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INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE

CÂMPUS CHARQUEADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

GLÓRIA ACOSTA SANTOS

BIBLIOTECA, É HORA DE OUVIR, PARA DEMOCRATIZAR: CONTRIBUIÇÃO PARA


FORMAÇÃO ESCOLAR NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
INTEGRADO DO IFSUL CÂMPUS PELOTAS

Charqueadas /RS
2023
GLÓRIA ACOSTA SANTOS

BIBLIOTECA, É HORA DE OUVIR, PARA DEMOCRATIZAR: CONTRIBUIÇÃO PARA


FORMAÇÃO ESCOLAR NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
INTEGRADO DO IFSUL CÂMPUS PELOTAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em


Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo Câmpus
Charqueadas do Instituto Federal Sul-rio-grandense, como
parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestra em
Educação Profissional e Tecnológica.

Área de concentração/linha: Educação Profissional e


Tecnológica/Organização e Memórias de Espaços
Pedagógicos na Educação Profissional e Tecnológica (EPT).
Macroprojeto 6 - Organização de Espaços Pedagógicos na
EPT.
Orientador: Prof. Dr. Manoel José Porto Júnior.

Charqueadas/RS
2023
INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de Dezembro de 2008

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

GLÓRIA ACOSTA SANTOS

BIBLIOTECA, É HORA DE OUVIR, PARA DEMOCRATIZAR: CONTRIBUIÇÃO PARA


FORMAÇÃO ESCOLAR NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
INTEGRADO DO IFSUL CÂMPUS PELOTAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em


Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo Instituto Federal
Sul-rio-grandense, como requisito parcial para obtenção do título de
Mestra em Educação Profissional e Tecnológica.

Aprovado em 13 de abril de 2023.


COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________
Profa. Dra. Angélica Conceição Dias Miranda
Universidade Federal do Rio Grande

___________________________
Profa. Dra. Luciana Neves Loponte
Instituto Federal Sul-rio-grandense

___________________________
Profa. Dra. Renata Porcher Scherer
Instituto Federal Sul-rio-grandense

__________________________
Prof. Dr. Manoel José Porto Júnior
Instituto Federal Sul-rio-grandense
Orientador
INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de Dezembro de 2008

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM


EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

GLÓRIA ACOSTA SANTOS

BUSCA E O USO DA INFORMAÇÃO: UM GUIA PRÁTICO PARA ESTUDANTES DO


ENSINO MÉDIO

Produto Educacional apresentado ao Programa de Pós-graduação


em Educação Profissional e Tecnológica, ofertado pelo Instituto
Federal Sul-rio-grandense, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestra em Educação Profissional e Tecnológica.

Validado em 13 de abril de 2023.


COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________
Profa. Dra. Angélica Conceição Dias Miranda
Universidade Federal do Rio Grande

___________________________
Profa. Dra. Luciana Neves Loponte
Instituto Federal Sul-rio-grandense

___________________________
Profa. Dra. Renata Porcher Scherer
Instituto Federal Sul-rio-grandense

__________________________
Prof. Dr. Manoel José Porto Júnior
Instituto Federal Sul-rio-grandense
Orientador
Ao meu pai Elizeu Santos,
À minha mãe Neusa Maria Couto Acosta,
pela dedicação, carinho e amor incondicional,
sem eles não teria chegado até aqui.
“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente
que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é
espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é
não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro
modo…”

Paulo Freire
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela sabedoria.


As minhas amigas Silvia e Cris pela ajuda, incentivo e parceria.
Aos colegas da biblioteca do IFSul Câmpus Pelotas, pela apoio e torcida.
Aos estudantes por terem aceitado participar da pesquisa e aos colegas das bibliotecas
do IFSul, por terem validado nosso produto educacional.
A professora Mariana Mendonça Loder, chefe do departamento de ensino, por ter
mediado junto aos coordenadores de curso, o contato com os estudantes.
Aos coordenadores e professores dos cursos do Ensino Médio Integrado, por terem
contribuído com a pesquisa, cedendo um espaço em suas aulas para que pudéssemos
realizar nosso estudo.
Ao IFSul por oportunizar acesso a uma educação pública, gratuita e de qualidade e por
proporcionar elevação da minha titulação.
Ao PROFEPT Câmpus Charqueadas, professores e colegas de mestrado, pelo
aprendizado e pela parceria.
As professoras Profa. Dra. Angélica Conceição Dias Miranda, Profa. Dra. Luciana
Neves Loponte e Profa. Dra. Renata Porcher Scherer, por terem aceitado participar da banca
examinadora de qualificação e defesa, por suas contribuições que enriqueceram nossa
pesquisa. E por fim, ao meu orientador Prof. Dr. Manoel Porto Júnior, pelo carinho, paciência,
confiança e parceria nessa caminhada.
RESUMO

A pesquisa apresentada teve como objetivo geral compreender a contribuição da biblioteca


para a formação escolar na percepção de estudantes do Ensino Médio Integrado do IFSul -
Câmpus Pelotas. Como objetivos específicos pesquisar o perfil desses estudantes; investigar
suas perspectivas em relação a biblioteca; e propor um produto educacional intitulado Busca e
o uso da informação: um guia prático para estudantes do ensino médio, com vistas a orientá-
los em suas pesquisas escolares. A escolha do tema justifica-se pelo fato da pesquisadora
atuar como Bibliotecária na referida instituição, tendo o entendimento de que é necessário não
se limitar a pensar a biblioteca apenas à organização do acervo e ao empréstimo de livros.
Alguns autores guiaram nosso referencial teórico, entre eles, Acacia Kuenzer, Della-Fonte,
Ilma Veiga, Maria Ciavata, Marise Ramos, Dermeval Saviane, Gaudêncio Frigotto, e Vitor
Paro. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, o estudo situa-se no âmbito das
abordagens qualitativa e quantitativa; no que se refere aos instrumentos de coleta de dados,
utilizou-se do questionário e da entrevista; os dados obtidos foram examinados a partir da
análise de conteúdo, em que, se selecionou os documentos a serem analisados,
posteriormente, se reuniu as informações oriundas dos questionários/entrevistas, por fim, se
fez o tratamento dos resultados (síntese e seleção dos principais resultados). Com base nos
dados levantados nesse estudo, através da voz dos pesquisados, conclui-se que a
contribuição da biblioteca para a formação escolar dos estudantes precisa ser melhorada,
sendo necessário um papel mais ativo vindo da biblioteca e do bibliotecário. Por meio desse
trabalho, foi possível conhecer o perfil dos usuários da biblioteca, assim como, suas
perspectivas em relação a mesma, democratizar o processo de ensino, ao ouvir os estudantes
no que diz respeito à contribuição da biblioteca para formação escolar, ao mesmo tempo,
promover o papel da biblioteca, na qualidade de espaço pedagógico da Educação Profissional
e Tecnológica e auxiliar para que os estudantes possam encontrar informações científicas e
pertinentes às investigações realizadas. Entendemos que o ato da escuta foi a grande
colaboração pessoal deste trabalho, uma vez que entender que a educação “é uma estrada de
mão dupla”, e os estudantes também podem nos ensinar, assim, desenvolvendo uma postura
democrática e nos possibilitando uma maior aproximação com nossos usuários. Enquanto
educadores, conhecer esses usuários auxiliou para que possamos ser intermediadores no
processo de construção do conhecimento para que possam ser livres.

Palavras-chave: biblioteca; ensino médio integrado; institutos federais; educação profissional


e tecnológica; produto educacional.
ABSTRACT

The present research has had as general objective to compreheend the contribution of the
library to the school education in the perception of students from integrated high school from
IFSUL – Campus Pelotas. As specific objectives to research the profile of those students; to
investigate their perspectives in relation to the library; and propose an educational product
entitled Search and use of information: a practical guide for high school students, with a view to
guiding them in their school research.The choice of theme is justified due to the fact that the
researcher is a Librarian at the mentioned institution, having the understanding that it is
necessary not to think the library only as collection organization and book loans. Some authors
guided our theoretical framework, including Acacia Kuenzer, Della-Fonte, Ilma Veiga, Maria
Ciavata, Marise Ramos, Dermeval Saviane, Gaudêncio Frigotto, e Vitor Paro. In what concerns
the methodological procedures, the study lies within the scope of the qualitative and
quantitative approaches; in relation to the data collection, it had been used the questionaire
and interview; the obtained data had been examined from the content analysis, in which, it has
been selected the documents to be analysed, lately, the information aquired on the
questionaires and interviews has been gathered together, at last, it has been done the
treatment of the results (synthesis and selection of the main results). Based on the data
collected in this study, through the voice of those surveyed, it is concluded that the library's
contribution to the students' school education needs to be improved, requiring a more active
role from the library and the librarian.
Through the study it was possible to know the profile of the users of the libray, as well as their
perspectives in relation to it, democratize the teaching process, when listening to the students
in what concerns the contribution of the library to the school formation, at the same time,
promote the role of the libray in the quality of pedagogical space of the Professional and
Technological Education and help students to be able to find scientific and relevant information
for the investigations carried out. It is understood that the act of listening was the great
personal colaboration to this paper, once that understanding that the education “is a two-way
road”, and that the students can also teach us, thus, developing a democratic posture and
making possible a greater proximity with our users. As educators, knowing those users helped
us so we can be intermediaries in their knowledge process so they can be free.

Key-words: library; integrated high school; federal institutes; Professional and technological
education; educational product.
LISTA DE SIGLAS

AGU Advocacia Geral da União


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
BE Biblioteca Escolar
BRAPCI Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEFET Centros Federais de Educação Tecnológica
COBIB Coordenadoria da Biblioteca
CFB Conselho Federal de Biblioteconomia
DEEFE Departamento de Estrutura Funcional de Ensino
EM Ensino Médio
EMI Ensino Médio Integrado
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
ETFPEL Escola Técnica Federal de Pelotas
ETP Escola Técnica de Pelotas
EPT Educação Profissional e Tecnológica
FURG Universidade Federal do Rio Grande
IAs Instituições Associadas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IFs Institutos Federais
IFSul Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense
LAI Lei de Acesso à Informação
MEC Ministério da Educação
MP Mestrado Profissional
MST Movimento dos Trabalhadores Rurais –Sem-Terra
PNBE Programa Nacional Biblioteca da Escola
PROFEPT Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
RFEPCT Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
SiBIFSul Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas do IFSul
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais Resultados (Questionário: perguntas fechadas)......................................64

Figura 2 – Principais Resultados (Questionário: pergunta aberta)............................................65

Figura 3 – Principais Resultados (Entrevista)............................................................................66


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Pesquisa Bibliográfica.............................................................................................20

Quadro 2 – Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca disponíveis no


Observatório do PROFEPT entre (2009-2021) ........................................................................ 21

Quadro 3 – Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca e IFs disponíveis na


BDTD entre (2009-2021) ...........................................................................................................25

Quadro 4 – Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca e IFs disponíveis na


BRAPCI entre (2009-2021) .......................................................................................................26

Quadro 5 – Tipos de Biblioteca..................................................................................................42

Quadro 6 – Instrumento de Pesquisa – (Questionário). ............................................................59

Quadro 7 – Análise de Conteúdo...............................................................................................68


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................9

1.1 Memorial de Formação.................................................................................9

1.2 Introdução da Pesquisa..............................................................................12

2 ESTADO DO CONHECIMENTO.....................................................................18

3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA..........................................29

3.1 Conhecendo a História da Instituição que tornou a cidade de Pelotas/RS


um Centro de Referência em Educação Profissional: 78 anos de História 33

3.2 Contribuição da Biblioteca para Formação Escolar................................35

3.3 Biblioteca do IFSul Câmpus Pelotas.........................................................48

3.4 Gestão Democrática e Escolar .................................................................49

3.5 Estudo de Usuários....................................................................................51

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................55

4.1 Caminho da Pesquisa................................................................................55

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...........................................62

6 PRODUTO EDUCACIONAL...........................................................................77

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................80

REFERÊNCIAS..................................................................................................83

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(Questionário)...................................................................................................98

APÊNDICE B - Questionário..........................................................................100

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(Entrevista)......................................................................................................106

APÊNDICE D – Roteiro da Entrevista............................................................108

APÊNDICE E - Produto Educacional............................................................109

APÊNDICE F – Produto Educacional (Questionário)...................................110


9

1 INTRODUÇÃO

A biblioteca possui uma importância muito maior do que se imagina, é preciso


trocarmos o discurso sobre sua falência, para o discurso sobre a sua potencialidade.
É necessário, que a mesma seja compreendida, não somente, como produtora da
leitura, mas também como produtora de aprendizagem (CAMPELO, 2012).
Enquanto educadora, tenho a humildade de compreender, que os estudantes
podem nos ensinar. E que quando ouvimos, também podemos apreender. Entendo,
que possibilitar às pessoas a participação, é indispensável. Acredito ser importante,
colocar a estrutura da biblioteca a favor da emancipação humana, então, dar voz
aos estudantes visando tentar compreender a contribuição da biblioteca para
formação escolar na sua percepção, é uma possibilidade para que isso aconteça.
Mostra-se relevante, uma vez que visa auxiliar para que a Educação Profissional e
Tecnológica (EPT) continue caminhando em direção a uma educação emancipatória
e humana dos indivíduos, além de contribuir para a organização e gestão desse
espaço pedagógico.
O texto está estruturado na seguinte sequência: o capítulo 1 apresenta o
memorial de formação; introdução da pesquisa; tema da pesquisa; justificativa;
problema; objetivo geral; objetivos específicos e a organização da pesquisa. O
capítulo 2 trata do estado do conhecimento. O capítulo 3 refere-se ao referencial
teórico. O Capítulo 4 permite conhecer a metodologia utilizada no estudo. Na
sequência, é apresentada a proposta de produto educacional, cronograma,
referências e apêndices.

1.1 Memorial de Formação

Nesta seção, será apresentado um breve relato da trajetória da vida pessoal,


acadêmica e profissional da pesquisadora.
Escrever este memorial me emociona muito, uma vez que trouxe recordações
de toda a minha trajetória de vida antes de chegar até aqui, recordar lembranças
jamais esquecidas, meu muito obrigada a este programa por me proporcionar este
momento. Farei um breve relato da minha vida pessoal, acadêmica e profissional.
Apresento esta narrativa de modo cronológico, pois acredito que assim as
10

lembranças surjam com maior facilidade.


Tive a sorte de conhecer dois grandes professores, os melhores, os mais
sábios, que, embora tivessem pouca escolaridade, me ensinaram a importância da
educação e o que a falta dela causa na vida da gente. E aprenderam isto, não numa
instituição de ensino, no espaço formal de conhecimento, mas sim com a
experiência de vida, sentiram na pele o que a ausência dela causou em suas vidas.
E por isso, sonharam algo diferente para nós, lutaram bravamente, para que eu e
meus irmãos sempre pudéssemos estar numa sala de aula, e é assim que começo o
relato da minha trajetória, com Gratidão, ao meu Pai e a minha Mãe.
Iniciei minha trajetória escolar, na cidade de Rio Grande, na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Assis Brasil, permaneci naquela instituição até a quarta
série. Após, concluí meu ensino fundamental em outras duas escolas (Escola
Estadual de Ensino Fundamental Revocata Heloisa de Mello e Escola Estadual
Marechal Mascarenhas de Moraes, respectivamente). No ensino médio, fui para a
Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, a qual disponibiliza, além do ensino regular,
dois cursos técnicos, secretariado e contabilidade, posteriormente oferecendo o
curso técnico em comércio exterior. Optei pelo primeiro, pois se enquadra melhor ao
meu perfil, os números nunca foram meu forte.
Prestei vestibular para o curso de Biblioteconomia, fui aprovada para a
Universidade Federal do Rio Grande - FURG, no ano de 2004. O brilho no olhar e o
sorriso largo estampados nos rostos dos meus pais ao me verem ingressar numa
universidade, não há memória que apague esse momento, de perceber no olhar de
um para com o outro, de que eles haviam vencido. Me senti muito orgulhosa deles,
talvez mais do que eles de mim.
Então, comecei a procurar emprego, sem muitos critérios, pois precisava
trabalhar, não foi fácil, pois quase sempre era solicitada experiência e, quando isso
não era um obstáculo, tinha a questão da quantidade enorme de pessoas que,
assim como eu, disputavam uma vaga de emprego. Com todos esses percalços, não
desanimei, pois, depois que tive contato com aquele mundo acadêmico, alguma
coisa tinha mudado, a sensação que tive é que as rochas no caminho haviam se
tornado pequenas pedras, possíveis de serem ultrapassadas.
Em 2005, surgiu uma oportunidade de estágio na Biblioteca Central da
instituição, esse estágio me proporcionou estudar de forma mais tranquila, podia
arcar com minhas despesas e ajudar meus pais. Teria a oportunidade de crescer
11

enquanto profissional, me qualificar, entender na prática o funcionamento de um


Núcleo de Informação, sabia que aquela experiência seria relevante para mim.
Permaneci por 2 anos lá, foram muitos os aprendizados, cresci imensamente
naquele ambiente, dessa experiência, trago boa bagagem de aprendizado e
conhecimento técnico.
Em seguida, após o fim do contrato de estágio, consegui outro na
Procuradoria Federal junto à universidade, fiquei responsável pela organização e
gerenciamento dos arquivos da procuradoria. Lá, compreendi na prática o quanto
era abrangente a profissão que tinha escolhido. Aqueles profissionais também
vieram para somar na minha trajetória acadêmica e de vida. Permaneci nesse setor
até, praticamente, o final do curso. Foi uma experiência singular.
Então, em 2008, chegou o grande dia, a formatura. Confesso que o medo
sobressaiu a alegria. O que o destino reservava para mim? Uma certeza eu tinha,
iria exercer minha profissão e ser servidora pública, pois entendia que por ter sido
sempre aluna de escola pública, tinha o dever de retribuir à sociedade tudo o que foi
investido em mim e, através da minha profissão, teria essa possibilidade. Também
queria ter estabilidade profissional e financeira e, ao mesmo tempo, proporcionar aos
meus pais uma vida mais tranquila. Agora, o caminho que percorreria para alcançar
esse sonho era incerto.
No final de 2008, uma das procuradoras da universidade, onde eu havia
realizado estágio em outro momento, entrou em contato dizendo que sairia da
universidade e que assumiria a chefia da Advocacia Geral da União (AGU) e que
todo o arquivo gerenciado por mim também iria com ela, então me perguntou se
poderia auxiliar na mudança do arquivo de uma procuradoria para outra, para que a
organização do mesmo não se comprometesse. Assim o fiz, nesse meio tempo,
surgiu uma vaga para telefonista da AGU, lá fiquei nessa função até passar para o
concurso do IFSul. A vaga da seleção era para o IFSul Câmpus Bagé, porém fui
chamada para o Câmpus Sapucaia do Sul. Tenho lembranças maravilhosas desse
lugar, um carinho muito especial por ele, fui muito bem acolhida por todos, apesar de
ter ficado pouco tempo, somente 6 meses, aprendi muito naquela instituição. Após
esse período, surgiu uma oportunidade de remoção para o Câmpus Pelotas, arrumei
minhas malas e fui.
Comecei minhas atividades no Câmpus Pelotas em 2011 e lá me encontro até
hoje. Também tive uma excelente receptividade por parte dos colegas da biblioteca,
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bem como pela instituição. Resolvi me qualificar e progredir na carreira, ainda em


2011, ingressei no curso lato sensu em Gestão Administrativa na Educação.
Conheci o Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e
Tecnológica (PROFEP) através de uma amiga, ela elogiava muito o programa. Até
então, não tinha encontrado nenhuma pós-graduação stricto sensu que despertasse
minha atenção. Não queria fazer algo que não fosse ao encontro das minhas
intenções de vida. Quando analisei duas bibliografias da seleção, “A educação para
além do capital” e “Trabalho e escola: a aprendizagem flexibilizada”, de imediato, me
identifiquei com o mestrado, compartilhava das mesmas opiniões daqueles autores.
Quero desfrutar ao máximo este universo de informações. Espero sair deste
programa, uma profissional e um ser humano melhor do que entrei, em termos de
conhecimento e como resultado dessa transformação, poder contribuir de alguma
forma para a melhoria do ensino, da pesquisa e da extensão na instituição a qual
pertenço. Acredito que com o Tema que escolhi para minha pesquisa, poderei
concretizar o almejado objetivo, pois entendo ser relevante a temática sobre a
Contribuição da Biblioteca para Formação Escolar na Percepção de Estudantes do
Ensino Médio Integrado (EMI) do IFSul Câmpus Pelotas.

1.2 Introdução da Pesquisa

Os Mestrados Profissionais (MP) foram instituídos no Brasil em 1995, pela


portaria nº 47, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), e pela portaria nº 80/1998, do Ministério da Educação (MEC), que marcou
o reconhecimento desses programas. Houve certa resistência no âmbito da
educação em relação aos objetivos do programa, ao valor do seu título e ao rigor
científico das pesquisas realizadas no mestrado profissional em comparação ao
mestrado acadêmico. No entanto, com a portaria nº 7/2009, a qual dispõe sobre o
mestrado profissional no âmbito da CAPES, fica explícito que esses programas se
direcionam também para formação continuada de professores da educação básica.
Somente em 2009, surge no Brasil, o primeiro programa de mestrado profissional
em educação, sendo o Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação
Pública da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), (FIALHO; HETKOWSKI,
2017).
13

Os mestrados profissionais, possibilitam a flexibilização na formação


acadêmica, uma vez que viabilizam produtos e serviços de qualidade para diferentes
setores da sociedade, uma produção intelectual com aplicação imediata, o seu “[...]
objetivo é formar alguém que, no campo profissional externo à academia, saiba
localizar, reconhecer, identificar e, sobretudo, utilizar a pesquisa de modo a agregar
valor às suas atividades pessoais ou sociais”, diferentemente do mestrado
acadêmico que propõe-se a focar na pesquisa, visando formar um pesquisador
(RIBEIRO, 2005 apud LEITE, 2017, p.849).
Nessa modalidade de formação, o ambiente profissional ou o mundo do
trabalho dos pós-graduandos é um importante eixo formativo e investigativo. As
transformações ocorridas nos últimos tempos, demanda do setor público e privado,
em caráter econômico e social, um profissional com sólida formação, para atuar
além do mercado acadêmico. E assim, desenvolvendo “[...] o trabalho como princípio
educativo, no sentido de superar a dicotomia trabalho manual/trabalho intelectual,
incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo e formar trabalhadores
capazes de atuar como dirigentes e cidadãos” (GRAMSCI, 1981, p. 144 apud
CIAVATTA, 2014, p. 198).
Entendemos que tais programas têm um compromisso com um impacto mais
direto e efetivo em relação à educação básica, atendendo suas demandas e
devendo estar alinhado a uma política voltada para a melhoria da qualidade do
ensino, principalmente para a formação de professores, gestores e profissionais da
educação. Sendo eles, uma forma de formação continuada para esses trabalhadores,
contribuindo para ampliar a postura reflexiva e investigativa dos mesmos.
Dessa forma, acreditamos que a conexão entre os mestrados profissionais e a
educação básica é algo desejável quando se pensa em qualidade da educação. Em
relação a educação básica, entendemos que o EMI é o caminho para que os
estudantes aprofundem o conhecimento adquirido no ensino fundamental e que
possam dar continuidade aos estudos, sendo a preparação para o trabalho e para a
cidadania. Desempenhando, um papel de destaque na educação básica, uma vez
que proporciona ao estudante, de forma mais consistente, uma formação humana
integral, relacionando o conhecimento à prática do trabalho, possibilitando ao aluno
o domínio das técnicas da produção e não o adestramento de técnicas produtivas.
Abrimos um parêntese em relação a cidadania, o conceito desse termo está
intrinsecamente relacionado à construção do regime democrático burguês, onde
14

teoricamente “todos são iguais perante a lei”, no entanto, essa igualdade não reflete
a realidade brasileira, onde suas raízes são fincadas em uma sociedade “[...] com
histórico de expropriação econômica, cultural e de pura dominação política,
alienando as classes sociais menos favorecidas, usurpando-as de desenvolver todas
suas potencialidades, incluindo a de participar de forma ativa, na construção de um
Estado democrático [...]” (LIMA; MENEZES JÚNIOR; BRZEZINSKI, [2017?], p. 2492).
Nosso entendimento a respeito de cidadania, vai ao encontro, da perspectiva
marxista, que entende que a mesma deve pautar pela emancipação do sujeito
(CIAVATA; FRIGOTTO, 2003).
A articulação da educação profissional com o Ensino Médio (EM) visa “[...]
superar o ser humano dividido historicamente pela divisão social do trabalho entre a
ação de executar e a ação de pensar, dirigir ou planejar” (RAMOS, 2014, p. 84).
Segundo a mesma autora é necessário:

[...] orientar um projeto de educação profissional comprometido com a


formação humana, concluindo que a educação profissional não é
meramente ensinar a fazer e preparar para o mercado de trabalho, mas é
proporcionar a compreensão das dinâmicas sócioprodutivas das sociedades
modernas, com as suas conquistas e os seus reveses, e também habilitar
as pessoas para o exercício autônomo e crítico de profissões, sem nunca se
esgotar a elas (RAMOS, 2014, p. 85).

