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1º ano
O que importa? - a LUZ!
- atmosfera de ‘A’ – atitude de admiração, veneração
- confiança
- imitação
Considerações gerais
A entrada no o 1º ano é uma passagem a uma nova fase, à do período da escola
propriamente dita, início de um aprendizado mais formal que o do Jardim de Infância.
Aqui se dá a transição do brincar saudável da infância, em que se exploraram as forças
vitais mais abrangentes, ao lento focar em temas de aprendizado. Se no Jardim de
Infância fomos orientados pelo princípio do BOM, agora adentramos o setênio que deve
ser regido pelo sentimento de que o mundo é BELO.
1- Trazer luz para a sala de aula. A euritmia tem a ver com a transformação da luz
através do ser humano! E os fonemas configuram esse encontro com a luz.
2- Criar a atmosfera de A, do eterno, do atemporal (universo dos Contos de Fadas).
Ter uma atitude de admiração, de veneração.
3- Trazer a sensação de calor, de confiança. Quando confiam, as crianças se abrem.
4- Fazer tudo a partir da imitação – o professor precisa estar seguro para fundamentar
a confiança, e a repetição é essencial, ela fortalece o corpo etérico.
5- Usar batas de uma única cor. Steiner recomenda verde-água.
TEMA CENTRAL
• Contos de Fadas
• Seres elementais
• Tudo que estiver envolvido com isso
FORMAS
Sempre unir geometria com a euritmia!
• Retas e curvas; espiral
• Tudo no círculo, a partir do círculo, ao longo do círculo. Um único círculo!
FONEMAS
• Regulares; no pulso da fala (“compasso” tem a ver com a ausência de tempo);
ritmo, só mais tarde!
• Da essência à imagem
• A sílaba tônica
• Região do coração
POSTURA DO PROFESSOR
• Leve inclinação para a frente: acolhendo as crianças “no colo”; mais tarde isso
tem que desaparecer.
EURITMIA TONAL
• Ainda ausente; a música acompanha a atmosfera das histórias; dar preferência
a ambientes flutuantes, como a escala pentatônica, música modal; se possível,
incluir outros instrumentos (lira, címbalo, xilofone etc.), evitar o piano. Em
adotando o piano, privilegiar a escala de Dó maior.
ALGUNS ELEMENTOS
• Saltitar! Muito! Atua contra a sedimentação ou decantação. Saltitar de lado (os
pés se tocam de lado); ajuda na troca dos dentes e as crianças adoram.
• “Kibitz”- saltitar lateralmente batendo os pés
• Quinta: R.Steiner: “Com a quinta a criança constrói sua casa e toma conta do
espaço”! Ele propõe a quinta para o 1º ano, com o gesto.
• Entradas formando a roda de todos.
LEMBRETES:
1- Ao criar um verso de abertura, é sempre bom cultivar o ser do Sol, o Senhor do
Mundo. As crianças confiam nesse ser que diariamente surge, iluminando o dia. Elas
sabem mais do que pensamos sobre esse Ser.
2- Contração e expansão é a fonte de vida, elemento imprescindível nas aulas de
euritmia.
3- Favorecer a rima e o ritmo na poesia – eles estimulam o etérico, “refrescam” a
criança.
2º ano
O que importa? - descobrir o mundo!
- atmosfera de ‘O’
Considerações gerais
Aos quase 8 anos as crianças já estão mais despertas, brincam com vigor, exploram o
espaço com mais desenvoltura e domínio, ampliam suas capacidades motoras.
Discretamente, distanciam-se do universo mágico dos Contos de Fadas, tornando-se
mais “terrenas”, relacionando-se mais de perto com as coisas, os seres, os espaços do
mundo físico, as pessoas. Faz parte dessa “chegada ao planeta Terra” a relação com o
que nele vive: a natureza – os bichos, as plantas, as paisagens etc... – e as pessoas e
seres que nele habitam.
