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ANTROPOLOGIA E ZOOLOGIA

A partir dos 9 anos de idade a criança passa a ter maior maturidade para
perceber a natureza de maneira conveniente ao ensino sobre ciências naturais.

A criança, agora, vivencia a natureza mais objetivamente, percebendo que ela


está fora de si e frente a si.

O interesse da criança aos 10 anos aumenta em relação àquilo que a circunda.

Atenção! A criança, aos 10 anos, quer uma explicação do mundo para poder
compreendê-lo melhor.
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Durante o período dos 9 anos e e os 11 anos e anos ocorre uma ocasião única
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de atuar sobre a criança devido ao aspecto peculiar dessa idade:

• A criança vive ainda numa relação instintiva para com a natureza. Ela
vivencia a sua afinidade com as qualidades anímicas dos animais e das
plantas. Sente-se leão, lobo ou águia.

• Se inicia o processo de formação de juízo, embora um juízo ainda


permeado de sentimentos e emoções.

A criança passa da fase instintiva para a fase da intelectualidade justamente


nessa idade.

O professor deve guiar a criança delicadamente, não deve apelar para um juízo
intelectual.

É preciso ter muita compreensão e sutileza para acompanhar e dirigir essa


transformação sem nunca violar a criança.

O ensino de Zoologia e Antropologia são as novidades centrais do ensino no 4º


ano.

Ensino que é embasado nos anos anteriores.


Até aqui as crianças já ouviram falar dos animais e do ser humano, do percurso
do sol durante o ano, da vida das plantas com a horta, dos animais em seus
aspectos e suas vozes, e muito mais!

“Durante os dois primeiros escolares, observações científico-práticas podem


servir de introdução a qualquer aula, conversando livremente com as crianças
sobre o que acontece na natureza, o que se encontra no caminho à escola, o que
se pode descobrir durante um passeio feito no final de semana. As vivências das
crianças e aquilo que elas trazem à escola de presente aos seus professores
(ninhos, folhas, flores, pedras, frutos, chifres, caracóis, etc.) devem ser motivo
para se praticar a ciência.” (RS)

Tudo isso deve estar em harmonia com o ensino da ciência nos anos anteriores.

O ensino da Zoologia deve preceder o ensino de botânica, pois a criança tem


instintivamente maior afinidade com os animais do que com as plantas.

Os animais estão mais perto das crianças, elas normalmente têm animais de
estimação, ou se relacionam com quem os têm.

Porém é indicado que primeiramente se deve fazer um ensino de

ANTROPOLOGIA.

A observação do ser humano deve se dar de forma elementar.

Devemos levar a criança a perceber que o ser humano é a síntese dos três
reinos: mineral, vegetal e animal.

Nunca falaremos isso a ela!

Assim a criança terá desde o início uma impressão da importância do ser humano
dentro da ordem cósmica geral.

O professor deve falar sempre muito seriamente sobre o ser humano,


relacionando-o com os outros reinos.

Vejamos:
Reino mineral – pelos ossos somos aparentados com o reino mineral.

Reino vegetal – nos processos vegetativos: crescimento, pela respiração, pelo


metabolismo e pela reprodução nos assemelhamos ao reino vegetal.

Reino animal – na sensibilidade, nos movimentos, em obediência aos impulsos


anímicos, na luta com nossos instintos nos aparentamos com os animais.

Importante!!!

O ser humano deve sempre superar as forças dos reinos inferiores.

O mineral é cristalizado.

A planta tende a tornar-se lenhosa ao crescer deveras e assim aumenta de


tamanho e se petrifica (tende a mineralizar-se).

O animal traz a unilateralidade anímica.

O ser humano está sempre em luta contra essa tendência.

Rudolf Steiner insiste com vigor no estudo prévio do ser humano e devemos nos
familiarizar com a descrição de ser humano que ele faz.

O ser humano é dividido em três partes:

três segmentos da própria forma do corpo.

Cabeça – esférica

Tronco

Membros

Devemos começar a falar da cabeça e sua forma esférica e dos sentidos que ela
carrega.

Depois descrevemos o tronco como sendo uma “gaiola” que guarda os órgãos –
coração e pulmão, estômago e outros.

E finalmente descrevemos os membros – o que temos de mais humano.

Com as mãos atuamos e transformamos o mundo!!!


É indicado que lidemos com esses elementos de maneira concreta e artística
com muitas variações de exercícios:

Observação concreta de pessoas diferentes tipos;

Desenhos;

Modelagem;

Pintura;

Recitação de poesias

É importante falar detalhadamente das funções relacionadas com as diversas


partes do corpo:

O que faz o ser humano com sua cabeça?

Para que serve o tronco? O que ele guarda?

Para que serve os membros do ser humano?

(uma pequena época de três semanas são suficientes para antropologia)

RESUMINDO O ENSINO DE ANTROPOLOGIA

Devemos (professores)

• Estudar o ser humano a partir do sistema neurossensorial – cabeça.

• Sistema rítmico – coração / pulmão

• Sistema metabólico-motor – abdômen, mãos e pés

ZOOLOGIA

O estudo de alguns animais, indicados por Rudolf Steiner, se baseiam no estudo


prévio da Antropologia.

Temos a indicação de escolher animais que tenham relação com os três sistemas
do ser humano, por exemplo:
Águia (sistema neurossensorial): animal marcado pelos olhos e pelos órgãos de
respiração.

Leão (sistema rítmico): animal dominado pela organização da respiração e


circulação.

Touro ou vaca (sistema metabólico): toda a sua anatomia é dominada pelo


desenvolvimento excessivo dos órgãos da digestão.

Outras relações podem ser feitas para apresentação de outros animais:

Polvo – cabeça

Elefante – organizado em função do prolongamento dos lábios

Girafa – organização em função do prolongamento do pescoço

• Deve-se sempre fazer a relação entre o ser humano e o animal estudado.

• É interessante finalizar a época propondo um Trabalho individual para as


crianças. Elas podem escolher os animais de acordo com uma lista
preparada previamente pelo professor (assim não se corre o risco de
termos entre os animais os dinossauros, por exemplo).

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