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DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL

ESPECIALIZADO (AEE) NO MUNICÍPIO DE SOMBRIO-SC: RELATO DE


EXPERIÊNCIA
Vanderleia Benedet Réus1
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e
comunicaçãoUniversidade Federal de Santa Catarina(UFSC)- Araranguá-SC.
E- mail:”leiareus@gmail.com”
Grasiela Caetano da Rosa Schwartzhaupt 2
Secretária de Educação da rede municipal de Sombrio-SC.
E-mail:”educação@sombrio.sc.gov.br”
Jiovana de Oliveira Clarinda 3
Professora da Escola de Educação Básica Professora Nilza Matos Pereira,Sombrio-.
E-mail:”despachante rosa @hotmail.com”SC
Géssica Tiburcio Patricio Martins 4
Professora da Escola de Educação Básica Professora Alda santos deVargas,SombrioSC.
E-mail:gessicapatriciomartins@hotmail.com
Giovani Mendonça Lunardi 5
Prof.Dr.na Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC)-Araranguá-SC. E
mail:”giovniunir@gmail.com
Categoria: Relato de experiência
Eixo temático: 05 Acessibilidade, tecnologia e inovação na sala de aula

Resumo
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem como função atender os alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e ou altas habilidades. Seu objetivo é
eliminar barreiras e contribuir para a escolarização dos alunos matriculados no Ensino regular.
Entretanto, às vezes este serviço é confundido com aulas de reforço e não cumpre sua missão.
Dessa forma, este relato de experiência evidencia os desafios e possibilidades da prática
pedagógica inclusiva realizada nos três núcleos de AEE na rede Municipal de Sombrio-SC em
2018. A metodologia consistiu em estudo bibliográfico sobre a real função do AEE, políticas
públicas que o norteiam e ações como: assessoria semanal das professoras do AEE às 09
escolas municipais, reuniões itinerantes com equipe gestoras, professoras e segundas
professoras, da equipe multidisciplinar para construção dos Planos Individuais de Atendimento
(PDI), oficinas e formação continuada para uso das Tecnologias Assistivas (TA). Foi possível
estabelecer a práxis: agir e refletir sobre o papel do AEE frente à inclusão. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa e aplicada. Resultou na construção dos PDIs, a necessidade de adaptação
curricular e uso das Tecnologias Assistivas presentes no AEE, desconhecidas pelos
educadores. De acordo com as diretrizes de uma educação especial na perspectiva inclusiva o
AEE cumpriu seu papel. As ações promoveram o entusiasmo dos educadores e alunos,
favorecendo a inclusão e devem nortear futuras pesquisas.

Palavras-chave: AEE, Prática Pedagógica e Inclusão.

Abstract

The Specialized Educational Assistance (AEE) is intended to serve students with disabilities,
developmental disorders and / or high skills. Its goal is to eliminate barriers and contribute to the
schooling of students enrolled in regular education. However, sometimes this service is
confused with tutoring and does not fulfill its mission. Thus, this experience report shows the
challenges and possibilities of the inclusive pedagogical practice carried out in the three ESA
centers in the Municipal network of Sombrio-SC in 2018. The methodology consisted of a
bibliographic study about the real function of ESA, public policies that guide it and actions such
as: weekly counseling of the ESA teachers to the 09 municipal schools, traveling meetings with
management staff, teachers and second teachers, the multidisciplinary team for the
construction of Individual Assistance Plans (PDI), workshops and continued training for use of
Assistive Technologies OK). It was possible to establish the praxis: to act and to reflect on the
role of ESA in relation to inclusion. It is a qualitative and applied research. It resulted in the
construction of the IDPs, the need for curricular adaptation and use of the Assistive
Technologies present in the ESA, unknown to the educators. According to the guidelines of a
special education in the inclusive perspective the ESA fulfilled its role. The actions promoted the
enthusiasm of educators and students, favoring inclusion and should guide future research.

Key words: AEE, Pedagogical Practice and Inclusion.

INTRODUÇÃO

A escola para todos é norteada por um paradigma universal com vistas a


sociedade democrática assentada nos direitos humanos, pois como menciona
o Ministério da Educação – Política de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva:

A educação inclusiva constitui um paradigma educacional


fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga
igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em
relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias
históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (BRASIL,
2008, p. 1).

