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IDENTIFICADOS JUNTAMENTE

COM CRISTO
Mestre Javier Uboldi

Nível 1 | Ano 2 | Módulo 1


Índice

Propósito do módulo - Objetivos Página i

Seção 1 : Crucificação Página 1

Lição 1: De Graça em Graça


Lição 2: Entrega, Negação e Morte
Lição 3: O triunfo da Cruz

Seção 2 : Morte e Sepultura Página 13

Lição 4: Morte
Lição 5: Sepultura
Lição 6: Enraizados e alicerçados em Cristo

Seção 3 : Ressurreição e Nova Vida Página 25

Lição 7: O poder da Ressurreição


Lição 8: Uma Nova Vida, Nova Criação, Nova Criatura
Lição 9: Graça: Poder e Nova Natureza

Seção 4 : Glorificação e Propósito Eterno Página 41

Lição 10: Glorificação e Manifestação


Lição 11: Propósito Eterno
Lição 12: Conflito de Fundamento

Bibliografia Página 57
Propósito do módulo

Objetivos
Cognitivos
• Saber as etapas e processos de quem se “submerge” na vida de Cristo.
• Conhecer as escrituras que o manterão alinhados na sua identificação.

Procedimentais
• Ser capaz de se autoavaliar.
• Ser capaz de identificar na sua própria vida em que etapa se encontra.
• Tomar decisões nessas áreas para que a vida de Cristo faça transformações.

Atitudinais
• Chegar a uma revelação mais profunda da vida de Cristo, em sua própria vida.
• Colaborar em obediência à operação de Cristo.

Observações para o Mestre


• É muito importante que leia todo o material e não foque nas primeiras lições sem ter lido as
últimas.
- Há certo entendimento que para o estudante é uma construção, mas tem que estar completo
no mestre.

• Não dê por concluída cada lição para que não se torne um dogma que deva ser rompido nas aulas
subsequentes.
- Saiba que em Cristo tudo se reúne, portanto, toda verdade é dinâmica e orgânica, o que significa
que pode haver tensão entre duas verdades, visto que a maioria das verdades são
complementares entre si.

• Considere o nível do grupo e atribua tarefas que estejam conforme a ele. Use os questionários
como referências e não necessariamente como regra.
- Como mestres, devemos distinguir entre os estudantes, aqueles que têm maior dificuldade e
focar nosso esforço neles.

i
Seção 1 : Crucificação

Lição 1: De Graça em Graça

ENTENDENDO SUA GRAÇA


Toda a vida do cristão é uma questão de graça sobre graça. Chegamos a Cristo pela Sua graça e
misericórdia e crescemos pela Sua graça e misericórdia.

a. A eleição é Eterna (Efésios 1:4)


Não foi feita por causa do fracasso do homem, nem por um acidente histórico, mas desde antes
da fundação do mundo, por um plano previamente concebido segundo a grande sabedoria de
Deus.

b. A escolha é com Propósito (Romanos 8:29)


“Propósito” se define como a “razão” ou “resultado” desejado para começar a produzir algo.
Simplificando, é o “porque” da existência de algo ou alguém.
Sem o conhecimento do propósito, a atividade não tem significado, e o tempo, o esforço, os
recursos, as habilidades e as oportunidades são desperdiçadas.
O propósito determina o que é correto. O propósito é o resultado predeterminado, estabelecido
e intencional de algo.
Razão teve o extinto general do Reino, Myles Munroe, quando disse:

“A maior tragédia na vida não é a morte, mas viver sem descobrir


e desenvolver o propósito da sua existência”.

Contudo, não estamos falando do propósito pessoal, mas do propósito eterno no qual cumprimos
uma função, uma parte.
• Deus Pai tem um plano mestre, um propósito eterno (Efésios 3:11) e não muitos pequenos
propósitos “de cabotagem” 1 para os indivíduos.
• Temos um trabalho, uma tarefa e um chamado, e na medida em O conhecemos, Seu chamado
nos é revelado, assim como o depósito de glória e o poder da ressureição, do qual falaremos
mais na frente.

“(...) para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para
saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos
santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da
força do seu poder;” Efésios 1:17-19 ARA

1
Cabotagem: navegação mercante ao longo da costa e, especialmente, entre portos do mesmo país, por oposição a navegação de longo
curso.
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c. A escolha é Soberana (Romanos 9:15-16)
É soberana porque corresponde a um plano sábio, bom e perfeito, mas nunca arbitrário, nem
caprichoso, porque nasce do puro afeto a Sua vontade.
Nossa eleição não foi um golpe de sorte: O fato de Deus nos escolher não foi por sorte, mas sim
pelo prévio conhecimento que Ele tem de nós (Romanos 8:29), para nos conformar (pôr de acordo) à
imagem do protótipo real.
• Estávamos mortos em delitos e pecados (Efésios 2:1) – não há possibilidades para um morto de
colaborar com sua ressureição. Aqui precisamos deixar claro que a mal nomeada “queda do
homem”, na realidade deveria se chamar “a morte do homem original”.
- Éramos escravos incapazes de fugir da escravidão do pecado (Romanos 6:16-23).
- Fomos libertos, como um ato externo e soberano de Deus (v. 18).
• As figuras que se nos apresentam, servem para entender nossa incapacidade de alcançar
salvação por atos de um suposto “livre arbítrio” anterior à salvação.

d. A escolha é por Graça (Romanos 11:5)


Não é realizada por obras ou nossos méritos. Não sou melhor que os demais, para que Deus
tivesse uma preferência por mim, de maneira alguma. Pelo contrário, fomos escolhidos porque
éramos os menos competentes para esta salvação soberana e eterna de Deus (Hebreus 5:9).
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a
carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as
coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para
envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas
que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de
Deus.” 1 Coríntios 1:26-29 ARA

FUNDAMENTADOS NA SUA GRAÇA


“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2:8-9 ARA

O cristianismo moderno não pode reduzir a vida da graça a um regulamento rígido denominacional,
a uma tradição morta, nem a uma série de rudimentos externos, simbólicos e religiosos. Não
podemos nos converter em pregadores de regras, mas em ministros de vida, guiando o povo
a liberar o potencial que está neles.
• “Toda revelação de Cristo que não libera potencial na minha vida, foi informação teológica.”
• Compartilhamos, impartimos2 e transferimos vida de Cristo.
“Anseio vê-los, a fim de compartilhar (impartir) com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los,”
Romanos 1:11 NVI
• Não fomos chamados a motivar a alma.
• Não fomos chamados a educar a mente carnal.

Os fariseus e saduceus antigos eram os pregadores da letra morta, os “doutores da lei” e dos rituais
religiosos. Cuide com eles, porque são os que podem estar sepultando o maravilhoso “evangelho da
graça de Deus” em você.

2
impartir: dar ou distribuir algo de carácter não material; comunicar/dar algo a alguém, sem perder o conteúdo; transmitir.
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Submerja-se na fonte da graça! (Romanos 6), uma graça que veio por meio de Jesus Cristo (João 1:17).
Cristo é a fonte da graça, e não nenhum apóstolo, teólogo ou pastor, porque de nenhum deles
recebemos plenitude, mas de Cristo. E o que recebemos? Recebemos graça sobre graça, isto quer
dizer que sua vida está cheia do Cristo da graça.

CRESCENDO EM GRAÇA

“Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a
glória, agora e para sempre! Amém.” 2 Pedro 3:18 NVI

Todos os presentes de Deus vêm em Cristo pela infusão do Espírito Santo. Em Cristo não há regras,
proibições, rudimentos, vergonhas, condenações, mas uma nova natureza, uma nova criação, uma
nova vida. Em Cristo não há legalismo, tradicionalismo, misticismo, fanatismo, faraonismo,
farisaísmo, catolicismo, protestantismo ou pentecostalismo. Em Cristo há Vida, Graça e Verdade
(João 14:6).
Havendo entendido que a graça nos alcançou, ressuscitou de uma morte em pecado e da escravidão
do mesmo, agora vamos em frente para a perfeição por meio da liberdade com a que Ele nos fez
livres e com a nova natureza em Cristo.

“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de
novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, (...)” Hebreus 6:1 ACF

ATIVIDADES

1) Como é a eleição segundo os pontos A, B e C?

2) Em que NÃO devemos nos converter como pregadores?

3) Em que devemos crescer segundo esta lição?

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Lição 2: Entrega, Negação e Morte

Vamos começar com o que Jesus não queria dizer. Muitas pessoas interpretam “cruz”, como parte
da carga que devem levar em sua vida: um relacionamento tenso, um trabalho ingrato, uma
enfermidade física. Com orgulho de autocompaixão, dizem: “Essa é a cruz que tenho que levar ou
carregar”. Tal interpretação, porém, não corresponde ao que Jesus quis dizer com: “toma tua cruz e
siga-me”.
Quando Jesus levou Sua cruz até o Gólgota para ser crucificado, ninguém pensava na cruz como um
símbolo de levar uma carga. Para uma pessoa no primeiro século, a cruz significava uma só coisa:
a morte da maneira mais dolorosa e humilhante que os seres humanos podiam desenvolver.

ENTREGA, RENDIÇÃO E SUBMISSÃO

O único caminho para a vitória eterna é a rendição desta vida.

“Então Jesus disse aos seus discípulos. Se alguém quiser vir após de mim, negue-se a si mesmo, tome a
sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar sua vida, perde-la á, e quem perder a sua vida por
amor de mim, achá-la-á.” Mateus 16:24-25 ACF (comparar Lucas 9:23)
“E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após de mim, não pode ser o meu discípulo.”
Lucas 14:27 ACF

Como a graça de Deus é e sempre será maior que qualquer pecado, nosso Criador através do Filho,
decide cumprir o plano de introduzir-se em Sua criação para curá-la, redimi-la e fazê-la nova. Na
ressureição de Jesus, emerge uma humanidade totalmente nova e com Ele do nosso lado, quem
poderá nos derrotar? Ele disse: “(...) porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Mateus 11:30 ACF
No entanto, Jesus nos seus ensinamentos, nos deixou um convite muito incomum:

“Se alguém quer ser meu discípulo, tem que negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e me seguir”.
Mateus 16:24 NVI (ver também Marcos 8:34 e Lucas 9:23)

A Nova Tradução Viva (ESP) apresenta-a assim: “se algum de vocês quer ser meu discípulo, tem que
abandonar sua maneira egoísta de viver, tomar sua cruz e me seguir”.
A declaração e convite que nosso Salvador nos faz têm TRÊS ASPECTOS muito interessantes (se é
que já aceitamos tal convite):
• Negar-se a nós mesmos.
• Tomar nossa cruz.
▪ Segui-Lo.
Quando Deus nos permite chegar a este ponto, no qual nos sentimos completamente derrotados e
no “poço”, como expressa o rei Davi nos seus Salmos, é quando valorizamos a misericórdia, a
bondade e a compaixão de nosso Deus amoroso. Este é o passo que antecede a “negar-se a si
mesmo”, que é o que conhecemos como quebrantamento.
Quando percebemos que não podemos controlar a nossa vida e que tudo que nos acontece está
fora do nosso alcance, precisamos de alguém que nos leve e tome pela mão, como a um cego,
vulnerável e fraco, diante de uma realidade que não vemos, só confiamos!

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E quando experimentamos a mão quente e amorosa que nos tira do abismo, é quando Deus nos
conduz ao pleno “negar-se a si mesmo”. Deixar de sermos os donos e senhores de nossas vidas, e
permitir que Deus, que nos conhece melhor do que nos mesmos, decida por nós, já que Ele sabe
muito bem o que é o que mais nos convém.

O QUE SIGNIFICA TOMAR A NOSSA CRUZ?


Para responder a esta pergunta precisarei primeiro responder: “o que significou para Jesus levar Sua
cruz?”
Jesus, sendo o Homem e Deus ao mesmo tempo, para curar toda a humanidade, teve que levar em
conta que em sua humanidade deveria caber toda a humanidade presente, passada e futura. Tal
humanidade tinha as não gratas características de ser insignificante, ruim, perversa, malvada e
outras “preciosidades” deste tipo (Jeremias 17:9). Na realidade, o pecado da humanidade, a morte
anunciada desde o jardim do Éden, cresceu enormemente e existia a necessidade de destruí-la para
voltar a ser a humanidade que tinha sido planejada desde antes da criação de todas as coisas, uma
humanidade santa e sem mancha no homem-Deus: Cristo Jesus.
Então Jesus fez morrer todo pecado, toda maldade, toda perversidade, toda depravação da
humanidade no Seu próprio corpo humano finito, frágil e fácil de destruir e escolheu o instrumento
mais perverso daquela época, e talvez, de todas as eras, a CRUZ, destinada para os delinquentes
mais perversos, um instrumento vergonhoso e repulsivo.
Para cumprir sua missão expressada em Lucas 4:18-19 NVI “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos
presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do
Senhor”.
Jesus teve que tomar sua cruz porque para emergir como uma nova humanidade, teria que curá-la
através de Sua morte na cruz e do túmulo. O novo homem emergido desse túmulo aberto e vazio,
saiu para mostrar-nos que Seu amor O havia levado a exclamar: “está consumado!” Essa é a cruz que
Cristo tomou e pôde cumprir Sua missão em comunhão com o Pai e o Espírito.
“A cruz é assumir minha capacidade humana para responder ao chamado e propósito divino.
Abraçar a cruz levará o tempo necessário para eu assumir que sou incompetente nas capacidades
humanas para alcançar as expectativas divinas.”

NEGAÇÃO PESSOAL
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:1-2 ACF
Dois mil anos depois, os cristãos olham a cruz como um símbolo precioso da expiação, perdão, graça
e amor, mas nos tempos de Jesus, a cruz representava uma só coisa: uma morte através da tortura.
Devido ao fato de que os romanos forçavam os criminosos condenados a levar a sua própria cruz
até o lugar da crucificação, levar uma cruz então significava levar o seu próprio instrumento de
execução, enquanto enfrentava a ridicularização a caminho da morte.
Portanto, “tome sua cruz e siga-me” significa estar disposto a morrer para seguir a Jesus. Isto se
chama “morrer para si mesmo”. É um chamado a entrega absoluta. Cada vez que Jesus mandou levar
a cruz, Ele disse:
“Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a
salvará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo?”
Lucas 9:24-25 NVI
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Apesar de o chamado ser difícil, a recompensa é inigualável.

Onde quer que Jesus fosse Ele atraia multidões, mas apesar delas O seguirem, seu ponto de vista de
quem realmente era o Messias e o que Ele faria, estava distorcido.
Eles pensaram que o Cristo se moldaria no reino restaurado. Eles criam que Ele os libertaria da
opressão dos seus ocupantes romanos. Inclusive no próprio círculo íntimo de Cristo, Seus discípulos,
pensavam que o reino chegaria logo (Lucas 19:11). Quando Jesus começou a ensinar que Ele ia morrer
nas mãos dos líderes judeus e seus governantes gentios (Lucas 9:22), sua popularidade afundou.
Muitos dos seguidores surpreendidos O rejeitaram. Na verdade, não foram capazes de fazer
morrer suas próprias ideias, planos e desejos e trocar pelos d’Ele.
Seguir a Jesus é fácil quando a vida acontece sem problemas, contudo nosso verdadeiro
compromisso com Ele se manifesta durante as provas. Jesus nos garantiu que as provas virão a Seus
seguidores (João 16:33).

O discipulado exige sacrifício, e Jesus nunca ocultou esse custo.

