
Infantil no Autista na sistematizar o
município de Educação processo da
Colombo-Pr. Infantil no inclusão,
município de também é
Colombo/PR. necessário ter
condições e
recursos
humanos,
pedagógicos e
físicos previstos
nestas políticas
públicas.
29

ROCHA, Maria A socialização Compreender a Pesquisa quali- Os resultados


da Penha da criança relação entre quantitativa. apresentaram
Machado autista na socialização e a que para a
educação inclusão da inclusão do
infantil: criança autista, aluno com TEA
perspectiva do em Centro se faça eficiente
docente. Educacional é essencial à
Infantil colaboração de
Municipal do todos que fazem
Município de a escola e uma
São Mateus-ES, maior
na perspectiva participação da
de professores família. O
da Educação estudo mostrou
Infantil. também a
importância da
formação do
docente no
processo de
inclusão do
aluno na sala-
de-aula.
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Para Bonvechio (2021), o educando com Autismo necessita de um ambiente que


transmita e ofereça segurança, afeto e compreensão. E Para que a inclusão seja mantida de
forma coerente, o Estado deve efetuar todas as diretrizes que competem ao desenvolvimento
educacional dos sujeitos com Transtorno do Espectro Autista, oferecer o suporte necessário e
efetivo de seu papel. A autora em seus estudos definiu também a importância de uma gestão e
de um docente especializado no atendimento do aluno com TEA.
No que tange ao assunto da inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista,
Rocha (2021) em sua pesquisa relata que, a formação continuada voltada para a educação
inclusiva, se faz necessária através de uma educação responsável de equidade, para que os
alunos possam ter realmente sucesso na vida escolar, em vez de apenas obterem direito ao
ingresso no ensino regular. A autora afirmou também a importância da colaboração de todos
da escola, assim como a necessidade da participação dos pais no processo inclusivo.

4.3 Trabalhos de 2022


30

Em 2022 foram encontrados 09 trabalhos, 05 dissertações, 03 Teses e 01 sem acesso


permitido. Após a leitura e a avaliação, foram selecionados 03 trabalhos acadêmicos que
abordaram de forma mais precisa o que busca este estudo.

Quadro 07 – Teses e Dissertações analisadas - 2022


AUTOR TÍTULO OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADO
MENDONCA, Transtorno do Identificar e Pesquisa Concluiu-se que
Bárbara Espectro analisar as qualitativa. que para uma
Bertolotti Autista concepções de educação de fato
percepção professores de inclusiva, é
docente e ensino regular necessário uma
práticas frente ao aluno política
pedagógicas com Transtorno educativa
para inclusão. do Espectro Compromissada.
Autista e .
analisar a
influência
destas
concepções em
suas práticas
Pedagógicas.
CARMINATI, A inclusão de Apresentar, na Pesquisa Foi concluído
Rosangela Teles alunos com visão dos qualitativa, que para uma
Transtorno do professores, descritiva e inclusão com
Espectro qual a exploratória, por equidade, é
Autista (TEA) percepção meio de análise de necessário que
na Educação desses conteúdo. todos os
Infantil: profissionais de docentes tenham
formação de Educação formação
professores, Infantil no que adequada,
políticas se refere à sua inclusive
públicas e formação aqueles que não
práticas inicial e ainda não possui
pedagógicas. continuada para aluno com o
a inclusão TEA, pois a
escolar do qualquer
aluno com momento ele
Transtorno do pode recebê-lo.
Espectro
Autista (TEA).
LOPES, Crianças com Identificar as Pesquisa descritiva, Concluiu-se que
Vanessa de Transtorno do dificuldades de cunho para as
Araújo Espectro dos professores bibliográfico com condições da
Autista na da Educação abordagem inclusão
Educação Infantil, qualitativa. funcionem é
Infantil: referente às necessário
dificuldades e práticas alguns aspectos,
possibilidades a educativas como: Formação
31

práticas inclusivas ao dos docentes;


educativas trabalhar com Efetividade de
inclusivas. inclusão de cursos e
alunos com palestras
TEA. oferecidos pela
secretaria de
educação; Maior
participação dos
pais no processo
de ensino-
aprendizagem.
FONTE: Quadro elaborado pela autora.

Para Mendonça (2022), apenas matricular o aluno com TEA na rede educacional, não
irá proporcionar a inclusão. Conforme a autora:

Para que esta ocorra de maneira significativa, faz se necessárias


reformulações no ambiente escolar, como: prédios arquitetônicos de fácil
acesso; mobiliários e equipamentos mais adequados, elaborar, produzir e
distribuir recursos educativos; implantando salas de recursos multifuncionais,
e formação continuada do quadro de profissionais da escola, incluindo a
formação de professoras.