Dessa forma, o desafio atual das escolas brasileiras é buscar


alternativas para que os alunos com deficiência sejam, de fato, incluídos e
permaneçam nas escolas (MONTOAN, 2006).
Com esta preocupação as 09 escolas da rede municipal de Sombrio
contam com um trabalho, pautado de fato, nas premissas inclusivas. Neste
contexto, a Secretaria de Educação do município disponibilizou em 2017
formação continuada para todos os segmentos da comunidade escolar. Em
2018 criou condições para realizar um trabalho colaborativo, pois disponibilizou
03 núcleos de AEE, profissionais da Educação habilitados em Educação
Especial, profissionais da psicologia e psicopedagogia, que atuaram para
organizar os atendimentos, propondo situações de aprendizagem inovadoras,
oportunizando assim o desenvolvimento para os estudantes do AEE.
Cabe salientar que a Sala de Recurso Multifuncional (SRM) não pode
ser confundida como aulas de reforço, pois o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), configura-se “em um serviço da educação especial que
identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).
Nesta perspectiva, a Secretaria de Educação Municipal, sob a gerência
da professora Grasiela Caetano da Rosa Schwartzhaupt, contribui para a
efetivação da educação especial, com vistas a um trabalho afinado com a
educação inclusiva. Para tal incentiva a atualização dos conhecimentos na
área, sendo que a participação em congressos, seminário, oficinas, simpósios
e outras atividades, são frequentemente oferecidas a estes profissionais, o que
evidencia atenção, preocupação e disponibilidade para a inclusão escolar.
Dessa forma, este trabalho objetiva relatar as atividades realizadas em
no AEE em 2018, por meio de estudos teóricos e práticos, frizando a
importância da contrução do PDI (Plano de Desenvolvimento Individual),
adapatção curricular, acessoria e compartilhamento de boas práticas
educacionais.

DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL


ESPECIALIZADO

É inegável os avanços legais e o aumento de forma signficativa do


número de matrículas em escolas públicas, entretanto, também é fato que as
pesquisas revelam que a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem e
o modelo de suporte especializado necessita ser repensado.
Vygotsky (1997), destaca que o desenvolvimento das crianças com
deficiência é semelhante ao desenvolvimento das demais crianças, com
alterações na estrutura que estabelece no curso desse desenvolvimento e deve
ocorrer a partir das relações estabelecidas na interação social, registrando que
o conteúdo do currículo escolar deve estar muito próximo ao conhecimento
prévio do aluno, cabendo ao professor organizar e promover situações de
aprendizagem que possam levar o aluno a aprimorar e se apropriar do
conhecimento historicamente acumulado. “Acolher a diversidade do
alunado‟,concebendo o funcionamento e organização da escola, bem como o
ensino e a aprendizagem, sob novas bases epistemológicas (apud POKER et
al, 2013, p. 18).
Nessa realidade educacional é que o Atendimento Educacional
Especializado (AEE) vem se constituir em um serviço pedagógico
complementar que, segundo as Diretrizes Operacionais da Educação Especial
para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica,
regulamentado pelo do Decreto n.º 6.571, de 18 de setembro de 2008, tem
como público-alvo:
a. Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais,
em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
b. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação ou nas estereotipias motoras. Incluem-se nessa
definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e
transtornos invasivos sem outra especificação.
c. Alunos com altas habilidades ou superdotação: aqueles que
apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as
áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

O AEE na perspectiva da Educação Inclusiva assume um caráter de


suporte e apoio à educação regular, por meio do atendimento à escola, ao
professor da classe regular e ao aluno que frequenta a Sala de Recursos
Multifuncional, ofertando “ensino de conteúdos específicos, estratégias e
utilização de recursos pedagógicos e de tecnologia diferenciados, não
existentes na classe regular, que são fundamentais para garantir a sua
aprendizagem e acesso ao currículo comum” (POKER et al, 2013).

[...] a Comunicação Alternativa, as estratégias cognitivas


diferenciadas etc. Acrescenta-se ainda o ensino sobre o uso de
materiais e recursos pedagógicos adaptados e alternativos que
favorecem a aprendizagem do cálculo, da comunicação, da leitura e
da escrita (POKER et al, 2013).