Em Lucas 9:57-62, três pessoas pareciam dispostas a seguir Jesus. Quando, porém, Jesus lhes
perguntou um pouco mais, seu compromisso era como o de muitos, pela metade. Não puderam
calcular o custo de segui-lo, e não estavam dispostos a tomar sua cruz e crucificar-se sobre seus
próprios interesses, então Jesus lhes desestimulou.
Que diferença da típica apresentação do Evangelho! Quantas pessoas responderiam a um chamado
ao altar que diria: “venha após Jesus, e é possível que você enfrente a perda de amigos, família,
reputação, carreira e inclusive de sua vida”? O número de falsos convertidos provavelmente
diminuiria. Este chamado é o que Jesus quis dizer quando disse: “tome a sua cruz e siga-me.”

O que mais desagrada na cruz, é que ela não é automática, mas lenta e
progressiva.

O PECADO DO PRIMEIRO ADÃO E A CRUZ DO ÚLTIMO ADÃO

“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar. E ordenou o
Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia que dela comeres, certamente
morreras”. Gênesis 2:15-17 ACF
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com
ela”. Gênesis 3:6 ACF

O homem (macho e fêmea) é colocado no Jardim do Éden para lavrá-lo e cuidá-lo (Gênesis 2:15),
debaixo da ordem de frutificar, multiplicar-se, assenhorear e subjugar. Poderíamos falar muito sobre
isso, mas focaremos no fato de que foram colocados ali para administrar uma posse e uma posição.
Desde o Éden (sign.: delícia, glória) estender os domínios deste jardim, lavrando-o e guardando-o.

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• O homem tinha tarefas designadas.
• O homem deveria administrar um espaço e uma essência (quantidade e qualidade).
• Não estava ali de férias, mas pelo propósito de Deus, encher ou cobrir a terra da qualidade do
Éden e multiplicar-se para que toda a terra tivesse a imagem e semelhança de Deus
administrando-a.
• Não era para Adão, era para Deus.

A rebelião que aconteceu no jardim foi pela decisão de perseguir seus próprios apetites carnais,
exacerbados pela palavra enganosa da serpente.
• O homem deixou de considerar a ordenança de Deus para satisfazer seus desejos egoístas.
• Escolher o fruto proibido era escolher uma vontade diferente.
• A busca pelo próprio, pessoal e egoísta, foi a motivação que deu à luz o chamado
“pecado original”.

O QUE É O PECADO ORIGINAL?


É a independência, a soberba, o orgulho na sua mais primitiva expressão, é a busca pela satisfação
pessoal sem Deus. É não se considerar ou se achar completo enquanto não tem o bem estimado.
Em outras palavras: “quando eu ganhar ou tiver um salário melhor vou poder...”, “quando eu comprar
o carro...”, “com mais dinheiro, mais conforto, com outro cargo ou hierarquia...”.

A falta de revelação da cruz e de uma vida crucificada,


nos tem tornado frágeis e desastrados.

O “pecado original” (orgulho) se resolve em um só lugar, na CRUZ.


“Tomar a cruz” é decidir pela vontade de Deus, antes que pela própria (Lucas 22:42), é renunciar a
uma vida independente, é entregar meu “livre arbítrio” (se é que existe) ao governo soberano,
supremo, eterno e perfeito de Cristo.
• “Não faço o que quero.”
• “Não penso em mim.”
• “Não seja feita minha vontade.”

Na CRUZ ETERNA se resolveu o conflito eterno


“(...) havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo
todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.”
Colossenses 1:20 ACF (comparar Hebreus 9:14; 13:20)

Na CRUZ HISTÓRICA se resolveram os pecados, por um só sacrifício


“(...), mas este (Cristo), havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados,
está assentado à destra do Pai (...)” Hebreus 10:12 ACF

Na minha CRUZ DIÁRIA se renova a dose de Cristo em mim


“E dizia a todos: se alguém quer vir após de mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e
siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que por amor de
mim, perder a sua vida, a salvará.” Lucas 9:23-24 ACF (comparar 1 Coríntios 15:42, 57, 58)

7
Não são três cruzes, é uma só!
É uma cruz eterna que se fez e se faz “chronos” para a manifestação do Seu amor,
misericórdia e graça abundante.

É uma cruz e um sacrifício no qual fui substituído, mas do qual sou parte. (Romanos 5:8;
1 Coríntios 5:7; Gálatas 3:13; Efésios 5:2 – comparar Romanos 6:6; Gálatas 2:20).
Precisamos amadurecer para perceber que não é uma ou outra, são ambas, e não só nisso, mas em
muitas coisas mais!
• Fui substituído por Jesus na cruz.
• Mas incluído no sacrifício de Cristo.
Nossas fraquezas são os apetites da carne, nossa fortaleza é nossa dependência espiritual.
Somos fortes dentro do sistema se estivermos crucificados, se tomarmos a cruz diariamente.
• A cruz diária destrói as distrações.
• A cruz diária desfaz as fraquezas.
• A cruz diária desmonta os planos lógicos da carne.
• A cruz diária deteriora a influência das opiniões ou convenções sociais que me rodeiam.
• A cruz diária desfalece o que me enfraquece, por isso, o que eu faço desde a cruz será eficaz.

A cruz diária é a dose de vitória em Cristo.

ATIVIDADES

1) Qual é o convite que Jesus nos faz como discípulos?

2) O que significa “tomar a cruz”?

3) Qual a consequência da falta de revelação da cruz e de uma vida crucificada?

 8
Lição 3: O triunfo da Cruz

Temos muitos conflitos porque não entendemos a vitória da Cruz.

“Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou
juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que
consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo
despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na
cruz.” Colossenses 2:13-15 NVI

Em Colossenses, que é uma epístola irmã de Efésios, porque contêm muitos paralelos, Paulo atribui
uma dimensão cósmica à obra de Cristo. Esta grande passagem cristocêntrica (Colossenses 1:15-20)
poderia ser um primitivo hino cristão, como acreditam muitos entendidos, ou uma composição
original de Paulo. Seja como for, é uma sublime afirmação da supremacia absoluta de Jesus Cristo
na criação, na redenção, no universo e na igreja.
Ao mesmo tempo, está dirigida adequadamente aos hereges em Colossos, que ao que parece,
falavam da existência de intermediários angelicais (tronos, domínios, principados, potestades) entre
o Criador e a criação, e talvez tenham sugerido que Jesus era um deles.
Paulo, no entanto, rejeita a tudo isso. O apóstolo faz ênfase em “todas as coisas”, expressão que usa
cinco vezes e geralmente se refere ao cosmos, mas aqui, evidentemente inclui os principados
(governo) e as potestades (autoridade). Todas as coisas foram criadas por Deus, “em”, “por meio de”,
e “para” Cristo (v. 16). Ele é antes de todas as coisas em tempo e posição, e n’Ele todas as coisas
subsistem e se integram (v. 17).
Uma vez que todas as coisas existem, em, por meio de, para, e debaixo de Cristo, Ele é o supremo
Senhor por direito. Além disso, Ele é a cabeça do corpo, a Igreja e o primogênito dentre os mortos,
para em todas as coisas ter a primazia (v. 18).
E esta segunda esfera da Sua supremacia, se deve ao fato de que agradou a Deus que a Sua plenitude
habitasse n’Ele (v. 19) e por meio d’Ele cumprisse Sua Obra de Reconciliação, fazendo a paz mediante
seu sangue derramado na cruz. E o que foi reconciliado foi mencionado mais uma vez como
“todas as coisas”, que em seguida é descrita como “(...) e por meio dele reconciliasse consigo todas as
coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu” (v. 20).
Pareceria mais provável, no entanto, que os principados e potestades tenham sido “reconciliados”
no sentido do próximo capítulo, ou seja, que foram “despojados” por Cristo, que “(...) fez deles um
espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” Colossenses 2:15 NVI
É preciso admitir que seja um uso estranho do termo “reconciliado”, mas como Paulo também
descreve este fato como “fazer a paz” (1:20), ele está pensando em uma “pacificação” de seres
cósmicos que se submetem, contra sua vontade, a um poder ao qual não podem resistir. Neste
caso é possível que esteja pensando na mesma situação que, em outra parte, se descreve dizendo
que todo joelho se dobra diante de Jesus e toda língua confessa Seu Senhorio (Filipenses 2:9-11), e
que todas as coisas são colocadas por Deus abaixo de seus pés até o dia quando serão reunidas
debaixo de uma só cabeça “em Cristo” (Efésios 1:10, 22).
Segundo João, Jesus se referiu três vezes a Satanás como “o príncipe deste mundo”. Ainda disse que
estava a ponto de “vir” (quer dizer, lançar sua última ofensiva), mas que seria “lançado fora” e
“condenado”.

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Evidentemente estava antecipando o fato de que no momento da sua morte:
• Concluiria a contenda final e os poderes das trevas seriam derrotados.
• Cristo haveria de “destruir por meio da morte ao que tinha o império da morte, isto é, ao diabo”, e
assim, libertaria aos que estavam sujeitos a servidão (Hebreus 2:14-15).
Talvez, a passagem neotestamentária mais importante no que se refere à vitória de Cristo, seja:
“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne,
vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de
dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os
expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” Colossenses 2:13-15 ARA

Paulo reúne aqui dois aspectos diferentes da obra salvadora da cruz de Cristo:
• O perdão de nossos pecados e
• A derrota cósmica dos principados e potestades.
O apóstolo esclarece a graça e o caráter gratuito do perdão (charizomai) de Deus referindo-se ao
costume antigo do cancelamento de dívidas. “(...) o escrito de dívida, que era contra nós e que constava
de ordenanças, o qual nos era prejudicial (...)”, dificilmente referiu-se a lei ou o mandamento, que Paulo
considerava “santo, justo e bom” (Romanos 7:12). Em vez disso, deve referir-se à lei quebrada, que por
essa razão estava “(...) contra nós (...), o qual nos era prejudicial” com seu juízo. A palavra que Paulo usa
para “escrito” é cheirografon, que era “um documento escrito à mão, especialmente um certificado
de dívida, uma obrigação” (Léxico Grego) ou uma “confissão firmada de dívida, que figurava com um
testemunho perpétuo contra nós”.
Então o apóstolo emprega três verbos para descrever a forma como Deus tem operado com nossas
dívidas.
• Tendo “cancelado” a obrigação “limpando-a” completamente (que é o que literalmente significa
exaleipho).
• “Removeu” do meio e
• “Encravando” na cruz. Muitos pensam que é uma alusão ao titulus, a tabuleta que se colocava
sobre a cabeça da pessoa crucificada e onde escreviam seus crimes.
- No titulus de Jesus dizia “Rei dos Judeus” – INRI (Lucas 23:38).
- No titulus de Cristo eram nossos pecados e não os pecados d’Ele que estavam escritos
(Isaías 53:4-5).
Em seguida, Paulo passa do perdão dos nossos pecados para a derrota dos poderes do mal, e usa
três gráficos verbais para falar dela.
• O primeiro poderia significar que Deus em Cristo os “despojou” de sobre Si como roupa suja,
porque tinham se aproximado ao redor dele e estavam insistindo com ele, e os “desprezou”
(destituiu), ou melhor, significa que os “despojou” das suas armas (e, portanto, os “desarmou”) ou
da “sua dignidade e poder” e deste modo os humilhou.
• A segunda expressão do apóstolo é que Cristo “publicamente os expôs”, mostrando-os como as
“potestades (poderes) sem autoridade” em que foram convertidos.
• Em terceiro lugar, “triunfando deles (sobre eles) na cruz”, o que provavelmente seja uma referência
para à procissão dos cativos com que se celebra uma vitória. Deste modo, a cruz, comenta
Handley Maule, foi “seu patíbulo3 desde um ponto de vista e sua carruagem imperial desde
outro”.

3
Patíbulo: tipo de palanque ou estrutura de madeira que se usava para executar os condenados à morte.
 10
Alexandre Maclaren sugere um quadro unificado de Cristo como:
“o vencedor despojando a seus inimigos das suas armas, ornamentos e vestimentas, logo os
exibindo como seus prisioneiros e finalmente arrastando-os ao pé das rodas da sua
carruagem triunfal” – Apêndice 1, Cristo Triunfante

Estas são imagens fortes, mas o que é que elas significam na realidade?
Temos que visualizar uma batalha cósmica literal, em que as potestades das trevas rodearam e
atacaram a Cristo na cruz, onde Ele as desarmou, desacreditou e venceu, mas, se foi invisível (como
com toda certeza foi) como Cristo pôde “publicamente os expor”?
Parece então, que temos que pensar na Sua vitória, real e objetiva, em outros termos:
Primeiro: é importante e significativo que Paulo vincula o que Cristo fez com cheirografon (o
cancelamento e remoção do mesmo) com o que fez com os principados e potestades (desarmando-
os e vencendo-os). Cravou o certificado de dívida na cruz e derrotou as potestades mediante a cruz.
Não parece ser necessário insistir que este último seja mais literal que o primeiro. O importante é
que ambas as coisas aconteceram juntas. Por acaso é o pagamento das nossas dívidas, a maneira
que Cristo derrotou as potestades? Ao nos libertar destas, nos libertou daquelas.
Segundo: venceu o diabo resistindo de maneira absoluta suas tentações. Tentado evitar a cruz, Jesus
perseverou no caminho da obediência, “(...) tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”
(Filipenses 2:8). Sua obediência era indispensável para sua obra de salvação.

“Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim
também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos.” Romanos 5:19 NVI

Se Ele tivesse desobedecido, desviando-se um centímetro que seja do caminho da vontade de Deus,
o diabo teria conseguido colocar o pé e frustrado o plano de salvação, mas Jesus obedeceu e o
diabo foi derrotado. Provocado pelos insultos e as torturas a que foi submetido, Jesus se negou
totalmente a responder e mediante seu generoso amor para conosco, venceu “(...) o mal com o bem.”
(Romanos 12:21).
Terceiro: quando as forças combinadas de Roma e Jerusalém se posicionaram contra Ele, Ele poderia
ter enfrentado este poder com outro poder. Na realidade, Pilatos não tinha nenhuma autoridade
sobre Ele, pois mais de doze legiões de anjos teriam aparecido rapidamente para resgatá-lo, se
tivesse chamado. Se quisesse, Jesus podia ter descido da cruz (que com deboches O desafiaram a
fazer), mas Ele rejeitou todo uso terreno de poder.

Foi “crucificado em fraqueza”, ainda quando a fraqueza de Deus


era mais forte que a força humana.

• Deste modo, Ele se negou a desobedecer a Deus.


• Se negou a odiar seus inimigos.
• Não abriu sua boca para reclamar dos homens, e nem de Deus.
• E se negou a imitar o uso terreno do poder. Pela Sua obediência, Seu amor e Sua humildade,
conseguiu uma grande vitória moral sobre os poderes do mal.

 11
Lembre o silêncio do Senhor na cruz, não reclame enquanto está cruzando,
para que não a torne infrutífera.

Se você vai declarar algo na cruz que seja “ordem de família, perdão aos inimigos,
louvor a Deus e a consumação da sua obra em você”.

Ele se manteve livre, incontaminado, sem fazer concessões. O diabo não pôde se apoderar d’Ele e
teve que aceitar a derrota.
Como tem expressado F.F Bruce:
“Quando está pendurado ali, amarrado de pés e mãos no madeiro, com aparente fraqueza,
imaginaram que o tinham à mercê deles, e se jogaram sobre Ele com hostilidade, mas Ele lutou com
eles e os dominou. De maneira que a vitória de Cristo, já predita imediatamente depois da queda, foi
iniciada durante seu ministério público e decisivamente ganha na cruz”.

