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INSTITUTO PROMINAS

MARIA APARECIDA RAMOS

NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR

SANTA BÁRBARA - MG

2019
INSTITUTO PROMINAS

MARIA APARECIDA RAMOS

NEUROCIÊNCIA E O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR

Projeto Integrador apresentado ao


INSTITUTO PROMINAS, como requisito
parcial para a obtenção do título de
LICENCIADO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL.

SANTA BÁRBARA - MG

2019
SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO........................................................................4
1.1 ÁREA QUE APLICARÁ O PROJETO.................................................................4
1.2 TÍTULO................................................................................................................4
1.3 NOME DO SEU IDEALIZADOR..........................................................................4

2 SITUAÇÃO GERADORA E JUSTIFICATIVAS..................................................4

3 OBJETIVOS........................................................................................................6
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 6
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................6

4 ABRANGÊNCIA E CONTEXTO.........................................................................6

5 PLANO DE AÇÃO, CRONOGRAMA E DESDOBRAMENTO DAS AÇÕES.....7

6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO..................................................................9

7 RESULTADOS..................................................................................................10

8 CONCLUSÃO................................................................................................... 12

REFERENCIAS.................................................................................................13
1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

1.1 Área que aplicará o Projeto


Educação Especial

1.2 Título do Projeto


Neurociência e o processo de inclusão escolar

1.3 Nome do seu Idealizador


Maria Aparecida Ramos

2 SITUAÇÃO GERADORA E JUSTIFICATIVAS

Todas as pessoas deficientes têm o direito de ter suas necessidades


reconhecidas e atendidas pela sociedade, desfrutar de oportunidades e garantir sua
liberdade de ser diferente. Diante disso, algumas questões orientaram este projeto a
partir das seguintes colocações: “Como a neurociência pode ajudar na ação
pedagógica junto aos estudantes com deficiência?” e “Qual o papel da escola frente
aos alunos atípicos no processo de inserção no ensino regular?”. Este estudo
pretende proporcionar uma análise e reflexão acerca das contribuições da
neurociência na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com deficiência, a
função da escola perante essa demanda, quais são os problemas a serem
enfrentados e os desafios a superar.
O cérebro é responsável por processar uma informação, armazenar e
selecionar o conhecimento, é preciso compreender o seu funcionamento. O
profissional da educação precisa entender que existe uma biologia, uma anatomia
neste cérebro que aprende, portanto, é importante que o professor busque conhecer
um pouco de como o cérebro dos portadores de deficiência funcionam para que
assim ele possa intensificar sua prática pedagógica auxiliando esses alunos. Nesse
sentido, neurociência é definida como:
(...) uma ciência recente que estuda o sistema nervoso central bem como
sua complexidade, através de bases científicas, dialogando também com a
educação, através de uma nova subárea, a neurodidática ou
neuroeducação (SANTOS, 2011).

A noção de inclusão e o seu conceito é um desafio a ser enfrentado pelas


escolas regulares e à educação como um todo. O sistema educacional brasileiro tem
vivenciado um momento de transição no atendimento aos alunos com necessidades
educativas especiais, o entendimento a respeito da inclusão tem aflorado e causado
efeitos no que tange às possibilidades de cada um, além de garantir o direito de
educação para todos.
Dessa forma, inclusão é assim estipulada:

O processo de inclusão/integração de crianças com deficiência no ensino


regular possibilita-lhes interagir espontaneamente em situações
diferenciadas, enquanto adquirem conhecimento e se desenvolvem. Essa
integração, entretanto, não deve ser facilmente resolvida a partir de uma
resolução de cunho legal ou teórica, uma vez que variáveis relacionadas a
processos grupais e reações de preconceito podem influenciá-la, seja
facilitando ou dificultando a integração dessas pessoas com aquelas ditas
"normais" (BATISTA; ENUMO, 2004).

A inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais


vem mobilizando toda a comunidade escolar, remetendo uma inserção total desses
alunos e criando cada vez mais uma ruptura no modelo tradicional de ensino,
mostrando que todos os alunos, independente de portar ou não algum tipo de
deficiência, devem ser incluídos nas salas de aula do ensino regular.
Como este novo modelo exige da escola, em todos os aspectos, uma melhor
organização diante das novas demandas desse público que, de forma simplista,
necessitam e dependem de mais atenção, identificação com os grupos, socialização
e oportunidade para o adequado desenvolvimento da personalidade e da
aprendizagem.
As relações próximas estabelecidas acarretam reações negativas e positivas
e ambas precisam ser expostas e observadas no intuito de tornar ainda mais
acessível às práticas inclusivas e diminuir o preconceito.
Por isso, essas problemáticas e desafios precisam ser enfrentados e
superados para o bom funcionamento escolar e, tanto a neurociência quanto a
educação servem de suporte para facilitar a prática educativa, buscando incluir, sem
segregação, todos os alunos e, assim, respeitando a diversidade.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral


O objetivo deste projeto é apresentar a importância da neurociência na
educação, sua contribuição na prática educacional inclusiva e o dever da escola em
atender e incluir todos os portadores de necessidades educacionais especiais ao
ensino regular.

3.2 Objetivos Específicos


Identificar os processos de inclusão e a preparação da escola para receber
os alunos com deficiência.
Compreender a importância da neurociência como contribuição na prática
pedagógica com enfoque nas interações sociais.
Evidenciar a neurociência como um possível suporte, para esclarecer as
dúvidas existentes na relação entre o desenvolvimento cognitivo e o processo de
interação social.

4 ABRANGÊNCIA E CONTEXTO

O referido projeto fora aplicado na Escola Estadual Rodrigo de Castro Moreira


Pena, localizada na Rua Lírio, nº 65, Residencial Santo Antônio, na cidade de Santa
Bárbara/MG, nos períodos matutino e vespertino na Sala de Recursos AEE
(Atendimento Educacional Especializado), com alunos do Ensino Fundamental e
Médio, totalizando 24 estudantes, com foco principal na garantia de educação para
todos.

5 PLANO DE AÇÃO, CRONOGRAMA E DESDOBRAMENTO DAS AÇÕES

Este projeto foi pensado para ser trabalhado por três meses, justamente
para verificar a identificação da escola e quais seriam os resultados após esse
período.
Primeiramente, fora convocada uma reunião com uma coordenadora para
apresentar o projeto e suas contribuições para a escola, o convite foi aceito e a partir
de então iniciou o seu desenvolvimento.
Houve um trabalho de sensibilização dos docentes e funcionários expondo
os pontos mais importantes sobre a educação inclusiva, pedindo o apoio destes e
quais seriam os benefícios de se implantar este mais novo programa na escola.
Com a aprovação principalmente dos coordenadores, chamou-se cada uma
das famílias para uma conversa individual com o objetivo entender melhor as
dificuldades de cada aluno, suas potencialidades, atributos e expectativas
relacionadas ao projeto. Nem todos os responsáveis compareceram, mas a maior
parte se ofereceu a contribuir da melhor maneira possível.
Logo após essas conversas, convidou-se um profissional da saúde e
educação para palestrar a respeito do assunto. O convidado explicou alguns
conceitos importantes sobre a neurociência e sua utilidade para o meio acadêmico,
deu exemplos, contou o histórico da educação inclusiva no Brasil, os problemas
enfrentados para sua implantação, políticas públicas voltadas para a área e sanou
algumas dúvidas. Uma palestra muito produtiva e com duração de aproximadamente
duas horas e meia.
Num segundo momento, começou-se a organizar e preparar melhor a sala
de recurso, desde a mobiliária até os materiais mais básicos como, tesoura, cola,
papel e etc, a coordenação e secretaria se dispuseram a ajudar e liberar o que era
necessário naquele momento.
Depois de a sala já apresentando um aspecto melhor para atender aos
alunos com necessidades especiais, iniciou-se o planejamento das atividades. Fora
proposto à aproximação entre os alunos do ensino regular e da classe de AEE.
Passou-se de sala em sala explicando a ideia do projeto e possíveis atividades a
serem feitas com eles. A primeira impressão fora excelente, os estudantes regulares
deram suas contribuições durante três semanas e a interação era estabelecida. As
apresentações artísticas foram à grande atração das manhãs e tardes, os alunos
ficaram felizes e alguns protocolos foram quebrados.
Nestes três meses não foi possível ainda iniciar o trabalho das atividades
com os alunos com deficiência somente. Se tratando de um projeto recente à escola,
optou-se por dar um passo de cada vez e respeitar o tempo dos alunos e da escola.
De forma geral, o “feedback” foi positivo e deixou um sabor mais que
especial. A escola demonstrou o desejo de continuar com o projeto e abranger ainda
mais pessoas a ele para que essa interação e aprendizado se perpetuem e tornem a
escola um lugar para todos.