As SRM não podem atuar com conteúdo homogeneizador; é


fundamental fazer um diagnóstico da situação cognitiva, sensorial,
comportamental, física, motora e escolar de cada aluno atendido, realizando
uma avaliação pedagógica diferencial e, a partir de então, elaborar,
efetivamente, um plano de ensino individualizado, considerando as dificuldades
e valorizando, sobretudo as capacidades e potencialidades do sujeito em
questão (BRASIL, 2008).
É nesse contexto amplo que a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Individual (PDI) foi proposto a todos os alunos do AEE da Rede Municipal de
Sombrio/SC, haja vista que problemas foram detectados nessa direção de
como trabalhar com estes sujeitos no processo inclusivo.

METODOLOGIA

A metodologia consitiu em estudos bibliográficos, exploratórios sobre as


temáticas em questão, participação em seminários, cursos, palestras, oficinas e
a construção do PDI.
O trabalho pedagógico inclusivo requer acessibilidade, equipamento
tecnológico, recursos pedagógicos diversificados.
Adaptação curricular, ao referir-se ao currículo, em seu estudo
„„Currículo e escola como objeto de estudo: panorama sobre a produção
científica da educação especial”, Mendes (2012, p. 162-174), expõe sobre o
que encontrou juntamente com um Grupo de Trabalho (GT):

Quando interrogamos [...] sobre o que é currículo, encontramos um


quadro semelhante ao identificado com relação ao conceito de
escola. Treze trabalhos expressavam preocupações ou citavam o
currículo como um aspecto a ser observado no estudo a que se
propunham, no entanto, ao fazermos a exegese do conceito,
identificamos alguns aspectos que parecem decorrer de
características do próprio campo dos estudos curriculares. Um deles
diz respeito à questão: o que é currículo? Em todos os trabalhos
identificamos diferentes sentidos para o termo, às vezes o currículo
como plano pedagógico, outras vezes como disciplina, outras como
organização do trabalho da escola. Ocorre que atualmente dentro do
próprio campo vivemos uma espécie de “esgarçamento” do conceito:
tudo é currículo. (2002, p.11).

Todas essas questões parecem reverberar no campo de estudos da


Educação Especial: há uma imprecisão no conceito de currículo. No contexto
inclusivo a terminologia “diferenciação” leva à questão da flexibilização do
conteúdo, considerando-se, portanto, que „diferenciar‟ diz respeito à encontrar
estratégias para trabalhar com os alunos que requeiram atendimento especial
(ANDRÉ, 1999).
Diferenciar é, sobretudo, aceitar o desafio de que não existem respostas
prontas, nem soluções únicas; é aceitar as incertezas, a flexibilidade, a
abertura das pedagogias ativas que em grande parte são construídas na ação
cotidiana, em um processo que envolve negociação, revisão constante e
iniciativa de seus atores (ANDRÉ, 1999).
Paraná (2013), alerta que um currículo rígido que não permite mudanças
para o aluno com NEEs não contribui para o trabalho efetivo, devendo-se,
portanto, fundamentar-se no que assegura as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, quando refere-se à necessidade de
“[...] atender ao princípio da flexibilização, para que o acesso ao currículo seja
adequado às condições dos discentes, respeitando seu caminhar próprio e
favorecendo seu progresso escolar.” (BRASIL, 2001, p.33).
Neste amplo cenário inclusivo, o professor é capaz de planejar e
oferecer respostas educativas específicas adequadas e diversificadas, que
proporcionam, para o aluno, formas de superar ou compensar as barreiras de
aprendizagem existentes nos diferentes âmbitos.

O PLANEJAMENTO INCLUSIVO E A PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES


DO AEE DE SOMBRIO-SC EM OFICINAS, SEMINÁRIOS E CONGRESSOS

Fevereiro de 2018

A Secretaria de Educação propôs a atuação de uma coordenação para o


AEE de Sombrio. A psicopedagoga responsável elencou como metas para
2018: a contrução dos PDIs dos estudantes do AEE de forma colaborativa e
visitas semanais nas escolas, para realizar acessoria para a comunidade
escolar.
Dessa forma, todas as semanas os profissionais se reuniram, realizando
reuniões nos AEEs, sendo estas rotativas e interativas, para estudos e
preparação de materiais para acessorar as escolas.
As figuras, 1, 2 e 3 mostram a organização das 03 salas do AEE e a
construção de recursos lúdicos e adaptados.
Figura 1: SRM/AEE E.E.B.M. Profa. Nilzza Matos Pereira.
Fonte: Acervo da Secretaria de Educação de Sombrio (2018).

Figura 2: SRM/AEE E.E.B. M Profa. Alda Santos Vargas.


Fonte: Acervo da Secretaria de Educação de Sombrio (2018).