Temos olhado para a cruz por quase dois mil anos como homens,
é hora de a contemplarmos como filhos de Deus.

• Amemos a cruz, não o símbolo ou a imagem, mas a revelação da obra da cruz.


• Amemos a cruz que uniu o céu e a terra.
• Amemos a cruz que reconcilia a Deus e sua criação.
• Amemos a cruz onde foram expostos os principados e potestades. (Colossenses 2:15)
• Amemos a cruz vertical, que nos conecta com nosso Criador, Redentor e Senhor.
• Amemos a cruz horizontal, que me conecta com meus irmãos e inimigos.

ATIVIDADES

1) Por que temos muitos conflitos

2) Segundo esta lição, em que sentido os principados e potestades foram reconciliados?

3) Além de cancelar a dívida dos pecados, de que forma Jesus Cristo venceu o diabo?

 12
Seção 2 : Morte e Sepultura

“Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós,
os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que
todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos
sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado
dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma nova vida”. Romanos 6:1-4 NVI

É claro que estamos tocando temas que são pouco populares, sobretudo no contexto cultural deste
ocidente materialista. A morte, bem como também a sepultura, não é um tema que gera multidões
amontoadas em um culto, e até o momento, também não tenho visto como slogan de congresso ou
conferência que apareça a palavra morte, mas na cultura da igreja primitiva dos primeiros séculos,
bem como também na chamada “Igreja perseguida” dos nossos dias, o tema da morte era muito
promovido, proclamado.

“Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá,


mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará”. Mateus 16:25 NVI

Lição 4: Morte

Se a cruz fosse um veículo espiritual, a morte seria sua primeira parada.

SUBMERGIDOS EM SUA MORTE

“De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus,
fomos batizados em sua morte?” Romanos 6:2-3 NVI
“Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se
escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva a morte, ou da obediência que leva
a justiça? Mas graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a
obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e
tornaram-se escravos da justiça.” Romanos 6:16-18 NVI

A palavra de Deus ensina na epístola aos Romanos que:


• O homem natural se encontra em uma absoluta e irremediável condição de ruína; esse é o tema
dos primeiros dois capítulos (1 e 2).
• Os três seguintes, capítulos de 3 a 5, tratam da justificação, a graça na sua mais elevada expressão,
a obra determinante de Deus para nós.
• A seguir, nos capítulos de 6 a 8, foca no que mais tarde, Paulo chamará de o mistério da piedade,
que é a resposta ou reação dos ressuscitados, dos livres, diante a liberdade com a que Cristo nos
tem feito livres.

 13
Vejamos as provas bíblicas:

“O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado em toda a terra e que toda a inclinação
dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal”.
Gênesis 6:5 NVI (comparar Romanos 1, 2)

• As palavras: “toda”, “era sempre” e “somente”, usadas no texto acima, excluem toda a ideia da
alteração da condição do homem diante de Deus.
“O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse
entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos;
não há quem faça o bem, não há sequer um.” Salmos 14:2-3 ACF

• Aqui, novamente, aparecem as expressões “todos”, “não há quem” e “não há sequer um”, excluem
a ideia de qualquer tipo de alteração no que se refere à condição do homem, tal como tem sido
julgada na presença de Deus.

Citamos Moisés e os Salmos, vejamos agora o que dizem os profetas:

“Por que continuarão sendo castigados? Por que insistem na revolta? A cabeça toda está ferida, todo o
coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são;” Isaías 1:5-6 NVI
“Uma voz ordena: clame. E eu pergunto: o que clamarei?
Que toda a humanidade é como a relva, e toda sua glória como as flores do campo.” Isaías 40:6 NVI
“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável.
Quem é capaz de compreendê-lo?” Jeremias 17:9 NVI

Agora, vejamos o que Jesus diz e pensa:


“Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos. Não precisava que ninguém lhe desse
testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem.” João 2:24-25 NVI
“O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é Espírito.” João 3:6 NVI
“(...) estáveis sem Cristo, (...) não tendo esperança, e sem Deus no mundo” Efésios 2:12 ACF

Poderíamos multiplicar as informações, mas não é necessário. As aqui mencionadas bastam para
provar que a natureza humana está totalmente perdida, afastada de Deus, sem força, e que o
homem é culpado, mau e inclinado continuamente ao mal.

• Como, pois, poderia reformar-se e menos ainda, transformar-se?


“Por ventura pode o etíope mudar a sua pele, e o leopardo suas manchas? Então podereis vós
fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal?” Jeremias 13:23 ACF
“Aquilo que é torto não se pode endireitar;” Eclesiastes 1:15 ARA

• O fato é que quanto mais detidamente examinamos a Palavra de Deus, mais perceberemos que
o método divino não consiste em arrumar uma coisa arruinada, mas em criar algo inteiramente
novo.
• E isto é precisamente o que acontece com a velha natureza do homem, Deus não se propõe em
melhora-la.
• A finalidade do Evangelho não é melhorar o homem, como se colocasse um remendo na sua
veste velha e desgastada, mas de prover-lhe de um (homem) inteiramente novo.

 14
As ordenanças não surtiram efeito algum nele e Deus foi totalmente excluído.
O Evangelho, pelo contrário, nos mostra a Cristo magnificando a lei e fazendo-a honorável; revela-
nos a Cristo morrendo na cruz e cravando ali as ordenanças que nos eram contrárias. Apresenta a
Cristo levantado do túmulo e ocupando Seu lugar, como vencedor, à destra da Majestade nas alturas,
e finalmente declara que todos os que creem em Seu nome são participantes da Sua própria vida de
ressureição e são “UM” com o Senhor ressuscitado.
Leia cuidadosamente as seguintes passagens: João 20:31; Atos 13:39; Romanos 6:4-11; Efésios 2:1-6;
Efésios 3:13-18; Colossenses 2:10-15.

Tudo foi alcançado n’Ele, por Ele e para Ele.

É de extrema importância ter um conhecimento claro e sólido deste assunto, porque se cremos que
o novo nascimento consiste em uma mudança operada na velha natureza de forma progressiva, a
consequência será que permaneceremos com ansiedade, dúvidas e temores, tristes e abatidos, até
comprovarmos desiludidos que a carne sempre será carne.
Nenhuma influência nem operação do Espírito Santo pode, jamais, fazer que a carne seja espiritual.
“O que nasce da carne é carne” (João 3:6 NVI), e nunca poderá ser outra coisa além de carne.
E “toda carne é como a erva (...)” (1 Pedro 1:24 ARA), e como a erva, seca.
A escritura apresenta a carne não como algo que tem que ser melhorado, mas como algo que Deus
considera morta e que nos exorta a “fazer morrer” (Romanos 8:13), “subjugá-la e negá-la em todos
seus desejos” (Gálatas 5:24).

“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne,


com as suas paixões e os seus desejos.” Gálatas 5:24 NVI

Aqui não diz que os que são de Cristo tratam de melhorar-se e melhorar sua carne, mas que
a crucificaram. E como podem realizá-lo?
• Pelo poder do Espírito Santo, o qual atua não sobre a velha natureza, mas na nova, capacitando-
os para banir ao velho homem onde a cruz o tem colocado, no lugar da morte.
Deus não espera nada da carne, pois a considera morta e nós devemos fazer o mesmo. Ele a tem
colocado fora do alcance dos seus olhos, e assim devemos mantê-la também.
Para Deus a carne não existe, Ele não a reconhece, e nós não devemos permitir que ela se
manifeste.

DEUS SÓ ESPERA NO FILHO, PELO FILHO E PARA SEU FILHO


(João 14:21; 2 Coríntios 4:10-11; Colossenses 3:4)

“Aqueles que têm os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será
amada de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21 ACF

Certamente possuímos uma alma, mas Deus nos concede o privilégio de considerá-la morta e de
tratá-la como tal. Sua declaração conclusiva é:

“Assim também vós, considerai-vos como mortos para o pecado,


mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Romanos 6:11 ARC

 15
• Grande alívio para o coração que tem lutado por anos, tratando em vão de melhorar sua natureza.
• Também é um grande alívio para a consciência, que tem estado buscando o fundamento da paz
sobre uma reforma gradativa de algo que é totalmente irreparável.
• Por último, também é um alívio, para toda alma que por anos tem buscado veementemente a
santidade, crendo que pode melhorar a carne, e contrariamente comprova que como sempre,
segue odiando a santidade, mas amando o pecado.

É de inestimável valor e importância que estas almas compreendam a verdadeira natureza da


regeneração. Só os que têm passado por esta terrível experiência sabem a profunda e amarga
decepção que sente uma pessoa que traz anos de luta esperando em vão uma mudança na sua
natureza e acaba comprovando que a carne é sempre a carne. Mas a sua angústia e desilusão se
converte em paz e alegria ao saber que Deus não espera que aquela melhore, pois a considera morta,
mas a nós, nos vê vivos em Cristo, como uma só coisa com Ele, havendo-nos feito aceitos n’Ele para
sempre. Uma clara e plena compreensão desta verdade dará lugar à divina emancipação da
consciência e a verdadeira elevação de todo o ser moral.
Claramente vemos, pois que:
• A regeneração é um novo nascimento;
• A comunicação de uma nova vida;
• A implantação de uma nova natureza;
• A formação de um novo homem.

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo,
vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.”
Romanos 8:13-14 ACF

DE ESTAR MORTO ESPIRITUALMENTE EM DELITOS E PECADOS PARA MATAR UMA ALMA LIGADA
AO TERRENAL
“Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo
está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas
terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo,
que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória. Assim,
façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão,
desejos maus e a ganância, que é idolatria.” Colossenses 3:1-5 NVI

1. “Portanto”: a conexão com o capítulo 2:18, 23, é que ele tinha condenado a “mente carnal ARA” e
“a satisfação da carne ACF”; em contraste com isto, agora diz: “se vocês de uma vez para sempre
ressuscitaram com Cristo” (quer dizer, em sua conversão e batismo, Romanos 6:4),
2. “procurem as coisas que são do alto”: (Mateus 6:33; Filipenses 3:20)
Outra tradução seria: “mantenham o pensamento (a mente) nas coisas de cima, não nas da terra”,
(leia Colossenses 2:20), um contraste com “só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3:19 ACF).
Qualquer coisa que convertemos em ídolo nos será uma cruz, se somos crentes, ou uma maldição,
se somos incrédulos.
3. “assentado”: Onde está Cristo? “fazendo-o assentar-se à sua direita (de Deus)” (Efésios 1:20 NVI).
Estando ressuscitada a Cabeça, os membros também estão ressuscitados com Ele. Onde está a
cabeça, ali tem que estar os membros. Há um contraste entre o estado anterior do crente, “vivo
para o mundo, mas morto para Deus”, e seu estado presente, “morto para o mundo, mas vivo para
Deus” e entre a morada terrena do incrédulo e a morada celestial do crente (1 Coríntios 15:47-48).

 16
Já estamos sentados ali no trono com Ele como nossa Cabeça, mais tarde Ele mesmo nos fará
sentar-se lá, como o doador da nossa sorte. Assim como disse Eliseu a Elias (2 Reis 2:2 ARA) quando
estava por subir: “Tão certo como vive o SENHOR e vive a tua alma, não te deixarei.”, assim nós temos
que seguir nosso “Salvador ascendido” nas asas da nossa meditação e nos carros do nosso
carinho. Devemos pisotear e subjugar nossa concupiscência para que nossa conversa
corresponda à condição de nosso Salvador, que ali onde os olhos dos apóstolos tiveram que O
deixar, para lá sigam nossos pensamentos (Mateus 6:21; João 12:32).
De nós mesmos não podemos subir, mais do que uma barra de ferro se levanta da terra, mas o
amor de Cristo é um poderoso imã que nos levanta (Efésios 2:5-6). A tentativa do evangelho não é
meramente o de dar regras, mas principalmente de proporcionar motivos sobre a santidade.
4. “Pois vocês morreram”: o aoristo (indefinido) grego dá a entender, “pois vocês morreram de uma
vez para sempre” (Colossenses 2:12; Romanos 6:4-7).
Não se diz: “você tem que morrer praticamente para o mundo, a fim de se tornar morto com Cristo,
mas se supõe que a morte com Cristo se realizou de uma vez para sempre na regeneração”.
O que se diz aos crentes é: “desenvolva esta vida espiritual na prática”. “Ninguém deseja a vida eterna,
incorruptível e imortal, se não está cansado desta vida temporal, corruptível e mortal” [Agustin].
5. “Sua vida está escondida”: (Salmo 83:3) Como uma semente escondida na terra; vemos em
Romanos 6:5 ACF “plantados”. Veja Mateus 13:33 ARA, “semelhante ao fermento que (...) e escondeu”.
Assim como a glória, Cristo está escondido para o mundo, também a glória da vida íntima de
crentes, procedendo da comunhão com Ele, está escondida com Cristo em Deus; mas (v. 4) quando
Cristo, a fonte desta vida, se manifesta, então será manifestada a glória escondida, e
corresponderá em aparência com seu original [Neander].
A comunhão secreta do cristão com Deus agora se manifestará às vezes sem que ele o deseje
(Mateus 5:14 e 5:16), mas sua manifestação completa será na manifestação de Cristo (Mateus 13:43;
Romanos 8:19-23). “(...) ainda não se manifestou o que haveremos de ser” (1 João 3:2; 1 Pedro 1:7).
6. “em Deus”, para quem ascendeu Cristo.

Nossa “vida” está “guardada” para nós em Deus (Colossenses 3:3), e está segura
pelo decreto daquele que é invisível ao mundo (2 Timóteo 4:8).

7. “Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado” (leia João 11:25; 14:6 e 14:19), “então vocês
também serão manifestados com ele em glória.” (1 Pedro 4:13). A vida espiritual que agora nossa
alma tem nele, será estendida ao nosso corpo (Romanos 8:11).
“então”, e não “até lá, até que”; aqueles que pretendem encontrar uma igreja perfeita antes de
“então” estão enganados. A verdadeira Igreja agora é militante. A verdadeira Igreja será visível
como Igreja perfeita e reinante quando Cristo for manifestado.
8. “façam morrer” (gr.: fazei cadáver de, matai) “tudo”: continue até sua consequência necessária e
lógica, o fato de que “vocês morreram de uma vez para sempre” espiritualmente em sua conversão,
diariamente “fazendo morrer seus membros”. “Os membros” a serem mortos são os instrumentos
carnais de lascívia, logo, os membros do corpo são abusados para tais propósitos.

A morte para uma vida sensorial é a antessala da manifestação do FILHO.

 17
ATIVIDADES

1) Qual é o batismo em Cristo? Refere-se a batismo em água?

2) Se o homem não pôde ser arrumado (corrigido), qual (foi) é a decisão de Deus?

3) Qual o objetivo que Deus procura com nossa morte na cruz?

 18
Lição 5: Sepultura

“Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo
foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova”.
Romanos 6:4 NVI
“(...) sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que
o ressuscitou dentre os mortos.” Colossenses 2:12 NVI

Aqui nos encontramos diante de um mistério que Paulo repete nas suas cartas em duas ocasiões.

Entendemos três dimensões da revelação da sepultura com Ele.

SEPULTADOS (JUNTAMENTE) COM ELE – ESCONDIDOS NELE


Como escreve Thayer em seu Léxico Grego: “a sepultura no batismo tem a ver com ser coparticipante
do seu sofrimento, e isto a pedido dos próprios discípulos, João e Tiago”.

