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Quando O Céu Desce ­ Experimentando A Glória de Deus Em Sua Vida Ché Ahn ­ Prefácio
De Rolland E Heidi Baker
© 2009 por Ché Ahn Publicado por Chosen Books Uma Divisão de Baker Publishing Group
P.O. Box 6287, Grand Rapids, MI 49516­6287
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Ahn, Ché, 1956­Quando o céu desce: experimentando a Glória de Deus em sua vida / Ché Ahn;
prefácio de Rolland e Heidi Baker. p. cm. Inclui referências bibliográficas.
ISBN 978­0­8007­9479­8 (pbk.) 1. Glória de Deus ­ Cristianismo. 2. Espiritualidade. I. Tí­
tulo. BT180.G6A36 2009 248,2 — dc22 2009024428
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Para Lou Engle Prophet, Intercessor, Covenant Friend

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ÍNDICE

RECOMENDAÇÕES.................................................................... 5
APRESENTAÇÃO ....................................................................... 8
PREFÁCIO............................................................................... 11
AGRADECIMENTOS................................................................. 13
INTRODUÇÃO ........................................................................ 14
1. O QUE É A GLÓRIA? ........................................................... 18
2. A GLÓRIA COMO A PRESENÇA MANIFESTA DE DEUS ......... 24
3. A GLÓRIA COMO A BONDADE REVELADA DE DEUS ........... 38
4. A GLÓRIA COMO O PODER DA RESSURREIÇÃO DE DEUS ... 51
5. A GLÓRIA DE DEUS PELA INTIMIDADE ............................... 66
6. DESTINADO À GLÓRIA ....................................................... 76
7. A GLÓRIA DE DEUS E A SANTIDADE PESSOAL ..................... 88
8. COMO RECEBER MAIS DA GLÓRIA ................................... 101
9. DE GLÓRIA EM GLÓRIA.................................................... 113
10. A GLÓRIA DE DEUS E O ALINHAMENTO APOSTÓLICO.... 121
11. A GLÓRIA DE DEUS E A TRANSFORMAÇÃO ..................... 135
12. A GLÓRIA DE DEUS E A TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZAS . 151
13. A GLÓRIA DE DEUS NOS ÚLTIMOS DIAS ........................ 165
14. DANDO A DEUS TODA A GLÓRIA ................................... 177
NOTAS ................................................................................. 188
SOBRE O AUTOR .................................................................. 192

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RECOMENDAÇÕES
“A paixão permanente de Ché Ahn em ministrar a Palavra de
Deus no poder e na presença do Espírito de Deus é evidente aqui.
Ao definir a verdade da Glória de Deus, ele aponta para as rea­
lidades pessoais e a responsabilidade de liderança prática que
cada um de nós enfrenta hoje. Aqui estão alguns insights para
mover nosso pensamento além do ‘show’ de igreja para o ‘brilho’
da dinâmica vital do Novo Testamento, sem a qual o genuíno
‘peso da glória’ não pode fluir para nossas almas e nossas congre­
gações.”
JACK W. HAYFORD,
Chanceler de The King’s College and Seminary;
Pastor Fundador, da Igreja On The Way (Van Nuys, Califórnia)

“Alguns vão atrás do reino aparentemente ilusório da Glória de


Deus sem enfatizar o caráter de forma alguma. Pior, muitos vi­
vem suas vidas cristãs como se esse reino nem existisse. Mas o Es­
pírito Santo está unindo as esferas do poder de Deus e o fruto do
Espírito. Ché Ahn, em seu majestoso livro When Heaven Comes
Down, nos traz o melhor dos dois mundos. A glória do Senhor
cobrirá a terra como as águas cobrem os mares. Junte­se a Ché e
uma multidão crescente de outros crentes famintos que buscam a
presença de Deus, o poder de Cristo, a intimidade e a santidade
para causar o máximo impacto na terra hoje. Você também pode
ter uma visitação gloriosa!”
JAMES W. GOLL,

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Autor dos livros Encounters Network, The Seer, The Coming Israel
Awakening, Prayer Storm e muitos outros

“Você pode ser como eu. A Glória de Deus é uma frase que uso
constantemente. Mas se você me pedisse para escrever um pará­
grafo definindo ‘a Glória de Deus’, eu ficaria perplexo. Já não!
Ché Ahn escreveu não um parágrafo, mas um livro inteiro,
abrindo as cortinas para nos ajudar não apenas a compreender
a Glória de Deus, mas também a experimentá­la ao virar as pá­
ginas. Quando o céu desce levará você a um reino inteiramente
novo de intimidade com Deus.”
C. PETER WAGNER,
Chanceler de Wagner Leadership Institute

“As palavras que Moisés proferiu há milênios ainda ressoam no


coração de cada crente hoje: ‘Senhor, mostra­me a tua glória!’
(Êxodo 33:18). Você não quer ver, provar e experimentar a Gló­
ria de Deus por si mesmo? Em seu novo livro, Ché Ahn nos dá
vislumbres da Glória de Deus. Por meio das Escrituras e dos
exemplos atuais, Ché examina muitos aspectos deste importante
assunto, não apenas para que possamos buscar uma experiência
pessoal, mas com o propósito maior de ver a Glória de Deus
transformar cidades e nações para expandir o Reino. Você será
iluminado e encorajado em sua busca por Deus ao ler este livro.”
JANE HANSEN HOYT,
Presidente / CEO de Aglow International

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“Ché Ahn escreveu um livro maravilhoso. Não há nada igual
porque ele conecta a Glória de Deus com a ordem correta de Deus
e alinhamento com a restauração apostólica e profética. O livro
é um construtor de fé que nos inspira a buscá­Lo para mais de
Sua presença de glória. Seja inspirado, transformado e reorien­
tado enquanto lê.”
DANIEL JUSTER,
Diretor da Tikkun International, Jerusalém

“A glória não é apenas o nosso destino; é para ser nossa experiên­


cia presente. O Ché tem sido um portador e mensageiro da glória
nas últimas duas décadas. Com base em suas muitas experiências
sobrenaturais, ele dá a este assunto profundo e importante acesso
fácil. Ao ler, descobri que queria mais da Glória de Deus dentro
e ao redor de mim. Quando o Céu Desce puxa o véu do mistério
e nos entrega as chaves para aumentar a Glória de Deus mani­
festada na vida cotidiana. Ché é um dos líderes apostólicos deste
movimento atual de Deus, e seu estilo prático e suas histórias da
vida real renovaram minha própria motivação para buscar
ainda mais glória divina em minha jornada diária.”
CHARLES STOCK,
Pastor Sênior da Life Center Ministries (Harrisburg, Pa.);
Membro da equipe apostólica do Ministério Harvest International

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APRESENTAÇÃO

Tanto quanto nós dois poderíamos nos lembrar, cada um sonhava


em ver a Glória de Deus. Líamos as Escrituras com avidez na esperança
de realizar o sonho de ver a Sua Glória Manifesta. O desejo de ver a
Glória de Deus Manifesta trouxe mais maturidade em nossas vidas. Re­
conhecemos que nosso objetivo na vida não era apenas contemplar a
Sua Glória, mas glorificá­Lo por meio de cada ação nossa. Nós simples­
mente fizemos, não queríamos perder nenhuma parte disso.
Por fim, entendemos que a Glória de Deus inclui tudo em Seu
Reino. Tudo sobre o Reino de Deus irradia a Sua Glória. É refletida em
cada Ato Seu, e em cada resposta de nós que é inspirada por Seu Espí­
rito.
Sua Glória irradia da vida do próprio Deus e continua a permear
toda a criação. Nosso relacionamento com Ele é a Sua realização culmi­
nante, e seria necessário um mundo de livros para cobrir as profundezas
da Glória que será realizada neste relacionamento.
Agora, Ché Ahn escreveu um livro que nos ajuda a perceber a Gló­
ria e perseguí­la. Ao explorar as muitas facetas deste assunto, Ché tem
tentado sinceramente não deixar nada de seu livro que seja útil em nossa
busca pela Glória de Deus. Gostaríamos de ter sido capazes de ler um
livro assim quando éramos jovens. Estamos nos alimentando ansiosa­
mente no banquete que seu livro nos oferece agora.
O livro de Ché nos leva a uma ampla variedade de lugares no
Reino de Deus para descobrir tanto quanto possível da Sua Glória em
um volume. Ler este livro é se alegrar profundamente com nossa posição

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e nosso futuro em Cristo, e ser superado pela beleza pura e crua de nosso
Deus e tudo o que Ele faz ao nosso redor e em nós. Deus nos projetou
para compartilhar Sua Glória, e por meio de Seu Filho, Ele providen­
ciou com a capacidade de beber profundamente e ficar satisfeito. O livro
de Ché será usado para levar muitos a essa bebida.
Folheando este livro, fica claro por que Jesus levou Ché a escrevê­
lo. Ele mesmo tem, há muito tempo, um desejo profundo de ver e ex­
perimentar a Glória de Deus. Ele buscou avidamente ao Senhor durante
seus muitos anos de pastoreando, e foi recompensado quando a renova­
ção veio do Aeroporto de Toronto Christian Fellowship em sua própria
igreja, Harvest Rock em Pasadena, Califórnia. Ché viu muito da Glória
de Deus Manifestada quando sua igreja recebeu uma Renovação todas
as noites por três anos e meio. O Sobrenatural era muito evidente du­
rante aqueles anos, e ao vivê­lo, ele se tornou cada vez mais faminto pela
Glória de Deus. Ele e sua esposa, Sue, se tornaram Portadores da Glória
de Deus, anfitriões famintos por Seu Espírito Santo e contendores por
Sua Presença permanente na terra.
Sabemos que Deus é glorificado quando Seu povo clama com uma
voz unida por Justiça e Santidade na terra. A busca de Ché pela Glória
de Deus levou a seu envolvimento da igreja com o The Call, uma série
de convocações conclamando o Corpo de Cristo ao jejum, ao arrepen­
dimento e oração. Inicialmente, essas reuniões foram realizadas em lo­
cais em todos os Estados Unidos e agora também estão sendo realizadas
internacionalmente. Ché viu o Senhor responder a essas reuniões com
Poder e Favor, como um grande número de jovens foram profunda­
mente desafiados e arrependidos, não querendo nada além de Ver a
Glória de Deus manifestada em suas vidas. Uma vez que a fome constrói

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o acesso para a Glória de Deus, nada mais pode substituí­la. Uma vez
que a bondade do Senhor é provada, não há para onde ir, exceto para
cima, mais perto de Seu coração e propósitos.
Como um casal no ministério, vivemos para a Sua Presença. Nossa
oração diária é, “Possua­me, Espírito Santo. Pegue­me como um pincel na
mão do Mestre, completamente rendido a Você em Amor.” Este livro é
aquele tipo de pincel, em que Ché nos leva com ele em sua busca pela
Glória de Deus, relatando cada passo em sua própria jornada espiritual.
Nós provamos e desfrutamos de muitas coisas em nossa caminhada com
Jesus, mas Ché nos mostra o que há de melhor: a Glória do próprio
Deus. Ele nos mostra que não só Deus glorifica a Si mesmo, mas tam­
bém ao trabalhar Poderosamente em nós, nós O glorificamos e pode­
mos desfrutá­Lo para sempre. Para ter um livro inteiro em nossas mãos
dedicado à Glória de Deus estimulando a riqueza espiritual.
Este livro é mais do que informação; é impartição. É mais do que
conhecimento, pois oferece relatos de Encontros reais com a Glória de
Deus, Amor Líquido. Nós encorajamos cada leitor a digerir este livro
lentamente e se divertir pensativa e completamente. Que seu conteúdo
o leve até a própria montanha do Senhor e Revele Cristo em você como
a “Esperança da Glória”, até que a Glória cubra a terra “como as águas
cobrem o mar” (Habacuque 2:14). E que Deus seja glorificado por cada
palavra e resposta.
ROLLAND E HEIDI BAKER
Ministério Íris (Iris Ministries)

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PREFÁCIO

Um forte clamor está subindo do coração do povo de Deus. Este


clamor é que a Glória de Deus seja liberada sobre a Igreja de maneiras
maiores. E embora seja refletido por compositores e grandes pregadores
ao redor do mundo, o clamor não se originou de diretrizes dadas por
homens ou mulheres de Deus, ou mesmo do estudo disciplinado das
Escrituras. O grito realmente nasceu no coração do próprio Deus. É o
Seu desejo. Ele anseia que Sua Glória repouse em nossas reuniões, nos­
sas vidas pessoais e nossas cidades até que toda a terra esteja cheia de Sua
Glória.
Em Quando O Céu Desce, Ché Ahn magistralmente emprega três
correntes de inspiração que nos ajudam a abraçar tudo o que Deus pre­
tende para nós. Primeiro, ele nos dá fortes fundamentos bíblicos sobre
a Glória de Deus a fim de construir nossa esperança e alimentar nossa
fome. Suas percepções bíblicas se tornam o roteiro para nos ajudar a
buscar “mais” do que Deus prometeu. Em segundo lugar, Ché usa cui­
dadosamente exemplos da história da Igreja. Embora não sejam iguais
em valor às próprias Escrituras, eles fornecem ilustrações do tipo de
preço que nossos antepassados estavam dispostos a pagar pelos avanços
que desfrutaram. E, finalmente, as experiências pessoais de Ché na Gló­
ria de Deus são convincentes o suficiente por si mesmas para fazer com
que o leitor avance muito no estilo de vida do Reino.
Meu coração ardeu ao ler essas páginas. É impossível ler este livro
e não ouvir o clamor do céu de que a glória do Senhor encherá a terra.

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Um dos grandes privilégios da minha vida é ter uma relação de
aliança com Ché Ahn. Nosso compromisso um com o outro não é ape­
nas porque vivemos no mesmo estado e compartilhamos uma visão co­
mum para as pessoas que servimos. É o resultado de uma profunda apre­
ciação de cada um de nós pela Graça e Glória que repousa sobre a vida
do outro.
Este endosso, então, é para o homem, sua mensagem e este livro.
Eles estão perfeitamente interligados. Quando O Céu Desce é prático,
educacional e intensamente inspirador. Vem da rica herança de aviva­
mento encontrada na vida de Ché e está repleta de encontros com a
Glória de Deus. Se você ler devagar e com oração, você experimentará
o Coração de Deus por Sua Igreja nesta hora.
BILL JOHNSON
Pastor senior da Bethel Church, Redding, California.
Autor de Quando O Céu Invade A Terra,
e Cara A Cara Com Deus

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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer de todo o coração a Linda Radford e Calista Wu.
Vocês fizeram um excelente trabalho de edição deste livro. Obrigado
pelo seu trabalho de amor.
Também quero agradecer a Jane Campbell e a Chosen Books por
assumir este projeto e publicá­lo. Jane, é uma alegria trabalhar com
você. Obrigado pelo coração de seu serva.
Também quero agradecer a minha família e aos membros da Igreja
Harvest Rock. Você sempre demonstra fome por Sua Presença e vive
verdadeiramente para a Sua Glória. É uma honra serví­lo como seu pas­
tor.
Finalmente, gostaria de agradecer a todas as igrejas e ministérios
que representam o Harvest International Ministry (HIM) ao redor do
mundo. Você é um cumprimento parcial do que foi profetizado em
Habacuque 2:14: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do
Senhor, como as águas cobrem o mar”.

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INTRODUÇÃO
UMA VISITAÇÃO DA GLÓRIA
Minha esposa, Sue, não tinha ideia do que estava prestes a ver
quando destrancou as portas do escuro e vazio Auditório Mott no meio
da noite. Nossas duas filhas, Joy e Mary, e sua amiga Christine estavam
ao seu lado. Quando as portas se abriram, todos eles engasgaram em
uníssono ao contemplar imediatamente uma Visão incomparável da
Glória Manifesta do Céu. Sue e as meninas ficaram paralisadas, ten­
tando absorver tudo.
Uma Névoa Branca encheu o edifício. Através da Névoa, eles vi­
ram milhares de pombas translúcidas descansando nas cadeiras e reves­
tindo as vigas. Cores brilhantes do Céu, até então desconhecidas, inun­
daram seus olhos. Todo o chão estava coberto por um tapete de grama
Luminosa e enfeitado com flores Celestiais em cores brilhantes que res­
plandeciam como jóias. Eles podiam ouvir os acordes da mais bela mú­
sica e perceberam que eram as flores cantando. Centenas de anjos ma­
jestosos de todos os tamanhos e tipos eram visíveis por todo o vasto
auditório, muitos deles enormes, com dez a doze metros de altura em
direção ao teto.
Era madrugada de uma manhã de domingo em maio de 1995,
muito depois de o culto de sábado à noite ter terminado. Nossa igreja,
Harvest Rock, tinha apenas um ano de idade. Havíamos buscado fervo­
rosamente a Visitação do Senhor durante aquele primeiro ano e demos
um grande passo de Fé ao alugar o Auditório Mott para nossas reuniões.
Com US $ 35.000 por mês, foi um grande esforço para nós. Há mais
de um mês estávamos realizando reuniões no edifício Mott, no norte de
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Pasadena, quase todas as noites, e nossa congregação estava passando
por momentos maravilhosos no Senhor.
Mais cedo, naquela noite de sábado em particular, Sue e eu tínha­
mos sido enfiadas na cama, mas eu não estava conseguindo dormir.
Nossa filha Joy e sua amiga Christine estavam acampadas na sala de
estar, ao lado do nosso quarto, e ouvíamos suas risadas, que já vinham
por algum tempo. Finalmente, perguntei a Sue se ela ajudaria as meni­
nas a se acalmarem. Sonolenta, ela obedeceu, rastejando para fora da
cama.
Quando Sue entrou na sala de estar, ela percebeu que as duas me­
ninas haviam sido dominadas por uma Risada Santa. Tremendo sob o
Poder do Espírito Santo, Christine gritou para minha esposa: “Mott,
Mott, temos que ir para Mott!” indicando o auditório. Joy imediata­
mente interrompeu: “Sim, mãe, temos que ir para Mott!”
Era quase uma hora da manhã. No entanto, Sue sentiu fortemente
que Deus estava Movendo as crianças, então ela decidiu levá­las. Ela
colocou as duas meninas e nossa filha mais nova, Mary, na van da famí­
lia e dirigiu até o auditório.
Enquanto eles ficavam maravilhados com a paisagem Gloriosa que
os rodeava, uma das garotas gritou: “Precisamos chamar o pastor Lou!”
Lou Engle, um de nossos pastores da Igreja Harvest Rock, morava do
outro lado da rua do auditório. Ele e sua esposa, Therese, haviam esco­
lhido aquele local para que Lou pudesse caminhar até as reuniões de
oração matinais que ele dirigia diariamente. Lou tem paixão pela oração
de intercessão e, desde aquela noite, ele se tornou presidente do The
Call, um movimento internacional que mobilizou grandes assembleias

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de pessoas que oram por avivamento e despertar espiritual em todo o
mundo.
Atravessando rapidamente a rua de Mott, Sue e as meninas des­
pertaram Lou do sono para vir e contemplar o auditório cheio de Gló­
ria. Lou correu de volta com eles e, ao entrar no auditório, sentiu um
Peso no ar, como uma Presença, mas não conseguia ver nada. Sue e as
meninas, no entanto, continuaram a ter a Visão que tiveram antes.
Como as crianças estavam descrevendo coisas tão espetaculares, inclu­
indo anjos de trinta a doze metros de altura, Lou decidiu separar Joy e
Christine e entrevistar cada uma delas sozinha. Mesmo sob seu questi­
onamento detalhado, cada criança continuou a descrever as Visões e
Sons incríveis da mesma maneira. Lou estava convencido de que as cri­
anças estavam testemunhando uma Visitação Celestial da Glória de
Deus.
Na manhã seguinte, soube do incidente enquanto estava a cami­
nho da igreja. Quando cheguei, também senti uma Presença cada vez
maior de Deus no edifício, mas não vi nada. No entanto, a reunião da­
quela noite, que foi conduzida como de costume, foi claramente dife­
rente. Ela marcou o início de um período de visitação angelical e da
Glória Manifesta em nossos cultos. Nos seis meses seguintes, as meninas
e outras crianças continuaram a ver anjos durante nossas reuniões. Foi
como se o Céu descesse sobre nós.
Isso é o que é a Glória de Deus ­ O Céu vindo à terra!
A Igreja Harvest Rock tem desfrutado de temporadas de Visitação
Celestial desde a primeira Manifestação da Glória de Deus em nosso
meio. Essas Manifestações nem sempre ocorrem da mesma maneira.
Nem sempre há uma visitação de anjos, por exemplo. Às vezes, a Glória

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de Deus desce como uma Névoa Espessa, enchendo o edifício, embora
o céu lá fora esteja claro como cristal. Em outras ocasiões, sentimos a
Glória de Deus como uma Presença Poderosa ao nosso redor quando
adoramos ou oramos. No entanto, sempre que a Glória de Deus vem,
sempre há algum tipo de Manifestação. Sua Glória é Grande e Pesada.
É real, com substância, impactando a nós e ao nosso entorno. E desco­
brimos que Sua Glória carrega Sua Presença, e Ele é mais real do que
qualquer outra coisa no universo.
Em Sua Graça, Deus escolheu abençoar nossa igreja com a Pre­
sença Manifesta de Sua Glória. Sua Visitação nos marcou como uma
casa profética e uma morada para Seu Espírito. No entanto, como o
próprio Deus, Sua Glória nunca pode ser totalmente contida ou expli­
cada definitivamente. Mas Sua Glória pode ser experimentada em ad­
miração e admiração alegre. E ao experimentarmos traços de Sua Glória,
ficamos famintos por mais dEle.
Em meu desejo sincero de conhecer a Deus, estou ansioso para
experimentar mais de Sua Glória. Estou descobrindo em meus Encon­
tros com Sua Glória que me torno mais intimamente familiarizado com
Ele. Minha oração com este livro é que, ao compartilhar minhas pró­
prias experiências e as de outras pessoas, você também se sinta encora­
jado a buscar a Glória de Deus.

17
CAPÍTULO 1

O QUE É A GLÓRIA?

Um membro da Igreja Harvest Rock compartilhou esta história


comigo:
Alguns anos atrás, eu estava procurando desesperadamente mais
de Deus. Passei horas orando e meditando nas Escrituras, mas não
conseguia ficar satisfeito. Eu queria, de fato, ansiava por mais!
Eu estava em meu quarto buscando a Deus em meu rosto por
várias horas quando senti uma Presença começar a se intensificar no
quarto. É difícil de descrever, mas parecia um calor e uma paz inva­
dindo a atmosfera. Em meu espírito, ouvi o Senhor falar baixinho:
Quero entrar aqui com você. Posso chegar mais perto? Eu respondi
audivelmente: “Sim, Senhor.”
A Presença começou a se intensificar. Uma sensação de Peso,
uma espécie de peso, começou a crescer. Senti o calor começar a envol­
ver meu corpo, como se estivesse sendo cercado por um redemoinho de
Energia quente. Foi estimulante e, por alguns momentos, senti uma
paz e uma felicidade incríveis, perto do êxtase. A Presença continuou
se intensificando, e de repente eu percebi que estava nas garras de Al­
guém vasto, além da minha compreensão.
Fiquei impressionado com tudo isso e gritei: “Senhor, você está
me assustando.” Imediatamente, a Presença recuou e me deu espaço.
Senti imediatamente a ânsia do Senhor de estar perto de mim e Seu

18
desejo de respeitar minhas limitações e não me assustar. Foi um mo­
mento agridoce, e comecei a chorar ao entender de repente o quanto
Ele ansiava por mim do que eu por ele.
Essa história me faz sorrir porque retrata uma tendência que todos
nós temos. Todos nós queremos o Senhor ­ até que Ele realmente apa­
reça e encontremos Sua Glória! De repente, somos confrontados por
sua realidade, ao invés de apenas ter conhecimento sobre ele. Nessas
horas, todos os nossos decretos doutrinários de como Deus é e como
Ele se comporta simplesmente evaporam.
É fácil confundir nossas idéias sobre Deus com o próprio Deus.
Mesmo nossas idéias baseadas nas Escrituras não podem conter a reali­
dade da exposição direta a Deus e Sua Glória. Kris Vallotton, em seu
livro Developing a Supernatural Lifestyle, coloca da seguinte maneira:
Muitas pessoas conhecem a Bíblia e pensam que conhecem o Se­
nhor. O objetivo das Escrituras é nos levar a um relacionamento
com Jesus. Ter um relacionamento com Deus nunca deve ser con­
fundido por conhecer as Escrituras. Se conhecer a Bíblia era si­
nônimo de conhecer a Deus, os fariseus e escribas teriam arra­
sado! 1
Se quisermos conhecer a Deus pessoalmente e nos relacionar com
Ele intimamente, devemos estar preparados para receber e experimentar
Sua Glória.

DEUS E A SUA GLÓRIA SÃO INSEPARÁVEIS


Simplesmente não podemos ter um Encontro Vivo com Deus sem
encontrar Sua Glória. Isso não pode acontecer mais do que eu posso
visitá­lo e deixar meu corpo em casa. Aonde quer que eu vá, meu corpo

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vai, porque meu corpo e eu somos um. O mesmo é verdade com Deus
e Sua Glória ­ eles são um. Quando Deus aparece, também aparece a
Sua Glória.
Conforme a Presença de Deus invade nossos arredores, Sua Glória
entra e muitas vezes se Manifesta. Essa experiência pode ser linda e ins­
piradora, como foi para nós com a visitação angelical no Auditório
Mott. Ou uma experiência de Sua Glória pode ser avassaladora, como­
vente ou até mesmo divertida. Não importa qual seja nossa experiência,
encontrar Sua Glória sempre nos impacta e muda. Isso amplia nossa
compreensão de Deus e Seus Caminhos e freqüentemente desafia nossas
concepções atuais sobre Ele. Embora nossas palavras sobre Deus sejam
seguras e contidas, o próprio Deus não o é, e isso também é verdade
sobre a Sua Glória. É indomável, imprevisível e frequentemente causa
polêmica, principalmente quando viola nossas “normas” para Deus.

A GLÓRIA DEFINIDA
A maioria dos Atributos de Deus são vastos demais para serem de­
finidos. Isso se aplica quer estejamos falando da Misericórdia e Amor de
Deus ou de Sua Justiça e Julgamento. O mesmo é verdade em relação à
Sua Glória. A Bíblia usa palavras para Glória mais de 350 vezes, tor­
nando­a um dos temas principais das Escrituras e com muitas dimen­
sões.
Para ajudar a definir brevemente a Glória, consultei dois professo­
res da Azusa Pacific University que são membros da Harvest Rock
Church, a equipe de marido e mulher do Dr. Todd Pokrifka, Professor
de Teologia do Novo Testamento, e da Dra. Junia Pokrifka, Professora

20
de Teologia do Velho Testamento. Em seu estudo aprofundado do con­
ceito da Glória de Deus nas Escrituras, os Pokrifkas identificaram duas
categorias principais de Glória: a Glória Eterna de Deus e Sua Glória
Manifesta. Aqui está um resumo do que eles compartilharam comigo.

A GLÓRIA ETERNA DE DEUS E A SUA GLÓRIA MANIFESTA


Muito poucas passagens na Bíblia falam diretamente ou aludem à
Glória Eterna de Deus, mas muitas se referem à Sua Glória Manifesta.
A distinção entre essas duas categorias da Glória pode ser ilustrada em
termos de luz. Na verdade, a Bíblia costuma usar a linguagem da luz
para descrever a Glória de Deus.
Pense no sol e na luz do sol. A Glória Eterna de Deus é como o
próprio sol, muito ardente e brilhante para que possamos encontrá­la
diretamente ou mesmo para olhar. Mas a luz do sol se manifesta para
nós de várias maneiras. Ele ilumina a escuridão, revelando os objetos ao
nosso redor. Ele nos dá exibições de luz espetaculares em belos amanhe­
ceres e entardeceres brilhantes. Isso nos aquece e até mesmo bronzeia
nossa pele. Onde quer que o sol vá, a luz do sol vai. Mas a luz do sol
não é o próprio sol. Em vez disso, a luz que experimentamos do sol é
uma manifestação do sol.
Esta distinção é útil para entender a Glória de Deus. Sua Glória
Eterna é como o sol: é Sua própria Essência, além de nossa compreensão
ou capacidade de encontro. No entanto, Sua Glória Manifesta é como
a luz do sol: um reflexo dEle que podemos encontrar de maneiras que
somos capazes de perceber, seja por meio de Cura Física, uma Presença
Pacífica em nosso espírito ou uma visitação angelical.

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A GLÓRIA ETERNA DE DEUS NAS ESCRITURAS
Mesmo antes da Glória de Deus ser Manifestada na criação, Deus
tinha a Glória Eterna. Jesus fala da Glória que Ele tinha com o Pai antes
da criação do mundo, uma Glória para a qual Ele voltaria após Sua as­
censão. “Agora, Pai, glorifica­me na tua presença com a glória que eu tinha
contigo antes do mundo começar” (João 17:5).
A Escritura também se refere à Glória Eterna de Deus como A Luz
Brilhante e Esplêndida que Deus é. “Deus é luz; nele não há trevas ne­
nhuma. (I João 1:5). No Céu, nenhuma luz é necessária porque o pró­
prio Deus é a fonte de toda a luz visível para Suas criaturas, com sua
bela natureza e propriedades vivificantes.
Nas Escrituras, a Glória Eterna e inerente de Deus é vista como
Seu Valor e Importância. O Dicionário de Strong define a Glória como
“abundância, honra, glória, riquezas, riqueza, esplendor.” Da mesma
forma, a palavra grega do Novo Testamento DOXA fala da Glória de
Deus em termos de Seu brilho, louvor, majestade e honra.
No Antigo Testamento, a palavra usada com mais frequência para
glória é o hebraico KABÔD, uma palavra relacionada ao verbo KABED,
que significa “ser pesado”. Juntamente com a grega DOXA e a definição
de Strong, KABÔD completa a Glória de Deus como tendo peso e im­
portância, bem como valor.
Em todos os sentidos dessas definições, Jesus Cristo compartilha a
mesma Glória e Honra eternas de Deus Pai: “Jesus Cristo. A ele seja a
glória e o poder para todo o sempre” (I Pedro 4:11).

22
UMA DEFINIÇÃO PRÁTICA DA GLÓRIA DE DEUS
A Glória de Deus é muito vasta e complexa para ser compreendida,
quanto mais para definir perfeitamente. Mas para permitir uma comu­
nicação clara neste livro, gostaria de propor esta definição de trabalho:
A Glória de Deus é Sua Presença Manifesta, pela qual Ele revela
Seu Caráter de Bondade e exibe Seu poder por meio de Sinais e Mara­
vilhas.
Ao longo das Escrituras, Deus chama Seu povo para conhecê­lO,
glorificá­lO e refletir Sua Glória. Para realmente conhecer a Deus, de­
vemos encontrar Sua Glória. E quanto mais intimamente conhecermos
a Deus, mais Sua Glória será Revelada a nós e em nós.
Nos próximos capítulos, vamos mergulhar mais profundamente
nas diferentes facetas da Glória Manifesta de Deus e explorar os efeitos
que essa Glória tem em nossas vidas. Examinaremos (1) Sua Presença
Manifesta, (2) Sua Natureza e Caráter Manifestos e (3) Seu Poder Ma­
nifesto. Veremos exemplos disso na Bíblia, ao longo da história da igreja
e nos Encontros atuais que as pessoas tiveram com a Sua Glória.
Também consideraremos o que precisamos fazer para permanecer
no fluir da Glória de Deus, indo de Glória em Glória. Por fim, conclui­
remos com o propósito da Glória de Deus, que é a transformação de
nós mesmos e da sociedade, para que a oração que Jesus nos ensinou
seja atendida: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra
como no céu” (Mateus 6:10).

23
CAPÍTULO 2

A GLÓRIA COMO A PRESENÇA


MANIFESTA DE DEUS
“E aconteceu que, quando Moisés entrou no tabernáculo, a co­
luna de nuvem desceu e se pôs à porta do tabernáculo, e o Senhor
falava com Moisés. Todo o povo viu a coluna de nuvem parada
na porta do tabernáculo, e todo o povo se levantou e adorou, cada
homem na porta de sua tenda.” ­ Êxodo 33: 9–10, NKJV
“Enquanto Arão falava para toda a comunidade israelita, eles
olhavam para o deserto, e ali estava a glória do Senhor apare­
cendo na nuvem.” ­ Êxodo 16:10
“Então a nuvem cobriu a tenda do encontro, e a glória do Senhor
encheu o tabernáculo. Moisés não pôde entrar na Tenda do En­
contro porque a nuvem havia pousado sobre ela, e a glória do
Senhor encheu o tabernáculo.” ­ Êxodo 40: 34­35
A maioria de nós está familiarizada com o relato de Moisés e os
israelitas seguindo a liderança de Deus pelo deserto. Eles puderam se­
gui­Lo porque Ele Manifestou Sua Glória a eles na forma de uma Nu­
vem. Mesmo aqueles que nunca leram esse relato nas Escrituras prova­
velmente o viram retratado no clássico filme de Cecil B. DeMille, Os
Dez Mandamentos.
Podemos pensar nas passagens acima como Aparições especiais de
Deus a Moisés e Israel enquanto eles estavam no deserto. Mas a Glória

24
de Deus apareceu muitas vezes e em muitas formas diferentes para o Seu
povo.

DEUS VISITA SEU POVO


Vemos como Deus visitou Seu povo centenas de anos após a ex­
periência no deserto, durante o reinado do Rei Salomão. O rei Salomão
havia concluído o Templo e estava trazendo a Arca da Aliança para seu
novo lar. Houve uma procissão solene no Templo e a Arca foi colocada
no Santo dos Santos. Os sacerdotes retiraram­se e, do lado de fora, can­
tores e músicos começaram a louvar a Deus.
A Escritura então nos diz:
Os tocadores e cantores uniram­se em uníssono, a uma só voz,
para louvar e agradecer ao Senhor. Acompanhados de trombetas, cím­
balos e outros instrumentos, levantaram a voz em louvor ao Senhor e
cantaram: “Ele é bom; seu amor dura para sempre. Então o templo do Se­
nhor encheu­se de uma nuvem, e os sacerdotes não podiam cumprir o seu
serviço por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu o templo de
Deus.” ­ 2 Crônicas 5: 13­14
Esta passagem deixa claro que onde quer que Deus esteja Presente,
Sua Glória também está presente, pois Deus e Sua Glória são um. Eles
não podem ser separados e vou me referir à Glória de Deus e à Sua
Presença de forma intercambiável ao longo deste livro. Um aspecto da
Glória de Deus é que é a Presença Luminosa E Manifesta De Sua Pes­
soa. Essa Presença Manifesta é o Poder e a Presença do Espírito Santo
exibindo Sua Glória de maneira tangível. É como se uma cortina fosse
puxada e as pessoas pudessem experimentar o Céu invadindo a terra.

25
A PRESENÇA DE DEUS SE MANIFESTA
EM MUITAS FORMAS
Os exemplos da Bíblia que forneci acima de tudo se referem à glo­
riosa Presença Manifesta de Deus como uma nuvem. Mas, é claro, Sua
Glória não se limita a uma forma de expressão tangível. Vejamos algu­
mas outras manifestações da glória de Sua presença, conforme previsto
nas Escrituras.

Fogo

O anjo do Senhor apareceu a (Moisés) em chamas de fogo dentro


de uma sarça. Moisés viu que embora a sarça estivesse em cha­
mas, ela não queimou ... Quando o Senhor viu que (Moisés)
tinha ido olhar, Deus o chamou de dentro da sarça: “Moisés!
Moisés!” ... “Não se aproxime”, disse Deus. “Tire as sandálias,
pois o lugar onde você está é solo sagrado.” ­ Êxodo 3: 2, 4­5
Quando Salomão acabou de orar, desceu fogo do céu e consumiu
o holocausto e os sacrifícios, e a glória do Senhor encheu o templo.
Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor porque a
glória do Senhor o enchia. ­ 2 Crônicas 7: 1­2
Quando o dia de Pentecostes chegou, eles estavam todos juntos
em um só lugar ... Eles viram o que parecia ser línguas de fogo
que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos eles
foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas conforme o Espírito os capacitava. ­ Atos 2: 1, 3­4

26
Luz Brilhante

Enquanto (Saulo) se aproximava de Damasco em sua jornada,


de repente uma luz do céu brilhou ao redor dele. Ele caiu no
chão e ouviu uma voz dizer­lhe: “Saulo, Saulo, por que você me
persegue?” “Quem és, Senhor?” Perguntou Saul. “Eu sou Jesus, a
quem você está perseguindo”, respondeu ele. ­ Atos 9:3­5
Depois de seis dias, Jesus levou Pedro, Tiago e João com ele e os
conduziu até uma alta montanha, onde ficaram sozinhos. Lá ele
foi transfigurado diante deles. Suas roupas se tornaram de um
branco deslumbrante, mais branco do que qualquer pessoa no
mundo poderia branquear. E apareceram diante deles Elias e
Moisés, que estavam conversando com Jesus. ­ Marcos 9:2­4
Quando eu [John] me virei, vi sete candeeiros de ouro, e entre os
candeeiros estava alguém “semelhante a um filho do homem”,
vestido com um manto que ia até os pés e com uma faixa dourada
ao redor do peito ... Seu rosto era como o sol brilhando em todo
o seu brilho. ­ Apocalipse 1:12­13,16

Som

Na manhã do terceiro dia houve trovões e relâmpagos, com uma


nuvem espessa sobre a montanha, e um toque de trombeta muito
alto. Todos no acampamento tremeram. Então Moisés conduziu
o povo para fora do acampamento para se encontrar com Deus,
e eles pararam ao pé da montanha. ­ Êxodo 19: 16­17
Assim que Jesus foi batizado, ele saiu da água ... e uma voz do
céu disse: “Este é meu Filho, a quem amo; com ele estou muito
satisfeito.” ­ Mateus 3:16,17

27
Quando o dia de Pentecostes chegou, eles estavam todos juntos
em um só lugar. De repente, um som semelhante ao sopro de um
vento violento veio do céu e encheu toda a casa onde estavam
sentados. ­ Atos 2:1­2
Estes são apenas alguns exemplos das muitas formas que a glória
da Presença Manifesta de Deus pode assumir. Ficamos confortáveis
lendo sobre esses relatos porque, por mais dramáticos que sejam, sabe­
mos que todos aconteceram há muito tempo. No entanto, imagine o
efeito se você os testemunhasse hoje.
Deus ainda manifesta de forma tangível a glória de Sua presença
hoje? A resposta é sim!