Figura 3: SRM/AE E.E.B.M Profa, Nair Alves Bratti.


Fonte: Acervo da Secretaria de Educação de Sombrio (2018).
Março de 2018

Foi elencado a necessidade de formação continuada para incentivar e


preparar os professores diante dos desafios da inclusão.
Os professores do AEE de Sombrio participaram do VI Seminário
Estadual e a V Jornada de Atualização em Síndrome de Down, em
Florianópolis no mês de março de 2018. O conteúdo programático contou com
o Método dos dedinhos, como objetivo de auxiliar no desenvolvimento da fala,
linguagem e alfabetização; apresentação artístico cultural, Auto-gestão e
trabalho; formação e trabalho; auto-gestão e trabalho; Formação e trabalho;
encaminhamentos técnicos pedagógicos.
O Método dos Dedinhos foi desenvolvido por Erika Almeida Campos,
uma das palestrantes, que explica o Método dos Dedinhos para
desenvolvimento Sintático e dos Dedinhos Signs para Desenvolvimento
Semântico.
Método dos Dedinhos, o qual tem por objetivo promover o
desenvolvimento e maior uso dos elementos morfossintáticos nas
frases de indivíduos com Síndrome de Down ou com atraso de
linguagem oral através de uma estimulação multissensorial –
visuoauditiva (gestos, fotos e fala). Usado juntamente a figuras, fotos
ou com programas específicos como o Boardmaker e seleciona os
principais elementos morfossintáticos presentes no desenvolvimento
inicial da linguagem oral da criança. Promovendo resultados
significativos (2018, p. 2).

Além dessa importante participação, foi realizada a formação em


comunicação alternativa, tendo em vista que as escolas receberam o software
Boardmaker e os professores manifestaram desejo em realizar o curso para
utilizá-lo.

Abril de 2018

No mês de abril iniciaram as reuniões nas escolas, com a participação


dos profissionais da educação e reunião de pais.
Também no mês de Abril de 2018, houve a participação do AEE de
Sombrio, no II Simpósio Ibero-Americano de Tecnologias Educacionais
realizado de 11ª 13 de Abril de 2018, na cidade de Araranguá.
A tecnologia educacional (TE) é a incorporação de tecnologias da
informação e comunicação (TIC) na educação para apoiar os processos de
ensino e aprendizagem em diferentes contextos de educação formal e não
formal (ANDREAZZI, 2019).

Maio de 2018

A Secretaria de Educação ofereceu transporte para professores que


estavam atuando com alunos com Transtorno Espectro Autista (TEA) , assim
como gestores pedagógicos na cidade de Turvo, dentre os palestrantes,
Marcos Petry.
A cidade de Criciúma, em Maio de 2018, sediou o III Congresso Íbero-
Americano de Humanidades, Ciências e Educação: produção e
democratização do conhecimento na Íbero-América, com a participação da
representante do AEE de Sombrio, Vanderléia Benedet Réus, que fez parte
das apresentações do Congresso.
Na oportunidade, a UNESC2 publicou matéria sobre este importante
congresso:
[...] Deseja-se com esse evento, além de problematizar o tema
tem pauta, a socialização de experiências docentes, tanto da sala
de aula, quanto da pesquisa acadêmica, trabalhos cujos
resultados façam usos de bases ligados à Educação Básica,
materiais didáticos, Parâmetros Curriculares Nacionais, Propostas
Curriculares Estaduais e até m VI Seminário Estadual e a V Jornada
de Atualização em Síndrome de Down, em Florianópolis no mês de
Abril de 2018 (UNESC, 2018, p. 1).

Junho de 2018

Foram realizadas oficinas para auxiliares da Educação Inclusiva. Tais


oficinas ocorreram em outras datas também, de acordo com a solicitação das
escolas.

Julho de 2018

Dentre a participação dos professores do AEE em oficinas, está a


“Oficina para a Construção de Acionadores de Pressão e Mouses Adaptados

2
Universidade do Extremo Sul Catarinense.
de Baixo Custo”, organizado pela Gerência de Capacitação, Articulação e
Extensão – GECAE e parcerias, em São José, em Florianópolis no Núcleo de
Tecnologia Educacional CETEP/FCEE.
O objetivo foi oferecer aos professores do AEE de Santa Catarina,
conhecimento teórico e prático da construção de acionadores de pressão e
mouses adaptados de baixo custo, possibilitando o uso principalmente do
computador dos alunos que necessitem desses recursos.
As Tecnologias Assistivas (TA) fazem parte do cenário inclusivo como
explica Bersch (2017): é um termo novo, utilizado para identificar todo o arsenal
de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente
promover vida independente e inclusão.
Sobre os recursos de acessibilidade ao computador, Bersch (2017, p. 6),
os descreve:
Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para
tornar o computador acessível a pessoas com privações sensoriais
(visuais e auditivas), intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de
entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e
dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis). São
exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados.