Quanto aos conteúdos, o 2º ano traz a vivência do ser humano entre o Céu e a Terra,
vivendo suas polaridades; por isso ele é mostrado em sua expressão mais nobre,
através das lendas de homens santos (São Francisco, São Cristóvão etc.), e em sua
expressão mais animalesca, através das Fábulas – tudo vivenciado coreograficamente
– com a ressalva de que se devem evitar caricaturas e falas moralizantes, muitas vezes
presentes nas Fábulas.
Rudolf Steiner deu para a Euritmia do 2º ano indicação do exercício “eu e tu” que,
segundo ele, atua contra o egoísmo e a inveja. O texto “eu e tu, tu e eu, somos nós”
aponta para a integração entre dois que estão separados, a percepção e inclusão do
outro, o contato, a união entre diferenças etc., o que deve ser tema explorado no 2º ano,
quando a criança vivencia uma crescente separação de si em relação ao todo. Se no 1º
ano fortalecemos a vivência da inserção no todo, aqui exploramos os múltiplos aspectos
da dualidade.
DOIS CÍRCULOS
• A roda única se divide em duas, concêntricas, que se interrelacionam,
“conversam” entre si, nos mais variados elementos e histórias.
FORMAS
• Arcos / zig-zag / espiral / triângulo / quadrado - no círculo (sempre em imagem!)
• Cada um realiza um círculo por si / para si
• Preparo para o Oito Harmônico
FONEMAS
• Inseridos nas imagens das histórias
• Incluir gestos anímicos
• Consoantes - salientar, quando a imagem for clara, na sílaba tônica,
representando o conceito
• Preencher os gestos de coloridos/cores!
• Sequência evolutiva em um texto (“Na beira da baía/ movem-se as marolas...”)
EURITMIA TONAL
• A Quinta, como um “som especial”, “já conhecido” – agora, aprender a ouvi-la
dentro de uma melodia
• Altura de tons como acontecimento externo
• Canções infantis adaptadas (em Dó maior); algum personagem pode aparecer
sempre, e ter uma identidade sonora sua: na história do Anãozinho Sapateiro,
por exemplo, ele ouve seu amigo Sineiro sempre com: Sol, do do Sol, Fá Mi Ré
Do.
ALGUNS ELEMENTOS
• Saltitar muito!
• “Kibitz”- saltitar lateralmente batendo os pés
• Contração-expansão nas histórias!
• Destreza!
• Exercícios pedagógicos: NÓS; EU E TU (sem cruzamento)
• Entradas com diferentes tarefas – Piano/Forte; rápido/lento; agudo/grave ... -
incentivar as crianças a ouvir as diferenças
3º ano
Considerações gerais
TEMA CENTRAL
• A Obra Divina trazida para dentro da aula! As grandiosas imagens da Criação –
- o poder de Deus, a força da inveja de Lúcifer, os anjos menores que a
ele se unem, o auxílio do Arcanjo Micael e dos anjos maiores, a criação
de Adão como o primeiro homem sobre a Terra, a origem estelar dos
fonemas que vão compor seu nome, a queda do Paraíso, o legado árduo
para a humanidade
• Mitologia Hebraica (Antigo Testamento) – histórias e poemas de um povo
construindo sua trajetória sobre a Terra
• A Obra Humana trazida para dentro da aula! A construção do mundo / as
diversas profissões, com seus fazeres específicos, divertidos e maravilhosos. O
trabalho com a Terra.
(“Mãos que abençoam e fazem o bem/mãos que trabalham...”)
FORMAS
• Espiral, para dentro e para fora – no todo, e também cada um por si
• Pergunta/resposta
• A roda pode se abrir em muitas formas! Triângulos, quadrados, hexágonos...
• A grande Lemniscata! O cruzamento! A cruz, o E!
FONEMAS
• Até o final do ano as crianças devem conhecer todo o alfabeto! Movimentar o
seu nome!
EURITMIA TONAL
• Começa a existir por si!