A PRESENÇA DE DEUS ESTÁ DENTRO DE NÓS E


TAMBÉM VEM ATÉ NÓS
Alguns cristãos acreditam que, visto que o Espírito de Deus habita
em nós, não há necessidade de Deus manifestar Sua presença a nós. Afi­
nal, temos Sua presença conosco em todos os momentos, onde quer que
vamos.
É verdade que, se você é cristão há algum tempo, provavelmente
aprendeu maneiras de sentir a presença do Espírito Santo dentro de
você. Talvez você às vezes ouça uma voz mansa e delicada dentro de
você, dando­lhe orientação. Em outras ocasiões, você pode sentir uma
profunda sensação de contentamento silencioso ao experimentar a paz
da presença de Deus. Ou você pode se sentir energizado quando uma
passagem das Escrituras de repente ganha vida para você, com o Espírito
de Deus dando­lhe uma visão divina.

28
No entanto, embora a presença de Deus esteja dentro de nós, Sua
presença também pode vir até nós. Nessas ocasiões, podemos experi­
mentá­Lo poderosamente de maneiras tangíveis. Veja, nosso Deus é ex­
travagante e adora se dar a conhecer a nós de várias maneiras. Ele ama
que o busquemos e imploremos que venha até nós. E quando fazemos
isso, buscando Sua presença ­ seja individualmente ou coletivamente,
por meio de louvor, adoração, oração, meditação ou simplesmente nos
aquietando e esperando nEle ­ Ele vem até nós. E quanto mais fervorosa
e persistentemente O buscamos, mais Ele manifesta a glória de Sua pre­
sença para nós. Conhecer a Deus intimamente é experimentar Sua Gló­
ria, e precisamos esperar que às vezes a experiência seja tangível.
O que estou descrevendo faz parte da obra de restauração do Reino
que Deus está realizando por meio de Seu Filho, Jesus Cristo. O pro­
pósito de Deus é nos restaurar à abundância e plenitude de vida para a
qual Ele nos criou originalmente, incluindo nosso relacionamento de
comunhão com Ele. A Bíblia nos diz que no Éden o Senhor andou e
falou com Adão e Eva na viragem do dia (ver Gênesis 3: 8). Não acre­
dito que Adão e Eva caminharam e conversaram com uma voz interior
mansa e delicada. Eu acredito que eles caminharam e conversaram com
uma presença tangível, a Presença Manifesta do próprio Deus. E isso é
parte da restauração que Ele pretende para nós: somos reconciliados
com Deus Pai, não apenas por meio de Sua abolição da barreira espiri­
tual do pecado, mas também por meio de Seu convite para entrarmos
na glória de Sua presença literal e tangível.

MANIFESTAÇÕES ATUAIS DA PRESENÇA DE DEUS


Um membro da Igreja Harvest Rock compartilha sua experiência
com a Presença Manifesta de Deus:
29
Lembro­me da primeira vez que vi a Shekinah [glória] da presença
de Deus. Eu havia sido batizado no Espírito por apenas duas semanas e
nunca tinha lido ou ouvido falar sobre a Shekinah.
Estávamos visitando uma igreja que era muito ativa no movimento
carismático. Estava muito lotado quando chegamos, por isso estávamos
sentados atrás do pódio de frente para a congregação. Enquanto estava
sentado lá, comecei a sentir uma presença pesada, como um cobertor de
calor e paz caindo sobre mim. Então eu vi “isso”. Estava perto do teto,
sobre as cabeças das pessoas na parte de trás do santuário. Parecia uma
névoa e começou a rolar para frente. A princípio pensei que alguém
devia ter aberto as portas externas na parte de trás do prédio e que o
nevoeiro devia estar entrando.
Mas eu percebi que essa não poderia ser a explicação. Isso era
Houston, Texas, no meio do verão. Não havia névoa lá fora! Além disso,
à medida que essa “névoa interna” incomum continuava rolando para a
frente, ficou mais espessa e não parecia uma névoa comum. Brilhava
como se tivesse manchas de ouro. A melhor maneira de descrever isso é
“uma névoa dourada”. Ele simplesmente continuou avançando, e a pre­
sença pesada continuou se intensificando. Estava claramente visível para
mim, mas quando olhei em volta, ninguém mais pareceu notar. Eu sa­
bia que tinha que ser de Deus, mas não tinha ideia do que era.
Várias semanas depois, de volta à minha igreja local, estávamos
estudando a dedicação do Templo de Salomão e como a nuvem de gló­
ria do Senhor encheu o Templo. De repente, eu sabia o que tinha visto
e agradeci ao Senhor.
Eu sorri ao ouvir a história desse membro, porque era muito se­
melhante à minha primeira experiência com a nuvem da Glória de

30
Deus. No meio dessa experiência, minha mente racional entrou em ação
e tentei entender o que estava vendo. No entanto, eu sabia que não
poderia ser uma névoa comum, pois não estava nevoenta lá fora. Então,
comecei a louvar a Deus enquanto a névoa celestial se adensava, até que
quase não pude ver ninguém na minha frente. Foi pura glória!
Algumas pessoas têm “visões abertas” da Glória de Deus, nas quais
vêem o reino celestial, assim como minha esposa e as meninas em Mott.
Eles contemplam todos os tipos de coisas bonitas como anjos, flores,
criaturas estranhas, prados adoráveis e árvores carregadas de frutas. Às
vezes, com uma visão aberta, eles também recebem uma palavra de pro­
fecia, ou ouvem uma música gloriosa ou coros de anjos cantando. Inde­
pendentemente do que vejam ou ouçam, todos relatam a sensação in­
confundível de estar na presença de Deus.
Enquanto estava em uma conferência em Las Vegas, um membro
de nossa igreja experimentou outro tipo de manifestação da presença de
Deus. No final de uma determinada sessão, os palestrantes pediram às
pessoas que se apresentassem para que pudessem impor as mãos sobre
elas para a transmissão do Espírito de Deus. Durante a procissão, a as­
sembléia cantou o refrão “Let it Rain” (Faz Chover) e logo as pessoas
sentiram gotas de água caindo do teto. Quando olharam para cima, pa­
recia estar chovendo dentro de casa. Eles sabiam que o telhado não po­
deria estar vazando porque estava ensolarado lá fora. Alguém achou que
o ar condicionado estava vazando, então ele informou a gerência, mas
os técnicos não encontraram nenhum problema com o sistema de ar
condicionado.
As gotas de água continuavam caindo levemente e de repente
nosso membro da igreja percebeu o que estava acontecendo. A reunião

31
estava cantando “Let it Rain” (Faz Chover), pedindo a Deus para abrir
as janelas do céu e derramar Sua Glória sobre eles ­ e Ele estava fazendo
exatamente isso. Eu pessoalmente acredito que Ele estava dando a todos
nós um sinal profético naquelas gotas de água, indicando que Ele está
prestes a encharcar o mundo com um novo derramamento de Sua Gló­
ria!
Felizmente, nosso membro conseguiu localizar uma câmera e fil­
mar a chuva interna caindo. Ela trouxe de volta para Harvest Rock e
mostrou para nossa congregação. Não é preciso dizer que ficamos entu­
siasmados e abençoados!
Uma das manifestações mais exclusivas da presença de Deus de
que ouvi falar foi relatada a mim por um colega pastor que compareceu
aos cultos liderados por Kathryn Kuhlman nos anos 1970. Em um
culto, a Srta. Kuhlman convidou um casal de um país estrangeiro para
se aproximar da plataforma, dizendo­lhes: “Subam aqui. O Senhor tem
algo para você.”
Enquanto subiam o corredor central em direção à plataforma, um
vento poderoso soprou contra eles, impedindo seu progresso. Ambos
tiveram que se inclinar para a frente para não cair enquanto caminha­
vam contra o vento. As roupas do casal balançaram descontroladamente
enquanto as pessoas ao seu redor olhavam maravilhadas.
Meu amigo pastor disse que olhou em volta para encontrar a fonte
do vento, mas não viu nenhum ventilador ou qualquer outra coisa que
pudesse estar causando isso. Mais estranho ainda, o vento soprava ape­
nas ao longo do corredor central. Em todos os outros lugares do audi­
tório o ar estava perfeitamente parado. A Srta. Kuhlman riu quando viu

32
o casal lutando e disse a eles: “Não tenham medo, meus queridos, é o vento
do Espírito Santo soprando sobre vocês.”

MANIFESTAÇÕES CORPORAIS
DA PRESENÇA DE DEUS
Nem todas as manifestações da presença de Deus envolvem ver ou
ouvir coisas celestiais. Quando a presença de Deus preenche um lugar,
as pessoas muitas vezes experimentam sensações físicas e têm reações
corporais. Algumas dessas são reações com as quais muitos cristãos po­
dem se identificar. Exemplos disso são sentir­se “apegado” pela alegria
ou paz durante a adoração, ou perder a noção do tempo durante a ora­
ção ou meditação.
Mas às vezes a presença de Deus é intensa, assim como as respostas
corporais das pessoas. Sua presença pode trazer alegria e risos ­ garga­
lhadas dilacerantes, dilacerantes, que rolam no chão. Às vezes, o corpo
das pessoas estremece incontrolavelmente, como se estivessem rece­
bendo um choque elétrico. As pessoas podem balançar e tecer ritmica­
mente ou tremer com tremores. Às vezes, as pessoas caem e permanecem
no chão. Não é incomum essas pessoas relatarem que se sentiram tem­
porariamente imobilizadas ou mesmo presas ao chão. Eu sei de alguns
casos em que outras pessoas tentaram ajudá­los a se levantar, mas não
conseguiram porque a glória do Senhor pesava muito sobre eles.
Freqüentemente, as pessoas relatam a sensação de ondas de calor
ou mesmo correntes de poder passando por elas. Em resposta, eles po­
dem rir, chorar, grunhir, gemer, gritar, cantar, falar em línguas ou ficar
muito quietos e quietos, aparentemente perdidos na presença de Deus.

33
A primeira vez que experimentei algo assim foi quando estava no pri­
meiro ano do ensino médio, durante uma viagem de um coral de jovens
com a igreja de um amigo. Eu era cristão há pouco mais de um ano e
estava ansioso para conhecer a Deus mais profundamente. Nosso coro
estava se apresentando durante um culto noturno e começamos a cantar
uma música de que gostei muito.
Fiquei particularmente agitado naquela noite e cantei do fundo do
meu coração. Senti como se a música tivesse se tornado minha oração.
De repente, minhas mãos começaram a formigar intensamente e percebi
que não conseguia movê­las. O formigamento subiu rapidamente pelos
meus braços e começou a surgir por todo o meu corpo. Antes que eu
percebesse, comecei a soluçar e não consegui parar.
O diretor de jovens se aproximou de mim e gentilmente sugeriu
que eu deixasse a plataforma. Incapaz de fazer qualquer coisa além de
chorar, de alguma forma consegui tropeçar no banheiro masculino,
onde continuei a soluçar por algum tempo. A presença de Deus era tão
real e forte em mim que eu automaticamente respondi com soluços de
partir o corpo e um coração transbordando de alegria. O Senhor estava
me dando um lindo presente naquele banheiro masculino. Ele estava
me batizando em Seu Espírito.

PRECEDENTES BÍBLICOS PARA RESPOSTAS CORPORAIS À


PRESENÇA MANIFESTA DE DEUS
Como você pode imaginar, quando você entra em um ambiente
corporativo onde a glória da presença de Deus está se manifestando, a
cena pode parecer um pouco caótica. Algumas pessoas podem estar

34
rindo, outras chorando ou gemendo, outras se sacudindo ou se contor­
cendo, enquanto outras permanecem muito quietas. No entanto, julgar
essas coisas apenas pelas aparências externas pode ser enganoso. Na ver­
dade, isso tem gerado muitas críticas de certos grupos religiosos. Eles
expressam preocupação com o fato de as pessoas estarem sendo levadas
a comportamentos excessivos e demonstrações de mero emocionalismo.
Eles têm certeza de que esse tipo de ação nunca viria de Deus.
Eles se esquecem do que aconteceu no dia de Pentecostes. Deus
visitou e encheu os 120 discípulos reunidos no Cenáculo com o Espírito
Santo. Essas pessoas se comportaram de maneira tão estranha que os
transeuntes as confundiram com o fato de estarem bêbadas. Pedro teve
que dar uma explicação ao público, dizendo: “Essas pessoas não estão bê­
badas como você supõe”.
Você já viu um grupo de bêbados juntos? Como eles se parecem?
Alguns riem; alguns choram. A maioria tem dificuldade em ficar em pé
ou andar e, em vez disso, tece, puxa ou bob. Alguns gritam, alguns can­
tam e alguns apenas ficam sentados, parecendo estar “fora de si”. Pode­
mos supor que pelo menos alguns desses comportamentos ocorreram
no Pentecostes porque os espectadores pensaram que os discípulos esta­
vam bêbados.
E aquelas pessoas que caem no Espírito e ficam imóveis no chão?
Temos o relato de uma testemunha credível e em primeira mão de que
esta é uma resposta legítima à Presença Manifesta do Senhor. Escre­
vendo da ilha de Patmos, o apóstolo João afirma: “Quando o vi [Jesus],
caí a seus pés como morto” (Apocalipse 1:17).
A todos os que se preocupam se essas coisas podem ser de Deus,
convido­os a olhar novamente, desta vez com os olhos do coração.

35
Nosso Deus Pai é tão amoroso e nos conhece tão bem que, quando Sua
presença entra e nos toca, Ele ministra para nós da maneira que mais
precisamos e podemos receber naquele momento. Para alguns oprimi­
dos pela tristeza ou preocupação, uma sessão revigorante de riso santo é
exatamente o que eles precisam, pois Deus os lembra que podem entre­
gar seus fardos a Ele. Para outros, um momento de soluços pode permi­
tir que liberem algumas dores e feridas profundas ao se encontrarem
envoltos nos braços consoladores do Espírito Santo. Outros ainda po­
dem se ver entrando na tristeza ou dor de outra pessoa enquanto inter­
cedem por ela, pois o Senhor compartilha Seu próprio fardo por ela. E
algumas pessoas querem apenas se aquecer na presença de Deus e con­
templar Sua beleza.
Sei que o assunto das manifestações é novo e controverso para
muitos cristãos. John Arnott, pastor da Toronto Airport Christian Fel­
lowship, organizou um avivamento conhecido como “Toronto Blessing”
por mais de doze anos, e foi caracterizado por muitos tipos de manifes­
tações físicas da Presença de Deus. Ele escreveu dois livros, The Father’s
Blessing e Experience the Blessing: Testimonies from Toronto, que contêm
descrições e explicações bíblicas desses tipos de fenômenos. Recomendo
vivamente estes livros aos leitores que desejam buscar informações mais
aprofundadas nesta área.1
Uma coisa eu sei com certeza, pois já vi isso repetidas vezes. Todo
aquele que encontra a presença de Deus, independentemente das ma­
nifestações que ocorrem, sai revigorado, fortalecido, encorajado, muitas
vezes significativamente mudado e sempre seguro do amor de Deus por
eles.

36
PRESENÇA COM UM PROPÓSITO
Na Harvest Rock Church, damos as boas­vindas à presença de
Deus em cada uma de nossas reuniões. Esperamos que Ele apareça e
nunca tentamos adivinhar o que Ele vai fazer. Queremos ser tocados
pela glória de Sua presença, pois ela nos infunde um senso renovado de
quem somos como Seus filhos.
Aprendemos por meio de nossas experiências que Deus não é um
pai ausente. Ele gosta do contato frequente e íntimo com Seus filhos.
Freqüentemente, em Sua presença, nós, Seus filhos, recebemos uma vi­
são profética sobre Seu chamado para nossas vidas ou experimentamos
uma cura interior profunda que nos liberta. Ele também nos revela os
mistérios de Seu plano e propósito, e sempre partimos sentindo que O
conhecemos mais profundamente.
Por fim, aprendemos que Deus não é previsível, mas isso mantém
nossa jornada com Ele nova e emocionante. Como uma das crianças da
série de livros As Crônicas de Nárnia diz sobre a figura de Cristo Aslan:
“Ele é um leão bom, mas não domesticado”. Entendemos que esses encon­
tros com a presença de Deus estão nos amadurecendo, nos moldando e
nos moldando à imagem de Cristo. E sabemos que à medida que cres­
cemos individual e corporativamente, Ele está nos restaurando para
uma vida abundante e nos equipando para realizar o desejo de Seu co­
ração.
Deus quer que inauguremos Seu Reino na terra, transformando o
mundo ao nosso redor. Estaremos dando uma olhada mais profunda
em Sua Glória e no cumprimento de Seu propósito em nós no restante
deste livro.

37
CAPÍTULO 3

A GLÓRIA COMO A BONDADE


REVELADA DE DEUS

Como filho de um ministro, passei meus primeiros anos sentado


na igreja e ouvindo sermões sobre Jesus. Mas quando eu era adolescente,
levava uma vida cheia de drogas, álcool e festas. Por fora, minha vida
pode ter parecido excitante e divertida, mas por dentro eu me sentia
vazia e frustrada.
Uma noite, quando eu tinha dezessete anos, fui a uma festa na casa
de um amigo, onde me enchi de cerveja e maconha. Horas depois, fi­
quei entediado com a atmosfera de festa. Senti­me estranhamente sozi­
nho e vazio e entrei em um quarto vazio, onde fechei a porta atrás de
mim. Sentindo­me oprimido, ouvi­me clamar a Deus.
“Senhor”, orei, “não sei se Você existe. Mas se você fizer isso, e se o
que meus pais me disseram quando menino for verdade ­ que Você morreu
pelos meus pecados e há um céu e um inferno ­ quero que se revele a mim.
Eu quero que você revele a verdade para mim.”
Naquele momento, senti uma onda de calor e amor envolvendo
meu corpo, uma sensação diferente de todas as que eu já havia experi­
mentado. Minha mente ficou clara de repente e eu sabia que Jesus era
real. Fiquei tão emocionado com o quanto Ele me amava que comecei
a chorar incontrolavelmente. Cheio dessa revelação de Jesus, não pude
conter minha alegria. Corri imediatamente para contar aos meus ami­
gos.

38
“Gente, encontrei o que todos procuramos”, declarei. “É Jesus! Jesus
acabou de se revelar a mim esta noite.” Meus amigos olharam para mim
como se eu tivesse pegado um gole de maconha demais. “Não se preo­
cupe, Ché”, eles me disseram, “você vai ficar bem amanhã de manhã”.
Mas, nos três dias seguintes, não consegui parar de chorar, en­
quanto ondas do amor de Deus passavam por mim. Duas semanas de­
pois, tomei uma decisão de qualidade de entregar minha vida a Jesus e
fui libertada das drogas e do meu estilo de vida.
Quando dei a Deus a oportunidade de se revelar, Ele manifestou
sua presença, mergulhando­me em uma profunda experiência de seu
amor, alegria, misericórdia e bondade. Daquele momento em diante,
minha vida nunca mais foi a mesma.

MOSTRA­ME A TUA GLÓRIA


A Glória de Deus revela Sua natureza e caráter essenciais, que in­
clui Sua bondade, bondade, amor e compaixão. Recebemos uma reve­
lação disso ao examinarmos a incrível interação de Deus com Moisés.
A Bíblia nos diz que Moisés estava perto de Deus, compartilhando
com Ele um vínculo único, sem paralelo por ninguém na época. Du­
rante a jornada de Israel no deserto, Moisés se encontrou com Deus no
Tabernáculo. De acordo com as Escrituras, sua intimidade era tal que
Deus falava com Moisés como alguém falaria com um amigo. No en­
tanto, embora seu relacionamento com Deus superasse em muito o de
outros, Moisés ainda estava faminto pelo Senhor, querendo mais Dele.
Por isso, ele fez este pedido audacioso a Deus: “Agora mostra­me a tua
glória” (Êxodo 33:18).

39
O Senhor respondeu: “Farei com que toda a minha bondade passe
diante de vocês e proclamarei meu nome, o Senhor, em sua presença. Terei
misericórdia de quem eu tiver misericórdia e terei misericórdia de quem eu
tiver misericórdia.” (Êxodo 33:19).
Deus poderia ter dito: “Vou deixar minha justiça passar na sua
frente”, ou “Vou deixar minha onipotência passar na sua frente”. Em vez
disso, o Senhor disse especificamente: “Farei com que toda a minha bon­
dade passe na sua frente.” A parte de Seu caráter que Deus mais queria
revelar a Moisés era sua bondade. Ele queria que Seu servo soubesse,
acima de tudo, que Ele desejava derramar Sua bondade sobre ele e Israel.
Quando a Glória de Deus vem, toda a Sua bondade vem. E
quando Sua bondade chega, há misericórdia, compaixão, amor e cura.
Nosso Deus é um bom Deus.

MOSTRE­ME SUA BONDADE


Jesus Cristo: a personificação da bondade de Deus
Em nenhum lugar em todos os encontros de Deus com o homem
Ele torna Sua bondade mais claramente visível do que na vida e minis­
tério de Jesus Cristo. Jesus é a manifestação final da glória da bondade
de Deus.
A Palavra [Jesus] tornou­se humana e fez morada entre nós. Ele
estava cheio de amor e fidelidade infalíveis. E vimos Sua Glória,
a glória do Filho unigênito do Pai.... Ninguém jamais viu a
Deus. Mas o Único, que é Deus, está perto do coração do Pai.
Ele revelou Deus para nós. ­ João 1:14,18, NLT

40
Quando lemos sobre as ações de Jesus, vemos as intenções de Deus
para nós demonstradas. Jesus descreveu Seu próprio ministério citando
o profeta Isaías:
O rolo do profeta Isaías foi entregue a ele. Desenrolando­o, en­
controu o lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque me ungiu para pregar as boas novas aos pobres. Ele
me enviou para proclamar a liberdade para os prisioneiros e a
recuperação da visão para os cegos, para libertar os oprimidos,
para proclamar o ano da graça do Senhor.” ­ Lucas 4:17­19
Onde quer que Jesus fosse, Ele curava pessoas, assegurava­lhes que
estavam perdoadas e dizia­lhes da preocupação amorosa do Pai por elas.
Ele ressuscitou os mortos, acalmou tempestades e multiplicou alimentos
para alimentar multidões famintas. A Escritura diz repetidamente que
Jesus olhava para as pessoas e tinha compaixão delas. Ele não rejeitou
ninguém que O buscou sinceramente, independentemente do que eles
possam ter feito no passado.
O apostolo Pedro disse de Jesus: “Deus ungiu Jesus de Nazaré com
o Espírito Santo e com poder, que andava fazendo o bem e curando todos
os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (Atos 10:38, NKJV). Se
quisermos entender a bondade de Deus, precisamos apenas olhar para
Jesus. Sua vida, morte sacrificial por nós e ressurreição para nos libertar
do pecado e da morte são provas de que Deus realmente é bom para
nós.

41
Deus É Um Bom Deus

Minha família e eu experimentamos a bondade de Deus de muitas


maneiras ao longo dos anos. Uma poderosa demonstração de Sua bon­
dade ocorreu quando nossa filha sofreu um grave acidente de carro. O
carro foi tão destruído que parecia um acordeão de metal, mas nossa
filha foi embora sem um arranhão. Quando minha esposa e eu vimos o
carro, caímos no choro ao ver como a bondade e a misericórdia de Deus
se manifestaram ao proteger nosso filho.
Deus deseja revelar Sua natureza a nós e trazer Sua bondade para
nossas vidas. Mas alguns de nós são incapazes de reconhecer Sua bon­
dade ou entendê­la totalmente quando ela chega. Talvez tenhamos so­
frido uma profunda tragédia e, em nosso desespero, nos sentimos sozi­
nhos e abandonados por Deus. Podemos ficar com raiva ou indignados
com Deus, perguntando­nos por que Ele permitiu que algo tão dolo­
roso e prejudicial acontecesse conosco.
Precisamos perceber que Deus não é quem está causando nossa
tragédia, dor ou doença. O apóstolo Paulo nos explica: “Não se deixem
enganar, meus queridos irmãos e irmãs. Tudo o que é bom e perfeito desce
até nós de Deus, nosso Pai, que criou todas as luzes nos céus. Ele nunca
muda ou projeta uma sombra inconstante.” (Tiago 1:16­17, NLT).
As intenções e ações do Senhor para conosco são boas. Mas temos
um inimigo que é malicioso e impiedoso, querendo que nos sintamos
desesperados e traídos por Deus. Satanás nos ataca com dúvidas sobre o
amor de Deus, querendo que acreditemos que nosso sofrimento veio
Dele. Mas Jesus comparou Suas próprias intenções e ações para conosco
com as de Satanás. Ele disse: “O ladrão vem apenas para roubar, matar e
destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João
42
10:10). Podemos ter certeza de que tudo o que nos traz vida abundante
vem de Deus e tudo o mais vem de outra fonte.
No entanto, é possível sabermos que Deus é bom e ainda ficar
desanimado às vezes. Podemos orar para que a mudança ocorra em uma
determinada situação, mas nada parece acontecer. Enquanto esperamos
que ela se cumpra, ficamos cansados ou até mesmo duvidosos e pode­
mos concluir que nossa oração não foi atendida. Nessas ocasiões, pode­
mos sentir que Deus está distante e intocado por nossas necessidades.
No entanto, nada poderia estar mais longe da verdade. O autor de He­
breus nos diz que Jesus, tendo compartilhado nossa humanidade, se co­
move com nossas dificuldades e compreende nossas fraquezas e enfer­
midades (ver Hebreus 2:14). Além disso, Jesus leva pessoalmente nossas
orações ao Pai, intercedendo por nós (ver Hebreus 7:25).
Freqüentemente, uma tão esperada resposta à oração produzirá
um resultado muito maior do que qualquer coisa que poderíamos espe­
rar. Assim como devemos permanecer na fé para nossa salvação ­ uma
fé que é invisível, mas real ­ devemos fazer a escolha de permanecer na
promessa de que a natureza de Deus não pode ser nada, exceto boa.
Talvez você esteja passando por um momento particularmente difícil
agora, precisando de uma melhora financeira, de uma cura física ou da
restauração de um relacionamento. Eu encorajo você a perseverar na fé.
Deus promete uma descoberta. “O choro pode durar uma noite, mas a
alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5, NKJV).

43
Uma Temporada De Inovações

Eu pessoalmente experimentei essa verdade profunda como um


jovem cristão. Nos primeiros anos de nosso casamento, Sue e eu estáva­
mos em um filme de Billy Graham, mastigando pipoca, quando meu
queixo de repente estalou e eu senti uma dor aguda. Percebi que minha
mandíbula travou e abriria apenas alguns centímetros. Pedi licença para
ir ao banheiro, onde tentei destravar minha mandíbula sem sucesso.
Naquela noite, antes de ir para a cama, Sue e eu oramos por minha cura.
Eu estava confiante de que Deus responderia à nossa oração, porque eu
já havia pedido a Ele uma cura pessoal antes e a havia recebido. Além
disso, trabalhei em uma sala de cura com um ministério local e vi outras
pessoas receberem curas milagrosas. Quando acordei na manhã se­
guinte, porém, minha mandíbula ainda estava dolorosamente travada.
Destemido, continuei a orar diariamente. Depois de uma semana
sem mudanças, marquei uma consulta com meu cunhado, que é cirur­
gião de ouvido, nariz e garganta. Ele imediatamente diagnosticou o pro­
blema como ATM (distúrbio da articulação temporo­mandibular).
Quando perguntei o que poderia fazer para me livrar dela, ele me infor­
mou que não havia tratamento eficaz. A cirurgia pode ser o último re­
curso, mas eu teria que aprender a conviver com ela. Voltei para casa
desanimado e um tanto confuso. Eu sabia que Deus é um curador ­
então por que eu não estava sendo curado? Certamente não queria pas­
sar o resto da minha vida comendo comidas macias, pois um dos meus
pratos favoritos é um bom bife!
Por alguns dias, fui tentado a ter pena de mim mesmo e reclamar
com Deus. Em vez disso, passei um tempo imerso em Sua presença e

44
lendo os relatos do evangelho sobre Jesus curando pessoas. Durante
aquele período de oração
Com a leitura das Escrituras, surgiu de dentro de mim uma certeza
absoluta de que a cura era minha. Decidi que cada vez que olhasse no
espelho meu maxilar dolorosamente travado, louvaria a Deus e agrade­
ceria a Ele por me curar.
Fiz isso várias vezes por dia nos dezoito meses seguintes. Certa ma­
nhã, quando acordei, bocejei e percebi, para minha surpresa, que minha
boca se abriu com facilidade. Eu fui curado naquele momento. O TMJ
nunca mais voltou.
Não sei por que a resposta à minha oração demorou tanto. O im­
portante é que escolhi confiar na bondade de Deus e acreditar em Suas
promessas sobre a cura. Mesmo quando nada mudou, eu persisti. Às
vezes, ficava desanimado e queria desistir, mas nunca o fiz.
Não importa o que você esteja enfrentando, eu o encorajo a esco­
lher acreditar na bondade de Deus. Ele é fiel e fiel à Sua palavra. Você
pode confiar nEle em tudo, sabendo que Ele fará isso para o seu bem
(ver Romanos 8:28). Em sua carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo enco­
raja a todos nós: “Aqueles que vivem para agradar ao Espírito colherão a
vida eterna do Espírito. Portanto, não vamos nos cansar de fazer o que é
bom. No momento certo, teremos uma colheita de bênçãos se não desistir­
mos.” (Gálatas 6: 8­9, NLT).

Os Muitos Disfarces Da Bondade De Deus

Freqüentemente, nossas idéias sobre o que é bom para nós podem


nos cegar para o bem maior que Deus deseja conceder. Às vezes, Sua
bondade já está presente em nossas vidas, mas podemos não ter uma

45
revelação dessa bondade até mais tarde. Considere o relato do missio­
nário David Livingstone, contado pelos Pastores Robert Lewis e Wayne
Cordeiro, que falaram em uma conferência realizada por nossa igreja:
Livingstone foi um dos grandes missionários na África. Quando
estávamos visitando Londres, tivemos a oportunidade de visitar a Aba­
dia de Westminster, onde Livingstone foi enterrado. Embora seu corpo
tenha sido enterrado na Inglaterra, seu coração foi enterrado na África
Central.
Quando ele chegou pela primeira vez à África em 1840, ele se viu
em um grande território supervisionado por um chefe tribal. Ele teve
que fazer uma aliança com esse chefe para ter acesso à região. Sem essa
aliança, ele pode ser morto a qualquer momento. Então ele concordou
em se encontrar com o chefe.
De acordo com a tradição, Livingstone aprendeu que o chefe po­
deria pedir qualquer coisa que pertencesse a ele. Portanto, Livingstone
expôs tudo o que possuía ­ suas roupas, seus livros, seu relógio e até
mesmo sua cabra, que fornecia leite de cabra para seus problemas de
estômago. De todas as coisas que Livingstone colocou diante dele, o
chefe escolheu o bode. Em troca, ele deu a Livingstone sua bengala.
Livingstone deixou a reunião muito frustrado. Ele começou a re­
clamar com Deus: “Deus, isso não parece justo! Eu precisava daquela cabra
para o meu estômago. Eu teria todo o gosto dado a ele. E tudo que recebi
em troca foi este pedaço de pau.”
Aqui estava Livingstone em um país estrangeiro, e a única coisa de
que ele mais precisava foi tirada dele. Naquele momento, era difícil acre­
ditar que algum bem pudesse sair da troca. Por que diabos Deus deixou
isso acontecer?
46
O que Livingstone descobriu mais tarde foi que o chefe havia re­
almente dado a Livingstone seu cetro. Esse cetro abriu a porta para Li­
vingstone entrar em cada aldeia bem­vinda e protegida. Por causa da
troca, ele pôde compartilhar o evangelho na África até o dia de sua
morte.1
Que testemunho incrível da bondade de Deus. Como Livingstone,
muitos de nós recebemos cetros que vemos apenas como bengalas. É
necessária revelação para sermos capazes de ver a bondade de Deus em
nossas vidas, que na verdade está ao nosso redor. Em vez de focar em
nosso “bode” ­ o que perdemos, o que foi tirado de nós ou o que preci­
samos ­ vamos acreditar na bondade de Deus e confiar que Ele trabalha
para o bem daqueles que O amam. Ao fazermos isso, veremos a bondade
de Deus se manifestar em nossas vidas, como fez David Livingstone. Eu
experimentei isso em primeira mão. Desde o momento em que Deus
revelou pela primeira vez a glória de Seu caráter para mim, aos dezessete
anos, até hoje, tenho experimentado onda após onda de Sua bondade
em minha vida.

Bondade Revelada

Em 20 de janeiro de 1994, Deus derramou Seu Espírito em To­


ronto, Canadá, de maneira espetacular. A Toronto Airport Christian
Fellowship Church tornou­se o centro de um avivamento mundial, com
mais de quatro milhões de pessoas visitando a igreja durante os próxi­
mos doze anos. Eu voei para lá em outubro de 1994 com a intenção de
experimentar Sua Glória. No início daquele ano, participei de uma con­
ferência em Vineyard, onde experimentei a Glória de Deus tocando
meu corpo com força, me derrubando e sacudindo. Eu também experi­
mentei rajadas de risadas sagradas, tão intensas que tive certeza de que
47
meus lados se partiriam. Essas experiências foram estimulantes e muda­
ram minha vida, e fui para Toronto esperando mais do mesmo.
Mas Deus teve uma manifestação diferente de Sua Glória para
mim em Toronto, uma que eu nunca poderia ter previsto. Enquanto eu
estava deitado quieto no chão da igreja sob o poder do Espírito, Deus
me revelou que eu ainda tinha um pouco
Ter raízes em meu coração relacionadas às feridas que carreguei de
meu relacionamento com meu pai. Quando criança, fiquei magoada
com a rejeição que senti quando meu pai me puniu fisicamente por meu
comportamento ou por notas insatisfatórias na escola. Sem perceber,
carreguei esse sentimento de rejeição em meus outros relacionamentos,
impactando­os negativamente.
Naquela noite em Toronto, Deus curou sobrenaturalmente aque­
las feridas em meu coração. Meu relacionamento com meu pai foi trans­
formado, pois Deus abriu a porta para nós discutirmos abertamente o
passado e nos reconciliarmos totalmente em novembro de 1996. Meu
pai e eu agora temos um relacionamento maravilhoso, aberto e amo­
roso. Tenho o maior respeito por ele e sou grato por todos os sacrifícios
que ele fez por sua família como pai e pastor. Por causa da bondade de
Deus, agora sou capaz de ter com meu pai o relacionamento que sempre
desejei. A Escritura nos diz que esse tipo de cura é a vontade de Deus
para nossas vidas. “Ele converterá o coração dos pais a seus filhos e o coração
dos filhos a seus pais” (Malaquias 4:6).
Deus, em toda a Sua bondade, também restaurou meu casamento
com Sue. Por ter julgado meus pais por me rejeitarem, rejeitei Sue de
maneira semelhante e sem saber, causando­lhe sem querer uma grande
dor em nosso relacionamento. A Bíblia alerta contra isso: “Não julgue,

48
ou você também será julgado. Pois da mesma maneira que julgas os outros,
serás julgado e, com a medida que usares, será medida para ti.” (Mateus
7:1­2). Porque eu semeei discórdia e rejeição em nosso casamento, Sue
ficou magoada e começou a me rejeitar em troca.
No dia em que meu pai me pediu para perdoá­lo, Deus trouxe
uma tremenda cura em meu coração e quebrou um espírito de rejeição
em minha vida. Como resultado dessa reconciliação, fui capaz de liberar
o mesmo amor e aceitação para Sue. Deus renovou nosso casamento de
acordo com Sua bondade, e agora nosso casamento nunca foi melhor.
Nosso amor por Deus e uns pelos outros se aprofunda a cada dia.

O Melhor Presente

Minha vida tem sido um testemunho da bondade de Deus, e dou


a Ele louvor e glória por todas as bênçãos que o Senhor me deu. No
entanto, o maior presente que Deus me deu é o dom infinito de Sua
bondade por meio da pessoa de Jesus Cristo. Jesus é a bondade de Deus
para nós manifestada em forma humana.
Minha oração por você é a oração de Paulo em Efésios:
Continuo pedindo que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai
glorioso, dê a você o Espírito de sabedoria e revelação, para que
você o conheça melhor. Oro também para que os olhos do seu
coração sejam iluminados para que você possa conhecer a espe­
rança para a qual ele o chamou, as riquezas de sua gloriosa he­
rança nos santos e seu poder incomparavelmente grande para nós
que cremos. ­ Efésios 1:17­19
Ao receber Jesus Cristo, recebemos o maior presente que Deus po­
deria dar ao homem. Não apenas recebemos a vida eterna, mas também

49
nos tornamos filhos e filhas do Deus vivo. Jesus pagou o preço por nos­
sos pecados com Sua morte na cruz, para que possamos ter acesso a
Deus Pai e à vida eterna no céu. No entanto, esse acesso é destinado a
nós não apenas depois de morrermos, mas também nesta vida. A Bíblia
declara: “Deus nos ressuscitou com Cristo e nos assentou com ele nas esferas
celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2:6). Isso significa que, como filhos de
Deus, temos acesso aos reinos celestiais e à Glória de Deus agora. Rece­
bemos a capacidade de chamar Sua bondade do céu para a terra.
Você também pode experimentar a Glória de Deus, não apenas na
eternidade, mas também aqui na terra. Toda a bondade que experimen­
tei em minha vida está à sua disposição, por meio de Cristo em você, a
esperança da glória. Receber Jesus Cristo e firmar as promessas de Sua
natureza libera Sua Glória ­ incluindo toda a Sua bondade ­ em nossas
vidas.
Se você nunca tomou a decisão de receber Jesus Cristo, gostaria de
convidá­lo a fazê­lo agora. Deus deseja liberar a glória de Sua bondade
sobre você, mas você deve atender ao Seu convite de amor. É muito
simples de fazer. Você pode simplesmente fazer esta pequena oração:
Jesus, obrigado porque você morreu pelos meus pecados e ressus­
citou dos mortos no terceiro dia. Jesus, eu sei que não tenho sido uma
pessoa perfeita e agradeço por me perdoar de meus pecados e egoísmo.
Eu te entrego todo o meu coração e te peço para ser o Senhor da minha
vida. Com a tua ajuda, vou seguir­te e confiar em ti todos os dias da
minha vida. Obrigado por liberar Sua bondade em minha vida. Em
nome de Jesus, Amém.