Com a criação dos Institutos Federais (IFs), a educação brasileira pôde


vislumbrar um novo formato de ensino, possibilitando a formação plena dos
indivíduos, proporcionando-os a capacidade de exercer a cidadania. Os IFs são hoje
referência em educação pública de EM, assumindo lugar de destaque em exames
internacionais. Formando sujeitos capazes de exercerem atividades, não só manuais,
mas também intelectuais, comprovando que é possível uma educação emancipatória
e de qualidade. No entanto, a rede federal de ensino sofre constantes ataques por
ideologias políticas que vão de encontro à educação que buscamos, omnilateral,
politécnica e unitária. Segundo Della Fonte e Saviani, respectivamente:

[Omnilateral diz respeito] [...] não apenas de emancipação de todos os seres


humanos, mas também de emancipação do ser humano por inteiro. Em
contraste com o ser humano fraturado pela divisão social do trabalho,
coloca-se o ser humano total, omnilateral, em todas as capacidades e
faculdades (DELLA FONTE, 2018, p. 14).
A noção de politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos
das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo
moderno. Não se trata de um trabalhador que é adestrado para executar
15

com perfeição determinada tarefa, e que se encaixe no mercado de trabalho


para desenvolver aquele tipo de habilidade. Ele terá um desenvolvimento
multilateral, um desenvolvimento que abarca todos os ângulos da prática
produtiva moderna na medida em que ele domina aqueles princípios,
aqueles fundamentos, que estão na base da organização da produção
moderna (SAVIANI, 1989, p.17, grifo nosso).

Complementando, Porto Júnior; Ramos e Loponte (2019, p. 119, grifo nosso)


afirmam que: “[...] [escola unitária] significa uma escola única para todos(as), no seu
final pedagógico[...]”.
É importante atentarmos ao fato de que, se tenta a qualquer custo, o
desmonte do patrimônio público, desqualificando essas instituições perante a
sociedade no que diz respeito aos avanços educacionais que a rede vem
alcançando em relação à educação no nosso país. Portanto, a resistência por parte
dessas instituições é necessária. Se resiste, produzindo conhecimento técnico-
científico, democratizando esse conhecimento à sociedade como um todo e
formando cidadãos emancipados capazes de transformar a sociedade em que vivem.
Tomazella pontua que:

Precisamos, portanto, disputar esta narrativa, e demonstrar como a


pesquisa, o ensino e a extensão desenvolvidos em nossas instituições são
fundamentais para o desenvolvimento social do país. Por isso, a defesa da
experiência exitosa e inédita como a que temos com os Institutos Federais
deve ser feita de todos os modos, e um deles se constitui com a produção e
publicação de pensamento, reflexão e crítica sobre aquilo que propriamente
somos enquanto instituição, nossas ações, reflexões e nossa identidade
(TOMAZELLA, 2019, p.12).

Por esse viés, cabe dizer que a biblioteca como um espaço pedagógico é
uma importante ferramenta de resistência, pois contribui para reafirmar o papel
destaque da EPT na formação de sujeitos críticos e autônomos, gerenciando os
conteúdos informacionais presentes em diferentes fontes e formatos, auxiliando no
processo de pesquisa escolar, democratizando o acesso à informação e sendo uma
facilitadora na produção de conhecimento e, ao mesmo tempo, viabilizando a esses
sujeitos a apropriação da cultura.
Contribuindo, para que se qualifique os estudantes aos diversos setores
produtivos da economia brasileira, facilitando a realização de pesquisas e o
desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços à sociedade, bem como a
realização pessoal desses sujeitos. Então, entender qual a contribuição da biblioteca
16

para a formação escolar na percepção de estudantes é uma possibilidade para a


biblioteca atuar de forma mais efetiva na formação desses sujeitos.
O presente trabalho trata sobre a contribuição da biblioteca para formação
escolar na percepção de estudantes do Ensino Médio Integrado do IFSul Câmpus
Pelotas.
A biblioteca precisa estar articulada com aquilo que a instituição se propõe, ou
seja, a função social de proporcionar processos educativos que oportunizem a
formação crítica, reflexiva, autônoma e emancipatória do indivíduo, preparando-o
para a inserção no mundo do trabalho, possibilitando a esses estudantes interferirem
como sujeitos da história, colaborando assim na construção de uma sociedade justa
e democrática.
Nesse sentido ela deve auxiliar para que o estudante possa ter uma
compreensão ampliada da realidade e de superação da ideologia capitalista
dominante, oportunizando que a educação de qualidade não seja um sonho, mas
sim uma realidade. Então, seguindo a direção de uma gestão participativa e
democrática, entendemos ser relevante ouvir o estudante. E assim,
consequentemente, fortalecer esse espaço, o qual é fundamental para a formação
literária e para a democratização da informação e do conhecimento junto à
comunidade escolar. Segundo Veiga (2009, p. 166), “É tarefa imprescindível da
escola democrática [...] ouvir a palavra de sua comunidade escolar”. Ainda, segundo
a mesma autora, “A democracia é dinâmica e está em permanente construção e a
participação torna óbvia a partilha do poder” (VEIGA, 2009, p. 167). Na mesma
direção, Paro afirma que:

[...] cada vez mais se verifica o desenvolvimento de uma concepção


segundo a qual os usuários têm o direito de se familiarizarem com o modo
de agir pedagógico da escola e podem contribuir com sua opinião,
expectativas e interesses para uma prática pedagógica mais adequada
(PARO, 2007, p. 2).

A motivação por esta pesquisa justifica-se pelo fato da pesquisadora atuar


como Bibliotecária no IFSul Câmpus Pelotas, uma vez que a mesma sabe do
potencial de uma biblioteca, o quanto ela pode ser agente transformadora, o quanto
pode contribuir na formação de pessoas, temos o entendimento de que é necessário
não se limitar a pensar a biblioteca apenas à organização do acervo e ao
empréstimo de livros. Compreendemos a biblioteca como parte integral do processo
17

educativo, e que sua missão deve ser muito mais ampla como a formação de
leitores e pesquisadores e, consequentemente, a formação da cidadania. É
necessário mediar o acesso à informação e propiciar a apropriação ao conhecimento
e o uso da biblioteca constitui-se em condição para isso. Dessa forma, pretendemos,
com esta pesquisa, conhecer a contribuição da biblioteca na formação de
estudantes, colaborando para formulações de estratégias de melhoria no processo
de organização e gestão de espaços pedagógicos, participando assim na formação
do sujeito-histórico.
Com o desdobrar da pesquisa, esperamos contribuir para futuras reflexões a
respeito do potencial que as bibliotecas possuem. Compreendemos que ao
assumirem seu papel pedagógico e ao democratizarem o conhecimento produzido
pela humanidade, possibilitam a liberdade de um povo e consequentemente a
transformação social.
Todo o processo de construção do presente trabalho centrou-se na busca
pela resposta à seguinte pergunta: qual é a contribuição da biblioteca para a
formação escolar na percepção de estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas?
Nesse sentido, o objetivo geral deste estudo é compreender a contribuição
da biblioteca para formação escolar na percepção de estudantes do EMI do IFSul
Câmpus Pelotas.
Para alcançar tal resultado, traçamos objetivos específicos, quais sejam:
pesquisar o perfil desses estudantes; investigar suas perspectivas em relação a
biblioteca e propor um produto educacional, o qual se constituiu em um guia, com
vistas a orientar os estudantes, sobre a busca e o uso da informação.
O Capítulo 2, expõe o estado do conhecimento, uma síntese de pesquisas já
realizadas sobre “Biblioteca” e “Ensino Médio Integrado”, buscando aproximações
com o tema desta pesquisa.
18

2 ESTADO DO CONHECIMENTO

Embora os IFs ofertem educação em diferentes modalidades de ensino, eles


se destacam pela educação integrada, já que metade das suas vagas se destinam
ao ensino técnico, predominantemente na forma de cursos integrados de nível
médio (BRASIL, 2008). A exemplo, o IFSul Câmpus Pelotas, hoje, conta com um
total aproximado de seis mil alunos, destes, duas mil e trinta e quatro vagas são
ocupadas pelo EMI, seguido de oitocentos e oitenta e três, pelos cursos
subsequentes e duzentos e cinquenta e um, pelos cursos concomitantes (SANTOS,
2021).
Dessa forma, acreditamos ser relevante fazer um levantamento bibliográfico
em relação à produção acadêmica sobre Biblioteca articulada ao EMI. Para Morosini
e Fernandes:

[...] o estado do conhecimento deve ser o movimento inicial de toda


pesquisa, uma vez que localiza e norteia os passos da investigação, a partir
do conhecimento e da compreensão da produção intelectual que aborda
estudos relacionados ao objeto de nossa pesquisa (MOROSINI;
FERNANDES, 2014, p. 158).

Por meio do estado do conhecimento, elaboramos uma produção textual para


compor a dissertação, apresentando e justificando a relevância da pesquisa que foi
realizada; possibilitar que a pesquisa seja considerada inovadora com viés
diferenciado, mesmo sendo com temas já abordados. O estudo consistiu em uma
pesquisa bibliográfica, com levantamento dos trabalhos publicados sobre Biblioteca,
articulada com EMI, buscamos saber o que já havia sido produzido sobre essas
temáticas, já que em nossa pesquisa iríamos trabalhar com esse público e local.
Para a realização do estado do conhecimento, focamos na busca em
pesquisas desenvolvidas em nível de mestrado e doutorado nos programas da pós-
graduação brasileira. No entanto, o levantamento bibliográfico não se restringiu
somente às dissertações e teses, outras fontes foram consultadas como artigos
científicos, por exemplo.
Utilizamos como suporte para a pesquisa a base de dados da Biblioteca
Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a escolha da base se deu pelo seu
vasto acervo e pela sua credibilidade; a Base de Dados Referencial de Artigos de
19

Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), essa opção se deu pela relevância


da mesma junto a Biblioteconomia e a Ciência da Informação; e o Observatório do
PROFEPT, pela sua importância referente a temática Educação Profissional e
Tecnológica. O critério para incluir ou não o documento foi a relação entre Biblioteca
e EMI.
Para a busca, foram utilizados os descritores “Biblioteca” e “Ensino Médio
Integrado”. Refinamos a fim de delimitar os trabalhos da seguinte forma:
Pesquisas realizadas entre 2009 e 2021, devido ao fato de que, embora as
pesquisas sobre a Biblioteca escolar (BE) brasileira tenham despertado o
interesse dos pesquisadores nos últimos anos, o EM ainda permanece
sendo um tema pouco estudado quando comparado aos estudos voltados
para o ensino fundamental por exemplo (ABE, 2009);
Para uma melhor recuperação da informação, recorremos ao filtro “buscar
descritor por título e assunto”; e
Realizamos a combinação entre os termos para averiguar a existência de
resultados específicos através de busca avançada mediante operadores
booleanos1.
O operador booleano utilizado foi o “AND”, equivalente a “E”, ele faz a
intersecção entre os termos, busca documentos que contenham simultaneamente
todas as palavras-chave digitadas, restringindo a amplitude da pesquisa.
A busca na BDTD iniciou com os descritores “Biblioteca” e “Ensino Médio
Integrado”, a pesquisa por título e por assunto não recuperou trabalhos com os
termos relacionados.
A consulta na BRAPCI começou com os descritores “Biblioteca” e “Ensino
Médio Integrado”, por título, palavras-chave e resumo, a busca não recuperou
resultados.
Na pesquisa no Observatório do PROFEPT, utilizamos o descritor
“Biblioteca”, a busca resultou em onze dissertações, dessas, não conseguimos ter

1Operadores booleanos são palavras que têm o objetivo de definir para o sistema de busca como
deve ser feita a combinação entre os termos ou expressões de uma pesquisa, de forma a restringir ou
ampliar a pesquisa para obter resultados mais precisos. Disponível em:
https://bibliopucrio.wordpress.com/2009/08/27/operadores-booleanos/. Acesso em 03 dez. 2021.
20

acesso a um dos documentos e outro não atendia os critérios da pesquisa, foram


selecionados então, nove documentos.
Posteriormente a análise dos descritores “Biblioteca” e “Ensino Médio
Integrado”, foi feito um levantamento com os descritores “Biblioteca” e “Institutos
Federais”, utilizando as mesmas bases de dados e os mesmos critérios anteriores.
Na BDTD, foram recuperadas quinze dissertações, no entanto, doze foram
descartadas, pois não atenderam aos critérios adotados. Contabilizando um total de
três documentos selecionados.
Utilizando os descritores “Biblioteca” e “Institutos Federais”, fizemos a
pesquisa na BRAPCI empregando os mesmos critérios citados anteriormente, com a
busca, foram recuperados setenta artigos, destes, sessenta e seis foram
descartados por não atenderem os critérios da pesquisa ou por estarem duplicados.
Então ao total foram selecionados quatro documentos.
Essas configurações retornaram os resultados apresentados nos quadros 2, 3
e 4.
A busca foi feita nas seguintes fontes de informações, conforme quadro 1:

Quadro 1 - Pesquisa Bibliográfica


Fonte Acesso
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD https://bdtd.ibict.br/vufind/
Base de Dados em Ciência da Informação – https://www.brapci.inf.br/
BRAPCI
Observatório PROFEPT https://obsprofept.midi.upt.iftm.edu.br/
Fonte: Elaborado pela autora.

Os quadros apresentam o levantamento bibliográfico com os resultados


relevantes encontrados. Esta pesquisa teve o viés de conhecer a produção do
campo científico da educação referente à relação da Biblioteca com o Ensino Médio
Integrado, contribuindo como referencial teórico para o desenvolvimento deste
estudo.

Quadro 2 - Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca


disponíveis no Observatório do PROFEPT entre (2009-2021)
Autor Título Tipologia
Documental
SOUZA, Àgata Nelza Comportamento informacional discente no ensino médio Dissertação
Gomes de integrado: a biblioteca como espaço de ensino não formal
21

(2019) na educação profissional e tecnológica.


SANTOS, Jeane A biblioteca na educação profissional: análise das práticas Dissertação
Gomes dos educativas de serviço de referência desenvolvidas nas
(2019) bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe
NASCIMENTO, A cartilha como instrumento para a educação dos usuários Dissertação
Angilene Santos no contexto das bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe
(2019) (IFS): o caso do campus Aracaju
MORAES, Natália Biblioteca ativa na EPT: minicurso de criação de histórias Dissertação
Cristina Reis de em quadrinhos
(2019)
MENDONÇA, Jovens do ensino médio integrado como leitores e Dissertação
Rafaela Soares pronunciadores do mundo: a biblioteca como espaço de
(2019) produção de narrativas de leituras
CASTRO, Evandra Impacto da biblioteca em estudantes do ensino médio Dissertação
Campos integrado à educação profissional e tecnológica no Instituto
(2020) Federal do Paraná
VELEDA, Silvia Letramento Informacional: possibilidades de atuação da Dissertação
Regina de Lima biblioteca do IFSul Câmpus Pelotas na formação dos
(2020) estudantes
NUNES, Ada Biblioteca inclusiva: identificando estratégias e Dissertação
Verônica de Novaes especificando recomendações para o suporte aos
(2021) estudantes com deficiência visual no ensino profissional e
tecnológico
AGUIAR, Josué O papel da biblioteca da rede federal de educação Dissertação
Esteves de profissional, científica e tecnológica na formação para o
(2021) trabalho: um estudo no CEFET/MG, Campus Leopoldina
Fonte: Elaborado pela autora.

Souza (2019) demonstra como a biblioteca, como espaço não formal de


ensino, pode contribuir para estimular um melhor comportamento informacional entre
os estudantes, ampliando as possibilidades de construção do conhecimento na
perspectiva da politecnia. Trata-se de uma pesquisa descritiva e aplicada, de
abordagem indutiva e com utilização de metodologia mista. O autor utilizou de teste
diagnóstico e questionários para coleta de dados quantitativos e qualitativos. Os
públicos-alvo foram os estudantes do EMI do Instituto Federal de São Paulo Câmpus
Jacareí. Foi elaborado um produto educacional, um vídeo educativo sobre a Lei de
Acesso à Informação (LAI).
Os resultados apontaram que os estudantes, após o contato com o vídeo
educativo, perceberam que a negação do direito à informação impede a geração de
novos conhecimentos. Mostraram interesse em utilizar a LAI para alcançar as
informações requeridas, o que ocasionará impacto em sua realidade escolar de
pesquisa e em sua atual ou futura ação profissional.
Santos (2019) analisou as práticas educativas de serviço de referência nas
bibliotecas do Instituto Federal de Sergipe, a partir de referencial teórico acerca do
histórico e das características das bibliotecas de Institutos Federais e o papel do
22

bibliotecário como um educador. A metodologia utilizada foi a qualiquantitativa, os


instrumentos de coleta de dados foram a entrevista e o questionário, e os públicos-
alvo os coordenadores de bibliotecas da referida instituição. Apresentou-se um
produto educacional, um curso introdutório de serviço de referências em bibliotecas,
esse produto foi criado visando suprir a carência de capacitação dos auxiliares de
biblioteca nesse assunto.
Ao final do estudo o autor concluiu que, independentemente das dificuldades
encontradas pelo setor, como número reduzido de profissionais nas equipes e a
sobrecarga de serviço, o serviço de referência existe nesses espaços, mesmo que
ofertem apenas ações básicas. Os sujeitos da pesquisa enxergam a si próprios
como educadores, e acreditam que o acolhimento com visita orientada e
capacitação dos usuários para o uso do sistema e uso das bases de dados sejam as
principais atividades realizadas no setor.
Nascimento (2019) analisou a ausência de habilidades e competências dos
usuários da biblioteca do Instituto Federal de Sergipe Câmpus Aracaju em manusear
os recursos informacionais disponíveis, assim como, a busca por uma maior
compreensão sobre a dinâmica que envolve a relação destes usuários com esta
biblioteca. A metodologia empregada foi de abordagem qualiquantitativa, por meio
de estudo de caso, o instrumento de coleta de dados foram os questionários
semiabertos, os públicos-alvo discentes, docentes e bibliotecários. Elaborou-se um
produto educacional, uma cartilha instrutiva, visando potencializar a utilização das
fontes de informação.
Os resultados da pesquisa revelaram que a maioria dos alunos possui
dificuldades em compreender a dinâmica da pesquisa na biblioteca, entendendo
como complexas as numerações que se encontram nos livros e nas estantes. A
pesquisa constatou também a baixa frequência desses alunos e dos docentes na
biblioteca.
Moraes (2019) buscou ampliar a percepção dos estudantes quanto ao papel
ativo da biblioteca na Educação Profissional e Tecnológica, por meio da atividade de
criação de história em quadrinho, por ser uma ferramenta lúdica, com facilidade de
imersão nas histórias e sua utilização como elemento motivador do hábito da leitura
e aprendizagem. A metodologia foi de abordagem qualitativa, os públicos-alvo da
pesquisa, os estudantes do EMI do Instituto Federal do Triângulo Mineiro Câmpus
23

Uberaba. Como produto educacional, ministrou-se um minicurso para elaboração de


história em quadrinhos.
Conclui-se que a oferta do minicurso trouxe para os estudantes um momento
de criatividade, entretenimento e enriquecimento cultural. Foi possível ampliar a
percepção do público-alvo quanto ao papel ativo da biblioteca na Educação
Profissional e Tecnológica.
Mendonça (2019) investigou a leitura como prática cultural e a biblioteca
como espaço possível de produção de narrativas de jovens do EMI do Instituto
Federal do Maranhão Câmpus Açailândia, membros de um clube de leitura que
promove a relação do jovem com práticas leitoras. Se faz uma reflexão do jovem
como sujeito que possui uma historicidade, visões de mundo, valores,
comportamentos que podem ser ressignificados por meio da prática da leitura. Na
metodologia a abordagem aplicada foi a qualitativa, como instrumentos de coleta de
dados, os questionários, a entrevista e técnicas como o diário de intinerância. Foi
elaborado um produto educacional, um e-book, com a finalidade de contribuir para
fomentar a leitura e a formação de leitores.
A pesquisa apontou que todos os respondentes do estudo se autoindentificam
leitores, sendo que 90% frenquentam a biblioteca semanalmente; 70% dos
estudantes consideram a leitura um prazer e 53% dos jovens do clube da leitura
leem livros em suporte impresso e 47% em suporte digital.
Castro (2020) tratou da avaliação de impacto de serviços de informação sobre
a formação escolar a partir da visão do usuário. A metodologia é qualiquantitativa, os
públicos-alvo estudantes do EMI do Instituto Federal do Paraná. Para coleta de
dados utilizou-se os questionários, relatórios estatísticos das bibliotecas e conceitos
de avaliação de rendimento escolar no âmbito do Instituto Federal do Paraná.
Desenvolveu-se um produto educacional, um instrumento de medição do grau de
impacto da biblioteca em relação a formação dos estudantes.
O produto se mostrou eficaz ao produzir conhecimento sobre a contribuição
da biblioteca nas ações formativas e constitui-se em um instrumento de avaliação e
planejamento visando a melhoria da gestão escolar.
Veleda (2020) procurou compreender as possibilidades de atuação da
biblioteca do Instituto Federal Sul-rio-grandense Câmpus Pelotas em letramento
informacional para formação de estudantes do EMI. Justificando ser importante
orientar os estudantes para lidar com os instrumentos informacionais que estão em
24

diferentes fontes e formatos, auxiliando assim no processo de pesquisa escolar e


também para lidarem com a grande quantidade de informações acessadas
rotineiramente. A metodologia aplicada foi a qualitativa, os públicos-alvo foram os
estudantes do primeiro semestre do EMI, a coleta de dados se deu mediante
questionários e o produto educacional desenvolvido foi uma história em quadrinho
abordando a importância do letramento informacional.
A maioria dos estudantes aprenderam algo novo com a história em quadrinho,
dessa forma o material colaborou com novos conhecimentos. Foi possível constatar
que os estudantes preferem textos reduzidos, com linguagem menos formal e com
temáticas ligadas ao contexto social contemporâneo assim como as práticas sociais.
Nunes (2021) verificou a contribuição de um guia recomendativo visando o
fomento ao suporte inclusivo das bibliotecas para os estudantes com deficiência
visual no âmbito dos Institutos Federais, com destaque, para o Instituto Federal de
Pernambuco. A metodologia empregada foi a qualitativa, as bibliotecas investigadas
foram a dos Câmpus Garanhuns e Câmpus Recife. Os instrumentos para a coleta de
dados foram a visita in loco, entrevistas abertas e questionários semiestruturados.
Organizou-se um produto educacional em formato de guia disponibilizado em
formato digital, composto por quatro recomendações sugestivas e com
direcionamentos em relação as bibliotecas oferecerem a inclusão dos estudantes
com deficiência visual. Os resultados sinalizaram a sua necessidade e o seu
potencial de utilização no contexto da EPT.
Aguiar (2021) buscou conhecer como a biblioteca do Instituto Federal de
Minas Gerais Câmpus Leopoldina pode contribuir com a formação para o trabalho
dos estudantes do curso técnico em mecânica. A abordagem metodológica foi a
qualitativa, e o instrumento de coleta de dados foram os questionários. Foi produzido
um produto educacional, um website para biblioteca, disponibilizando conteúdo
informacionais, visando com essa ferramenta contribuir para a formação para o
trabalho dos estudantes da EPT.