• Quinta + terça maior / terça menor – as terças como elementos da vida interior
da alma, relacionadas, portanto, ao Rubicão
• Ritmos / motivos / frases / dinâmicas / pausas / melodias / timbres
• Contração/expansão nas coreografias
• Altura de tons: um pouco
• Dó maior / tons / descobrir um pouco até o final do ano; a consciência dos tons
e suas leis formais se completa no quarto ano.
ALGUNS ELEMENTOS
• Saltitar, pular etc.
• Marcar ritmos (curto-curto-longo)
• Bater palmas
• Passo mais consciente! Perceber como o passo pode ser diferenciado!
4º ano
O que importa? - o caminho do Mito ao Herói
- relação coração-pulmão
- consonantal - aliterativo
- pulso - vigor
Considerações gerais
Atravessado o Rubicão, as crianças agora estão fortalecidas. Evidentemente trata-se
de um processo vivo e, como tal, ele se conclui em cada criança num momento
específico, podendo se estender até meados do 4º ano. Em geral, no decorrer do 4º ano
as crianças se tornam robustas e corajosas. Gostam de estar na vida, na Terra. Correm,
pulam, experimentam o espaço, gostam de desafios corporais. Aos 10 anos se firma o
ritmo 4 X 1 da relação coração-pulmão, consolidam-se as forças de pulsação e
circulação sanguínea, manifesta-se o poder do calor, do vigor, as forças do sangue. O
homem se apropriou de seu corpo, se apropriou da Terra! A “descida do Paraíso”
propicia uma nova retomada do caminho do cosmos à Terra.
Aqui o currículo Waldorf apresenta um novo enfoque da Criação, até chegar ao caminho
do indivíduo: os deuses nórdicos e a mitologia do povo germânico carregam a potência
da vontade, o vigor do sangue, a força desbravadora e guerreira do querer. Por fim, o
crepúsculo dos deuses leva à história do herói: Siegfried, Beowulf e outros, indivíduos
dotados de força exemplar e coragem, que enfrentam dragões, defendem povos
ameaçados e pessoas indefesas, assumem na Terra a força organizadora da vida,
outrora reservada apenas aos deuses.
Agora a criança está só e tem coragem de enfrentar o mundo a partir de sua própria
força. A criança tem força para se colocar diante do(a) professor(a), diante do mundo:
ela é o herói. Agora as crianças são verdadeiros vikings!
TEMA CENTRAL
• Mitologia Nórdica / a Criação do mundo, os deuses
• O crepúsculo dos deuses / o nascimento do herói / os desafios
• Siegfried, Beowulf... temas e personagens arquetípicos
FORMAS
• Formas geométricas como referência - por excelência o quadrado
• Frontalidade
• Formas espelhadas - só é possível fazê-las após se dominar a frontalidade!
• Fileiras
• Motivos – poéticos ou musicais - na geometria
FONEMAS
• Caráter consonantal, “viking” / aliteração
• Domínio do alfabeto
• Ritmos ascendentes, vigorosos (de mim para o mundo) – iambo, anapesto
EURITMIA TONAL
• Peças em modo Maior
• Altura de tons – um pouco
• Tons – escalas
• Ritmo / motivo / frases / forma – agora juntos!
• Espelho / geometria
Observação
Altura dos tons só conseguimos fazer, de fato, quando o corpo astral está encarnado.
É tema para o Colegial. Trazemos desde o 1º ano como um acontecimento externo,
dentro da história (pedrinha, vento, chuva, gesto do ‘L’ etc.).
Também na música, considerar a importância da pulsação. Esse caráter determinará
os gestos; é a arquitetura musical que prevalece no 4º ano.
Aprender a ouvir a primeira voz.
ALGUNS ELEMENTOS
• Exercício pedagógico: “Em busca de luz...”
• Marcar ritmos / pulso!
