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5, Nº 13, 2023
DOI: 10.53660/587.prw2027
ISSN: 1541-1389
RESUMO
A pandemia de COVID-19 potencializou o uso das ferramentas de tecnologia, porém mostrou que o
magistrado é imprescindível no processo de reconstrução da base educacional dos alunos no pós-pandemia.
O debate sobre o tema hibrido reconhece a falta de humanização na percepção e cognição, levando a um
afastamento da realidade palpável em prol de uma interação social mais virtual do que dita real. Os
elementos de apoio, utilizados nestes projetos, foram desde o método socrático até a teoria das múltiplas
inteligências de Gardney, além de fazer uma abordagem pratica do método libertário de Paulo Freire; Tendo
constantemente uma abordagem prática dos elementos que compõem o ensino e aprendizagem dentro dos
moldes do contexto apresentado, que é congruente com a realidade pós-pandemia; Considerando essa
realidade, torna-se imprescindível que o professorando seja cada vez mais consciente do seu papel,
reafirmando sua identidade profissional na prática, utilizando métodos universais consistentes e funcionais,
fundamentados nos dados coletados na experiência de campo e alinhando com o que se espera da Escola
como fomentadora de desenvolvimento social.
Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Educação de Jovens e Adultos - EJA; Metodologia e
Experiência; Covid-19.
ABSTRACT
The COVID-19 pandemic has boosted the use of technology tools, but it has shown that the magistrate is
indispensable in the process of rebuilding the educational base of students in the post-pandemic. The debate
on the hybrid theme recognizes the lack of humanization in perception and cognition, leading to a move
away from palpable reality in favor of a social interaction more virtual than said real. The supporting
elements used in these projects ranged from the Socratic method to Gardney's theory of multiple
intelligences, as well as taking a practical approach to Paulo Freire's libertarian method; Constantly having
a practical approach to the elements that make up teaching and learning within the molds of the context
Keywords: Supervised internship; Youth and Adult Education – EJA; Methodology and Experience;
COVID-19.
INTRODUÇÃO
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BREVE HISTÓRICO DA ESCOLA MIRTES ROSA
A Escola Estadual Professora Mirtes Rosa Mendes de Mendonça Lima
desenvolve todo o trabalho pedagógico conforme as diretrizes estabelecidas na Lei
9.394/96- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN, perpassando pela
Base Nacional Comum Curricular - BNCC, Referêncial Curricular Amazonense-RCA,
como também todas as Resoluções do Conselho Estadual (CEE/AM) que consta na
Proposta Curricular enviada pela Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do
Ensino-SEDUC.
O estágio supervisionado II ocorreu de modo presencial na referida escola
estadual, que fica situada na Rua Mario Andreazza, nº 2541, bairro São Cristóvão,
Itacoatiara-AM, foi criada pelo Decreto 15872 GAGOV de 21 de março de 1994, tendo
como atividade principal o ensino fundamental I inicialmente.
Conforme o Projeto Político Pedagógico da escola, no dia 18 de março de
1994 foi inaugurada com o nome atual, homenageando a ilustre professora Mirtes.
A escola iniciou as atividades pedagógicas, atendendo à necessidade do bairro em
que está inserida, bem como dos bairros adjacentes. Prestou serviços educacionais
por muitos anos apenas para o ensino fundamental I seriado no diurno e EJA
fundamental e médio no noturno. Em 2010, a referida escola teve 02 projetos
aprovados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM.
Destacou – se também no esporte compremiações no JEIS, na modalidade handebol
masculino e feminino. E recebeu a implantação do Projeto Estadual Jovem Cidadão.
Em 2011, teve 01 projeto aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Amazonas – FAPEAM. Também foi contemplada com o Programa Federal de
Educação Integral – Programa Mais Educação. Atualmente a instituição trabalha no
ensino médio e na modalidade EJA.