Quadro 3 - Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca e IFs


disponíveis na BDTD entre (2009-2021)
Autor Título Instituição/Programa Tipologia
Documental
Silva, Andréia Pesquisa e competência em Universidade Federal da Dissertação
Santos informação no âmbito da Bahia/Programa de Pós-
Ribeiro biblioteca escolar: um estudo Graduação em Ciência da
25

(2014) nas bibliotecas do Instituto Informação


Federal da Bahia
Magalhães, Biblioteca e saberes contra a Universidade Federal Rural do Dissertação
Fábio Luiz pedagogia das fábricas no Rio de Janeiro/Programa de Pós-
Diniz de Instituto Federal do Amapá – graduação em Educação Agrícola
(2016) Câmpus de Macapá
Soares, Políticas públicas de incentivo Universidade Federal do Dissertação
Ustana Ferraz à leitura: o Programa Nacional Tocantins/Programa de Pós-
(2018) Biblioteca da Escola (PNBE) graduação em Gestão de
no Câmpus Paraíso do Políticas Públicas
Tocantins do Instituto Federal
do Tocantins
Fonte: Elaborado pela autora.

Silva (2014) abordou as ações da BE em relação ao estímulo à pesquisa e o


desenvolvimento de habilidade no uso e busca da informação. Utilizou a
metodologia de estudo de caso, os dados foram obtidos através de observação
direta nas bibliotecas e questionários, os públicos-alvo do estudo foram bibliotecários,
professores e estudantes do quarto ano do EM dos cursos de Eletrotécnica,
Eletromecânica e Técnico em Informática.
A pesquisa trouxe como resultados: a importância da integração do
bibliotecário e professor, oferecendo assim oportunidades de aprendizagem para a
habilidade em usar e buscar a informação no processo de pesquisa escolar, pois a
falta dessa cooperação torna a biblioteca lugar passivo dentro do contexto escolar.
Magalhães (2016) realizou uma análise do acervo, da estrutura e do universo
de usuários, apresentando métodos de atuação da biblioteca para o apoio à
pesquisa, à leitura, à formação de leitores e à formação geral e humana dos
estudantes. Produziu uma pesquisa experimental com questionários aplicados aos
alunos, posteriormente foram disponibilizados, aos estudantes, vídeos pelo
Movimento dos Trabalhadores Rurais – Sem-Terra (MST) e por pessoas e
organizações que defendem a reforma agrária popular, objetivando levar a eles
informações sobre o tema abordado. Após o uso destes recursos, voltaram a aplicar
o questionário a fim de comparar os resultados da produção textual.
A pesquisa apontou que a disponibilização aos estudantes de informações por
meio de atividades desenvolvidas pela BE pode influenciar na visão de mundo dos
estudantes.
A pesquisa de Soares (2018) partiu do estudo das concepções de leitura,
buscando compreender como a comunidade escolar tem se apropriado dos acervos
disponibilizados pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) para o
26

estímulo à leitura. A metodologia empregada foi a qualitativa com delineamento de


estudo de caso, os dados foram coletados por meio de fontes documentais,
entrevistas semiestruturadas e questionários. Os públicos-alvo investigados foram
bibliotecários, professores de Língua Portuguesa e Estrangeiras e os estudantes do
EM.
Os resultados indicam que o acervo do PNBE não contribui para a promoção
de práticas de leitura efetiva. Foi possível observar que os mediadores não
executam atividades de leitura com as obras do acervo. Verificou-se também que a
maioria dos estudantes utiliza a biblioteca para outros fins que não sejam a leitura e
o empréstimo de livros. Constaram que o PNBE se mantém como uma política
distributiva e não de formação de leitores.

Quadro 4 - Levantamento Bibliográfico: trabalhos sobre o tema Biblioteca e IFs


disponíveis na BRAPCI entre (2009-2021)
Autor Título Tipologia
Documental
Oliveira, Karine Avaliação dos serviços oferecidos pela biblioteca do Artigo
Vargas; Firme, IFRS, através da opinião dos alunos
Simone Machado
(2013)
Pereira, Cláudio A busca de informação por alunos de nível médio técnico Artigo
César et. al integrado
(2014)
Monsani, Diego; Maratona da leitura: um relato de experiência de um Artigo
Pereira, Patrica programa de extensão aplicado na biblioteca do Instituto
Kellen Federal Catarinense Campus Avançado Sombrio
(2018)

Pimenta, Jussara Aventuras na biblioteca Clarice Lispector: ação Artigo


Santos; Cavalcante, colaborativa no espaço do IFRO – Campus Cacoal
Fernanda de Oliveira
Freitas; Viana, Gizele
de Melo
(2019)
Fonte: Elaborado pela autora.

Oliveira e Firme (2013) investigaram a satisfação dos alunos do Instituto


Federal do Rio Grande (IFRS) em relação aos serviços oferecidos pela biblioteca. O
público-alvo foram os alunos do primeiro ano dos cursos integrados. A pesquisa tem
cunho quali-quantitativa com método descritivo, a coleta dos dados se deu através
de questionários.
Os resultados apontam que os alunos, de modo geral, vão à biblioteca,
principalmente, para buscar livros, a maioria gostaria de encontrar materiais atuais
27

sobre seu curso, a maior parte dos respondentes disse estar satisfeita com os
serviços e também com o atendimento prestado pela biblioteca. Elogiaram a
acessibilidade ao local, no entanto, no que diz respeito às atividades culturais, os
alunos consideram insuficientes. Os mesmos utilizam mais a estrutura física da
biblioteca do que o acervo e seus serviços.
Pereira et. al (2014) buscaram verificar em quais espaços os estudantes
efetuam suas buscas por informação e se essas buscas correspondem as suas
expectativas, como esse grupo enxerga a biblioteca e como é o conhecimento das
ferramentas que utilizam. Em relação a metodologia, aplicaram a pesquisa quali-
quantitativa, a coleta de dados se deu mediante questionários. O público-alvo do
estudo foram os estudantes de nível médio técnico do Instituto Federal do Paraná,
Câmpus Jacarezinho.
Os resultados revelaram que a biblioteca não é o espaço preferido para
realizar pesquisas, além disso, os estudantes não a utilizam para satisfazer suas
necessidades informacionais e sim a internet através dos buscadores, pela
facilidade e comodidade. Os autores mostram preocupação em relação ao fato de
que a preferência pela facilidade e comodidade pode resultar em investigações
superficiais e a análise não crítica dos resultados. A falta de conhecimentos mínimos
de refinamento no momento da busca da informação, por parte dos estudantes,
compromete o processo de aprendizagem.
Monsani e Pereira (2018) relataram a experiência de um programa de
extensão que teve por objetivo possibilitar um espaço de entretenimento, expressão
oral, reflexão e debate sobre os livros indicados ao vestibular da região. A
metodologia foi organizada da seguinte maneira: apresentação aos estudantes do
autor e da obra que seria lida no encontro, então era feita a leitura do livro pelos
estudantes de forma alternada. O resultado facilitou a leitura das obras para o
vestibular, o projeto de extensão serviu como uma iniciativa de fomento à leitura e
ainda estreitou os laços existentes entre os estudantes e a biblioteca, assim como
com entre o docente e a unidade informacional.
Pimenta, Cavalcanti e Viana (2019) descrevem a experiência de um projeto
de feira de trocas de livros, participaram alunos dos cursos técnicos integrados de
Agroecologia, Agropecuária e Informática do primeiro ao terceiro anos. O projeto
proporcionou a aproximação dos alunos, professores e funcionários com a biblioteca.
Foi identificado um aumento no número de empréstimo dos livros literários.
28

As respostas encontradas por meio do estado do conhecimento contribuíram


para o desenvolvimento desta pesquisa, porém algumas delas não se relacionaram
diretamente com a temática estudada. Os estudos mostram que nem sempre a
biblioteca é o espaço preferido dos estudantes para a realização de pesquisas
escolares, que por vezes, preferem a internet pela comodidade e facilidade de
obterem informação. As pesquisas indicam o quanto é necessário a interação
biblioteca e usuário, sendo imprescindível conhecer esse público, para que assim,
seja possível melhor planejar os serviços oferecidos pelas bibliotecas, contribuindo
assim, para formação emancipada desses jovens.
No próximo capítulo, será apresentado o referencial teórico desta pesquisa,
no qual nos apoiamos para refletir e dialogar sobre as bases epistemológicas do
PROFEPT e a problemática apresentada. Trazemos um breve histórico da EPT; do
IFSul Câmpus Pelotas, assim como as características da Biblioteca Multinível do
Câmpus Pelotas; a contribuição da Biblioteca para a formação escolar, gestão
democrática e escolar e estudo de usuários.
29

3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Para entender a educação profissional no Brasil, é preciso compreender a


estrutura social brasileira que foi se moldando a partir de um país colônia e
escravocrata e se direcionando a políticas neoliberais. Foi dessa forma que a
educação foi alicerçada, para servir à classe dominante e oprimir a classe operária,
com o mínimo de instrução possível, mantendo assim, a divisão por classes. E assim
almeja o neoliberalismo, nunca romper com a época da escravidão perpetuando,
dessa forma, sua hegemonia e dominação (FRIGOTTO, 2007, p. 1131). De acordo
com Antunes (2009, p.31), o neoliberalismo é o processo de reorganização do
capital e de seu sistema ideológico e político de dominação através da privatização
do estado, a desregulamentação dos diretos trabalhistas e o desmonte do setor
produtivo estatal.
A educação profissional ganha destaque a partir de 1809, com a criação do
Colégio das Fábricas, pelo Príncipe Regente, futuro D. João VI, visando suprir a
demanda de falta de mão-de-obra para atender a instalação e o funcionamento das
fábricas que vieram para o Brasil naquele momento. Ao longo do século XIX, são
fundadas diversas instituições, direcionadas ao ensino das letras e a iniciação em
ofícios, sendo elas direcionadas a crianças pobres, órfãs e aos abandonados, entre
essas instituições, os Asilos da Infância dos Meninos Desvalidos. Neste sentido, a
educação profissional tem sua origem numa base assistencialista “[...] ou seja, de
atender àqueles que não tinham condições sociais satisfatórias, para que não
continuassem a praticar ações que estavam na contra-ordem dos bons costumes”
(BRASIL, 2007, p. 11).
Em 1909, por meio do decreto 7.566, o atual presidente, Nilo Peçanha, criou
Escolas de Aprendizes Artífices, visando formar mão-de-obra qualificada para o
mercado de trabalho e “[...] capacitar para o trabalho essas pessoas em
vulnerabilidade social e com maior propensão ao vício e ao crime, formando
cidadãos ‘úteis à nação’ ” (BRASIL, 1909 apud REIS, 2020, p. 25). Segundo Ramos:

[...] a criação das Escolas de Aprendizes Artífices e do ensino agrícola


evidenciou um grande passo ao redirecionamento da educação profissional
no país, pois ampliou o seu horizonte de atuação para atender
necessidades emergentes dos empreendimentos nos campos da agricultura
e da indústria (RAMOS, 2014, p. 25).
30

Um passo marcante na história da educação profissional foi a constituição


outorgada em 1937, nela, pela primeira vez, se tratou do ensino técnico, profissional
e industrial em uma Constituição Federal:

Art. 129. O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos


favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado.
Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino
profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e
dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever das
indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade,
escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus
associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que
caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades
e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público (BRASIL, 1937).

Em 1937, foi assinada a Lei 378, a qual transformou as Escolas de


Aprendizes Artífices nos Liceus Industriais. Em 1942, os Liceus deram lugar às
Escolas Técnicas Industriais, que tinham por finalidade oferecer ensino profissional
em nível equivalente ao secundário. Em 1959, as Escolas Industriais e Técnicas
tornam-se autarquias e passam a ser chamadas de Escolas Técnicas Federais
(BRASIL, 2008).
A educação profissional, conhecida como é hoje, vai ter início com a
Revolução Industrial, com novos processos de manufatura, passando da produção
artesanal para a produção por máquinas. A Revolução Industrial impactou
profundamente a sociedade, alterando a forma de trabalhar e transformando a
educação. Essa alteração nas relações de produção e capital exigiu o domínio de
técnicas específicas para lidar com as máquinas (FRANCISCO, 2021). Tornou-se
imperativo que o trabalhador tivesse um conhecimento técnico e que dominasse seu
ofício. Esse novo modelo educacional resultou na separação entre instrução e
trabalho produtivo, emparelhando as escolas ao sistema de produção capitalista.
Difundiram-se então as escolas de Artes e Ofícios, “A mão-de-obra precisava ser
capaz de atender à demanda emergente, ou seja, de servir à maior produção de
bens para o consumo” (MANACORDA, 1995, p. 287 apud VIEIRA, SOUZA JÚNIOR,
2016, p. 154).
A partir de então, ocorreu uma ruptura em relação a visão institucional inicial
de assistencialismo, pois as Escolas Técnicas Federais passaram a oferecer, não
somente o ensino profissional, mas também conhecimentos gerais, passando a
serem reconhecidas como instituições de excelência em educação profissional no
31

país (RODRIGUES, 2018, p. 29). A expansão das Escolas técnicas resultou com que
três destas escolas se transformassem em Centros Federais de Educação (CEFETs),
nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Minas gerais, e assim a rede federal
ganhou corpo e se fortaleceu no cenário nacional, então é sancionada, pelo então
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 11.892 de 29 de dezembro
de 2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, criando os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia
(BRASIL, 2008a apud REIS, 2020, p. 26).
Os IFs são instituições de ensino singular, tendo suas atividades pautadas na
tríade: ensino, pesquisa e extensão. Essas instituições oferecem cursos de curta
duração, ensino médio, cursos tecnológicos, graduações e pós-graduações, tudo
isso em um mesmo ambiente, e possuem o compromisso de atender 50% de cursos
técnicos e 20% de licenciaturas (BRASIL, 2008). Nesse sentido, segundo Oliveira
(2018, p. 97), o EMI é, portanto, “[...] o carro chefe dos IFs."
Nessa direção, o EM, sendo a etapa final da educação básica brasileira, deve
caminhar em direção à formação humana dos estudantes, no entanto, a formação
desse estudante atende às necessidades impostas pelo interesse do capital “[...] que
acaba segregando a juventude brasileira, ao possibilitar-lhes uma formação para um
processo de adaptabilidade às exigências do mercado, o que não pressupõem a
inclusão, pois, por não existir espaço para todos, levando a excluir ao invés de
incluir” (COSTA et al., 2017, p. 684). Nesse sentido, o EMI surge como uma luta
contra a hegemonia, defende uma educação comprometida com a classe
trabalhadora brasileira, a qual se apresenta como uma forma de superar a dualidade
educacional que está tão enraizada em nosso país, com uma formação unitária,
humana, integral, centrada na politecnia, compreendendo o trabalho como princípio
educativo e formando os sujeitos autônomos, livres, capazes de produzir novas
formas de relações sociais. O EMI se apresenta como uma brecha para superar esta
educação dual em que:

Aos proletários, a educação é fragmentada, frouxa, servindo para ensinar o


básico de alfabetização, contribuindo para mantê-lo em sua classe social.
Para a elite, tem-se uma educação livresca, intelectual, que prepara os seus
com cultura, com letramento, com recursos que permitem que a elite
continue a ser elite (FRANCISCO, 2021, p. 55).
32

Ramos faz a seguinte reflexão sobre a educação e sobre nosso papel


enquanto educadores, nos instigando a refletir que tipo de sociedade visamos
quando educamos, para ela:

Visamos a uma sociedade que exclui, que discrimina, que fragmenta os


sujeitos e que nega direitos; ou visamos a uma sociedade que inclui, que
reconhece a diversidade, que valoriza os sujeitos e sua capacidade de
produção da vida, assegurando direitos sociais plenos? Nós nos colocamos,
na segunda posição que, em síntese, persegue a construção de uma
sociedade justa e integradora (RAMOS, 2008, p. 1).

No entanto, ao longo dos anos, a educação vem sofrendo constantes golpes,


tentam a todo custo fazer com que a elite continue a ser elite e que a classe operária
continue a “sangrar”, e, mais uma vez, precisando lutar. A Lei 13.415/2017, que trata
sobre reforma do EM, apresenta-se como um desafio à educação profissional, sendo
essa contrarreforma marcada por um movimento neoliberal e privatista, a partir da
oferta de um ensino flexível, fragmentado e alinhado ao capital. Nessa perspectiva,
se difundem a noção de mérito, possibilidade de escolha, atendimento às demandas
do mercado e diminuição de direitos e favorecimento aos interesses do capital. A
concepção de formação profissional trazida pela contrarreforma do EM sinaliza uma
formação técnica estreita, dentro da qual a educação vira um treinamento. Perde-se
a noção de uma formação básica, geral e ampla. E, a partir do argumento da
escolha, o estudante perde uma parcela do que se convencionou como básico para
formação de qualquer estudante. Se diminuindo a formação integrada e omnilateral
(OLIVEIRA, 2021).
Numa sociedade desigual como a brasileira, é preciso evidenciar que o
ensino técnico, articulado com o ensino médio, é uma alternativa ao estudante, de
sobrevivência econômica e inclusão social e de possibilidade de ser um agente de
transformação social. É esse caminho que a biblioteca deve trilhar, a de contribuir
para se superar a exclusão, indo ao encontro a educação igualitária, que possibilite a
apropriação de cultura e conhecimentos construídos pela humanidade. Essa luta é
de todos aqueles que acreditam que a educação deve ser libertadora.
No Brasil, a relação entre educação básica e profissional é marcada
historicamente pela dualidade, uma vez que a educação propedêutica era reservada
às elites, visando formar dirigentes; e a educação profissional, aos filhos da classe
operária, objetivando formar mão de obra qualificada. Superar essa dicotomia entre
33

trabalho manual e o trabalho intelectual é ainda um desafio para a EPT, pois


“[...]vencer essa dualidade tão enraizada na educação brasileira e conseguir essa
integração entre os conhecimentos se faz necessária e possibilita que a formação se
torne de fato transformadora da realidade dos indivíduos e sociedade” (CARVALHO,
2020, p. 20). É nesse sentido que a biblioteca ganha importância dentro da
concepção de EMI, contribuindo para a desconstrução dessa dualidade, assumindo
seu papel pedagógico, social e político, dando voz àqueles que sempre foram
silenciados.

3.1 Conhecendo a História da Instituição que tornou a cidade de Pelotas/RS um


Centro de Referência em Educação Profissional: 78 anos de História

Pelotas é um município brasileiro, situado na região sul do estado do Rio


Grande do Sul, segundo o (IBGE, 2021), possui uma população estimada de
343.132 habitantes, sendo a quarta cidade mais populosa do estado. Tem uma
renomada trajetória da Educação Profissional, da escola Artes e Ofícios ao IFSul -
Câmpus Pelotas. Instituição essa que é sinônimo de referência em Educação
Profissional na região (SANTOS, 2022).
O percurso do Ensino Técnico em Pelotas teve início em setembro de 1917,
com a fundação da Escola de Artes e Officios, a qual se deu através da Biblioteca
Pública de Pelotas. A Escola se caracterizava por ser uma sociedade civil, cujo
objetivo era oferecer educação profissional para crianças carentes. Na época, só
existiam nas cidades das capitais dos estados, o ensino profissional. Nesse sentido,
Pelotas foi pioneira na proposta de educação dedicada à instrução técnica (SANTOS,
2022).
Em 1930, o município assumiu a Escola de Artes e Officios e instituiu a Escola
Technico Profissional que, posteriormente, passou a denominar-se Instituto
Profissional Técnico. A Escola Technico Profissional ofereceu seus serviços durante
uma década, sendo extinta em 25 de maio de 1940, seu prédio foi demolido para a
construção da Escola Técnica de Pelotas (ETP). A ETP foi criada em 1942 pelo, pelo
então presidente, Getúlio Dorneles Vargas, mediante gestões e ações de Luiz
Simões Lopes. Inaugurada em 1943, teve o início de suas atividades letivas em
1945. No ano de 1959, a ETP passou a autarquia Federal e em 1965, modificou sua
34

denominação para Escola Técnica Federal de Pelotas (ETFPEL), (SANTOS, 2022).