• Cultivar, exercitar - o alfabeto, a sequência evolutiva (na imagem, como em “Na
beira da baía”), a Grande Lemniscata com cruzamento, o preparo para o Oito
Harmônico
• Os fonemas devem ser realizados de trás para a frente, do eu para o mundo;
‘B' e 'V' são mais adequados do que fonemas de cima para baixo
Considerações gerais
O 5º ano é o coração do segundo setênio e, como tal, expressa um equilíbrio nessa fase
que é a mais rítmica do desenvolvimento infantil. O meio do setênio do Sentir, do Belo,
do bom respirar. Aqui as crianças conquistam harmonia, inserem-se no espaço com
absoluta beleza e naturalidade, tomam conta de seu corpo. Dançam com graça, ritmo e
leveza. Em sua constituição, tornaram-se “gregas”; como pequenos deuses inseridos
no cosmo, dominam o espaço ao seu redor!
Steiner recomenda, de fato, um grande enfoque na Mitologia Grega nessa fase escolar.
Nas aulas de História, entretanto, se passa por todas as grandes culturas da
humanidade, antes de se chegar à Grécia: a antiga Índia, a Pérsia, o Egito, com suas
histórias, costumes e conquistas, até sua decadência. Vale salientar que em todas
essas culturas se verifica uma adoração a um ser solar, ou de calor e fogo, ou de luz –
Agni, na antiga cultura hindu; Ahura-Mazdao na cultura persa; Rá na cultura egípcia.
Forças que regem a partir de sua essência solar a vida do Universo, por conseguinte da
Terra e dos Homens. Ora, sabemos pela Astrologia que o sol se conecta no corpo
humano com o coração. São as forças do coração que a criança tem desenvolvidas aos
11 anos de idade, pulsando agora em ritmo harmonioso, conquistado depois das lutas
vikings do 4º ano. O ser está livre!
Também o corpo se cultiva na Grécia. É aí, em Olímpia, que surgem os jogos olímpicos!
Cinco são os esportes ali cultivados, e vemos em imagens daquela época corpos
harmoniosos e belos, perfeitamente rítmicos e graciosos, com total domínio do corpo no
espaço, como que carregados por deuses em sua beleza e perfeição.
Dionísio é o outro polo venerado na Grécia antiga, regente dos ritmos e da força da
natureza, fora e dentro do homem. A ele se agradece pelas estações no ano; em seu
nome celebram-se rituais de gozo e alegria, a colheita da uva, a produção e consumo
do vinho, as danças e confraternizações, o êxtase, as orgias - que levam a consciência
a um outro patamar de conexão com o divino. Não o divino luminoso, como em Apolo,
mas o divino caloroso, visceral, regente do mistério da criação, da reprodução, da
sexualidade. Eros atua na Grécia como força de elã por tudo que vive. Dionísio rege o
teatro e a catarse, elemento essencial para o equilíbrio da alma, nos templos voltados
à cura, em que as tragédias gregas eram encenadas com fim terapêutico.
TEMA CENTRAL
• Épocas Culturais – foco em Grécia
FORMAS
• Formas em espelho
• Estrela de 5 pontas
• Estrela e círculo ao redor
• Espiral Evolutiva
• Curva Cassínica – ou “Elipse”
• Oito Harmônico
• Lemniscatas de todo tipo! “Oito alegre”
• Elementos apolíneos
• Geometria – na poesia e na música (a LEI! sem arbitrariedades – Apolo!)
FONEMAS
• A imagem da palavra
EURITMIA TONAL
• Peças alegres, movimentadas, dançantes
• Ritmo exato!
• Tons que se sobressaem
• Altura de tons – um pouco mais
• Escalas – tons pequenos e grandes; stacatto, frente/trás...
• Terças e Quintas
ALGUNS ELEMENTOS
Introduzir o bastão de cobre de forma que ganhe um significado e cumpra sua função:
a lida com um objeto externo, que deve ser dominado e incluído na beleza e harmonia
dos próprios movimentos. Os exercícios de bastão de Rudolf Steiner propriamente
ditos serão introduzidos apenas a partir do 6º ano.