50
CAPÍTULO 4

A GLÓRIA COMO O PODER DA


RESSURREIÇÃO DE DEUS
Minha primeira experiência dramática com a Glória de Deus na
forma de Seu poder de ressurreição aconteceu quando eu era apenas um
jovem crente, com apenas dezenove anos de idade. Eu estava a caminho
da Conferência Carismática de Pittsburgh, acompanhando um pastor
idoso que nos levou ao longo da Pennsylvania Turnpike. A certa altura,
percebemos que um grande acidente ocorrera do outro lado da rodovia.
Um homem saltou do viaduto para a rodovia para cometer suicídio.
O pastor parou o carro na beira da estrada. Algumas pessoas esta­
vam no local, mas não havia ambulância ou carro da polícia por perto.
O pastor me pediu para aproximar­me do local para verificar se alguém
havia ligado para o 911.
Cruzando a rodovia, vi uma pessoa perto do local do acidente di­
recionando o tráfego com sinalizadores. Eu perguntei a ele: “É aquele
homem que pulou morto?”
“Sim,” ele respondeu. Minha primeira inclinação foi voltar imedi­
atamente para dizer ao pastor que o homem estava morto, mas senti um
forte impulso para continuar minha investigação.
Abordei outra pessoa que também dirigia o tráfego. “Esse homem
está morto?” Eu perguntei.

51
O diretor de trânsito explicou: “Uma enfermeira parou para ajudar.
Ela pegou uma pulsação fraca nele. Uma ambulância está a caminho
agora.”
Pronto para dar esse relatório ao pastor, me virei para voltar para
o carro. Então eu ouvi o Espírito Santo me dizer: “Ore por aquele corpo.”
Uma multidão já se aglomerava em torno do corpo. Eu era um
novo crente e fui dominado pelo medo porque não sabia como abordar
a situação. Certamente não queria fazer uma cena.
Mas eu sabia que tinha que obedecer ao Espírito Santo. Quando
olhei para a forma quebrada do homem, foi a coisa mais terrível que eu
já tinha visto. Havia sangue e urina por toda parte, e fiquei surpreso que
até mesmo um pulso fraco pudesse permanecer em um corpo tão dani­
ficado. Ninguém queria tocá­lo porque ninguém queria ser responsabi­
lizado de forma alguma. Mas porque o Senhor havia me dito para impor
as mãos sobre o homem, eu disse aos espectadores: “Com licença”, des­
lizei entre eles e me ajoelhei ao lado do homem. Comecei a orar baixi­
nho em línguas.
Enquanto orava, ouvi o Senhor me perguntar: “Como vou receber
glória nesta situação, a menos que você ore em inglês?” Ocorreu­me que,
por ser um coreano­americano, as pessoas ao meu redor poderiam pre­
sumir que eu estava falando em coreano.
Mudei de posição e comecei a orar em inglês. A oração que fiz foi
simples e evangelística: “Senhor, tu és um Deus que ama as pessoas. Você
morreu pelos nossos pecados. Oro para que revele Seu poder levantando este
homem em nome de Jesus.”
No momento em que terminei, o homem recobrou a consciência,
virou a cabeça e olhou para mim. O grupo todo engasgou em voz alta.
52
Eles viram a resposta direta do homem, da inconsciência à consciência,
após minha oração. Logo depois, a ambulância chegou.
Isso foi o mais próximo da ressurreição de uma pessoa morta que
já testemunhei pessoalmente. Aqui estava um homem com pulso fraco,
perto da morte, que recuperou a consciência pelo poder do Espírito
Santo. Foi minha primeira lição em saber que existe um poder de res­
surreição que traz tanto a salvação quanto a vida abundante ­ e está dis­
ponível para nós por causa do que Cristo realizou na cruz.

O PODER DENTRO DE NÓS


Já definimos a Glória de Deus como Sua Presença Manifesta. Re­
vela Sua bondade ou exibe Seu poder por meio de sinais, maravilhas e
milagres. Quando a Glória de Deus é revelada, Seu poder é freqüente­
mente demonstrado de várias maneiras. Pode dividir o Mar Vermelho,
acalmar uma tempestade, gravar leis na pedra ou multiplicar alimentos
para alimentar multidões.
Neste capítulo, quero me concentrar no poderoso poder da ressur­
reição de Deus, que pode curar os enfermos e até mesmo ressuscitar os
mortos. Esse poder está disponível para os crentes, mas um grande seg­
mento da igreja não está ciente de sua realidade ou de seu acesso a ela.
É importante compreendermos esse poder, pois o Senhor nos ordenou
que o usássemos.
Em Mateus 10:7­8, lemos como Jesus enviou seus discípulos para
treinamento prático no mundo ao seu redor. Ele os instruiu: “Enquanto
vocês vão, pregue esta mensagem: ‘O reino dos céus está próximo’. Cure os
enfermos, ressuscite os mortos, limpe aqueles que têm lepra, expulse os de­
mônios. De graça você recebeu, dê de graça.”

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Podemos ser tentados a pensar que essas instruções foram dadas
aos discípulos apenas para aquele tempo específico, mas Jesus deu uma
ordem semelhante aos Seus discípulos antes de subir ao céu. Ele ins­
truiu: “Vá por todo o mundo e pregue as boas novas a toda a criação.... E
estes sinais acompanharão aqueles que acreditam: Em meu nome, eles ex­
pulsarão demônios; eles falarão em novas línguas; eles pegarão cobras com
as mãos; e quando eles bebem um veneno mortal, não os fará mal; colocarão
as mãos sobre os enfermos e eles ficarão curados.” (Marcos 16:15,17­18).
Observe os comandos semelhantes em ambas as passagens. Deve­
mos pregar o Evangelho, e nossa declaração das “Boas­Novas” deve ser
acompanhada por demonstrações do poder de Deus em curar os enfer­
mos e ressuscitar os mortos. Este padrão não era novo para os discípulos,
pois eles o testemunhavam todos os dias no ministério de Cristo. De
fato, quando os seguidores de João Batista vieram a Jesus para perguntar
quem Ele era, Cristo resumiu Seu próprio ministério com estas palavras:
“Volte e conte a João o que você ouve e vê: Os cegos vêem, os coxos andam
quem tem lepra são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e as
boas novas são pregadas aos pobres.” (Mateus 11:4­5).

A GLÓRIA E O PODER DA SALVAÇÃO


Todo crente tem experiência em primeira mão com o poder de
salvação de Deus. É o ato sobrenatural pelo qual Deus nos livra do pe­
cado e da morte e nos dá Sua vida através da nossa fé em Jesus Cristo, e
nós nascemos de novo. Ele nos tira das trevas e nos traz à luz, e come­
çamos a ver a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor de uma nova
maneira.

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Para alguns, essa transformação é nada menos que milagrosa, pois
são libertos de dificuldades, como vícios, e começam uma nova vida de
propósito. Sua mudança dramática é visível para todos ao seu redor.
Para muitos crentes, no entanto, seu encontro com a glória do poder de
Deus termina aí. Muitos não sabem que a palavra “salvação” em grego,
soteria, significa não apenas salvação, mas também cura e libertação. A
morte e ressurreição de Cristo nos deram cura e libertação da opressão,
junto com nossa salvação. Tudo está incluído no presente da salvação,
dado gratuitamente a nós pela graça de Deus.
A maior demonstração desse poder de ressurreição foi quando Je­
sus Cristo foi crucificado e trazido de volta à vida pelo poder de Deus
por meio de Seu Espírito. Paulo se refere a isso em sua oração pela igreja
em Éfeso:
Continuo pedindo que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai
glorioso, dê a você o Espírito de sabedoria e revelação, para que
você o conheça melhor. Oro também para que os olhos do seu
coração sejam iluminados para que você possa conhecer a espe­
rança para a qual ele o chamou, as riquezas de sua gloriosa he­
rança nos santos e seu poder incomparavelmente grande para nós
que cremos. Esse poder é como a operação de sua grande força,
que ele exerceu em Cristo quando o ressuscitou dos mortos e o
colocou à sua direita nos reinos celestiais. ­ Efésios 1:17­20, (ên­
fase minha).
Vamos interromper esta oração, para que possamos ver tudo o que
Paulo ora por nós:
• Ele declara que o “poder incomparavelmente grande” que ressus­
citou Jesus dos mortos está disponível a todos os crentes.

55
• Ele ora para que recebamos a revelação de que esse grande poder
está à nossa disposição.
• Ele pede que recebamos sabedoria para compreender a esperança
para a qual somos chamados e quão rica é a nossa herança.
Deus deseja que conheçamos e possuamos ativamente tudo, não
apenas parte, do que nos foi dado em Cristo. E parte do que recebemos
é o poder celestial que habita em nós no momento em que aceitamos
Jesus Cristo como Senhor e Salvador. No entanto, de acordo com
Paulo, é necessário o Espírito de sabedoria e revelação para desenvolver
a consciência necessária para implementar esse poder em nossa experi­
ência cotidiana.
Deus nunca nos manda fazer o impossível. Quando Jesus ordenou
que curássemos os enfermos e ressuscitássemos os mortos, Ele estava nos
dizendo para usarmos Seu próprio poder de ressurreição, que habita em
nós.

CONQUISTANDO NOSSA DOENÇA


A ressurreição de nosso Senhor nos deu a vida eterna, pela qual
agradecemos a Deus. Se acreditarmos Nele, viveremos para sempre.
Para muitos crentes que vivem com aflição ou enfermidade, a cura
no céu é sua única esperança para o futuro. Eles pensam: “Vou ficar aqui
com a minha doença até o arrebatamento chegar ou até eu morrer.” Nesse
ínterim, a mentalidade deles é: “Estou sofrendo por Jesus” ou “Estou le­
vando minha cruz”.
Eu acredito que, como discípulos de Cristo, encontraremos sofri­
mento, mas o sofrimento que vejo no Novo Testamento vem da perse­
guição. Não é sofrimento da forma como alguns crentes o definiram,
56
onde a doença é vista como um espinho na carne ou uma cruz para
carregar. Eles acreditam que a prova do sofrimento com a doença lhes é
concedida para ajudar a aperfeiçoar seu caráter. Não conheço nenhum
pai que daria a seus filhos qualquer forma de doença para ajudá­los a
crescer em caráter. No entanto, é exatamente isso que projetamos em
nosso Pai celestial. A verdade é que Deus pode nos ajudar a crescer em
caráter sem nos dar doenças. Sim, Deus quer que sejamos santos, mas
existem outras maneiras que Ele escolhe para nos tornar santos.
Em sua carta ao jovem Timóteo, Paulo indica claramente o mé­
todo de Deus para o desenvolvimento do caráter santo. “Toda a Escri­
tura é inspirada por Deus e é útil para nos ensinar o que é verdade e para
nos fazer perceber o que está errado em nossas vidas. Ele nos corrige quando
estamos errados e nos ensina a fazer o que é certo. Deus o usa para preparar
e equipar seu povo para fazer toda boa obra.” (2 Timóteo 3: 16­17, NLT).
A Escritura diz que Jesus venceu não apenas nosso pecado na cruz,
mas também nossa doença. Paulo explica em Romanos 8:11: “Se o Es­
pírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos vive em vós, aquele que
ressuscitou Cristo dentre os mortos também dará vida aos vossos corpos mor­
tais pelo seu Espírito, que vive em vós”.
Por séculos, muitos na Igreja interpretaram este versículo com o
significado: “Quando você morrer, Deus levantará o seu corpo e você irá
para o céu.” Mas o versículo realmente diz que o Espírito habitando em
nós dará vida a nosso corpo mortal. E isso significa que vai acontecer
agora, nesta vida terrena, porque agora é a única vez que temos um
corpo mortal. Nossos corpos mortais não precisarão de vida no céu,
porque não teremos nossos corpos mortais lá! De acordo com Paulo, o

57
mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos habita em cada crente
e pode vivificar nossos corpos mortais, curando qualquer doença.
Por favor, não entenda mal: encorajo todos os crentes a contender
e travar guerra contra a doença, de todas as maneiras possíveis. Não há
condenação em lutar contra a doença ou em ir ao médico. Eu acredito
em médicos. No entanto, também acredito que devemos lutar por curas
sobrenaturais e milagrosas de Deus, não apenas para nós mesmos, mas
também para os outros. Devemos viver vidas sobrenaturais, demons­
trando a glória do poder de Deus. De acordo com Jesus e o apóstolo
Paulo, essa é a norma para o cristianismo bíblico.

CURA EM NOSSO MEIO


À medida que crescemos em nosso relacionamento com o Senhor,
nos tornamos mais conscientes de como receber as comunicações de Sua
Glória e poder. Andamos com maior autoridade no Espírito, e sinais e
maravilhas ­ incluindo cura ­ são demonstrados em nossa vida.
Estamos vendo isso acontecer na Igreja Harvest Rock. Acredita­
mos e ensinamos que a cura é nossa herança agora, e esperamos que
ocorram curas. E eles fazem! Cada vez mais, as curas estão ocorrendo
fora de nossos serviços religiosos.
Deixe­me compartilhar com vocês alguns exemplos recentes.

Câncer Curado

Richard e Andrea, um casal de nossa igreja, abriram sua casa para


hospedar uma reunião de pequeno grupo em uma noite de janeiro de
2008, quando os líderes regulares do grupo estavam fora da cidade. Na
época, a mãe de Andrea, Bertilla, estava hospedada em sua casa. Bertilla

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foi diagnosticada com câncer de mama e de pulmão e estava recebendo
tratamento do Hospital City of Hope. Naquela noite, durante a reunião
do pequeno grupo, os membros ungiram Bertilla com óleo, impuseram
as mãos sobre ela e oraram por ela. Imediatamente, ela se sentiu melhor.
Na semana seguinte, Bertilla foi à consulta com os médicos da City
of Hope. O tumor cancerígeno em seu seio era do tamanho de uma
maçã. Mas enquanto os médicos a examinavam durante a consulta, não
encontraram nenhum sinal de câncer em seu corpo. Eles decidiram fazer
um exame completo e ficaram surpresos ao descobrir que o caroço havia
desaparecido. A única explicação deles era: “Às vezes essas coisas aconte­
cem.”
Deus curou Bertilla completamente do câncer de mama e de pul­
mão. E quero enfatizar que sua cura não veio porque eu, um pastor, ou
mesmo os líderes de grupo oramos por ela, mas depois que crentes leigos
em nossa igreja oraram por ela. A Glória de Deus veio por meio de Seu
povo, pura e simplesmente, liberando o poder da ressurreição que curou
completamente o câncer de Bertilla.

Vida Nasceu Outro Membro

Outro membro de nossa igreja, Ana, também recebeu um toque


da Glória de Deus por meio de Seu poder de cura e restauração.
No final de nossa conferência de abril de 2007, minha esposa, Sue,
recebeu uma palavra de conhecimento do Senhor que Ele queria liberar
Seu poder por meio das crianças em nossa igreja. Durante a conferência,
ela sentiu que Deus queria liberar Sua Glória por meio dos filhos. Agora
Sue foi motivada a declarar: “Se algum de nossos professores tiver problemas
de saúde, por favor, venha. Queremos que as crianças orem por você.”

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Hannah, que estava ajudando com os alunos da primeira série na­
quele dia, foi receber orações. Ela e o marido, Sam, queriam ter filhos.
Hannah já havia sofrido dois abortos espontâneos e dois procedimentos
D e C, que os médicos haviam estragado. Como resultado das cirurgias,
ela conviveu por meses com uma dor aguda no abdômen.
Enquanto as crianças oravam por Ana, ela sentiu o poder de Deus
movendo­se dentro dela. Ela foi instantaneamente curada de sua dor, e
até hoje essa dor nunca mais voltou. Logo depois, Hannah ficou grá­
vida. E hoje ela e Sam são pais de um filho lindo e saudável, Joel.

Um Milagre Médico

Enquanto continuamos a orar pela cura dos enfermos na Igreja


Harvest Rock, Deus nos dá milagres maiores. Fico especialmente ani­
mado sempre que Ele cura pessoas incuráveis e Sua obra milagrosa é
confirmada com provas médicas.
Dois anos atrás, um membro da igreja, Monica, foi diagnosticado
com esclerose múltipla, após um ataque inicial com o distúrbio que a
deixou parcialmente paralisada. Monica tinha muita dificuldade para
andar. Uma ressonância magnética realizada na época indicou a pre­
sença de placas brancas em seu cérebro, características da doença.
Monica começou a orar e acreditar por sua cura, e nossas equipes
de oração oravam regularmente por ela. Isso continuou por dezoito me­
ses sem nenhum sinal de melhora em sua condição. Mas recentemente,
depois de receber oração, os sintomas de Monica desapareceram com­
pletamente.
Monica sabia que havia sido curada divinamente. Ela consultou
seu médico, que viu que ela havia retornado dramaticamente às funções
60
físicas normais de ionização. Ele queria repetir o procedimento de res­
sonância magnética, no entanto, para confirmar isso. O exame revelou
que as placas brancas haviam desaparecido, mostrando que Monica es­
tava completamente normal. Seu médico disse que não tinha nenhuma
explicação médica para a mudança em sua ressonância magnética.

A Glória Do Poder Da Ressurreição

Muitos cristãos acreditam que Deus cura as pessoas, porque histó­


rias de curas inexplicáveis do ponto de vista médico são comuns. Mas
muitos de nós temos grande dificuldade em acreditar que Deus ainda
ressuscita os mortos. Estamos cientes de que Jesus ressuscitou pessoas
dentre os mortos, mas geralmente consideramos esses incidentes isola­
dos e relegados ao Seu ministério enquanto esteve na terra. No entanto,
estou convencido de que não nos sentiríamos assim se entendêssemos
por que Jesus ressuscitou os mortos.
Em João 11, lemos sobre Maria e Marta mandando uma mensa­
gem a Jesus que seu irmão, Lázaro, estava gravemente doente. A resposta
de Jesus a esta notícia foi incomum: “Esta doença não deve terminar em
morte, mas para a Glória de Deus” (João 11: 4, NASB). Ele estava sinali­
zando para as irmãs que a doença de Lázaro, embora parecesse fatal,
resultaria em uma demonstração de glória ao Senhor. Quando Jesus en­
trou em cena, Lázaro já estava morto há quatro dias e selado em uma
tumba. Mas quando Jesus orou ao Pai e gritou: “Lázaro, saia!” seu amigo
voltou à vida, ainda envolto em mortalhas (veja João 11:41­44).
Este é um dos maiores milagres registrados no Novo Testamento.
E Jesus foi muito claro sobre o propósito desse milagre: “Esta doença não
deve terminar na morte, mas para a Glória de Deus”. Cristo ressuscitou

61
Lázaro dos mortos com o propósito de revelar a Glória de Deus. Mais
tarde, no mesmo capítulo, ele afirma: “Não te disse que, se acreditaste,
verias a Glória de Deus?” (João 11:40, ênfase minha).
A ressurreição de Lázaro prefigurou o “sumamente grande poder”
que Deus logo liberaria ao ressuscitar Cristo dentre os mortos, e por
meio de Cristo, nos comunicaria. A ressurreição de Lázaro foi um sinal
da Glória de Deus revelada como Seu poder. Agora tenho uma pergunta
para você. Se as pessoas que viveram no tempo de Cristo, que podiam
“ver” o Cristo ressuscitado, recebessem Lázaro trazido de volta à vida
como um sinal, você acha que, como Deus deseja, Ele poderia fornecer
sinais semelhantes hoje? Posso assegurar­lhe que sim, e em números
cada vez maiores.

Morto Ressuscitado

De todo o mundo, recebo relatos do poder da ressurreição de Deus


trazendo os mortos de volta à vida. Rolland e Heidi Baker, fundadores
do Iris Ministries, viram mais de oitenta pessoas ressuscitadas em seu
ministério na África, Europa e Ásia. A Pastora Supresa Sithole tem par­
ceria com os Bakers, servindo como Diretora Internacional de Pastores
para os Ministérios Iris. Supresa teve uma experiência incrível na pri­
meira vez que Deus o usou para ressuscitar alguém dos mortos.
Em fevereiro de 2001, Supresa conduzia uma cruzada no salão co­
munitário de Komatipoort, uma pequena cidade na fronteira com Mo­
çambique. Um dia, o chefe da área informou a Supresa que ele precisaria
suspender as reuniões porque uma menina de seis anos havia morrido
na noite anterior. A aldeia queria silenciosamente lamentar sua morte.

62
Supresa perguntou se ele podia ver a criança e o chefe concordou.
Quando ele chegou, a garota ainda estava em sua cama, fria e rígida.
Supresa sentiu­se impelida a orar por sua cura. Então, ele começou a
orar por ela no meio da manhã, quando a mãe da menina e seis outras
mulheres se sentaram com ele na sala. Conforme as horas passavam e
Supresa continuava em oração, as mulheres se cansaram e acabaram
saindo da sala. Cheio de compaixão, mas sem saber o que fazer, Supresa
apenas continuou orando, os dedos pousados no tapete ao lado da ga­
rota morta.
Em algum momento naquela tarde, quando Supresa estava no
meio da oração, ele sentiu algo tocar sua mão. Ele ergueu os olhos para
ver que a garotinha havia agarrado seu dedo. Ela estava sentada como
se tivesse acabado de acordar de um sono profundo. Ela havia voltado à
vida!
Supresa correu para contar à mãe e às outras mulheres, que ficaram
chocadas ao ver a menina sentada, viva. Eles começaram a chorar, rir e
dançar. Durante as duas semanas seguintes, muitos na vila passaram a
acreditar em Jesus e foram salvos, após esta gloriosa demonstração do
poder da ressurreição de Deus.
Talvez uma das ressurreições mais conhecidas dos dias modernos
seja a do pastor nigeriano Daniel Ekechukwu, documentada em vídeo
pelo evangelista internacional Reinhard Bonnke. Daniel morreu após se
envolver em um acidente de carro quando seus freios falharam. Ele foi
levado para um hospital onde foi declarado morto na chegada e uma
certidão de óbito foi emitida. Seu corpo ficou em um necrotério por
dois dias, e o agente funerário já havia injetado em seu corpo uma solu­
ção química em preparação para o embalsamamento.

63
Embora o rigor mortis tivesse se estabelecido, a esposa de Daniel,
inspirada pelo Espírito Santo, acreditou que o receberia de volta dos
mortos. Ela teve o corpo dele, já em um caixão, colocado em uma am­
bulância e levado para uma conferência Reinhard Bonnke sendo reali­
zada em uma cidade vizinha da Nigéria. Daniel foi reavivado lá, ressus­
citado quando um grupo de pessoas orou por ele no porão da igreja
onde a conferência estava sendo realizada. A ressurreição de Daniel não
foi apenas filmada, mas relatos de testemunhas oculares de várias teste­
munhas ­ incluindo aqueles que oraram sobre seu corpo, o médico que
emitiu a certidão de óbito e o agente funerário que estava preparando
seu corpo para o enterro ­ também foram documentados. Este e vários
outros milagres de cura, ressurreições e sinais e maravilhas criativos são
exaustivamente pesquisados e documentados por Jane Rumph em seu
livro, Signs and Wonders in America Today.1
Esses poderosos milagres demonstram que o mesmo Espírito que
ressuscitou Jesus dos mortos vive dentro de cada crente. Todos nós te­
mos o potencial de ver a Glória de Deus liberada por meio de nós com
evidências de Seu poderoso poder de ressurreição.

UM ESTILO DE VIDA SOBRENATURAL


Jesus sabia que deveríamos proclamar as Boas Novas ao mundo
com a glória do poder de Deus, seguindo e sendo manifestado em sinais
e maravilhas. Na verdade, Ele nos mandou espalhar o Evangelho desta
forma. O impossível se torna possível para nós por causa do poder que
vive dentro de nós. Romanos 6:4 diz: “Portanto, fomos sepultados com ele
pelo batismo na morte, a fim de que, assim como Cristo ressuscitou dos mor­
tos pela glória do Pai, também nós possamos viver uma nova vida”. A morte

64
e ressurreição de Cristo dão a cada crente acesso a uma nova vida, tanto
na eternidade como aqui na terra.
Jesus nos disse que a nova vida que Ele nos daria seria uma vida
abundante (ver João 10:10). Vida abundante é vida transbordando. É
uma vida cheia de tal poder que transforma a nós e ao mundo ao nosso
redor. A vida abundante é um estilo de vida sobrenatural. Minha oração
é que cada crente receba o Espírito de sabedoria e revelação para enten­
der que cada um de nós tem acesso à Sua Glória, ao Seu poder de res­
surreição e à Sua abundante vida sobrenatural aqui na terra.

65
CAPÍTULO 5

A GLÓRIA DE DEUS PELA


INTIMIDADE

Deus nos dá Sua Glória para que possamos ser um com ele. Seu
desejo para nós é compartilhar a unidade com Ele, assim como Jesus
fez. Essa unidade é fundamental, se quisermos possuir a vida abundante
sobrenatural que Ele deseja nos dar. A partir dessa intimidade com Ele,
Deus derrama Sua Glória em nossas vidas de várias maneiras. Primeiro,
nossa intimidade com Ele nos capacita a amar os outros, permitindo­
nos andar em unidade com outros crentes. Em segundo lugar, nossa
intimidade com Deus é a chave para o evangelismo e a transformação
social no mundo ao nosso redor.
Vemos essas coisas detalhadas na oração de Jesus ao Pai no evan­
gelho de João:
“Minha oração não é só por eles. Oro também por aqueles que
acreditarão em mim por meio de sua mensagem, para que todos
sejam um, Pai, assim como você está em mim e eu em você. Que
eles também estejam em nós, para que o mundo acredite que tu
me enviaste. Dei­lhes a glória que me deste, para que sejam um
como nós: Eu neles e tu em mim. Que eles cheguem à união com­
pleta para que o mundo saiba que você me enviou e que os amou
assim como você me amou.” ­ João 17:20­23, (ênfase minha)
Tradicionalmente, esta oração tem sido interpretada como o de­
sejo de Jesus de que todos os crentes estejam em unidade uns com os

66
outros, assim como Jesus está em unidade com o Pai. Mas eu acredito
que se examinarmos o texto cuidadosamente, podemos ver que há uma
unidade mais importante à qual Jesus está se referindo. Sim, Deus deseja
que estejamos em unidade como o Corpo de Cristo, mas mais signifi­
cativamente Deus nos deu Sua Glória para que possamos ser um com
ele.
Sabemos que Jesus tem perfeita unidade com o pai. Em João 17,
quando Jesus orou para que todos aqueles que cressem na mensagem
dos discípulos fossem um, Ele estava se referindo a todos os crentes que
o conheceriam, incluindo você e eu. E Sua oração é que todos nos tor­
nemos um com o Pai, assim como Ele é um com o pai.
Essa “unidade” única reflete­se melhor na vida de Cristo. João nos
diz que Jesus Cristo existia com Deus no princípio porque Ele era Deus
(veja João 1: 1). Mesmo antes de Abraão viver, Jesus existia (ver João
8:58). É importante lembrar que quando Jesus veio à Terra, Ele esco­
lheu deixar de lado Sua divindade. Isso significa que Ele não fez nada
como Deus, mas realizou tudo vivendo como homem em completa uni­
dade com o Pai e o Espírito Santo. Mesmo como o Filho de Deus que
se encarnou, Jesus ainda era completamente dependente de Seu Pai du­
rante Seu tempo aqui na terra. Jesus fez apenas o que viu o Pai fazer (ver
João 5:19), e Ele foi continuamente movido por compaixão e realizou
milagres incríveis. Por meio de Sua vida na terra, Jesus demonstrou
como é uma vida de unidade com o Pai. E, de acordo com Jesus, agora
temos acesso à mesma vida de unidade com o Pai e devemos refletir Sua
bondade e poder para o mundo ao nosso redor.
Jesus diz que nos deu Sua Glória com o propósito de unidade: “Eu
lhes dei a glória que tu me deste, para que sejam um como nós”. Quando

67
recebemos Jesus Cristo, temos acesso à Sua Glória, que nos permite vi­
ver em unidade com o Pai, Seu Filho e o Espírito Santo.

NOSSA UNIDADE COM O PAI, O FILHO


E O ESPÍRITO SANTO

Compartilho o desejo do apóstolo Paulo, que orou assim perto do


fim de sua vida: “Quero conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição e a
comunhão de compartilhar seus sofrimentos, tornando­me como ele na sua
morte” (Filipenses 3:10). Quando Paulo orou isso, ele já havia experi­
mentado Deus de várias maneiras significativas. Ele teve uma visão de
Jesus na estrada para Damasco (ver Atos 9:4­9). E ele foi arrebatado ao
“Terceiro Céu” em uma visão poderosa (veja 2 Coríntios 12: 2). Mesmo
assim, depois de todas essas coisas, Paulo queria conhecer a Cristo mais
profundamente.
Essa unidade com Deus que recebemos como resultado de nosso
relacionamento com Cristo é expressa tanto em intimidade posicional
quanto em intimidade progressiva. Nossa intimidade posicional ­ ou
seja, nosso acesso a Deus ­ é o que recebemos no momento de nossa
salvação. Ao receber Jesus, imediatamente nos tornamos filhos de Deus
e, por meio desse relacionamento, temos acesso aberto ao Pai.
Mas nosso Deus é infinito e eterno, e sempre há mais para saber e
experimentar Dele. Isso é conhecido como intimidade progressiva. Jesus
nos deu Sua Glória para esse propósito. Paulo afirma isso da seguinte
maneira: “Considero tudo uma perda em comparação com a incomparável
grandeza de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as
coisas. Eu os considero lixo, para ganhar a Cristo.” (Filipenses 3:8).

68
Recebemos um grande privilégio e um presente caro. Por meio da
morte e ressurreição de Jesus, e da presença de Seu Espírito Santo em
nós, somos capazes de andar em unidade diariamente com o Criador do
universo. Deus fez de tudo para nos reconciliar consigo mesmo, a ponto
de enviar Seu próprio Filho como sacrifício pelos nossos pecados. Ele
abriu os braços para nós, desejando intimidade conosco. Depende de
nós responder ativamente perseguindo um Relacionamento Íntimo
com ele. A Intimidade com o Pai é ilimitada!

NOSSA UNIDADE UNS COM OS OUTROS


Quando andamos em unidade com Deus, a unidade com outros
crentes se torna um belo subproduto. Como João afirma em sua pri­
meira epístola: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4:19).
Quando somos cheios diariamente com o amor de Deus por meio do
Espírito Santo, somos cheios com os frutos de Seu Espírito: amor, ale­
gria, paz, paciência, bondade, bondade, fidelidade, mansidão e autodo­
mínio (ver Gálatas 5:22­23) Nossa intimidade com Ele nos faz trans­
bordar da Glória de Deus e irradiaremos Seu amor.
A maneira de ter esse amor um pelo outro é encontrada na intimi­
dade com Jesus. Jesus diz: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se um
homem permanecer em mim e eu nele, ele dará muito fruto; sem mim nada
podeis fazer.” (João 15:5). Quando permanecemos em Cristo, Ele per­
manece em nós e daremos muito fruto.
Ele também nos dá Sua Glória para nos capacitar a ter unidade
com outros crentes. Apenas alguns versículos depois, Ele nos dá este
comando: “Meu mandamento é este: Amai­vos como Eu vos amei” (João
15:12). Separado de Jesus, é impossível cumprir este comando. Mas se

69
permanecermos Nele e Ele em nós, daremos muito fruto na unidade
com outros crentes. Ele nos dará a glória de entrarmos em união. E
quando recebemos amor de Deus, seremos capazes de amar os outros
como Ele nos ama.
Essa dupla unidade ­ com o Deus Triúno e uns com os outros ­ é
a chave para o evangelismo. Na verdade, nossa intimidade com Deus
tem tudo a ver com Sua grande colheita. Jesus disse: “Que eles sejam
levados a uma unidade completa, para que o mundo saiba que tu me envi­
aste e que os amaste assim como me amaste” (João 17:23, grifo meu). É por
meio de nossa unidade com Deus e Seu povo que Sua Glória é revelada
por meio de nós, levando o mundo a acreditar Nele.

INTIMIDADE MANIFESTADA COMO BONDADE


Por meio de nossa intimidade com Deus, Sua Glória será manifes­
tada por meio de nós tanto em bondade quanto em poder.
A bondade de Deus é evidenciada em nosso amor por Ele e uns
pelos outros. Quando eu era estudante na Universidade de Maryland,
uma jovem que eu não conhecia me perguntou: “Por que você está sempre
sorrindo?” Fiquei surpreso com isso, pois não sabia que estava sorrindo.
Sua pergunta me fez perceber que estava cheio de alegria por causa de
meu relacionamento com o Senhor. Isso abriu a porta para eu compar­
tilhar o Evangelho com ela, e ela entregou seu coração a Jesus.
Winkie Pratney, o conhecido ministro da juventude e evangelista,
disse que as duas maneiras mais eficazes de evangelizar são trazer os in­
crédulos para uma comunidade cristã onde as pessoas se amam e trazer
a comunidade cristã ao mundo e permitir que os incrédulos vejam que
nós nos amamos.

70
De qualquer maneira, o mundo será ganho para Jesus Cristo por
meio do nosso amor.

Uma demonstração de amor

Vários anos atrás, em uma das nações marxistas da África, um mis­


sionário foi preso por se recusar a deixar o país. Ele foi preso em uma
cela que compartilhava com um assassino em massa. O missionário ten­
tou compartilhar o Evangelho com o assassino, mas o assassino não ti­
nha intenção de receber Jesus. O missionário então decidiu que de­
monstraria o amor de Cristo de maneira prática, dando ao assassino
uma parte de sua ração de comida. Ele fez isso todos os dias durante
vários meses, até que o assassino começou a ver que eram atos de amor
genuíno do missionário.
Um dia, enquanto conversavam, o Senhor deu ao missionário uma
palavra de sabedoria.
O missionário perguntou ao assassino: “Você sabe como é Jesus?”
O assassino respondeu: “Não, eu não sei quem é Jesus.”
O missionário disse a ele: “Jesus é como eu”.
De repente, as escamas caíram dos olhos do assassino. Ele decla­
rou: “Se Jesus é como você, então quero me tornar um seguidor de Jesus”.
Ele entregou sua vida ao Senhor.
Muitos de nós dizem: “Quero ser como Jesus”. Mas quantos de nós
podemos dizer: “Jesus é como eu”? Deus deseja que estejamos tão unidos
em intimidade com Ele que possamos dizer com segurança: “Estou aqui
para representar Jesus”.

71
O próprio Cristo nos diz que devemos ser os portadores da Glória
de Deus: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e louvem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16). Quando
temos um relacionamento íntimo com Deus, Sua Glória brilhará em
nossas vidas e demonstrará Sua bondade para o mundo por meio de
nosso amor, bondade e fidelidade. As pessoas podem dizer se as amamos
ou não genuinamente. Quando as pessoas virem a Glória de Deus de­
monstrada por meio de nosso amor por elas, serão capazes de reconhecer
Sua bondade e vir a conhecê­Lo.

INTIMIDADE MANIFESTADA COMO PODER


Por meio de nossa intimidade com Deus, Sua Glória é liberada em
nós como poder para alcançar os perdidos. O poder de Deus pode curar
os enfermos, expulsar demônios e ressuscitar os mortos. E somos cha­
mados para levar esse poder de Deus aonde quer que formos (ver Ma­
teus 10:8).
Os líderes da igreja geralmente acreditam que veríamos reaviva­
mento e colheita se hospedássemos mais reuniões de oração, com pas­
tores, especialmente, orando juntos e fazendo mais para trazer unidade
ao Corpo de Cristo. Claro, há verdade nisso; precisamos de oração e
unidade no Corpo de Cristo. Mas ao longo da história, houve muitas
reuniões de oração, cúpulas de oração e reuniões de unidade que não
trouxeram uma colheita.
A Bíblia nos diz que “o reino de Deus não é uma questão de conversa,
mas de poder” (1 Coríntios 4:20). Portanto, inauguramos o Reino de
Deus quando nos movemos em Seu poder. E a única maneira de receber
o poder de Deus é receber mais de Sua Glória por meio da intimidade

72
com ele. A intimidade pessoal requer tempo gasto no relacionamento.
Quando passarmos tempo com Deus, Ele nos encherá com Seu poder
por meio do Espírito Santo, e seremos capazes de pregar o Evangelho,
movendo­nos em sinais, maravilhas e milagres.
Herman Martir, um pastor em Dallas do Harvest International
Ministry (HIM), me contou uma história encorajadora sobre esse as­
sunto que aconteceu nas Filipinas. Quando ele foi convidado para uma
das igrejas HIM ali, o Espírito concedeu uma unção para a cura que era
tão poderosa que os membros da igreja começaram a se mover em sinais
e maravilhas. Eles decidiram ir aos hospitais locais para orar para que os
enfermos fossem curados. Herman disse que tantas curas milagrosas
ocorreram nesses hospitais que quinze médicos foram salvos. Esses mé­
dicos foram totalmente treinados em pensamento científico, mas a de­
monstração de Deus de Sua Glória para curar milagrosamente foi tão
manifestamente poderosa que eles foram atraídos a Jesus.
O povo de Deus está levando Seu poder para a sociedade e pessoas
estão sendo salvas. Quando estamos conectados a Deus em intimidade,
fluiremos no sobrenatural e, como resultado, podemos ver uma grande
colheita de almas para o Seu Reino.

DESENVOLVENDO UNIDADE COM DEUS


O que o impede de ter a unidade com Deus que Jesus teve com o
Pai? Deus já nos deu a Sua Glória para que possamos ser um com ele
(veja João 17:22). E Jesus diz que o Pai deseja nos dar o Reino (veja
Lucas 12:32). Então, por que não vemos mais da Sua Glória? Por que
parece que fazemos tão pouco do Seu Reino?

