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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Nome

Necessidades educativas especiais no ambiente escolar

Docente

Maio 2023
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Índice

Resumo...........................................................................................3

Introdução.......................................................................................4

Objectivos........................................................................................4

Metodologias.....................................................................................5

A inclusão do aluno com nee: aspectos históricos e conceituais........................6

Um novo olhar no contexto escolar..........................................................8

Deficiência motora e suas causas...........................................................10

Uma escola inclusiva de qualidade.........................................................11

Conclusão.......................................................................................16

Referências bibliográficas....................................................................17
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Resumo

O presente trabalho tem como objectivo analisar as percepções sobre a inclusão


das Necessidades Educativas Especiais (NEE). O processo de inclusão escolar do
aluno com necessidades educacionais especiais, enfatizando o direito a educação
de qualidade, propondo técnicas e métodos aos professores para que os mesmos as
desenvolvam em sua sala de aula. Apesar da existência de dificuldades para inserir
esse estudante no ambiente de ensino, dispomos de escolas públicas e privadas
que intensificam a inclusão desse público, os tratando com respeito e garantindo a
eles um ensino diferenciado de acordo com as necessidades individuais. Os
docentes e a direcção escolar estão cada vez mais empenhados em proporcionar
um melhor ensino, dedicam-se a formação continuada em parceira com a
instituição de ensino e o governo, além de observarem continuamente os avanços
pedagógicos. Dessa forma, o trabalho foi elaborado por meio de uma pesquisa
bibliográfica de cunho qualitativo com o objectivo de pesquisar a inclusão escolar
do aluno educacional especial no ensino fundamental, contribuindo com técnicas e
métodos que auxiliem os professores em suas salas de aula.

Palavras-Chave: Necessidades Educativas Especiais; Inclusão


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Introdução

A inclusão educacional vem se desenvolvendo no mundo inteiro como um


fenómeno social complexo, consequência de lutas das pessoas com necessidades
especiais diversas, seus familiares e de movimentos sociais, pelas transformações
nas atitudes preconceituosas e segregacionistas que foram se estabelecendo ao
longo da história, em relação ao tratamento dado a elas e pela busca de seus
direitos na sociedade.

O ser humano sempre fez parte de uma sociedade bastante diversa.


Vivemos e convivemos diariamente com essas diferenças que podem ser de raça,
crença, saúde, nível social, económico e cultural, nacionalidade, moradia,
personalidade, entre outras. No entanto, apesar de tanta diversidade, estamos
“incluídos” nesta sociedade, baseado nos princípios desigualdade. Com o passar do
tempo, foi se consolidando uma visão padronizada e classificatória de
“normalidade” e de maneira geral, todos os que fugirem desse padrão estão
fatalmente condenados à discriminação e consequentemente à exclusão, que pode
ocorrer de forma bastante dura e clara, mas também muitas vezes de maneira
mais dissimulada, aparentemente discreta, porém não menos incómoda e
preconceituosa disfarçada de pena e comiseração.

Objectivos

Geral

 Compreender as percepções a inclusão das NEE no ambiente escolar.

Específicos

 Descrever os tipos de NEE que os alunos apresentam;


 Explicar as formas de atendimento de alunos com NEE;
 Discutir as modalidades de educação de alunos com NEE.
Metodologias
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Para a elaboração deste trabalho recorremos ao método investigativo, no qual


basear-se na pesquisa de artigos bibliográficos disponibilizados pelos autores na
internet.
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A inclusão do aluno com nee: aspectos históricos e conceituais

É importante enfatizar que, em sua especificidade, a educação especial


tem suas origens em modelos não tradicionais de sistema escolar, fora de estrutura
de escolarização tradicional, e sim com foco no atendimento especializado. Isso
leva a conceber, então, que a educação especial é fruto de uma rede de
formações discursivas utilizadas em direcções diferenciadas (BRASIL, 2008).