Em 1994, o Ministro da Educação encaminhou ao Congresso Nacional a
proposta de um Sistema Nacional de Educação Tecnológica e de transformação das
Escolas Técnicas Federais em CEFET. Em 08 dezembro, do mesmo ano, foi editada
a Lei 8.948, a qual previu a transformação Institucional de todas as Escolas Técnicas
da Rede Federal em CEFETs, (SANTOS, 2022).
A transformação da ETFPEL em Centro Federal de Educação Tecnológica de
Pelotas - CEFET-RS ocorreu em 1999, o que possibilitou, além da oferta dos Cursos
Técnicos de Nível Médio, a oferta de Cursos Superiores e de Pós-graduação.
Posteriormente, o CEFET passou a fazer parte do IFSul, integrante da Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), mediante Lei
n°11.892, de 29 de dezembro de 2008. Sua reitoria está situada na cidade de
Pelotas/RS e possui quatorze Câmpus, sendo eles: Pelotas, Pelotas-Visconde da
Graça, Sapucaia do Sul, Charqueadas, Passo Fundo, Bagé, Camaquã, Venâncio
Aires, Santana do Livramento, Sapiranga, Lajeado, Gravataí, Jaguarão e Novo
Hamburgo (IFSUL, 2008).
Nesse cenário, os IFs caracterizam-se por serem instituições pluricurriculares
e multicampi (unidade sede e unidades de ensino descentralizadas), especializadas
na oferta de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) em diferentes níveis e
modalidades de ensino, abrangendo a educação básica, tecnológica e superior, bem
como, cursos técnicos e cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu
(RAMOS, 2014, p. 79). Possuem características peculiares, são singulares na oferta
de verticalização de ensino, de acordo com Reis, nenhuma outra instituição do país
oferta cursos em uma abrangência tão grande, “[...] visto que os institutos federais
podem oferecer cursos presenciais, semipresenciais e a distância” (BRASIL, 2008a,
apud REIS, 2020, p. 27).
Atualmente, no Câmpus Pelotas, estão em funcionamento dez Cursos
Técnicos de Nível Médio, nove Cursos Superiores, seis Cursos de Pós-graduação,
além de Formação Pedagógica e Educação a Distância. Essa unidade conta com
411 docentes e 216 técnicos administrativos e vem atendendo uma média de,
aproximadamente, 6.000 alunos por ano. O Câmpus Pelotas possui laboratórios
específicos para a prática de esportes, além de dispor de um ginásio coberto,
quadras e pista de esporte, sala de xadrez, gabinete médico e odontológico e, ainda
auditório, miniauditórios e biblioteca.
35

3.2 Contribuição da Biblioteca para Formação Escolar

A etimologia da palavra “biblioteca” é de origem grega bibliotèke, seus


morfemas são: biblíon, o qual traduz-se como “livros” e théke, “depósito”,
significando, portanto, “depósito de livros” (CANFORA, 1986, p. 112). De acordo com
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 48), a ideia fundamental de biblioteca é “[...] coleção
organizada de registros de informação [...] têm a atribuição de fornecer e interpretar
esses registros a fim de atender às necessidades de informação, pesquisa,
educação e recreação de seus usuários.”
A informação e o seu registro sempre acompanharam a história da
humanidade. O surgimento da biblioteca está relacionado à existência dos materiais,
como as placas de argila, papiro e pergaminho. Posteriormente, o papel e hoje, com
os avanços tecnológicos, os livros são disponibilizados em suportes digitais, os e-
books. Segundo Fonseca (2007, p. 19), diversos suportes serviram de registro para
a informação, entre eles, a cerâmica, o papiro e pergaminho, além disso, acrescenta
que com o surgimento da tecnologia, o livro não vai deixar de ser livro, nem a
biblioteca deixará de ser biblioteca, são apenas novos suportes para o registro da
informação.
Ao longo da história da humanidade, as bibliotecas tiveram sempre a mesma
finalidade, reunir, organizar, preservar e disseminar a informação; o que mudou ao
longo do tempo foram as tecnologias (desde a argila ao objeto eletrônico), e a
ênfase em uma outra função, dependendo do momento histórico (BECKER;
FAQUETI, 2015, p. 21). De acordo com as mesmas autoras:

A história das bibliotecas já passou e ainda passa por momentos de muita


“turbulência”, ou, como escreve Bauman (2001), de muita liquidez. Ora as
bibliotecas foram locais valorizados, ora desprezados; ora seus livros foram
usados, ora queimados; ora locais de uso democrático, ora locais de uso
antidemocrático; ora presente nas instituições educacionais, ora ausente;
ora local para incentivo à leitura, ao conhecimento, ao saber e ao
aprendizado, ora local de depósito de livros e de outras coisas mais que não
se tem onde guardar (BECKER; FAQUETI, 2015, p. 25).

Na antiguidade, a biblioteca era um espaço restrito àqueles que sabiam ler,


que faziam parte das elites, com o passar dos anos, a classe trabalhadora teve
acesso à biblioteca por imperativo do capital. A partir da Revolução Industrial, a
necessidade de qualificar mão de obra para manusear as máquinas exigiu
36

conhecimento e a prática da leitura, por parte dos trabalhadores. Na


contemporaneidade, é preciso pensá-la de modo a servir a todos, sem distinção de
raça, sexo ou classe social (FRANCISCO, 2021, p.41). Marx (apud MANACORDA,
2011) defende uma educação acessível a todos, uma formação omnilateral, gratuita
e obrigatória, que compreenda a ciência e a técnica ao desenvolvimento do ser
humano, independentemente de classe social, raça ou gênero, em todas as suas
dimensões e potencialidades, superando as contradições de classe. Para Ramos,
“a apropriação de todos os conhecimentos já produzidos pela humanidade deve
ser um direito de todos, pois é através destes conhecimentos se poderão
transformar a si e a sociedade em que estão inseridos” (RAMOS, 2008 apud
CARVALHO, 2020, p. 22).
Segundo Milanesi (2002), a biblioteca surgiu a partir da necessidade do
homem em preservar e organizar suas memórias, em levar o conhecimento
adquirido ao longo da vida para outras gerações. Sempre foi lugar de memória e
preservação da identidade de um povo, onde está registrada toda trajetória
intelectual da humanidade, lugar que contribui para a compreensão do presente
através do passado (SILVA, 2014, p. 20). Nessa direção, no ambiente escolar, a
biblioteca contribui para a preservação da memória e identidade da comunidade na
qual está inserida. De acordo com Ciavatta (2005, p. 11):

[...] para que as escolas sejam capazes de construir organicamente seu


próprio projeto político-pedagógico, assumirem o desafio de uma formação
integrada, reafirmando sua identidade, é preciso que conheçam e
compreendam sua história. Que reconstituam e preservem sua memória.
[...] E, então, reconhecerem-se como sujeitos sociais coletivos com uma
história e uma identidade própria a ser respeitada em qualquer processo de
mudança (CIAVATTA, 2005, p. 11).

A história dos livros e das bibliotecas é marcada por censura, vigia,


perseguição, destruição e impedimento do acesso aos livros, pois os conhecimentos
registrados nos livros e acumulados nas bibliotecas poderiam abalar as estruturas
do poder político constituído. O acesso ao conhecimento se constituiu em ameaça à
manutenção do controle político e social praticado por uma elite que domina a
sociedade e subjuga outros grupos sociais. Pensava-se que: destruindo os livros, se
poderia extinguir a ideia de seus autores (MAGALHÃES, 2016, p. 6 - 11). Magalhães
pontua que:
[...] é indiscutível [...] o poder simbólico que é inerente ao livro e ao que
37

representa o seu coletivo. Por isso quando é do interesse do poder


constituído, as informações contidas nos livros são constantemente
disseminadas, todavia ao desafiar e ameaçar o poder se tornam alvos de
perseguição, destruição, censura e queima. Este fato nos permite afirmar
que tanto o poder secular quanto o poder religioso reconhecem e temem o
poder dos livros e das bibliotecas. Daí a possibilidade de os livros e as
bibliotecas serem usados para se contrapor ao arbitrário cultural das classes
dominantes e ao disseminar a cultura e os saberes às camadas populares
poder libertá-las da opressão e da alienação política e cultural na qual se
encontram como classe oprimida. Por este motivo entendemos que as
bibliotecas têm o compromisso social de transmitir a informação ao povo e
dar a ele a condição necessária para compreender as relações sociais que
o envolvem. Para que isso ocorra é necessário colocar, mais uma vez, os
livros na luta política e promover através deles o entre - choque de ideias.
Ao reunir em um mesmo ambiente a produção intelectual da humanidade,
nos mais diversos suportes, e por esta produção intelectual ser de natureza
diversa, para ser mais preciso, por possuir no seu acervo documentos e
informações heterogêneos, que são oriundos das mais diversificadas linhas
de pensamento, a biblioteca representa a pluralidade do pensamento
humano o que faz dela um espaço democrático e propício a promover a
liberdade social. Entretanto, acumular informações e gerenciar documentos
que registram as mais diversas tendências ideológicas do pensamento
humano, por si só, não é suficiente para transformar a realidade social e se
contrapor ao caráter alienante dos sistemas de ensino. Para que isso ocorra
torna-se necessário que o profissional bibliotecário se posicione diante da
realidade social e coloque toda a estrutura da biblioteca a serviço do
processo de transformação social (MAGALHÃES, 2016, p.8 - 9).

As bibliotecas são instituições milenares que, ao longo dos séculos, foram se


adaptando aos contextos sociais, antigamente, eram vistas como depósitos de livros,
na atualidade, assumiram um novo papel, a de disseminadoras de informação,
mediadoras no processo de construção do conhecimento, ambientes de
aprendizagem e espaços pedagógicos. Os bibliotecários de guardiões do
conhecimento, passaram a ser intermediadores do conhecimento. Para Nascimento:

Embora muitos considerem que a biblioteca tradicional está em processos


de falência, ela sobrevive e precisa se adaptar e ainda considerarmos que
nem todos têm ou terão acesso as todas as tecnologias após deixar os
estudos, entendemos, portanto, que é preciso auxiliar a todos sobre todos
os suportes possíveis, sem distinções (NASCIMENTO, 2019, p. 30).

Alguns acreditaram que essas instituições e esses profissionais estavam


fadados a desaparecerem com a fetichização da tecnologia. No entanto, com os
grandes avanços tecnológicos ocorridos durante os últimos anos, com todo esse
volume informacional possibilitado pela tecnologia, avaliar, selecionar e absorver
essas informações tornou-se tarefa indispensável.
De acordo com Bedin (2017); Ferreira e Santos Neto (2016), respectivamente,
com o avanço da tecnologia e, consequentemente, com o grande volume
38

informacional que a mesma proporcionou, selecionar informações confiáveis é um


desafio. Nesse sentido, a biblioteca assume significativa colaboração na formação
do estudante, educando-o à utilizar tais ferramentas tecnológicas, de forma crítica,
reflexiva e autônoma, como também, auxiliando o uso da informação de forma
consciente. O grande desafio das unidades informacionais na atualidade:

[...] é conscientizar e preparar os indivíduos para viver em um ambiente rico


em informação. Ações voltadas para o domínio no uso das fontes de
informação e a transformação da informação em conhecimento são marcas
registradas da biblioteca [...] (BEDIN, 2017, p. 32).

A partir de tais perspectivas, é possível perceber que a tecnologia veio


fortalecer a relevância da biblioteca e do bibliotecário em relação à contribuição na
formação de estudantes, tornando-os capazes de buscar, assimilar e utilizar a
informação no seu cotidiano de maneira ética e responsável.

Com a presença das tecnologias de informação e comunicação (TIC), os


usuários têm se tornado cada vez mais autônomos, e isso também vem
acontecendo nas BE’s. No entanto as TIC não excluem a necessidade da
interferência do mediador, professor ou bibliotecário (FERREIRA; SANTOS
NETO, 2016, p. 5).

Em relação ao uso das tecnologias pelos estudantes, é preciso abrir um


parêntese, em um mundo cada vez mais caracterizado pelas novas tecnologias
digitais e pela necessidade cada vez maior de aceleração da velocidade de
comunicação, destacamos a urgência de se discutir o impacto dessas tecnologias na
formação humana que ocorre em espaços formais de ensino, como escolas,
universidades, institutos de pesquisa etc. Para Kenski (2011, p. 44), “a maioria das
tecnologias é utilizada como auxiliar no processo educativo”, além disso, acrescenta
que “a presença de uma determinada tecnologia pode induzir profundas mudanças
na maneira de organizar o ensino.”
No entanto, é necessário atentar para o fato de que, quando se fala em
possibilidades pedagógicas das tecnologias, é preciso não perdermos a criticidade
em relação às mesmas, no sentido de nos questionarmos se “[...] os processos
pedagógicos de base microeletrônica servem a todos os potenciais alunos, em todos
os níveis e modalidades de ensino [...]. Ou há uma clivagem a ser considerada?”
(KUENZER, 2016, p.29). Diante da diferenciação social e cultural dos indivíduos,
39

numa sociedade desigual, é importante refletirmos naquilo que Castels (1999, apud
KUENZER, 2016) aponta:

[...] o mundo da multimídia será habitado por duas populações


essencialmente distintas: a interagente e a receptora da interação, ou seja,
aqueles capazes de selecionar seus circuitos multidirecionais de
comunicação e os que recebem um número restrito de opções pré-
empacotadas; e quem será o que, será determinado amplamente pelas
diferenças de classe, raça, sexo e país (CASTELS, 1999, p. 393 - 394 apud
KUENZER, 2016, p.30).

Nesse sentido, de acordo com Kuenzer, na utilização das tecnologias no


ensino, destaca-se a importância da figura do professor como mediador e
acrescentamos, do bibliotecário:

[...] [identificando] os conhecimentos prévios dos alunos e [organizando e


reorganizando] atividades que viabilizem a aprendizagem, de modo a
enfrentar diferenças de acesso ao conhecimento e a experiências
significativas derivadas de condições materiais de existência desiguais. E, a
partir da identificação das desigualdades, ter como horizonte a
universalização do acesso à educação como direito fundamental
(KUENZER, 2016, p.31).

Ainda, podemos refletir sobre o que apontam Porto Júnior; Ramos e Loponte
em relação às tecnologias:

[...] a incorporação de tecnologia como uma dimensão da vida deve ser, no


mínimo, problematizada, pois pode significar a naturalização de uma visão
de desenvolvimento/progresso humano decorrente de posicionamentos
ético-políticos – portanto de escolhas – motivadas menos pelos problemas
coletivos da humanidade, e muito mais pela ganância do lucro e pela
exploração decorrente da sociedade de classes (PORTO JÚNIOR; RAMOS;
LOPONTE, 2019, p.130).

Em 2020 com a pandemia da COVID-19, a era digital adentrou em nossas


vidas, mais especificamente, na educação, impulsionou a tecnologia como algo
“inevitável” para o futuro de educadores e estudantes. Visões mercantilistas e
consumistas da educação, passaram a vender imagem de que escolas e
professores assumiriam papéis secundários na “educação do futuro”. É uma ilusão
pensar que a escola possa ser substituída pela casa e pelas tecnologias.

Posicionar-se criticamente quanto à tecnologia e à inovação significa tomar


partido frente uma naturalização de um modo de vida destrutivo para o
ambiente e para a humanidade. A contribuição da ciência e da tecnologia
40

tem sido vista, nos últimos tempos, como motores do progresso, que
promovem desenvolvimento do saber humano, conforto e evolução. É
necessário, porém, um distanciamento desse deslumbramento fetichizado
com relação ao papel da tecnologia e da inovação [...] (PORTO JÚNIOR;
RAMOS; LOPONTE, 2019, p.137).

É necessário entendermos que em casa estamos entre iguais, e na escola


entre diferentes, e o que nos educa é a diferença. Aprender não é um ato individual,
e sim coletivo, que exige trocas de vivencias, nada substitui as relações humanas.
Uma outra ilusão foi acharem que graças a um acompanhamento dos pais ou algum
tutor as aprendizagens aconteceriam de maneira natural e espontânea, no entanto,
sem a figura do professor a educação se torna pobre e limitada. É preciso termos a
lucidez de que a escola com todas suas limitações ainda é umas das poucas
instituições capazes de proteger os mais pobres e vulneráveis (NÓVOA; ALVIM,
2021).
Para Frigotto (2008, p. 377), a tecnologia se tornou, “nas atuais condições do
capitalismo, cada vez mais privativa pelo capital e, consequentemente, mais
excludente e destrutiva”, no entanto, precisamos ter o entendimento de que a
mesma não pode ser responsabilizada pelas mazelas do capitalismo.
Feitas as devidas ressalvas em relação à utilização das tecnologias no
ensino, e tendo-se a percepção que não são neutras, havendo uma diferenciação
em relação ao capital de quem acessa e as utiliza e a quem elas servem, o que
precisa ser frisado é que o seu uso deve ser pautado na emancipação do sujeito,
promovendo o pensamento crítico e “[...] [contribuindo assim] para a construção de
novos padrões de produção de conhecimento, de ciência e de tecnologia, voltados
para os interesses sociais e coletivos da humanidade [...]” (MOURA, 2014, p. 103). A
tecnologia não deve ser entendida como um fim em si mesma, mas instrumento para
melhorar os resultados da aprendizagem.
Ainda em relação à contribuição da biblioteca, a mesma desempenha
relevante papel educacional na formação escolar dos estudantes, sendo um
instrumento fundamental para a disseminação e acesso à informação, subsidiando
os processos de aprendizagem, de acordo com Almeida:
Fornecer suporte informacional, complementar às atividades curriculares
dos cursos, e oferecer recursos para facilitar estudos e pesquisa consiste na
finalidade das bibliotecas nas instituições de ensino. Sua missão é prover
informação para o ensino, a pesquisa e a extensão de acordo com a política,
o projeto pedagógico e os programas da instituição na qual está inserida
(ALMEIDA, 2015, p. 19).
41

Na atualidade, o acesso à informação é condição básica para a produção de


conhecimento e para o desenvolvimento social, nessa direção, Bandeira afirma que
as bibliotecas:

Além de atuarem diretamente na formação profissional das pessoas,


possuem também a responsabilidade de prepará-las para os desafios
informacionais das diferentes esferas sociais da vida moderna. O exercício
da cidadania depende do acesso e capacidade de lidar com o crescente
volume informacional para tomadas de decisões em contextos variados
(BANDEIRA, 2013, p. 13).

Assim, em relação ao uso e à busca da informação, de acordo com Teixeira e


Santos (2016, p.15), a “informação é considerada a riqueza do século”, entretanto é
necessário que o estudante se aproprie dela por meio de posicionamentos críticos e
éticos, e isso é um problema a ser superado na contemporaneidade.
Por exemplo, numa sociedade em que a disseminação de informações ou
notícias falsas, as chamadas Fake News, ganharam proporções significativas, torna-
se necessário educa-los à terem habilidades para lidar com a informação de forma
autônoma e crítica, preparando-os para serem cidadãos mais conscientes. Desta
forma, ressaltamos a importância do papel dos bibliotecários, também chamados de
profissionais da informação, nas instituições nas quais fazem parte, no auxílio aos
estudantes a fazerem o uso e busca da informação de forma reflexiva. Para Silva e
Lima (2018, p.56), “Sem o saber que lhe permita acessar a informação e ter um
pensamento independente e crítico, esse usuário poderá ser manipulado e
infoexcluído. ”
As bibliotecas são valiosas ferramentas de assistência aos usuários, segundo
Veleda (p. 33), orientando-os a utilizarem fontes de informação confiáveis em
diferentes suportes, assim como conhecer diferentes pontos de vista. Seguindo a
mesma linha de pensamento, Silva e Lima (2018, p. 63), argumentam que uma das
principais funções da biblioteca é fazer com que os estudantes, ao utilizarem as
fontes de informações, consigam transformar informação em conhecimento.
No entanto, existe uma dificuldade por parte dos bibliotecários pertencentes
aos IFs em gerir as bibliotecas dessas instituições, uma vez que as unidades
informacionais apresentam uma complexidade em relação a sua tipologia em
comparação a tipologia das bibliotecas tradicionais. Para Santos; Gracioso e Amaral
(2018 apud REIS, 2020, p. 46), conhecendo a tipologia da biblioteca em questão fica
mais fácil direcionar os serviços, definir o público-alvo e adequar o acervo de acordo
42

com a necessidade desse público e conforme a missão da biblioteca. Seguindo a


mesma perspectiva, Santos coloca que:

Nos Institutos Federais não há uma biblioteca destinada ao ensino médio e


ensino técnico, e outra para o ensino superior e pós-graduação. A biblioteca
é única e seu principal objetivo é atender a discentes, docentes, técnicos
administrativos e comunidade externa, atuando em consonância com a
missão das instituições nas quais estão inseridas. Dessa forma, torna-se
necessário rever conceitos, métodos, ferramentas utilizadas e suas formas
de atuação na vida acadêmica (SANTOS, 2018, p.37).

Tratando-se das tipologias, as bibliotecas apresentam diversas classificações,


por exemplo, escolar, universitária, multinível e especializada, tornando difícil definir
as bibliotecas dos IFs em uma única tipologia já que atendem a um público muito
diversificado, abrangendo vários níveis e modalidades de ensino (SANTOS;
GRACIOSO; AMARAL, 2018 apud REIS, 2020, p. 46).
No quadro 5, apresentamos as especificidades de alguns tipos de biblioteca,
para melhor elucidar as peculiaridades das bibliotecas dos IFs.

Quadro 5 – Tipos de Biblioteca

Tipos de Biblioteca Finalidade


Pública Atender às necessidades de estudo, consulta e recreação de
determinada comunidade, independente de classe social, cor, religião ou
profissão. Segundo a entidade mantenedora, estas podem ser federais,
estaduais ou municipais.
Universitária Atender às necessidades de estudo, consulta e pesquisa de professores
e alunos universitários em nível superior de graduação e pós-graduação.
Segundo a organização das coleções, podem ser centralizadas ou
descentralizadas.
Escolar Fornecer material informacional necessário às atividades de professores
e alunos de uma escola. Deve estar intimamente relacionada com a
escola, para funcionar como verdadeiro complemento das atividades
realizadas em sala de aula, dando suporte informacional necessário aos
processos de ensino-aprendizagem. Desempenha importante papel na
formação de leitores e no fomento à prática da leitura.

Especializada Atende a um grupo restrito de usuários, reunindo e divulgando


documentos de um campo específico do conhecimento. Podem ser
subordinadas a uma entidade científica e de pesquisa, a uma empresa
industrial ou comercial, ou mesmo a um serviço público especializado.
43

Mutinível Atender às necessidades de estudo, consulta e pesquisa de Professores,


servidores técnico-administrativos e alunos em nível profissionalizante,
médio, técnico, superior de graduação e pós-graduação (lato e stricto
sensu). Segundo a organização das coleções, assemelham-se às
universitárias, podendo ser centralizadas ou descentralizadas. São, por
exemplo, as bibliotecas das instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica no Brasil.

Fonte: Almeida (2015, p. 44-45).

As bibliotecas dos IFs caminham na direção da construção de sua identidade.


Para Santos; Hoffmann; Boccato (2011, p.130 apud RODRIGUES, 2018, p.44), elas
podem ser consideradas como bibliotecas escolares (pois ofertam cursos técnicos
integrados ao ensino médio), especializadas (pois possuem acervo especializado
em suas respectivas áreas de atuação, de acordo com a oferta de cursos) e
universitárias (pois ofertam cursos superiores e de pós-graduação lato sensu e
stricto sensu).
De acordo com Camurça; Araújo; Moraes (2013, p. 3 apud RODRIGUES,
2018, p. 44), as bibliotecas dos IFs não são exclusivamente escolares (porém
atendem ao nível básico e médio), não são unicamente especializadas (embora
atendam assuntos específicos), não são somente superiores (no entanto
compreendem a pesquisa e a extensão) e não são públicas (mas atendem ao
público em geral). Veleda (2020, p. 28) complementa ao tratar as bibliotecas do IFs
como multiníveis, uma vez que atendem a um público diverso e em diferentes níveis
de ensino. Ainda, segundo Veleda, em relação à biblioteca do Câmpus Pelotas:

Os serviços oferecidos pela biblioteca têm características


predominantemente universitárias, pois contemplam principalmente os
cursos superiores, mas esse usuário já está mais familiarizado com o
ambiente informacional, pois já tem mais habilidades na busca e no uso da
informação. Contudo, de acordo com a Lei 11.892 de 2008, no mínimo,
cinquenta por cento das vagas oferecidas são reservadas para os
concluintes do ensino fundamental (VELEDA, 2020, p. 31).

A partir dessa perspectiva, o enfoque desta pesquisa é a BE e o estudante do


EMI. A BE tem como missão: promover serviços de apoio à aprendizagem, oferecer
a possibilidade de os estudantes se tornarem pensadores críticos e efetivos em
todos os suportes e meios de comunicação, sendo parte integrante do processo
educativo (IFLA/UNESCO, 1999, p.1). Para Moro e Estabel:
A biblioteca escolar é o espaço democrático de formação da cidadania, que
44

propicia o acesso e o uso da informação e auxilia na constituição de um


sujeito agente do seu processo de aprendizagem e consciente de seu papel
na sociedade em que vive. [...] onde o bibliotecário, além de exercer a
função de mediador, estabelece elos entre a informação, a leitura, o livro e
os usuários, exercendo a função de educador e contribui para a construção
de um mundo melhor (MORO; ESTABEL, 2011, p. 68).