Na escola Mirtes Rosa os objetivos cumprem importante papel na definição
de ações e propósitos mais amplos que, por sua vez, respondem às expectativas e às
exigências da comunidade escolar. Assim, a mesma se propõe a:
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que todos os sujeitos desenvolvam suas capacidades para a formação plena.
• Educar para a transformação da realidade social, valorizando a vida e a
dignidade, orientada pelo conhecimento e pela ética. Orientar o sujeito
para gestar e construir seu projeto de vida de forma responsável durante o
seu percurso formativo.
• Ensinar com vistas à aprendizagem e aos conhecimentos historicamente
produzidos e socialmente válidos. Além de proporcionar aos estudantes
instrumentos para a aprendizagem de valores e conhecimentos por meio de
estimulação frequente.
Apesar de todos esses objetivos, foi observado nas turmas da Educação de Jovens
e Adultos que os professores precisam muito de uma formação mais abrangente, que
possa trazer mais estratégias metodológicas para o ensino lúdico dos estudantes da EJA,
visto que, muitos ainda utilizam a pedagogia tradicional, com muita decoração e pouca
imersão no conhecimento.
Os alunos da EJA por sua vez que com todas as dificuldades enfrentadas no
cotidiano, como o cansaço e outros problemas familiares, ao chegarem à escola e se
depararem com uma aula monótona, aumenta mais ainda a chance do estudante desistir
da escola. Isso pode ser corrigido com soluções inovadoras de ensino, visando à
motivação dos alunos na escola, cativando dia a dia esse estudante para que o mesmo
continue na jornada do conhecimento e consiga seu diploma. Esse pensamento lúdico e
não de ensino programado vem de encontro com o pensamento de Freire, que o aluno não
é um depósito que precisa ser preenchido pelo professor, mas que ambos podem juntos
aprender e descobrir um mundo de possibilidades da realidade da vida, pois o educador é
somente um mediador no processor de ensino- aprendizagem e que aprende junto com
seu aluno (FREIRE, 2013).
Paulo Freire enfatizou uma pedagogia libertadora, evitando o ensino mecanicista,
em que o aluno não dependa somente do professor, mas que ambos possam construir
juntos os conhecimentos:
O educando precisa assumir-se como tal, mas assumir-se como
educando significa reconhecer-se como sujeito que é capaz de conhecer
o que quer conhecer em relação com o outro sujeito igualmente capaz
de conhecer, o educador e, entre os dois, possibilitando a tarefa de
ambos, o objeto de conhecimento. Ensinar e aprender são assim
momentos de um processo maior – o de conhecer, que implicar
reconhecer. (FREIRE, 2003, p. 47)
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DISCUSSÃO
Verificamos a partir da realidade do impacto do fator social EJA, que a instituição
desempenha de forma estrutural um trabalho voltado ao público referido. Com isso, tem-
se um modus operandi de fazer ensino e aprendizagem no contexto apresentado. A trágica
pandemia de COVID-19 tornou o cenário dos educadores e educandos da modalidade
EJA ainda mais desafiador. Porém com a utilização de algumas ferramentas que já
estavam de certa forma no cotidiano dos alunos fez com que as atividades não fossem
totalmente paralisadas. O tempo em que este artigo está sendo descrito, pode ser
denominado como o tempo do "desmame" dos recursos tecnológicos descritos na tabela
abaixo, pois levando em consideração que há variáveis difíceis de equalizar para a
otimização do ensino e aprendizagem dos educandos, dificuldades familiares, cansaço
advindo das atividades laborais diurnas, remuneradas ou não, maternidade, déficit de
atenção devido falta de alimentação adequada e gestão emocional equilibrada, o que só
torna a função do magistério ainda mais imprescindível, visto que a construção do vínculo
afetivo possibilita maior interação e comprometimento com o desenvolvimento
intelectual e humano dos mesmos.