“Disse-lhes Jesus: vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu vou
beber? Podemos! Responderam eles. Jesus lhes disse. Certamente vocês beberão do meu cálice; mas o
assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem
àqueles para quem foram preparados por meu Pai”. Mateus 20:22-23 NVI (ver contexto)

O mundo espiritual já não pode ver-me porque agora estou escondido com Ele, NELE.

SEPULTADOS (JUNTAMENTE) COM ELE – TIRADOS DE VISTA


Em uma sociedade exibicionista como a que nós vivemos hoje, esta mensagem é a mais antipopular
que se pode imaginar.

SEPULTADOS (JUNTAMENTE) COM ELE – ASSIMILADOS COM ELE


A expressão grega que se usa aqui se refere a ser assimilados uns com os outros. É a mesma palavra
que se usa no enxerto da videira (em cunha no pé).

• Quando se fazem enxertos de videiras no pé, após enxertar, há o vendar; em algumas culturas
esta venda se chama “mortalha”. Cobre-as com palha ou mais atualmente com um polímero
flexível para ocultar (proteger) essa zona da luz solar direta. Desta maneira o enxerto vai se
“assimilando” ao tronco original até tornar-se uma só planta.

“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se
não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.”
João 15:4 NVI

Viver no Espírito é ser assimilado à vida que habita em nós.

 19
TEMPO DE ESPERA DO FILHO (de teknon para huios)
• A criança permanecia com a mãe até ser desmamada. E foi com sua mãe e avó que Timóteo
recebeu o discipulado mais importante, que mais tarde o tornou colaborador na tarefa apostólica
de Paulo.
“(...) trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua vó Lóide,
e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. 2 Timóteo 1:5 ACF
• A criança era colocada debaixo de tutores que lhe ensinavam artes, ciência e ética para servir nos
negócios do pai até o tempo assinalado por este.
• A criança deixava de ser considerada criança, quando o pai, em uma reunião da família e amigos,
reconhecia a “graduação” do filho com esta frase: “Este é meu filho amado, em quem tenho
prazer”.

TEMPO DE ESPERA DO GUERREIRO


• Nenhum homem podia sair para guerra até ser considerado maduro.
• Era tempo de espera, mas também de treinamento.

TEMPO DE ESPERA DO DESPOSADO


• O pai do varão procurava a futura esposa.
• O pai negociava o preço do dote.
• Ele fechava o acordo nupcial, ficando os filhos prometidos até o casamento.
• O casamento se celebrava para reconhecer a maturidade de ambos prometidos e sua conduta de
pureza até o mesmo (casamento).

Estamos sendo assimilados pela videira verdadeira,


A vida de Cristo é nossa vida. A luz de Cristo é nossa luz,
A glória de Cristo é a nossa glória.

ATIVIDADES

1) Em que (três) sentidos fomos sepultados juntamente com Ele?

2) Explique brevemente como ser enxertado na verdadeira videira tem a ver com ser sepultado
juntamente com Cristo.

3) O que é viver no Espírito

 20
Lição 6: Enraizados e alicerçados em Cristo

“Meus irmãos, fui informado por alguns da casa de Cloe de que há contendas entre vocês.”
1 Coríntios 1:11 NVI
“Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos,
senti que era necessário escrever-lhes insistindo que contendais ardentemente pela fé uma vez por
todas confiada aos santos.” Judas 1:3 NVI

À primeira vista parece que as duas expressões significam o mesmo, mas não é assim. A primeira
era “lutar, disputar, estar contra, impor uma opinião”. Enquanto que Judas se refere a manter-se
constantemente reunidos para estar firmes.

O ato de contender na fé, não significa ir contra ela,


mas manter-se firme na substância que é Cristo.

Voltemos à passagem de Judas:

“Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos,
senti que era necessário escrever-lhes insistindo que contendais ardentemente pela fé uma vez por
todas confiada aos santos. Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito
tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e convertem a graça de
nosso Deus ¹ em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor ².”
Judas 1:3-4 NVI

Esta é a fé do Filho de Deus, que produz:


• Desfrutar da sua graça¹.
• E viver debaixo do seu Senhorio².

Portanto somos chamados a contender pela fé para que ninguém nos tire o desfrutar da sua
graça. Que ninguém nos tire de debaixo do Senhorio de Cristo sobre nós.

“Não que tenhamos domínio sobre a sua fé (Não é que queiramos ter controle sobre vossa fé), mas
cooperamos com vocês para que tenham alegria, pois é pela fé que vocês permanecem firmes”.
2 Coríntios 1:24 NVI

Pela fé nos gloriamos na tribulação:

“E não somente isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz
paciência; e a paciência, caráter aprovado (evidências); e o caráter aprovado, esperança;”
Romanos 5:3-4 RVP

Nos gloriamos na tribulação porque Deus faz que todas as coisas trabalhem juntas para nosso
bem, para que sejamos conformados à imagem de seu filho, pois “todas as coisas cooperam para
o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28 ARA).

A tribulação é o instrumento onde a pessoa de Cristo se forma em nós.

 21
Estamos em um tempo de desfrutar.
• Desfrutar significa: separar o fruto, tirar a fruta, ou se alegrar do produto de algo.
“Fruto é o resultado de algum trabalho ou algum investimento”.
• Somente se desfruta quando vemos o resultado do que produzimos.
• Desfrutar não pode ser simplesmente prazer, desfrutar tem a ver com entender que Deus está
trabalhando em mim para que eu produza frutos para a glória do Seu Nome. Por essa razão, tudo
o que acontece em minha vida conforme a vontade de Deus, é para produzir frutos de
justiça.

Há uma diferença entre prazer e desfrutar:


Prazer não tem a ver com produzir frutos. Algumas pessoas pensam que Deus é um prazer, mas
Deus não está dando prazer simplesmente por nos dar algo; o ponto é que Deus não trabalha com
prazer, mas com desfrutar. Teremos que migrar da palavra prazer para desfrutar, pois prazer sem
dar frutos ainda é algo estéril.
Deus não está fazendo nada em nós PARA QUE NÓS SINTAMOS PRAZER, Ele está trabalhando em
nós para que demos frutos.

Nós crentes temos que aprender que tudo o que Deus faz conosco,
é por que Ele quer produzir algo em nós.

Vejamos agora a atitude do apóstolo Paulo a respeito desses assuntos:


“Deus é minha testemunha de como amo a todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus. Esta
é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a
percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo,
cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Quero que saibam, irmãos, que aquilo que me aconteceu tem antes servido para o progresso do
evangelho. Como resultado, tornou-se evidente a toda a guarda do palácio e a todos os demais que
estou na prisão por causa de Cristo. E a maioria dos irmãos, motivados no Senhor pela minha prisão,
estão anunciando a palavra com maior determinação e destemor.” Filipenses 1:8-14 NVI

1. Nosso maior anseio e esperança é que “Cristo seja magnificado em meu corpo”.
“(...) conforme o meu anseio e esperança de que em nada serei envergonhado; antes bem com toda
confiança, como sempre, agora também Cristo será magnificado em meu corpo, ou por vida ou
por morte”. Filipenses 1:20 RVP

2. Não se pode intimidar a alguém que está sempre pronto para morrer.
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” Filipenses 1:21 ACF

3. Passando dos desejos pessoais para o que é verdadeiramente necessário.


“Mas se o viver na carne resulta para mim em benefício da obra, não sei então o que escolher.
Porque de ambas as coisas estou posto em estreito, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o
qual é muitíssimo melhor, Mas ficar na carne é mais necessário por causa de vocês. E confiando
nisso, sei que ficarei, que ainda permanecerei com todos vocês, para vosso proveito e alegria na
fé, para que abundeis vossa glória de mim em Cristo Jesus por minha presença outra vez entre
vocês.” Filipenses 1:22-26 RVP

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Pedro no monte da transfiguração (Mateus 17) desejou construir três tendas, porque diante dele
estavam as três pessoas mais significativas para sua vida. Não podia fazer menos que reconhecer
àquele cujo semblante e vestes se transfiguraram diante de seus olhos, mas não queria deixar a
lei e os profetas. De fato, queria fazer “um combo” dos três.
Mas a voz do Pai ressoou: “A Ele ouvi”. Para Pedro, não lhe restou outra coisa a não ser reconhecer
nesse dia, ou talvez alguns anos mais tarde, que não eram seus desejos nacionalistas e nem tão
pouco religiosos o que seriam satisfeitos, mas a vontade e substância de UM.

Deixemos a falsa segurança que nos produzem as tradições


e a teologia sistemática, para permanecermos somente em Cristo.

4. Que toda renúncia sirva para ver uma geração que honre o evangelho de Cristo.
“Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo,
para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu
sabendo que vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica,
sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é
sinal de destruição, mas para vocês de salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocês foi dado o
privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, já que estão passando
pelo mesmo combate que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento.”
Filipenses 1:27-30 NVI

5. O Senhor nos revelou que em tempo de tribulação, necessitamos somente de uma coisa:
QUE NOSSA FÉ NÃO NOS FALTE, PARA ESTARMOS FIRMES E CONFIRMAR A OUTROS.
“Disse também o Senhor: Simão, Simão, Satanás os pediu para peneirá-los como o trigo; mas eu
roguei por você, para que tua fé não falte; e você; uma vez convertido, confirme seus irmãos”.
Lucas 22:31-32

Ele, que tinha todo poder para repreender a Satanás e a todas suas forças, com uma só palavra,
não o fez. Por três anos e meio esteve com seus discípulos, preparando-os para este dia.

Que Ele interceda por nós, não significa que não seremos peneirados.
(Romanos 8:34)

6. Entendendo o padecimento (sofrimento) a partir da mente de Cristo.


“Sede sóbrios e vigiai; porque vosso adversário, o diabo, como leão ruge, anda ao derredor
buscando a quem devorar; ao qual resistais firmes na fé, sabendo que os mesmos padecimentos
se vão cumprindo em vossos irmãos em todo o mundo. Mas o Deus de toda graça, que nos
chamou a sua glória eterna em Jesus Cristo, depois que haveis sofrido por pouco tempo, Ele
mesmo os aperfeiçoe, afirme, fortaleça e estabeleça”. 1 Pedro 5:8-10 RVP

Como Igreja crucificada e espiritual, temos saído da síndrome de Elias que pensava que somente
ele passava sofrimentos e permanecia fiel.
Estes padecimentos (sofrimentos) vão se cumprindo em nossos irmãos em todo o mundo e,
orando, nos lembramos de nossos irmãos em países com perseguição violenta (também
conhecida como “igreja perseguida”), que tem tanto para ensinar à igreja ocidental quanto a como
viver uma vida crucificada, manifestando a Cristo a cada dia nas dificuldades e com um coração
livre da vitimização almática.
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“(...) e, assim, enviamos Timóteo, nosso irmão e cooperador de Deus no evangelho de Cristo, para
fortalecê-los e dar-lhes ânimo na fé, para que ninguém seja abalado por essas tribulações. Vocês
sabem muito bem que fomos designados para isso. Quando estávamos com vocês, já lhes
dizíamos que seríamos perseguidos, o que realmente aconteceu, como vocês sabem. Por essa
razão, não suportando mais, enviei Timóteo para saber a respeito da fé que vocês têm, a fim de
que o tentador não os seduzisse, tornando inútil o nosso esforço. Agora, porém, Timóteo acaba de
chegar da parte de vocês, dando-nos boas notícias a respeito da fé e do amor que vocês têm. Ele
nos falou que vocês sempre guardam boas recordações de nós, desejando ver-nos, assim como nós
queremos vê-los. Por isso, irmãos, em toda a nossa necessidade e tribulação temos bom ânimo a
seu respeito, por sabermos da sua fé; pois agora vivemos, visto que vocês estão firmes no Senhor.”
1 Tessalonicenses 3:2-8 NVI

A preocupação que deixou o apóstolo impaciente, não era provocada pelas tentações pecaminosas
morais. O que mais inquietava a Paulo era a tentação de abandonar a fé devido às tribulações
(comparar v. 5 e 7).
Então podemos entender que a fé em nós provoca DUAS COISAS ESSENCIAIS, as quais geram uma
terceira como fruto:
• Fé para agradar a Deus.
“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que
recompensa aqueles que o buscam.” Hebreus 11:6 NVI
• Fé para vencer o mundo.
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa
fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”
1 João 5:4-5 ACF
• E como recompensa final de toda uma vida entregue à vida de Cristo, “9 (...) a salvação das suas
almas.” (1 Pedro 1:3-9 NVI).

ATIVIDADES

1) O que significa “contender” no livro de Judas 1:3?

2) Qual a diferença entre prazer e disfrutar? Como Deus trabalha?

3) O que o Senhor nos revelou que precisamos para os tempos de tribulação?

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Seção 3 : Ressurreição e Nova Vida

“Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá;
e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?”” João 11:25-26 NVI

O que revive é igual ao que morreu.


O que ressuscita é completamente NOVO.

O que reviveu morrerá eventualmente.


O que ressuscitou não morrerá eternamente.

Nota: os argumentos históricos a favor da ressurreição de Cristo são substanciais e tem persuadido
a muitos céticos que começaram a examinar a evidência com o propósito de demonstrar que a
ressurreição não aconteceu.
O relato mais conhecido de tal mudança do ceticismo à crença é de Frank Morrison, “Quem moveu a
pedra?” Editorial Caribe; um livrinho amplamente usado que resume os argumentos e J. N. D.
Anderson, “Evidências da Ressurreição”, Intervarsity Press, London and Downers Grove, IL, 1966
(tanto Morrison como Anderson eram advogados de profissão).
Apresentações mais recentes e detalhadas se encontram em:
- William Lane Craig, The Son Rises: The Historical Evidence for the Resurrection of Jesus – “O filho
se ergue: a evidência histórica da ressurreição de Jesus”, Moody;
- Gary Habermas and Anthony Flew, Did Jesus Rise from the Dead? The Resurrection Debate –
“Jesus levantou-se da morte? O debate da ressurreição”, ed. Terry L. Miethe, Harper and Row;
- Gary Habermas, Resurrection of Christ – “Ressurreição de Cristo”, ed. EDT, pp. 938-41.
Uma compilação extensa dos argumentos e citações de eruditos reconhecidos que afirmam a
esmagadora confiabilidade da evidência a favor da ressurreição de Cristo se encontra em Josh
McDowell, “Evidências que exigem um veredito”, Editorial Vida, San Bernardino, CA, 1982.

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Lição 7: O poder da Ressurreição

“(...) Deus (...) nos regenerou (nos fez renascer) para uma esperança viva,
por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, (...) 1 Pedro 1:3 NVI

1 Coríntios 15:35-38 – para os que morrem “em Cristo” e são levantados “em Cristo”, as perspectivas
são magnificamente boas.
Deus fez dessa terra um lugar de esplendor e beleza. Fez com que a experiência humana estivesse
cheia de riqueza em termos de amor, vida familiar, trabalho e conquistas. A beleza ia ser testemunho
não somente na natureza, mas também na arte, música, literatura, dança e teatro, etc.
Deus, que tem proporcionado tanto nesta vida, tem prometido que os que o amam experimentarão
uma bondade ainda maior na próxima. O que mais poderemos pedir?
Entendemos todo o seguinte no contexto de que sim, Jesus Cristo o experimentou e expressou em
seu corpo ressuscitado; para Paulo esta não é somente uma prova de nossa futura ressurreição, mas
também uma figura de nosso estilo de nova vida.
Para Jesus, a evidência de nossa futura ressurreição era Sua ressurreição (João 11:25) de dentre os
mortos, ainda que nos deixe vislumbrar uma mensagem, uma esperança, uma vida no poder da
ressurreição.

