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Conceituação de Trabalho

A origem da palavra “Trabalho” vem dos termos latinos “Tripalium” e


“Trabicula”, estes associados à tortura. Mas, o trabalho deve necessariamente
ser associado ao sofrimento? Neste caso é mais lícito refletir, em uma
perspectiva oposta, como sendo aquela atividade essencialmente humana na
sua relação com a natureza, configurando-se como uma forma originária do ser
social.

Quando se fala em trabalho é necessário levar em consideração alguns


construtos, tais como: motivação para o trabalho, comprometimento no
trabalho, envolvimento no trabalho, aprendizagem no trabalho, socialização no
trabalho, satisfação no trabalho, treinamento, aconselhamento, estresse,
saúde, qualidade de vida e até mesmo o adoecimento no trabalho.

É interessante pensar, dentro da perspectiva desta cartilha, que a conceituação


de trabalho aqui referido é humano e não animal, sendo assim, sofre mediação
direta da cultura. O trabalho também tem uma intencionalidade, ou seja,
assume a dimensão socioeconômica ou do voluntariado, desta forma, o
trabalho pode ter significados distintos entre indivíduos. E, não menos
importante, é importante diferenciar trabalho e emprego, apesar de por vezes
estes dois termos serem tratados como sinônimos. O trabalho é objeto de
múltipla e ambígua atribuição de significados e/ou sentidos, ele está em
constante transformação, principalmente por causa das novas tecnologias e
muitas pessoas não deixariam de trabalhar apenas pelo relacionamento
interpessoal, por estar vinculado a algo, para ter o que fazer, evitar o tédio ou
por ter um objetivo na vida simplesmente. Já o emprego é uma forma de
trabalho econômico e pressupõe remuneração e contrato basicamente.

Levando-se em conta a concepção de trabalho citada acima, é válido distinguir


e apontar fatos no que diz respeito à velhice diante do trabalho antigamente e
nos dias atuais. No passado, mais precisamente na Idade Antiga, os mais
velhos eram vistos como os donos do saber, havia uma relação muito próxima
entre a idade e sabedoria, eram eles capazes de obter um saber sobre as
coisas e que tornasse possível de ser transmitido a outros. Possuíam
conhecimentos de assuntos gerais como da vida ou da natureza, resultados da
vasta experiência que carregavam consigo e que eram repassados aos outros
indivíduos e sentidos como uma sensação de algum bem-estar. Os idosos,
portanto, eram àqueles que detinham a sabedoria em suas mãos, ser mais
velho era algo valoroso e qualificado como ser mais sábio.

Houve um expressivo aumento da população idosa no mundo, sendo a faixa


etária com maior grau de crescimento populacional. No entanto, diferentemente
da Antiguidade, a imagem do idoso atrelada à sabedoria não se conservou, a
velhice hoje já não tem mais esse valor importante. Resultado imposto pela
Revolução Industrial, à capacidade de produção tomou o lugar da sabedoria,
restando ao idoso, portanto, uma zona de exclusão, enquanto que o jovem,
pela sua facilidade em produzir cada vez mais, toma um lugar de maior
valorização no mercado de trabalho. A velhice passa a ser vista então como
um período de improdutividade.

REFERÊNCIAS

PAULA, Marcos Ferreira de. Os idosos do nosso tempo e a impossibilidade da


sabedoria no capitalismo atual. Serv. Soc. Soc.,  São Paulo ,  n. 126, p. 262-
280,  June  2016. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ ar
ttext&pid=S0101-66282016000200262&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 Mai
de 2020.  https://doi.org/10.1590/0101-6628.068.

O Mundo do Trabalho – Livia Borges; Oswaldo Yamamoto” (Livro: ZANELLI,


José Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo;BASTOS, Antonio Virgílio
Bittencourt. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2. ed. Artmed, Porto
Alegre, 2004.)

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