Segundo a professora Nelly Alleoti Maia (1996) “Toda a educação é
aprendizagem, mas nem toda a aprendizagem é educação”. A assertiva declara que
existem muitas coisas que são aprendidas, as quais podem levar à falta de educação: o
ladrão rouba e o vigarista engana; exemplos de comportamentos aprendidos, mas que ao
invés de integrar, marginalizam as pessoas. Ao contrário, também existem ensinamentos
que contribuem para a interação social, o que se pode afirmar que é educação, pois
favorecem o processo de aperfeiçoamento do homem, para ele possuir atitudes aceitas
pelo grupo e adquirir conhecimentos para agir em benefício dessa sociedade. Agora, nessa
crise sanitária, estamos modificando os conceitos – ou pelo menos as sensações – do que
é a educação: aprendizagens novas, para tempos inesperados.
De acordo com Machado e Matos (2014), o processo ensino aprendizagem com
jovens e adultos pressupõe que o educador tenha humildade de aceitar os conhecimentos
já adquiridos pelos alunos e tolerância para articular os conhecimentos trazidos por eles
com os que pretende transmitir (2014, p. 6). Por isso é de suma importância o amor e
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esforço do mediador em saber transmitir os conhecimentos, afim de que os alunos possam
aprender.
Seguindo nesse mesmo pensamento Ferreira (2008, p. 11) afirma:
[...] em sala de aula, o importante não é depositar conteúdos, mas
despertar uma nova relação com a experiência vivida. Portanto, antes
de qualquer coisa, é preciso conhecer o aluno, reconhecê-lo como
indivíduo no contexto social, com seus problemas, seus medos, suas
necessidades, valorizando seu saber, sua cultura, sua oralidade, seus
desejos, seus sonhos. Possibilitar uma aprendizagem integradora,
abrangente, não compartimentalizada, não fragmentada.
FERRAMENTAS
Em tais momentos, torna-se necessário repensarmos a educação e todos os seus
processos. Paulo Freire escreveu que “O homem está no mundo e com o mundo” (1983,
p. 30). Se o homem estivesse apenas no mundo, não haveria transcendência e não
interferiria na história desse mundo. Não poderia objetivar-se e, por consequência, não
conseguiria distinguir entre um e o outro. Agora as pessoas estão no mundo e com o
mundo. A educação está sendo modificada pela adaptação docente e discente, acerca de
diversos programas, aplicativos, ferramentas que passaram a ser utilizadas na educação.
Os conceitos elementares da matemática, por exemplo, puderam ser transmitidos
de maneira indutiva por meio das ferramentas apresentadas no quadro um (1), porém é
sempre parte do método de aprendizagem da modalidade EJA utilizar-se de elementos
lúdicos, no caso em questão, para ajudar na abstração dos problemas de raciocínio lógico
que corroboram para a conceituação e fixação do Pensamento Computacional nos alunos;
Tendo vista que essa abordagem é tangível e dentro de uma realidade simples que atinge
mais rapidamente o objetivo cognitivo dos alunos.
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Quadro 1 – Ferramentas de auxílio ao docente
You Tube Transmissão de Plataforma de compartilhamento de vídeos e de
aulas e repositório transmissão de conteúdo (ao vivo – “Lives” ou
de vídeos gravados). O docente pode criar o “seu canal” e
ser acompanhado pelos discentes, já acostumados
com a plataforma.
Google Armazenamento de Além de economizar o espaço do equipamento
Drive arquivos nas tecnológico, o Google Drive permite o
nuvens compartilhamento de arquivos pela internet para
os alunos. Por exemplo, após carregar o arquivo
para a “nuvem” da internet, o docente pode criar
um link compartilhável. Até 15 Gb de memória o
Google Drive é gratuito. Excelente ferramenta de
criação de arquivos de recuperação.
Google Videoconferências Aplicativo para fazer videoconferências on-line,
Meet com diversos participantes, até 100 na versão
gratuita, tendo o tempo máximo de 60 minutos por
reunião, nessa versão. Existe uma versão paga,
quando o tempo é livre e a quantidade de
participantes aumenta para 250.