NA PRÓXIMA VIDA NÃO HAVERÁ MAIS LÁGRIMAS, DOR E TRISTEZA

“Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com
os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele
enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois
a antiga ordem já passou". Apocalipse 21:3-4 NVI

Mas ao perder nossas dores, sofrimentos, etc., não perderemos a nós mesmos. O “núcleo”
continuará, e Deus finalmente lhe dará uma nova “carcaça”. Em algum momento o núcleo e a
carcaça, a alma e o corpo, se reunirão de novo na ressurreição.
O corpo ressuscitado será muito superior aos nossos presentes corpos. Nossos corpos não serão
sombrios e fantasmagóricos, não existiremos em uma espécie de mundo crepuscular. Não, pelo
contrário, a vida será ainda mais gloriosa, maravilhosa e real. Em termos de poder e habilidade,
esplendor e beleza, capacidade e conquista, nossos presentes corpos são uma pálida sombra do que
está por vir. Não haverá dor, sofrimento, enfermidade ou decadência!

Que tipo de corpo de ressurreição teremos?


Isto é mais bem respondido olhando o corpo de Jesus entre sua ressurreição e ascensão.
O que viram as testemunhas oculares de Jesus ressuscitado?
Era o mesmo ou diferente? Se era diferente, mas de que forma?

 26
A aparência de Jesus provavelmente mudou de alguma maneira, porque nem sempre foi reconhecido
imediatamente em cada ocasião.
• No jardim, Maria pensou que era o jardineiro (João 20:15).
• Os discípulos, no caminho de Emaús, não O reconheceram por algum tempo (Lucas 24:30-31).
• Com a ocasião da pesca milagrosa de peixes, os discípulos não O reconheceram imediatamente.
(João 21:1-2).

Não somente foi provável que seu aspecto era de alguma maneira diferente, mas que Suas
propriedades físicas foram certamente muito diferentes.
Em nenhum sentido Ele era um “fantasma” desencarnado, pois podia ser tocado, manuseado, tinha
carne e ossos, e podia comer (Lucas 24:36-43; João 20:19-21, 24-28).
• No entanto, podia passar através das portas fechadas nas casas (João 20:19).
• Podia aparecer em diferentes lugares a muitos quilômetros de distância sem nenhum meio
aparente de transporte.
• Podia desaparecer por completo da visão (Lucas 24:31, Atos 9:9).

O (corpo) ressuscitado de Jesus (o “glorificado”) obviamente não estava limitado pelo tempo e
espaço como o nosso. Antes de sua morte, seu corpo era “normal” como o de qualquer outro, comeu,
dormiu e se sentiu faminto e cansado. Viajava, a pé, em um burro, em barcos, etc., no entanto, seu
corpo glorificado era um corpo real, ainda que muito diferente.
Ainda que seu corpo glorificado tivesse carne e ossos (Lucas 24:39), é possível que não tivesse
sangue.
• “Porque a vida (...) está no sangue” (Levítico 17:11 ACF - Gênesis 9:4).
• “(..) o sangue é a vida;” (Deuteronômio 12:23 ARA).
• “(...) a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, (...)” (1 Coríntios 15:50 ARA).

Jesus havia derramado Seu Sangue, Sua Vida “física” (“corporal”) na Cruz.
Seu corpo ressuscitado estava claramente relacionado com seu corpo terrenal antes da morte, mas
não era idêntico a Ele. Obviamente havia uma continuidade da “vida essencial”, mas no processo da
ressurreição, Seu corpo havia sofrido uma mudança. Era o mesmo, porém diferente.
O importante a relembrar é que ainda que Sua aparência física externa possa ter mudado em algo,
ainda que as propriedades físicas eram muito diferentes, Jesus era a mesma pessoa.
Agora, era capaz de expressar a Si mesmo através de um novo “veículo”, já não sujeito às limitações
do tempo e espaço. Seu novo corpo foi desenhado para viver, mas em um ambiente espiritual.
Jesus apareceu nesta terra depois de Sua ressurreição por seis semanas, mas seu novo corpo
espiritual já não estava em casa neste mundo.

 27
AGORA – NELE CONSUMADO
A ressurreição, na qual fomos incluídos em Cristo, opera em nós com esse mesmo poder em uma
dimensão poderosa e transcendente.
Vejamos o que ela produziu em nós:

RESSUSCITADOS EM CRISTO E REGENERADOS EM CRISTO

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos
fez renascer para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada
nos céus para vocês (...)”. 1 Pedro 1:3-4 NVI

Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, tinha uma nova qualidade de vida, uma “vida de
ressurreição” em um corpo e espírito humano, perfeitamente apropriado para comunhão e
obediência eterna a Deus. Em Sua ressurreição, Cristo obteve para nós uma nova vida como a Sua.
Nosso corpo segue sujeito às fraquezas, envelhecimento e morte, mas ao mesmo tempo, do nosso
espírito flui o poder da regeneração (renascer).

A substância que flui do Cristo Ressuscitado em nós e


nós n’Ele, produz o novo nascimento.

“Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos,


tornando-me como ele em sua morte (...)” Filipenses 3:10 NVI

Paulo diz que sua meta na vida é: “experimentar o grande poder que o ressuscitou.” (Filipenses 3:10 NVT).
• O poder da ressurreição provoca a regeneração.
• A ressurreição na qual fomos incluídos nos dá poder para servir e obedecer a Deus.
• Paulo instiga e exorta os Efésios a crescer na revelação, sabedoria e no entendimento deste poder.
“(...) para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria
e de revelação no pleno conhecimento dele, sendo iluminados os olhos do vosso coração
(entendimento), para saberdes vós qual é a esperança da sua vocação, qual a riqueza da glória da
sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos,
segundo a operação da força do seu poder, que operou ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os
mortos, e fazendo-o sentar-se à sua mão direita nos lugares celestes, (...)” Efésios 1:17-20 TB

- A revelação provoca que possamos usufruir e desfrutar desse poder que está trabalhando, mas
ao mesmo tempo está latente (oculta, que não se manifesta) na vida de todo santo.
- A falta de revelação quanto ao poder da ressurreição tem nos mantido presos a sermos
reativos, ao invés de sermos proativos.
▪ Uma igreja reativa move-se sensorialmente esperando quando tem que atuar.
▪ Uma igreja proativa no poder da ressurreição, vai marchando no plano de Deus sem esperar
que as coisas ou circunstâncias se acomodem, mas provocando a manifestação da sua
natureza nos âmbitos (locais) onde tem sido comissionada.

 28
• Este novo poder de ressurreição “em nós” inclui poder para ter mais e mais vitórias sobre o
pecado:
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.”
Romanos 6:14 ARA (comparar 1 Coríntios 15:17)

• Foi depois de sua ressurreição que Jesus prometeu a Seus discípulos:


“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.” Atos 1:8 NVI

- O poder do ressuscitado está no fato de que já não temos uma vida passada, temos uma
história, mas o passado já não nos condiciona.
- O ressuscitado vive a plenitude da liberdade de quem recebeu uma NOVA VIDA.

RESSUSCITADOS EM CRISTO E JUSTIFICADOS EM CRISTO

“(...) o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa
justificação.” Romanos 4:25 ARA

Paulo conecta explicitamente a ressurreição de Cristo com nossa justificação, ou seja, a recepção da
declaração de que já não somos culpados, mas justos diante de Deus.
• Quando Cristo ressuscitou, essa foi a declaração de Deus, que aprovava a obra redentora de
Cristo.
• Não restou pena a pagar pelo pecado, nem tão pouco a ira de Deus para carregar, nem mais culpa
ou culpabilidade para castigar.
• Na ressurreição, Deus estava dizendo a Cristo: “Aprovo o que você fez e você encontrou favor
diante dos meus olhos”.
• Isto explica por que Paulo pôde dizer que Cristo foi “(...) ressuscitado para nossa justificação.”
(Romanos 4:25 NVI). Se Deus “(...) e nos ressuscitou juntamente com ele (...)” (Efésios 2:6 ACF), então,
em virtude da nossa união com Cristo, a declaração de Deus de aprovação de Cristo é também a
declaração de “Sua aprovação para nós”.

Então a ressurreição de Jesus Cristo torna-se


a prova definitiva da nossa justificação.

RESSUSCITADOS EM CRISTO E A PLENITUDE DA RESSURREIÇÃO


“Está escrito: "Cri, por isso falei". Com esse mesmo espírito de fé nós também cremos e, por isso,
falamos, porque sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também
nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará com vocês.” 2 Coríntios 4:13-14 NVI
• No Novo Pacto várias vezes se conectam a ressurreição de Jesus Cristo com a nossa ressurreição.
Ao chamar a Cristo, “primícias” (1 Coríntios 15:20 gr. aparche), Paulo usa uma metáfora da
agricultura para indicar que somos/seremos como Cristo. Assim como as “primícias” ou os
primeiros sinais da colheita madura indicam que o resto da semeadura será como os sinais, Cristo
como “primícias”, mostra o que os nossos corpos ressuscitados serão quando, na “colheita” final
de Deus, Ele nos ressuscite dentre os mortos e no leve à Sua presença.

 29
• Sempre que lemos a primeira carta aos Coríntios temos que relembrar que era “leite” e não
“alimento sólido”. Paulo quer que vejamos o fim, para depois entendermos o processo.
• Vivemos a substância da declaração de Cristo: “Está consumado!” (João 19:30). Tudo o que tem
que ser, já é!
- Estamos em uma transformação: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.” (Romanos 12:2 ARA).
- Até que chegue a transformação: “Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas
todos seremos transformados, (...)” (1 Coríntios 15:51 NVI).

• A trombeta foi ouvida… estamos no ressuscitado. A intensidade na qual viveremos o poder do


ressuscitado, na ressurreição e para a ressurreição, dependerá do quanto a Graça e a Verdade
operem em nós o poder da regeneração que foi dado no poder da ressurreição
(comparar 1 Pedro 1:3 e 1 Pedro 1:23).

• Comparemos estes versículos no mesmo capítulo: 1 Pedro 1.

"Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus


“Sendo de novo gerados (renascidos), não de
Cristo, que segundo sua grande misericórdia
semente corruptível, mas da incorruptível, pela
nos regenerou (nos fez renascer) para uma viva
palavra de Deus, viva, e que permanece para
esperança, mediante a ressurreição de Jesus
sempre.” 1 Pedro 1:23 ACF
Cristo dentre os mortos, (...)" 1 Pedro 1:3 ARA

- Precisamos aprender a viver na tensão do CONSUMADO (comparar Romanos 6:2-6 e


1 Coríntios 15:22-26).
- Estamos desfrutando da ressurreição indo para a plenitude de seu cumprimento.
- Viver pela fé é viver a plenitude da ressurreição AGORA.

RESSUSCITADOS EM CRISTO COMO ESTILO DE VIDA

Obediência a Deus.

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” 1 Coríntios 15:58 ARA

Paulo conclui o capítulo 15 sobre a ressurreição com esta exortação e declaração, ou seja, tudo o que
fazemos tem ressonância e efeito na eternidade.

Nos faz focar no processo e na meta.


A ressurreição é um processo que começou e não se deterá até expressar por completo a glória do
Filho.

‘E, se Cristo não ressuscitou (e se não há ressurreição), a fé que vocês têm é inútil e vocês ainda estão
sob condenação dos seus pecados; nesse caso, todas as pessoas que já morreram em Cristo estão
perdidas! E, se o fato de sermos servos de Cristo só nos traz esperança para esta vida, então somos os
mais infelizes de todos os homens.” 1 Coríntios 15:17-19 NBV (cf. v. 32)

A semente caiu na terra, morreu e já se começa a ver a planta crescendo até que se torne uma grande
árvore (Mateus 13:31-32).

 30
DEIXAR DE NOS SUBMETER AO PECADO
Somos chamados a considerar-nos “(...) mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. NVI”
em virtude da ressurreição de Cristo e Seu poder de ressurreição em nós (Romanos 6:11); ele
imediatamente continua a dizer:

“Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, (...) fazendo que
vocês obedeçam aos seus desejos. (...) Não ofereçam os membros dos seus corpos ao pecado, (...)”
Romanos 6:12-13 NVI

Paulo usa a verdade de que temos este novo poder de ressurreição sobre o domínio do pecado em
nossa vida, como razão para nos exortar a não pecar.

ATIVIDADES

1) A ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo é evidência do quê?

2) Além do novo nascimento, que outras coisas produzem o poder de ressurreição?

3) O que significa que Cristo seja as “primícias”?

 31
Lição 8: Uma Nova Vida, Nova Criação, Nova Criatura

NOVO COMO NATUREZA


Não falamos de algo que ficará velho com os dias, mas que é novo em termos que nunca foi criado
algo igual.
Nada se parece à nova natureza em Cristo que nos habita e nos possui.
Todas estas expressões: nova criatura, nova natureza, vida nova, nova criação, etc., não são outra
coisa que a tentativa apostólica de explicar algo que foge da biologia e das análises científicas.

É novo porque nunca existiu nada semelhante.

DEUS (E CRISTO) ESTÁ EM UM ESTADO ETERNO DE NOVO

"E Tu, oh Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são sombra das tuas mãos. Eles perecerão,
mas tu permaneces; e todos eles se envelhecerão como uma roupa, e como um vestido os envolverá,
e serão mudados; mas tu és o mesmo, e teus anos não acabarão". Hebreus 1:10-12 ACF

• Tudo o que pertence à primeira criação pertence à velha criação. Deus não se envelhece porque
é um eterno presente; Deus e Cristo não são novos em termos de tempo, mas de natureza; não
é novo segundo uma ordem cronológica.

• Deus não existe, Deus é!

Novo em Cristo é uma natureza, não um tempo determinado.

" Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre." Hebreus 13:8

• Não tem a ver com fazer, com expressões tais como: "Ele fez milagres ontem e hoje também os
fará", "Deus segue fazendo milagres como na Bíblia", etc. O Escritor aos Hebreus tem outra coisa
no espírito, ele está falando de SER.

• Ele é, e essa é a sua natureza.

“Dizendo Nova aliança (Novo Pacto), envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho,
e se envelhece, perto está de acabar." Hebreus 8:13 ACF

• Não é que o substitui, mas que é Sua natureza que se impõe.

• Estamos acostumados que no natural nada começa velho e se torna novo.

O Novo Pacto não substitui o Antigo Pacto, o Novo é anterior ao Antigo.

 32
“Mas digo isto: Que tendo sido a aliança (o pacto) anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei,
que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa. Porque, se a
herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a
Abraão. Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a
posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.”
Gálatas 3:17-19 ACF

• O Novo Pacto não é uma moda ou tema de atualidade revelacional, ele já havia sido estabelecido
430 anos antes que a Lei fosse acrescentada, em Abrão.
- Foi ratificado porque foi dado muito antes, desde a eternidade.

• A Lei é um complemento, e como todo complemento é temporal. Foi colocada por Deus para
"solucionar" as transgressões ATÉ que viesse a promessa.
- Nós os latinos temos um problema, cremos que os complementos são permanentes.
- A Lei não foi dada para que perdurasse, mas para que o homem tivesse consciência do pecado
(comparar Romanos 5:20 e Romanos 7:7).
• A Lei é boa e santa, mas no homem sem Cristo toda lei provoca seu desejo de rebelar-se.