73
Acredito que o problema está do nosso lado. A salvação por meio
de Cristo é apenas o começo da vida no Reino de Deus. Recebemos o
mandamento de buscar ativamente o Senhor e Sua presença. Ao passar­
mos tempo em Sua presença, recebemos mais de Sua Glória e nos tor­
namos mais semelhantes a Ele.
No entanto, às vezes, apesar de nossas boas intenções, nos vemos
repetidamente impedidos de buscar intimidade com Deus. O que quer
que o impeça de aumentar sua intimidade com Jesus, o Senhor o reve­
lará quando você O buscar. A glória e a graça de Deus têm o poder de
quebrar todos os obstáculos, todas as amarras do pecado ou do medo e
de nos libertar (ver Salmo 146:7). Deus também nos deu força e enco­
rajamento por meio dos membros de Seu Corpo. Se você está lutando
com questões repetitivas que atrapalham sua intimidade com Deus,
busque ajuda por meio de amigos de confiança no Senhor. Você pode
precisar de aconselhamento ou oração para a cura interior. Seja qual for
a sua situação, a jornada é sempre mais fácil quando compartilhada com
outras pessoas que podem ajudar a carregar seu fardo.
Acima de tudo, nunca pense que você é o único que luta! Nenhum
de nós é perfeito e todos enfrentamos lutas. Tiago nos encoraja: “Con­
fessem seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para que possam
ser curados. A oração fervorosa de uma pessoa justa tem grande poder e pro­
duz resultados maravilhosos.” (Tiago 5:16, NLT).
A única maneira de desenvolver intimidade é separar um tempo
para estar com o Senhor e ter fome e sede de Sua presença. Sem essa
intimidade com Ele, podemos saber muito sobre Deus, mas perderemos
conhecê­Lo de uma forma pessoal. Claro, não existe uma fórmula para
alcançar a intimidade. Assim como não existem dois relacionamentos

74
humanos idênticos, cada um de nós tem um relacionamento único com
o Senhor. A intimidade ocorrerá à medida que buscarmos Sua presença
da maneira que for mais significativa para nós. Para alguns, isso significa
gastar tempo em oração, enquanto outros podem achar que meditar nas
Escrituras é mais útil. Outros ainda absorvem a presença de Deus ou­
vindo música de adoração, enquanto outros O encontram em completo
silêncio.
Eu quero ser amigo de Deus. E eu quero ter uma intimidade com
Ele diariamente. A Bíblia diz que Deus revela coisas a Seus amigos e lhes
confia Sua autoridade e poder. Portanto, vamos buscar uma vida de
unidade com o Senhor. Ao fazermos isso, Ele brilhará Sua Glória através
de nós. E veremos liberados em nós tanto Sua bondade quanto Seu po­
der, impactando outros para a glória de Seu Reino.

75
CAPÍTULO 6

DESTINADO À GLÓRIA
Até agora neste livro, discutimos a Glória de Deus como Sua Pre­
sença Manifesta, liberada na forma de Sua bondade e Seu poder. No
entanto, assim como um diamante tem muitas facetas, a Glória de Deus
tem muito mais dimensões do que isso. Neste capítulo, quero falar sobre
outro tipo de glória que Deus nos deu. Essa glória vem na forma de
honra e é um aspecto importante da vida sobrenatural e abundante que
Deus nos dá.

COROADO COM GLÓRIA E HONRA


De acordo com o salmista, desde o início da criação, Deus coroou
o homem com glória, honra e majestade (ver Salmos 8: 5). Espantado
com esta verdade, David canta:
Quando considero Seus céus, a obra de Seus dedos, a lua e as
estrelas, que Você ordenou; O que é o homem que tu pensas dele,
e o filho do homem que tu cuidas dele? No entanto, Você o fez
um pouco menor do que Deus, e o coroou com glória e majestade!
Você o faz governar as obras de Suas mãos; Puseste tudo debaixo
de seus pés, todas as ovelhas e bois, e também os animais do
campo, as aves do céu e os peixes do mar, tudo o que passa pelos
caminhos dos mares. ­ Salmo 8:3­8, NASB
Originalmente, a humanidade foi criada à imagem de Deus, para
glorificar a Deus por ter uma glória derivada que vem da obediência a

76
Deus, da comunhão com Deus e sendo cheia do Espírito de Deus. In­
felizmente, a humanidade escolheu um caminho diferente e perdemos
nosso propósito e destino originais. Mas Deus nunca se desviou de sua
intenção original. Ele criou a humanidade para a glória e não permitirá
que nos contentemos permanentemente com menos. Às vezes, nós, cris­
tãos, nos tornamos tão focados em nossos pecados e na redenção de
Cristo que negligenciamos a realidade de que Deus quer fazer mais do
que apenas apagar nossa “ficha do pecado”. Ele pretende nos restaurar ao
estado original de glória, honra e domínio para o qual Ele nos criou.
Nossa história como humanidade é uma peça familiar de três partes, e
quero revisá­la brevemente com o propósito e destino de Deus para nós
em vista.
Quando Deus criou Adão e Eva, Ele deu­lhes glória e honra, cri­
ando­os à Sua própria imagem. Ele fez a humanidade um pouco inferior
a ele mesmo. Gênesis nos diz que Deus abençoou Adão e Eva e disse­
lhes para “serem frutíferos e aumentarem em número; encher a terra e sub­
jugá­la” (Gênesis 1:28). Deus criou a humanidade para governar com
Ele sobre toda a criação, para assumir o domínio sobre a terra.
Mas a glória que Deus deu ao homem foi perdida pelo pecado. A
humanidade perdeu muito da glória que Deus pretendia para nós ao se
rebelar contra o Senhor, fazer escolhas alternativas que pensávamos ser
melhores e cair no pecado (ver Gênesis 3). Paulo alude à queda e seus
efeitos em Romanos 3:23: “Todos pecaram e carecem da Glória de Deus.”
Felizmente, Deus reivindicou a glória da humanidade por meio da
obra consumada de Jesus Cristo, que morreu por nossos pecados, res­
suscitou, ascendeu ao céu e agora está sentado à destra do Pai (ver He­
breus 12:2). Jesus morreu para restaurar a glória que Deus destinou ser

77
nossa desde o início. Paulo nos diz: “Falamos da sabedoria secreta de
Deus, uma sabedoria que estava oculta e que Deus destinou para nossa gló­
ria antes do início dos tempos. Nenhum dos governantes desta época o en­
tendeu, porque se o fizessem, não teriam crucificado o Senhor da glória.” (1
Coríntios 2:7­8).
Paulo indica claramente que, ao crucificar Jesus Cristo, Satanás,
sem saber, cooperou com o plano de Deus, restaurando a humanidade
na glória que Deus planejou para nós desde antes do início dos tempos.
Se Satanás soubesse a verdadeira extensão do que estava fazendo ao cru­
cificar Jesus, ele nunca teria cometido esse erro. Mas agora, a Bíblia diz:
“Deus nos ressuscitou com Cristo e nos assentou com ele nas esferas celestiais
em Cristo Jesus” (Efésios 2:6). Por meio de Jesus, a glória da humanidade
foi restaurada e agora podemos participar adequadamente da glória que
Deus originalmente planejou para nós.
Que verdade incrível! No entanto, mesmo quando aceitamos isso
­ que Deus nos coroa com glória, honra e majestade ­ não devemos to­
mar a Glória de Deus sobre nós mesmos. Em outras palavras, não de­
vemos receber louvores do homem pela glória que por direito pertence
a Deus. O Senhor não compartilhará Sua Glória com ninguém (veja
Isaías 42:8). Mas, como Seus filhos, estamos destinados a refletir a Gló­
ria de Deus conforme Ele a concede a nós. Desta forma, glorificamos a
Deus com a própria glória que Ele nos deu.
Essa glória faz parte de nossa herança e destino em Cristo. E deve­
mos aprender a andar nesta incrível glória que Deus nos deu. No en­
tanto, muitos crentes lutam para fazer isso. Infelizmente, muitos de nós
vivemos como indigentes, em vez da realeza que Deus nos fez para ser.

78
Em vez de andar em Sua confiança, acreditando que podemos fazer to­
das as coisas por meio de Cristo (ver Filipenses 4:13), perdemos auto­
estima, sentindo­nos totalmente inadequados para enfrentar os desafios
da vida.
Quero compartilhar com você cinco passos práticos para andar na
glória que Deus restaurou para nós. Aprendi esses passos por meio de
minhas próprias experiências de vida e lutas.

1. Conheça sua identidade em Cristo

Andar no glória é o que Deus planejou para nós, é crucial que


renovemos nossas mentes para entender apropriadamente quem somos
em Cristo. A Bíblia nos diz: “Como (um homem) pensa dentro de si, assim
ele é” (Provérbios 23:7, NASB). Tudo o que acreditamos sobre nós no
fundo de nossos corações, nos tornaremos. A vida interior se manifesta
no homem exterior.
A dificuldade em compreender nossa verdadeira identidade em
Cristo decorre do fato de que temos um inimigo enganoso e malicioso,
Satanás. O diabo nos acusa constantemente, enchendo nossas mentes
com pensamentos de como somos inúteis, apontando todas as nossas
falhas e falhas, fazendo­nos sentir vergonha, culpa e desespero. Antes de
conhecer o Senhor, a maioria de nós vivia e acreditava nesse acusador
dos irmãos (como Jesus o chamou). Hoje, muito de nossos pensamen­
tos, padrões de comportamento e estilo de vida refletem aqueles anos
de opressão antes de conhecermos a Cristo. Quando somos salvos, nos­
sos espíritos são renovados pelo Espírito de Deus, mas ainda estamos
sujeitos às nossas velhas mentes e corpos. É por isso que Paulo nos diz:
“Não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela

79
renovação da vossa mente” (Romanos 12: 2, NASB). Somos capazes de
renovar constantemente nossas mentes nos imergindo na Palavra de
Deus. Se meditarmos na Bíblia dia e noite e vivermos de acordo com
tudo o que está escrito nela, temos a promessa de que nossa vida será
próspera e bem­sucedida (ver Josué 1:7­8).
Posso testemunhar essa verdade, porque a Bíblia transformou mi­
nha mente. Meu pensamento mudou completamente desde que
aprendi com o Espírito como meditar na Palavra de Deus. E a coisa
mais importante que aprendi é quem sou em Cristo.
Você sabe o que a Bíblia diz sobre você? A Escritura nos diz estas
coisas sobre nossa identidade Nele:
• Deus nos chama de Seus filhos: “Quão grande é o amor que
o Pai tem por nós, para que sejamos chamados filhos de Deus! E
isso é o que somos!” (1 João 3:1).
• Deus nos chama de co­herdeiros com Jesus: “O próprio Es­
pírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora,
se somos filhos, somos herdeiros ­ herdeiros de Deus e co­herdeiros
com Cristo, se de fato participamos de seus sofrimentos para que
também possamos participar de Sua Glória.”(Romanos 8:16­
17).
• Deus nos chama de seus embaixadores: “Somos embaixado­
res de Cristo” (2 Coríntios 5:20, NASB).
• Deus nos chama de reis e sacerdotes: “E nos fez reis e sacer­
dotes para seu Deus e Pai, a ele glória e domínio para todo o
sempre” (Apocalipse 1:6, NKJV).

80
• Deus nos chama de justos: “Aquele que não conhecia pecado,
tornou­se pecado por nós, para que nele nos tornássemos justiça
de Deus” (2 Coríntios 5:21, NASB).
Aprendendo a nos ver como Deus nos vê, começamos a saber
quem somos em Cristo. Então, podemos andar corretamente na glória,
honra e majestade com que Ele nos coroou.

2. Humilhe­Se E Deus O Exaltará

Deus nos destinou para a glória, mas não nos honrará se nutrirmos
ambição ou orgulho egoístas. Deus conhece nosso coração (veja 1 Sa­
muel 16: 7). E Sua Palavra ordena: “Humilhai­vos na presença do Senhor,
e Ele vos exaltará” (Tiago 4:10, NASB).
A humildade é uma escolha. Deus diz que quando nos compro­
metemos a dar a Ele todo o louvor e glória que recebemos, Ele nos
exalta. Mas quando nos esforçamos e agimos movidos pela ambição
egoísta, isso é terreno, natural e até demoníaco (ver Tiago 3:15). É bom
e honroso a Deus se queremos ser usados por Ele, buscando cumprir
nosso destino e chamando em Cristo. Mas se agirmos por motivos im­
próprios e impuros, estaremos exercendo zelo não santificado.
No mundo, a autopromoção e o empenho são frequentes. Claro
que isso também ocorre na igreja, mas uma questão mais significativa
entre os cristãos, na minha opinião, é a falsa humildade e baixa auto­
estima. Eu vejo os crentes constantemente minimizando suas identida­
des em Cristo. Em seu desejo de ser humildes, eles continuam olhando
para sua antiga identidade: “Sou apenas um pecador salvo pela graça.”
Eles não entendem sua nova identidade em Cristo. Desta forma, eles
falham em andar na glória que Deus lhes deu.

81
O desejo de Deus é nos dar o Reino e todas as bênçãos que vêm
com ele (ver Lucas 12:32). Deus não está escondendo nada de nós. Ele
providenciou tudo de que precisamos para prosperar, ser promovidos,
ser a cabeça e não a cauda (ver Deuteronômio 28:13). Ele quer que
recebamos Sua Glória para que possamos ser transformados à imagem
de Jesus e refletir Sua Glória para o mundo. Ele nos destinou a sermos
filhos e realeza, como reis e sacerdotes. A verdadeira humildade é rece­
ber com alegria tudo o que Deus nos dá e reconhecer quem Ele nos fez
para sermos em Cristo.
Sabemos que, quando nos humilhamos dessa forma, Deus nos
exalta (ver Tiago 4:10). E quando Deus escolhe nos exaltar, devemos
aprender a receber e andar na glória e honra que Ele nos concede.

3. Faça tudo com excelência

Deus deseja que sejamos excelentes tanto no caráter interno


quanto nas ações externas. “Assim como você se sobressai em tudo ­ na fé,
na palavra, no conhecimento, em completo zelo e no seu amor por nós ­
cuide para que você também se sobressaia nesta graça de dar” (2 Coríntios
8:7). “O que quer que sua mão encontre para fazer, faça­o com todas as
suas forças” (Eclesiastes 9:10).
A busca pela excelência é tanto a meta quanto a marca da maturi­
dade espiritual, desde que seja motivada pelos valores, prioridades e mo­
tivos certos. Com os dons e habilidades que Deus nos deu, devemos
fazer o nosso melhor para a Sua Glória. E à medida que buscamos ati­
vamente a excelência, interna ou externamente, Deus pode nos confiar
mais de Sua Glória. À medida que essa glória transforma nosso caráter
por dentro, ela também se manifestará como favor e promoção por fora.

82
Tudo o que Deus fez, Ele o fez com excelência. Quando Deus
criou os céus e a terra, Ele viu tudo o que havia feito e considerou muito
bom (ver Gênesis 1:31). “Louvado seja o Senhor com cânticos, porque Ele
fez coisas excelentes; seja isto conhecido em toda a terra.” (Isaías 12:5,
NASB).
Da mesma forma, Deus chama Seu povo para refletir este aspecto
de excelência em Sua natureza.
No entanto, o Senhor não apenas nos chama à excelência, mas
também nos fornece as ferramentas para superar os obstáculos que nos
impedem disso. Pedro escreve: “Seu divino poder nos concedeu tudo o que
diz respeito à vida e à piedade, pelo verdadeiro conhecimento daquele que
nos chamou para a sua própria glória e excelência” (2 Pedro 1: 3, NASB).
Porque Deus nos chamou por Sua própria glória e excelência, não de­
veria haver nenhum limite para nós.
Considere o poderoso testemunho do Bispo Tudor Bismark, pas­
tor de uma das maiores igrejas da África, localizada no Zimbábue. Tive
o privilégio de conhecer o bispo Tudor em uma conferência em Dallas.
O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, roubou a eleição nacional,
e o país estava sofrendo com a hiperinflação e abusos dos direitos hu­
manos. A taxa de desemprego era de 80%. Vozes se ergueram de todo
o mundo para clamar pela intervenção das Nações Unidas.
Enquanto isso, em meio a essas circunstâncias sombrias, o bispo
Tudor estava pastoreando uma mega­igreja com mais de dez mil pes­
soas. Incrivelmente, 80 por cento das pessoas em sua igreja tinham em­
pregos ­ uma estatística incrível em um país com desemprego tão
grande. O bispo Tudor embutiu no DNA de sua igreja a expectativa do
impossível. Se alguém conseguiria emprego, seria o povo de Deus. Ele

83
ensinou­lhes que Jesus é maior do que qualquer força demoníaca, in­
cluindo aquelas forças que influenciam a economia, o desemprego ou a
política.
Não devemos limitar o Santo de Israel em nossas vidas. Cada um
de nós tem um destino individual e único, de acordo com o desígnio de
Deus. Simplificando, podemos ser o que Deus nos chama para ser. E
podemos ser excelentes em todas as nossas ações e caráter moral, porque
Deus nos deu Sua graça em tudo o que diz respeito à vida e à piedade.
Portanto, podemos declarar com Paulo: “Prossigo para alcançar aquilo
para que Cristo Jesus me segurou” (Filipenses 3:12).

4. Aprenda A Honrar Os Outros

Antes que Deus possa nos exaltar, devemos aprender a nos subme­
ter com humildade. As escrituras dizem que o Senhor concede graça aos
humildes (ver Provérbios 3:34). Se quisermos receber honra, devemos
primeiro aprender como homenagear os outros. Honrar os outros faz
com que o favor de Deus flua em nossas vidas.
Nossa honra e favor vêm de Deus, mas chegam por meio das pes­
soas. Por exemplo, as promoções vêm como resultado direto de receber
favores de chefes terrestres. E nossos supervisores estão mais inclinados
a nos promover se eles se sentirem honrados e respeitados por nós. Pe­
quenos gestos, como dar um cartão de aniversário ao seu gerente, po­
dem comunicar honra com eficácia. Algumas pessoas não conseguem
encontrar no coração a honra de seus chefes, por qualquer motivo. No
entanto, eles ainda devem aprender a respeitar e abençoar adequada­
mente a autoridade como parte da ordem de Deus. Dessa forma, Suas
bênçãos fluirão para suas vidas.

84
Considere o quarto mandamento: ele nos diz que, se honrarmos
nossos pais, nossa vida será abençoada. “Honra a teu pai e a tua mãe,
como o Senhor teu Deus te ordenou, para que tenhas longa vida e te vá bem
na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Deuteronômio 5:16). Não importa
se nossos pais são cristãos ou mesmo honrados. Dizem que se os hon­
rarmos, como parte da ordem de Deus, as coisas correrão bem conosco.
Deus libera Seu favor e bênçãos em nossas vidas sempre que honramos
aqueles que Ele colocou em autoridade sobre nós.
Posso testificar que as bênçãos de Deus foram liberadas em minha
vida, visto que me alinhei adequadamente sob a autoridade espiritual e
terrena. Se compreendermos como honrar os outros e como nos alinhar
adequadamente sob a autoridade dada por Deus, a honra e o favor do
Senhor serão liberados abundantemente em nossas vidas. Isso é funda­
mental para permanecer no fluir da Glória de Deus, um assunto que
examinaremos com mais detalhes em um capítulo posterior.

5. Aprenda A Pedir Favor A Deus E Aos Outros

Deus nos destinou para a glória. Mesmo assim, muitos no Corpo


de Cristo não receberam a glória, honra e majestade que Deus deseja
para eles. Porque isto é assim? Tiago nos dá uma resposta a esta per­
gunta: “Você não tem, porque você não pede a Deus. Quando você pede,
você não recebe, porque você pede com motivos errados, para que gaste o que
obtiver em seus prazeres.” (Tiago 4:2­3).
Deus é aquele que abre e fecha portas. Ele é o doador de todas as
dádivas boas e perfeitas (ver Tiago 1:17). Simplesmente precisamos
aprender a pedir ao Senhor os desejos de nosso coração. Jesus nos diz:
“Peça e será dado a você; Procura e acharás; batam e a porta se abrirá para
vocês “(Mateus 7:7).
85
Quando pedimos algo a Deus, de acordo com a Sua vontade, isso
nos será dado.
No entanto, quando pedimos, nossos motivos devem ser puros.
De acordo com Tiago, quando não recebemos o que pedimos, podemos
ter pedido por motivos impróprios (ver Tiago 4: 3). Peço constante­
mente a Deus que examine meu coração, para me mostrar se sou puro
em minhas intenções e ambições ­ principalmente quando peço favor
ou quando portas se abrem.
Muitas vezes, a maneira adequada de pedir favor inclui uma dis­
posição genuína de morrer para nossos desejos. Em resposta aos nossos
pedidos, Deus pode dizer: “Sim”, “Não” ou “Ainda não”. Mas não im­
porta qual seja a resposta Dele, a Bíblia nos diz: “Confia no Senhor de
todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece­
o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas “(Provérbios
3:5­6). Devemos estar dispostos a confiar na bondade e fidelidade de
Deus, mesmo que nossos pedidos sejam negados, porque Deus sabe o
que é melhor para nossas vidas.
O Senhor deseja dar boas dádivas a Seus filhos, e devemos esperar
ver Suas bênçãos por meios terrenos, como promoções, cheques pelo
correio, relacionamentos restaurados e muito mais. Jesus nos diz: “Se
você, então, embora seja mau, sabe dar boas dádivas aos seus filhos, quanto
mais o seu Pai celestial dará boas dádivas àqueles que lhe pedirem!” (Mateus
7:11). Se aprendermos a pedir favor a Deus e aos outros, e tivermos o
caráter, a integridade e os motivos corretos, o Senhor derramará a glória
e a honra que destinou para nós desde o início dos tempos.

86
CAMINHANDO NA GLÓRIA
Deus fez tudo ao Seu alcance para restaurar Sua Glória para nós.
Por meio da morte sacrificial e ressurreição de Jesus, agora temos acesso
à glória, honra e majestade que Ele ordenou para nós em nossa criação.
Podemos governar e reinar com Ele na terra, tendo domínio sobre as
trevas. Ele quer que andemos na glória que Ele nos deu, a fim de trazer
mais glória ao Seu nome.
Ao recebermos a Glória de Deus, iremos refletí­la no mundo. E
quando os filhos de Deus forem vistos caminhando na glória, honra e
promoção que Ele providenciou, o mundo começará a ver Deus como
Ele realmente é. Então, eles verão a Jesus como o verdadeiro Salvador
do mundo.

87
CAPÍTULO 7

A GLÓRIA DE DEUS E A
SANTIDADE PESSOAL

Em 22 de março de 2008, Cindy Jacobs, uma amiga íntima e al­


guém que considero uma profetisa importante no Corpo de Cristo, deu
uma palavra profética à nossa igreja. Uma parte dessa palavra foi a se­
guinte: “O Senhor vai lançar um movimento de santidade abrangente,
para que possa abrir a porta para um Movimento de Glória como a terra
nunca viu.”
Cindy não sabia que apenas algumas semanas antes, Peter Wagner,
um mentor para mim e presidente do Global Harvest Ministries, havia
trazido o assunto da santidade durante uma sessão da tarde com os lí­
deres de nossa igreja. Pedro é visto por muitos como um apóstolo líder
no Corpo de Cristo, e naquele dia ele nos disse: “A mensagem mais forte
que tenho é a mensagem de santidade”. Ele deu um exemplo de sua vida,
dizendo: “Eu não pequei o dia todo hoje, e não planejo pecar pelo resto do
dia.” Ele pensou por um momento antes de adicionar: “Na verdade,
ontem eu não pequei. Eu não pequei no dia anterior. E não pretendo pecar
amanhã.”
Fiquei inicialmente surpreso quando ouvi isso. Peter compartilhou
isso conosco não como um orgulho, mas como um simples fato ­ um
fato que me tornou introspectivo. Eu me perguntei: “Eu pequei hoje,
tanto quanto quebrar algum mandamento bíblico?” Depois de refletir so­
bre isso, percebi que não havia pecado naquele dia. Então eu percebi

88
que não tinha pecado no dia anterior. E eu certamente não planejava
pecar no dia seguinte.
Ao pensar sobre isso, percebi que no início da minha vida, isso
teria sido uma coisa muito difícil de fazer. Mas agora é relativamente
fácil para mim. Como Pedro, não compartilho isso para me gabar.
Compartilho isso apenas para salientar que o tempo que Peter passou
conosco me fez perceber que podemos progredir em nossa capacidade
de levar uma vida santa.
Isso me dá esperança e me encoraja, pois o Senhor nos chama à
santidade. Na verdade, Ele nos ordena que sejamos santos assim como
Ele é santo. Parece impossível, mas sei que o Senhor nunca nos diz para
fazer algo impossível. Quando Ele nos chama para a santidade, Ele nos
chama simplesmente para nos rendermos à Sua graça, que nos tornará
santos.
Considere o que Deus disse por meio do profeta Isaías:
O Senhor lavará a sujeira das mulheres de Sião; ele limpará as
manchas de sangue de Jerusalém com um espírito de julgamento
e um espírito de fogo. Então o Senhor criará sobre todo o Monte
Sião e sobre aqueles que ali se reúnem uma nuvem de fumaça
durante o dia e um brilho de fogo flamejante à noite; sobre toda
a glória haverá um dossel. ­ Isaías 4:4­5
Vemos nesta passagem que Deus torna Seu povo santo pelo Seu
Espírito. É impossível para nós sermos santos sem uma obra da graça
pelo poder de Seu Espírito Santo. É então ­ depois que Deus libera san­
tidade em nós ­ que Ele envia Sua Glória e essa glória nos cobre como
um dossel. Isaías descreve este processo de santidade que precede a gló­
ria:
89
No deserto prepara o caminho para o Senhor; faça direto no de­
serto uma estrada para nosso Deus. Todo vale será elevado, toda
montanha e colina serão rebaixadas; o terreno acidentado se tor­
nará plano, os lugares acidentados uma planície. E a glória do
Senhor será revelada, e toda a humanidade junta verá isso. ­
Isaías 40:3­5
Em Isaías, vemos que uma estrada de santidade deve ser preparada
antes que a glória do Senhor seja revelada. Deus vai endireitar as coisas
antes de voltar. Ele vai nos tornar santos.

O QUE É SANTIDADE?
Legalismo vs. Licença

É importante que busquemos a santidade. Como diz o autor de


Hebreus: “Sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). Mas
para sermos santos, devemos primeiro definir o que é santidade.
Infelizmente, grande parte da Igreja hoje não sabe o que significa
ser santo. Por um lado, um espírito religioso se infiltrou na igreja, en­
chendo­a de legalismo e padrões que não são consistentes com os abso­
lutos bíblicos. Por outro lado, tem havido uma ênfase exagerada na
graça extrema, dando aos seguidores de Cristo uma tremenda licença
para pecar.
Este não é um problema novo na Igreja. Quase dois mil anos atrás,
em sua carta às igrejas na Galácia, Paulo lidou com os dois tipos de
grupos. Em um extremo do corpo da igreja da Galácia estavam judeus
messiânicos, que acreditavam que as pessoas não poderiam ser verdadei­
ramente salvas a menos que fossem circuncidadas.

90
Paulo teve que dizer a eles que sua crença não era bíblica (veja
Gálatas 2). No outro extremo da igreja, alguns crentes gentios estavam
envolvidos em imoralidade, inveja e embriaguez. Paulo teve que adverti­
los: “Aqueles que vivem assim não herdarão o reino de Deus” (Gálatas
5:21).
Paulo ia e voltava na carta, dirigindo­se a cada grupo alternada­
mente. Ele entendeu que eles vieram de diferentes pontos de partida na
fé e que cada um precisava de um tipo diferente de correção. Os judeus
messiânicos vieram a Cristo a partir de uma base de obediência radical,
então Paulo enfatizou a graça para eles. Os crentes gentios vinham de
um passado de licenciosidade, então Paulo enfatizou para eles as conse­
quências das obras da carne. Acredito que sua carta descreve efetiva­
mente uma condição semelhante que aflige muitos na Igreja hoje, com
ambos os extremos ainda presentes.

Definição Bíblica

A palavra grega do Novo Testamento para santidade é “HAGIOS”,


que significa “ser separado”. Uma vez que nascemos de novo, o Senhor
nos separa para Si mesmo, como Seu povo. Deus nos leva à santidade ­
um relacionamento correto com Ele ­ por meio de nossa fé em Jesus.
Nossa posição em Cristo confere Sua santidade sobre nós.
Então, por um lado, já somos santos. Pedro nos diz: “Vós sois um
povo escolhido, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo que pertence
a Deus, para que anuncieis os louvores daquele que vos chamou das trevas
para a sua luz maravilhosa” (1 Pedro 2:9) É por isso que Paulo endereçou
suas cartas aos “santos” nas igrejas em Éfeso, Corinto e outras. Na ver­
dade, todos os crentes são santos. A Bíblia diz: “Deus fez pecado por nós

91
aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”
(2 Coríntios 5:21). A realidade de nossa santidade em Cristo pode ser
muito difícil para nós aceitarmos. Conforme começamos a renovar nos­
sas mentes meditando na Palavra de Deus, somos capazes de recebê­la.
Compreendemos que, uma vez que recebemos Jesus, temos a posição
correta para com Deus.
É importante que entendamos que somos feitos santos em Cristo.
Por outro lado, somos santos o suficiente? Ser santo também significa
estar separado do pecado. A Escritura diz que somos feitos justiça de
Deus em Cristo (ver 2 Coríntios 5:21), que é uma posição conferida de
santidade. Mas sempre podemos crescer na santidade de nossa conduta.
Diariamente podemos escolher consagrar­nos, separando nossas
vidas para Deus e Seu serviço. Fazemos isso nos afastando ativamente
do pecado e obedecendo à Sua Palavra. Além disso, seguimos o modelo
de Jesus e alinhamos nossa conduta com a vontade de Deus. Esta não é
uma realização instantânea; aprendemos progressivamente a santidade,
dando um passo de cada vez. Eu penso assim: fui salvo; Estou sendo
salvo; Eu serei salvo. Resumindo, fui salvo quando aceitei Jesus. Hoje
estou no processo de ser santificado. E eu serei salvo na segunda vinda
de Jesus. O desejo do Senhor é que cresçamos e amadureçamos em nossa
santidade.
Freqüentemente, o que pensamos ser santidade não está de acordo
com os padrões bíblicos. Nossas idéias de santidade podem ser derivadas
de padrões bíblicos, mas também podem ser influenciadas por padrões
culturais e preferências pessoais. Os problemas surgem quando eleva­
mos nossos padrões culturais ou preferências pessoais ao nível dos pa­
drões bíblicos.

92
Padrões Bíblicos

Os padrões da Bíblia para a santidade são claros. Os Dez Manda­


mentos dão regras distintas em Êxodo 20. Estas são: Não adore outros
deuses, não tenha ídolos, não abuse do nome de Deus, observe o dia de
sábado, honre seu pai e sua mãe, não mate, não cometa adultério, não
roube, não minta e não cobice.
No Novo Testamento, Paulo dá orientações semelhantes. Para a
igreja na Galácia, ele escreve: “Os atos da natureza pecaminosa são óbvios:
imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e bruxaria; ódio,
discórdia, ciúme, acessos de raiva, ambição egoísta, dissensões, facções e in­
veja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.” (Gálatas 5:19).
Ao escrever aos colossenses, Paulo instrui:
Mate, portanto, tudo o que pertence à sua natureza terrena: imo­
ralidade sexual, impureza, luxúria, desejos malignos e ganância,
que é idolatria. Você costumava andar dessas maneiras, na vida
que você viveu. Mas agora você deve se livrar de todas as coisas
como estas: raiva, raiva, malícia, calúnia e linguagem suja de
seus lábios. Não minta um para o outro, uma vez que você reti­
rou o seu antigo eu com suas práticas e se revestiu do novo eu,
que está sendo renovado em conhecimento à imagem de seu Cri­
ador. ­ Colossenses 3:5­10
Qualquer um dos pecados listados no Antigo Testamento ou no
Novo Testamento são violações claras do padrão bíblico de santidade.

93
PADRÕES CULTURAIS E PREFERÊNCIAS PESSOAIS
A Armadilha Do Legalismo

Os padrões culturais são influências poderosas sobre grupos de


pessoas. Um grupo pode ser definido por membros nacionais, étnicos,
políticos, religiosos ou outros. Todos nós pertencemos a vários grupos
com diferentes padrões culturais. E muitas vezes não podemos ser mem­
bros do grupo se não abraçarmos os padrões de sua cultura. Às vezes,
esses padrões podem ficar muito distorcidos, mas parecem normais para
as pessoas do grupo. Por exemplo, nos últimos anos, a mídia cobriu um
culto da poligamia no Texas, no qual a prática de homens mais velhos
se casarem com noivas crianças não é questionada abertamente pelos
membros do culto. Sua aceitação silenciosa nos parece estranha e até
doentia. Mas se formos honestos, devemos admitir que, cada vez mais,
vivemos em uma sociedade cujos padrões culturais continuam mu­
dando e colocando uma pressão incrível sobre nós para nos conformar­
mos ou corrermos o risco de sermos considerados “intolerantes”
Em contraste com os padrões culturais, as preferências pessoais são
padrões internos que um indivíduo adota. Isso pode ser útil para a pes­
soa, mas não pode ser exigido de outras pessoas. Tanto os padrões cul­
turais quanto as preferências pessoais mudam com o tempo. Os padrões
bíblicos, no entanto, não, porque são baseados no caráter e nas orde­
nanças de Deus. Sem Seus padrões, não temos âncora para nos proteger,
nem bússola para guiar nosso caminho.
Infelizmente, os grupos cristãos comumente superestimam certos
padrões culturais ou preferências pessoais que estão fora dos padrões
bíblicos. Um exemplo disso é a questão de assistir televisão. Certos gru­
pos religiosos e culturas dizem que assistir televisão é mau. Lembro­me
94
de anos atrás, um membro de nossa igreja que deu um dízimo grande
se concentrou intensamente nessa questão. Com grande solenidade, ele
me disse: “Pastor, tenho algo muito sério para discutir com você. E eu acre­
dito que esta é a palavra do Senhor. Você precisa dizer a todos na Igreja
Harvest Rock para jogar fora seus aparelhos de televisão.” Ele estava since­
ramente convencido de que essa ação era necessária para todos.
Eu respondi: “Pode haver algumas pessoas que precisem jogar fora seu
aparelho de televisão porque estão presas a ele. Mas para mim legislar isso
do púlpito é legalismo. E isso vem de um espírito religioso.” Sem perceber,
ele elevou um padrão cultural e passou a acreditar que era um padrão
bíblico.
Esse tipo de legalismo ocorreu repetidamente ao longo da história
da Igreja. As pessoas projetaram seus próprios padrões culturais ou pre­
ferências pessoais no Corpo de Cristo como padrões bíblicos. Usar ma­
quiagem tornou­se um pecado. Usar jeans ou calça tornou­se um pe­
cado para as mulheres. Em algumas denominações, as mulheres não po­
diam cortar o cabelo porque era considerado pecado. Abster­se de ir ao
cinema foi elevado a um padrão bíblico, assim como a abstinência de
álcool. A Bíblia afirma claramente que embriaguez é pecado, mas beber
vinho sem se embriagar não é (veja Gálatas 5:21).
A lista de padrões culturais e preferências pessoais continua, proi­
bindo dançar, jogar cartas e usar joias. Infelizmente, até hoje muitos
grupos identificam esses tipos de práticas como sendo pecado, mas não
é isso que a Bíblia diz. Dançar não é pecado, mas alguém pode ter como
preferência pessoal não dançar. Nossas preferências pessoais podem ser
muito úteis para nós em nossa busca pela santidade pessoal, mas não
devemos transformá­las em regras gerais de vida para todos os outros.

95
A Armadilha Da Licenciosidade

Se não identificarmos e seguirmos claramente os padrões de santi­


dade de Deus, corremos o risco de cair na armadilha da licenciosidade.
A imoralidade sexual é uma violação clara dos padrões bíblicos, mas
ouvi muitos casais de noivos tentarem justificar o sexo antes do casa­
mento. Eles dizem: “Vamos nos casar de qualquer maneira, então está tudo
bem para nós.” Mas a Bíblia afirma que fornicação é pecado. A ordem
bíblica para o sexo é muito clara: castidade antes do casamento e fideli­
dade depois.
É fácil transigir com licenciosidade. Vivemos em uma sociedade
onde contar “mentiras inocentes” é aceitável “desde que não prejudique
ninguém”. Enganar seus impostos ou economizar em um negócio é con­
siderado inteligente, desde que você não seja pego. E quem não ultra­
passou o limite de velocidade e fica de olho no retrovisor?
O adultério é pecado. A homossexualidade é pecado. E assim são
essas outras coisas que consideramos males “menores”. Precisamos ser
muito claros sobre nossos padrões de santidade: a Bíblia estabelece esses
padrões, não você ou eu. Estamos apenas praticando a santidade quando
obedecemos aos padrões de Deus para nossas vidas. E quando nos afas­
tamos deles, temos problemas. “Há um caminho que ao homem parece
direito, mas o seu fim é o caminho da morte” (Provérbios 14:12, NASB).

NÓS NÃO TEMOS QUE PECAR


O que a Bíblia diz sobre os cristãos e o pecado? O apóstolo João
nos diz: “Quem permanece nele não peca. Todo aquele que peca não O viu
nem O conheceu.... Quem é nascido de Deus não peca, pois a sua semente

96
permanece nele; e ele não pode pecar, porque é nascido de Deus.” (1 João
3:6,9, NKJV).
João deixa claro que, como seguidores de Jesus, não temos que
pecar. Não estamos mais sob a lei, mas sob a graça (ver Romanos 6:14).
E se vivermos sob a graça de Deus, não seremos escravos do pecado. Eu
era viciado em drogas antes de entregar minha vida ao Senhor. Quando
nasci de novo, fui libertado das drogas. Pela graça e poder transforma­
dor de Deus, nunca voltei a usar drogas nem uma vez. Simplesmente
não tenho desejo por isso. Minha experiência de vida me ensinou a ver­
dade das palavras de Paulo em Tito 2:11­12: “A graça de Deus que traz
a salvação apareceu a todos os homens. Ela nos ensina a dizer ‘Não’ à im­
piedade e às paixões mundanas, e a viver vidas com autocontrole, retidão e
piedade na era presente.”
Jesus está vindo para uma Noiva que é santa, sem mancha ou man­
cha. Eu acredito que o Corpo de Cristo pode ter um avivamento de
santidade que varre nossas igrejas e as nações.

SEGUIDORES DE JESUS PECAM


Agora, deixe­me dizer algo que parece totalmente contraditório:
Os seguidores de Jesus pecam. João escreve:
Se afirmamos não ter pecado, enganamos a nós mesmos e a ver­
dade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e
justo e nos perdoará nossos pecados e nos purificará de tudo que
é injusto. Se dissermos que não pecamos, fazemos dele um men­
tiroso e sua palavra não tem lugar em nossas vidas. ­ 1 João 1:8­
10

97
João compara a pessoa que peca continuamente como não sendo
um verdadeiro filho de Deus. Uma saída natural de estar em Cristo é
que não praticaremos o pecado habitualmente, mas isso não significa
que não iremos cometer pecados. Em vez disso, nossa vida não é um
pecado habitual. Nossa vida se torna naturalmente mais semelhante a
Cristo à medida que crescemos Nele. Resumindo, os verdadeiros cris­
tãos não vivem mais um estilo de vida caracterizado pelo pecado contí­
nuo. Mas isso não significa que não podemos pecar ou nunca pecar. Se
estamos continuamente cheios do Espírito e vivendo na graça, não te­
mos que pecar. Mas se pecarmos, também haverá graça. É por isso que
vivemos na tensão de duas verdades: os cristãos já são santos e nenhum
cristão pode ser santo o suficiente. Somente quando chegarmos ao céu
estaremos totalmente livres da possibilidade de o pecado entrar em nos­
sas vidas.