A BE, ao longo de sua trajetória, sempre ficou à mercê do descaso dos


governos, a maioria dos estados brasileiros não conta com legislação vigente que
ampare as BE, uma vez que há ausência de recursos, falta de políticas públicas,
desconhecimento e descumprimento de legislação e ausência de profissionais
habilitados para gerirem tais espaços, por exemplo. Tal situação vem sendo
atenuada através do papel desempenhando pelo Conselho Federal de
Biblioteconomia (CFB), Art. 2 “[..] órgão normativo, consultivo, orientador e
disciplinador do exercício da profissão de Bibliotecário em todo território nacional,
tendo como finalidade contribuir para o desenvolvimento da Biblioteconomia no país”
(CONSELHO..., 2015, p. 1).
A mobilização do CFB e da comunidade resultou na criação da Lei Federal
12.244/2010, modificada pelo Projeto de Lei 9.484/18, a qual torna obrigatória a
existência de biblioteca em todas as escolas sob a presença e/ou supervisão de um
bibliotecário, sendo estipulado um prazo de até 2024 para o cumprimento da lei
(MORO; ESTABEL, 2020, CÂMARA..., 2018) Nessa direção, “as bibliotecas
pertencentes à RFEPCT, se destacam, são um exemplo no país de sistema
educacional que preconiza e realiza a instalação de bibliotecas e a contratação de
bibliotecários para gerirem tais espaços” (BECKER; FAQUETI, 2015, p. 28).
As BE brasileiras, com algumas exceções, apesar de sua importância no
processo de formação intelectual e cultural dos estudantes, têm ocupado um papel
secundário nas instituições de ensino. Em relação a BE, Tunes Pinto; Bohrer (2020,
p.45) afirmam que a mesma é um “setor tão esquecido e ao mesmo tempo tão
importante dentro da realidade educacional”. É preciso que a biblioteca vire essa
página e que seja uma ponte para a escola unitária, que ela atue na formação
política dos estudantes, que transforme e crie “[...] as condições necessárias para
atuar significativamente na formação dos alunos oriundos da classe social que é
tradicionalmente desfavorecida e assim se contrapor à lógica de uma educação que
é reprodutivista, conservadora e elitista (MAGALHÃES, 2016, p. 12).” Ainda em
consonância com a contribuição da biblioteca escolar, o mesmo autor afirma que:
45

[...] desde os primeiros anos de entrada do educando no ensino médio a


biblioteca deve atuar no sentido de superar as lacunas de acesso à cultura
e de formação do educando para que possa projetar desde cedo o
educando a ramos do ensino superior que são reservados, exclusivamente,
aos filhos das elites, porém o processo de desvalorização das bibliotecas
nos sistemas de ensino constitui-se no reverso deste processo que é
essencial para que possa ser superada a lógica de manutenção do privilégio
de acesso aos bens culturais pelas classes superiores. Isso exige do
profissional da informação a consciência política de que ele pode contribuir
para este processo de transformação da escola (MAGALHÃES, 2016 p. 12 -
13).

Uma das grandes dificuldades que as BE enfrentam é formar jovens leitores,


no Brasil, dados apontam a existência de aproximadamente 14,2 milhões de
pessoas que não sabem ler, sendo consideradas analfabetas completas ou
funcionais (JESUS, 2015, p. 14). Na contemporaneidade, os jovens possuem acesso
às mídias digitais e despertar o interesse do estudante pela leitura torna-se um
desafio. Nessa direção, compete ao bibliotecário conhecer o usuário de sua
biblioteca, para que assim possa montar projetos adequados a esses usuários, e
desempenhar seu papel de agente de leitura e disseminador de informação,
contribuindo para o desenvolvimento do sujeito leitor (FIRME; MIRANDA, 2020, p.
239). De acordo com Jesus (2015, p.3), a leitura “possibilita o indivíduo firma-se
como sujeito pensante, criativo e capaz de modificar a realidade, criticá-la e
enfrenta-la”.
As BE podem contribuir para que os estudantes do EM adquiram habilidades
de um pesquisador, conduzindo-os à prática da pesquisa, auxiliando-os na seleção
dos materiais que irão utilizar em seus trabalhos escolares, ensinando-os a fazer
uso das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. De acordo
com Magalhães:

[...] a biblioteca escolar poderá contribuir para superar um dos problemas


identificados nos sistemas de ensino que é o distanciamento entre as
práticas de pesquisa do ensino médio e as formas de fazer pesquisa que
são adotados pelas universidades. Nas escolas os trabalhos aos quais são
denominados de “pesquisa” em nada se aproximam da pesquisa na
academia, pois as escolas não ensinam os seus alunos à pesquisar
(MAGALHÃES, 2016 p. 17).

É importante o fortalecimento da relação do ensino e a pesquisa, visando a


conscientização e autonomia do estudante na formação do conhecimento,
permitindo a busca de soluções para as situações teóricas e práticas da vida
cotidiana deste futuro trabalhador, oportunizando o desenvolvimento da capacidade
46

interpretar, criticar, rejeitar ideias fechadas, que tenha condições de assumir


posicionamentos éticos perante questões políticas, sociais, culturais e econômicas
(BRASIL, 2007, p. 47).

No contexto de uma sociedade em que “tudo virou informação”, a prática de


pesquisa na educação básica contribui para instruir e educar o estudante na busca e
seleção de informação. Ressaltamos que esse processo de pesquisa deve ser bem
orientado, ou seja, contando com o intermédio do professor e do bibliotecário
(GODINHO; GONÇALVES, 2020). Segundo Moro e Estabel (2004, p. 2 apud MORO;
ESTABEL, 2011, p.17), “[...] torna-se importante que o professor e o bibliotecário
oportunizem o acesso às ferramentas de pesquisa estimulando os usuários a
ampliar suas informações, desenvolver a curiosidade e o espírito crítico [...]”.
As BE brasileiras precisam deixar de ser locais improvisados e passarem a
ser ambientes planejados. Elas carecem de um boa estruturação para poder atender,
de forma satisfatória, a atividade fim, ou seja, os estudantes. E assim, contribuírem
para a desalienação e libertação da classe operária “[...] que se encontra submetida
ao controle ideológico e a arbitrariedade dos sistemas de ensino” (MAGALHÃES,
2016 p. 14). É indispensável que os gestores de tais espaços sejam profissionais
capacitados e que entendam o poder dos livros e das bibliotecas para a
emancipação humana e para a transformação social. O bibliotecário com o seu
papel de educador, ao gerir essas unidades informacionais, precisa estar
comprometido com a formação dos estudantes e ter o entendimento de que a
articulação com outros educadores da escola, como professores e pedagogos, é
fundamental para o sucesso escolar do estudante, todos devem ser atores nesse
processo e sujeitos do seu desenvolvimento. Segundo Monlevade:

[...] é preciso mudar a concepção de que somente o “professor é educador,


os outros são seus auxiliares”. A educação escolar acontece em sua
totalidade, e todos os servidores que atuam na área de educação são
educadores, com funções distintas. [...] qualquer pessoa que trabalha em
escola tem em comum a responsabilidade de garantir o aprendizado dos
discentes. Dessa forma, compreende-se que a/o profissional
bibliotecária(o)-documentalista que atua em escolas, de qualquer nível de
ensino, também é um educador (MONLEVADE, 2008, p. 3 apud SOUZA,
2013, p. 27).

É basilar, no entanto, que o profissional bibliotecário se liberte do tecnicismo e


exerça o compromisso da formação humanística e pedagógica dos estudantes, caso
47

contrário, segundo Souza (2013, p. 28), “a biblioteca permanecerá como apêndice


secundário da instituição”. Segundo Saviani (2007), a adoção de um modelo de
educação tecnicista leva a educação ao caos, à fragmentação da educação.

Em uma visão realista, podemos perceber que a desvalorização da biblioteca


é proposital, uma vez que, essas instituições podem formar estudantes
questionadores, independentes, protagonistas da transformação social e críticos ao
sistema social que é arbitrário e opressor. A biblioteca precisa continuar sendo local
de resistência, assim como foi no passado. Resistir ao sistema capitalista que é
perverso com o filho do trabalhador, precisa contribuir para desoprimir os filhos das
classes populares, romper o ciclo histórico de negação à cultura, fazer com que a
cultura e o saber cheguem até eles e que possa libertá-los. A biblioteca tem o poder
de contribuir para uma educação igualitária, não dual, sendo uma disseminadora de
informação e uma facilitadora na construção de conhecimento. Possibilitando que os
estudantes possam ser instrumentos de conscientização política e transformação
social.

De forma indireta, entendemos essa pesquisa como uma possibilidade de


contribuir para a identidade das bibliotecas dos IFs, identificando o perfil dos
estudantes do EMI. Conhecer a percepção desses estudantes em relação à
biblioteca, entendendo suas necessidades e expectativas, é colocar como foco
central a importância dos usuários para as unidades informacionais, contribuindo
para que os gestores desses espaços possam organizá-los e geri-los para que, de
fato, se apresentem relevante no contexto escolar. Os estudos de usuários, são
importantes ferramentas de gestão e planejamento de uma biblioteca, e nos
possibilitará conhecer nosso público-alvo. Segundo Silva; Lima (2018, p. 53), “[...]
muitas vezes sem perceber, são desenvolvidas ações para as atividades meio do
trabalho dos bibliotecários, esquecendo-se da importância dos usuários nas
unidades informacionais.”

Se o ambiente de aprendizagem se transformou, a biblioteca precisa


acompanhar a mudança. Conforme expresso em uma das cinco leis da
Biblioteconomia, citadas pelo bibliotecário Ranganathan (2009), em seu livro “As
Cinco Leis da Biblioteconomia”, “a biblioteca é um organismo em crescimento”, que
precisa continuamente, buscar a melhoria dos serviços de informação. As bibliotecas
e os bibliotecários podem assumir a narrativa para contribuírem com a formação dos
48

estudantes. Para que essa contribuição de fato aconteça, é necessário que a


biblioteca conheça esse novo perfil de usuário, esse nativo digital, entenda suas
demandas, para que possam assumir seu papel pedagógico. É relevante destacar
que “O fato de serem nativos digitais não o tornam competentes em lidar com a
informação. Ao contrário, muitas vezes, buscam e usam a informação de forma
pouco sistematizada, sem terem critérios de como selecionar informações
confiáveis” (GASQUE, 2012 apud NASCIMENTO; GASQUE,2017, p.207).

A partir dessa discussão, até aqui apresentada, esta pesquisa busca dar voz
ao estudante, democratizar o processo de ensino, entender quais suas percepções
em relação à contribuição da biblioteca para sua formação escolar e com isto, poder
entender como melhor planejar ações adequadas e alinhadas com a missão
institucional de “Implementar processos educativos, públicos e gratuitos de ensino,
pesquisa e extensão, que possibilitem a formação integral mediante o conhecimento
humanístico, científico e tecnológico e que ampliem as possibilidades de inclusão e
desenvolvimento social” (IFSUL, 2008).

Trazendo a voz da pesquisadora, enquanto Bibliotecária Documentalista, julgo


ser fundamental compreender meus usuários, a razão de ser da unidade
informacional a qual estou inserida, para desenvolver e aprimorar minhas práticas
profissionais. Essa é a parcela de contribuição que entendo ser possível oferecer
para que a formação de forma integrada ocorra.

3.3 Biblioteca do IFSul Câmpus Pelotas

A Coordenadoria da Biblioteca (COBIB), do IFSul Câmpus Pelotas, está


subordinada hierarquicamente ao Departamento de Estrutura Funcional de Ensino
(DEEFE). Estando integrada ao Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas do IFSul
(SiBIFSul), seu propósito, é a construção de mecanismos de cooperação entre as
bibliotecas da rede, compartilhando produtos, serviços, padronizando normas e
rotinas comuns. De acordo com o Regimento Interno do Câmpus Pelotas, a COBIB é
responsável por administrar o acesso à informação para a comunidade acadêmica;
implementar e acompanhar os procedimentos administrativos da biblioteca;
preservar a memória da produção intelectual do câmpus; desenvolver ações
49

referentes à manutenção e à melhoria da infraestrutura do acervo e das condições


de acesso e pesquisa no âmbito da biblioteca; e administrar o catálogo dos materiais
bibliográficos do acervo.
O prédio no qual funciona a biblioteca possui dois pavimentos, sendo que no
primeiro, fica o salão de estudo em grupo e individual e no segundo, se localiza o
setor de empréstimo, setor de processamento técnico e acervo. A biblioteca conta
com 721,8 m2 de estrutura física. Seu acervo físico é constituído por mais de trinta
mil exemplares, já seu acervo digital é composto por mais de doze mil títulos. Essa
unidade informacional, de acordo com o sistema de gerenciamento da biblioteca,
realiza uma média de trinta e sete mil empréstimos por ano. Funciona quatorze
horas ininterruptas, das oito às vinte e duas horas, atende estudantes, servidores,
terceirizados e a comunidade externa. A biblioteca oferece, entre outros, os
seguintes serviços: empréstimos, reservas, normalização de trabalhos acadêmicos,
elaboração de ficha catalográfica, renovação, levantamento bibliográfico,
treinamento para usuários e visita orientada.
A partir de 2017, a biblioteca começou a desenvolver projetos de ação cultural,
a “Semana da Biblioteca”, que proporciona atividades de integração com a
comunidade escolar, como apresentações musicais, sessão de cinema, sarau
literário, doações de livros que não se enquadram no perfil do acervo, rodas de
conversas, variadas oficinas e a multa solidária. Essa última foi tão bem aceita pela
comunidade escolar que acabou se transformando em projeto próprio e realizado
anualmente. A multa solidária possibilita que o usuário quite seus débitos junto à
biblioteca em troca de alimentos, os quais são doados a pessoas em vulnerabilidade
social. Segundo Brasil (2010, p. 18 apud VELEDA, 2020, p.31), essas ações
colaboram com a trajetória dos IFs “[...] vinculando o ato educativo com o bem
comum, pois eles possuem um ‘papel social, contribuindo para uma sociedade
menos desigual, mais autônoma e solidária’”
Procurando compreender a contribuição da biblioteca para a formação escolar
na percepção dos estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas; pesquisar o perfil
desses estudantes; investigar suas perspectivas em relação a biblioteca; e propor
um produto educacional que os auxilie em suas pesquisas acadêmicas é que se
pretende estudar esses usuários.
50

3.4 Gestão Democrática e Escolar

Na contemporaneidade, os avanços tecnológicos massivos e os diversos


complexos industriais e empresariais, levaram o homem num primeiro momento ao
individualismo massificador e atomizador; posteriormente, como reação defensiva
frente à alienação expansiva, levou-o a cada vez mais caminhar na direção da
participação coletiva. Nessa direção, o maior erro dos regimes totalitários é achar
que toda a população prefere transferir a terceiros o poder de tomar decisões, de
negar às pessoas o direito de participar. Até existe aqueles que pensam assim,
porém, a maioria prefere a democracia (BORDENAVE, 1983). Ainda segundo o
mesmo autor “[...] democracia é um estado de espírito e um modo de
relacionamento entre as pessoas. Democracia é um estado de
participação.”(BORDENAVE, 1983, p. 8).
O interesse pela participação vem aumentando, tanto por parte daqueles que
desejam a democracia, quanto por parte daqueles que não são tão favoráveis aos
avanços das forças populares, pois a participação é vantajosa para ambos. Podendo
servir para libertação e igualdade de um povo; como também para a manutenção da
alienação deste povo (BORDENAVE, 1983).
Nesse sentido, no Brasil, vem-se observando nas últimas décadas, de acordo
com Paro (2007), uma tendência de democratização da escola pública,
acompanhando a democratização da própria sociedade. Visando a melhoria da
qualidade do ensino, a escola deve seguir à direção de uma educação para a
democracia, favorecendo a condição de sujeito dos estudantes, possibilitando o
direito à participação, se comprometendo com o exercício da cidadania na
construção de uma sociedade melhor. Para Paro (2000, p. 13) a democracia é “[...]
componente incontestável de uma educação de qualidade”.
A gestão democrática na escola, se contrapõe as práticas de gestão escolar
com características centralizadoras, herança de uma cultura de autoritarismo,
enraizada na sociedade brasileira. Defende que a melhoria dos sistemas escolares
está diretamente ligada a ampliação da participação da comunidade na definição e
implementação de políticas educacionais.
Nesta perspectiva, defendemos que a biblioteca da escola também precisa
caminhar na direção de uma gestão mais participativa, possibilitar que o estudante
51

possa expressar seus interesses e necessidades em relação a mesma. Acreditamos


que na escola não haja mais espaço para ser dirigida de cima para baixa, na ótica
de um poder centralizador que dita normas; por isto entendemos que a biblioteca
deve possibilitar que os estudantes possam participar na construção de produtos e
serviços, a final é por eles e para eles que trabalhamos, então dar voz ao estudante
é fundamental, e assim irmos na direção da gestão descentralizadora em busca de
uma educação de qualidade, possibilitando ao estudante maior autonomia. Porém
em relação a autonomia abrimos um parêntese, segundo Paro (2007) é preciso
ponderar que a mesma não deve ser outorgada, mas desenvolvida com a
participação do próprio estudante, ela não surge do nada, exigindo a mediação do
educador.
Diante do exposto, consideramos ser fundamental propiciar o direito à
participação aos estudantes, “[...] a participação não é somente um instrumento para
solução de problemas mas, sobretudo, uma necessidade fundamental do ser
humano [...] a frustação da necessidade de participar constitui uma mutilação do
homem social” (BORDENAVE, 1983, p.16-17).
Por isso, o estudo de usuário é relevante, permite identificar possíveis
melhorias nos serviços e produtos oferecidos pelas unidades informacionais,
possibilitando uma melhor organização e gestão destes espaços, além de garantir
que o usuário se torne parte integrante do processo de gestão, a emancipação dos
sujeitos ocorre numa sociedade participativa. Compreendemos que assuntos que
dizem respeito a todos não podem ser decididos por alguns.

3.5 Estudo de Usuários

Dois acontecimentos impulsionaram o desenvolvimento dos primeiros estudos


de usuários, um deles, foi a criação da Escola de Biblioteconomia da Universidade
de Chicago em 1930 nos Estados Unidos. Nesse período a cidade de Chicago,
experimentava um grande crescimento populacional, devido a imigração em massa
de povos dos mais variados lugares do mundo, o poder público então precisou
socializar e aculturar esses povos, se utilizando das bibliotecas públicas para
cumprir tal desafio. Esses estudos procuraram entender o comportamento dos
grupos sociais que se formavam, eram denominados de “estudos de comunidades”,
52

que pesquisavam o grau de escolaridade, aspectos sociais e demográficos da


população. Esses estudos foram percursores dos estudos de usuários (SOUSA et
al., 2017).
O outro acontecimento, ocorreu após o fim da Segunda Guerra Mundial, onde
diversos países iniciam uma corrida armamentista, e a informação torna-se mais do
que nunca valiosíssima. Então, os estudiosos começam a investigar a forma como
cientistas e técnicos adquiriam e utilizavam as informações. Na Conferência sobre
Informação Científica da Royal Society de Londres, em 1948, apresentam-se
trabalhos que despertam a atenção sobre estudos que identificavam as
necessidades informacionais dos usuários (SOUSA et al., 2017).
Esses dois fatos, foram determinantes, para o desenvolvimento da temática.
O termo “estudo de usuário” somente foi empregado em 1960, anteriormente,
utilizava-se a expressão “levantamento bibliotecário”. Os primeiros trabalhos
direcionados ao estudo de usuários empregaram um modelo chamado de
tradicional, priorizando métodos quantitativos, utilizando-se de questionários, onde
objetivavam pesquisar o perfil do usuário e o grau de satisfação dos mesmos em
relação aos centros de informações, por exemplo (SOUSA et al., 2017).
Oliveira e Firme , conceituam estudo de usuário como:

O estudo do uso da informação, comunidades e grupos visa subsidiar


processos de melhorias, e para isso conta com a colaboração dos seus
usuários. [...] é necessário o estudo contínuo da comunidade nas bibliotecas,
para seu desenvolvimento e funcionalidade e para melhor identificar as
mudanças que ocorram com o passar dos anos. As pesquisas realizadas
sobre os usuários são importantes, pois permitem mensurar a qualidade dos
serviços prestados. Ao saber a opinião e interesse dos usuários, pode-se
identificar as necessidades informacionais, investigar como estão sendo
realizados os serviços e subsidiar futuros planejamentos (OLIVEIRA; FIRME,
2013, p. 80-81).

Trazemos a importância do estudo de usuários, visto que ao coletar dados, é


possível pensar no planejamento e na atuação da biblioteca fazendo com que isso
colabore na identificação do perfil, bem como, compreendermos suas perspectivas
em relação aos produtos das bibliotecas. Tais ações colaboram para que as
unidades elaborem estratégias que contribuam para o planejamento de ações
futuras, atuando em prol da cidadania e emancipação da comunidade na qual estão
inseridas. Esses estudos nos permitem, enquanto bibliotecários, negociarmos junto
53

a instituição a qual pertencemos, melhorias para a biblioteca (CUNHA; AMARAL;


DANTAS, c2014; SOUSA et al., 2017).
O estudo de usuário é um importante canal de comunicação entre a
comunidade escolar e a biblioteca, permite planejar os serviços da biblioteca de
maneira a buscar satisfazer as necessidades informacionais do seu público-alvo.
Em relação ao estudo de usuário em BE, Rezende; Santana e Carvalho
afirmam que:

[...] o estudo de usuário em biblioteca escolar se torna ainda mais relevante


quando se está falando do ensino médio, porque essa etapa se caracteriza
por ser a reta final dos estudos base, ou seja, uma etapa decisória e aberta
a uma continuidade pessoal mais individualizada que, portanto, deve ser
preparatória para uma caminhada focada em valores próprios e construtivos.
Valores esses direcionados para uma vida acadêmica ou mesmo focada no
mercado de trabalho (REZENDE; SANTANTA; CARVALHO, 2021, p. 3).

É indispensável conhecer os usuários para inseri-los no ambiente educacional


e contribuir com seus processos de aprendizagem. O estudo de usuário “[...] é
importante para entender a relação de pessoas e grupos de pessoas e suas formas
de interagir com a informação no ato de se informarem” (CUNHA; AMARAL;
DANTAS, 2015, p. 36). Para Bordenave (1983, p.16) “[...] participamos porque fazer
coisas com os outros é mais eficaz e eficiente que fazê-las sozinhos. ”
Como se observou, a importância da biblioteca no ambiente escolar pode ser
percebida em diversos contextos, no entanto, para que biblioteca planeje de forma
acertada e ofereça produtos e serviços adequados à comunidade escolar onde está
inserida é preciso entender que os usuários também podem nos ensinar, desta
forma, ouvi-los é necessário. E assim, enquanto bibliotecária, pretendo contribuir
com esta pesquisa, para a organização e gestão da unidade informacional a qual
pertenço, este espaço pedagógico que é tão importante ferramenta para
conscientização e superação da divisão de classes, auxiliando assim, para que estes
estudantes possam ser agentes de transformação social.
Sem conhecer as expectativas e as necessidades de nossos usuários,
corremos o risco de oferecermos serviços inadequados, impossibilitando assim que
a biblioteca se torne de fato relevante dentro do contexto escolar. Para Oliveira
(2020) as bibliotecas que não possuem conhecimento sobre seus usuários, acabam
por não saberem o que os desaponta, em relação ao uso e a busca da informação, e
muitos deles não relatam suas frustações e acabam deixando de utilizar as unidades
54

informacionais. As bibliotecas contribuem de forma significativa e relevante quando


trabalham em prol dos usuários.
55

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo, será explicada a metodologia empregada. Se irá descrever os


métodos, técnicas e instrumentos para o desenvolvimento da pesquisa. O objetivo
geral deste estudo foi compreender a contribuição da biblioteca para a formação
escolar na percepção de estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas.