Desse modo, os professores do AEE de Sombrio puderam enriquecer


seus conhecimentos para ensinarem seus alunos da SEM.

Agosto de 2018

Realizou-se um estudo sobre TDHA e orientado por uma das psicólogas


no AEE da E.E.B.M. Professora Alda Santos de Vargas. Posteriormente foi
realizado um estudo sobre Deficiência Intelectual orientado pela psicóloga que
atua na Secretaria de Educação.

Setembro de 2018

Em Setembro de 2018, a coordenação e professores do AEE


participaram do II Seminário Regional dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
realizado em Araranguá/SC, na AMESC.
O evento contou com as palestras e posterior debate da temática: “O
Direito da Pessoa com Deficiência segundo a Lei Brasileira de Inclusão (LBI),
tendo como Facilitadora a Dra. Camila Vanzim Pavani, Promotora de Justiça da
Infância e Juventude da Comarca de Sombrio”.
A LBI é um documento muito importante para a pessoa com NEE.

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
visando à sua inclusão social e cidadania.

O professor deve compreender não apenas as características da


deficiência, como também o próprio sujeito, suas expectativas, família e
comunidade, a percepção deste sujeito sobre si mesmo, como explica
Vygostky (1998, p. 105):

A importância de se reconhecer como esta se desenvolve, e não a


deficiência/insuficiência em si mesma e, sim, a reação que se
apresenta na personalidade desta no processo de desenvolvimento
em resposta a sua dificuldade e da qual resulta sua deficiência. Esta
criança não se forma somente pelos seus defeitos, seu organismo se
reorganiza como um todo. A personalidade como um todo, se
equilibra com os processos de desenvolvimento.

“O Sonho de Ler”, um estudo de caso de um aluno com Deficiência


Moderado do Núcleo da E.E.B.M. Professora Nilza Matos Pereira-Sombrio-SC
foi apresentado no II Seminário Regional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, realizado na Amesc, em Araranguá-SC.
Os professores do AEE, ao participarem deste seminário, reforçaram
seu compromisso pela causa inclusiva.
Também em Setembro de 2018, os professores sombrienses do AEE
participaram do curso “Atendimento Educacional Especializado para alunos
com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH”, organizado pela
Gerência de Capacitação, Articulação e Extensão – GECAE e parcerias.
O objetivo do curso foi:

Capacitar professores do AEE da rede estadual de ensino na área de


conceituação e adequação metodológicas, através da compreensão
do funcionamento do TDAH e da atuação no AEE. Contribuindo,
desta forma, com sua atualização e formação continuada na área da
educação especial vinculada a rede regular.

O conteúdo programático contou com Introdução ao TDAH: Conceito,


diagnóstico e intervenção; AEE: Planejamento e avaliação; Adequação
curricular e Oficina.
Sobre os alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
– TDAH- Ribeiro (2013) registra que as dificuldades escola quanto à
aprendizagem, decorrentes do transtorno devem ser discutidas.

Outubro de 2018

Realizaram-se a atualização de todos os documentos dos alunos em


cada AEE, inclusive dos PDIs. O curso realizado na Fundação Catarinense foi
compartilhado com as professoras do Espaço do Saber e Diretora de Ensino da
Secretaria de Educação.
Iniciou-se a pesquisa para a apresentação da Plataforma Virtual
Colaborativa (PAEI) projeto de mestrado da UFSC, que está em andamento
nos três núcleos de AEE de Sombrio-SC.

Novembro de 2018

As professoras do AEE participaram do Seminário Municipal da


Secretaria de Educação para professores do Fundamental I e II, apresentado
um estudo de caso realizado com a utilização do software Boardmaker.