O paradigma da inclusão do aluno com NEE refere-se ao entendimento dos


problemas sobre a qualidade na educação. Isso convida à ponderação sobre os
sistemas de ensino com relação à urgência de se chegar a uma nova organização
educacional. Com uma nova leitura de eliminação das barreiras que dificultam e
impedem a participação e a aprendizagem desse aluno é preciso pensar uma nova
política de educação inclusiva. Isso pressupõe um crescimento de acções
estruturadas para satisfazer as especificações e necessidades de cada aluno dentro
do contexto educacional (KAFROUNI ET AL, 2001).

A capacitação dos profissionais da educação, entretanto, não é a única


variável envolvida no processo de inclusão. Creditar a responsabilidade
pelo sucesso do processo de inclusão somente aos profissionais da
educação seria desconsiderar uma série de questões importantes. Além
disso, seria incorrer, de certa forma, no mesmo erro para o qual se
procura alertar. Assim como não se pode atribuir ao aluno
exclusivamente a responsabilidade por suas dificuldades, não se pode
designar exclusivamente à escola a responsabilidade pelos obstáculos que
vem encontrando. É preciso admitir que a escola e seus membros, frente
à nova situação apresentada pela LDB, também têm suas “necessidades
educativas especiais”, pois as escolas precisam “aprender” a lidar com
uma nova demanda (KAFROUNI, ET AL, 2001, p.6,7).

O princípio da acessibilidade está presente dentro do padrão que orienta a


construção de uma escolarização abrangente, indicando a sua dimensão que se
opõe à visão tradicional. A existência de sistemas paralelos da educação tem um
peculiar efeito na formação do aluno: a educação de forma integral tem chegado,
aos poucos, nos ambientes escolares tornando-os mais acessíveis e menos
discriminatórios, para garantir os direitos de cidadania. Isso lança luz sobre a
diversidade humana e sobre o desafio da acessibilidade colocada no contexto de
cada escola brasileira. A eficiência da acessibilidade vai depender da capacidade
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da escola de anular preconceitos, exigindo alteração do foco relacionado às


diferenças: uma nova adequação das estruturas físicas e humanas permitindo um
movimento de qualidade de acordo com os critérios de acessibilidade. A entrada
das novas tecnologias, códigos e linguagem digital permitem formas de
comunicação diferenciada; e conduz as alterações das práticas pedagógicas que
promovam a interacção do aluno com as novas tecnologias de informação e
comunicação, resultando em consolidação do conhecimento (BRASIL, 2006).

Dutra ET AL (2006) traz informações sobre as novas realidades e novos paradigmas


que emergem na sociedade humana, nos dias de hoje. Essa conjunção é uma
possibilidade ainda bastante nova e pouco investigada, principalmente porque
ainda são muito recentes os acelerados avanços das Tecnologias de Informação e
Comunicação, assim como os estudos dos novos ambientes de aprendizagem
possíveis através do uso de adaptações e Tecnologias Assistidas. São consideradas
Tecnologias Assistidas, portanto, desde artefactos simples, como uma colher
adaptada ou um lápis com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão,
até sofisticados programas especiais de computador que visam à acessibilidade.

As novas tecnologias nos informam nestes dias, que está sendo deixada uma marca
a respeito da comunicação. Elas estão se tornando progressivamente, instrumentos
vitais da nossa cultura e sua utilização tornam-se cada vez mais comum. Isto
sugere que a inclusão também se move dentro do mundo cibernético. Nesses casos,
as tecnologias, o personal computer  (computador pessoal), tabletes, telefones
celulares e outros dispositivos conectados à internet podem ajudar no trabalho
com o aluno com NEE. As novas ferramentas de trabalho e a cultura na sua
utilização tornam-se cada vez mais sensíveis a realidade do aluno e sugerem novos
patamares de interacção do aluno com NEE com mundo. A comunicação e a
linguagem nos processos de ensino e de aprendizagem são fundamentais e essas
ferramentas tecnológicas podem facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento de
alunos com NEE. A temática da educação especial não é nova, desde o período
imperial já se pensava e discutia sobre o assunto, e sempre existiram protagonistas
que procuraram fazer com que essa educação fosse desenvolvida.