4.1 Caminho da Pesquisa

A escolha do local e público alvo desta pesquisa, os estudantes do EMI do


último ano do IFSul Câmpus Pelotas, deu-se pelo envolvimento da pesquisadora
com a EPT, como servidora da instituição, na perspectiva de interpretar e analisar o
fenômeno, de acordo com Bogdan e Biklen (2010), as ações podem ser melhor
compreendidas quando são observadas no ambiente habitual da ocorrência. Embora
os Institutos Federais ofertem educação em diferentes modalidades de ensino,
destacam-se pela educação integrada, no Câmpus Pelotas, por exemplo, mais de
cinquenta por cento das vagas são reservadas aos estudantes do EMI, no entanto,
os serviços disponibilizados pela biblioteca abrangem principalmente os cursos
superiores, porém esse usuário já está mais familiarizado com o uso e a busca da
informação, nesse sentido, percebemos a necessidade de ter um olhar mais
cuidadoso para com esse público, o fato dos estudantes do último ano já terem tido
um contato mais prolongado com a biblioteca, nos fez pensar que seria interessante
a escolha desse grupo. Em relação ao local para realização desta pesquisa, o
Câmpus Pelotas, é considerado referência no estado em Educação Profissional e
Tecnológica, sendo um dos Câmpus mais antigo do instituto, são 79 anos de
história, nos motivou a investigar essa instituição.
As bases de dados utilizadas para pesquisa bibliográfica foram: a Biblioteca
Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a Base de Dados Referencial de
Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e o Observatório do
PROFEPT, entre os períodos de 2009 até 2021, esse recorte temporal se deu pelo
fato do EM, articulado com biblioteca, ser uma temática pouca estudada, quando
comparada ao ensino infantil ou fundamental. Este fato justifica um estudo mais
aprofundado sobre o referido tema, vindo a somar com as produções científicas já
56

existentes.
Quanto aos métodos, a pesquisa se enquadra como um estudo de caso.
Para Triviños (1987, p. 133), o estudo de caso “é uma categoria cujo objeto é uma
unidade que se analisa profundamente.” No caso desta pesquisa, a unidade foram
os estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas.
As abordagens aplicadas foram a qualitativa e quantitativa. Os dados
obtidos através das abordagens se complementam e geram uma maior riqueza de
informações.
Em relação à pesquisa qualitativa, conforme Minayo; Deslandes e Gomes
(2007, p.21), esse tipo de abordagem “[...] responde a questões muito particulares
[...] trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, dos valores e das atitudes”. Para Garrido e Dias:

[...] não há uma preocupação com os dados numéricos, ou seja, não é a


quantidade que vai determinar os resultados da pesquisa, mas sim, a
análise e reflexão em torno do problema social levantado. [...] trabalha-se o
aprofundamento das relações, os valores sociais e várias outras motivações
designadas pelos fenômenos do estudo (GARRIDO; DIAS, 2018, p.135).

Existe na abordagem qualitativa a subjetividade por parte do pesquisador,


para Ludke e André (2013), quando o pesquisador deixa claro as escolhas
metodológicas feitas, possibilita assim a validade do estudo.
Na pesquisa quantitativa, tudo pode ser quantificável. As opiniões e
informações são traduzidas em números e, posteriormente, classificadas e
analisadas (SILVA; MENEZES, 2001 apud ABE, 2011, p. 27).
Para Gil, as pesquisas quantitativas descrevem as características de
determinada população, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados, (GIL, 1991, apud ABE, 2011, p.27). Segundo Santos Filho e Gamboa:

[...] perante a controvérsia ainda existente sobre as abordagens


quantitativa e qualitativa nas pesquisas em educação, que “parece
fictícia, e mesmo simplista e artificial, a contradição entre pesquisa
quantitativa e pesquisa qualitativa. Na prática da pesquisa, é possível
superar as aparentes contradições epistemológicas, metodológicas e
operacionais entre os paradigmas quantitativos e qualitativos, valendo-
se dos princípios de complexidade, consistência, unidade dos
contrários e triangulação”. Para os autores, é importante buscar uma
articulação e complementação entre os dois métodos, buscando
superar as limitações de cada um deles (SANTOS FILHO; GAMBOA,
2007, apud ABE 2011, p. 27-28).
57

A respeito dos instrumentos da coleta de dados, utilizamos o questionário e a


entrevista. Segundo Zanella (2011, p. 110), o questionário “[...] é um instrumento de
coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas [...] preferenciais
(opinião e avaliação de alguma condição ou circunstância).” Esse instrumento se
trata de um grupo de questões aplicadas aos sujeitos da pesquisa, com o objetivo de
obter informações específicas; possibilitando ao respondente uma maior liberdade
nas respostas, em função do anonimato; além de haver menor risco de distorção,
pela não influência do pesquisador (GIL, 2008, p. 121).
É necessário destacarmos, como já mencionado anteriormente, que
atualmente vivemos uma crise sanitária internacional sem precedentes, a história se
encarregará de relatar o momento em que o mundo parou para enfrentar uma
pandemia. O ano de 2020 será recordado como o ano em que a pandemia da
COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), abalou a sociedade
contemporânea. As relações sociais, econômicas e profissionais se modificaram
para poderem enfrentar a crise. O PROFEPT precisou se reinventar, o IFSul
precisou se reinventar, a educação como um todo também precisou se reinventar, a
maneira de ensinar, aprender e comunicar se modificou.
Dessa forma, optamos por aplicar questionário de forma virtual, por facilitar o
contato com as pessoas, por possibilitar que o sujeito responda no tempo que
melhor lhe convir e também se mostra relevante diante do cenário mundial de uma
Pandemia, em que o contato físico deve ser evitado. O questionário foi realizado
através de um formulário disponibilizado pela plataforma Google, chamado de
Google Forms, e encaminhado aos estudantes via e-mail e contendo perguntas
fechadas e abertas.
Também foi enviado o link do questionário, aos estudantes, via aplicativo de
celular WhatsApp. A escolha da plataforma Google se deu pelo fato, da mesma ser
gratuita e pela praticidade de gerar os questionários e obter as informações já
organizadas, otimizando assim, tempo para que seja feita a análise. Opção de
utilizarmos a ferramenta WhatsApp, se deu objetivando, facilitar o acesso do
estudante ao questionário.
De acordo com Medrado (2018), o aplicativo WhatsApp, é uma alternativa ao
serviço de mensagens curtas com recursos de envio e recebimento de vários tipos
de arquivos de mídia, oferecendo facilidade à comunicação dos usuários.
Gil (2008) conceitua entrevista como uma forma de interação social, é uma
58

técnica relevante na busca pela compreensão do que as pessoas esperam, pensam,


sentem e desejam, sendo considerada uma técnica de excelência na investigação
social.
Optamos pelas duas formas de coleta de dados, pois compreendemos ser
importante possibilitar a participação de todos os estudantes do último ano do EMI,
visando democratizar o processo de ensino, no entanto, acreditamos ser relevante
também ter um contato mais direto com esses estudantes, possibilitar a participação
mais ativa dos sujeitos da pesquisa, para melhor compreendê-los, o que seria
inviável realizar com a totalidade do grupo, uma vez que o tempo para realização da
pesquisa é curto, então, utilizamos uma amostra dos respondentes do questionário
para participarem da entrevista, buscando contemplar a paridade dos gêneros e
garantir a totalidade dos cursos.
Segundo Gil (2008), as pesquisas sociais envolvem um universo tão grande
de elementos que se torna inviável considerá-los em sua totalidade. Por isso, é
frequente trabalhar-se com uma amostra, uma pequena parte dos elementos que
compõem o universo, se esperando que seja representativa dessa população que se
pretende estudar.
Depois de obtermos a aprovação do Comitê de Ética para realização da
pesquisa, em posse dos contatos dos estudantes, obtidos junto ao Departamento de
Registros Acadêmicos, testamos o questionário com alguns sujeitos da pesquisa.
Segundo Bell (2008, p. 128), “O propósito de um exercício-piloto é aparar as arestas
do instrumento, para que os informantes do seu estudo principal não venham a
experimentar dificuldades em completa-lo”. Na primeira semana de julho de 2022,
escolheu-se os participantes de forma aleatória, através de contato prévio com os
formandos que frequentam a biblioteca e que se disponibilizaram a participar da
pesquisa. Foram convidados 5 estudantes, todos responderam o questionário.
Depois desse processo, e feitos os ajustes necessários, então, encaminhamos o
mesmo para a totalidade dos participantes, 98 estudantes, inclusos nessa totalidade
os 5 participantes piloto.
A coleta de dados teve início na segunda semana de julho de 2022. Estipulamos o
prazo de uma semana para que os estudantes pudessem responder o questionário,
após esse período, fechamos o acesso ao mesmo. O instrumento de coleta de
dados conteve 20 questões, sendo 18 fechadas sobre a temática da pesquisa, 1
questão questionando se o estudante teria interesse em participar, posteriormente,
59

de uma entrevista, e 1 aberta, que possibilitou ao participante deixar suas sugestões


em relação a biblioteca. As perguntas foram divididas em dois tópicos, procurando
responder os objetivos propostos no estudo, conforme quadro 6:

Quadro 6 – Instrumento de Pesquisa (Questionário)

Tópicos Questões
PERFIL DO USUÁRIO 1,2,3,4,5 e 6
NECESSIDADE E USO DA INFORMAÇÃO 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17a,
17b,17c, 17d e 18
Fonte: Elaborado pela autora.

Numa totalidade de 98 estudantes, 08 responderam o questionário. Então na


terceira semana de julho de 2022, partimos para uma segunda tentativa de
abordagem aos estudantes via e-mail e WhatsApp, e então, reabrimos o acesso ao
questionário, obtivemos mais 6 participantes na pesquisa. Prosseguimos para uma
terceira tentativa no intuito de atingir um número maior de estudantes, na quarta
semana de julho de 2022, entramos em contato com a chefe do Departamento de
Ensino Técnico de Nível Médio, solicitando o contato dos coordenadores dos cursos
integrados, visando contar com a colaboração dos mesmos no sentido de
intermediarem junto aos professores dos cursos integrados um espaço em suas
aulas para que pudéssemos ter um contato mais direto com nosso público-alvo,
reforçando a importância da pesquisa e da participação dos mesmos. Em posse dos
contatos, foi encaminhado aos coordenadores e-mail convidando-os a colaborarem
com nossa pesquisa. No primeiro momento obtivemos o retorno de 1 coordenador
de curso. Então, mais uma vez conversamos com a chefe do Departamento de
Ensino Técnico de Nível Médio, pedindo sua colaboração em intermediar junto aos
coordenadores dos cursos a autorização para irmos nas salas de aula dialogar com
os estudantes. Após isso, recebemos retornos dos professores cedendo o espaço de
suas aulas para nos receberem. No mês de agosto fomos até as salas de aulas,
numa última tentativa de convite a participação em nossa pesquisa, como retorno,
obtivemos 41 respondentes.
Diante das respostas dos questionários, observamos que haviam lacunas que
precisavam ser preenchidas, e que a entrevista com alguns participantes da
pesquisa nos possibilitaria preenche-las. Num primeiro momento pensamos em fazer
entrevista com grupo focal, no entanto, não foi possível conciliar os dias e horários
60

disponível por todos, então, tivemos que nos adequar a disponibilidade dos
participantes, sendo assim, a entrevista se deu de forma individual. A mesma
ocorreu em agosto, preferencialmente no turno inverso às aulas dos estudantes,
visando facilitar a participação deles.
A entrevista realizou-se dessa maneira: após analisarmos os questionários
determinamos a amostra da mesma, lembrando que no questionário, 1 questão
perguntou se o estudante teria interesse em participar, posteriormente, de uma
entrevista, 9 estudantes responderam terem interesse. Entramos em contato com
esses estudantes por e-mail, WhatsApp e de forma presencial, visando saber se
ainda teriam disponibilidade em realizarem a entrevista. Na minha visita nas salas de
aula, o convite foi feito mais uma vez. Após algumas tentativas,4 estudantes
aceitaram participar. O fato dos formandos estarem na reta final do curso, com
provas e trabalhos para entregarem e envolvidos com questões da formatura, além
de possuírem outras atividades além dos estudos, impossibilitou um maior número
de participantes na entrevista, o que foi relatado pelos próprios estudantes.
Conforme pedido dos participantes, a entrevista ocorreu ou via telefone, ou
presencialmente, ou pela ferramenta Meet, de forma on line, gravada, em dias e
horários escolhidos por cada um dos 4 participantes, mediante a assinatura do
participante do termo de consentimento livre e esclarecido, contendo 7 perguntas e
com duração aproximadamente de 20 min. Nossa intenção foi entrevistar
participantes de diferentes cursos e gêneros, no entanto, após algumas tentativas de
abordagem a esses estudantes, não conseguimos atingir esse objetivo
No Apêndice B deste estudo, apresenta-se o questionário aplicado aos
estudantes e no Apêndice D, o roteiro da entrevista. Os dados obtidos foram
examinados a partir da análise de conteúdo, seguimos as orientações de Bardin
(2011 apud NASCIMENTO, 2019, p.59), a autora orienta que devemos observar três
etapas para a análise: pré-análise, exploração do material e tratamento dos
resultados. Primeiramente, foram selecionados os documentos a serem analisados;
posteriormente, se reuniu os dados oriundos da entrevista e dos questionários e, por
fim, foi feito o tratamento dos resultados.
Em relação a coleta e a análise dos dados, as respostas dos questionários
trouxeram embasamento para responder aos objetivos específicos desse estudo
“pesquisar o perfil dos estudantes” em que buscou ser contemplado pelas questões
1, 2, 3, 4, 5, e 6. O objetivo específico “investigar as perspectivas dos estudantes em
61

relação a biblioteca” foi respondido pelas questões 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17a,


17b,17c, 17d e 18, em que se propôs a saber qual era a necessidade e uso da
informação por parte dos estudantes. Por último, o objetivo específico “propor um
produto educacional”, foi alcançado com a criação de um guia de busca e o uso da
informação, visando contribuir com a formação escolar dos estudantes.
A análise dos dados coletados foi realizada mediante a somatória das
informações obtidas com os questionários e as entrevistas, onde possibilitaram-nos
melhor atender ao objetivo geral desse trabalho “compreender a contribuição da
biblioteca para formação escolar dos estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas.
Por fim, nos ajudou a alcançar nossa meta de colaborar com o aperfeiçoamento da
gestão e da organização dos espaços pedagógicos. A seguir, será apresentada a
análise e discussão dos resultados.
62

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo tem por finalidade a discussão e a análise dos resultados


obtidos por meio da pesquisa realizada entre os meses de julho e agosto de 2022.
Como mencionado anteriormente, nos procedimentos metodológicos, o estudo foi
realizado com os estudantes formandos do EMI do IFSul Câmpus Pelotas e utilizou-
se como instrumento para coleta de dados o questionário e a entrevista individual. A
pesquisa cumpriu com seus objetivos propostos: teve como objetivo geral
compreender a contribuição da biblioteca para a formação escolar na percepção de
estudantes do Ensino Médio Integrado do IFSul - Câmpus Pelotas. Como objetivos
específicos pesquisar o perfil desses estudantes; investigar suas perspectivas em
relação a biblioteca; e propor um produto educacional, o qual constituiu-se em um
guia, com vistas a orientá-los, sobre a busca e o uso da informação.
Para análise de conteúdo, seguimos Bardin (2011), de maneira sintetizada, ou
seja, destacamos que o método adotado, foi empregado como inspiração, não o
seguimos à risca, assim, primeiramente foram selecionados os documentos a serem
analisados (pré-análise); posteriormente, reunimos os dados oriundos dos
questionários e entrevistas (exploração do material) e por fim, foi feita a síntese e
seleção dos resultados (tratamento dos resultados). De acordo com Laville e Dionne:

A análise de conteúdo não é, contudo, um método rígido, no sentido de uma


receita com etapas bem circunscritas que basta transpor em uma ordem
determinada para ver surgirem belas conclusões. Ela constitui, antes, um
conjunto de vias possíveis nem sempre claramente balizadas, para a
revelação — alguns diriam reconstrução — do sentido de um conteúdo.
Assim, pode-se, no máximo, descrever certos momentos dele, fases que, na
prática, virão as vezes entremear-se um pouco, etapas no interior das quais
o pesquisador deve fazer prova de imaginação, de julgamento, de nuança,
de prudência crítica [...] (LAVILLE; DIONNE, 2008, p. 216).

Diante dos dados alcançados com as perguntas fechadas do questionário,


fizemos uma análise quantitativa das respostas e apontamos as sugestões dos
usuários no que diz respeito a pergunta aberta (questão 19). Posteriormente,
realizamos a análise de conteúdo das entrevistas, buscando melhor compreender o
fenômeno estudado. Separamos os documentos que seriam analisados e fizemos
uma pré-análise, em seguida exploramos os materiais, fomos agrupando as
narrativas por semelhança, construindo categorias, nomeando-as e definindo-as, e
63

em seguida fizemos a interpretação dos dados. Na leitura das entrevistas, buscamos


identificar quais os trechos respondiam aos nossos objetivos propostos e que iam ao
encontro a nossa pergunta de pesquisa e assim, surgiram as categorias.
Os resultados foram sintetizados e receberam inferências por meio de
referencial teórico que sustentou nosso estudo, resultando com a elaboração do
produto educacional, um guia, que atendesse parte das necessidades surgidas na
investigação. Apresentamos os principais resultados obtidos com a coleta de dados
realizada através do questionário e da entrevista, conforme figuras 1, 2, e 3 e quadro
7.
64

Figura 1 – Principais Resultados (Questionário: perguntas


fechadas)

PERFIL DO USUÁRIO

Possuem outra ocupação além dos


estudos: (61,8%)

Não apresentam o hábito de


frequentarem a biblioteca: (78,2%)

NECESSIDADE
E
USO DA INFORMAÇÃO

Não costumam retirar livros


emprestados: 90,9%

O que mais motiva os estudantes a


utilizarem a biblioteca é seu espaço
físico: 58,2 % (estudo coletivo);
54,5% (estudo individual) e 43,6%
passar tempo e/ou lazer

A biblioteca é vista pelo estudante


como a última alternativa para
busca da informação: preferem
consultar primeiramente: 56,4%
internet; 23,6% professores; 16,4%
colegas e 3,6% biblioteca

Baixa contribuição da biblioteca


para formação escolar dos
estudantes: 65,5%

Na figura 1 apresentamos os principais resultados obtidos com as questões


fechadas do questionário. No que se refere ao perfil do usuário e a necessidade e
uso da informação.
65

Figura 2 - Principais Resultados (Questionário: pergunta aberta)

SUGESTÕES DOS USUÁRIOS (Questão 19)


Dispor de mais tomadas; Melhorar o isolamento térmico; Mais atendentes para agilizar
o atendimento; Atualização da Biblioteca Virtual; Ter computadores; Livros mais
contemporâneos; Trabalhar o incentivo à leitura; Mais mesas de estudos individuais;
Controlar a questão do silêncio; Ótimo atendimento;
Disponibilizar acentos junto ao acervo.

Na figura 2 trouxemos os principais resultados da questão aberta do


questionário. Os participantes puderam contribuir com suas sugestões em relação
ao serviços e produtos oferecidos pela biblioteca. Os dados dos questionários
apontaram que os estudantes do EMI são jovens trabalhadores, não somente
estudam, mas também trabalham. Não possuem o costume de frequentarem a
biblioteca, nem o hábito de leitura. O que mais motiva o estudante a utilizar a
biblioteca é seu espaço físico. A biblioteca não é considerada a principal fonte de
informação pelos estudantes e consideram baixa a contribuição da mesma para sua
formação escolar.
66

Figura 3 – Principais Resultados (Entrevista)

PERFIL DO USUÁRIO
NECESSIDADE
E
USO DA INFORMAÇÃO

O Google é uma das fontes


mais utilizadas para obterem
informações

Preferem buscar informação


na internet pela comodidade
e pelo imediatismo, possuem
dificuldade em buscar e
selecionar informações
confiáveis

Falta do hábito de leitura

Necessidade de uma
biblioteca mais dinâmica e
criativa

Na figura 3 os principais resultados da entrevista com os estudantes.


Trouxemos dados do perfil e da necessidade e uso da informação. Os participantes
preferem realizar suas pesquisas na internet, pela comodidade e imediatismo,
relataram possuir dificuldade em selecionar informações confiáveis na rede. Foi
possível constatar a falta do hábito de leitura pelos estudantes e que sentem
necessidade de que a biblioteca seja mediadora nesse processo, os mesmos
buscam uma biblioteca dinâmica e atrativa.
67

Quadro 7 – Análise de Conteúdo


E1= Entrevistado 1
Q1E= Questão 1 Entrevista

UNIDADE DE ANÁLISE CATEGORIA DESCRIÇÃO DA CATEGORIA


E1Q7E [...] parece que a biblioteca O que pensam os estudantes Essa categoria de análise
não faz parte do Câmpus, é algo a em relação a contribuição da aborda qual é a contribuição da
parte. Acho que seria interessante a biblioteca para sua formação biblioteca para formação escolar
biblioteca trabalhar em conjunto com escolar. na visão dos estudantes.
os professores para tentar reverter Segundo os estudantes
isso. A biblioteca poderia ser mais pesquisados, a contribuição da
dinâmica e atrativa. biblioteca para sua formação
escolar é baixa, consideram a
biblioteca pouco dinâmica e

E2Q7E [...] por não enxergarem a atrativa, não a veem como algo

biblioteca como algo essencial. A essencial.

biblioteca deveria mudar essa visão Fica evidente que a biblioteca

e se adaptar aos alunos. Se de casa precisa rever seus produtos,

não está vindo a consciência da serviços e a maneira de atuação

importância da biblioteca, então a na formação escolar dos

biblioteca tem que mostrar isso, estudantes. No entanto, é

porque por si só o aluno não vai preciso salientar que existe uma

procurar ela. dificuldade por parte dos


bibliotecários em gerir as
unidades informacionais dos IFs
pela complexidade que
apresentam em relação a sua
tipologia.
Santos (2018, p.37) destaca:
Nos Institutos Federais não há
uma biblioteca destinada ao
ensino médio e ensino técnico, e
outra para o ensino superior e
68

pós-graduação. A biblioteca é
única para diversidade do
público que atende, por tanto,
gerencia-las é um desafio.

E2Q1E [...] o conteúdo dos livros Perfil do usuário que Essa categoria de análise aponta
são muito extensos, na internet é frequenta a biblioteca. o perfil dos estudantes que
mais atrativo as coisas e o professor frequentam a biblioteca.
disponibiliza material para gente. Mostra que o estudante não
possui o hábito de leitura,
prefere utilizar a internet ao invés
E1Q2E [...] hoje em dia temos tudo da biblioteca, por acharem
no Google. O lazer não está nos atrativa, pela comodidade,

livros, ainda mais agora com as imediatismo e pela diversidade

redes sociais. de opções que a mesma


proporciona.