Tabela 1 – Plano de Ação/Desdobramento

Ações Atividade Responsável

Sensibilização Sensibilizar o corpo docente e funcionários sobre a Maria Aparecida Ramos


importância da inclusão escolar

Entrevistas Entrevistar pais e responsáveis de alunos com Maria Aparecida Ramos


necessidades mais específicas, esclarecendo o que
seria trabalhado no projeto e oportunidade de
conhecer melhor as famílias

Organização Organizar a sala de recursos quanto às necessidades Maria Aparecida Ramos


de cada aluno (materiais, recursos pedagógicos,
acessibilidade e carteiras)

Planejamento Planejar as atividades atendendo as necessidades Maria Aparecida Ramos


individuais de cada um

Trabalhar em Participar de forma efetiva com professores de Maria Aparecida Ramos


equipe funcionários à prática da interação dos alunos
especiais, com grandes e pequenos grupos

Fonte: Maria Aparecida Ramos, 2019


Tabela 2 – Cronograma de Atividades

2019

ATIVIDADE

Fevereiro
Janeiro

Março

Abril
Planejamento individual para execução do projeto
a partir de fevereiro/2019 X

Palestra com profissional da educação/saúde sobre


aspectos básicos da neurociência no entendimento da
educação especial e início das entrevistas com as X
famílias para conhecer melhor os alunos e o contexto
familiar no qual estão inseridos

Reuniões com a coordenação para liberação dos


materiais básicos necessários no trimestre como,
revistas e jornais para recorte, materiais reciclados,
massa de modelar, jogos pedagógicos, lápis, tinta, X
cartolinas, papéis, etc. e planejamento de atividades e
estratégias de acompanhamento do aluno como,
pastas, cadernos, portfólios, etc.

Estimular a interação entre os alunos da classe de


AEE com os demais estudantes da escola através de X
visitas as outras salas e apresentações artísticas.
Fonte: Maria Aparecida Ramos, 2019

6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Após a apresentação do projeto e início das atividades propostas, houve um


ótimo engajamento de todos os participantes sendo eles, professores,
coordenadores, alunos do ensino regular e demais funcionários.
Nos três meses, fevereiro, março e abril, a escola experimentou que há
urgência em trabalhar o tema com todos os componentes. Ficou bem explícito que o
processo é longo, demorado e exige colaboração de cada um para que a educação
se torne acessível a todos.
Os professores e coordenadores aprovaram esta nova proposta para a
escola, puderam entender melhor a importância estratégica da educação especial e
seus efeitos dentro e fora do contexto escolar. Por meio de palestras, reuniões,
conversas até mesmo informais começaram a surgir outras idéias e informações
pertinentes ao assunto e mostraram-se interessados a levar este plano adiante.
Outro ponto relevante foi à entrega e dedicação por parte dos alunos
regulares, se prontificaram a interagir com os estudantes especiais através de
teatros, poesias, muita música e brincadeiras, foram receptivos e calorosos,
mostrando que todos são iguais e que merecem o mesmo valor e atenção.
Os demais funcionários como, cozinheiras, serviços gerais e até o porteiro
também foram impactados e movidos por este projeto. Participaram ativamente das
atividades, ajudando como podiam e, com certeza, transformando a vida dessas
crianças.
Foram três meses de muito aprendizado, boa parte da escola se mobilizou
para executar as ações propostas, encorajando um ao outro e entendendo melhor
mesmo que por um curto período de tempo as mudanças que necessitam ser feitas.
Muitos foram impactados positivamente, outros nem tanto, mas a dedicação e
empenho evidenciaram que é possível fazer com que este projeto não fique apenas
no papel, mas que seja o ponto de partida para a mudança na educação.