Ao lidar com a contínua expansão das novas tecnologias é preciso promover a


inclusão desses alunos nos processos tecnológicos, em especial, do aluno portador
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da dislexia. Essa mudança de postura é importante para fortalecer o entendimento


das metas propostas para incluir integralmente o aluno. Isso garante a contribuição
do professor no grupo de professores que articulam pela melhoria da educação do
aluno com NEE. É importante a determinação dos relacionamentos professor e
aluno e a escola, pois todos esses atores fazem com que a inclusão aconteça de
forma equilibrada e eficiente. O empenho em se analisar a complexidade de
estudos efetuados sobre a dislexia exige muita precisão para definição das diversas
práticas de ensino e de técnicas a serem utilizadas com o aluno com NEE. A prática
cotidiana mostra que o acompanhamento desses alunos deve passar por
intervenções que irão gerar as modificações do sistema de ensino que atende o
aluno com Necessidades Educacionais Especiais (ROCHA et al, 2009).

É necessário que os profissionais da educação inovem, busquem novas práticas


educativas, saiam da visão tradicional da docência e possam valorizar as diferenças
entre as pessoas e suas particularidades, e com isso buscar novas práticas
educativas que venham promover o aluno (DA CUNHA, 1989).

Dentre a diversidade de fatores que influenciam no surgimento desses


transtornos é fundamental a participação da escola, pois os alunos que os
apresentam necessitam de orientação específica e adequada para se
desenvolverem e se adaptarem às exigências acadêmicas, desde quando
a educação de qualidade é um direito garantido pela lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional8 para todos, o que significa que é função da
escola identificar qual a necessidade específica do aluno. Os educadores
precisam estar preparados para lidar com a inclusão, além de estarem
conscientes da diversidade que os alunos apresentam e da importância de
uma constante reflexão sobre educação inclusiva, em todos os aspectos.
(ROCHA et al , 2009, p.1)

Um novo olhar no contexto escolar

De acordo com Sassaki (2003), o termo “necessidades educacionais especiais” foi


adoptado pelo Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica –
Resolução nº 2, de 11 de Setembro de 2001 –, com base no Parecer CNE/CEB nº
17/2001, homologado pelo MEC em 15 de agosto de 2001, pois até esta data a
educação especial era tradicionalmente destinada apenas ao atendimento de
alunos que apresentavam deficiências (mental/intelectual, visual, auditiva,
física/motora e múltiplas); condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos, bem como de alunos que apresentam altas
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habilidades/superlotação. As Directrizes Nacionais para a Educação Especial na


Educação Básica, dentre outros, determinam que:

Art.5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que,


durante o processo educacional, apresentarem:

I - Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de


desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das actividades curriculares,
compreendidas em dois grupos:

a) Aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;

b) Aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;

II - Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos,


demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;

III - Altas habilidades/superlotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve


a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes.

Art. 6º Para identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos e a


tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar,
com assessoriamente técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e
aprendizagem, contando, para tal, com:

I – A experiência de seu corpo docente, seus directores, coordenadores,


orientadores e supervisores educacionais;

II – O sector responsável pela educação especial do respectivo sistema;

III – A colaboração da família e a cooperação dos serviços de saúde, Assistência


Social, Trabalho, justiça e Espore, bem como do Ministério Público, quando
necessário. (BRASIL, 2001, p.49) Frente a essa nova realidade da escola, é
necessário buscar subsídios que determinam as características daquilo que se
entende por “necessidades educacionais especiais” no contexto escolar.