E4Q2E [...] falta de hábito de leitura. Que os estudantes consideram a


biblioteca desinteressante é um

E1Q5E [...] com a pandemia o fato, a questão é, o que a

estudante mudou, não somos mais biblioteca pode fazer para se

os mesmos, nos acostumamos com tornar mais interessante e

a comodidade, imediatismo e a atrativa. Se o ambiente de

diversidade de opções que a internet aprendizagem se transformou, a

traz. Os estudantes não querem biblioteca precisa acompanhar a

correr atrás de nada, querem que as mudança. Conforme expresso

coisas vão até eles. Se em uma das cinco leis da

acostumaram com o virtual, não Biblioteconomia, citadas pelo

gostávamos muito do livro virtual bibliotecário Ranganathan

antes da pandemia, agora já nos (2009), em seu livro “As Cinco

familiarizamos. Hoje tudo que Leis da Biblioteconomia”, “a

demandar nosso tempo, a gente não biblioteca é um organismo em

quer. crescimento”, que precisa


continuamente, buscar a
melhoria dos serviços de
E2Q5E [...] a gente nem lembra que informação. Conhecer o perfil
a resposta pode estar na biblioteca, desse usuário foi primordial para
no livro, a tão acostumados que que se pudesse ter uma direção
estamos a ter repostas mais a seguir.
imediatas na internet. Dá muito Importante destacar que a falta
trabalho procurar no livro a resposta. do hábito de leitura, é uma
69

O livro não está mais introduzido na realidade brasileira, uma das


nossa rotina, ainda mais com a grandes dificuldades que as BE
pandemia acabamos nos adaptando enfrentam é formar jovens
a buscar na internet as coisas, até leitores, no Brasil, dados
pela comodidade das coisas apontam a existência de
estarem ali na nossa frente. É muito aproximadamente 14,2 milhões
imediatismo, a gente quer tudo de pessoas que não sabem ler,
rápido, para ontem, é uma coisa que sendo consideradas analfabetas
vicia. Hoje no tik tok por exemplo, completas ou funcionais
tem muitos falando sobre livros, por (JESUS, 2015, p. 14).
que vou ler se alguém já leu por
mim.

E1Q3E [...] pesquiso na internet


quando preciso de alguma
informação.

E2Q3E [...] o pessoal vai para


conversar, é difícil subirem para
parte onde fica o acervo, falta de
hábito de leitura.

E3Q3E [...] acho no Google o que


preciso.

E2Q4E [...] eu vou no Google direto,


instagran, blog, [...] acho essas
fontes pouco confiáveis, mas não
tenho certeza se são, procuro
sempre observar quantas curtidas e
seguidores tem a pessoa/página
antes de pegar a informação.

Fonte: Elaborado pela autora.


70

Dos 98 estudantes pesquisados, 55 responderam a pesquisa, ou seja,


56,12% da totalidade. A entrevista contou com colaboração de 4 estudantes. Para
essa análise os Entrevistados serão denominados de E1, E2, E3 e E4, e as
questões de entrevista de Q1, Q2, Q3, Q4, Q5, Q6 e Q7 Para a análise e discussão
dos resultados iremos mesclar os dados obtidos através dos questionários com os
das entrevistas, visando uma melhor compreensão por parte do leitor.
Em relação ao perfil dos estudantes 61,8% dos respondentes pertencem ao
gênero feminino, portanto, houve uma menor participação do gênero masculino;
92,7% estão na faixa etária entre 20-24 anos, 1,8% tinha acima de 25 anos e 5,5%
possuem entre 18 e 19 anos; 61,8% possuem uma outra ocupação além dos
estudos, ou estudam e são estagiários, ou estudam e trabalham ou estudam e são
bolsistas; constatamos que o curso que mais participou da pesquisa foi o curso
técnico em edificações e foi o que apresentou uma maior concentração de meninas,
o gênero feminino é o que mais frequenta a biblioteca; 58,2% dos participantes
pertencem ao turno da manhã e 40% ao turno da tarde. De acordo com os dados
obtidos, pode-se analisar que 32,7% dos estudantes raramente vão a biblioteca,
25,5% ocasionalmente vão a biblioteca e 20% nunca foram a biblioteca. Entre os
que raramente, ocasionalmente ou nunca vão a biblioteca, se tem um somatório de
78,2% dos estudantes. Diante desses dados, foi perguntado na entrevista (Q1) qual
seria o possível motivo, em sua opinião, de somente 21,8% dos estudantes
pesquisados utilizarem frequentemente a biblioteca?
Segundo os entrevistados o fato dos professores disponibilizarem o conteúdo
que precisam para a realização de seus trabalhos os desmotivam a irem na
biblioteca. No entanto, acreditamos que os estudantes não deveriam se limitarem a
utilizar somente esses materiais, e sim, procurarem outras fontes de informações
para enriquecerem seus trabalhos e o aprendizado. O estudante não deveria ter a
visão de que a biblioteca só deva ser procurada quando o professor não
disponibiliza material à ele. A biblioteca deve ser a extensão da sala de aula e vista
como um importante suporte de informação, complementando o conhecimento
adquirido em sala de aula, o professor pela influencia que possui entre os
estudantes, pode contribuir para que isso se concretize. De acordo com Nascimento
(2019, p. 44):
Considerando que a maior parte do tempo em que o aluno se encontra na
instituição ele passa na sala de aula e tendo o professor como uma
referência em sua caminhada acadêmica, ter a participação deste nas
71

ações de incentivo ao uso dos produtos e serviços da biblioteca contribuirá,


em muito, para a maior participação dos alunos enquanto usuários e leitores
das bibliotecas. A atuação conjunta de docentes e bibliotecários na
educação dos usuários pode contribuir para a visão positiva que os alunos
formarão da biblioteca, além de ser um recurso motivador para esses
alunos [...].

Os estudantes também trouxeram como resposta a falta do hábito de leitura.


Por se tratar de formandos acreditamos que talvez a escola não esteja tendo êxito
na formação de leitores, é preciso que nós educadores tenhamos um olhar atento a
esse fato que nos parece preocupante, e assim, contribuirmos para a solução desse
problema e consequentemente para melhoria da qualidade da educação. O fato de
mais da metade dos participantes terem outra ocupação além dos estudos nos faz
pensar que não possuem muito tempo livre, e que quando dispõem de tempo, não o
investem em desfrutarem do ambiente da biblioteca e sim utilizam a internet pela
comodidade e atratividade que a mesma oferece, a questão é conjuntural, a
educação desses usuários nos parece uma via possível para resgatarmos o que
pode ter sido negligenciado na vida desses estudantes. De acordo com a pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil (2020), a maioria dos jovens brasileiros preferem
assistir televisão e acessar a internet, respectivamente, no seu tempo livre. Para
Nascimento (2019, p. 64) “[...] não há como dissociar que os hábitos desses jovens
influenciem na sua jornada acadêmica, nos seus interesses pela biblioteca e pelo
ato de pesquisar.” A pesquisa também aponta que são os professores quem tem
maior influência sobre os jovens em relação ao incentivo a leitura, seguido dos pais.
A seguir alguns trechos da fala dos entrevistados:

[...] muitas vezes o professor disponibiliza os artigos dos conteúdos


para gente, não precisando ir na biblioteca (E1).
[...] o conteúdo dos livros são muito extensos, na internet é mais
atrativo as coisas e o professor disponibiliza material para gente (E2).
[...] acho que é algo cultural, se quando você chega na escola não
tiver já o hábito de frequentar a biblioteca, dificilmente isso irá mudar (E3).
[...] falta do hábito de leitura, se a biblioteca fosse até eles talvez
ajudaria (E4).

Em se tratando da necessidade e uso da informação, através do questionário


verificamos que em relação ao empréstimo de livros na biblioteca, que entre aqueles
que raramente, ocasionalmente ou nunca retiram livros, se tem um somatório de
90,9% dos estudantes. (Q2) Quando perguntado ao entrevistado o que você
72

atribui o baixo número de empréstimos de livros na biblioteca entre os


estudantes? Obtivemos a resposta unânime da falta do hábito de leitura. Mais uma
vez a pesquisa nos aponta que é necessário revermos nossa postura enquanto
educadores diante dos dados que aqui se apresentam, talvez uma possível solução
seria a aproximação entre biblioteca, sala de aula, setor pedagógico e gestão.
Abaixo algumas falas dos entrevistados:

[...] a maioria não tem hábito de leitura, hoje em dia temos tudo no
Google. O lazer não está nos livros, ainda mais agora com as redes sociais
(E1).
[...] falta de hábito de leitura (E2, E3 e E4).

Quando perguntado o que mais motiva o estudante a utilizar a biblioteca,


58,2% dos respondentes disseram ser para estudo coletivo, 54,5% para estudo
individual e 43,6% para passar o tempo e/ou lazer. Na entrevista questionamos (Q3)
qual seria o possível motivo dos estudantes utilizarem mais o espaço físico da
biblioteca do que seus produtos e serviços? De acordo com os entrevistados,
consideram a biblioteca aconchegante e relataram sentirem falta de um espaço de
convivência, pela falta de hábito da leitura e pela facilidade das informações na
internet. Embora a unidade informacional conte com aproximadamente 40 mil
exemplares, a maioria dos estudantes não a vê como uma disseminadora de
informação ou como um espaço para leitura e sim um ambiente para realizar seus
trabalhos ou para passar o tempo. A seguir alguns trechos da entrevista:

[...] falta um espaço de convivência, o ambiente é aconchegante,


pesquiso na internet quando preciso de alguma informação (E1).
[...] falta de um espaço de convivência, o pessoal vai para
conversar, é difícil subirem para parte onde fica o acervo, falta de hábito de
leitura (E2).
[...] a parte térrea da biblioteca tem um bom espaço físico, com
mesas grandes, bom para fazer trabalhos, acho no Google o que preciso
(E3).
[...] o ambiente é aconchegante, talvez não utilizam tanto os
produtos e serviços pela falta de hábito de frequentar a biblioteca (E4).

Verificamos que 43,6% dos estudantes utilizam outras fontes de informação


para acessar os conteúdos que necessitam e não a biblioteca. Então na entrevista
perguntamos (Q4) quais fontes os estudantes costumam utilizarem para
73

satisfazer suas necessidades informacionais e se consideram essas fontes


confiáveis? Os entrevistados relataram utilizarem como fonte o Google, materiais
disponibilizados pelo professor e os livros da biblioteca e que a maioria não
consideram todas as fontes confiáveis e que possuem alguma dificuldade em
selecionar e buscar materiais na internet. Observamos que a busca de informação
na internet faz parte da rotina dos estudantes e que o Google é uma das principais
fontes de pesquisa utilizada, acreditamos ser relevante estarmos atentos se de fato
esse estudante faz uso seletivo e crítico dessa ferramenta. Alguns trechos da fala
dos entrevistados:

[...] utilizo o Google, alguns materiais disponibilizados pelos


professores, [...] as vezes tenho dúvida se são confiáveis (E1).
[...] eu vou no Google direto, instagran, blog, [...] acho essas fontes
pouco confiáveis, mas não tenho certeza se são, procuro sempre observar
quantas curtidas e seguidores tem a pessoa/página antes de pegar a
informação (E2).
[...] utilizo Google ou materiais disponibilizados pelo professor, [...]
nem sempre tenho certeza em relação a confiabilidade de alguns materiais
na internet (E3).
[...] além dos livros disponibilizados pela biblioteca, utilizo os
materiais trazidos pelo professor e o Google, [...] considero confiável (E4).

Foi perguntado ao estudante, caso você tenha dúvidas a respeito do assunto


que necessita para desenvolver seu trabalho ou pesquisa acadêmica, o que
geralmente faz? 56,4% disseram acessar a internet; 23,6% relataram procurar o
professor; 16,4% pedem ajuda aos colegas e 3,6% procuram a biblioteca. Diante
desses dados, buscamos compreender junto aos entrevistados (Q5) por que a
biblioteca é vista pelo estudante como a última alternativa, quando se tem
dúvidas a respeito do assunto que se deseja pesquisar? Como resposta nos foi
colocado que o estudante tem preguiça em procurar a informação na biblioteca, pois
em outros meios a informação já vem “pronta” e de forma mais instantânea. O
imediatismo, a baixa seletividade e a comodidade em relação a busca da informação
nos faz questionarmos que tipo de profissionais estamos formando. Algumas falas
dos entrevistados:
[...] acho que o estudante tem preguiça de ir até a biblioteca, de se
locomover, se na internet tem tudo, não é preciso deslocamento para obter
a informação. Existe um preconceito hoje com o livro físico, tipo quando o
colega aparece com um livro se diz, háh está na idade média. Então existe
uma certa vergonha em retirar livro. E a questão do peso, muitos estudantes
utilizam transporte público ou bicicleta. Com a pandemia o estudante
74

mudou, não somos mais os mesmos, nos acostumamos com a comodidade,


imediatismo e a diversidade de opções que a internet traz. Os estudantes
não querem correr atrás de nada, querem que as coisas vão até eles. Se
acostumaram com o virtual, não gostávamos muito do livro virtual antes da
pandemia, agora já nos familiarizamos. Hoje tudo que demandar nosso
tempo, a gente não quer (E1).
[...] a gente nem lembra que a resposta pode estar na biblioteca, no livro, a
tão acostumados que estamos a ter repostas mais imediatas na internet. Dá
muito trabalho procurar no livro a resposta. O livro não está mais introduzido
na nossa rotina, ainda mais com a pandemia acabamos nos adaptando a
buscar na internet as coisas, até pela comodidade das coisas estarem ali na
nossa frente. É muito imediatismo, a gente quer tudo rápido, para ontem, é
uma coisa que vicia. Hoje no tik tok por exemplo tem muitos falando sobre
livros, por que vou ler se alguém já leu por mim (E2).
[...] tudo que for dispender nosso tempo, evitamos. Ir na biblioteca, retirar
livros, procurar o conteúdo, devolver o material, são muitas etapas, na
internet tá ali. (E3).
[...] existe a comodidade e falta de hábito em frequentar a biblioteca
acredito, eu particularmente adoro ir na biblioteca e sempre que preciso
fazer algum trabalho a utilizo como suporte, além de livro de literatura que
gosto de ler (E4).

A pesquisa mostrou que 1,8% dos estudantes solicita ajuda para normalizar
seus trabalhos acadêmicos e nenhum dos alunos utiliza o portal de periódicos da
capes. Foi perguntado aos entrevistados (Q6) por que o auxílio na normalização
de trabalhos é pouco solicitado e por que os estudantes não utilizam o portal
de periódicos da capes? Os entrevistados apontaram que a maioria dos
professores não cobram a normalização de trabalhos e que desconhecem o portal
de periódicos da capes, é importante salientar que não é comum nessa modalidade
de ensino, o uso de periódicos. Pensamos que não basta oferecer um produto ou
serviço e eles não serem utilizados, acreditamos ser relevante educar esse
estudante em relação a existência destes. Alguns trechos da entrevista:

[...] não vejo dificuldade em normalizar meus trabalhos e o maior


motivo para não utilizar o portal é não saber o que é (E1).
[...] não costumamos normalizar os trabalhos, isso quase não é
cobrado pelo professor e em relação ao portal não sei o que é nem para
que serve (E2).
[...] o professor não exige trabalho normalizado, só apenas a fonte.
Não sei o que é o portal de periódicos (E3).
[...] não domino muito normalizar, mas não procuro a biblioteca, pois
não é exigido. Não sei do que trata o portal (E4).
75

Na questão 16 foi perguntado qual é a contribuição da biblioteca para o


sucesso/formação escolar do estudante. A pesquisa apontou que 34,5% não
souberam responder, 65,5% dos estudantes consideraram que o uso dos produtos e
serviços oferecidos pela biblioteca tem baixa influência em relação a melhoria do
bem-estar e de atitudes positivas nos estudos e/ou trabalho; em ganho em
criatividade, empoderamento pessoal e desenvolvimento profissional; em
proporcionar qualidade de vida e mais oportunidades de trabalho e na ajuda na
obtenção de notas altas e/ou na permanência no curso. (Q7) Foi perguntado aos
entrevistados, por que mais da metade dos estudantes pesquisados
consideram que a biblioteca não contribui para sua formação escolar?
Obtivemos as seguintes respostas:

[...] parece que a biblioteca não faz parte do Câmpus, é algo a parte.
Acho que seria interessante a biblioteca trabalhar em conjunto com os
professores para tentar reverter isso. A biblioteca poderia ser mais
dinâmica, atrativa (E1).
[...] por não enxergarem a biblioteca como algo essencial. A
biblioteca deveria mudar essa visão e se adaptar aos alunos. Se de casa
não está vindo a consciência da importância da biblioteca, então a biblioteca
tem que mostrar isso, por que por si só o aluno não vai procurar ela (E2).
[...] acho que contribui, tem materiais ótimos, mas acho que seria
interessante a biblioteca divulgar mais os materiais (E3).
[...] não concordo, acho que a biblioteca contribui com minha
formação, tem materiais muito bons e gratuitos, o que falta é a consciência
por parte de alguns. Como disse é algo cultural (E4).

A biblioteca nem sempre tem um respaldo devido dentro das instituições de


ensino, é indispensável que a mesma não seja negligenciada, que exista uma
cultura dentro da escola que visualize a mesma como uma importante ferramenta
pedagógica a contribuir para formação dos estudantes. A biblioteca não pode ser
vista como algo a parte a instituição, nem pelo estudantes, nem pelos educadores,
tão pouco pela gestão.
É explicito que a biblioteca precisa criar estratégias que possibilitem a
efetividade do seu uso, instruir o usuário quanto ao uso e a busca da informação, foi
uma das possibilidades que encontramos para que isso ocorra, o guia traz dicas aos
estudantes para encontrar informações científicas específicas e pertinentes às
investigações realizadas, uma vez que a pesquisa apontou que a internet é a fonte
mais utilizada pelo estudante para buscar informações e que nem sempre
76

consideram essa fonte confiável. No capítulo a seguir apresentaremos o produto


educacional.
77

6 PRODUTO EDUCACIONAL

O Mestrado Profissional tem como proposta realizar um Produto Educacional,


desafiando o pesquisador a contribuir de forma mais efetiva em termos de retorno
para a sociedade daquilo que produzimos enquanto pesquisadores em programas
de pós-graduação, essa é a oportunidade de unir teoria e prática. De acordo com
Leite:

[...] os mestrados profissionais na Área de Ensino necessitam gerar


produtos educacionais para uso em escolas públicas do país, além de
dissertações e artigos derivados do relato descritivo e analítico dessas
experiências. Tais produtos ou processos precisam ser aplicados em
condições reais de sala de aula ou de espaços não formais ou informais de
ensino e podem assumir as seguintes formas: mídias educacionais;
protótipos educacionais e materiais para atividades experimentais;
propostas de ensino; material textual; materiais interativos; atividades de
extensão e desenvolvimento de aplicativos. O trabalho final do curso deve
incluir um relato fundamentado dessa experiência, do qual o produto
educacional desenvolvido é parte integrante (LEITE, 2018, p. 331).

Os resultados da pesquisa nos ajudaram a conhecer o perfil dos usuários,


culminaram com a elaboração do produto educacional, onde nos foi apontado que os
estudantes cada vez mais vem buscando suprir suas necessidades informacionais
na internet e que nem sempre consideram essas informações confiáveis. Com isso,
visualizamos a necessidade de educar esse usuário na busca e no uso da
informação de maneira simples e prática, pois a pesquisa também nos mostrou que
os estudantes se interessam por produtos/serviços que otimizem seu tempo.
Elaboramos um produto que atendesse parte das necessidades surgidas na
investigação. O material servirá de orientação aos estudantes, para encontrar
informações científicas específicas e pertinentes às investigações realizadas. Se
apresentará em forma de guia, trazendo dicas para orientar a busca e o uso da
informação. Uma das contribuições do produto educacional é favorecer o
desenvolvimento de habilidades informacionais necessárias aos estudantes do EMI.
O material está estruturado da seguinte maneira, inicialmente, conta com uma
breve contextualização sobre o que é fonte de informação, apontando habilidades
mínimas dos estudantes para realização de pesquisa. Em seguida, se traz algumas
sugestões de fontes de informação confiáveis; algumas dicas de como estabelecer
estratégias de busca; aborda a questão do plágio e traz como dica, um programa
78

que realiza de forma automática referências e citações bibliográficas.


Para elaboração e validação do produto educacional nos baseamos de forma
sintetizada nas ideias de Kaplún (2003) no que diz respeito aos seus 3 eixos
temáticos: eixo conceitual (para a elaboração do produto buscamos as
contribuições de autores que abordavam o assunto proposto, nesse eixo também
nos utilizamos das respostas obtidas no questionário e na entrevista da pesquisa,
visando conhecer melhor os sujeitos), eixo pedagógico (procuramos atentar para a
organização do conteúdo, observando se havia coerência do material elaborado ao
grupo ao qual se destina e se trazia contribuições informacionais a esse público) e
eixo comunicacional (organizamos o guia tendo o cuidado com a diagramação e a
linguagem mais adequadas aos sujeitos de nossa pesquisa).
Para validação do produto educacional, convidamos os profissionais
responsáveis pelas bibliotecas da rede IFSul. Essa escolha se deu pelo fato de
lidarem diariamente com estudantes de ensino médio e por terem conhecimento a
respeito do conteúdo do guia, podendo assim, enriquecerem nosso trabalho.
Encaminhamos o guia via Whatsapp, acompanhado de um questionário (Apêndice F)
on line, com perguntas a respeito do material para (os representantes das bibliotecas,
entre eles bibliotecário, auxiliar de biblioteca e assistente administrativo, totalizando
34 profissionais, destes, 19 participaram da validação).
As questões do questionário seguiram as orientações de Kaplún (2003)
abordando seus eixos temáticos. No eixo conceitual, procuramos saber se havia
adequação do conteúdo ao público-alvo, se o mesmo era capaz de proporcionar um
entendimento sobre a busca e o uso da informação Todas as respostas foram
positivas. No Eixo pedagógico buscamos saber sobre a organização dos conteúdos,
se eram capaz de ampliar o conhecimento dos estudantes no que diz respeito a
pesquisa escolar. Todos afirmaram que a organização dos conteúdos contemplava a
ampliação de conhecimento por parte dos estudantes. Por fim, no eixo
comunicacional, procuramos saber se a temática trazida era de fácil compreensão,
obtivemos respostas positivas. Na questão aberta onde possibilitamos aos
participantes deixarem suas contribuições ao produto educacional, obtivemos muitos
elogios, uma ótima aceitação por parte dos profissionais em relação ao produto
educacional.
Esse material servirá de apoio e incentivo às pesquisas dos estudantes, além
de ser uma ferramenta importante para o ensino profissional e tecnológico, uma vez
79

que, o mesmo trará contribuições quanto a maneira de se pesquisar de forma


reflexiva e consciente. No Apêndice E, é apresentado o produto educacional Acesse
ao mesmo através do endereço: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/726197.
No capítulo a seguir traremos as conclusões do estudo.
80