CAMINHANDO PELA SANTIDADE


Charles Finney foi um evangelista em 1800, cuja vida foi um po­
deroso exemplo de santidade. Finney era tão consagrado a Deus que,
aonde quer que fosse, a Presença Manifesta de Deus ia com ele. Quando
Finney entrou em uma fábrica, a presença e a convicção de Deus caíram
sobre as pessoas que ali trabalhavam. Eles começaram a chorar e se ar­
repender antes mesmo de ele pregar.
Por andar fielmente em santidade diante do Senhor onde quer que
fosse, Charles Finney trouxe a Glória de Deus com ele. Acredito que
hoje também podemos ver essas manifestações da Glória de Deus se
vivermos um estilo de vida verdadeiramente santo.

98
Deixe­me oferecer cinco passos práticos para ajudá­lo em seu com­
promisso de caminhar em santidade:
1. NASÇA DE NOVO. Se você não entregou sua vida a Jesus, você
não pode ser santo. Nenhum de nós pode ser santo em nossas próprias
forças. A Bíblia diz que todos pecaram e carecem da Glória de Deus (ver
Romanos 3:23). Precisamos da graça de Deus para que Ele nos declare
justos e precisamos do Seu Espírito para nos transformar por dentro.
2. BUSQUE CURA INTERIOR E LIBERTAÇÃO PARA PADRÕES PERSIS­
TENTES DE PECADO. Se você está lutando com pecados repetitivos, peça
ajuda externa. Existem ministérios treinados em cura interior e liberta­
ção. Você não precisa viver em culpa e condenação. Existem membros
do Corpo de Cristo que podem ajudar a mostrar­lhe o caminho para a
liberdade.
3. ESTEJA CONTINUAMENTE CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. “Não se
embriaguem com vinho, que leva à devassidão. Em vez disso, seja cheio do
Espírito.” (Efésios 5:18). Todas as manhãs, eu digo a Deus: “Encha­me
de novo.” Cada um de nós precisa de um enchimento diário do Espírito
Santo para ser capaz de andar em amor, alegria, paz, paciência, bondade,
bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole.
4. SEJA FIEL COM AS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS DIÁRIAS. “Assim
como os bebês recém­nascidos, anseie pelo leite espiritual puro, para que com
ele cresça na sua salvação” (1 Pedro 2:2). Não há substituto para as disci­
plinas espirituais de ler a Bíblia e orar. Meditar na Palavra de Deus re­
nova nossas mentes e mantém nossos caminhos puros (ver Salmo 119:
9).
5. BUSQUE RESPONSABILIDADE PESSOAL NO CONTEXTO DA CO­
MUNIDADE. “Meus irmãos, se um de vocês se desviar da verdade e alguém

99
o trouxer de volta, lembre­se disto: quem desvia um pecador do erro do seu
caminho, o salvará da morte e encobrirá uma multidão de pecados” (Tiago
5:19­20). Como seguidores de Cristo, precisamos estar comprometidos
com uma igreja local, porque precisamos prestar contas aos outros e
receber discipulado e orientação deles.
Deus está procurando por Seu povo para viver uma vida consa­
grada e santa. Ele deseja liberar Sua Glória por meio daqueles que, como
Charles Finney, se separarão Dele e do pecado. Como minha amiga
Cindy Jacobs, creio que veremos um movimento de santidade abran­
gente acontecer na Igreja antes que Deus libere um movimento de glória
diferente de todos os que vimos antes. Quero estar pronto para fazer
parte desta revolução de santidade quando ela vier. E se você está com­
prometido em ser santo pela graça de Deus, você também verá a libera­
ção de Sua Glória manifesta em maior medida.

100
CAPÍTULO 8

COMO RECEBER MAIS


DA GLÓRIA

Certa noite, em Março de 2008, eu estava falando para uma Igreja


Oasis lotada em Londres. O santuário de quinhentos lugares era apenas
para lugares em pé. A sala lotada também estava completamente cheia
de pessoas famintas por Deus. Naquela sala externa estava uma mulher
surda de um ouvido. Acreditando que seria Curada naquela noite, ela
deixou seu aparelho auditivo em casa.
Assistindo ao culto na tela grande, a mulher não conseguiu ouvir
a mensagem com clareza e se sentiu desanimada. Tranquilamente em
seu coração, ela clamou a Deus com desespero. Quando ela estava para
sair, o Senhor me deu uma palavra de conhecimento. Eu disse aos pre­
sentes: “Há alguém aqui que é parcialmente surdo. O ouvido dessa pessoa
está se abrindo agora.”
Assim que eu disse essas palavras, o ouvido da mulher se abriu. Ela
podia ouvir perfeitamente. O Senhor a Curou instantaneamente! Ime­
diatamente, ela entrou no santuário principal para testemunhar do Mi­
lagre que havia recebido.
Mesmo sentada em uma sala diferente, assistindo a um culto ca­
nalizado na tela da televisão, essa mulher tinha tanta fome de Deus que
O moveu a me dar uma Palavra de Conhecimento para ela. E Ele Curou
seu ouvido surdo.

101
Deus está derramando Sua Glória sobre aqueles que estão prontos
para recebê­la. Sabemos que Ele deseja Revelar Seu Caráter e Bondade
para nós e nos dar Seu Poder para liberar Sinais E Maravilhas. No en­
tanto, como nos tornamos vasos preparados para receber Sua Glória?

COMO RECEBEMOS SUA GLÓRIA?


Eu acredito que existem cinco componentes principais para rece­
bermos mais da Glória de Deus.

1. Arrependimento e Consagração

A primeira chave é o arrependimento. Em Joel 2, vemos Deus


exortando Seu povo a se arrepender de seus pecados:
“Mesmo agora”, declara o Senhor, “volta para mim de todo o teu
coração, com jejum, pranto e pranto” (Joel 2:12). Este versículo segue
mais adiante no capítulo: “E depois derramarei o meu Espírito sobre todos
os povos. Seus filhos e suas filhas profetizarão, seus velhos terão sonhos, seus
jovens terão visões “(Joel 2:28).
Deus requer que Seu povo rasgue seus corações antes de derramar
Seu Espírito. O arrependimento sempre vem antes que Sua Presença
Manifesta, Sua Glória, seja liberada. Quando nos arrependemos e nos
voltamos para Deus, Ele sabe que estamos prontos para receber mais
dEle. E Ele responde derramando­se sobre nós. Pedro resume este pro­
cesso em Atos 3:19: “Arrependei­vos, pois, e voltai­vos para Deus, para
que os vossos pecados sejam apagados, para que venham tempos de refrigério
da parte do Senhor”.
Deus procura pessoas consagradas que se ofereçam em sacrifício
vivo. Alguns crentes podem não querer pagar o preço da consagração

102
porque requer santidade e obediência à vontade de Deus. Mas a Bíblia
diz que Ele dá o Espírito Santo para aqueles que O obedecem (veja Atos
5:32). Somente quando escolhemos nos arrepender e nos tornarmos,
por Sua Graça, totalmente consagrados a Ele, Ele derramará Sua Glória,
revelando Sua Bondade e Poder em e por meio de nossas vidas.

2. Fome e Sede

Além de nos arrepender e consagrar a Deus, devemos ter fome e


sede de mais dEle. Mateus 5:6 nos diz: “Bem­aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. Quando estivermos famin­
tos por mais dEle, Ele nos preencherá com mais, incluindo Sua Glória.
Considere a história de Evan Roberts. Ele era um jovem galês que
deixou o trabalho em uma mina de carvão para estudar para o ministério
na virada do século vinte. Roberts estava desesperado por mais de Deus.
Ele reuniu um grupo de jovens ao seu redor e juntos oraram persisten­
temente por onze anos, pedindo a Deus para derramar Seu Espírito. Por
causa de sua fome, o Espírito Santo caiu poderosamente em 1904,
dando início ao Reavivamento galês, que se espalhou por todo o
mundo.1
Muitos dos grandes Reavivamentos ao longo da história nasceram
por causa da fome e sede de alguns indivíduos consagrados em uma
igreja local. John Wesley, o avivalista de vanguarda do Primeiro Grande
Despertar de 1700, declarou: “Se você deseja ver um avivamento, pegue
fogo por Deus, e as pessoas virão ver você queimar.” Não é preciso uma
multidão de pessoas para realizar o Mover de Deus. A fome persistente
de uma pessoa por Deus pode atrair Sua Presença Manifesta.

103
A fome e a sede da Presença do Senhor não é apenas a chave para
iniciar o Avivamento, é também a chave para receber o Avivamento.
Em 1994, quando o Espírito de Deus estava sendo derramado em To­
ronto, participei com Lou Engle, meu co­pastor na época e um dos
meus amigos mais próximos. Quando Lou e eu experimentamos a Pre­
sença Manifesta de Deus ali, eu disse a ele: “Estamos fazendo um convênio
agora de pular neste rio e ficar lá.” Por causa de nossa fome, assumimos
o compromisso de reavivar. E como resultado desse compromisso, ex­
perimentamos a Glória de Deus e experimentamos Bênçãos tremendas
em nossas vidas e ministérios.
Uma bênção que já descrevi foi o avivamento que começou em
nossa igreja, Harvest Rock, em 1995. Realizamos reuniões prolongadas
cinco noites por semana por mais de três anos e meio. O pacto que Lou
e eu fizemos em Toronto também deu origem ao The Call, um movi­
mento jovem que mobilizou grandes grupos de duas gerações para rea­
lizar dias de oração e jejum de avivamento. No ano 2000, mais de qua­
trocentos mil jovens se reuniram em Washington, DC, para jejuar e
orar pela nação. No ano seguinte, cerca de cinquenta mil jovens se reu­
niram em Boston, logo após a tragédia de 11 de setembro. Isso, por sua
vez, levou a uma reunião de quase noventa mil em Flushing Meadows,
Nova York, em 2002. Em 2007, setenta mil se reuniram no Estádio
Titan de Nashville.
Deus honra nossa fome e sede por ele. O Rei Davi deu o seguinte
conselho a seu filho Salomão: “O Senhor esquadrinha cada coração e com­
preende cada motivo por trás dos pensamentos. Se você o buscar, ele será
encontrado por você” (1 Crônicas 28: 9). Nosso Deus Soberano conhece
todos os nossos pensamentos e desejos. Se tivermos fome e sede genuína

104
por Ele e O buscarmos, Ele derramará Seu Espírito sobre nós e por
nosso intermédio.

3. Receba Uma Impartição

Uma terceira chave para experimentar mais da Glória de Deus é


receber uma Impartição de homens e mulheres de Deus que estão sendo
usados no Avivamento. A principal forma de dar ou receber uma Im­
partição é por meio da Imposição de Mãos.
A Imposição de Mãos não é uma prática nova. É um costume
mencionado em ambos os Testamentos da Bíblia. Hebreus 6:1­2 inclui
isso como um dos princípios elementares da vida em Cristo, junto com
o arrependimento, fé, batismo, ressurreição dos mortos e julgamento
eterno. No Velho Testamento, vemos que Jacó impôs as mãos sobre
seus netos para conceder uma bênção a eles (ver Gênesis 48:14).
Na vida da Igreja primitiva, a Imposição de Mãos também desem­
penhou um papel fundamental. Os apóstolos não apenas Curavam pela
Imposição de Mãos (ver Atos 28: 8), mas também transmitiam Dons
Espirituais com as mãos. Quando Pedro e João impunham as mãos so­
bre os samaritanos em Atos 8:17, “Eles receberam o Espírito Santo”. Em
Éfeso, “quando Paulo impôs as mãos sobre eles, o Espírito Santo desceu
sobre eles, e falaram em línguas e profetizaram” (Atos 19: 6).
Por toda a Bíblia, vemos que algo é transferido com a Imposição
de Mãos, seja uma Bênção, Cura, Línguas, Profecia ou o Batismo Do
Espírito Santo. Este Princípio de Transferência por meio da Impartição
continua a operar hoje.
Recebi uma comunicação quando o Rev. Billy Graham pregou no
Rose Bowl em Pasadena em 2004. Tive a imensa honra de encontrar o
105
Rev. Graham com outros quatro pastores do Comitê Executivo. Antes
do culto, fui convidado a me juntar a ele e a estes ilustres pastores de
Los Angeles, Dr. Lloyd Ogilvie, Dr. Jack Hayford e Bispo Ken Ulmer.
Durante nosso encontro, criei coragem para pedir ao Rev. Graham uma
Impartição. Fiquei surpreso com a humildade em sua resposta. Ele
disse: “Preciso de uma comunicação sua”, referindo­se aos pastores que
estavam ao seu redor. Cada um de nós se revezou Impondo as Mãos
sobre ele e orando por ele. Então nos juntamos em um círculo com
nossos braços ao redor um do outro enquanto o Rev. Graham orava
para que Deus abençoasse cada um de nós para sermos ganhadores de
almas. Foi um momento poderoso! Tive a bênção de estar ao lado dele
quando ele orou por nós. E eu acredito que recebi uma Impartição du­
rante aquele tempo de oração.
Vemos outros métodos de Impartição na Bíblia. II Reis 13:21
afirma: “Eles jogaram o corpo do homem na tumba de Eliseu. Quando o
corpo tocou os ossos de Eliseu, o homem voltou à vida e se levantou.” Mes­
mo depois de sua morte, os ossos de Eliseu transmitiram a Glória do
Senhor.
A sombra de Pedro liberou o Poder de Cura de Cristo. “As pessoas
levavam os enfermos para as ruas e os colocavam em camas e esteiras para
que pelo menos a sombra de Pedro caísse sobre alguns deles ao passar” (Atos
5:15).
Os lenços que Paulo tocou eram eficazes para Curar os enfermos
e Expulsar demônios. “Deus fez milagres extraordinários por meio de
Paulo, de modo que até lenços e aventais que o tocaram foram levados aos
enfermos, e suas doenças foram curadas e os espíritos malignos os deixaram”
(Atos 19:11). É claro que Deus libera Sua Glória de muitas maneiras.

106
Mas em todos esses exemplos diferentes, Deus concede Sua Glória por
meio de Seus servos, pessoas que carregavam Sua Unção e Poder.
Podemos receber uma Impartição pelos servos de Deus, mas tam­
bém podemos receber uma Impartição do Senhor estando fisicamente
em um ponto crítico de Avivamento. Eu conheço um casal no ministé­
rio que levou um grupo de pessoas de sua igreja para um Avivamento.
Eles chegaram tarde da noite, e quando chegaram ao centro de aviva­
mento o culto já havia acabado. Uma das jovens do grupo estava so­
frendo de dores físicas. Naquela noite, ela estava com tanta fome do
Senhor que correu para o palco vazio de qualquer maneira. Ela foi ime­
diatamente atingida pelo Poder do Espírito Santo e instantaneamente
Liberta de toda a dor em seu corpo.
Embora os exemplos de Impartição que acabei de descrever pos­
sam parecer um pouco fantásticos e além de nossa experiência comum,
eles são poderosos e reais. A Glória de Deus tem Substância. Pode tocar
uma pessoa, descansar em um objeto e preencher um lugar. É tão real e
disponível para nós hoje como era na Igreja primitiva, pois Deus quer
derramar Sua Glória sobre nós. Receber uma Impartição ­ seja por meio
da Imposição de Mãos ou participando de um ponto crítico de Aviva­
mento ­ é uma forma significativa de receber mais da Glória de Deus.

4. Dê o Dom

Essa chave extremamente importante é freqüentemente esquecida.


Deus nos ama e deseja abençoar abundantemente, mas Sua Glória não
é apenas para recebermos e guardarmos. Também é para nós darmos.
Depois de recebermos Sua Glória, é importante que oremos pelas pes­

107
soas, preguemos o Evangelho do Reino, Curemos os enfermos e Expul­
semos demônios em nome de Jesus (ver Marcos 16:15­20). A Glória de
Deus é pela colheita. O Reavivamento começa com a igreja, mas
quando levamos a Sua Glória além da igreja para a comunidade, a ce­
gueira espiritual dos incrédulos é removida. Eles começam a ver e en­
tender a Bondade de Deus e são atraídos por ela.
Para nós, levar a Glória de Deus para fora das quatro paredes da
igreja significa que levaremos Sinais e Maravilhas nas comunidades em
que vivemos. Eu apoio todas as formas de evangelismo, incluindo evan­
gelismo no sentido tradicional de pregar o Evangelho. Eu acredito que
o Evangelho em si mesmo é o Poder de Deus para a Salvação (veja Ro­
manos 1:16). Mas também acredito firmemente que recebemos a ordem
de levar a Glória de Deus para nossas comunidades, liberando Sua Pre­
sença e Seu Poder por meio de Sinais, Maravilhas e Profecias.
Por mais de 2.000 anos temos orado a Oração do Senhor: “Venha
o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus
6:10). Desejamos que Seu Reino e glória venham. E o próprio Jesus nos
diz: “Se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, o reino de Deus é
chegado sobre vocês” (Mateus 12:28). Se os Sinais e Maravilhas não se­
guem o Evangelho que pregamos, então estamos pregando apenas uma
parte do Evangelho. Há mais coisas no Evangelho do que a Salvação do
pecado. O Evangelho completo inclui o Batismo no Espírito, falar em
Línguas e a liberação de Sinais e Maravilhas, como Cura e Libertação.
Deus quer que Seu Reino, Seu Poder e Sua Glória acompanhem o
Evangelho onde quer que vamos!
Estar pronto para compartilhar o Evangelho de qualquer uma des­
sas maneiras é a chave para receber mais da Glória de Deus. Jesus disse:

108
“A quem muito pouco se pode confiar, muito também se pode confiar” (Lu­
cas 16:10). Se formos fiéis com o que Ele já nos deu, Ele nos dará mais.
Recentemente, eu estava na sala de espera de um novo lava­rápido
quando notei uma mulher usando um colar cervical. O Senhor falou
comigo: “Não foi por causa de um acidente de carro. Ela tem uma doença.”
Quando Deus lhe dá uma Palavra de Conhecimento, especialmente
aquela específica, é importante administrá­la e agir de acordo com ela.
Eu sabia que deveria orar pela mulher.
Sentei­me ao lado dela e orei silenciosamente: “Senhor, por favor,
abra a porta para eu compartilhar o Evangelho com ela e orar por ela.”
Assim que terminei a oração, ela iniciou uma conversa, perguntando­
me: “Você gostou deste novo lava­rápido?” “Eu não sei. É a minha segunda
vez aqui”, respondi. Então eu perguntei: “O que aconteceu com o seu pes­
coço?” Ela disse: “Eu estava sentada em uma cadeira, recostada, caí e ma­
chuquei o pescoço. Não foi uma queda grande, mas meu pescoço não me­
lhorou. Fui ao quiroprático e ao médico, e eles disseram que não havia ne­
nhum osso quebrado. Mas começou a piorar. Eu estava com uma dor terrí­
vel e meu braço esquerdo começou a ficar dormente. Voltei ao médico para
fazer uma ressonância magnética e descobriram que tenho uma doença ós­
sea. Está causando a deterioração do meu pescoço.”
Isso confirmou a Palavra de Conhecimento que o Senhor havia me
dado. Eu disse à mulher: “Sou pastor nesta cidade. Posso orar por você?”
“Sim,” ela disse imediatamente. Alguns crentes hesitam em orar
por estranhos, pensando que eles recusarão a oração. Mas, pela minha
experiência, pessoas que estão desesperadas por cura raramente recusam
a oração, sejam elas cristãs ou não. Tudo o que precisamos fazer é dar
um passo de Fé, e Deus fará o resto.

109
Orei por ela enquanto as outras pessoas na sala de espera assistiam.
Minha oração era simples: “Pai, em nome de Jesus, peço que pelo Teu
poder, que Tu a cures completamente”. Então eu disse a ela para agir de
acordo com a oração e fazer algo para testar a Cura. “Comece a mexer o
pescoço”, sugeri. “Faça algo que você não podia fazer antes.”
Ela moveu o pescoço, testou­o e disse: “Quer saber? Eu não sinto
nenhuma dor!” Ela estava incrédula. Levantando o braço esquerdo com
facilidade, ela exclamou: “Não há mais dormência!”
Foi fantástico. Eu disse a ela: “Jesus deu a você um presente maravi­
lhoso hoje. Você gostaria de entregar seu coração a Ele?” “Sim!” ela excla­
mou. Ela entregou seu coração ao Senhor ali na sala de espera do lava­
jato. Isso é o que Deus quer que façamos. Devemos levar a Sua Glória
para fora das quatro paredes da igreja ­ para nosso trabalho, nossa escola,
um restaurante, até mesmo um lava­rápido, onde quer que seja!
Quando entregamos a Sua Glória, nos abrimos para receber mais dEle.

5. Construa a Igreja

O quinto componente chave para receber mais da Glória é edificar


a igreja. A Glória de Deus não é apenas para nós nos enchermos e des­
frutarmos a nós mesmos. Sua Glória é liberada para um propósito
maior. Quando a Igreja primitiva experimentou o Pentecostes em Atos
2, eles se dedicaram aos ensinamentos dos apóstolos, partir o pão, co­
munhão e oração (ver Atos 2:42). Eles continuaram a construir a Igreja
em meio a um incrível avivamento.
Os primeiros cristãos se reuniam de casa em casa. Sabemos que
eles foram capazes de ir de Glória em Glória porque Atos 4:31 diz que
eles foram cheios do Espírito Santo novamente, após seu enchimento

110
inicial em Atos 2. Ao mesmo tempo, eles foram capazes de crescer em
tamanho. “O Senhor aumentava diariamente o número daqueles que esta­
vam sendo salvos” (Atos 2:47). Por que eles receberam outro enchimento
do Espírito Santo e aumentaram em número? Eles estavam construindo
a igreja no meio do avivamento. Se pastoreado corretamente, o Aviva­
mento edifica a Igreja. Mas isso não é feito facilmente. Na verdade,
quando maltratado, o Fogo de um avivamento pode se extinguir com
pouco ou nenhum impacto duradouro. Em 1994, quando o Espírito
Santo desceu sobre Toronto, eu vi duas correntes diferentes de pessoas
que receberam aquele Avivamento e o trouxeram de volta para suas igre­
jas. Por um lado, havia aqueles que não entendiam o propósito do avi­
vamento; eles trouxeram de volta para suas igrejas uma emoção que não
durou. Na verdade, algumas igrejas que eram grandes centros de Aviva­
mento não existem mais hoje. Do outro lado, havia igrejas que recebe­
ram uma Impartição de Avivamento, realizaram reuniões prolongadas e
continuaram a crescer ao mesmo tempo. Essas igrejas estão prosperando
hoje.
Essa também era uma tendência em avivamentos anteriores. A
Calvary Chapel, que surgiu do Movimento do Povo de Jesus, continua
forte hoje. Aimee Semple McPherson, que deu início à denominação
Quadrangular, construiu sua igreja além de realizar cultos de Cura.
Hoje, as igrejas quadrangulares chegam a dezenas de milhares em todo
o mundo.
Em 1995, antes de John Arnott e eu deixarmos o movimento da
igreja Vineyard, John Wimber nos chamou para nos dar conselhos so­
bre o Avivamento que estávamos experimentando. Uma coisa que ele
disse se destacou fortemente para mim. Era simples, mas fácil de ignorar

111
em meio a toda a agitação. Ele nos implorou: “Construa a Igreja”. Ele
nos aconselhou a manter as estruturas para manter pequenos grupos e a
escola dominical. Seguimos seu conselho, porque sabíamos que o pró­
prio John teve sucesso em fazer crescer a denominação Vineyard en­
quanto hospedava um avivamento anterior nos anos 1980. Jesus enfati­
zou a edificação da Igreja quando disse: “Edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não a vencerão” (Mateus 16:18). Sempre que Ele Ma­
nifesta a Sua Glória ao derramar Seu Espírito, Deus está nos dando a
maior Bênção enquanto edifica Sua Igreja.

MAIS GLÓRIA
Esses cinco componentes ­ arrependimento e consagração, fome e
sede, Impartição, doação e edificação da Igreja ­ são chaves práticas para
receber mais da Glória de Deus. Aprendi essas chaves por ter sido usadas
no Avivamento nos últimos 14 anos e ainda sigo esses princípios hoje.
Agradeço a Deus por ter sido usado no Avivamento e, por Sua Graça,
quero ser usado continuamente no avivamento. Eu quero ser como o
Rev. Billy Graham, que carrega o Avivamento com ele, enchendo o
Rose Bowl em Pasadena aos 87 anos. Assim que ele subiu ao púlpito, a
Unção de Deus veio, e o Espírito Santo encheu o estádio. O Rev.
Graham é meu herói e exemplo. Em nossa igreja, temos um ditado:
“Reforma, não aposentadoria”. Não importa quanta Glória tenhamos re­
cebido ou quão poderosamente Deus nos tenha usado, sempre podemos
experimentar mais de nosso Senhor e Salvador. A Glória de nosso Se­
nhor é eterna, sempre crescente e eterna.

112
CAPÍTULO 9

DE GLÓRIA EM GLÓRIA
Ao longo da história, a igreja experimentou ondas da Glória de
Deus. Sabemos que Deus é onipresente, que Sua presença está sempre
conosco. Mas a glória a que me refiro é a Sua Presença Manifesta, por
meio da qual Ele revela Sua bondade ou exibe Seu poder por meio de
sinais e maravilhas.
Hoje, chamamos isso de avivamento. Eu acredito que o Espírito
Santo é soberano em determinar a liberação do avivamento. No en­
tanto, como discutimos no capítulo anterior, também acredito que te­
mos o potencial de invocar a Deus, para realizar Seu reino por meio da
oração e de nossa fome por ele. A igreja viu o reavivamento acontecer
dessa forma ao longo dos séculos.
Repetidamente, Deus derramou onda após onda de Seu Espírito
quase como um relógio. Considere estes exemplos da última metade do
século passado:
• 1948 viu o início do avivamento do Latter Rain no Canadá.
Muitos evangelistas de cura foram unidos e lançados sob o
comando de Gordon Lindsey e do movimento Voice of He­
aling. Estes incluíram Oral Roberts e William Branham.
• 1958 viu outra visita, a Dennis Bennett em Van Nuys, Ca­
lifórnia. Isso levou ao início do movimento carismático.
• Em 1967 veio o avivamento com o Jesus People Movement,
liderado por Chuck Smith e a Calvary Chapel. Alcançando

113
novos patamares em 1971, o movimento foi capa da revista
Time.
• De 1982 a 1986, John Wimber e sua classe inovadora na
Fuller
O seminário ­ sobre “Sinais, Maravilhas e Crescimento da Igreja em
Anaheim Vineyard” ­ trouxe outra onda de glória. Peter Wagner chamou
esse movimento de “Terceira Onda” de um avivamento que durou um
século. No pensamento de Wagner, a primeira onda foi o Reavivamento
da Rua Azusa de 1906, a segunda onda foi a Renovação Carismática de
1958, que continuou no avivamento do Povo de Jesus, e a terceira onda
foi o movimento que começou com John Wimber nos anos 1980.
Porque Deus traz onda após onda de Sua Glória, liberando Sua
bondade e poder, é possível para nós cavalgar cada onda de avivamento
até a próxima. Na verdade, como veremos, é a vontade de Deus que
vamos de glória em glória.

UM PRINCÍPIO BÍBLICO SOBRE A GLÓRIA


Eu quero explorar um princípio nas Escrituras que fala do povo de
Deus movendo­se de glória em glória. Esta passagem se refere especifi­
camente à transformação pessoal, mas contém um princípio que tam­
bém podemos aplicar ao avivamento:
Se o ministério que trouxe a morte, que estava gravado em letras
em pedra, veio com glória, de modo que os israelitas não pudes­
sem olhar fixamente para a face de Moisés por causa de Sua Gló­
ria, embora estivesse esmaecendo, não será o ministério do Espí­
rito ainda mais glorioso? Se o ministério que condena os homens
é glorioso, muito mais glorioso é o ministério que traz justiça!
114
Pois o que era glorioso não tem glória agora em comparação com
a glória insuperável. E se o que estava desaparecendo veio com
glória, quanto maior é a glória do que dura! ­ 2 Coríntios 3:7­
11
O “ministério que trouxe a morte” a que Paulo se refere aqui é o
ministério sob a lei dos Dez Mandamentos. Os mandamentos sozinhos
não podem nos salvar. Estaremos perdidos se tentarmos obedecê­los por
conta própria, sem depender da graça de Deus. No entanto, a própria
lei é gloriosa. A Glória de Deus acompanhou a revelação real dos Man­
damentos, pois no momento em que o Senhor revelou a lei a Moisés,
Ele liberou Sua Glória de uma forma tangível. A Presença Manifesta de
Deus era tão poderosa que os filhos de Israel não podiam olhar fixa­
mente no rosto de Moisés por causa da glória que ele carregava após seu
encontro com o Senhor. O povo teve que cobrir seu rosto com um véu.
No entanto, até mesmo o semblante brilhante de Moisés eventualmente
desbotou. A Glória de Deus ­ a presença real e tangível do Senhor ­
literalmente repousou no rosto de Moisés, mas com o tempo passou.
Eu quero comparar esta glória, descrita tão vividamente neste exemplo
da Antiga Aliança, com o que temos na Nova Aliança com Cristo.
Paulo também se refere nesta passagem ao “ministério do Espírito”,
que é mais glorioso do que o “ministério que trouxe a morte” (signifi­
cando a lei). Desde o Pentecostes, sob a Nova Aliança, Deus derramou
Seu Espírito sobre toda a carne ­ não apenas sobre uma pessoa chamada
Moisés ­ e aqueles que o tocam podem receber Sua Glória. Portanto, se
Moisés, um profeta do Antigo Testamento, tinha glória, então o minis­
tério da justiça ­ que vem na Nova Aliança de Deus conosco por meio
de Jesus Cristo ­ deve exceder o ministério da Antiga Aliança em sua
medida de glória.
115
Ao referir­se à Nova Aliança obtida na vitória de Cristo sobre o
pecado e a morte, Paulo declara: “Deus fez pecado por nós aquele que não
tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Coríntios
5:21) Todos nós somos justificados pelo sangue de Jesus Cristo, quando
O aceitamos como nosso Senhor e Salvador. E agora temos o potencial
de andar em uma glória maior do que Moisés, porque temos acesso a
esta Nova Aliança maior.
Paulo conclui a passagem com um versículo surpreendente: “E nós,
que com rostos descobertos todos refletimos a glória do Senhor, estamos sendo
transformados à sua semelhança com a Sua Glória crescente, que vem do
Senhor, que é o Espírito.” (2 Coríntios 3:18).
O princípio de Deus é para irmos de Glória em Glória, sendo
transformados à imagem de Cristo. Eu acredito que isso significa que
Ele quer que nos envolvamos em cada onda de avivamento até que Ele
volte ou até que voltemos para casa para estar com Ele. Jesus nos diz:
“Deus dá o Espírito sem limites” (João 3:34). Isso significa que Deus nos
dá Seu Espírito sem hesitar. Na verdade, Sua vontade é que toda a terra
seja cheia de Sua Glória. Para este fim, Ele promete que Sua Glória
encherá a terra, e que Ele derramará Seu Espírito sobre toda a carne: “A
terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem
o mar” (Habacuque 2:14).
Tenho experiência em primeira mão com o poder transformador
da glória manifesta de Deus em um contexto de avivamento. Fui salvo
por meio do Movimento do Povo Jesus. A igreja que eu pastor, Harvest
Rock, nasceu em um avivamento por meio do derramamento de To­

116
ronto. Desde então, tenho me comprometido a continuar experimen­
tando o encontro único com Deus que está contido em cada novo avi­
vamento, onde quer que ele irrompa no mundo.

O PODER RESTAURADOR DE CADA ONDA


Ao olhar para trás através da história do avivamento, vejo que cada
onda de derramamento de Deus é importante porque, em cada aviva­
mento, Ele restaura algo. Na verdade, no último meio século, vemos
que em cada movimento Deus restaurou um ofício dentro do ministério
quíntuplo, incluindo apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e profes­
sores.
Por exemplo, em 1948, Deus trouxe o evangelismo de uma nova
maneira, notavelmente por meio de Billy Graham, mas também por
meio de evangelistas de cura como A.A. Allen, Jack Coe, Oral Roberts,
William Branham, T. L. Osborn e outros. Em 1958, a Igreja viu o sur­
gimento de pastores que corajosamente proclamaram e operaram em
um Evangelho carismático, como Dennis Bennett (anglicano carismá­
tico), Larry Christianson (luterano carismático) e Gerald Derstine (me­
nonita carismático) para mencionar alguns. Em 1967, em resposta a
outro mover de Deus, o ministério de professores ungidos tornou­se
predominante. Isso incluiu professores como Chuck Smith, Kenneth
Copeland, Jack Hayford, Derek Prince e muitos outros. (Derek Prince
fazia parte de um grupo de líderes que ficou conhecido como “Os Pro­
fessores”, com sede em Fort Lauderdale, Flórida.)
Na “Terceira Onda” da década de 1980, Deus trouxe profetas,
como John Wimber apresentou os “profetas de Kansas City” Paul Cain,

117
Mike Bickle, Bob Jones, James Goll e Jill Austin. Outros profetas tam­
bém surgiram durante aquele período, incluindo meu amigo e irmão do
convênio Lou Engle, minha irmã no Lord Cindy Jacobs, Jane Hamon
e Chuck Pierce. O reavivamento de 1994 em Toronto restaurou o cargo
de apóstolo com o nascimento de muitas redes apostólicas, incluindo
John e Carol Arnott’s Partners in Harvest, Rick Joyner’s MorningStar,
Bill Johnson’s Global Legacy, Heidi e Rolland Baker Iris Ministries e o
próprio Ministério Harvest International da nossa igreja.
Agora, em 2009, vemos a convergência de todos os cinco desses
escritórios restaurados se reunindo e sendo expressos por meio do
Corpo de Cristo em Seus seguidores, os santos. Leigos comuns estão
sendo equipados para mover sinais e maravilhas, evangelizar, ensinar,
plantar igrejas, profetizar e pregar. É catapultar o povo de Deus para
fazer Sua obra no estabelecimento do Reino. Cada onda de avivamento
foi significativa em seu cumprimento dos propósitos de Deus, para ver
Sua Glória encher a terra e Seu Espírito derramado sobre toda a carne.

A PLENITUDE DA GLÓRIA
Infelizmente, toda onda de avivamento tem seus críticos. E, infe­
lizmente, muitas vezes os líderes de um mover anterior de Deus são os
que mais criticam os líderes da próxima onda de Deus. Mas, para ir de
glória em glória, devemos permanecer dispostos a ensinar, andar em
humildade e permanecer dispostos a receber o que Deus está fazendo
em cada avivamento. Os caminhos de Deus não são os nossos, e se pen­
samos que sabemos tudo ou já experimentamos tudo, operamos sob um
espírito religioso que desagrada a Deus.

118
Aprendi essa lição importante durante os anos 1980. Eu perdi o
avivamento com John Wimber, embora eu tivesse sido salvo e batizado
no Espírito Santo durante o Movimento do Povo de Jesus. Quando veio
o avivamento em Anaheim Vineyard, eu tinha arrogância em meu co­
ração. Eu era aluno do Fuller Seminary em Pasadena na época. Peter
Wagner, que era um professor lá, sugeriu que eu me inscrevesse na aula
de John Wimber sobre “Sinais, Maravilhas e Crescimento da Igreja”, o
que eu fiz. Mas quando vi os sinais e maravilhas ocorrendo na aula, disse
a mim mesmo: “Já vi tudo isso antes”.
Como um jovem cristão, supervisionei o ministério da sala de cura
para um grupo chamado TAG em Washington, D.C. Depois de cinco
anos assistindo a curas ali, os tipos de milagres que vi em Fuller não
eram novidade para mim. Mas ter esse tipo de atitude é perigoso. Eu
descobri que é possível ficar imune ao avivamento. Ao provar um pouco
disso, você pode pensar que já foi exposto a tudo o que existe daquele
avivamento. Você pode ficar cego para o significado do que Deus está
realmente fazendo. Uma atitude de “já estive lá, fiz aquilo, peguei a ca­
miseta” pode ser prejudicial, impedindo­nos de experimentar a pleni­
tude do que Deus quer nos dar.
Em vez de ser arrogantes ou passivos, devemos manter o coração
humilde e contrito diante de Deus. Acredito que se eu tivesse sido mais
receptivo ao avivamento de Deus em Vineyard, não teria passado por
tantas dificuldades em meu ministério e vida pessoal durante os anos
1980 e início dos anos 1990. Agradeço a Deus por ter aprendido com
meu erro e não hesitei em mergulhar na próxima onda de glória quando
Deus derramou Seu Espírito em Toronto. Por Sua graça, tenho perma­
necido naquele rio de avivamento desde então.

119
Agora, quando um novo avivamento irrompe, minha mentalidade
não é mais: “Eu já vi isso antes. Não é nada novo.” Em vez disso, posi­
ciono­me para receber mais. Minha mentalidade é: “Aqui está outra
onda. Quero me saturar com a Glória única que isso traz. Eu quero pegar
a próxima onda, e a próxima onda depois dela.” Eu me comprometi a
permanecer no rio da glória do avivamento, de onda em onda, até que
Jesus volte ou me leve para casa.
Segundo Crônicas 16:9, diz: “Os olhos do Senhor percorrem toda a
terra para fortalecer aqueles cujos corações estão totalmente comprometidos
com ele”. Se aumentarmos nossa fome por Deus e nossa consagração a
Ele, o Senhor manifestará Sua Glória em e por meio de nossas vidas.
Ele quer que vamos de glória em glória, até que recebamos a plenitude
de Sua Glória e sejamos transformados à imagem de Jesus Cristo.
Por que não ser um vaso ambulante de avivamento pelo resto de
sua vida? Você é um portador de Sua Glória! Seja um portador de avi­
vamento para sua geração e para as gerações futuras, enquanto o Senhor
demorar. Amém!

120
CAPÍTULO 10

A GLÓRIA DE DEUS E O
ALINHAMENTO APOSTÓLICO

Em seu livro No Dia do Teu Poder (In the Day of Thy Power), Ar­
thur Wallis nos dá este conselho: “Se você deseja ter o maior sucesso de sua
vida, tente descobrir o que Deus está fazendo em seu tempo e se lançar na
realização de Seu propósito e vontade.1
Se quisermos fazer o que é melhor, tanto para nossas vidas quanto
para o Reino de Deus, precisamos descobrir o que o Senhor está fazendo
em nossa geração e comprometer nossa vida para cumpri­lo. Como nos
preparamos para o que o Espírito está prestes a fazer? Uma maneira de
fazer isso é trazer o alinhamento apostólico adequado ao Corpo de
Cristo. Neste capítulo, veremos por que isso deve acontecer antes que
qualquer grande transformação social ocorra no mundo. Nossa própria
casa deve primeiro estar em ordem e em unidade. O alinhamento apos­
tólico adequado traz a bênção ordenada por Deus, começando primeiro
em Sua casa e de lá, fluindo para a sociedade.