Whatsapp Envio e Aplicativo para fazer envio e recebimento de
Recebimento de mensagens e conteúdo em arquivos até 100 MB,
mensagens apropriado pra alinhamento de atividades diárias
e proporcionmento de acompanhamento
instantâneo ou em tempo real.
Fonte: Elaborado pelos autores.
METODOLOGIA APLICADA
A utilização de jogos educativos possibilitou uma aprendizagem mais facilitada,
como um Background para os novos desafios na jornada do saber que está adiante de cada
estudante. O lado afetivo, ético e até libertário é observado como consequente da
instigação do raciocínio lógico, pois leva o discente ao pensamento crítico e libertário
sobre as questões, seja inicialmente pelo método socrático, a saber, o método que leva o
aluno quanto pesquisador a perguntar ao contexto quais ferramentas podem ser utilizadas
para resolver determinados problemas, até a desconstrução dos paradigmas postulado por
Renê Descarte, ou até mesmo a aceitação e compartilhamento de diferentes modos de se
resolver o problema, totalmente aceitável e plausível fundamentada por Howard Gardner
em sua teoria das Inteligências Múltiplas.
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Figura 1 – Jogo sequência correta sendo utilizados por alunos da EJA
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sistematizado, a cultura erudita, é uma cultura letrada. Daí que a
primeira exigência para o acesso a esse tipo de saber é aprender a ler e
escrever. Além disso, é preciso também aprender a linguagem dos
números, a linguagem da natureza e a linguagem da sociedade. Está aí
o conteúdo fundamental da escola elementar: ler, escrever, contar, os
rudimentos das ciências naturais e das ciências sociais (história e
geografia humanas). (1995, p. 19)
A escola deve proporcionar aos alunos além das habilidades básicas como leitura,
escrita e cálculo, o conhecimento sobre o mundo natural e social, bem como outras
perspectivas que complementem a formação integral dos alunos, incluindo aspectos
emocionais, sociais, artísticos e físicos. Esse debate em torno do currículo escolar deve
continuar evoluindo, sempre buscando uma abordagem mais ampla que atenda as
necessidades e demandas da sociedade contemporânea.
Neste processo de observação, coparticipação e regência na EJA, percebeu-se que
os alunos demonstraram grande interesse nas aulas, nas atividades práticas que envolviam
o trabalho em grupo e a dinamização. Os alunos se divertiram bastante, contaram seus
problemas diários e expuseram suas críticas ao ensino. Ou seja, a liberdade se torna o
centro de sua concepção educativa (Freire, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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educandos se torna uma espécie de ponte para o aprendizado, o que dá sentido ao
conteúdo do PPP da escola.
Antes de serem alunos de uma modalidade relativamente “desprezada”, deve-se
pontuar que se trata de um corpo discente seleto, que busca a consolidação dos
conhecimentos padrões exigidos pelo MEC para que estes tenham as mesmas
oportunidades que as demais modalidades de ensino dispõem. Construindo de forma
plausível as bases para o próximo nível da jornada do ensino e aprendizagem de forma
que o educando venha obter a realização pessoal bem como estar apto paraa liberdade de
poder seguir a carreira acadêmica ou até mesmo se apoderar dos conhecimentos técnicos
para fins de empreendedorismo.
Em meio a um turbilhão de problemas, a educação deverá ser uma
potencializadora da esperança humana, capaz de continuar auxiliando para a modificação
de condutas, sempre para o bem da sociedade, em busca de nos fazermos sujeitos
melhores. Uma crise sanitária é superada, também, por uma maior educação. Os
instrumentos tecnológicos estão aí para nos auxiliar e diminuir as distâncias.
AGRADECIMENTOS E APOIOS
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº
9.394/96. Brasília: 1996. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 27 mai. 2022.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 56ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
MAIA, Nelly Aleotti. Introdução à educação moderna. Rio de Janeiro: CEP, 1996.
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