As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas uma


das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Não se pode
desconsiderar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como
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um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus
alunos. É preciso que o professor atente para as diferentes formas de
ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter
consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através
das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos
vínculos, mais fortes e positivos. (SILVA, 2006, p.2)

Nesse contexto educacional, um dos grandes desafios do professor traduz-se


em ajudar a tornar a informação significativa, a escolher informações
verdadeiramente importantes entre as tantas possibilidades, compreendê-las de
forma cada vez mais abrangente e profunda e torná-las parte do referencial. Para
afirmar a questão das necessidades educativas especiais, observa-se que:

A expressão necessidades educativas especiais, inclui os alunos que


apresentam dificuldades na aquisição das aprendizagens, devido a
problemas de maturidade, a sua procedência de ambientes com privações
socioculturais ou como consequência de intervenções metodológicas
inadequadas da própria escola. De outro modo, as necessidades
educativas especiais equivalem a dificuldades de aprendizagem em
sentido amplo. (GONZÁLEZ, 2002, p.113)

Em linhas gerais, pode-se conceituar alunos com necessidades educacionais


especiais como aqueles que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem
ou limitações no processo de desenvolvimento, decorrentes de circunstâncias que
podem ser de ordem biológica, psicológica, social e cultural, exigindo uma atenção
mais específica e maiores recursos sociais e educacionais, a fim de desenvolverem
suas potencialidades.

De acordo com a Declaração de Salamanca (1994), alunos com


necessidades educacionais especiais seriam aquelas crianças ou pessoas: Que
apresentam deficiências; Que apresentam condutas típicas; Superdotadas; Que
vivem nas ruas; Crianças trabalhadoras; Imigrantes ou de população nômade;
Pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais; Pertencentes a outros
grupos desfavorecidos ou marginalizados.

Assim, elenca-se quem é e quais são as características desses no contexto


educacional, especialmente a deficiência motora.
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Deficiência motora e suas causas

São muitas as causas das deficiências motoras e conforme Rodrigues


(1976), normalmente dividem-se em dois grupos fundamentais, e de acordo com a
sua origem:

Deficiências motoras que têm origem em lesões cerebrais - Deficiências


motoras com origem não cerebral causadas por factores externos (como por
exemplo, traumatismos) ou por factores internos (como por exemplo reumatismos,
tuberculose óssea, entre outras).Deficiências motoras de origem cerebral.

A paralisia cerebral pode dar origem a diferentes situações clínicas que


trazem sempre muitas dificuldades para a pessoa. Trata-se de uma alteração do
movimento e da postura, que aparece no primeiro ano de vida, devido a uma lesão
não progressiva (que não evolui) do cérebro. Sabe-se que grande parte das lesões
cerebrais no período pré-natal (antes do nascimento) aparece entre os cinco e os
sete meses de vida intra-uterina. No entanto, ainda não existe um conhecimento
claro das suas causas. Parece ser evidente que certas infecções como a rubéola
podem provocar ou favorecer o aparecimento de alterações circulatórias e de
lesões vasculares (MARUJO, 1998).

Ainda na visão de Marujo (1998), as lesões cerebrais Peri natais (período


que tem início quinze dias antes do parto e se prolonga quinze dias após o
nascimento da criança) que podem dar origem a paralisias cerebrais são aquelas
que resultam de falta de oxigénio no cérebro (anóxias) e de hemorragias cerebrais.
Estas são apenas algumas das causas no período Peri natal.

Causas pós-natais - As causas mais frequentes de lesão cerebral são os


traumatismos crânio encefálicos e infecções como as meningites bacterianas e
tuberculosas, entre outras. Deficiência motora de origem não cerebral. Existem
vários tipos de deficiências motoras de origem não cerebral, com causas também
muito diferentes.
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Uma escola inclusiva de qualidade

A escola inclusiva com equidade é um desafio que implica e rever alguns


aspectos, que envolvem desde o setor administrativo até o pedagógico. As
Unidades Escolares de Ensino Regular devem oferecer vagas e matricular todos os
alunos, organizando-se para o atendimento com equidade aos educandos com
necessidades educacionais especiais e assegurar-lhes condições necessárias para a
permanência e aprendizagem.