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos da importância da biblioteca enquanto espaço pedagógico, dos


inúmeros benefícios que a mesma pode proporcionar colaborando na formação de
sujeitos críticos e autônomos, gerenciando os conteúdos informacionais presentes
em diferentes fontes e formatos, auxiliando no processo de pesquisa escolar,
democratizando o acesso à informação e sendo uma facilitadora na produção de
conhecimento. Ao mesmo tempo, viabilizando a esses sujeitos a apropriação da
cultura e contribuindo para que possam ser agentes de transformação social.
Essa pesquisa possibilitou “Compreender a contribuição da biblioteca para a
formação escolar de estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas”, explorando
assuntos como biblioteca, ensino médio integrado, institutos federais e educação
profissional e tecnológica. A utilização de dois instrumentos de coleta de dados, um
questionário e uma entrevista, viabilizaram obtermos resultados satisfatórios diante
dos objetivos propostos.
A pesquisa nos ajudou a conhecer o perfil dos usuários bem como a
necessidade na busca e no uso da informação, fato que nos ajudou a nortear a
elaboração de nosso produto educacional, um guia que auxiliará os estudantes nas
suas pesquisas escolares, possibilitando-os autonomia e criticidade na busca pela
informação, o que contribuirá para sua emancipação enquanto sujeito.
Através do estudo do perfil dos usuários e de suas necessidades de
informação, constatamos através da pesquisa que a biblioteca precisa melhorar o
fator contribuição para formação escolar dos estudantes. Esse fato requer atenção
por parte dos bibliotecários, professores, equipe pedagógica e gestão, é necessário
ressaltar que a construção do conhecimento se dá de forma coletiva. Promover a
educação crítica e autônomas dos indivíduos requer educa-los em relação a
importância da leitura. A pesquisa aponta o perfil da cultura institucional que requer
um pouco mais de esforço para a melhoria de concepção de EPT. E necessário que
a equipe da biblioteca pense em estratégias para reverter esse panorama cultural
desfavorável ao uso da biblioteca. Criar ações que incentivem o hábito de leitura.
No que diz respeito ao atendimento aos objetivos específicos da pesquisa
destacamos que foram todos atingidos. O primeiro objetivo “pesquisar o perfil dos
estudantes” e o segundo objetivo “investigar as perspectivas dos estudantes em
relação a biblioteca” foram respondidos com base nas respostas obtidas através dos
81

questionários e da entrevista. E o terceiro objetivo foi contemplado com a elaboração


e validação do produto educacional, um “guia intitulado Busca e o uso da informação:
um guia prático para estudantes do ensino médio”.
Em relação ao primeiro e segundo objetivo específico é possível concluir que
os estudantes cada vez mais vem buscando suprir suas necessidades
informacionais na internet e que nem sempre consideram essas informações
confiáveis e que educar esses usuários é necessário. A pesquisa também nos
mostrou que os estudantes buscam uma biblioteca dinâmica e se interessam por
produtos/serviços que otimizem seu tempo. Referente ao terceiro objetivo
constatamos que a elaboração do guia pode colaborar com as necessidades
informacionais dos estudantes, e que a praticidade e simplicidade do mesmo irá
tornar a busca e o uso da informação mais atrativa e autônoma.
Procurou-se responder a seguinte questão de pesquisa:
Qual é a contribuição da biblioteca para a formação escolar na percepção de
estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas?
Com base nos dados levantados nessa pesquisa, através da voz dos
pesquisados, conclui-se que a contribuição da biblioteca para a formação escolar
dos estudantes precisa ser melhorada. Sendo necessário um papel mais ativo no
contexto escolar vindo da biblioteca e do bibliotecário. Além disso, as bibliotecas
devem ser entendidas dentro das instituições de ensino como órgãos importantes e
que também possuem o papel educativo dentro da escola, para que assim, possam
vir a contribuir com a formação dos estudantes. Existem vários atores dentro das
instituições de ensino que podem colaborar nesse processo, sejam eles
pedagógicos ou administrativos. É preciso uma integração entre os sujeitos
envolvidos nas práticas pedagógicas da escola, de modo a inserir a biblioteca no
currículo escolar.
Algumas posturas precisam ser ajustadas para que nós, educadores,
possamos oferecer a nossos estudantes uma educação libertadora. Trazendo a voz
da pesquisadora e educadora, digo que essa foi a forma que encontrei de contribuir
com uma educação emancipadora, uma vez que entendo a biblioteca como um
espaço pedagógico e que precisa ser democrático, por isso, a necessidade de se
ouvir os estudantes para, assim, melhor ajustar o espaço, fazendo com que ele
colabore para uma formação que caminhe na direção de uma educação omnilateral,
unitária e politécnica.
82

Por intermédio dos resultados dos questionários e da entrevista, observou-se


que o objetivo geral dessa pesquisa “compreender a contribuição da biblioteca para
formação escolar dos estudantes do EMI do IFSul Câmpus Pelotas” foi alcançado.
Com base nas respostas obtivas através dos instrumentos de coleta de dados
esperamos contribuir para a organização e gestão da biblioteca. Consideremos que
esse estudo possa colaborar para futuros trabalhos, no sentido de aprofundar o
conhecimento sobre as bibliotecas dos IFs.
O presente trabalho não esgota o assunto tratado, existem tantas outras
possibilidades a serem exploradas sobre o tema. Ao iniciar a pesquisa, identificamos
poucas produções científicas referentes à articulação ente biblioteca e EMI, assim
como biblioteca e IFs. Recomenda-se intensificar estudos que tratem sobre essa
temática, vindo a incrementar as produções stricto sensu já existentes. A seguir
exporemos o cronograma da pesquisa.
83

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Associados, 2007.

SAVIANI, Dermeval. Sobre a concepção de politecnia. Rio de Janeiro: Fiocruz,


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S. de Figueiras. A avaliação da biblioteca escolar para o desenvolvimento de
competências informacionais: a experiência da biblioteca do Instituto Federal da
Bahia- Campus Camaçari. Bibl. Esc. em Rev., Ribeirão Preto, v.2, n.1, p. 20-40,
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leitura, memórias e conhecimento. Goiânia. 2014. 98 f. Dissertação (Mestrado) –
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Nacional Biblioteca da Escola - PNBE no Campus Paraíso do Tocantins do Instituto
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Ensino Médio Integrado: a biblioteca como espaço de ensino não formal na
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Paulo, Sertãozinho, 2019. Disponível em:
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wTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7904121#. Acesso em: 17 maio
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SOUZA, Maria Aparecida Rodrigues de. A/o bibliotecária(o)-documentalista ante


as novas tecnologias e a flexibilização do trabalho no Instituto Federal de
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Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia,
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http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/1086/1/Maria%20Aparecida%20Ro
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TOMAZELLA, Marlon (org.). Educação, cultura e sociedade. João Pessoa: IFPB,


97

2019. 436 p. (Reflexões na educação, v. 4). ISBN 9788554490232.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a


pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

TUNES PINTO, Elisane Ortiz de; BOHRER, Viviane Vahl. O espaço da biblioteca
escolar: diferentes olhares, muitos desafios. In: JARDIM, Débora Jardim; Miranda,
Angélica C. D.; FIRME, Simone Machado; CONTINI, Anna Paola Hiramatsu (org.).
Biblioteca escolar e pública em evidência. Porto Alegre: Evangraf, 2020. p. 43-54.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma


construção coletiva. Disponível em: https://www.sinprodf.org.br/wp-
content/uploads/2014/01/PPP-segundo-Ilma-Passos.pdf. Acesso em: 12 mar. 2022.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico e gestão democrática:


novos marcos para a educação de qualidade. Rev. Retratos da Escola, Brasília, v.
3, n. 4, p. 163-171, jan./jun. 2009.

VELEDA, Silvia Regina de Lima. Letramento Informacional: possibilidades de


atuação da biblioteca do IFSul Câmpus Pelotas na formação dos estudantes. 2020.
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Tecnológica, Instituto Federal Sul-rio-grandense, Charqueadas, 2020.

VIEIRA, Alboni Marisa Dudeque Pianovski; SOUZA JÚNIOR, Antonio de. A educação
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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. 2. ed. Florianópolis:


UFSC, 2011, 134 p.
98

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Questionário)

Prezado(a) estudante,
Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa de mestrado intitulada
“Biblioteca, é hora de ouvir, para democratizar: contribuição para formação
escolar na percepção de estudantes do Ensino Médio Integrado do IFsul
Câmpus Pelotas”, do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e
Tecnológica (PROFEPT), Polo IFSul.
Meu nome é Glória Acosta Santos, sou pesquisadora e Bibliotecária do IFSul
Câmpus Pelotas. Estou desenvolvendo essa pesquisa em conjunto com meu
orientador Prof. Dr. Manoel José Porto Júnior. Atuo na instituição desde 2011, e de lá
para cá, observando os estudantes que frequentam a biblioteca, me surgiu a
seguinte pergunta: qual estava sendo a contribuição da biblioteca para
formação escolar dos estudantes? Então, pensamos que ouvir os estudantes,
seria uma possibilidade de obter tal resposta. Entendemos que o ato de ouvir será a
grande contribuição pessoal deste trabalho, uma vez que compreendemos que a
educação “é uma estrada de mão dupla”, e que os estudantes também podem nos
ensinar. Numa sociedade democrática acreditamos que possibilitar às pessoas a
participação, é indispensável.
Para decidir sobre a participação neste estudo, você deverá conhecer todos
os procedimentos técnicos que serão realizados, podendo assim, aceitar ou não
participar desta pesquisa. Este processo é conhecido como “Consentimento Livre e
Esclarecido”.
Sua cooperação é voluntária e consiste, em aceitar, em colaborar com o
estudo respondendo um questionário online, a pesquisa será realizada no IFSul
Câmpus Pelotas, com os estudantes do último ano do Ensino Médio Integrado.
Sua colaboração é muito importante, pois com os resultados desse trabalho
poderemos compreender qual a contribuição da biblioteca para formação escolar
dos estudantes.
Sua resposta será enviada automaticamente a mestranda dessa pesquisa, os
sujeitos participantes não serão mencionados. Dessa forma, podemos garantir que
em nenhum momento durante os processos de análise e divulgação dos resultados
os mesmos terão a identidade exposta. O participante poderá retirar seu
99

consentimento em participar dessa pesquisa, a qualquer momento, sem nenhum


constrangimento.
As informações reunidas serão usadas, única e exclusivamente, para fins
desta pesquisa e dos trabalhos científicos que dela poderão se desdobrar. É
assegurada ao participante o acesso a informações e esclarecimentos adicionais
sobre o estudo e suas consequências, enfim, tudo o que se queira saber antes,
durante e depois da participação nesse estudo.
Não haverá nenhum tipo de despesa ou ônus financeiro relacionada com a
sua participação nessa pesquisa. Serão mantidos todos os preceitos ético-legais
durante e após o término da pesquisa, de acordo com a Resolução 466/2012 e
510/2016 do Conselho Nacional de Saúde.
Em caso de dúvidas o participante pode entrar em contato com a Bibliotecária
Glória Acosta Santos, por meio do e-mail: gloria2017as@gmail.com.
Contamos com sua ajuda! Obrigada!
Se você aceitar a participação passará para as questões, que deverão ser
respondidas virtualmente através deste formulário eletrônico.
100

APÊNDICE B – Questionário

Questionário destinado aos estudantes formandos do Ensino


Médio Integrado 2020/2

PERFIL DO USUÁRIO

1. Gênero: ( ) Feminino. ( ) Masculino. ( ) Outro.

2. Faixa etária: ( ) 15-19 anos. ( ) 20-24 anos. ( ) Outro.

3. A qual curso você pertence:

( ) Comunicação Visual.

( ) Edificação.

( ) Eletrônica.

( ) Design de Interiores.

( ) Eletromecânica.

( ) Eletrotécnica.

( ) Química.

4. Turno em que está matriculado(a): ( ) Manhã. ( ) Tarde. ( ) Noite.

5. Atualmente você:

( ) Só estuda. ( ) Estuda e é estagiário(a).


( ) Estuda e é bolsista. ( ) Estuda e trabalha.

6. Numa escala em que 1 é sempre vou, 2 é frequentemente vou, 3 é


ocasionalmente vou, 4 é raramente vou e 5 é nunca vou, como você considera sua
frequência à biblioteca?
( ) 1.
101

( ) 2.
( ) 3.
( ) 4.
( ) 5.

NECESSIDADE E USO DA INFORMAÇÃO

7. Numa escala em que 1 é sempre retiro, 2 é frequentemente retiro, 3 é


ocasionalmente retiro, 4 é raramente retiro e 5 é nunca retiro, em relação ao
empréstimo de livros na biblioteca, em qual opção você se enquadra?
( ) 1.
( ) 2.
( ) 3.
( ) 4.
( ) 5.

8. Caso frequente a biblioteca, o que mais o(a) motiva à utilizá-la? (Pode marcar
mais de uma opção):

( ) Espaço para estudo individual/ler. ( ) Estudar em grupo.


( ) Participar de atividades promovidas pela biblioteca.
( ) Utilizar os computadores. ( ) Empréstimo de materiais.
( ) Pesquisar os materiais informacionais. ( ) Passar o tempo/lazer.
( ) Nenhuma das alternativas.

9. Caso você não utilize a biblioteca, quais seriam os motivos?


( ) Por motivo pessoal, costumo utilizar outras fontes de informação para
acessar os conteúdos que necessito.
( ) A biblioteca atende parcialmente minhas necessidades, falta adequação de
requisitos funcionais: como melhor atendimento ao usuário, horário de atendimento,
etc.
( ) A biblioteca não atende minhas necessidades, falta adequação de
infraestrutura: quantidade de mesas/cadeiras, títulos e/ou exemplares de obras,
computadores etc.
102

( ) Nenhuma das alternativas.

10. Caso tenha dúvidas a respeito do assunto que necessita para desenvolver seu
trabalho ou pesquisa acadêmica, o que geralmente faz?

( ) Procura o professor(a). ( ) Procura a biblioteca.


( ) Conversa com os colegas. ( ) Acessa direto a internet.
( ) Nenhuma das alternativas.

11. Você utiliza algum dos canais abaixo na biblioteca? (Pode marcar mais de uma
opção).

( ) Livros ( ) Dicionários ( ) Atlas ( ) Enciclopédias ( ) Base de dados ( ) Revistas ( )


Monografias, Dissertações e Teses
( ) Outros. ( ) Nenhuma das alternativas.

12. Como é o ambiente da biblioteca que influencia -ou não- sua frequência?
( ) Acolhedor, confortável, silencioso, acessível, disponibilidade de mesas/cadeiras e
de computadores, etc.
( ) Atende parcialmente os requisitos de conforto ambiental, silêncio, acessibilidade,
número de computadores, etc.
( ) Deixa muito a desejar, ex. ambiente barulhento, número reduzido de
mesas/cadeiras, computadores, etc.
( ) Nenhuma das alternativas.

13. Você utiliza alguns desses serviços da biblioteca? (Pode marcar mais de uma
opção):
( ) Biblioteca Virtual.
( ) Sistema Pergamum (empréstimo, renovação, reserva, etc).
( ) Portal de Periódicos, Scielo, Repositórios, etc.
( ) Ajuda para Pesquisas Escolares.
( ) Normalização de Trabalho Escolar.
( ) Outros.
( ) Nenhuma das alternativas.
103

14. Numa escala em que 1 é sempre tenho dificuldade, 2 é frequentemente tenho


dificuldade, 3 é ocasionalmente tenho dificuldade, 4 é raramente tenho dificuldade e
5 é nunca tenho dificuldade, como você considera o uso dos produtos e serviços
(sistema Pergamum, biblioteca virtual, localizar materiais na estante, etc.), da
biblioteca?

( ) 1.
( ) 2.
( ) 3.
( ) 4.
()5

15. Numa escala em que 1 é sempre, 2 é frequentemente, 3 é ocasionalmente, 4 é


raramente e 5 é nunca, ao realizar suas pesquisas escolares, sabe onde buscar
fontes confiáveis para realização de seus trabalhos e sabe normalizar seus trabalhos
escolares de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT?
( ) 1.
( ) 2.
( ) 3.
( ) 4.
()5

16. Qual é a contribuição da coleção da biblioteca para seu sucesso/formação


escolar?
( ) Tem total influência no bom desempenho escolar, atende minhas necessidades de
informação.
( ) Tem influência parcial no desempenho escolar, pois nem sempre encontro as
obras/assuntos que preciso.
( ) Tem pouco influência, pois dificilmente encontro as obras/assuntos que procuro.
( ) Nenhuma das alternativas.

17. Em que sentido o uso dos serviços/produtos da biblioteca influencia sua vida?
17a) Melhora do bem-estar e de atitudes positivas nos estudos e/ou trabalho:
104

( ) Sempre.
( ) Frequentemente.
( ) Ocasionalmente.
( ) Raramente.
( ) Nunca.

17b) Ganho em criatividade, empoderamento pessoal e desenvolvimento


profissional:
( ) Sempre.
( ) Frequentemente.
( ) Ocasionalmente.
( ) Raramente.
( ) Nunca.

17c) Proporciona maior qualidade de vida e mais oportunidades de trabalho:


( ) Sempre.
( ) Frequentemente.
( ) Ocasionalmente.
( ) Raramente.
( ) Nunca.

17d) Ajuda na obtenção de notas altas e/ou na permanência no curso:


( ) Sempre.
( ) Frequentemente.
( ) Ocasionalmente.
( ) Raramente.
( ) Nunca.

18. De acordo com a escala abaixo, avalie os seguintes itens relacionados a


biblioteca:
1- Sempre satisfeito 2- Frequentemente satisfeito 3- Ocasionalmente satisfeito 4-
Raramente satisfeito 5- Nunca satisfeito

Instalações ( )
105

Iluminação ( )
Espaço físico ( )
Temperatura ( )
Atendimento dos funcionários ( )
Organização do acervo ( )
Horário de atendimento ( )
Serviços oferecidos ( )
Atividades culturais ( )
Acesso ao acervo ( )
Introdução de novas tecnologias ( )
Atualização do acervo ( )
Conservação do acervo ( )
Empréstimo das obras ( )
Número de exemplares disponíveis ( )

SUGESTÃO
19. Contribua com sugestões para melhoria da Biblioteca (opcional).
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

PESQUISA DE INTERESSE

20. Você teria interesse em participar, posteriormente, de uma entrevista em grupo


(comigo e mais seis estudantes do Ensino Médio Integrado 2020/2), com o objetivo
de melhor compreender a contribuição da biblioteca para formação escolar dos
estudantes? O encontro ocorrerá no IFSul Câmpus Pelotas, com data e horário a
serem definidos, de acordo com a disponibilidade do participante. O estudante
poderá retirar seu interesse em participar a qualquer momento, sem nenhum
constrangimento.

( ) Tenho interesse.
( ) Não tenho interesse.
106

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Entrevista)

Prezado (a) estudante,


Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa de mestrado intitulada
“Biblioteca, é hora de ouvir, para democratizar: contribuição para formação
escolar na percepção de estudantes do Ensino Médio Integrado do IFsul
Câmpus Pelotas”, do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e
Tecnológica (PROFEPT), Polo IFSul.
Meu nome é Glória Acosta Santos, sou pesquisadora e Bibliotecária do IFSul
Câmpus Pelotas. Estou desenvolvendo essa pesquisa em conjunto com meu
orientador Prof. Dr. Manoel José Porto Júnior. Atuo na instituição desde 2011, e de lá
para cá, observando os estudantes que frequentam a biblioteca, me surgiu a
seguinte pergunta: qual estava sendo a contribuição da biblioteca para
formação escolar dos estudantes? Então, pensamos que ouvir os estudantes,
seria uma possibilidade de obter tal resposta. Entendemos que o ato de ouvir será a
grande contribuição pessoal deste trabalho, uma vez que compreendemos que a
educação “é uma estrada de mão dupla”, e que os estudantes também podem nos
ensinar. Numa sociedade democrática acreditamos que possibilitar às pessoas a
participação, é indispensável.
Para decidir sobre a participação neste estudo, você deverá conhecer todos
os procedimentos técnicos que serão realizados, podendo assim, aceitar ou não
participar desta pesquisa. Este processo é conhecido como “Consentimento Livre e
Esclarecido”.
Sua cooperação é voluntária e consiste, em aceitar, em colaborar com o
estudo participando de uma entrevista que durará em torno de 30 minutos e será
gravada, a pesquisa será realizada no IFSul Câmpus Pelotas, com os estudantes do
último ano do Ensino Médio Integrado.
Sua colaboração é muito importante, pois com os resultados desse trabalho
poderemos compreender qual a contribuição da biblioteca para formação escolar
dos estudantes.
As informações reunidas serão usadas, única e exclusivamente, para fins
desta pesquisa e dos trabalhos científicos que dela poderão se desdobrar. É
assegurada ao participante o acesso a informações e esclarecimentos adicionais
sobre o estudo e suas consequências, enfim, tudo o que se queira saber antes,
107

durante e depois da participação nesse estudo.


Não haverá nenhum tipo de despesa ou ônus financeiro relacionada com a
sua participação nessa pesquisa. Serão mantidos todos os preceitos ético-legais
durante e após o término da pesquisa, de acordo com a Resolução 466/2012 e
510/2016 do Conselho Nacional de Saúde.
Em caso de dúvidas o participante pode entrar em contato com a Bibliotecária
Glória Acosta Santos, por meio do e-mail: gloria2017as@gmail.com.
Contamos com sua ajuda! Obrigada!
Se você aceitar a participação,deverá assinar esse termo de consentimento.

Pelotas, de de 202 .

_______________________________________
Nome e assinatura do participante da pesquisa

_______________________________________
Nome e assinatura da pesquisadora

_______________________________________
Nome e assinatura do orientador
108

APÊNDICE D – Roteiro da Entrevista


Sua resposta ficará em posse da mestranda dessa pesquisa, os sujeitos
participantes não serão mencionados ou identificados. Dessa forma, podemos
garantir que em nenhum momento durante os processos de análise e divulgação
dos resultados os mesmos terão a identidade exposta. O participante poderá retirar
seu consentimento em participar dessa pesquisa, a qualquer momento, sem nenhum
constrangimento.

(Q1) qual seria o possível motivo, em sua opinião, de somente 21,8% dos
estudantes pesquisados utilizarem frequentemente a biblioteca?

(Q2) Quando perguntado ao entrevistado o que você atribui o baixo número de


empréstimos de livros na biblioteca entre os estudantes?

(Q3) qual seria o possível motivo dos estudantes utilizarem mais o espaço físico da
biblioteca do que seus produtos e serviços?

(Q4) quais fontes os estudantes costumam utilizarem para satisfazer suas


necessidades informacionais e se consideram essas fontes confiáveis?

(Q5) por que a biblioteca é vista pelo estudante como a última alternativa, quando se
tem dúvidas a respeito do assunto que se deseja pesquisar?

(Q6) por que o auxílio na normalização de trabalhos é pouco solicitado e por que os
estudantes não utilizam o portal de periódicos da capes?

(Q7) Foi perguntado aos entrevistados, por que mais da metade dos estudantes
pesquisados consideram que a biblioteca não contribui para sua formação escolar?
109

APÊNDICE E - Produto Educacional

Busca e o uso da informação: um guia prático para estudantes do ensino médio.

O material está estruturado da seguinte maneira:

Breve contextualização sobre o que é fonte de informação, apontando


habilidades mínimas dos estudantes para realização de pesquisa;

Traz algumas sugestões de fontes de informação confiáveis;

Dicas de como estabelecer estratégias de busca;

Aborda a questão do plágio e traz como dica, um programa que realiza de forma
automática referências e citações bibliográficas. Acesse ao mesmo através do
endereço: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/726197.
110

APÊNDICE F - Produto Educacional (Questionário)

1.Qual é sua formação?


( ) Bibliotecária(o)
( ) Auxiliar de biblioteca
( ) Assistente administrativo
( ) Outra

2.O guia é relevante para os estudantes do ensino médio?


( ) Sim
( ) Não
( ) Parcialmente

3.As informações apresentadas no guia auxiliam ao estudante no uso e na busca


pela informação e consequentemente para sua formação escolar?
( ) Sim
( ) Não
( ) Parcialmente

4.O guia esta organizado de forma a facilitar o entendimento do assunto sobre o


uso e a busca da informação por estudantes do ensino médio?
( ) Sim
( ) Não
( ) Parcialmente

5.O guia é coerente aos profissionais que atuam em bibliotecas?


( ) Sim
( ) Não
( ) Parcialmente

6.Você considera o guia atrativo?


( ) Sim
( ) Não
( ) Parcialmente
111

7.Sobre a linguagem utilizada no guia, você considera:


( ) De fácil compreensão por estudantes do ensino médio
( ) De difícil compreensão por estudantes do ensino médio

8.Em relação a quantidade de informação apresentada no guia:


( ) Pouco informação
( ) Informação suficiente
( ) Muita informação

9.Gostaria de deixar alguma contribuição para melhorar o guia?

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