Sobre a atuação docente na perspectiva da inclusão do aluno com o Transtorno do


Espectro Autista, Mendonça (2022) relata que, é imprescindível que o professor tenha preparo
e aptidão ao receber um aluno autista ou com possível diagnóstico, especialmente nesta etapa
da Educação Infantil.
Carminati (2022) em sua pesquisa destaca a Inclusão de alunos com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) na Educação Infantil, com foco na formação de professores, Políticas
Públicas e Práticas Pedagógicas. A autora ressalta a importância do docente como mediador
nos primeiros contatos com o aluno com TEA na educação infantil.

Nesse processo próximo de mediação, é possível, ao professor, identificar


déficits que precisam ser avaliados, contribuindo para um diagnóstico
precoce. Tais diagnósticos precisam ser compreendidos como um fio
condutor para a organização das medições e caminhos diferenciados de
ensino, e não como limitadores ou algo que justifique as limitações do aluno.

A autora em seu trabalho acadêmico, evidência a importância da presença e do auxilio dos


pais,

É necessário ressaltar a fundamental importância da família, que participa


colabora para o desenvolvimento do aluno, eles são o elo entre a criança e a
32

escola e pode contribuir com as informações necessárias acerca das


especificidades do menor.

Mendonça (2002) conclui ressaltando que, investir nas políticas públicas e nas
formações continuadas de fato, para que o atendimento e a permanência de todos os alunos na
Educação Infantil se consolidem.
Lopes (2022) em seu estudo salienta a importância da inclusão do aluno portador do
Transtorno do Espectro Autista na educação infantil. Para ela, frequentar o ensino infantil
permitirá ao aluno com deficiência adquirir, progressivamente, conhecimentos indispensáveis
para a formação de qualquer indivíduo. Esse menino ou menina deve ser visto (a) de forma
global e sua educação deve envolver não apenas seu cognitivo, mas sim o todo.

4.4 TRABALHOS DE 2023

Neste ano, 02 trabalhos acadêmicos foram filtrados, sendo um trabalho dissertativo e


uma Tese. O trabalho acadêmico realizado para o doutorado não foi analisado, pois, o mesmo
não possuía divulgação autorizada. O outro estudo procurava investigar como se materializa a
prática pedagógica com alunos autistas na Educação Infantil em uma escola municipal da
cidade de Maricá – RJ. Ao ser lido e analisado, apesar de tratar de uma questão de inclusão do
aluno com TEA na Educação Infantil, não foram consideradas evidências suficientes ao que
este trabalho acadêmico propõe.

4.5 Principais fundamentadores teóricos dos trabalhos analisados

De acordo com os trabalhos acadêmicos analisados, os principais autores que


corroboraram no processo de elaboração do referencial teórico foram: Bosa (2015,2019);
Brasil (2008); Cunha (2013,2019); Fernandes (2007,2012 e 2014); Mantoan (2004); Miranda
(2012); Pereira (2017); Santos (2011,2018); Schimidt (2016) e Silva (2013).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão de alunos com o Transtorno do Espectro Autista com o sistema escolar não
se trata apenas de colocá-lo dentro da sala de aula, este processo deve ser iniciado o mais
33

rápido possível, quando realizada a partir da Educação Infantil a inclusão trás múltiplos
benefícios para a vida dos alunos diagnosticados com o transtorno, isso porque o ato de
incluir deve buscar a aprendizagem, o desenvolvimento das habilidades e a busca pela
superação das dificuldades.
A presente pesquisa buscou entender como ocorrem os processos de inclusão do aluno
com TEA na Educação Infantil. Para chegar aos resultados dos estudos, foram analisadas
Dissertações e Teses do banco de dados da CAPES acerca da inclusão do aluno com o
Transtorno do Espectro Autista na Educação infantil, entre os anos de 2020-2023.
Foi possível concluir que, para o processo ocorrer de forma eficaz e com equidade é
necessário um trabalho em conjunto, entre políticas públicas, família e escola. Para isso é
fundamental à efetivação de políticas publicas voltadas para o aluno com TEA, é
extremamente importante o trabalho em conjunto, entre pais, docentes e demais profissionais.
Para o aluno portador do autismo, é fundamental que a família e os profissionais
possam lhe apresentem uma prévia do mundo escolar, o ajudem a lidar com os anseios e com
as dificuldades desse ambiente novo.
No que tange a equipe docente, foi observado a importância de qualificações, para que
ele consiga definir objetivos em busca de uma evolução por parte da criança. Conforme o
estudo foi visto que, o investimento na formação e qualificação desse profissional constitui
um caminho essencial para que a educação e a evolução do aluno com TEA seja garantida.
.

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