O APÓSTOLO E O SUMO SACERDOTE


Antes de podermos abordar o alinhamento apostólico adequado
na Igreja hoje, devemos entender o paralelo entre o alinhamento nos
ofícios do sumo sacerdote no Antigo Testamento e o apóstolo no Novo
Testamento.

121
Davi descreve lindamente o princípio de alinhamento sob o sumo
sacerdote do Antigo Testamento:
Como é bom e agradável quando irmãos vivem juntos em união!
É como se o óleo precioso fosse derramado na cabeça, escorrendo
pela barba, escorrendo pela barba de Arão e pela gola de suas
vestes. É como se o orvalho de Hermom estivesse caindo no Monte
Sião. Pois lá o Senhor concede sua bênção, até a vida para sem­
pre. ­ Salmo 133:1­3
Davi afirma claramente que o povo de Deus permanece sob Sua
bênção quando se move em unidade, funcionando como um. Precisa­
mos entender que Davi está se referindo a um tipo especial de unidade.
Deixe­me explicar dentro do contexto deste salmo.
Arão serviu como sumo sacerdote de Israel durante o tempo de seu
irmão, Moisés. No Salmo 133, o óleo caiu sobre Aarão, que represen­
tava o cargo de sumo sacerdote, e fluiu de cima a baixo ­ da cabeça de
Aarão, sua barba e a parte inferior de suas vestes. Davi compara isso ao
orvalho caindo no Monte Hermon e fluindo para Sião. Não é por acaso
que Davi se refere ao Monte Hermon na passagem. Onde fica o Monte
Hermon?
Geograficamente, está na cabeça, ou topo, de Israel. É também
onde o orvalho cai primeiro. A água desce dali, para o Monte Sião e o
resto de Israel.
Nesta passagem, Davi usa dois exemplos de um fluxo descendente
para ilustrar o princípio de alinhamento que o Senhor deseja que en­
tendamos. Quando Davi menciona Aarão neste salmo, ele está se refe­
rindo a um alinhamento sob o sumo sacerdote. O óleo simboliza o favor
e as bênçãos de Deus, e fluía do sumo sacerdote para o resto do povo.
122
Por meio dessas imagens, Davi está nos dizendo que quando entrarmos
no alinhamento delegado por Deus, começaremos a experimentar Seu
favor e bênção.
O que esta passagem tem a ver com o alinhamento apostólico ade­
quado na
Igreja hoje? O sumo sacerdote no Antigo Testamento desempe­
nhava o mesmo papel na casa de Deus que o apóstolo desempenha no
Novo Testamento. Encontramos isso explicado no livro de Hebreus.
O escritor declara: “Portanto, irmãos santos, que participam da vo­
cação celestial, fixem os seus pensamentos em Jesus, o apóstolo e sumo sacer­
dote a quem confessamos” (Hebreus 3:1). Ambos os títulos são atribuídos
a Jesus aqui. Ele é o apóstolo definitivo e o sumo sacerdote definitivo.
Como apóstolo, Jesus representa a Nova Aliança e, como sumo sacer­
dote, representa a Antiga Aliança. Esse paralelo é útil ­ e importante ­
ao ler Hebreus, porque o livro discute a melhor aliança que agora temos
em Cristo. O alinhamento na Antiga Aliança sob o sumo sacerdote era
bom, mas agora, sob a Nova Aliança, Jesus estabeleceu uma ordem me­
lhor. Esta nova ordem inclui os cinco ofícios ministeriais de apóstolos,
profetas, pastores, evangelistas e professores.
Com a Nova Aliança, não estamos mais sob a liderança de sumos
sacerdotes. Ainda assim, somos chamados para o alinhamento apostó­
lico ­ isto é, para estarmos sob a liderança dos apóstolos, profetas, evan­
gelistas, pastores e professores a quem Deus dotou e designou sobre Sua
igreja. Efésios 4:11 diz que Deus nos deu apóstolos e profetas até que
alcancemos “toda a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4: 11–13).
Claramente, a Igreja ainda não atingiu essa medida plena. Em nenhum
lugar a Bíblia diz que os ofícios e ministérios dos apóstolos e profetas

123
deixaram de existir ou de funcionar. Na verdade, eles são descritos como
fundamentais para a Igreja. Paulo diz em Efésios 2:20 que a Igreja é
“construída sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo o próprio
Cristo Jesus como a pedra angular”. Novamente, a ordem é importante:
primeiros apóstolos e segundos profetas. Outra passagem chave é 1 Co­
ríntios 12:28: “Na igreja, Deus designou primeiro de todos os apóstolos,
segundos profetas, terceiros mestres e depois operadores de milagres”. Peter
Wagner, em seu livro de 2008, Dominion, escreve: “A numeração não é
simplesmente uma seleção aleatória. Embora não implique uma hierarquia,
é claramente uma ordem divina. Os apóstolos vêm em primeiro lugar e os
profetas em segundo. Todos os outros dons funcionarão em seu potencial
máximo apenas se eles forem relacionados adequadamente aos apóstolos e
profetas.” 2
Jesus selecionou doze apóstolos, mas o Novo Testamento deixa
claro que o ofício de apóstolo não era exclusivo dos discípulos originais
de Cristo. Outros apóstolos são mencionados em todo o Novo Testa­
mento, incluindo Andrônico e Júnias (veja Romanos 16:7), Silas e Ti­
móteo (veja 1 Tessalonicenses 1:1,6) e Tiago (veja Gálatas 1:18–19).
Isso indica que o ofício de apóstolo se multiplicou à medida que a Igreja
crescia.
A palavra “apóstolo” aparece 76 vezes no Novo Testamento, mais
do que qualquer outro ofício. Isso pode parecer surpreendente, porque
tendemos a enfatizar a liderança pastoral na Igreja hoje. Mas a palavra
“pastor” e seus sinônimos são mencionados no Novo Testamento 67
vezes. Acredito ser significativo que o Novo Testamento se concentre
mais nas atividades apostólicas, revelação e ensinamentos do que nas
funções de qualquer outro ofício da Igreja primitiva.

124
ALINHAMENTO APOSTÓLICO
A palavra grega na Bíblia para “alinhamento” é “KATARTISMOS”.
Significa: “alinhar corretamente ou colocar na ordem original”, como um
médico pode restaurar um osso quebrado. A palavra aparece na lista de
cinco ofícios ministeriais de Paulo mencionados em Efésios 4:11­12:
“Ele mesmo deu alguns para serem apóstolos, alguns profetas, alguns evan­
gelistas e alguns pastores e professores, para o preparo [katartismos] dos san­
tos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo.”
(NKJV). Paulo está nos dizendo que os vários ofícios do ministério,
quando trabalham juntos de maneira adequada, ajudam a alinhar ou
colocar a Igreja em ordem. Desta forma, o Corpo de Cristo é construído
para proclamar o Evangelho e fazer avançar o Reino.
No Antigo Testamento, antes da vinda de Jesus, as bênçãos de
Deus fluíram para o povo de Israel quando eles foram alinhados sob a
liderança do sumo sacerdote. Deus abençoa Seus filhos da mesma forma
hoje, quando nos alinhamos adequadamente sob a liderança dos após­
tolos que Ele escolheu.
Ao longo das Escrituras, vemos que estar em alinhamento ade­
quado em nossos relacionamentos traz uma bênção. Paulo escreve em
Efésios 6:1­3 que Deus instituiu um alinhamento adequado quando es­
tabeleceu a família: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, porque isto é
justo. ‘Honre seu pai e sua mãe’ ­ que é o primeiro mandamento com uma
promessa ­ ‘para que tudo vá bem com você e que você possa ter uma vida
longa na terra.’” Paulo deixa claro que quando estamos em alinhamento
adequado com respeito para nossa família, Deus nos concede bênçãos
para que as coisas nos corram bem e possamos ter uma vida longa.

125
O mesmo é verdade com o alinhamento apostólico adequado na
Igreja. Quando isso acontece, Deus ordena que Suas bênçãos fluam. Em
seu livro, The Supernatural Ways of Royalty, Kris Vallotton, pastor asso­
ciado sênior da Igreja Bethel em Redding, Califórnia, fala abertamente
sobre seu compromisso com o pastor sênior da igreja, Bill Johnson. O
Senhor mostrou a Kris que, embora ele freqüentemente enfatizasse estar
em um pacto de alinhamento adequado, ele não havia assumido esse
compromisso com seu próprio “pai” sênior no Senhor. A convicção
cresceu dentro de Kris até que um dia ele disse a Bill: “Eu me comprometo
a passar o resto da minha vida servindo a você.” 3
Kris diz que esse compromisso teve um impacto poderoso sobre
ele: “Essas palavras mudaram minha vida. Eu entrei em um nível total­
mente novo em Deus desde então. Meu ministério dobrou e minhas finanças
mais que dobraram.” 4
Por causa do alinhamento apostólico na liderança e congregação
da Igreja de Betel, Deus derramou sua bênção e favor sobre os membros,
a igreja, a cidade de Redding e até mesmo suas cidades vizinhas. Pessoas
viajam de todo o mundo para encontrar a Presença Manifesta de Deus
naquela igreja. Além disso, a cidade prosperou. Bill Johnson disse­me
recentemente que Redding é uma das poucas cidades da Califórnia que
não sofreu o impacto dramático da crise econômica que começou nos
Estados Unidos em setembro de 2008, em comparação com outras ci­
dades da Califórnia. Minha observação é que toda vez que vou falar em
Betel, parece que a cidade cresceu e prosperou. Acredito que Redding
será uma das cidades mais transformadas nos próximos dias e anos.

126
Vemos através do exemplo de Kris como a bênção de Deus é der­
ramada quando Seu povo está devidamente alinhado. Este tipo de ali­
nhamento em relacionamentos de aliança não é uma obediência estú­
pida a uma figura de autoridade. É a disposição de honrar a liderança
de autoridade que reconhecemos como colocada sobre nós por Deus.
Obviamente, nem todo mundo é chamado para fazer um pacto vitalício
como o que Kris fez com Bill Johnson. O que é importante é o princípio
de alinhamento sob a direção do Espírito Santo. Trata­se de entrar vo­
luntariamente em uma parceria cooperativa onde trabalhamos juntos
com a liderança porque reconhecemos o propósito divino em nosso cha­
mado conjunto e nossa responsabilidade espiritual uns com os outros.
Ampliamos nossos esforços conjuntos escolhendo defender uns aos ou­
tros e, embora às vezes possamos desafiar uns aos outros, nunca critica­
mos ou falamos mal uns dos outros. Cada um de nós permanece res­
ponsável pela nossa conduta e decisões individuais, mas temos o com­
promisso de construir uns aos outros, não buscando o nosso próprio
caminho.
Esta bênção da autoridade apostólica adequada se aplica tanto aos
ministérios quanto aos crentes individualmente. Como exemplo deste
princípio, há alguns anos nossa igreja comissionou um casal pastor,
John e Michele Park, para plantar uma igreja em Diamond Bar, Cali­
fórnia, sob nossa autoridade apostólica. John e Michele se alinharam
prontamente com nossa liderança, e Deus abençoou abundantemente
seu ministério incipiente. Um exemplo dessa bênção foi a provisão de
Deus para eles de um edifício de tamanho perfeito e já configurado para
o ministério. Seu inquilino anterior era uma congregação que havia re­
formado a igreja com equipamentos de última geração, mas rapida­
mente superou o espaço físico. Agora, como o contrato de aluguel da
127
igreja havia terminado e eles estavam seguindo em frente, a congregação
de John e Michele foi capaz de fazer uma transição suave para o prédio.
Foi como se mudar para uma casa modelo com móveis grátis lançados
pelo desenvolvedor! Acredito que essa bênção e favor aconteceram em
parte porque o ministério de Parks e a igreja estavam alinhados aposto­
licamente.

O ALINHAMENTO PROMOVE A UNIDADE E


TRAZ A GLÓRIA DE DEUS

O alinhamento apostólico apropriado faz com que a igreja opere


em unidade, e Deus a abençoa com visitações de Sua Glória. Considere
esta passagem:
Os trompetistas e cantores uniram­se em uníssono, como a uma
só voz, para louvar e agradecer ao Senhor. Acompanhados de
trombetas, címbalos e outros instrumentos, ergueram a voz em
louvor ao Senhor e cantaram: “Ele é bom; seu amor dura para
sempre.” Então o templo do Senhor encheu­se de uma nuvem, e
os sacerdotes não podiam realizar seu serviço por causa da nu­
vem, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus. ­ 2 Crô­
nicas 5:13­14
Que cena incrível! Na dedicação do Templo, todos estavam ali­
nhados e tudo em ordem. Esses trompetistas e cantores não estavam
apenas tocando e cantando a mesma melodia; eles estavam em tal uni­
dade que tocavam e cantavam como se tivessem uma só voz e um só
coração. Eles estavam completamente unidos enquanto louvavam ao
Senhor. Então o Senhor encheu o Templo com uma nuvem de Sua
Glória manifesta, e era tão forte que os sacerdotes não podiam realizar

128
seu serviço. Deus honrou sua unidade com Sua gloriosa Presença Ma­
nifesta.
Este não é um incidente isolado nas Escrituras. Vemos no Novo
Testamento um exemplo de como o alinhamento e a unidade trouxe­
ram a Glória de Deus no Pentecostes. Em Atos 2, lemos que o Senhor
derramou Seu Espírito sobre os discípulos, mas é importante observar
o que aconteceu antes daquele dia.
Jesus apareceu a várias pessoas após sua ressurreição. Em 1 Corín­
tios 15: 6, o apóstolo Paulo afirma que Jesus apareceu a mais de qui­
nhentos irmãos de uma vez. O evento e o lugar não são descritos, mas
visto que Paulo se refere a eles como “os irmãos”, acho que podemos
presumir que eram seguidores de Cristo. Em Atos 1, Jesus apareceu aos
discípulos, ordenando­lhes: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem o pre­
sente que meu Pai prometeu, de que vocês me ouviram falar” (Atos 1:4).
Os discípulos obedeceram e foram acompanhados pelas mulheres, sua
mãe Maria, familiares e outros, totalizando cerca de 120 pessoas. É al­
tamente provável que alguns desses
120 eram dos quinhentos irmãos a quem Jesus havia aparecido
antes.
Destes discípulos, apenas 120 obedeceram ao Seu comando. Fo­
ram estes que decidiram pagar o preço, reunindo­se para orar e esperar.
E foram os apóstolos que lideraram o grupo no Cenáculo enquanto
aguardavam o cumprimento das palavras de Jesus:
Em seguida, eles voltaram a Jerusalém da colina chamada
Monte das Oliveiras, a uma caminhada de um dia de sábado da
cidade. Quando chegaram, subiram para o quarto onde estavam

129
hospedados. Os presentes foram Pedro, João, Tiago e André; Phi­
lip e Thomas, Bartholomew e Matthew; Tiago, filho de Alfeu e
Simão, o zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos eles se reuniram
constantemente em oração, junto com as mulheres e Maria, a
mãe de Jesus, e com seus irmãos. ­ Atos 1:12­14
A Escritura indica que esses discípulos estavam em constante ora­
ção e unidade. Não acho que seja por acaso que Lucas nomeia cada um
dos apóstolos especificamente com os 120. Eu acredito que foi esse ali­
nhamento apostólico e unidade que levou a uma liberação de glória por
meio do Espírito Santo:
Quando o dia de Pentecostes chegou, eles estavam todos juntos
em um só lugar. De repente, um som semelhante ao sopro de um
vento violento veio do céu e encheu toda a casa onde estavam
sentados. Eles viram o que parecia ser línguas de fogo que se se­
pararam e pousaram sobre cada um deles. Todos eles foram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas
conforme o Espírito os capacitava. ­ Atos 2:1­4
No Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre uma sala que era
unificada, com os discípulos em um acordo e em um lugar. Eles obede­
ceram à ordem de Jesus em Atos 1, orando juntos em união dia após
dia. Deus viu sua obediência a Seu Filho, sua fome pelo Espírito e sua
unidade uns com os outros. E Sua Glória desceu sobre eles, abenço­
ando­os, enchendo­os a todos com o Espírito. Nesse caso, o alinha­
mento apostólico e a unidade trouxeram não apenas favor e bênção, mas
também a Glória de Deus em Sua notável Presença Manifesta.
Embora a unidade traga a Glória de Deus, também precisamos da
Sua Glória para nos ajudar a nos tornarmos unificados. Jesus orou ao

130
Pai: “Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que sejam um como nós: Eu
neles e tu em mim. Que eles sejam levados à união completa para que o
mundo saiba que tu me enviaste e que os amaste assim como me amaste”
(João 17:22­23). Aqui Jesus se refere ao alinhamento entre primeiro Ele
mesmo e o Pai e, em segundo lugar, Ele mesmo e nós. A unidade é
importante para Deus. E quando buscamos o alinhamento adequado,
Deus libera Sua Glória para que possamos nos tornar um com o outro,
assim como Jesus e o Pai são um.
À medida que caminhamos em unidade e alinhamento, Deus der­
rama mais de Sua Glória sobre nós. Nunca devemos esquecer que nosso
poder aumenta muito quando estamos alinhados e caminhamos em
unidade. A Escritura nos diz: “Cinco de vocês perseguirão cem, e cem per­
seguirão dez mil, e seus inimigos cairão à espada diante de vocês” (Levítico
26: 8). Quando estamos devidamente alinhados, tornamo­nos unifica­
dos e mais poderosos, vitoriosos e eficazes para os propósitos do Reino
de Deus.

PASSOS PARA ALINHAMENTO


Aqui estão três passos para o povo de Deus se tornar apostolica­
mente alinhado.

1. Receba a Salvação

Para estarmos devidamente alinhados apostolicamente, devemos


primeiro estar alinhados com Jesus Cristo. Isso significa nos colocar sob
Seu amoroso senhorio. Quando recebemos a salvação, recebemos Jesus
como nosso Senhor e Salvador. E porque Jesus é nosso Senhor, devemos
submeter tudo em nossas vidas à Sua autoridade. Renunciar ao controle
sobre nossos corpos, almas e espíritos individuais a Cristo coloca nossas
131
vidas nas mãos de um Senhor amoroso que deseja apenas coisas boas
para Seus filhos. O Salmo 34: 8 diz: “Prove e veja que o Senhor é bom”.

2. Comprometa­Se Com Uma Igreja Local

Para estarmos devidamente alinhados, também é importante que


estejamos comprometidos com uma igreja local. Não podemos dizer
que estamos comprometidos com Jesus se nos recusarmos a nos com­
prometer com Seu Corpo. A Bíblia tem mais de cinquenta versículos
“uns aos outros” que não podemos cumprir a menos que façamos parte
de uma comunidade. Isso inclui: amar uns aos outros (ver João 13: 34–
35), ser devotados uns aos outros (ver Romanos 12:10), alegrar­se uns
com os outros (ver Romanos 12:15), orar uns pelos outros (ver Tiago
5: 16), carreguem os fardos uns dos outros (veja Gálatas 5:13), subme­
tam­se uns aos outros (veja Efésios 5:21) e tenham comunhão uns com
os outros (veja 1 João 1: 7).
Às vezes pode parecer mais fácil não se comprometer com uma
igreja, mas Deus abençoa aqueles que O obedecem. O Senhor é um
criador de convênios e ordena que sejamos pessoas de relacionamentos
convênios. Ele honra nosso compromisso de nos alinharmos com uma
comunidade de crentes por meio de nossa submissão mútua, dedicação
ao serviço em conjunto e abertura à responsabilidade uns com os outros.
Ao obedecermos à Sua Palavra dessa maneira, encorajando e suportando
uns aos outros, crescemos em união, e Deus nos abençoa derramando
Sua Glória sobre nós.
Não existe igreja perfeita, porque toda igreja é composta de huma­
nos, todos os quais “carecem da Glória de Deus” (Romanos 3:23). Além
disso, nem todas as igrejas carregam a mesma unção ou são chamadas

132
para o mesmo tipo de ministério. Assim como as tribos em Israel tinham
diferentes forças e funções (Levi era a tribo sacerdotal, Judá a tribo mes­
siânica, etc.), as igrejas são chamadas a cumprir diferentes propósitos no
Corpo de Cristo. Precisamos entender e nos alinhar com uma igreja
cujos valores, missão e propósito correspondem ao nosso próprio DNA
espiritual. Quando essa correspondência estiver faltando, será difícil
para nós nos comprometermos com o alinhamento. Será um ajuste for­
çado e não nos sentiremos em casa.
Precisamos encontrar nossa tribo, a comunidade que ressoa co­
nosco. Mesmo assim, devemos evitar ficar presos em uma busca sem
fim pela igreja certa. Muitos cristãos hoje vagam de uma habitação tem­
porária para outra. Eles se tornam “carismáticos de cruzeiro”, sempre pro­
curando pela próxima conferência, a próxima oportunidade para um
“frenesi espiritual”, viciados em experiências espirituais, mas evitando
qualquer compromisso duradouro. Deus nos chama para as alegrias,
frustrações e disciplinas de sermos plantados em uma comunidade. Ele
nos chama para fazer uma aliança uns com os outros, sabendo que
aprendemos o alinhamento e como habitar na unidade apenas quando
vivemos em comunidade contínua com outros crentes. Em Sua própria
eterna Trindade Divina, Ele é uma comunidade que vive em perfeito
alinhamento e unidade, e assim se torna nosso modelo perfeito.

3. Carregue o Coração do Líder

Finalmente, para ser apostolicamente alinhado, devemos levar o


coração de nosso pastor ou apóstolo. Como afirmei antes, isso não é
submissão a alguma autoridade de mão pesada. Não significa que deve­
mos andar em uniformidade com a liderança, ou estar sempre em total
acordo. Tampouco significa se tornar “cristãos pré­fabricados” que agem,
133
pensam, falam e se vestem da mesma forma. Há espaço e, de fato, ne­
cessidade de diversidade em nosso alinhamento e unidade. Na verdade,
os momentos de desacordo são quando nosso alinhamento é testado
mais profundamente. Não nos comprometemos a obediência cega, mas
a honrar nossos valores mútuos e missão acima de nossos conflitos tem­
porários.
Levar o coração de nossos líderes também significa assumir uma
atitude de honrá­los como pais e mães na fé. O escritor de Hebreus diz:
“Obedeça a seus líderes e submeta­se à autoridade deles. Eles vigiam vocês
como homens que devem prestar contas. Obedecei­lhes para que o seu tra­
balho seja uma alegria, não um fardo, pois isso não vos traria vantagem.”
(Hebreus 13:17). Se fizermos isso, Deus derramará Sua Glória sobre Sua
igreja além da medida.
O alinhamento apostólico e a unidade do corpo liberam as bên­
çãos e favores de Deus para fluir poderosamente em nossas vidas. Assim
como Israel se alinhou com Arão, o sumo sacerdote, e viu a Glória de
Deus, acredito que o povo de Deus hoje, alinhado em unidade com
Seus apóstolos atuais, verá a Glória de Deus descer em uma medida
ainda maior.

134
CAPÍTULO 11

A GLÓRIA DE DEUS E A
TRANSFORMAÇÃO

Quando a Glória de Deus invade as almas das pessoas, isso leva à


transformação pessoal e social. Ao olharmos para as últimas centenas de
anos, vemos que muitos períodos de mudanças sociais dramáticas foram
precedidos por um derramamento da Glória de Deus no avivamento.

REAVIVAMENTO E REFORMA
O Grande Despertar

O Grande Despertar foi uma época de poderoso reavivamento na


Inglaterra na década de 1730. Este movimento de Deus acendeu uma
série de ministérios de avivamento, mais notavelmente os de John e
Charles Wesley e George Whitefield. Através de Whitefield, o movi­
mento se espalhou para a América, onde foi promovido pela ardente
pregação de Jonathan Edwards 1 em Northampton, Massachusetts. Na
Inglaterra, milhares de pessoas foram salvas por meio do ministério iti­
nerante dos irmãos Wesley. Entre esses convertidos estava um jovem
chamado William Wilberforce, que se tornou membro do Parlamento.
Após sua conversão, Wilberforce conheceu John Newton, o ex­
capitão do navio negreiro que também havia se convertido a Cristo (e
que em profundo arrependimento escreveu o famoso hino “Amazing
Grace”). Wilberforce ficou profundamente comovido com os relatos
brutalmente honestos de Newton sobre o incrível abuso humano no
135
comércio de escravos.2 O jovem político dedicou os 26 anos seguintes
de sua vida no Parlamento a fazer lobby para que a Inglaterra acabasse
com a escravidão. Seus esforços finalmente resultaram na transformação
não violenta e radical da sociedade inglesa, à medida que a escravidão
foi completamente abolida.3 Um excelente filme recente, Amazing
Grace, retrata os esforços incansáveis de Wilberforce para mudar o co­
ração de sua nação por meio do uso de seu processo legislativo. Eu re­
comendo fortemente este filme; sua história é um exemplo maravilhoso
de como o reavivamento pessoal leva à reforma da sociedade.

O Segundo Grande Despertar

O Segundo Grande Despertar, que ocorreu na América, começou


por volta de 1800 na costa leste e na fronteira oeste do Kentucky. Este
movimento de Deus também desencadeou várias transformações sociais
poderosas. Timothy Dwight, presidente de Yale e neto do avivalista Jo­
nathan Edwards, encorajou forte e publicamente todos os cristãos a bus­
carem a Deus de todo o coração. Sua retórica, uma reminiscência de seu
famoso avô, comoveu muitos alunos de Yale, incluindo Samuel Mills.4
Mills mais tarde foi transferido para o Williams College em Massachu­
setts, levando consigo seu recém­descoberto zelo pelo Senhor. Lá, Mills
formou um grupo com quatro outros alunos, que fizeram convênio com
ele de orar diariamente por seus colegas.
Os jovens geralmente se reuniam ao ar livre, mas um dia em 1801,
uma forte tempestade eclodiu. O grupo encontrou refúgio em um pa­
lheiro e, enquanto oravam juntos ali, Deus gerou em seus espíritos o
desejo de iniciar um movimento estudantil missionário para evangelizar
o mundo. A história apelidou este evento de “Revivificação do Palheiro”.
Com base nessa visão, o primeiro conselho de missões estrangeiras foi
136
estabelecido em 1810. Quando vários trabalhadores foram enviados
para
Ásia, o movimento missionário americano começou oficialmente.5
Mesmo enquanto Dwight estava entregando sua mensagem na
costa leste, uma poderosa manifestação da Glória de Deus ocorreu em
Cane Ridge, Kentucky. Inicialmente realizado em igrejas, esse fogo de
avivamento se espalhou tão rapidamente que logo as reuniões foram re­
alizadas nos campos e continuaram por dias a fio. No auge, o Cane
Ridge Revival estava atraindo multidões de 20.000 para uma única reu­
nião. As reuniões eram interdenominacionais, e era comum ter várias
plataformas montadas nos campos com sete ou mais ministros pregando
ao mesmo tempo. Como não houve amplificação, as pessoas se reuni­
ram em torno da plataforma do pregador mais próximo.
O traço comum neste avivamento foi o derramamento do Espírito
Santo, que muitas vezes foi marcado por manifestações dramáticas. As
pessoas foram derrubadas, aparentemente inconscientes, ou incapazes
de se mover ou sacudidas violentamente. Outros caíram na gargalhada
e agiram como se estivessem bêbados, enquanto outros ainda choraram
ou gemeram. O avivamento atraiu muitos visitantes e uma cobertura
significativa da imprensa aumentou a conscientização sobre o assunto.
Por causa desse avivamento, multidões em toda a jovem nação foram
movidas a reconsiderar o lugar de Deus em suas vidas.6

CHARLES FINNEY
Uma dessas pessoas afetadas foi Charles Finney, um jovem que
fora criado em grande parte sem religião. Ele se convenceu de que pre­
cisava saber a verdade sobre como consertar sua alma com Deus. Mas

137
Finney não tinha certeza se podia confiar na religião tradicional e não
queria ser enganado. Então, um dia ele pegou uma Bíblia, foi até a flo­
resta e jurou que não voltaria até que seu coração estivesse bem com
Deus. Ele experimentou uma conversão poderosa naquele dia, inclu­
indo o batismo no Espírito Santo ­ embora nunca tivesse ouvido falar
disso antes!
Finney tornou­se um dos avivalistas mais influentes do período,
pregando a milhares em todo o nordeste. Ele entregou um Evangelho
poderoso que enfatizou a escolha individual ativa na salvação, vendo
cada pessoa como responsável por aceitar ou rejeitar a Cristo. A mensa­
gem que ele pregou foi além da salvação, incentivando as pessoas a con­
tribuírem com a sociedade, concentrando seus valores cristãos na me­
lhoria da qualidade de vida de outras pessoas.

O MOVIMENTO ABOLICIONISTA
À medida que mais pessoas foram convertidas, elas foram incenti­
vadas a participar ativamente na formação dos valores e da moral de seu
país. Logo, um número crescente de cidadãos expressou preocupação
com a prática da escravidão. Muitos se convenceram de que a escravidão
não era apenas desumanizante e abusiva, mas também moralmente er­
rada aos olhos de Deus. Um movimento abolicionista começou a se
formar.
No final da década de 1850, o movimento abolicionista havia cres­
cido em número e voz e parecia estar caminhando para um ponto crí­
tico. Ninguém poderia ter previsto que um elemento crucial neste
ponto de inflexão seria uma humilde reunião de oração. Em 1858, um
empresário relativamente desconhecido chamado Jeremiah Lamphier

138
sentiu­se levado pelo Senhor a iniciar uma reunião de oração para ho­
mens de negócios na cidade de Nova York. Lamphier alugou um pré­
dio, distribuiu panfletos e começou a realizar reuniões ao meio­dia no
distrito comercial de Nova York.
No primeiro dia, seis pessoas compareceram. Seu número aumen­
tou para vinte no final da primeira semana, e depois para quarenta no
final do mês. O grupo não tinha uma agenda definida, mas orou con­
forme era guiado pelo Espírito. Após o primeiro mês, o grupo explodiu
em tamanho. Em seis meses, o movimento cresceu tão rapidamente que
dez mil empresários estavam se reunindo em pequenos grupos de oração
em toda a cidade de Nova York e nas comunidades vizinhas. Dois anos
depois, mais de um milhão de pessoas se converteram e se uniram a
igrejas em toda a Nova Inglaterra. À medida que essas congregações
crescentes começaram a exigir o fim da escravidão, o ponto crítico do
movimento abolicionista foi alcançado. Esse ímpeto acabou levando à
Guerra Civil e à emancipação dos escravos.8
Compartilhei todas essas histórias porque ilustram como a Glória
de Deus transforma o mundo. À medida que Deus transforma vidas
individuais, esses indivíduos, por sua vez, transformam a sociedade. O
propósito da Glória de Deus não é nos transformar em isolacionistas,
escondidos nas comunidades da nossa igreja como se fossem “guetos cris­
tãos”. Deus deseja que Sua Glória flua para nós, em nós e então através
de nós para o mundo. Deus ama o mundo e deseja restabelecer Seu
Reino aqui. Ele deseja derramar Sua bondade e abençoar toda a huma­
nidade. E Ele nos confia o ministério da reconciliação que transformará
a sociedade (ver 2 Coríntios 5:18­20).

139
TRANSFORMAÇÃO PESSOAL
Antes que o avivamento possa transformar a sociedade, ele deve
primeiro transformar o povo de Deus. O apóstolo Paulo nos diz: “O
deus deste século cegou as mentes dos incrédulos, para que não vissem a luz
do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:
4). Satanás cegou os olhos dos incrédulos para a verdade de Cristo.
Como Paulo explica: “Um véu cobre seus corações” (2 Coríntios 3:15).
Quando a Glória de Deus libera Sua Presença Manifesta, os incré­
dulos encontram Deus e a verdade do Evangelho é revelada a eles. Deus
fez uma promessa profética a todos os que aceitassem a Cristo Jesus
como seu Senhor e Salvador: “Eu vos darei um novo coração e porei um
novo espírito em vós; Tirarei de ti o teu coração de pedra e darei­te um
coração de carne.” (Ezequiel 36:26). Quando os incrédulos recebem o
presente da salvação por meio de Cristo, Deus dá a eles o Espírito Santo
e um novo coração. As escamas caem de seus olhos e eles são capazes de
ver e entender realidades espirituais que antes não faziam sentido.
Muitos que aceitam a Cristo experimentam transformações dra­
máticas das trevas para a luz. Foi o que aconteceu com o apóstolo Paulo,
conforme registrado em Atos 9. Paulo, então conhecido como Saulo,
era um ávido perseguidor dos cristãos, mas no caminho para Damasco
viu uma luz do céu e ouviu a voz de Jesus. A experiência o deixou cego
até que ele recebeu a oração de Ananias. Atos 9:18 nos diz que quando
Ananias colocou suas mãos sobre Paulo e orou para que ele fosse cheio
do Espírito Santo, “Imediatamente, algo parecido com escamas caiu dos
olhos de Saulo, e ele pôde ver novamente.” Paulo foi fortemente transfor­
mado naquele momento. Ele entendeu o que não fazia sentido para ele

140
antes ­ a realidade de Jesus Cristo, Sua morte sacrificial e Sua ressurrei­
ção triunfante. Imediatamente, Paulo começou a pregar o Evangelho.
Transformações radicais ainda acontecem hoje. Recentemente,
um amigo compartilhou comigo a seguinte história de um avivamento
que ele assistiu. Um jovem gay veio a uma das reuniões convencido de
que era uma farsa e de que as pessoas estavam sendo pagas para alegar
que haviam sido curadas. O jovem sentou­se durante a reunião sem ser
tocado pelos ensinamentos e pelas muitas curas que ocorreram. No final
do culto, o líder anunciou que poria as mãos em qualquer pessoa que
desejasse a transferência da Glória de Deus. Ainda convencido de que
nada do que tinha visto era real, o jovem decidiu entrar na fila apenas
para provar a si mesmo que tudo era uma farsa.
O líder se aproximou e tocou levemente a aba do boné de beisebol
do jovem. Instantaneamente, a Glória de Deus atingiu o jovem, le­
vando­o ao chão. Ele começou a soluçar incontrolavelmente, arrepen­
dendo­se e clamando ao Senhor para salvá­lo. Ele voltou na noite se­
guinte para testemunhar sobre sua conversão e transformação radical.
Não apenas ele era um crente agora, ele não era mais gay. Todos os
desejos homossexuais nele se foram!
Precisamos de transformações mais radicais como essa hoje. Preci­
samos de outra visitação de Sua Glória. Durante o Movimento do Povo
de Jesus na década de 1960, dois milhões de adolescentes foram salvos.
Muitos desses eram hippies que encontraram a Glória de Deus por meio
de Sua presença, poder e bondade, e foram instantaneamente transfor­
mados. Anseio por ver essas transformações em massa novamente, com
milhares e até milhões vindo a Cristo, renunciando a tudo em seu desejo
de segui­Lo.

141
A Imagem De Cristo

A vontade de Deus é transformar o povo de Deus à imagem de


Cristo, e Sua Glória realiza isso em nós. A única maneira de nos tornar­
mos mais semelhantes a Jesus é viver pelo Espírito. “Viva pelo Espírito e
não satisfará os desejos da natureza pecaminosa” (Gálatas 5:16). É o Espí­
rito que nos transforma, tocando­nos com a Sua Glória e dando­nos a
graça de viver uma vida consagrada e santa.
Quando a Glória de Deus desce na forma do Espírito Santo, Ele
nos convence de nossos pecados. (Foi isso que aconteceu com o jovem
gay no avivamento.) Jesus falou sobre isso quando disse aos discípulos:
“Em verdade vos digo: é para o vosso bem que vou embora. A menos que eu
vá embora, o Conselheiro não virá até você; mas se eu for, vou mandá­lo
para você. Quando ele vier, convencerá o mundo da culpa em relação ao
pecado, à justiça e ao juízo” (João 16:7­8).
Pode parecer estranho que alguém enviado para nos consolar tam­
bém nos convença de nossa culpa e pecado. Isso pode soar como muita
vergonha e condenação. Mas esse nunca é o propósito de Deus ao nos
convencer. Ele quer que entendamos o que fizemos para que possamos
ser curados e libertados disso, em vez de envergonhados por isso. À me­
dida que Ele gentilmente nos revela a verdade sobre nossa condição es­
piritual, podemos recorrer a Ele para obter a cura de que precisamos.
Este não é um processo automático. Ele está presente e deseja nos curar,
mas devemos buscá­Lo e nos render à Sua cura. Temos um papel ativo
a desempenhar. Infelizmente, muitos cristãos passam a maior parte de
suas vidas evitando as revelações de Deus para eles porque são dolorosos
e não recebem a cura interior profunda que é vital para sua consagração
e intimidade com Deus. Eles O conhecem a uma distância educada e

142
menos custosa e passam a vida com deficiências espirituais. Muitas vezes
não reconhecemos isso, mas nosso pecado está nos oprimindo, espre­
mendo a vida de nós. Ao nos voltarmos para Ele, no entanto, Ele nos
conforta removendo nosso pecado e nos libertando. Este é um processo
que acontece ao longo do tempo, e Deus sabe o quanto nos revelar e
quando revelar.
Esse processo estava operando em mim quando fui a Toronto em
outubro de 1994. Na primeira noite, ao receber oração dos líderes do
ministério de lá, não balancei nem estremeci fisicamente como esperava
que pudesse acontecer. Em vez disso, a Glória de Deus veio a mim de
uma maneira diferente enquanto eu estava deitada em silêncio no chão.
Como mencionei anteriormente, o Espírito Santo me convenceu na­
quela noite dos problemas que causaram danos ao meu casamento e à
minha família. Eu fui pastor por vinte anos e não estava procurando
que Deus me mostrasse quaisquer raízes de rejeição e amargura enterra­
das no fundo do meu coração. Na verdade, eu não tinha ideia de que
essas coisas existiam. Mas porque o Senhor me convenceu, eu pude vê­
los, me arrepender e perdoar. Assim que o fiz, Ele trouxe cura para meu
relacionamento com meus pais, minha esposa e meus filhos. Sua Glória
me libertou e me transformou em um nível ainda mais profundo. À
medida que nos submetemos às revelações de Deus para nós, experi­
mentamos transformação em níveis ainda mais profundos. É um pro­
cesso contínuo ao longo de nossas vidas e, eu acho, por toda a eterni­
dade.
É por isso que é tão importante passar um tempo no lugar secreto
de oração com o Espírito Santo, contemplando Jesus. O Espírito nos
convence de nossos pecados e nos dá a graça de nos arrepender e viver

143
em santidade, enquanto Cristo fornece o modelo de como devemos vi­
ver. À medida que Deus nos transforma progressivamente dessa ma­
neira, passamos de glória em glória, aprofundando nossa intimidade
com Ele e nos tornando mais semelhantes a Jesus.
Podemos saber que estamos nos tornando mais semelhantes a Jesus
quando aumentamos nossa capacidade de amar, porque Deus é amor.
Primeira João 4:7­8 diz: “Todo aquele que ama é nascido de Deus e co­
nhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
O Grande Mandamento de Deus é que O amemos e amemos os outros
como amamos a nós mesmos (ver Mateus 22: 37­39).
Se formos fiéis em viver pelo Espírito e pelo amor, Deus continu­
ará a nos transformar à imagem de Cristo. “Sabemos que em todas as
coisas Deus trabalha para o bem daqueles que o amam, dos que foram cha­
mados segundo o seu propósito. Pois os que de antemão conheceu, também
os predestinou para serem conformes à semelhança de seu Filho” (Romanos
8:28­29). A Glória de Deus vem para transformar Seus filhos, e Ele será
fiel para completar essa transformação em nós até o dia de Jesus Cristo
(ver Filipenses 1:6). Essa transformação pessoal é simplesmente funda­
mental. Sem ele, não podemos saber os motivos do nosso próprio cora­
ção e podemos causar danos aos outros, mesmo em nome de Deus. So­
mente quando formos pessoalmente transformados nos tornaremos
condutores de Sua Glória e transformaremos nosso ambiente.

TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Quando formos pessoalmente transformados pela Glória de Deus,
podemos impactar cidades e nações para Jesus. O Senhor nos ordena:
“Pede­me, e eu farei das nações por herança, e os confins da terra por tua

144
possessão” (Salmo 2:8). Como Seus filhos, recebemos nações como nossa
herança. Deus confia em nós e nos dá domínio sobre os assuntos das
nações.
Ele pretende restaurar o domínio originalmente dado a nós no Jar­
dim do Éden.
A base bíblica para esse domínio é vista já em Gênesis 1:28,
quando Deus diz a Adão e Eva: “Sede fecundos e multiplicai­vos; encher
a terra e subjugá­la; domine os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres
vivos que se movem na terra.” (NKJV). O desejo de Deus é que através
de nosso relacionamento íntimo com Ele ­ um relacionamento que
Adão e Eva experimentaram no jardim ­ também tenhamos domínio
sobre a terra.
Perdemos nosso domínio na queda quando escolhemos seguir o
caminho oferecido por Satanás. O domínio piedoso foi restaurado para
nós somente na Pessoa de Cristo Jesus. Observe que Deus nos deu do­
mínio, não dominação. Nosso domínio é uma mordomia amorosa, se­
guindo o padrão demonstrado a nós por nosso Deus Pai celestial. Jesus
resumiu este mandato de domínio para nós em suas palavras finais, mui­
tas vezes referidas como a Grande Comissão: “Jesus veio até eles e disse:’
Toda autoridade no céu e na terra me foi dada. Portanto, vá e faça discí­
pulos de todas as nações, batizando­os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, e ensinando­os a obedecer a tudo que eu vos ordenei’” (Ma­
teus 28:18­20).
Durante a década de 1980, uma reunião de grande significado es­
piritual ocorreu entre Bill Bright, presidente e fundador da Campus
Crusade for Christ Ministries, e Loren Cunningham, diretora da Youth
With a Mission (JOCUM). JOCUM é a maior organização de missões

145
juvenis do mundo, com mais de dez mil jovens trabalhando em nume­
rosos projetos de ministério em todas as nações. Esses dois apóstolos
principais se encontraram para compartilhar o que cada um sentiu que
havia recebido como uma palavra nova do Senhor. Os homens logo
descobriram que, independentemente uns dos outros, cada um havia
recebido uma palavra idêntica sobre a transformação da sociedade. A
reunião foi claramente profética: Deus revelou a ambos os homens as
mesmas sete “montanhas de cultura”, junto com um mandato claro de
que a igreja deveria prevalecer em cada um deles. Essas montanhas co­
brem essencialmente todas as áreas do empreendimento humano: famí­
lia, negócios, governo, religião, educação, mídia, artes e entretenimento.
Acredito que a vontade de Deus é que cada um de nós chegue à
plenitude de nosso potencial, e nosso destino é escalar o topo da mon­
tanha para a qual somos chamados. Desta forma, estabelecemos Seu
Reino na terra e transformamos a sociedade ao nosso redor. A Bíblia
diz: “O Senhor fará de você a cabeça, não a cauda. Se você prestar atenção
aos mandamentos do Senhor seu Deus que eu lhe dou hoje e segui­los cui­
dadosamente, você estará sempre no topo, nunca no fundo.” (Deuteronô­
mio 28:13). Deus quer que cada um de nós chegue ao topo de nossa
montanha, usando nossa influência para trazer transformação a essa es­
fera da sociedade, não para a glória pessoal, mas para a Glória de Deus.

Cidades e Nações

Uma das montanhas de cultura que a Harvest Rock Church é cha­


mada a escalar é a das artes e do entretenimento. Deus abençoou nossa
igreja com o belo Ambassador Auditorium, uma sala de concertos de
classe mundial em Pasadena, como nosso lar ­ e por meio dele, tivemos
oportunidades extraordinárias de pregar o Evangelho. Abrimos o prédio
146
para uma variedade de grupos de artes e entretenimento ao longo do
ano. Por exemplo, a renomada Orquestra de Câmara de Los Angeles
usa nosso prédio para realizar seus concertos. Escrito em nosso contrato
padrão com cada grupo que usa nosso prédio está um acordo que nos
permite pregar as Boas Novas de Jesus Cristo. Portanto, antes de cada
show ou evento no Ambassador Auditorium, um dos membros da
equipe pastoral dá as boas­vindas ao público e dá um breve testemunho
sobre Jesus.
Milhares de pessoas que assistem a várias apresentações no Ambas­
sador Auditorium são expostas ao Evangelho, e muitos artistas talento­
sos estão conhecendo Jesus Cristo como resultado. Quando uma cena
do filme Dreamgirls foi filmada em nosso prédio, eu tive a oportuni­
dade de orar e ministrar à performer Beyoncé Knowles. Usar nosso pré­
dio para compartilhar as Boas Novas do Reino é apenas uma maneira
de cumprir o chamado de Deus para transformar nossa cidade.
Seu desejo para Sua igreja não é apenas transformar nossas cidades,
mas também transformar nossa nação. Quando The Call D.C. foi rea­
lizado em setembro de 2000, a reunião em que quatrocentas mil pessoas
jejuaram e oraram para que Deus acabasse com o aborto e trouxesse
avivamento à América. Naquele ano, nosso país viveu um momento
incomum em nossa história política quando, durante a eleição presiden­
cial, foram recontados os votos na Flórida. No final, Al Gore ganhou o
voto popular do país, mas George W. Bush ganhou a presidência. Não
se pode ignorar que o presidente Bush foi eficaz ao proibir o aborto
tardio na América. Em 2003, o Congresso aprovou a Lei de Proibição
do Aborto por Nascimento Parcial, com o presidente Bush assinando­a
como lei.

147
O presidente Bush também nomeou o chefe de justiça John Ro­
berts e o juiz Samuel Alito para a Suprema Corte dos EUA, os quais
foram cruciais na decisão 54 de abril de 2007 de manter a proibição de
procedimentos de aborto tardio. Antes de o presidente Bush nomear
Roberts como Chefe de Justiça, algo curioso aconteceu no ministério
de Lou Engle e os guerreiros de oração da Casa de Oração da Justiça em
Washington, DC Enquanto o grupo orava pelo fim do aborto, eles con­
tinuavam recebendo o nome de “John Roberts”. Sem saber quem era
Roberts, eles procuraram seu nome online e começaram a orar para que
ele fosse indicado para a Suprema Corte. Isso tudo foi antes de Roberts
ser mencionado pela primeira vez como um candidato potencial pelo
presidente Bush. Esses exemplos nos mostram que nossas orações e
ações têm o potencial de afetar o curso de nossa nação.
Por meio do Harvest International Ministry (HIM), a rede de mi­
nistérios apostólicos de nossa igreja, somos capazes de trazer transfor­
mação não apenas para nossa nação, mas também para mais de trinta
países e 5.000 igrejas em todo o mundo. HIM tem líderes­chave envol­
vidos em plantar igrejas, pregar o Evangelho, cuidar dos órfãos e liberar
a Glória de Deus internacionalmente. Em todos esses esforços, creio que
estamos vendo o cumprimento das palavras de Jesus: “Este evangelho do
reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e
então virá o fim” (Mateus 24:14)

Fazendo Discípulos De Nações

Na Grande Comissão, Jesus disse a Seus discípulos para fazerem


discípulos de todas as nações. Ele não disse aos discípulos para fazerem
crentes de todas as nações, mas discípulos de todas as nações. A ênfase

148
aqui não é apenas na quantidade de convertidos, mas também na qua­
lidade dos discípulos. E esta comissão não é apenas para missionários
em missões estrangeiras. Todos nós somos ordenados a ir para o mundo
ao nosso redor. Jesus nos lembra que estamos cercados por campos mis­
sionários “brancos para a colheita” (ver João 4:35).
Dado o chamado de nossa igreja para as artes e entretenimento, e
nossa proximidade de Hollywood, estamos vendo grandes atores sendo
radicalmente salvos. Não vou revelar os nomes dos atores, para respeitar
sua privacidade, mas algumas das maiores estrelas de Hollywood estão
se tornando radicais por Jesus. Esses atores não podem assistir aos cultos
regulares da igreja porque seriam emboscados por fãs ou paparazzi. Em
vez disso, eles são discipulados por meio de estudos bíblicos que reali­
zam em suas casas.
Pedro enfrentou uma situação semelhante em seu evangelismo de
Corneilius, um gentio proeminente. Em Atos 10, Pedro foi para a casa
de Cornélio em obediência a uma visão de Deus, e os gentios lá foram
salvos, receberam o Espírito Santo e foram batizados. Mas a sinagoga
local não estava aberta para Cornélio como um crente gentio. Então, os
amigos e a família de Cornélio pediram a Pedro para ficar com eles por
alguns dias para continuar a ensiná­los, e Pedro concordou. Ele sabia da
necessidade desses novos crentes serem discipulados.
O discipulado é um processo que envolve muito mais do que en­
sinar princípios de fé. É viver a vida de Cristo de uma maneira que
mostra claramente Sua Glória. Devemos andar em Seu poder e autori­
dade e refletir Sua bondade para aqueles que discipulamos. Jesus disse
que somos “o sal da terra” (Mateus 5:13). Ele também nos chamou de
“a luz do mundo” (Mateus 5:14). Ele nos disse: “Deixe a vossa luz brilhar

149
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem a vosso
Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).
Em Lucas 19:13, Jesus disse: “Fazei negócios até que eu venha”
(NKJV). O que é esse negócio que devemos fazer? Eu acredito que de­
vemos experimentar um avivamento e trazer transformação para o nosso
mundo. Devemos deixar a luz dentro de nós brilhar e mudar a sociedade
ao nosso redor. Devemos fazer discípulos de todas as nações, cumprindo
o Grande Mandamento e completando a Grande Comissão.
Deus libera Sua Glória com um propósito: trazer salvação e trans­
formação para Seu povo e o mundo, até que toda a terra seja preenchida
com Sua Glória. Como crentes, devemos permitir­nos ser transforma­
dos por Sua Glória e, por sua vez, liberar Sua Glória por todo o mundo
em que vivemos.

150
CAPÍTULO 12

A GLÓRIA DE DEUS E A
TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZAS
Sei que isso parece fantástico, mas às vezes quando a Glória de
Deus se Manifesta, ouro, ouro em pó e jóias aparecem do nada. Eu sei
que é assim, porque eu vi acontecer. Enquanto estive em Israel em maio
de 2008, uma pepita de ouro caiu durante uma de nossas reuniões e
uma mulher do nosso grupo de turismo a entregou para mim. Minha
esposa, Sue, freqüentemente tem forma de pó de ouro em suas mãos
sempre que ela fala sobre Jesus. Na Igreja Harvest Rock, tivemos inú­
meros relatos de membros da igreja que tiveram seus dentes preenchidos
instantaneamente com ouro ou cobertos por coroas de ouro. Essas ocor­
rências Sobrenaturais foram verificadas por seus dentistas.
O súbito aparecimento de jóias e pedras preciosas aconteceu em
reuniões de adoração em todo o mundo. Há alguns anos, meu amigo
Bill Johnson, pastor sênior da Igreja Bethel em Redding, Califórnia, me
mostrou fotos de joias que caíram no quintal de um casal humilde que
morava em Idaho. Bill voou para encontrar este casal de idosos e tirar
fotos dessas jóias. Eram jóias perfeitas de 50 quilates feitas de pedras que
um gemologista não conseguia reconhecer. Então, em julho de 2008,
Rob DeLuca, um pastor do HIM na Nova Zelândia, me mostrou duas
pequenas jóias que ele carrega na carteira. Uma das jóias apareceu em
sua igreja durante o culto. O líder do louvor ouviu algo chocoalhando
em seu violão, sacudiu o instrumento e viu a gema cair. Outra jóia foi
encontrada quando um membro da igreja caiu no chão em adoração e
151
viu a jóia no chão ao lado dele. Rob teve essas duas gemas avaliadas e
foi informado de que eram pedras preciosas diferentes de todas as en­
contradas atualmente na Terra.
Por que as gemas estão aparecendo? Por que está aparecendo ouro
em pó? Acredito que essas ocorrências são Sinais Proféticos, indicando
que Deus está trazendo Prosperidade ao Seu povo com o propósito de
transformar a sociedade.

GLÓRIA E RIQUEZA
A palavra hebraica para “Glória”, KABÔD, conforme discutido no
primeiro capítulo, é definida como “abundância, honra, glória, riquezas,
riqueza, esplendor”, de acordo com o Dicionário de Strong. Embutido
na própria definição de Glória está um “esplendor de riqueza de peso”. E
a Bíblia nos mostra que existe uma correlação entre a Glória de Deus e
a aparência de riqueza. Isaías 60 começa com a declaração de que a Gló­
ria de Deus é chegada: “Levanta­te, resplandece, porque é chegada a tua
luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. Veja, as trevas cobrem a
terra e as trevas cobrem os povos, mas o Senhor se levanta sobre vocês e a
Sua Glória aparece sobre vocês” (Isaías 60:1­2).
Muitos dos versículos que seguem no mesmo capítulo referem­se
a riquezas materiais, riquezas e ouro sendo trazidos ao povo de Deus:
“Você parecerá e ficará radiante, seu coração pulsará e se inflará
de alegria; as riquezas dos mares serão trazidas a vocês, as rique­
zas das nações virão. Rebanhos de camelos cobrirão suas terras,
jovens camelos de Midiã e Efá. E virão todos de Sabá, levando
ouro e incenso e proclamando o louvor do Senhor.” ­ Isaías 60:5­
6

152
Este mesmo princípio de Glória seguida pela riqueza também é
encontrado em Ageu:
“Eu abalarei todas as nações; e eles virão com as riquezas de todas
as nações e eu encherei esta casa de glória “, diz o Senhor dos
exércitos. ‘Minha é a prata e Meu é o ouro’, declara o Senhor dos
Exércitos.” ­ Ageu 2:7­8, (NASB)
Ageu fez essa declaração profética enquanto o Templo estava
sendo reconstruído. Portanto, esta passagem tem ramificações duplas.
Em certo sentido, refere­se ao templo físico do Senhor sendo restaurado
e reconstruído sob Esdras. Em outro sentido, acredito que o versículo
também fala profeticamente sobre outro templo, um espiritual: a Igreja
de Deus. O Senhor encherá Sua Igreja, o Corpo de Cristo, de Glória, e
as riquezas das nações virão para Seu povo.

A GRANDE TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZAS


Muitos cristãos hoje têm grande dificuldade em acreditar que
Deus deseja abençoá­los materialmente. Isso se deve, em grande parte,
a séculos de ensino na igreja de que a pobreza produz humildade piedosa
e edifica o caráter cristão, enquanto a riqueza é vista como uma influên­
cia perversa e corruptora. Certamente o amor ou a adoração ao dinheiro
o colocarão em muitos problemas, como as Escrituras deixam bem
claro. Mas também é possível ficar completamente obcecado por di­
nheiro sem ter um centavo.
Exaltar a pobreza dessa forma é completamente antibíblico. A Bí­
blia afirma repetidamente que Deus deseja que Seu povo prospere. Je­
remias 29:11 diz: “‘Eu conheço os planos que tenho para ti’, declara o Se­
nhor, ‘planos para te fazer prosperar e não te fazer mal, planos para te dar

153
esperança e um futuro.’” Da mesma forma, Deuteronômio 28:11 diz: “O
Senhor lhe dará prosperidade abundante ­ no fruto do seu ventre, nas crias
do seu gado e nas colheitas da sua terra ­ na terra que ele jurou aos seus
antepassados dar­lhe.” Deus deseja abençoar Seu povo material e abun­
dantemente.
Suas bênçãos incluem riquezas, conforme indicado em Provérbios
10:22: “A bênção do Senhor traz riquezas e ele não lhes acrescenta proble­
mas.” A riqueza vem do Senhor (ver 1 Crônicas 29:12), e quando esta­
mos sob o senhorio de Deus, Ele deseja nos fazer prosperar. Davi ob­
servou: “Eu era jovem e agora sou velho, mas nunca vi os justos serem aban­
donados ou seus filhos mendigando o pão. Eles são sempre generosos e em­
prestam livremente; seus filhos serão abençoados” (Salmo 37:25­26). Deus
abençoa Seus justos tão abundantemente que eles podem emprestar di­
nheiro e ter o suficiente para seus próprios filhos também.
A Escritura também deixa claro que Deus deseja transferir a ri­
queza dos injustos para os justos: “O homem bom deixa uma herança
para os filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é armazenada para
os justos” (Provérbios 13:22). A Bíblia está repleta de exemplos de ri­
queza sendo transferida para o povo de Deus.
Em Êxodo, Moisés instruiu os israelitas a pedirem riquezas aos
egípcios antes de partir.
Os israelitas fizeram como Moisés instruiu e pediram aos egípcios
artigos de prata e ouro e roupas. O Senhor fez com que os egípcios ti­
vessem uma disposição favorável para com o povo, e eles deram­lhes o
que pediram; então eles saquearam os egípcios. Êxodo 12: 35­36

154
A riqueza dos egípcios foi transferida para os israelitas quando
Deus libertou Seu povo da escravidão. Outro exemplo de transferência
de riqueza é encontrado em Esdras:
“No primeiro ano do rei Ciro, o rei emitiu um decreto sobre o
templo de Deus em Jerusalém: Que o templo seja reconstruído
como um lugar para oferecer sacrifícios e que seus alicerces sejam
lançados. Deve ter trinta metros de altura e trinta de largura,
com três fileiras de pedras grandes e uma de madeiras. Os custos
serão pagos pelo tesouro real. Além disso, os artigos de ouro e
prata da casa de Deus, que Nabucodonosor tirou do templo em
Jerusalém e trouxe para a Babilônia, devem ser devolvidos aos
seus lugares no templo em Jerusalém; eles devem ser depositados
na casa de Deus.” ­ Esdras 6:3­5
O rei persa Ciro declarou que reconstruiria o Templo de Deus em
Jerusalém, pago pelo tesouro real da Pérsia. Além disso, Ciro ordenou a
restauração de toda a prata e ouro que Nabucodonosor havia tirado do
Templo. Ele até declarou que os judeus que trabalharam no Templo
seriam pagos com o tesouro real e que ele forneceria, sem falta, todos os
materiais de que os sacerdotes precisassem (Esdras 6:8­10).
Foi Deus quem moveu Ciro a fazer este decreto. Assim, a riqueza
dos persas foi transferida para o povo de Deus, tudo com o propósito
de reconstruir Seu templo.

A TRANSFERÊNCIA HOJE
Hoje, Deus ainda deseja prosperidade para Seu povo. As promes­
sas da Bíblia não mudaram. Deuteronômio 8:18 diz: “Lembra­te do Se­
nhor teu Deus, porque é ele quem te dá a capacidade de produzir riquezas

155
e, assim, confirma o seu pacto, que jurou aos teus antepassados, como é hoje.”
Os judeus ainda são o povo escolhido de Deus, e Deus continuou a
prosperá­los, assim como prometeu a Abraão em Gênesis 12 e 13. Mas,
por meio de nosso relacionamento com Jesus Cristo, todos os crentes
agora podem receber as riquezas da aliança abraâmica como seus he­
rança.
Deus continua a transferir riquezas para Seu povo hoje. Estamos
começando a ver algumas dessas transferências acontecendo.
• Em 1997, Pat Robertson vendeu The Family Channel, uma rede
de televisão a cabo distribuída por satélite de propriedade da Christian
Broadcasting Network, para a Fox Kids Worldwide, Inc. O preço de
venda foi de US $ 1,9 bilhão. O canal foi posteriormente adquirido pela
Disney e alterado para ABC Family em 2001.2
• Em 2004, Joan B. Kroc, viúva do fundador da Mc­Donald’s
Corporation, doou US $ 1,5 bilhão para o Exército de Salvação, uma
organização cristã. De acordo com a Associated Press, “o presente de Kroc
é o maior já feito para uma organização de caridade e está em nono lugar
no geral em termos de presentes para organizações sem fins lucrativos.” 3
• No início de 2006, Dan L. Duncan, presidente da empresa de
serviços de energia Enterprise Products Partners, doou US $ 100 milhões
para a Baylor University’s College of Medicine para financiar um novo
centro de câncer.4 A Baylor University é uma organização da Southern
Baptist. A transferência de riquezas está acontecendo entre os evangéli­
cos, e me alegro com eles.
Transferências de riquezas também estão ocorrendo internacional­
mente para igrejas carismáticas apostólicas. Eu conheço um pastor na
Indonésia, Alex Tanuseputra, que supervisiona uma rede apostólica de
156
oitocentas igrejas em todo o sudeste da Ásia e cuja própria igreja é uma
das maiores da Indonésia, com mais de oitenta mil membros. Deus fa­
lou com Alex para construir uma torre de oração que seria o edifício
mais alto do mundo. Alex acredita que a estrutura proposta, a Torre de
Jacarta, será um sinal profético de que os cristãos devem ser a cabeça e
não a cauda (ver Deuteronômio 28:13). Em entrevista ao United World,
Alex afirmou: “Acima de tudo, o principal objetivo da torre é retribuir à
comunidade, proporcionando empregos e operando programas de quali­
dade, como educacional e religioso, para duzentas milhões de pessoas. O
Senhor nos ajudou fornecendo­nos investidores e doações.”5
Deus providenciou Milagrosamente as riquezas para financiar este
extravagante projeto de construção, que está programado para conclu­
são em 2010. Uma fonte surpreendente veio de um empresário da igreja
de Alex. Este homem ignorou uma mina de carvão de sua propriedade
e se concentrou em seus outros empreendimentos quando o preço do
carvão despencou devido à política chinesa de produção aberta de car­
vão. Eventualmente, as minas na China causaram problemas ambientais
significativos e o governo teve que fechá­las. Nesse ponto, o empresário
reabriu sua mina de carvão para produzir o que ele pensava ser trezentos
milhões de toneladas de carvão. Para sua surpresa, ele descobriu que a
mina continha mais de um bilhão de toneladas de carvão. Além disso,
quando as minas foram reabertas para a extração de carvão, também foi
descoberto petróleo. O primeiro dízimo de seu lucro do empresário cris­
tão foi de US $ 45 milhões, e foi para financiar a Torre de Jacarta.
Acredito que a construção de nossa igreja em Pasadena, o Ambas­
sador Auditorium, também é um sinal profético da grande transferência
de riquezas. O edifício foi construído na propriedade de Herbert Arms­
trong e da Igreja de Deus Mundial. Essa seita foi identificada como um
157
culto herético por causa de suas doutrinas não bíblicas e críticas ao cris­
tianismo tradicional.6 Por fim, a Igreja de Deus Mundial rejeitou essas
doutrinas não bíblicas e tornou­se membro da Associação Nacional de
Evangélicos. Depois disso, eles se ofereceram para vender seu belo Am­
bassador Auditorium para nossa igreja. Deus Milagrosamente providen­
ciou as finanças para que Harvest Rock comprasse o prédio.
O Ambassador Auditorium fica na “cabeceira” da nossa cidade, no
local onde começa o Tournament of Roses Parade Anual. O teto do au­
ditório é coberto com folha de ouro puro de 24 quilates. Um lustre de
$ 1 milhão decora a entrada. A parede é feita de ônix puro, uma pedra
preciosa. Acredito que o uso do edifício para o avanço do Reino de Deus
e transformar nossa sociedade fala profeticamente de Sua grande trans­
ferência de riquezas.
Nunca devemos limitar o Santo de Israel. Isaías 60:11 nos diz:
“Seus portões estarão sempre abertos, eles nunca serão fechados, dia ou noite,
para que os homens possam trazer a você as riquezas das nações ­ seus reis
liderados em procissão triunfal.” Dia e noite, o Senhor continuará a pros­
perar Seus filhos, transferindo riquezas dos ímpios para os justos.

PRINCÍPIOS PARA A PROSPERIDADE


Deus quer prosperar Seu povo. No entanto, só nos será confiada
as riquezas se administrarmos as bênçãos de Deus fiel e adequadamente.
A Bíblia diz: “A terra é do Senhor, e tudo que há nela, o mundo, e todos os
que vivem nele” (Salmo 24:1). Tudo no céu e na terra pertence a Deus,
o Criador (ver 1 Crônicas 29:11), e devemos ter Sua sabedoria e com­
preensão para agir como mordomos de Sua criação. A seguir estão seis
princípios importantes para a prosperidade:

158
1. Mordomia

Riqueza e honra vêm de nosso Pai, o governante de todas as coisas


(1 Crônicas 29:12). Quando recebemos riquezas de Deus, devemos nos
ver como mordomos, em vez de proprietários. O que é mordomia? Para
entender isso, podemos examinar a função de um planejador financeiro
como um modelo de administração. Os planejadores financeiros não
são donos do dinheiro que foram designados para administrar. Seu tra­
balho envolve a busca de oportunidades de investimento para gerar mai­
ores retornos financeiros para os proprietários das contas que supervisi­
onam.
Da mesma forma, como filhos de Deus, devemos administrar ade­
quadamente o que Deus nos deu, incluindo Seus dons, talentos e finan­
ças. Tudo isso pertence a Deus de qualquer maneira. Jesus diz que aque­
les que não são fiéis com pouco não terão a oportunidade de ser fiéis
com muito (ver Lucas 16:10). Mas se formos fiéis com o que Deus já
nos deu, Ele nos dará muito mais. Davi canta sobre a fidelidade de Deus
em 2 Samuel 22:26: “Aos fiéis te mostras fiel.”

2. Obediência

Além de compreender o princípio da mordomia, precisamos andar


em obediência a Deus. Ele não confiará Suas riquezas a ninguém que
não ande em obediência e se submeta ao senhorio de Cristo. A Bíblia
diz: “O Senhor nos ordenou obedecer a todos esses decretos e temer ao Senhor
nosso Deus, para que prosperemos sempre e sejamos mantidos vivos, como é
o caso hoje” (Deuteronômio 6:24). As bênçãos da prosperidade vêm com
uma condição: devemos primeiro obedecer ao que o Senhor ordena. E

159
as Escrituras dizem que se obedecermos e reverenciarmos o Senhor,
prosperaremos em tudo o que fizermos (ver Deuteronômio 29:9).

3. Caráter

Devemos também crescer em caráter e integridade, para que Deus


possa confiar em nós Suas bênçãos e riquezas. O dinheiro pode ser uma
bênção tremenda se for visto como um meio de abençoar outras pessoas.
Mas se o dinheiro for visto como um fim e não como um meio, ele pode
nos corromper. A Bíblia diz: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos
os tipos de males. Algumas pessoas, ávidas por dinheiro, se desviaram da fé
e se feriram em muitas dores” (1 Timóteo 6:10). O amor ao dinheiro é a
raiz de todos os males, não o dinheiro em si. Sem o caráter necessário
em nossa atitude em relação ao dinheiro, não podemos esperar que
Deus transfira riquezas para nós.

4. Arrependimento

Outra consideração importante na transferência de riquezas en­


volve o arrependimento de uma “mentalidade de pobreza”. Este espírito
de pobreza entrou na igreja durante o século III, levando ao desenvol­
vimento do monaquismo cristão institucional, que exigia um voto de
pobreza. Com o tempo, a pobreza passou a ser igualada à piedade. Não
tenho objeções aos cristãos que desejam viver de maneira simples, mas
legislar sobre pobreza para todos os outros é um ato de legalismo. O
espírito de pobreza ainda está muito presente em nossas igrejas hoje. E
é importante se arrepender da mentalidade de pobreza: “Arrependei­vos,
porque o reino dos céus está próximo” (Mateus 4:17). O arrependimento
de uma mentalidade de pobreza nos permitirá mudar nosso pensamento

160
e ativar nossa Fé, permitindo­nos receber as bênçãos da prosperidade
que Deus deseja nos dar.

5. Semeadura

Devolver a Deus na forma de dízimos e ofertas é outro fator im­


portante no recebimento da transferência de riquezas. O Senhor aben­
çoa aqueles que retribuem a Ele. Quando as pessoas vacilam sobre dar
o dízimo ou lutar para devolver dinheiro a Deus, é um sinal para mim
que elas não entregaram tudo a Jesus como Senhor.
Quando fui salvo, disseram­me que deveria dar 10 por cento de
minha renda para o Senhor. Concordei imediatamente porque sabia
que esse era um mandamento da Bíblia (ver Gênesis 14:18­20; Levítico
27:30­33; Malaquias 3:6­12; Mateus 23:23). Não precisei refletir e me­
ditar sobre isso. A Escritura disse isso e isso resolveu para mim. Paulo
nos diz: “Quem semeia pouco, também colherá, e quem semeia com gene­
rosidade, também ceifará com generosidade. Cada homem deve dar o que
decidiu em seu coração, não com relutância ou sob compulsão, pois Deus
ama o que dá com alegria” (2 Coríntios 9: 6–7). Aqueles que fielmente
retribuem a Deus receberão mais.

6. Prosperidade Com Um Propósito

Finalmente, devemos entender que Deus prospera Seu povo com


um propósito. Por Sua Graça e por Sua Glória, Ele nos equipa para
avançar Seu Reino, transformar a sociedade e ser sal e luz no mundo. E
Ele nos confia riquezas para trazer Seu Reino à terra por meio da trans­
formação da cultura. Isso pode soar como “missão impossível”, algo que
só pode acontecer depois que Cristo voltar. Mas devemos lembrar que
foi Cristo quem nos ensinou a orar para que Seu Reino venha e para
161
que Sua vontade seja feita na terra como no Céu. Acredito que Ele pre­
tendia que essa oração fosse cumprida e nos deu a ordem de trabalhar
para esse cumprimento.
Deixe­me dar um exemplo notável de como Deus está usando a
transferência de riquezas para o avanço de Seu Reino. Há alguns anos,
em uma viagem à China, tive o privilégio de conhecer um “apóstolo do
mercado” ­ isto é, alguém que está fazendo trabalho apostólico fora dos
muros da igreja. (Preciso esconder o nome do homem por motivos de
segurança.) Ele é um empresário americano que sentiu um chamado
missionário para a China aos vinte e poucos anos, quando ainda era um
estudante universitário. Depois de se formar, ele foi para a China para
ensinar inglês por dois anos. Quando ele cumpriu esse compromisso,
ele queria ficar na China como missionário, mas foi impossível obter
um visto para o trabalho missionário. Então ele pediu um visto de ne­
gócios. Embora sua primeira escolha fosse ser um missionário, não um
empresário, as oportunidades se apresentaram e ele pôde iniciar vários
negócios lucrativos.
Isso foi há quase trinta anos. Hoje, esse homem é um dos empre­
sários mais bem­sucedidos da China. Ele possui mais de dez empresas e
é milionário muitas vezes. Ao operar suas empresas, ele continua a usar
as habilidades que aprendeu como professor de inglês, quando veio pela
primeira vez à China ­ só que agora ele emprega essas habilidades para
promover o Evangelho. Por exemplo, ele oferece aulas de inglês gratui­
tas para todos os seus executivos e funcionários que desejam aprender o
idioma ­ e ele usa a Bíblia como um livro­texto! Muitos de seus funcio­
nários conheceram o Senhor por meio desse evangelismo único no local
de trabalho.

162
Como resultado de seu sucesso nos negócios, ele se associou a ou­
tro empresário cristão para construir uma das universidades mais pres­
tigiadas da China. Os dois homens contrataram professores de alto nível
com doutorado de universidades ocidentais, como Oxford, Cambridge
e as escolas da Ivy League, oferecendo salários altos para atraí­los. E ga­
rantiram que todos os professores que contrataram fossem cristãos!
Deus concedeu aos dois empresários um grande favor junto aos
funcionários do governo chinês. Seu status de empreendedores de su­
cesso proporcionou­lhes acesso aos principais membros do Politburo.
Eles estrategicamente “comeram e comeram” cada membro central e per­
suadiram cada um a concordar que os professores poderiam ensinar suas
várias disciplinas em um contexto com valores cristãos. As autoridades
chinesas realmente saudaram isso. Nos últimos anos, eles descobriram
que os valores cristãos de integridade e honra para com os pais, bem
como a submissão às autoridades governamentais, estão de acordo com
os valores nacionais da China.
A única proibição imposta aos professores é que eles não podem
pregar o Evangelho durante o dia em sala de aula. Durante a noite, po­
rém, eles têm liberdade para dar estudos bíblicos e serviços cristãos. Por
causa do impressionante corpo docente da universidade e excelente cur­
rículo, o governo está enviando seus melhores alunos para lá. Esses alu­
nos serão os futuros líderes governamentais da China, bem como os
CEOs das corporações chinesas. No momento em que escrevo, quinze
mil alunos estão matriculados e já mais de três mil aceitaram Jesus. Esses
alunos não são apenas convertidos, mas também discípulos em treina­
mento para transformar a cultura na China.

163
O empresário que queria ser missionário sabia que Deus lhe deu
uma prosperidade abundante para um propósito. Na verdade, a incrível
universidade que ele co­fundou nunca poderia ter existido se não fosse
pelo zelo missionário de dois empresários que doaram literalmente cen­
tenas de milhões de dólares para construí­la. Embora este homem ori­
ginalmente desejasse ser um missionário tradicional no campo, Deus
tinha um propósito maior em vista e um campo missionário muito
maior em mente. Agora está sendo feita uma colheita que promete
transformar uma nação.
Como este exemplo ilustra de forma tão poderosa, o propósito de
Deus ao transferir riquezas para Seu povo é transformar sociedades in­
teiras. Quando o dinheiro é usado para este propósito, Deus é glorifi­
cado, e Seu Reino avança de maneiras poderosas, muitas vezes além da
nossa imaginação!

164
CAPÍTULO 13

A GLÓRIA DE DEUS NOS


ÚLTIMOS DIAS
Ao longo dos anos como pastor, ouvi repetidas preocupações sobre
os últimos dias que antecederam a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Vá­
rias pessoas desenvolveram diferentes teorias sobre o fim dos tempos.
Por exemplo, vários líderes cristãos emitiram avisos de que terremotos
e enchentes recentes são enviados pelo Senhor como uma forma de jul­
gamento para nações individuais. Alguns crentes prevêem tempos de
tremenda perseguição contra a Igreja. Outros expressam a necessidade
de permanecer protegidos e escondidos entre outros cristãos em “cidades
de refúgio”.

OS ÚLTIMOS DIAS
Meu desejo neste capítulo é expressar o que a Bíblia diz sobre os
últimos dias. Eu identifiquei cinco princípios apresentados nas Escritu­
ras a respeito da Glória de Deus nos últimos dias.

1. A Última Casa e a Antiga Casa

O primeiro princípio da Glória de Deus nos últimos dias é: A úl­


tima casa será mais gloriosa do que a primeira.
Este princípio é retirado diretamente do Ageu:
“Eu abalarei todas as nações; e eles virão com as riquezas de todas
as nações e eu encherei esta casa de glória “, diz o Senhor dos

165
exércitos. “Minha é a prata e Meu é o ouro”, declara o Senhor
dos Exércitos. “A última glória desta casa será maior do que a
anterior”, diz o Senhor dos Exércitos, “e neste lugar darei paz”,
declara o Senhor dos Exércitos. ­ Ageu 2:7­9, NASB
O que o Senhor quer dizer quando nos diz que a última casa será
maior do que a anterior? Isso simplesmente significa que a última glória
será maior do que a primeira. Deixe­me explicar.
Se tomarmos a interpretação literal­gramatical­histórica de Ageu,
ele estava profetizando que o templo construído sob Zorobabel seria
mais glorioso do que o templo construído sob o rei Salomão. No en­
tanto, uma profecia pode ter várias aplicações. Também acredito que
Ageu estava profetizando no período em que vivemos agora. Esse perí­
odo começou depois que Jesus morreu na cruz, ressuscitou, subiu ao
céu e derramou Seu Espírito. Não há dúvida de que este período ­ sob
a Nova Aliança, envolvendo os últimos dois mil anos ­ foi mais glorioso
do que o período anterior, que estava sob a Lei ou a Antiga Aliança (ver
Hebreus 7:22; 8: 6).
Jesus falou desta glória maior quando disse aos Seus discípulos:
“Em verdade vos digo: quem tem fé em mim fará o que tenho feito. Ele fará
coisas ainda maiores do que estas, porque eu vou para o Pai “(João 14:12).
Cristo está dizendo que temos acesso a uma glória maior por meio de
Sua morte e ressurreição. E de acordo com Seu próprio testemunho,
somos capazes de realizar maiores obras e milagres do que Ele fazia
quando estava na Terra. Às vezes ouço cristãos dizerem: “Eu gostaria de
ter vivido nos dias do Novo Testamento”. Eu acredito que os apóstolos e

166
profetas dos primeiros tempos do Novo Testamento ansiavam por ex­
perimentar o que estamos entrando nestes últimos dias antes da volta
de Cristo!
Paulo fala sobre o aumento da última glória em 2 Coríntios 3:18:
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória
do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem,
assim como pela Espírito do Senhor.” (NKJV). Já mencionei que, embora
Moisés tenha experimentado a Glória de Deus, foi uma glória deca­
dente. Sob a Nova Aliança que recebemos por meio de Jesus, temos
acesso a uma glória que está sempre aumentando, à medida que somos
continuamente transformados à imagem de nosso Senhor. E podemos
ter certeza de que continuaremos a experimentar um aumento na glória
até que Jesus Cristo volte.