• O complemento se envelheceu.
- Deus Pai "desapareceu" da cena dos países ocidentais porque o deram como velho. Essa é a
opinião da imagem que as pessoas fazem de Deus. Deus e Cristo não são velhos porque o que
se dá por velho está pronto a desaparecer. Deus é novo e permanece constantemente em um
estado de novo.

“E mudaram a glória do Deus incorruptível


em semelhança da imagem de homem corruptível, (...)”. Romanos 1:23 ACF

• O homem tem mostrado a Deus como ser um velho (corruptível).

• Não é inocente o tratamento que se dá a Deus, na maioria das esferas da sociedade é apresentado
como algo antigo, antiquado e até retrógrado.

• Tudo o que se envelhece está pronto a desaparecer (Hebreus 8:13).

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus,
viva, e que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem
como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor, mas a palavra do Senhor permanece para
sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” 1 Pedro 1:23-25 ACF

• Todo o corrupto se deteriora, se decompõe e desaparece.


- Como dizem: “se você pode toca-lo, você pode perde-lo”.
- A matéria está sujeita a corrupção.
- As coisas espirituais são eternas.
- O evangelho nos imparte a substância incorruptível da ressurreição (1 Pedro 1:3).

 33
• Tendo uma semente incorruptível, temos algo que não se deteriora, decompõe, nem desaparece,
mas que permanece para sempre.
- A semente foi sepultada para que toda a vida que estava nela nos alcançasse.
- Como uma semente se enterra e desaparece (morre) para que uma planta surja da terra, assim
é nosso Senhor.
- Fomos beneficiados com sua vida ressuscitada, com a substância que não se deteriora ou
corrompe. O QUE RESSUSCITOU, NÃO MORRE MAIS.
▪ Se Deus quer que algo morra e não volte, deixe-o!
▪ Que nosso ego não reviva o que Deus deu por morto.
▪ Mas o que ressuscitou em seu poder de ressurreição permaneça.
▪ Que nosso casamento, família e ministério se alimentem deste poder.
• Ser nascido é ter a semente de Deus que é Cristo.
• A semente, que é Cristo, permanece para sempre porque é eternamente nova.

Não tenho algo novo, tenho aquele que é novo.

ENTENDENDO O RENOVO E REVESTIMENTO

“E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado
em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu
próximo; porque somos membros uns dos outros.” Efésios 4:23-25 ACF
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo,
se renova de dia em dia.” 2 Coríntios 4:16 ACF

• O novo homem não é alguém que se converteu, é CRISTO em nós e nós em CRISTO.
• Não é que deixamos a mentira, é que Cristo em nós faz isso.

As obras para Deus não valem nada, mas a nova criação.

“Porque em Cristo Jesus de nada vale a circuncisão nem a incircuncisão,


mas o ser uma nova criatura.” Gálatas 6:15 ACF

• Podemos ver pessoas fazendo boas obras sem uma natureza regenerada, mas isso não vale nada.
• A única coisa que se contabiliza é a nova criação.
• Obediência é a expressão da natureza de Cristo.

 34
“(...) e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou;” Colossenses 3:10 ARA

• Revestido é “entrar em”. Não posso ser revestido de Cristo se não entro n’Ele.
• Renovo é voltar a um estado de novo.
• Vestir-se é a ação de entrar em uma roupa. Vestir-me é o mesmo que cobrir-me e ambas
significam entrar.
• Roupa e cobertura são a mesma palavra, por isso Deus vestiu Adão.

Muitos não querem cobertura por que não querem que Cristo seja formado dentro.
(Gálatas 4:19)

- Estar perto não é o mesmo que estar dentro.

• O que é estar revestido de Cristo?


- É voltar a estar dentro d’Ele como estive no princípio.
- Não nos foi pedido para mudar, mas para entrar; estando dentro, a substância nos muda e se
não nos deixamos mudar, somos vomitados.
- Estar renovado ou vestido significa permanecer dentro d’Ele.

EM CRISTO

“(...) a que fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo conhecido a nós o
mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que nele propôs para uma dispensação do
cumprimento dos tempos, para reunir todas as coisas em Cristo (dentro de), as que estão nos céus e as
que estão sobre a terra;” Efésios 1:8-10 TB

• Reunidos em Cristo dá a ideia de uma esfera onde todos devemos entrar e fazer entrar.
• Em Cristo significa colocado ou dentro de Cristo. É estar introduzido em um ambiente onde
tudo se torna novo.
- Por isso somente podemos ser UM se somos nascidos de novo.

• Não entra em Cristo quem quer, mas quem o Pai decide. (comparar Atos 2:47 e 1 Coríntios 1:30)

“E perseverando de comum acordo todos os


dias no templo, e partindo o pão em casa,
“É, porém, por iniciativa dele que vocês estão
comiam com alegria e simplicidade de coração,
em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de
louvando a Deus e contando com o favor de
Deus para nós, isto é, justiça, santidade e
todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a
redenção, (...)”1 Coríntios 1:30 NVI
cada dia os que iam sendo salvos.”
Atos 2:46-47 ALM21

• Então evangelismo não é pregar à deriva, mas saber identificar pelo espírito a quem o Pai quer
fazer entrar.
• Agora que você está e que foi acrescentado, é importante que saiba que foi o Pai quem te colocou
em Cristo.

 35
ENTRAR NO REPOUSO É ENTRAR EM CRISTO (Hebreos 4:3-7)

“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, (...) Hebreus 4:3 ACF
“Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.”
Hebreus 4:10 ACF

• Quando Deus se irrita com alguém, lhe priva do seu repouso, como aconteceu com Moisés.
• Desta forma há muitos que viram o Senhor, mas não entraram.
• Entrar no repouso é entrar no Filho, porque n’Ele as nossas obras já não contam.
• Agora é uma questão de obediência, não é o que podemos fazer para Deus, mas o que Deus tem
determinado de antemão para que obedeçamos.
• Um filho de ira nunca entrará no repouso.

Deus não está fazendo nada novo, mas o que entra n’Ele se faz novo.

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é;


as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17 ACF

• “as coisas velhas já passaram” significa que são vencidas pelo ressuscitado.
• “As coisas velhas” não correspondem às coisas que nos aconteceram na vida.
• Toda a provisão de Deus está somente n’Ele.
• Cristo não tem algo novo, Ele é novo.
• Cristo é o novo homem. Todo aquele que está em um estado de novo é porque entrou no
ressuscitado.
• Repouso é o estado de “estar no novo” e não “o novo”.
"(...) pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, (...)"
Hebreus 10:20 NAA
• “novo e vivo caminho” tem a ver com seu estado, não é algo que nos leva a algo que não
conhecemos.
• Quem está neste caminho é/está novo.
• Por que caminho?
- Porque é um andar; quanto mais andamos, mais novos nos fazemos; é dizer que nos limpamos
e nos desfazemos das coisas velhas.

Venho de um velho homem (Adão) e agora sou um novo Em Cristo.

• O caminho novo é crescer em Cristo. Crescemos na medida em que nada, mas nada em nossa
vida, fica fora de Cristo.
- Meu passado foi transformado em uma história do poder redentor de Cristo.
- Mas o mais importante é esta Nova Vida em Cristo.
 36
ATIVIDADES

1) Em que sentido somos novos, nova criatura?

2) Segundo Gálatas 3:17-19, o que era a Lei?

3) O que significa “revesti-vos do novo homem”?

 37
Lição 9: Graça: Poder e Nova Natureza

" A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
seja com todos vós. Amém.” 2 Coríntios 13:14 ACF

O poder do evangelho é a graça que habita em nós.

A GRAÇA COMO PODER

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade,
pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.”
2 Coríntios 12:9 ACF

A obra da cruz triunfou sobre todo principado e potestade, fazendo que nossos inimigos fossem
vencidos, despojando-os de todo poder, mas conservado sua natureza: engano.

“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne,
vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de
dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o
inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades (poderes e
autoridades), publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” Colossenses 2:13-15 ARA

• Vivo na vitória da cruz.


- A mensagem da cruz é vitória sobre as trevas.
- Quando uma área da minha vida não está dando frutos, não necessito de libertação, necessito
ser livre do engano.
• A cruz já despojou os meus acusadores.
• Não ignoramos suas maquinações, sabendo que sua natureza é mentira e engano.
Nos mantemos na: VERDADE, SINCERIDADE, INTEGRIDADE e NA LUZ.
- Verdade;
- Sinceridade;
- Integridade;
- Na Luz.

Portanto, o poder não é primordialmente contra as trevas, mas para contrariar toda fraqueza em
mim (Provérbios 16:32).
A medida da revelação da obra na cruz é proporcional à vida em vitória que eu vivo.
• Os inimigos são grandes devido a minha pouca revelação da obra da cruz (crucificação, morte,
sepultura e ressurreição).
• Meus inimigos foram vencidos e despojados. Quero entender e conhecer mais de sua obra na Cruz!

A Cruz foi o ato terreno de um sacrifício eterno.

 38
A GRAÇA COMO SUBSTÂNCIA, NATUREZA DE JESUS CRISTO

“Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés;


a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.” João 1:17 NVI

• A graça é a vida de Cristo correndo em nosso interior.


• A graça é o rio de água viva que flui para a vida eterna.
• A graça é a natureza de Cristo que habita em mim.
• A graça é poderosa para regenerar.
• A graça precisa somente de rendição para completar uma obra extraordinária.
• A graça produz somente uma vontade.

A GRAÇA OPERA SOMENTE DEBAIXO DO SENHORIO DE JESUS CRISTO

“E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.


A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.” Romanos 16:20 ACF

Paulo abre e fecha a maioria de suas cartas com declarações a respeito da paternidade de Deus e
a graça no senhorio de Jesus Cristo (Romanos 1:7, 16:24; 1 Coríntios 1:3, 16:23; 2 Coríntios 1:2, 13:14;
Gálatas 1:3, 6:18; Efésios 1:2, 6:24; Filemom 1:2, 4:23; 1 Tessalonicenses 1:1, 5:28).
As pessoas querem usar a graça para alcançar seus próprios sonhos e planos.
• Todo plano pessoal nos torna filhos pródigos (Lucas 15:11-32).
- O Pai derramou sua graça, mas a temos usado para nosso benefício.
- O filho menor se afastou do senhorio e terminou alimentando porcos.
- Os ministérios (não a igreja, ela é santa) que promovem a autossublimação, o sucesso
individual provocará o “alimentar porcos”.

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo.” Romanos 1:7 ACF
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” 1 Coríntios 1:3 ACF
“Que a graça do Senhor Jesus esteja com vocês.” 1 Coríntios 16:23 NVT
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo” 2 Coríntios 1:2 ACF
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos
vós. Amém.” 2 Coríntios 13:14 ACF
“A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo, (...) Gálatas 1:3 NVI
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito! Amém.” Gálatas 6:18 ACF

• De alguma forma o apóstolo nos está dizendo:


- “Tudo o que vou escrever-lhes depende da paternidade de Deus e o Senhorio de Jesus Cristo no
poder de Sua graça”.
- “Tudo o que acabei de escrever-lhes se manifestará pela paternidade de Deus e o Senhorio de
Jesus Cristo no poder de Sua graça”.

 39
ATIVIDADES

1) Contra o que opera a graça como poder?

2) O que produz a graça como natureza?

3) Por que o apóstolo Paulo conecta a graça com o Senhorio de Jesus Cristo?

 40
Seção 4 : Glorificação e Propósito Eterno

Ao chegar à última sessão deste material introdutório sobre nossa inclusão e identificação na obra
de Jesus Cristo, necessitamos entender algo superior.

O que vimos separadamente, funciona organicamente.

Quer dizer: a cruz opera com a morte; a morte com a sepultura e a cruz; a sepultura é dinâmica com
o poder da ressurreição e a cruz.
Se dividirmos e definirmos cada aspecto da nossa identificação com e em Jesus Cristo, podemos
tornar vãs a cruz e a obra do evangelho.

Lição 10: Glorificação e Manifestação

DESDE A ETERNIDADE

“Assim está escrito: "O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito
vivificante.” 1 Coríntios 15:45 NVI
“O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são
também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais.” 1 Coríntios 15:47-48 ACF

A cultura da postergação e a doutrina que “futuriza” todas as coisas boas que Jesus Cristo deu como
“consumadas”, nos mantém separados e cômodos na poltrona do “desejo de ser espiritual”. Pessoas
que desejam ser, mas que sempre estão lutando e frustradas na crise de uma “alma vivente”.
No Novo Pacto em Seu sangue não há por que esperar, não há por que postergar ou futurizar.
Sua virtude e benefícios são atuais, o eco eterno de voz segue retumbando até nossos dias: “Está
consumado!”.
Para sua tranquilidade, querido estudante, quero deixar claro que creio na glória futura, no céu e na
ressurreição final, mas Paulo corre as cortinas constantemente em nós para nos mostrar mais além
dos nossos sentidos naturais, que todo aquele (futuro) está operando em nós HOJE.
O escritor inspirado do Novo Pacto olha a eternidade com a segurança de que tudo está/esteve
contemplado e coberto no sacrifício desde a eternidade. O que nos falta hoje não é receber algo a
mais, mas viver no espírito da realidade do consumado (comparar 1 Pedro 1:19-20 e
Apocalipse 13:8).

“(...) sabendo que fostes resgatados das vossas práticas vãs que por tradição recebestes de vossos
pais, não por coisas corruptíveis, como o ouro ou a prata, mas pelo sangue precioso de Cristo, como
de um cordeiro sem defeito (sem mancha) e imaculado (sem contaminação), (...) 1 Pedro 1:18-19 TB

 41
FOMOS INSERIDOS NO SACRIFÍCIO ETERNO PELA SUA GRAÇA E BENEVOLÊNCIA
O escritor do Novo Pacto olha adiante e contempla que aquilo que há de acontecer como promessa
de Cristo, já começou a operar em nós por meio do Espírito (João 5:21; 6:33, 6:39-40; 6:54, 6:57, 6:62-
63; Romanos 8:11; Hebreus 6:5).
Tudo quanto foi consumado em Cristo tem uma expressão visível e histórica, pois a Igreja eterna e
celestial deve manifestar-se concretamente na terra, “Até que todos cheguemos (...)” (Efésios 4:13).

PASSANDO DE SERMOS MUITOS PARA SERMOS UM

“Pois, assim como em um corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função, assim também, sendo muitos, somos um só corpo em Cristo, e todos somos membros uns dos
outros.” Romanos 12:4-5 RVP

A efetividade da obra da cruz se perde na dissolução de muitas vontades.


• O maior poder do corpo de Cristo é o foco, é o acordo (Mateus 18:19).
• Temos perdido muitas batalhas, temos postergado o propósito por buscar acordos dos “muitos”.
• Os “muitos” não fazem um corpo. Aonde há muitos, também há muitos planos, muitos propósitos,
muitas boas ideias e intenções.

Os muitos estão chamados a serem TODOS, quer dizer, que comecemos a formar um todo
heterogêneo, mas crítico para o cumprimento do Seu propósito.
“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.”
Romanos 8:14 (comparar 6:3 e 8:32)

• Quando há muitas vontades não se pode passar a serem TODOS. Os guiados pelo Espírito de
Deus são TODOS os que estão oferecendo um corpo a Cristo.
• Cristo está esperando um corpo sem uma alma com a qual discutir para fazer Sua vontade eterna.

Todos estão chamados a ser UM CORPO para CRISTO.