Discussão sobre o Plano de Desenvolvimento Individual – PDI

Após as visitas nas escolas prestando assessoria semanalmente, foi


realizado a construção dos PDIs dos estudantes do AEE, de forma
colaborativa, com professores, gestores, segundos professores, profissionais
da saúde e muitas vezes com a particpação dos pais. Para avalair esta prática
foi realizada uma atividade para discutir sobre as barreiras e possibiliddades
enfrentadas nessa construção coletiva nas escolas.
.A atividade “Conversando sobre o PDI”, teve o objetivo de identificar o
papel do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), para orientar os
professores do AEE e da classe regular quando às necessidades educacionais
especificas dos alunos que frequentam a SRM.
O PDI é amparado na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13146/2015) e
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/1996). Ele visa
orientar o atendimento de alunos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades. Por isso, torna-se uma
ferramenta que contribui para garantir a acessibilidade na escola.

Nesta direção, as instituições de ensino das diferentes esferas (pública


ou particular) precisa se adequar para receber alunos com NEE, sejam estas
transitórias ou permanentes.
A coordenação do AEE de Sombrio, por compreender que o PDI ainda
se constitui em um documento passível de maior conhecimento pelos
profissionais em questão, ou ainda, muitas vezes utilizado somente pela
SEM/AEE, que acontece em contra turno do horário regular na escola, optou-
se por realizar o referido encontro para conhecer como este se procede para
obtenção de resultados esperados.
Algumas perguntas elaboradas pela coordenação dirigidas aos
professores do AEE e da classe regular de cada escola, buscou identificar o
nível de conhecimento destes:

 O que é o PDI para você?


 Como foi a experiência de elaborar o PDI?
 Quais as principais dificuldades encontradas?
 Como foi a participação?
 Pontos negativos e positivos dessa construção.

As questões foram respondidas de forma coerente, demonstrando que o


apoio da Secretaria de Educação e as ações práticas caminham para a
inclusão. Ainda existe um longo caminho a ser trillhado para a compreensão do
papel do PDI, entretanto, os primeiros passos foram dados de forma positiva.
Certamente o apoio da Secretária de Educação, o empenho da coordenação e
dos professores do AEE caminha na direção certa.

Dezembro de 2018

Foi realizada a finalização do ano letivo e a avaliação dos trabalhos


contruídos em 2018 com os profissionais da Secretaria de Educação. Certos de
que a maior conquista foi ousar para realizar o trabalho colaborativo, pois a
inovação e a participação são essenciais para as mudanças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Secretaria de Educação ofereceu em 2017 formações para a


comunidade escolar e em 2018, com vistas no aprimoramento e incentivo à
inclusão, tais formações continuaram e a proposta de elaboração de PDI
colaborativo foi colocada em prática nas unidades escolares.
A coordenação das SRM/AEE nas escolas municipais de Sombrio, por
meio de oferta de cursos, palestras, seminários, congressos e simpósios,
relatos de experiências e atividades internas, proporcionaram o conhecimento
e atualização aos professores, com o objetivo de incentivar o trabalho na
direção de acolher a pessoa com NEE, por meio de ações que legitimem a
proposta de uma educação voltada ao respeito e a diferença.
Nesta direção, o trabalho realizado firma seu compromisso em ensinar e
aprender com alunos com NEE, pois a diversidade, a igualdade e o respeito
pelo ser humano é a missão primeira desta nobre tarefa.

REFERÊNCIAS

ANDREAZZI, Fernanda. Tecnologia Educacional: Como ensinar para as


novas gerações. 2019. Disponível em: https://blog.sae.digital/conteudo
/tecnologia-educacional/. Acesso em: 15 mai. 2019.

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1999.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Tecnologia e educação.


Porto Alegre (RS), 2017.

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pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao
Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008.
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Acesso em: 15 mai. 2019.

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operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional
Especializado – AEE na educação básica.

LEI nº 13.146, de 6 de Julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da


Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.
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MENDES, Geovana Mendonça Lunardi. Currículo e escola como objeto de


estudo: panorama sobre a produção científica na educação especial.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação/Departamento de educação


Especial e Inclusão Educacional. Curso de avaliação Psicoeducacional no
contexto escolar. Curitiba: SEED/DEEIN, 2013.

POKER, Rosimar Bortolini Poker; MARTINS, Sandra Eli Sartoreto de Oliveira;


OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio de; MILANEZ, Simone Ghedini Costa,
GIROTO, Claudia Regina Mosca Giroto. Plano de desenvolvimento
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RIBEIRO, V. M. (2013). O TDAH na família e na sociedade: um estudo sobre


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VYGOTSKY, L. S. Fundamentos da defectologia. Madrid: Visor, 1997. (Obras


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