Em relação à educação especial, o artigo 3º da Resolução CNE/CEB Nº 2, de


11 de Setembro de 2001 especifica que:

Por educação especial, modalidade da educação escolar entende-se um


processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos
e serviços educacionais e especiais, organizados institucionalmente para apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais
comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentem necessidades educacionais
especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica (BRASIL-
MEC/SEESP, 2001, p. 1)

A política de inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais


especiais na rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física
desses alunos junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever
concepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas,
respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades.

A diversidade deve ser respeitada e valorizada entre os alunos. Daí a


importância do papel da escola em definir atividades e procedimentos de relações,
que envolvam alunos, funcionários, corpo docente e gestores, para que possibilite
espaços inclusivos, de acessibilidade, para que todos possam fazer parte de um
todo, isto é, que as atividades extraclasses nunca deixam de atender os alunos com
necessidades especiais.

O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve


ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou
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modalidade da Educação Básica. De acordo com o artigo 4º da Resolução CNE/CEB


Nº 2, de 11 de setembro de 2001, a educação especial considera as situações
singulares, os perfis dos estudantes, as características biopsicossociais dos alunos e
suas faixas etárias e se pauta em princípios éticos, políticos e estéticos de modo a
assegurar:

 I - a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de


realizar seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social; II - a
busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a valorização
das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas necessidades
educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a
constituição e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e
competências;  III - o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da
capacidade de participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante
o cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos (BRASIL- MEC/SEESP,
2001, p. 1)

Assim, o trabalho com a educação inclusiva nas Unidades Escolares tem


que ser direcionado a partir do seu contexto real, analisando as condições em que
a escola recebe os alunos com necessidades especiais e como assegura
aprendizagem, possibilitando a integração entre educação regular e especial.

Nas escolas inclusivas as pessoas se apóiam mutuamente e suas


necessidades específicas são atendidas por seus pares, sejam colegas de classe, de
escola ou profissionais de áreas. A pretensão dessas escolas é a superação de todos
os obstáculos que as Impedem de avançar no sentido de garantir um ensino de
qualidade (MADER,1997)

Conforme Mader (1997), é necessário construir uma política de igualdade


com seriedade e responsabilidade, possibilitando ações significativas e de
qualidade na prática de educação inclusiva.

Há um emergente consenso de que as crianças e jovens com necessidades


educacionais especiais devem ser incluídas nos planos educativos feitos para a
maioria das crianças. Isto levou ao conceito de escola inclusiva. O desafio para
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uma escola inclusiva é o de desenvolver uma pedagogia capaz de educar com


sucesso todos os alunos, incluindo aqueles com deficiência e desvantagens severas
(SALAMANCA, 1994, p.6) 

Mantoan (2003), enfatiza que reconstruir os fundamentos de escola de


qualidade para todos, remete-se em questões específicas relacionadas ao
conhecimento e a aprendizagem, ou seja, consideram-se que o ato de educar
supõe intenções, representações que temos do papel da escola, do professor, do
aluno, conforme os paradigmas que os sustentam. A autora ainda relata que a
escola inclusiva exige mudanças de paradigmas, que podem ser definidos como
modelos, exemplos abstratos que se materializam de modo imperfeito no mundo
concreto. Possa também ser entendida, segundo uma concepção moderna, como
um conjunto de regras, normas, crenças, valores, princípios que são partilhados
em um grupo em um dado momento histórico e que norteiam o nosso
comportamento, até estarem em crise, porque não nos satisfazem mais, não nos
dão mais conta dos problemas que temos para solucionar.