• O Reino dos Céus tem um veículo que é o corpo de Cristo.
• Um corpo composto de muitos membros. n’Ele todos estão guiados por somente uma vontade,
um governo do Espírito de Deus (Romanos 12; 1 Coríntios 12; Efésios 4).
• Somente podemos ser UM quando nossas vontades estão rendidas a UMA VONTADE.
• No ambiente militar chamam-se os esquadrões de “Corpo da Armada”. O processo de um soldado
para tornar-se tal é abandonar o conceito de vontade própria.
- Um homem armado não é um soldado.
- Um soldado é reconhecido parte integrante.
• A obra da cruz crucifica a alma e sua vontade para que Cristo tenha o veículo adequado
para sua manifestação.
• A obra da cruz destrói o orgulho individualista e o egoísmo para oferecer UM CORPO a
Cristo.

A Glorificação e a Manifestação são uma questão corporativa.

 42
A MANIFESTAÇÃO CORPORATIVA

“(...) até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à
maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como
crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento
de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.” Efésios 4:13-14 NVI
" Porque a ardente expectação da criatura
espera a manifestação dos filhos de Deus." Romanos 8:19 ACF

O Novo Pacto é para que TODOS entrem


e como UM, ofereçamos obediência até a morte.

"Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros
superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses
dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz”. Filipenses 2:3-8 NVI

• Até que TODOS cheguemos, TODOS entremos.


• "A manifestação" que aguarda a criação é única, é UMA, de todos os filhos de Deus.
• É a manifestação do FILHO, porque seu corpo tem o mesmo.
• Um corpo manifestando corporativamente a mente do Criador e Redentor para expressar a
consumação dos seus desígnios.

Que o seu sentir (mente) se revele a nós!

 43
ATIVIDADES

1) Por que a postergação (adiamento) nos faz tanto prejuízo?

2) Por que sendo muitos, não concluímos a manifestação?

3) Do que serve a obra da cruz para a glorificação e manifestação?

 44
Lição 11: Propósito Eterno

O MISTÉRIO DE DEUS – CRISTO

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos
espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos
adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o
louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção por
meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele
derramou sobre nós com toda a sabedoria e inteligência. E nos revelou o mistério da sua vontade, de
acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir em Cristo
todas às coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos”. Efésios 1:3-10 NVI

Deus criou todas as coisas por seu Filho e para o Seu Filho, para que Ele fosse preeminente sobre
todas as coisas. O ser preeminente significa ter a primazia, superioridade, ser o primeiro. Deus
propôs que o Seu Filho esteja acima de todo o universo. Isto é o que a escritura quer dizer quando
lemos que Cristo é o primogênito de todas as criaturas.

“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;” Colossenses 1:15 ACF

Deus destinou que o Seu amado Filho herde todas as coisas. Ser o Filho primogênito significa ocupar
o primeiro lugar e obter a herança do pai. Como Isaque foi o recipiente de todas as coisas que Abraão
possuía, Cristo é o recipiente de todas as coisas criadas pelo Pai.

Cristo é o propósito eterno de Deus Pai.

Antes que tudo existisse, no mais profundo da eternidade, na luz inacessível – DEUS.
Eterno, sublime, soberano são as expressões balbuciantes da nossa linguagem para expressar aquilo
que a mente do homem não pode expressar em relação a esse momento.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” João 1:1-3 ACF

O interesse de Deus é que todo o universo tenha a marca, o selo, o caráter e a impressão do seu
amado Filho, especialmente Ele. Isto é o que a Bíblia quer dizer quando indica que Deus designou o
Seu Filho como herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1:2).

 45
CRISTO – MISTÉRIO REVELADO
Devemos insistir na razão e importância da doutrina de Cristo nas seguintes declarações reveladas.

Cristo é a plenitude da revelação do Deus trino. Cristo é a manifestação plena de Deus.

“O qual é imagem do Deus invisível, (...) E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o
primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai
que toda a plenitude nele habitasse, (...)” Colossenses 1:15, 18-19 ACF
“Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o
Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.” Colossenses 2:9-10

• Assim, se demonstra a dimensão cristológica que fornece o conteúdo fundamental, isto é, que
Jesus Cristo é a presença de Deus que se faz humana para sempre através da história. A teologia
tem como fundamento esta grande verdade revelada nas escrituras.

Cristo é o tema central da revelação.


• De Gênesis a Apocalipse a palavra escrita dá testemunho da palavra encarnada e, por sua vez, a
palavra encarnada dá testemunho da palavra escrita.
“E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que
constava a respeito dele em todas as escrituras”. Lucas 24:27 NVI

• Todo o Antigo Testamento antecipa Cristo e todo o Novo Testamento explica Cristo
(João 16:12-15). Cristo é o tema de todas as escrituras e a forma mais clara de antecipação
messiânica do Antigo Testamento é a profecia. A pregação sobre o Messias começa no Antigo
Testamento.
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente.
Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15 ARA

• O propósito das várias especificações da mesma pregação básica é preparar o caminho para o
Messias e identificá-lo com o cumprimento da profecia.
“(...) Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito estava escrito na Lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos.” Lucas 24:44 NVI

• Gênesis 9:26 NVI diz: “(...) Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem! (...)”. Desta forma, se especifica que
o Messias que traria a benção, não apenas seria descendente da mulher, mas também, semita
(descendência de Sem, filho de Noé).

Cristo é o centro do universo e da história.


• Jesus, o Cristo, resume toda a fé cristã confessional que consiste em explicar a frase:

“(...) Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Mateus 16:16 ARA


“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas.
A ele seja a glória para sempre! Amém.” Romanos 11:36 NVI

• Esta frase de reconhecimento a Cristo, registrada no Novo Testamento é o centro da fé cristã.


• A história é desenvolvida e dividida antes e depois de Cristo, então toda questão teológica sobre
Deus, a Igreja, o homem, o mundo, a história, passado, presente e futura, depende do que
confessamos do Filho de Deus: “Jesus é o Cristo”.

 46
Cristo é o fundamento da nossa fé e da Igreja.
• Pedro nos exorta a crescer na “graça e no conhecimento” do Senhor.

“Antes, cresçam na graça e no conhecimento


de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” 2 Pedro 3:18 NVT

• O ensinamento é que sempre devemos estar prontos para dar uma resposta para a razão da
esperança que há em nós (1 Pedro 3:15).
• Melhor ainda se a resposta realmente reflita um resumo equilibrado dos ensinamentos bíblicos
sobre Cristo!
É necessário não só saber sobre Ele, mas, conhece-Lo pessoalmente por meio da fé.

• Nos exorta a que cresçamos no conhecimento (não apenas cognitivo) do nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo (2 Pedro 3:18).

O MISTÉRIO DE CRISTO – A IGREJA


Cristo é aquele a quem Deus estabeleceu como “o princípio e o fim” (Apocalipse 21:6) de toda a sua
obra na história da criação. O apóstolo João nos diz que “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem
ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3 ACF), enquanto Paulo afirma: “Porque nele foram criadas
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Colossenses 1:16 ACF).
No entanto, devemos nos perguntar: De que maneira Deus conseguirá que tudo tenha a Cristo como
centro e meta suprema? A resposta para esta pergunta fundamental se encontra em Seu propósito
para com o homem e a podemos resumir desta maneira: A eterna vontade de Deus é que o Seu Filho
obtenha o lugar de preeminência (primazia) que Ele lhe outorgou, sendo a cabeça do corpo que é a
Igreja, tal como nos diz o apóstolo Paulo:

“E sujeitou todas as coisas a (debaixo de) seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça
da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” Efésios 1:22-23 ACF
“Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em
tudo (Ele) tenha preeminência;” Colossenses 1:18 RVP

Ambos os textos, demonstram enfaticamente o recém-afirmado, isto é, que o objetivo divino de dar
a Cristo a preeminência absoluta sobre todas as coisas será feito pela Igreja.
E neste ponto surge uma nova pergunta: O que é aquilo que chamamos Igreja? Ela é aquele homem
destinado a levar consigo a imagem de Deus, aquilo que Gênesis nos falava. A raça celestial que Deus
se propôs em obter desde a eternidade, para que por seu intermédio, o Filho venha a ser o centro e
cabeça de todas as coisas criadas. O homem de Gênesis 1, não deve ser considerado então, como
um indivíduo, mas como um homem corporativo que tem a Cristo por cabeça (Efésios 2:15-16).

A Igreja existe por e para Jesus Cristo.


Ela é a sua noiva e sua esposa, criada para se converter em sua ajudadora idônea, e assim cumprir
o objetivo de Deus Pai como carne da sua carne e ossos de seus ossos (Efésios 5:29-32).

 47
Retirada de Cristo, assim como a mulher foi retirada de Adão. (Gênesis 1:21-24)
A Igreja é Ele mesmo, mas expressada de outra maneira, pois no mistério da vontade de Deus, ela
foi concebida para ser sua contraparte perfeita. Uma mulher que, como Eva na costela de Adão,
permaneceu oculta desde a eternidade no profundo de Deus em Cristo, esperando para ser
manifestada na plenitude dos tempos.

Porque, assim como Jesus é a expressão perfeita do Pai,


a Igreja é a expressão perfeita de Cristo.

Agora podemos compreender quão preeminente e central é o Senhor Jesus Cristo na obra de Deus?
E pela mesma razão, o quão importante é a Igreja aos olhos de Deus?
Quando o Espírito de Deus abrir os nossos olhos para vermos este fato essencial, começaremos a
entender quão superficiais e inúteis são os esforços que fazemos em qualquer outro sentido, porque
apenas aquilo que se relaciona com a Sua eterna vontade em Jesus Cristo tem valor diante de Deus,
e o que for menos que isso, jamais poderá agradar o seu coração.

O PROPÓSITO ESCONDIDO
Ao abrir a nossa Bíblia no primeiro capítulo de Gênesis nos encontramos com um relato da criação
onde Deus aparece como protagonista e o homem como resultado final da sua obra criadora. Em
um primeiro momento, cometas, oceanos, continentes, florestas e campos e animais surgem ao
simples comando da Sua voz, no entanto, quase no fim da sua obra criadora, a ação sofre uma
grande mudança. Neste preciso ponto, Deus volta Sua Palavra sobre Si mesmo e no íntimo conselho
da deidade, muito além de todo tempo e lugar, finalmente expressa o motivo pelo qual quis criar
todas as coisas, que é também o seu propósito eterno: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança.” (Gênesis 1:26 NVI). Nesta misteriosa frase está todo o segredo da criação visível.
Até agora, tudo foi criado por intermédio da Sua palavra, mas o que está prestes a acontecer vai
envolver plenamente a Deus: Pai, Filho e Espírito Santo participarão por igual desta tarefa que é
também a Sua obra mestre. Se você quiser, todo o demais foi uma introdução, um preâmbulo para
o que vem.
Daí a expressão “façamos”, que nos mostra como a plenitude do ser divino está comprometida nesta
tarefa e nos dá um indício de quão importante é o que está a ponto de começar.

O Significado da Imagem.
A teologia cristã, tradicionalmente tem interpretado a imagem de Deus como aquelas qualidades
que fazem do homem um ser livre, racional, autoconsciente e capaz de ter comunhão com Deus.
Assim Adão, o primeiro homem, teria levado a imagem de Deus desde o momento da sua criação,
por um breve tempo, porque logo esta (imagem) seria danificada pelo pecado.
Nesta perspectiva, cada pessoa que nasce neste mundo traz consigo um vestígio daquela imagem
original, embora diminuída e empobrecida devido ao pecado que nela habita. A salvação, portanto,
permitiria restaurar essa semelhança naqueles que a recebem.
No entanto, embora parcialmente correto, esta interpretação falha em mostrar o sentido mais amplo
do plano divino. Lá, no recinto atemporal da eternidade, Deus concebeu um propósito vasto e
profundo, nascido do seu amor: Criar para si uma raça de seres que participassem da sua
própria vida incriada, levando consigo a sua imagem divina, no mundo criado.

 48
O apóstolo Paulo expressou desta forma:

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, (...) Em amor nos predestinou para
sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, (...)”
Efésios 1:4-5 NVI
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem
de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” Romanos 8:29 ARA

Esta é a síntese do seu desígnio (projeto), definido por três assuntos principais:
• Primeiro: como já foi dito, o seu é um propósito de amor eterno, anterior à fundação do mundo.
• Segundo: este desígnio não se refere a meros indivíduos, mas, a uma realidade mais ampla e
articulada, isto é, a uma família de muitos filhos.
• Terceiro e mais importante, que tudo será feito por e para o Seu Filho, Jesus Cristo.
De que forma? Doando-se a si mesmo através do Filho e, desta forma, expandindo a Sua vida para
uma raça de seres criados, para levá-los da sua condição de pequenas criaturas de barro até a
estatura de filhos amados, capazes de conhecê-Lo e, por sua vez, expressá-Lo em todo mundo visível.
Além disso, filhos que levem consigo a imagem do seu Pai, o próprio Deus.
Quanta glória há reunida aqui! Pois, nem mesmo os anjos, maiores em força e poder, foram
escolhidos para uma meta tão elevada (1 Pedro 1:12). “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, (...) nos
diz Gênesis 1:27 (ARA) sem explicar nada mais sobre o assunto. O Novo Testamento, no entanto, nos
revela que a imagem de Deus é Jesus Cristo e com Ele nos mostra a meta de Deus Pai.

“O qual é imagem do Deus invisível, (...)” Colossenses 1:15 ACF


“(...) o qual, sendo o resplendor da sua glória e a imagem expressa da sua substância,” Hebreus 1:3 TB
“(...) vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” 2 Coríntios 4:4 NVI
“Deus nunca foi visto por alguém. O (Deus) Filho unigênito,
que está no seio do Pai, esse o revelou.” João 1:18 ACF
“Quem me vê a mim vê o Pai;” João 14:9 ACF

Os textos acima nos apresentam, pelo menos, dois fatos importantes:


• O primeiro, é que Deus é invisível para os homens.
• O segundo, que Jesus Cristo O tornou visível.
Na linguagem bíblica, invisível significa desconhecido, oculto e inacessível. Deus declarou para
Moisés que nenhum homem poderia ver o seu rosto e continuar vivendo (Êxodo 33:20). Sua imagem
ou aspecto invisível era inacessível para os homens e esta situação, mais do que qualquer outra,
expressava a nossa verdadeira condição diante dele. Por que razão? Porque, como vimos, Deus criou
o homem para que levasse a sua imagem na terra.
Aprofundemos um pouco mais neste ponto. Segundo Colossenses (1:15), Cristo “é a imagem do Deus
invisível”. Aqui “a imagem” aparece como algo oposto ao invisível, o qual equivale a dizer que Jesus
Cristo em sua encarnação é a expressão visível do Deus invisível. Esta mesma ideia está presente na
citada passagem de João, onde diz que o Filho nos deu a conhecer o Deus que ninguém, desde o
princípio, viu jamais.
A partir do exposto, segue-se que, desde Adão até a encarnação do Senhor, a verdadeira identidade
de Deus permaneceu oculta para todos os homens, o que colocava em evidência a imensa tragédia
de toda a raça humana, criada para levar uma imagem que jamais chegaria a conhecer.