O que importa?
- a LEI
- a ordem, o pensar consequente / conversas
- aspecto espiritual: pensar junto / a lei
- aspecto anímico: justiça! o astral
- aspecto físico: os ossos
Considerações gerais
Sempre acompanhando o desenvolvimento da humanidade e do indivíduo, o currículo
da escola Wadorf favorece a crescente identificação do ser humano individual com o
caminhar da raça humana sobre a Terra e a descoberta de seu papel no desenrolar da
História. Nesta perspectiva, o conhecimento crescente de todos os aspectos do nosso
planeta e da atmosfera que o circunda está presente no dia a dia de cada ano escolar.
Como um despertar paulatino do sonho à vigília, o caminho do pensar da imaginação à
racionalidade é acompanhado cuidadosamente através das matérias oferecidas às
crianças na escola Waldorf, sempre adequando conteúdo e forma, de acordo com as
fases de desenvolvimento dos alunos.
• Geometria
FORMAS
• Transposições geométricas – inversões
• Estrela de 6 pontas
TEXTOS
Além de conteúdos diretamente ligados às conquistas e a dramas humanos vividos em
Roma, cabe trazermos conteúdo para o despertar do corpo astral. A Lírica da Natureza
desperta o encantamento pelo mundo através da poesia. Elevar os sentimentos em
direção aos arquétipos, enobrecer o ser humano, são anseios genuínos da alma nessa
idade.
Acompanhando o currículo de História e Geografia do Brasil, também cabe coreografar
com os alunos lendas indígenas e poemas com as múltiplas características naturais do
Brasil.
Também o trabalho com o Humor pode ser um bom contraponto para o peso dos ossos,
sentido pela criança de 12 anos no 2º estirão de seu esqueleto, que ocorre aos 12 anos.
FONEMAS
• Exatidão! Caráter! Consoantes!
EURITMIA TONAL
A Música atua profundamente sobre o corpo astral! Muita música no 6º ano!
• oitava!
• compasso - 4/4 em zig zag; 6/8 em arcos; perceber a lei na coreografia
• duas vozes – ouvir, coreografar
ALGUNS ELEMENTOS
• Dança da Energia – com rigor!
• Dança da Paz
• bastões – 7 tempos, “S”, 12 tempos, “Qui”, cânones, variações, equilibrar na
cabeça
• geometria no círculo – variações, com texto e música
• “Oito Alegre”
• destrezas com bastões / “Telégrafo”, desafios....
TEXTOS
• Admira a Beleza!
• Traze o Sol à Terra
• A luz do sol inunda o espaço imenso
• Alvor da lua nas eiras
• No respirar duas graças podem-se encontrar.
7º ano
O que importa?
- nutrir a divisão da alma entre alegria máxima e tristeza
profunda
- as tarefas se tornam mais difíceis quanto ao tema, porém
mais fáceis quanto à execução
- entusiasmo nas aulas!
Considerações gerais
A caminho do 3º setênio, o despertar da astralidade que se anuncia nas crianças de 13
anos, em contraste com o peso da corporalidade, que se faz presente nos ossos, agora
mais calcificados, e na percepção de um crescimento ainda desequilibrado do corpo,
geram nos alunos o desconforto de exporem o corpo em movimento, sobretudo de
permearem esse movimento com as vivências profundas e dramáticas da alma. O jovem
adquire autoconsciência, envergonha-se de sua imperfeição, sente-se só.
Animicamente, o querer está se libertando da construção do corpo, para ser substrato
do pensar. Essa libertação acomete também o sentir, e de forma impulsiva. Daí o jovem
sentir-se vulnerável, também no campo anímico; a pré-puberdade, especialmente no 7º
ano, vive o drama da alegria jubilante em súbito contraste com o mais profundo pesar.