7 RESULTADOS

7.1 Resultados Esperados


A prática escolar irá exigir muito mais de todos os envolvidos nesse
processo e, é bem verdade, que agitará toda uma estrutura que antes se organizava
muito “certinha” e que agora parece não se encontrar diante das novas demandas
exigidas por este novo público.
A escola passa por muitas transformações, de modo que ela precisa se
adaptar às necessidades dos alunos, ou seja, haverá mudanças, criação de projetos
e estratégias não apenas no âmbito da aprendizagem, mas também a respeito da
interação social, criação de vínculos das crianças ditas “normais” com as “anormais”,
oferecendo um ambiente de qualidade para o bom desempenho de todos.
Considerando o tema deste projeto, a dificuldade de aceitação e interação
num primeiro momento entre crianças típicas e atípicas é pertinente. Por isso, é
preciso perceber que a inclusão escolar tem uma ampliação muito maior em suas
ações que vão para além do atendimento educacional especializado às pessoas
com deficiência.
Rótulos serão criados, o isolamento e o contraste entre grupos podem vir a
acontecer, pois há um processo de identificação para a interação entre colegas. O
diferente causa impacto e, muitas vezes, o olhar de desconfiança e medo se
apodera dos alunos “normais”.
É papel da escola saber lidar com essa situação, desmistificar a ideia de que
pessoas portadoras de alguma deficiência não são capazes de realizar qualquer
tarefa com as habilidades que possuem, quebrar estereótipos traduzidos nos
apelidos, chacotas, ridicularizações e buscar apoio na neurociência como auxiliadora
no entendimento dessa nova demanda. Ajudar os alunos no entendimento de que
existe algo em comum entre todos e isso precisa ser respeitado independentemente
de qualquer situação.

7.2 Resultados Obtidos


Durante todo o processo de estudo, levantamento de dados,
conscientização, mobilização escolar e sugestão de estratégias, chegou-se a
conclusão que o melhor a se fazer num primeiro momento é estipular pequenas
metas, começar com mudanças simples para que se possa avançar gradativamente
rumo à melhoria da educação especial e da escola como um todo.
Alguns membros do corpo docente ouviram as propostas, sugeriram,
perguntaram e se dispuseram a colocar em prática pontos cruciais levantados
durante a construção do projeto.
Trabalhou-se a forma pela qual é abordado este assunto dentro da escola,
as inúmeras maneiras de agir em favor desses novos estudantes e como dar
continuidade ao projeto buscando mais informações e falando mais também sobre
isso, seja através de palestras, reuniões entre professores de educação especial
com o intuito de compartilhar uns com os outros experiências, vivências e
aprendizados oriundos de dentro da sala de aula, cursos extracurriculares para
capacitação e expansão da comunicação por meio de redes sociais.
A consciência e a busca pelo entendimento precisam vir de cada um dos
que compõem a escola, o retorno após a apresentação do projeto, num primeiro
momento, foi muito significativo e produtivo, tanto pela novidade de se abrir espaço
quanto pela novidade do assunto a ser trabalhado.

8 CONCLUSÃO

Diante do exposto, conclui-se que todo o estudo e a trajetória do processo


de inclusão de alunos com deficiência no ensino regular visam o bem comum e
garante a essas crianças/adolescentes a possibilidade de interagir sem restrições ou
rótulos em situações diversas, na medida em que adquirem independência e se
desenvolvem.
Vale ressaltar que o sistema de ensino ainda é muito falho e a inclusão de
estudantes deficientes acaba sendo, em alguns casos, pela força da lei. Porém, não
é impossível conscientizar toda a comunidade escolar a direcionar o olhar à
diversidade de capacidades, saber que educação inclusiva precisa ser encarada
com responsabilidade.
O projeto abriu um espaço que até então não existia, ampliou o contato entre
os alunos a partir de ideias e sugestões e fez com que o processo de interação
começasse a acontecer.
É necessário considerar que a neurociência oferece uma enorme
contribuição de intervenções com práticas educacionais e inclusivas, ajudando os
professores a ampliar seus horizontes e melhorar a prática pedagógica em sala de
aula regular, sendo fundamental no fortalecimento dos vínculos entre alunos com
deficiência e os que não a possuem.
Dessa forma, compreende-se que essa prática ainda tem muito a melhorar e
que o entendimento do funcionamento do cérebro resulta em um ensino com melhor
qualidade. Destaca-se que a relação íntima entre neurociência e educação pode
interferir positivamente no rendimento escolar de todos os alunos e mostra que
todos precisam, devem e podem ser incluídos no cotidiano escolar.
REFERENCIAS

BATISTA, Marcus Welby; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. “Inclusão escolar e


deficiência mental: análise da interação social entre companheiros”. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2004 00010
0012> . Acesso em: 14 mar. 2019.

SANTOS, Denise Russo dos. “Contribuições da neurociência à aprendizagem


escolar na perspectiva da educação inclusiva”. Disponível em:
<http://files.cdirscomunidadespraticas.webnode.com/2000001006b2f46d264/
artigo_deniserusso.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2019.

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