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No entanto, com a vinda de Cristo, essa identidade finalmente foi revelada, porque Ele é a revelação
plena e definitiva do Deus invisível (Hebreus 1:1-4). E assim, o seu eterno propósito foi finalmente
manifestado, pois Cristo é aquela imagem a qual o homem deveria ser conformado no princípio.
Tudo isso nos permite supor que Gênesis, quando nos diz que Deus criou o homem à sua imagem,
está se referindo a um projeto realizado na divindade – “(...) as suas obras estivessem acabadas desde
a fundação do mundo.” (Hebreus 4:3 ACF) – em vez de uma obra acabada no tempo e na história, pois
os acontecimentos subsequentes nos mostram como o homem se afastou totalmente deste
objetivo.
Este último pode ser apreciado claramente a partir do capítulo dois do referido livro. Enquanto que,
no primeiro capítulo, a criação do homem aparece como um fato acabado – “E criou Deus o homem à
sua imagem;” (Gênesis 1:27 ARA) (onde o verbo criou aparece no pretérito) – no capítulo seguinte o
relato parece começar novamente. Esta diferença de enfoque acontece porque o primeiro capítulo
nos mostra a história do homem na perspectiva do propósito eterno de Deus, onde a morte e o
pecado não têm lugar até culminar no sétimo dia, quando Deus descansa de todo o seu trabalho.
O segundo, por sua vez, nos mostra a história como realmente ocorreu, incluindo o pecado e a
desobediência do homem.
Desta forma, vemos que no desenvolvimento específico da história, Deus toma o barro vermelho da
terra com as suas mãos e como paciente e perito oleiro, se dá a tarefa de modelar o vaso dos seus
desígnios. Quem poderá expressar o amor com o qual se dedicou a este trabalho? O Salmo 139 e uma
passagem do livro de Jó nos recordam um pouco. Adão foi tecido com ossos e nervos no profundo
da terra, coalhado como leite, modelado como um queijo. A linguagem viva da escritura busca,
precisamente, enfatizar o caráter íntimo e pessoal da criação do primeiro homem.
Quando finalmente terminou, se aproximou do rosto do primeiro homem e soprou em seu nariz o
seu fôlego divino. Neste momento, a vida chegou, estremecendo cada fibra deste corpo inerte,
subjugando-o a um princípio superior que unificava a sua existência. Adão abriu os olhos e ficou ali
diante de Deus, assustado e feliz ao mesmo tempo; um vaso frágil e lindo destinado a um projeto
glorioso, embora ainda desconhecido. O seu corpo, mente, vontade e emoções permaneciam
despertos e vigilantes sob a égide (amparo) do seu espírito. Era consciente de si mesmo, e ainda
mais, estava ciente da presença do seu Criador. No entanto, apesar de todos os seus magníficos
dons ainda não possuía a imagem de Deus. Ele era apenas um vaso de barro que ainda faltava o
conteúdo. A obra de Deus ainda estava incompleta, pois o seu Filho não tinha sido revelado, por isso,
imediatamente Deus plantou um Jardim e colocou ali a sua nova criatura, a fez cair em um sono
profundo e da sua própria carne formou a mulher, igual a ele em chamado e propósito, para que
fosse a sua ajudadora idônea (Gênesis 1:27). Agora, o homem (Adão e Eva), estava preparado para
responder ao desígnio divino.

Com este fim, Deus plantou no meio do jardim a árvore da vida


Esta árvore representava a Cristo, ordenado para ser o centro da vida humana. João nos diz que o
Verbo era a vida destinada a ser a luz dos homens (João 1:4). Se Adão e Eva comessem do seu fruto,
então essa vida eterna e incriada, que estava com Deus desde o princípio, viria habitar neles e na
sua descendência para sempre, convertendo-os em verdadeiros filhos de Deus. E assim, Cristo se
tornaria a cabeça e a vida de uma raça celestial, criada de Adão e sua descendência. Por meio desta
vida, esta raça levaria consigo a imagem de Deus, e só então a obra de Deus estaria terminada.

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ATIVIDADES

1) Como as sagradas escrituras nos mostram que Cristo é o mistério revelado do Pai?

2) Como as sagradas escrituras nos mostram que a Igreja é o mistério revelado de Cristo?

3) Descreva em um máximo de 10 linhas, qual é o propósito eterno de Deus.

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Lição 12: Conflito de Fundamento

Até aqui, nos propusemos a enfatizar de forma introdutória a nossa inclusão na obra da cruz, para
que através dela manifestemos a plenitude da pessoa de Cristo. Nós queríamos mostrar a ideia
original, o projeto eterno do Pai para a criação através da Igreja, mas ao chegar até aqui nos vemos
na obrigação de dedicar apenas uma lição e creio que é mais que suficiente, “porque não ignoramos
as suas maquinações.” (2 Coríntios 2:11 TB).

MANTENHA–SE FIEL
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de
alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro
espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofreríeis.”
2 Coríntios 11:3-4 ACF
O apóstolo Paulo, um varão de Deus que tinha enfrentado com valentia todo tipo de perseguição,
maus tratos, prisões, perigos nos caminhos, etc., reconhece que teme algo. Ele diz: “(...) temo (...) vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. A serpente foi derrotada, sua costa foi
quebrada, a única coisa que resta é a sua natureza iníqua e enganosa.
Quando Jesus se referiu ao diabo no evangelho de João 8:44, nos ensinou que este ser desprezível
não é pai da rebelião, nem pai homicida, mas “pai da mentira”.
• Engano e mentira é a natureza própria do inimigo.
• Dele emana iniquidade, isto é, “desvio da vereda original”, corrupção, depravação.
- A corrupção (decomposição, putrefação, etc.) opera em tudo o criado. Porque tudo foi sujeito
à vaidade (Romanos 8:20-21), ou seja, tudo foi desvinculado de Deus.
- Uma mente vã está desvinculada de Deus (Efésios 4:17).
- Uma vã maneira de viver está desvinculada de Deus (1 Pedro 1:18).
• Tudo, isto é, TUDO o que procede das trevas é, portanto, mentiroso e enganoso.
• Se dedicar a estudar e conhecer este inimigo, além das poucas referências no Novo Pacto, pode
ser a pior das decisões.
• Além disso, não existe nenhuma passagem nas escrituras que nos mande fazer isso, enquanto
que existem muitas exortações para conhecer e prosseguir em conhecer a Cristo, o Pai e tudo o
que d’Ele flui.

A alma é fácil de enganar.


A palavra-chave nesta passagem é “sentidos”, que nos revela onde se encontra a fraqueza de todo
ser humano.
• Todos os sentidos servem para experimentar o mundo que Deus criou para lhe dar glória e honra,
mas estes sentidos não foram criados para tomar decisões, como faz o homem carnal e o pecador
(1 Coríntios 3:1-4).
• Os sentidos (paladar, tato, visão, audição e olfato) e os sentimentos são manipuláveis.
• Lá fora há todo tipo de maquinações, entretenimentos, espetáculos, contratações, etc., prontas
para mentir, enganar e nos desviar da vereda original. Então devemos nos fechar e nos esconder
do mundo “exterior”? Por anos, algumas congregações fizeram isso, para no fim, algumas delas
perceberem que a vaidade e a corrupção estavam dentro também.
• Qual é a solução? {continue}
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FIDELIDADE É O ANTÍDOTO
Esta palavra pode ser usada em vários sentidos, mas em essência é precisão, exatidão, foco.
• Obedecer a Cristo com precisão e exatidão é o antídoto para toda influência enganosa.
• Então, não é conhecer o inimigo e as suas estratégias, mas viver pelo Espírito uma vida alinhada
à Sua vontade.
• Não somos fiéis por assistir ao culto ou pela roupa que usamos, mas pela exatidão com que
obedecemos ao Senhor da nossa vida (Lucas 16:10; 1 Coríntios 4:17).
• O Espírito tudo discerne, até o mais escondido do coração, portanto, quem anda no Espírito não
será enganado.
• Para o Espírito nada está oculto, Ele percebe e vê tudo.

Pelo Espírito você tomará as decisões corretas que te pouparão


tempo e finanças para concretizar o propósito.

BABILÔNIA E ANTICRISTO
Gênesis é o sementeiro de toda a Bíblia, é onde encontramos a semente ou origem de toda verdade
espiritual. No livro de Gênesis, descobrimos, em miniatura, a primeira menção de toda verdade a
partir da qual toda a verdade se desenvolve.
• O homem à imagem e semelhança de Deus vindo do pó.
• A árvore da Vida.
• A árvore do “conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2:9).
• A serpente.
• Ninrode (sign. nos revelemos), grande caçador de almas e fundador de Babel – sig. erro, engano –
(Gênesis 10:10).

A princípio, todos estes assuntos se encontram desenvolvidos através de toda a Bíblia. No livro de
Apocalipse, estes temas são vistos de uma forma madura e ampliada. Então, toda a verdade
espiritual está plantada em Gênesis, quando toda verdade espiritual é colhida no livro de Apocalipse.
Tudo o que Deus fala fisicamente no livro de Gênesis é consumado espiritualmente no livro de
Apocalipse.
• A Igreja | Jerusalém que desce do céu (Apocalipse 22:2 e 14).
• Nosso Senhor Jesus Cristo (João 6:57 e 11:25).
• O lago de fogo.
• O grande dragão.
• A besta – o anticristo (comparar Gênesis 11 e Apocalipse 16, 18).
• Babilônia – cidade de fundamento errado.

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Ambos, Babilônia e a Nova Jerusalém são as “grandes cidades” que sempre estiveram em conflito
uma com a outra. Como o irmão Watchman Nee disse: “Babilônia é o falso corpo de Cristo”.
No livro de Apocalipse encontramos que o princípio de Babel se desenvolveu em um sistema de
corrupção:
• Política;
• Econômica e
• Religiosa, chamado Babilônia (Apocalipse 16 e 18; 17:5).

“A verdade é que o mistério da iniquidade já está em ação, restando apenas que seja afastado aquele
que agora o detém. Então será revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de
sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda. A vinda desse perverso é segundo a ação de
Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as
formas de engano da iniquidade para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade
que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na
mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.
Mas nós, devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o
princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na
verdade. Ele os chamou para isso por meio de nosso evangelho, a fim de tomarem posse da glória de
nosso Senhor Jesus Cristo.” 2 Tessalonicenses 2:7-15 NVI

A ordem que a inspiração do Espírito Santo nos dá nesta passagem nos mostra o rumo que segue
quem é presa do engano:
“E por isso Deus lhes enviará (permite) a operação do erro, para que creiam a mentira; (...)
Por quê? A resposta de Paulo é:
Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.”
(2 Tessalonicenses 2:11, 12 ACF)

Está claro nesta passagem que a injustiça leva ao engano. Deus envia a operação do erro (decepção)
sobre todos os que “não creram a verdade” e “tiveram prazer na iniquidade”.
• Os líderes perdem o seu amor pela justiça e pela verdade.
• Consentem (tem prazer) na maldade (iniquidade).
• Deus lhes envia operação do erro (engano) para as suas mentes e corações.
• Então, se dão a tarefa de enganar os outros e, no fim, é a sua própria condenação.

BABILÔNIA É UM REINO QUE FUNCIONA EM PARALELO E TRABALHA COM O SENSORIAL,


PORTANTO, O REINO DA BABILÔNIA SE ALIMENTA E CRESCE DE PESSOAS QUE LHE OBEDECEM.

“porque tudo o que há no mundo, a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a vaidade da vida, não
vem do Pai, mas sim do mundo. Ora o mundo passa e a sua cobiça; mas aquele que faz a vontade de
Deus, permanece para sempre. Filhinhos, esta é a última hora; e como ouvistes que vem o anticristo, já
se têm levantado muitos anticristos, pelo que conhecemos que é a última hora. hora.”
1 João 2:16-18 TB

O apóstolo João concorda com o apóstolo Paulo em que o antídoto para permanecer construindo a
cidade correta, aquela que permanece para sempre, é a obediência fiel à vontade de Deus.

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Babel é o reino que tem os princípios corretos, mas o fundamento errado.
• O fim da obra babilônica é acabar em confusão.

O Processo da Confusão.
• Se confundem as línguas e não há boa comunicação;
• Ninguém entende o seu companheiro e não se entendem.
• Deixam de construir a cidade e, se detém (para) a edificação.
• Cada um se espalha. Há a Separação e cada um vai para o seu lado. Espalhar, separar o que
estava junto.
• Já não existe um projeto em conjunto e tudo começou com a confusão.

Zacarias, que é um livro de edificação e restauração, nos relata como Zorobabel, com uma graça
apostólica toma a iniciativa de sair primeiro para edificar. Este era chefe dos cativos na Babilônia e
começa com a edificação do templo em Jerusalém.
• Zorobabel significa “nascido na Babilônia”.
• Babel significa “cidade de fundamento errado”.
• Zeru significa “escapar de algo ou de alguém”, ou seja, alguém que tem o fundamento equivocado,
mas quer escapar.
• Há uma liderança que está saindo da terra em que nasceu e tem começado pelo mais importante,
reedificar desde o fundamento correto, se tornando o templo do Espírito, corpo de Cristo para
que a nova Jerusalém desça da direita de Deus, para onde nos encontramos.

Lembre-se que Deus libertou Israel com mãos fortes, mas aos que estavam na Babilônia, Deus lhes
disse: “Saia dela, meu povo!” (comparar Deuteronômio 26:8 e Jeremias 51:45 NVI).
Em Gênesis Deus começa com um jardim, e em Apocalipse Ele termina com uma cidade construída
com os mesmos blocos de construção.
Os mesmos materiais que se encontram no rio do Jardim do Éden, ouro, prata e ônix, se utilizam
para construir a Nova Jerusalém (comparar Gênesis 2:11-12 e Apocalipse 21:19-21).

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ATIVIDADES

1) Qual era o método do apóstolo Paulo?

2) O que é o livro de Gênesis em relação ao restante da Bíblia?

3) Quais são as diferenças entre Egito e Babilônia?

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Bibliografia

Por favor, se você chegou até aqui na leitura deste material, prossiga lendo a seguinte lista e invista
na aquisição destes materiais-chaves para o seu crescimento.

“Fundamentos de Graça”, Ap. Basílio Patiño – Notas pessoais.


“Reconciliados em Cristo”, Ap. Gustavo Lara.
“Crescendo em Graça”, Ap. Gustavo Lara – Notas pessoais.
“A Cruz”, Ap. Basílio Patiño – Notas pessoais.
“A Cruz de Cristo”, John Stott, Editora Certeza.
“A Palavra e o Poder da Cruz”, resumo de notas do Pr. Maestro Marcelo Roldán.
“Colossenses e Filemom”, McLaren, Editora Porta-voz.
“Cristologia”, José Martinez, Editora Clie.
“Cristologia de Juan José Flores”, Editora Clie.
“Mais que um carpinteiro”, Josh McDowell, Miami, Unilit.
“Definições em Grego do Novo Testamento”, Joseph Thayer.
“Dicionário e Léxico Grego”, Vine.
“Doutrina Bíblica”, Wayne Grudem, Editora Vida.

Textos bíblicos (versões)

• ACF – Almeida Corrigida Fiel, 2007, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB).
• ARA – Almeida Revista e Atualizada, 1993, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
• ARC – Almeida Revista e Corrigida, 1995, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
• NAA – Nova Almeida Atualizada, 2017, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
• NBV - Nova Bíblia Viva, 2014, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
• NVI – Nova Versão Internacional, 2011, Bíblica Brasil, a Sociedade Bíblica Internacional (SBI).
• NVT – Nova Versão Transformadora, 2016, Mundo Cristão.
• RVP – Reina Valera em português, 2009, Sociedade Bíblica Intercontinental do Brasil (SBIB).
• TB – Tradução Brasileira, 2010, SBB, antes Sociedade Bíblica Internacional (SBI).

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ANOTAÇÕES

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