Ainda nos dias atuais a inclusão é vista como um desafio, causando


angústias e expectativas em grande parte dos profissionais da educação. Porém,
mais amenas que em tempos passados, pelo fato de que, ao ser devidamente
aceita pela escola, desencadeia um compromisso com as práticas pedagógicas que
favorecem todos os alunos, ou seja, uma verdadeira mudança na concepção de
ensino, visando uma aprendizagem significativa, inclusiva e de qualidade.

Não há mais sentido em preservar modelos de ensino tradicional,


desrespeitar as diferenças, mantendo uma escola excludente. O artigo 208
Constituição Federal, § 1º reza que “O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
direito público e subjetivo”. Ainda no artigo 208 descreve que o atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, deve ser
preferencialmente na rede regular de ensino.

E já no século XXI, a escola que se tem, que se precisa é aquele que tem
compromisso com a formação integral do cidadão, de um cidadão crítico,
participativo e criativo, que atenda as demandas e a competitividade do mundo
atual, com as rápidas e complexas mudanças da sociedade moderna. Assim, a
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educação escolar no exercício da cidadania implica na efetiva participação da


pessoa na vida social, cabendo-lhe o respeito e a solidariedade, poupada a sua
dignidade, a igualdade de direitos e repelido quaisquer forma de discriminação.

Mantoan (2003), acreditando no desenvolvimento dos alunos com


necessidades educacionais especiais, aponta algumas estratégias que ajudam no
trabalho do corpo docente, como na aprendizagem dos alunos;

- Colocando como eixo das escolas que toda criança é capaz de aprender;

- Garantido tempo e condições para que todos possam aprender de acordo


com as possibilidades de cada um;

- Abrindo espaço para que a cooperação, o dialogo, a solidariedade, a


criatividade e o espírito crítico sejam exercitados por alunos, professores, gestores
e funcionários da escola;

- Estimulando, formando continuamente e valorizando o professor, que é o


responsável pela aprendizagem dos alunos.

- Substituindo o caráter classificatório de avaliação escolar, através de


notas e provas, por um processo que deverá ser contínuo e formativo de todo o
processo de ensino e aprendizagem.

A inclusão, portanto, implica em práticas pedagógicas inovadoras visando o


sucesso de aprendizagem de todos os alunos.
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Conclusão

Ao realizarmos este trabalho foi possível refletir sobre as propostas educacionais que
garantem “educação para todos”, nesse processo chamado inclusão, e se elas realmente estão
acontecendo nas escolas, de forma satisfatória.

Sabemos que a educação é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer cidadão, e


que incluir o aluno com necessidades educacionais especiais, é também, uma forma de
respeitá-lo e garantir a possibilidade de seu crescimento. No entanto, percebemos que as
dificuldades existem, não são poucas e ficam bem claras quando se pára para observar de
forma mais crítica. Afinal, colocar o aluno em sala regular e não atender o que realmente ele
necessita, não é inclusão.

Entre tantas dificuldades podemos constatar a falta de preparo dos professores, bem
como a falta de infra-estrutura das escolas. Os professores, na sua maioria, não foram
preparados para lidar com a diversidade, com as especificidades de cada aluno, assim como
também as escolas não passaram por um processo de reestruturação.

As políticas públicas, podem com certeza criar espaços, promover projectos,


assegurar direitos e deveres. Porém isso por si só, não é suficiente para se garantir uma
inclusão verdadeira. Apenas as leis não dão conta do processo de inclusão, além delas, é
preciso que haja condições e recursos humanos, pedagógicos e físicos para que o que é
proposto nas leis seja aplicado na realidade, com resultados realmente significativos. E, para
que tudo isso possa realmente se efectivar, urge fundamentalmente uma mudança de
mentalidade.
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Referências bibliográficas

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Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com
necessidades educacionais especiais, Brasília: MEC/SEESP, 2000, vol. 6.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva.
Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: Alunos com
necessidades educacionais especiais - Adaptações Curriculares de Grande Porte,
Brasília:
MEC/SEESP, 2005, vol. 5.
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