A diferenciação sexual tem forte expressão nessa fase, e traz consigo seus conflitos,
paixões, incertezas, complexos, medos, rompantes, com diferenciações características
entre os meninos e as meninas.
Para acolher e aplacar essa cisão da alma, as aulas na escola devem contemplar esses
contrastes. A alma anseia pelo ultrapassar de limites, pela libertação do antigo, o
descortinar de novos horizontes, a conquista de nova harmonia. Da Idade Média à Idade
Moderna, passando por suas extraordinárias conquistas e expressão na Renascença,
o 7º ano abarca amplo panorama da história da humanidade. Marco Polo e suas viagens
à Ásia; Colombo descobrindo a América; Gutenberg e a impressão no papel; Da Vinci
revelando as leis da Ciência; Copérnico e Galileu ampliando o entendimento do
Geocentrismo ao Heliocentrismo – eis alguns motivos inspiradores, que apontam para
o ímpeto individual do ser humano por conhecimento, dedicando-se a uma conquista
que vai servir à humanidade toda, que vai transformar a História! O desenvolvimento da
humanidade agora se dá a partir da perspectiva do indivíduo descobridor; não mais na
imagem “do mito ao herói”, mas na conquista do Eu histórico, que vai desbravar o
mundo; no caminho do ser que deve conhecer o diferente, que deve se tornar social.
Vamos atravessar “mares nunca dantes navegados”, descobrir e criar mecanismos de
troca, de novos aprendizados, de comércio, economia, soberania... ultrapassar os
limites do céu e da terra.
Nas aulas de Euritmia
TEMA CENTRAL
• Gestos Anímicos
• Bastões / Geometria
FORMAS
• Estrela de 7 pontas
• Coroa
EURITMIA TONAL
• Estrela de 7 pontas, com acordes, saindo pela direita, para a escala maior; a
outra estrela de 7 pontas, saindo pela esquerda e pulando somente um lugar,
para a escala menor
ALGUNS ELEMENTOS
• Dança da Energia
• Dança da Paz
Considerações gerais
De modo geral, o acontecimento do 8º ano é uma evolução das questões do ano
anterior. O 8º ano é como uma “oitava musical”, ao final de um galgar pelas tensões e
vetores da “escala da vida”. Aqui se completa o 2º setênio, e o aluno se prepara para o
descortinar de novos horizontes, no Ensino Médio e na vida! Os jovens estão mais
próximos do florescer do corpo astral, mais hábeis e desenvoltos para o pensar
participativo dos acontecimentos do mundo; paulatinamente também se tornam mais
harmônicos em sua corporalidade. É uma idade muito dinâmica e também dramática,
de fortes emoções, mas menos introspectiva que o 7º ano.
Os conteúdos aprendidos se ampliam e aprofundam, em todas as matérias. Agora
cabe, ainda mais, compreender os processos que levaram à História da humanidade,
suas conquistas, da Renascença ao século XX. Até o 8º ano as crianças devem
dominar os processos de aprendizado - da vivência ao conhecimento, do
conhecimento ao saber/ser capaz de realizar. O foco central é a Cultura humana, seus
feitos e conquistas. Continuando o descortinar da história dos descobridores e
inventores vistos no 7º ano, passando agora pelos clássicos dos séculos XVIII-XIX -
na Literatura, na Música, na Filosofia - os jovens vão conhecer a imensa mudança de
paradigma trazida pela era industrial. Analogamente, em todo o aprendizado compete
compreender o funcionamento interno das coisas, a técnica, as sutilezas:
compreender as funções dos órgãos na Antropologia; o Magnetismo, a Mecânica dos
fluidos, a Aerodinâmica na Física; a Química Orgânica como um campo mais profundo
que a Química das substâncias, aprendida no 7º ano etc., sempre percebendo a
aplicação prática dos novos conhecimentos na construção da Cultura humana.
TEMA CENTRAL
FORMAS
FONEMAS
ALGUNS ELEMENTOS