2. Hospedando o Espírito de Reavivamento

O segundo princípio a respeito da Glória de Deus nos últimos dias


é: a Glória de Deus habitará em uma casa onde o Espírito de avivamento
é convidado.
Sabemos que a Glória de Deus habita em nós quando aceitamos
Jesus em nossos corações. A Bíblia diz que Cristo em nós é a esperança
da glória (ver Colossenses 1:27), e nossos corpos devem ser um templo
do Espírito Santo. Portanto, alguns cristãos dizem: “Deus está em toda
parte e Ele está em mim. Eu não tenho que ir a nenhum lugar para aviva­
mento. Eu posso ter isso aqui e agora.” Isso é parcialmente verdade.
Mas a Glória de Deus, significando Sua Presença Manifesta, his­
toricamente desceu sobre locais específicos em tempos de avivamento.

167
O Espírito desceu na Rua Azusa em 1906. Ele se manifestou em To­
ronto em 1994. Então, por que o Espírito Santo visita certas localidades
e igrejas?
O fato é que Deus honra aqueles que têm fome e sede Dele. Sua
Glória será encontrada onde quer que Sua presença seja procurada e
bem­vinda. Davi expressa isso quando canta no Salmo 26: 8: “Eu amo
a casa onde você mora, Senhor, o lugar onde mora a Sua Glória”. E o
Salmo 96:6 ecoa: “Esplendor e majestade estão diante dele; força e glória
estão em seu santuário.”
Acredito que podemos aprender como hospedar o Espírito Santo
em nossas casas, em nossos pequenos grupos e em nossas igrejas.
Quando buscamos persistentemente a presença de Deus, Ele construirá
em nossas reuniões uma habitação na qual habite Sua Glória. “Pois onde
dois ou três se reúnem em meu nome, aí estou eu com eles.” (Mateus 18:20).
Quando nós, como crentes, nos reunimos, Jesus diz que Ele estará co­
nosco e nos tornamos portadores de Sua Glória.

3. A Glória e as Trevas

O terceiro princípio a respeito da Glória de Deus nos últimos dias


é: haverá glória e trevas nos últimos dias.
A Bíblia nos diz isso em Isaías:
“Levanta­te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e a glória
do Senhor vai nascendo sobre ti. Veja, as trevas cobrem a terra e
as trevas cobrem os povos, mas o Senhor se levanta sobre você e
Sua Glória aparece sobre você. Nações virão para a sua luz e reis
para o brilho do seu amanhecer.” ­ Isaías 60:1­3

168
Isaías profetiza que a luz e as trevas coexistirão na terra, mas que
as trevas que cobrem a terra serão invadidas pela Glória de Deus.
Existem trevas no mundo hoje. É evidente na ética financeira ilegal
frequentemente exibida em nossos locais de trabalho. A escuridão se in­
filtra na filosofia do humanismo ensinada em muitas de nossas univer­
sidades. Reside na violência, abuso de drogas e profundo desespero que
se tornaram muito comuns em nossas comunidades.
Recebemos a ordem de trazer a luz da Glória de Deus a um mundo
que tropeça nas trevas. Ouvimos dizer com freqüência: “Existem muitos
caminhos para a verdade”, mas nem todos os caminhos nos conduzem
das trevas para a luz. Jesus diz em João 14:6: “Eu sou o caminho, a ver­
dade e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.” Cristo é o único
caminho, e aqueles que não O conhecem estão vivendo e andando nas
trevas.
No Paquistão, nosso apóstolo HIM (cujo nome oculto por razões
de segurança) diz que a maior colheita que ele está vendo atualmente
está entre os terroristas radicais da Al Qaeda. Ao encontrar a Glória de
Deus por meio de Seu povo, eles estão saindo das trevas do terrorismo
da jihad e indo para a luz de Cristo. Jesus profetizou: “Vós sois a luz do
mundo” (Mateus 5:14). Como portadores de Sua Glória, irradiamos Sua
luz onde quer que haja escuridão.
Deus quer que “declaremos a Sua Glória entre todas as nações, as suas
obras maravilhosas entre todos os povos” (Salmo 96:3). Podemos transfor­
mar as trevas em luz com Sua Glória. Isaías 60:2 nos diz: “O Senhor se
levanta sobre você e a Sua Glória se manifesta sobre você”. Mesmo a menor
quantidade de luz é maior do que a escuridão mais profunda. Uma pes­

169
soa em uma caverna escura como breu pode acender um minúsculo fós­
foro e ver a escuridão desaparecer. Jesus ordena: “Deixe a vossa luz bri­
lhar diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem a
vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).
O livro de Atos contém uma história maravilhosa sobre como dois
apóstolos em uma situação muito escura trouxeram luz a um de seus
captores. Enquanto estavam presos, Paulo e Silas oravam e cantavam
hinos a Deus quando um violento terremoto sacudiu a prisão. De re­
pente, todas as portas da prisão se abriram e as correntes de todos os
prisioneiros foram desfeitas. Vendo a Glória de Deus exibida em sua
libertação milagrosa, o carcereiro de Filipos perguntou: “Senhores, o que
devo fazer para ser salvo?” (Atos 16:30). Paulo e Silas responderam: “Crê
no Senhor Jesus e serás salvo ­ tu e a tua casa” (16:31). O carcereiro e toda
a sua família vieram à luz: “Ele se encheu de alegria porque havia passado
a acreditar em Deus ­ ele e toda a sua família” (16:34). Deus quer que
tragamos Sua Glória para fora das quatro paredes da igreja e para o
mundo, onde há trevas. Ele quer que famílias inteiras sejam salvas, assim
como o carcereiro de Filipos.
Se levarmos Sua luz a outros, o Senhor manifestará Sua Glória.
Certa vez, participei de um avivamento em que todas as sessões matinais
eram dedicadas a ensinar aos participantes como ministrar a Glória de
Deus ao mundo por meio de sinais, maravilhas e evangelismo. Os par­
ticipantes foram incentivados a ir à cidade todas as tardes e pedir ao
Espírito Santo que os conduzisse a “oportunidades de glória”. Um grupo
de participantes foi almoçar em um restaurante onde viram uma família
com necessidades. A mãe estava em uma cadeira de rodas e estava acom­
panhada do marido e dos filhos. O grupo soube que essa mãe havia
fraturado a coluna e vivia com muitas dores diariamente. Ela concordou
170
em deixar o grupo orar por ela e, quando o fizeram, ela foi instantane­
amente e milagrosamente curada. Ela e toda a família oraram para rece­
ber o Senhor ali mesmo. Eles ficaram tão animados que mudaram seus
planos para aquela noite e foram ao avivamento. Eles queriam dar glória
a Deus e tinham apenas duas horas de vida na fé!
Jesus ordenou a Seus discípulos: “Cure os enfermos, ressuscite os mor­
tos, limpe os leprosos, expulse os demônios. De graça recebestes, de graça dai.”
(Mateus 10:8). Deus deseja que mostremos Seu amor àqueles ao nosso
redor que vivem nas trevas. Ele quer que deixemos nossa luz brilhar
diante dos homens. Ao fazermos o que Jesus ordenou, veremos a Glória
de Deus invadir as trevas.

4. Uma Terra Cheia de Glória

O quarto princípio com relação à Glória de Deus nos últimos dias


é: Toda a terra será preenchida com a glória do Senhor.
Vários versículos da Bíblia declaram profeticamente este princípio:
Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; deixe Sua Glória estar sobre
toda a terra. ­ Salmo 57: 5
Louvado seja seu glorioso nome para sempre; que toda a terra
seja preenchida com a Sua Glória. Amém e amém. ­ Salmo
72:19
E diziam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor Todo­
Poderoso; toda a terra está cheia de Sua Glória.” ­ Isaías 6: 3
Não obstante, tão certo como eu vivo e tão certo como a glória do
Senhor enche a terra inteira. ­ Números 14:21

171
Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor,
como as águas cobrem o mar. ­ Habacuque 2:14
A Bíblia é muito clara: no final, ganhamos, por causa de Jesus. No
livro do Apocalipse, João ouve altas vozes no céu declarando: “O reino
do mundo se tornou o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre” (Apocalipse 11:15).
A Glória do Senhor encherá a terra, mas não acredito que tenha­
mos que esperar até que Jesus Cristo venha no milênio para que isso
aconteça. Vejo as Escrituras ensinando que podemos ver seu cumpri­
mento agora. Jesus perguntou: “Quando o Filho do Homem vier, ele en­
contrará fé na terra?” (Lucas 18: 8). Quero acreditar em Deus e não vou
limitar o Santo de Israel. O Senhor diz: “Derramarei o meu Espírito sobre
todas as pessoas” (Joel 2:28; Atos 2:17). Estou reivindicando essa pro­
messa profética Dele.
O próprio Jesus disse: “Este evangelho do reino será pregado em todo
o mundo em testemunho a todas as nações [todos os grupos de pessoas] e
então virá o fim” (Mateus 24:14). Minha compreensão dos últimos dias
(escatologia) é baseada nesta passagem, bem como na passagem em Ro­
manos 11:26, que “todo o Israel será salvo.” Devemos pregar o Evange­
lho, as Boas Novas com sinais e maravilhas seguindo, para todas as na­
ções, e então o fim virá. Não podemos apenas projetar a vinda da Glória
de Deus para um tempo futuro no Milênio. Precisamos de Sua Glória
agora! Temos nosso trabalho a fazer, que é levar a Glória de Deus às
nações, a cada grupo de pessoas.
Habacuque profetiza: “A terra se encherá do conhecimento da glória
do Senhor” (Habacuque 2:14). Esta passagem não diz que todos serão

172
salvos, mas que a terra será preenchida com o conhecimento da Glória
de Deus. As pessoas saberão sobre Jesus e testemunharão Sua Glória.
No momento, existem mais de 3,5 bilhões de pessoas que não ou­
viram o Evangelho. A Glória de Deus é destinada à colheita de almas.
E por isso devemos compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo por meio
de sinais, maravilhas e evangelismo baseados em demonstrações de Seu
poder e glória.

5. A Segunda Vinda

O quinto e último princípio a respeito da Glória de Deus nos úl­


timos dias é: A plenitude da Glória de Deus virá na segunda vinda de
Jesus.
Quando Jesus voltar, Ele virá em toda a Sua Glória:
“Naquele tempo o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e
todas as nações da terra lamentarão. Eles verão o Filho do Ho­
mem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
­ Mateus 24:30
“Quando o Filho do Homem vier em Sua Glória, e todos os anjos
com ele, ele se assentará em seu trono na glória celestial.” ­ Ma­
teus 25:31
“Naquele tempo os homens verão o Filho do Homem vindo nas
nuvens com grande poder e glória.” ­ Marcos 13:26
Com a plenitude da glória de Jesus também virá o julgamento. “O
Filho do Homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos, e então recom­
pensará a cada pessoa de acordo com o que ela fez” (Mateus 16:27).
Haverá dois julgamentos nos últimos dias:

173
• Todos os que não forem salvos serão julgados no Grande
Trono Branco do Julgamento. “Todas as nações serão reunidas
diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras como o pas­
tor separa as ovelhas dos cabritos. Ele porá as ovelhas à sua di­
reita e os bodes à sua esquerda “(Mateus 25: 32–33). No Dia
do Juízo, aqueles que receberam a salvação por meio de Jesus
terão acesso ao céu e todos os outros não.
• Todos os crentes nascidos de novo em Jesus serão julgados
no Tribunal de Cristo. “Pois todos devemos comparecer perante
o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que lhe é devido
pelas coisas que fez por meio do corpo, sejam boas ou más” (2
Coríntios 5:10). Como cristãos, todos nós iremos para o céu.
Mas seremos recompensados de forma diferente, de acordo
com a forma como administramos nosso tempo, dinheiro,
presentes e recursos.

OS DESASTRES SÃO JULGAMENTO DE DEUS?


Eu acredito nesses dois julgamentos ­ o Grande Trono Branco do
Julgamento e o Tribunal de Cristo ­ como eles são claramente declara­
dos na Bíblia. Mas eu discordo da ideia de que Deus envia terremotos,
tsunamis ou outros desastres naturais na ira como formas de julga­
mento.
Desde a queda do homem, a terra tem gemido. “Sabemos que toda
a criação geme como dores de parto até os dias de hoje” (Romanos 8:22).
Quando a humanidade caiu, a natureza também caiu. O pecado des­
truiu a harmonia da natureza que Deus criou e, desde então, ocorreram
furacões, terremotos, tsunamis e inundações.

174
Não acredito que Deus tenha enviado o terremoto à província de
Sichuan na China em 2008 para julgar o povo chinês. Vidas inocentes,
incluindo bebês, foram mortos. Da mesma forma, não acredito que
Deus tenha enviado o furacão Katrina ou causado o ataque terrorista às
Torres Gêmeas como julgamento aos Estados Unidos. As igrejas foram
inundadas pelo Katrina. Cristãos foram mortos nas Torres Gêmeas.
Sim, haverá julgamento de Deus, mas sabemos quando Seu julgamento
ocorrerá: Os ímpios serão julgados no Grande Trono Branco no Dia do
Juízo. E os cristãos serão julgados no Tribunal de Cristo, onde serão
recompensados de acordo com suas vidas na terra, com todos os crentes
tendo acesso ao céu.
Para conhecer a atitude de Deus em relação às calamidades natu­
rais, acredito que podemos olhar para a vida de Jesus. Não havia uma
tempestade que ele gostasse. Sempre que Jesus enfrentava uma tempes­
tade, Ele a repreendia. “Ele se levantou e repreendeu o vento e as águas
turbulentas; a tempestade passou e tudo ficou calmo.” (Lucas 8:24). Jesus
nunca enviou uma tempestade para atacar uma cidade que não o rece­
beu ou obedeceu aos seus mandamentos. Na verdade, Ele repreendeu
Seus discípulos quando eles queriam que Ele fizesse isso. Quando os
samaritanos se opuseram a Jesus, Tiago e João quiseram invocar fogo
do céu para destruí­los. Mas Jesus disse a eles: “Vocês não sabem de que
tipo de espírito vocês são” (Lucas 9:55, NASB).
O desejo do Senhor é que ninguém pereça (ver 2 Pedro 3:9). Ele
não sente prazer na morte de ninguém (ver Ezequiel 18:32). E eu acre­
dito que devemos ficar na brecha e orar contra as tempestades, assim
como Jesus demonstrou. Lembro­me de quando Pat Robertson orou na
televisão para repreender um poderoso furacão que estava subindo pela

175
costa do Atlântico em direção à área de Virginia Beach. No último mi­
nuto, o furacão girou em uma direção diferente.
Deus não precisa adicionar punição extra ao pecado. O pecado
carrega em si seu próprio julgamento. A Bíblia nos diz: “Porque o salário
do pecado é a morte” (Romanos 6:23). O pecado leva à morte, opressão e
doença. Se semearmos o pecado, colheremos as consequências. Mas Je­
sus veio para nos dar vida. Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância” (João 10:10).
Jesus veio ao mundo para salvá­lo, não para condená­lo (ver João
3:17). Quando Ele retornar, Ele virá na plenitude de Sua Glória, e essa
glória encherá a terra. Mas até então, podemos experimentar Sua Glória
em medida crescente e trazer Sua Glória ao mundo ­ glória que trans­
formará vidas e discipulará nações.

176
CAPÍTULO 14

DANDO A DEUS
TODA A GLÓRIA
Neste livro, exploramos a Glória de Deus como Sua Presença Ma­
nifesta, que demonstra Sua bondade e Seu poder. Nós descobrimos
como receber Sua Glória, como ir de glória em glória e como adminis­
trar Sua Glória apropriadamente. Agora, há um aspecto final da glória
que ainda não mencionamos e quero abordá­lo neste capítulo final.
A Glória de Deus revela Sua majestade eterna e chama as pessoas
a reconhecê­Lo, refleti­Lo e glorificá­Lo. Quando Deus revela Sua Gló­
ria para nós, isso vem com uma responsabilidade inerente de nossa
parte. Essa responsabilidade é devolver a glória a Deus. Este é o aspecto
final da glória: que devemos dar glória a Deus por meio de nosso louvor
e adoração a Ele.
A Bíblia nos diz: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra
coisa, fazei tudo para a Glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). Este tem
sido um dos versículos­chave em minha vida e ministério. Como criação
renovada de Deus, somos chamados a glorificá­Lo por meio de nosso
louvor e adoração, nossos pensamentos e ações e por toda a nossa vida.
Tudo o que fazemos, devemos fazer para glorificar a Deus, que é digno
de todo louvor.
Os Salmos freqüentemente falam de dar a Deus o louvor que Lhe
é devido:

177
Cante a glória de seu nome; faça seu louvor glorioso! ­ Salmo
66:2
Todas as nações que fizeste virão e adorarão perante ti, Senhor;
eles trarão glória ao seu nome. ­ Salmo 86:9
Atribui ao Senhor a glória devida ao seu nome; traga uma oferta
e entre em seus átrios. ­ Salmo 96:8
Toda a glória pertence a Deus e Ele não compartilhará esse tipo de
glória com outros. O Senhor declara: “Eu sou o Senhor; esse é meu nome!
Não darei a minha glória a outro, nem o meu louvor aos ídolos “(Isaías
42:8). Ele nos manda não adorar ídolos, o que pode soar estranhamente
fora do lugar para nós hoje. Não temos ídolos ou santuários em nossas
casas ­ ou temos? Um ídolo é qualquer coisa ou alguém a quem damos
nosso foco principal, em vez de Deus. Pode ser nossa carreira, nossa casa
ou bens, nossos programas de TV ou sites favoritos, até mesmo nosso
cônjuge ou filhos. Qualquer coisa que compete com Deus por nosso
tempo, atenção, recursos ou afeições é um ídolo. Toda a nossa adoração
e louvor pertencem ao Senhor.
Assim como toda glória pertence a Deus, não devemos tomar Sua
Glória sobre nós mesmos. Em vez disso, devemos ter a atitude expressa
no Salmo 115:1: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome seja a
glória, por causa do teu amor e fidelidade.” Só Deus é digno do louvor de
Sua criação, e somos chamados a dar glória a Ele por quem Ele é: nosso
Pai, Criador, Libertador, Salvador e Rei.
Além de adorar a Deus por quem Ele é, devemos também louvá­
Lo pelo que Ele fez. Por causa da grande fidelidade do Senhor (ver La­

178
mentações 3:23), temos inúmeros motivos pelos quais Lhe agradece­
mos. Quero me concentrar em sete áreas específicas que Deus gravou
em meu coração.

DÊ GLÓRIA A DEUS PELA VIDA


Devemos louvar a Deus por nos dar vida. Apocalipse 4:11 diz: “Tu
és digno, nosso Senhor e Deus, de receber glória e honra e poder, porque tu
criaste todas as coisas, e pela tua vontade elas foram criadas e existiram.”
Deus é o Criador e Criador de todos nós. É somente por Sua von­
tade que cada um de nós existe, vive e respira aqui na terra. Cada mo­
mento de nossas vidas foi criado por Deus e dado a nós como um pre­
sente. Cada um de nós foi maravilhosamente criado, formado e mode­
lado por Suas mãos. Davi teve uma revelação dessa verdade: “Pois tu
criaste o meu ser mais íntimo; você me tricotou no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque fui feito de maneira terrível e maravilhosa; as tuas obras
são maravilhosas, disso eu sei muito bem” (Salmo 139:13­14).
Estamos todos aqui na terra por causa da vontade de Deus. Antes
que os fundamentos do mundo fossem estabelecidos, Deus conhecia
você, o imaginou e planejou para que você existisse. Davi continua no
Salmo 139:15­16, “Minha estrutura não estava escondida de vocês quando
fui feito no esconderijo. Quando fui tecido nas profundezas da terra, seus
olhos viram meu corpo informe. Todos os dias ordenados para mim foram
escritos em seu livro antes que um deles viesse a ser.”
Mesmo antes de nascermos, o Senhor planejou um destino espe­
cífico para cada um de nós. E Ele nos deu vida na terra para que pudés­
semos cumprir Seu propósito para nós. Também fomos criados à ima­
gem de Deus (ver Gênesis 1:26). A Bíblia nos diz: “Tu o fizeste um pouco

179
menor do que Deus, e o coroaste de glória e majestade” (Salmo 8:5, NASB).
Deus nos fez um pouco menores do que ele mesmo. E estamos assenta­
dos com Jesus Cristo nos lugares celestiais (ver Efésios 2:6). Deus nos
deu autoridade e honra incríveis. Em resposta, precisamos dar glória a
Deus por nossas vidas.

DÊ GLÓRIA A DEUS PELA SALVAÇÃO


Agradeço a Deus que Ele me libertou do domínio das trevas e me
transferiu para o Reino de Seu Filho amado. É por meio de Cristo Jesus
que temos vida eterna. Ele comprou e pagou por cada uma de nossas
vidas por meio de Sua morte na cruz. “Ao único Deus nosso Salvador seja
glória, majestade, poder e autoridade, por Jesus Cristo nosso Senhor, antes
de todos os tempos, agora e para sempre! Amém!” (Judas 1.25). Cada um
de nós tem um valor infinito aos olhos de Deus, e Ele pagou por cada
um de nós com o sangue de Seu Filho.
Quando penso em minha vida antes de receber Jesus, percebo que
agora poderia estar morto ou cumprindo pena na prisão, se Ele não ti­
vesse mudado meu estilo de vida. Eu já fui um viciado em drogas que
vivia em rebelião. Mas por causa de Seu amor, misericórdia e graça,
Deus me salvou e me transformou. Na verdade, é pela graça de Deus
que sou quem sou hoje, em Seu serviço (ver 1 Coríntios 15:10). Agra­
deço ao Senhor por me resgatar e por ser meu Salvador.
Também podemos ser gratos porque Deus não está apenas nos sal­
vando, mas também nos santificando. Paulo escreve: “E esta é a minha
oração: que o seu amor seja mais abundante em conhecimento e profundi­
dade de compreensão, para que você possa discernir o que é melhor e ser
puro e irrepreensível até o dia de Cristo, cheio de o fruto da justiça que vem

180
por meio de Jesus Cristo ­ para glória e louvor de Deus.” (Filipenses 1:9­
11). Paulo louva a Deus pelo fruto da justiça em nossas vidas. Da mesma
forma, devemos ser gratos a Deus por nos abençoar com Seu Espírito
para nos ajudar a nos tornarmos santos e justos. Ele nos abençoou com
Seu dom de salvação e com o Espírito Santo que vive em nós.

DÊ GLÓRIA A DEUS PELA FAMÍLIA


A Bíblia diz: “Quem encontra uma esposa acha o que é bom e recebe
o favor do Senhor” (Provérbios 18:22). Isso também se aplica à mulher
que encontra um marido. Devemos agradecer a Deus por nossos côn­
juges.
Também precisamos agradecer a Deus por nossos pais. Pais pie­
dosos são uma bênção do Senhor. Minha mãe e minha avó oraram para
que eu entrasse no Reino de Deus.
E devemos agradecer a Deus por nossos filhos. A Mensagem diz
no Salmo 127:3: “Você não vê que os filhos são o melhor presente de Deus?
o fruto do ventre seu legado generoso?” Acredito que, além da salvação, o
melhor presente que podemos receber de Deus são os filhos.
No momento em que minha esposa, Sue, engravidou de cada um
de nossos filhos, começamos a orar por eles. Oramos especificamente
por três coisas: que conhecessem Jesus em uma idade jovem, que se ca­
sassem com a pessoa que Deus queria para eles e que cumprissem seus
destinos Nele. Todas as nossas orações estão sendo atendidas e é incrível
ver os frutos das orações que semeamos por nossos filhos. Seus filhos
podem estar em rebelião, mas você pode agradecer a Deus agora por eles
enquanto luta por sua salvação.

181
Por causa dos meus quatro filhos, posso dizer a Deus: “Sou um
homem rico”. Ter filhos que amam Jesus Cristo é um legado divino e
uma bênção de Deus verdadeiramente incrível.

DÊ GLÓRIA A DEUS POR FAVOR E BÊNÇÃOS


Deus é um bom Deus que derrama Seu favor e bênçãos sobre Seu
povo.
O Salmo 118:26 nos diz: “Bendito aquele que vem em nome do Se­
nhor. Da casa do Senhor nós os abençoaremos.”
Em uma manhã de domingo no ano passado, perguntei à congre­
gação da minha igreja: “Quantos de vocês tiveram grandes promoções no
trabalho ou testemunharam o favor e as bênçãos de Deus de maneira im­
portante nos últimos dois anos?” Eu mal pude acreditar no número esma­
gador de mãos que se levantaram. Deus quer abençoar
Seus filhos, e quando o fizer, é importante que demos a Ele glória
e louvor.
Anos atrás, alguém disse que todos nós precisamos ser “Cristãos de
Teflon”. Em outras palavras, precisamos deixar toda a glória escapar de
nós e voltar direto para Deus. Não podemos permitir que os louvores
do homem grudem em nós, mas sim, devemos dar a Deus toda a glória
por Seu favor, bênçãos e portas abertas em nossas vidas.
Aprendi a agradecer a Deus imediatamente quando Ele me con­
cede favores e abre portas. E quando as pessoas me encorajam, aprendi
a ser gentil dizendo: “Obrigado”. Muitos cristãos se sentem compelidos
a responder ao encorajamento, dizendo: “Oh, não fui eu, foi todo o Se­

182
nhor.” Mas acho importante agradecer às pessoas por seu incentivo. De­
pois de receber suas palavras, eu construo um altar diante do Senhor em
meu coração e digo: “Deus, eu te dou todo o louvor e toda a glória”.

DÊ GLÓRIA A DEUS POR SEU TRABALHO E MINISTÉRIO


Paulo diz: “Portanto, glorio­me em Cristo Jesus no meu serviço a
Deus” (Romanos 15:17). Devemos dar glória a Deus por meio de nosso
serviço em ministério a ele.
A Bíblia diz: “(Ele) nos fez reis e sacerdotes para o seu Deus e Pai, a
Ele seja a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.” (Apocalipse 1:6,
NKJV). Deus nos fez reis e sacerdotes. Você sabe que é um rei e um
sacerdote? Um rei é uma pessoa com domínio e autoridade, e um sacer­
dote é um ministro. Em nossa igreja, ensinamos que todos são minis­
tros.
Se você está no mercado, esse é o seu ministério. Apenas 1 por
cento da igreja está no ministério vocacional de tempo integral e os ou­
tros 99 por cento estão no mercado. Precisamos reconhecer que cada
um de nós tem um destino e uma designação divinos, e precisamos estar
preparados para trabalhar pela colheita de almas, onde quer que Deus
nos coloque.
Se você às vezes se pergunta: “Como posso ministrar a outras pes­
soas?” Você não está sozinho. Moisés tinha sérias dúvidas sobre sua ca­
pacidade de fazer o que o Senhor instruía. Deus teve que repreender
Moisés por dizer que ele não falava bem o suficiente e não conseguia
liderar os israelitas. O Senhor disse a Moisés: “Quem deu ao homem a
boca? Quem o torna surdo ou mudo? Quem lhe dá visão ou o torna cego?
Não sou eu, o Senhor? Agora vá; Vou ajudá­lo a falar e lhe ensinarei o que

183
dizer.” (Êxodo 4:11­12). É o Senhor quem fala por nosso intermédio.
Ele dará a cada um de nós a graça de cumprir nosso destino quando nos
posicionarmos de acordo com Sua vontade.
Jesus disse a Seu Pai: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra
que me deste para fazer” (João 17:4). Da mesma forma, quero terminar
a corrida bem e forte (ver 2 Timóteo 4: 7) cumprindo minha designação
divina aqui na terra. No Tribunal de Cristo, o Senhor distribuirá re­
compensas, de acordo com o que realizamos com nossas vidas (ver 2
Coríntios 5:10). Qualquer que seja o seu trabalho ou ministério, faça­o
bem para a glória Dele.

DÊ GLÓRIA A DEUS PELO AVIVAMENTO


Recebemos a habitação da Glória de Deus quando recebemos Je­
sus Cristo em nossos corações. Mas a glória que vem quando Deus der­
rama Sua Presença Manifesta é chamada de avivamento. Assim como
precisamos agradecer a Deus por nossa salvação, também precisamos
agradecer a Deus pelo avivamento.
Sou cristão desde março de 1973, quando fiz parte do Jesus People
Movement. Quando vi o avivamento com John Wimber nos anos
1980, não pulei como deveria. Mas quando o Espírito desceu em To­
ronto em 1994, eu imediatamente comecei porque estava desesperado
por Deus. Com cada onda, tenho visto uma tremenda transformação e
milagres, tanto em mim como na Igreja. E com cada avivamento, mila­
gres criativos abundam em maior medida.
O avivamento traz inundações da misericórdia e graça de Deus.
Também traz a qualidade de Sua presença, bondade e poder para outro
nível. Devemos levar o poder de Deus para fora das quatro paredes da

184
igreja ­ para o mercado, para nossas cidades e para todas as nações da
terra. Precisamos agradecer a Deus por cada derramamento de Seu Es­
pírito.

FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS


Finalmente, tudo o que você fizer, faça tudo para a Glória de Deus
(veja 1 Coríntios 10:31). Devemos fazer tudo para a Sua Glória. Na
verdade, devemos viver para trazer glória ao Seu nome por meio de
nosso corpo, alma e espírito.
Para alguns de nós, glorificar a Deus com nosso corpo pode signi­
ficar comer melhor e praticar exercícios com mais frequência. Para ou­
tros, glorificar a Deus com nossa alma pode significar buscar cura inte­
rior ou libertação para vícios ou outros tipos de problemas persistentes.
Para aqueles que não receberam a salvação, Deus recebe glória quando
eles aceitam Seu presente de salvação e Lhe dão suas vidas e corações.
Você sabe de quem é a imagem em que é feito? A Bíblia diz que
fomos feitos à imagem de Deus (ver Gênesis 1:26). Por isso, devemos
entregar nossos corações e vidas a Deus e nos dedicar a glorificá­Lo.
Fomos comprados por um preço, então nossa vida não é nossa (ver 1
Coríntios 6:19­20). Portanto, precisamos administrar fiel e sabiamente
a vida que Ele nos deu.
Este princípio é ilustrado em Mateus 22, quando os fariseus ten­
taram enganar Jesus perguntando a Ele: “É certo pagar impostos a César
ou não?” Jesus entendeu que eles haviam formulado a questão para co­
locá­lo em uma posição sem saída. Se Ele respondesse “sim”, os fariseus
poderiam dizer aos judeus que Jesus estava em aliança com os romanos.
Se Ele respondesse “não”, os fariseus poderiam dizer aos romanos que

185
Jesus estava em rebelião contra a autoridade de Roma. De qualquer
forma, eles poderiam acusar Jesus e colocar as pessoas contra ele.
Jesus transformou a tentativa de prendê­lo em uma oportunidade
de demonstrar que ser criado à imagem de Deus significa que somos de
Deus e devemos a Ele toda a nossa vida. Sendo infinitamente sábio,
Jesus pediu aos fariseus que lhe mostrassem a moeda usada para pagar
o imposto. Então Ele perguntou a eles: “De quem é este retrato? E a ins­
crição de quem?” (Mateus 22:19­20).
Os fariseus responderam: “César”.
Jesus disse­lhes: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus” (Mateus 22:21). O princípio simples que Ele declarou teve impli­
cações profundas. Jesus sabia que os fariseus estavam consumidos pelas
aparências e pela manutenção de suas posições e prestígio. Eles serviram
a Deus da boca para fora, mas seus corações estavam em outro lugar.
Eles não estavam dando a Deus o que é de Deus. Eles estavam cum­
prindo os requisitos de serviço dedicado e mordomia a Deus em seus
deveres no Templo, mas Sua Glória e louvor não eram o propósito cen­
tral de suas vidas. Em uma frase, Jesus não apenas lidou habilmente com
a questão dos impostos, mas também desafiou os fariseus, revelando­
lhes a condição de seus corações!
Deus nos chama para dedicar toda a nossa vida à Sua Glória, pois
Ele sabe que quando O glorificamos, encontramos nossa maior satisfa­
ção e alegria. No entanto, o Senhor não apenas nos chama para louvá­
Lo, mas também nos glorifica e nos abençoa quando o fazemos. E Ele
compartilha Sua Glória conosco para que possamos desfrutá­la e refleti­
la de volta para Ele (ver João 17:22). Quando glorificamos a Deus, sim­
plesmente nos tornamos mais gloriosos. E quanto mais gloriosos nos

186
tornamos, mais podemos glorificar a Deus com todo o nosso ser. Davi
canta: “Glorifique o Senhor comigo; vamos exaltar seu nome juntos....
Aqueles que olham para ele são radiantes; seus rostos nunca são cobertos de
vergonha.” (Salmo 34:3,5).
À medida que adoramos a Deus e glorificamos Seu nome, Sua
Glória vem sobre nós e nos transforma à imagem de Cristo. Esse pro­
cesso continua até o dia final, quando todo o céu e toda a terra serão
preenchidos com a Glória de Deus. Até aquele dia, oro para que você
receba a plenitude da Glória de Deus, tornando­se a luz do mundo ao
refletir Sua Glória nas trevas e, por fim, glorifique­Lhe em tudo o que
fizer.

187
NOTAS

CAPÍTULO 1
O que é Glória?
1. Kris Vallotton, Developing a Supernatural Lifestyle: A Practical
Guide to a Life of Signs, Wonders and Miracles (Shippensburg, Pa .:
Destiny Image, 2007), 205.

CAPÍTULO 2
Glória como a Presença Manifestada de Deus
1. John Arnott, The Father’s Blessing (Lake Mary, Fla .: Charisma
House, 1995). John Arnott, Experience the Blessing: Testimonies from
Toronto (Ventura, Califórnia: Renew Books, 2001).

CAPÍTULO 3
Glória como a Bondade Revelada de Deus
1. Robert Lewis e Wayne Cordeiro, The Culture Shift (Nova York:
Jossey­Bass, 2005), 1–2.

CAPÍTULO 4
Glória como o Poder da Ressurreição de Deus
1. Este e uma série de outros milagres de cura, ressurreições e sinais e
maravilhas criativos são exaustivamente pesquisados e documentados
por Jane Rumph em seu livro, Signs and Wonders in America Today:

188
Amazing Accounts of God’s Power (Ann Arbor, Mich .: Servant Publi­
cations, 2003).

CAPÍTULO 8
Como Receber Mais Glória
1. Fred e Sharon Wright, The World’s Greatest Revivals (Shippens­
burg, Pa .: Destiny Image, 2007), 161­62.

CAPÍTULO 10
A Glória de Deus e Alinhamento Apostólico
1. Arthur Wallis, No Dia do Teu Poder (Christian Literature Crusade,
1956), 10.
2. Peter Wagner, Dominion (Grand Rapids: Chosen Books, 2008).
3. Kris Vallotton e Bill Johnson, The Supernatural Ways of Royalty
(Shippensburg, Pa .: Destiny Image, 2006), 137­38.
4. Ibid.

CAPÍTULO 11
A Glória de Deus e Transformação
1. Meaghan S. McCormick, “O Grande Despertar e Seus Efeitos na
Sociedade e Religião do Vale do Rio Connecticut,” http://www.long­
meadow.org/hist_soc/awakening.htm.
2. Barbara Cross, “William Wilberforce 1759–1833,” www.britan­
nica.com/bios/wilberforce.html.
3. Ken Curtis, Ph.D., Joe Thomas, Ph.D., Tracey L. Craig e Ann T.
Snyder, “The
189
Fight Against Slavery e o que podemos aprender com ela “, Christian
History Institute, http://www.christianhistorytime­
line.com/GLIMPSEF/Glimpses2/glimpses200.html.
4. “The Second Great Awakening,” Christian History Institute,
http://www.christianhistorytime­
line.com/GLIMPSEF/Glimpses/glmps040.shtml.
5. “The Haystack Revival: A Devotional Guide, Introduction and
Background,” http://www.students.org/prayer/Haystack%20Awaken­
ing%202006.pdf.
6. Barry Manuel, “The Pensacola Outpouring: The Father’s Blessing
for the ‘90s,” John Mark Ministries, http://www.jmm.aaa.net.au/arti­
cles/8955.htm.
7. J. Gilchrist Lawson, “Charles Finney: A Brief Biography,” de Deeper
Experiences of Famous Christians, http://www.CharlesGFin­
ney.com/lawsonbio.htm.
8. S. J. Hill, “Hearts on Fire”, de Personal Revival, http://www.fa­
thersglory.com/media/Personal_Revival­Chapter_One­Hill.pdf.
9. James Autry, “Understanding the Seven Mountains,” http://www
.restoreamerica.org/pdf/Understanding%20the%20Seven%20Moun­
tains.pdf.

CAPÍTULO 12
A Glória de Deus e a Transferência de Riqueza
1. “Host Bio: Pat Robertson,” The 700 Club,
http://www.cbn.com/700club/showinfo/staff/patrobertson.aspx

190
2. “Exército de Salvação recebe doação de $ 1,5 bilhão”, MSNBC,
http://www.msnbc.msn.com/id/4006823/.
3. Suzanne Woodley, Bremen Leak e Danna Cook, “The Top Givers”,
BusinessWeek, 27 de novembro de 2006.
4. “Entrevista com Abraham Alex Tanuseputra,” United World, 20 de
dezembro de 2004.
5. “Transformados por Cristo: Uma Breve História da Igreja de Deus
Mundial”, Igreja Mundial de Deus, 7 de julho de 2008.

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SOBRE O AUTOR

Ché Ahn (M.Div. E D.Min., Fuller Theological Seminary) é o


pastor sênior da Harvest Rock Church em Pasadena, Califórnia, uma
vibrante congregação multiétnica dedicada a cumprir o Grande Man­
damento e a Grande Comissão. Ele também é o presidente e fundador
do Harvest International Ministry, uma rede apostólica de mais de
5.500 igrejas em mais de 35 nações. Ele serviu como presidente da The
Call de 1999–2003. Autor de vários livros, Ché viaja e ensina extensi­
vamente por todo o mundo. Ele e sua esposa, Sue, têm quatro filhos
adultos que amam Jesus. Para obter mais informações sobre seu minis­
tério, acesse www.CheAhn.org.

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