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A classificação dos seres vivos

A biodiversidade é representada pelo conjunto de variadas formas de


vida que habitam os diversos ambientes do planeta Terra. Para conhecer e
entender a biodiversidade, é fundamental classificar os seres vivos e organizar
o conhecimento científico sobre eles. Mesmo com tantas pesquisas, ainda
existem ambientes pouco conhecidos, e os pesquisadores continuam a
descobrir seres vivos e a descrevê-los.
Por que classificar?
Para compreender melhor a classificação dos seres vivos, iniciaremos
com um exemplo cotidiano: uma pessoa pretende organizar o armário de seu
quarto e, para isso, retirou todas as roupas e acessórios de seus lugares.
Agora, ela precisa de ajuda para reorganizá-los. Observe a Figura 1 para saber
o que essa pessoa possui e tente organizar suas roupas e acessórios em cada
compartimento do armário.

Você deve ter considerado algumas características dos objetos para


organizá-los. As pessoas não costumam guardar camisetas na sapateira e
chapéus em cabides, concorda? Propomos agora que você organize esses
mesmos objetos de acordo com as categorias: roupas casuais, roupas de
inverno, acessórios e calçados. Mudou alguma coisa? Talvez algum objeto
tenha mudado de lugar, mas muitos deles devem ter permanecido onde
estavam. Isso ocorre porque a maioria das pessoas organiza suas roupas e
seus acessórios com base em critérios bem parecidos. Como você pode
perceber, quando classificamos as coisas em categorias, de acordo com suas
características, tudo fica mais organizado e fácil de ser encontrado.
A importância da classificação dos seres vivos
A biodiversidade do planeta Terra é muito grande. Estima-se que haja de
7 a 10 milhões de espécies, mas apenas cerca de 1,5 milhão delas foram
descritas, estudadas e classificadas. A classificação facilita, por exemplo, o
estudo dos hábitats em que esperamos encontrar certos seres vivos, o
planejamento de estratégias de conservação da biodiversidade e a
identificação e a seleção de seres vivos para serem utilizados pelo ser humano,
por exemplo, na produção de medicamentos pela indústria farmacêutica.
Atualmente, os critérios de classificação procuram refletir a história
evolutiva das espécies, ou seja, a história das modificações que ocorreram nos
seres vivos ao longo do tempo, indicando o grau de parentesco evolutivo entre
elas e a existência de um ancestral comum. De maneira geral, quanto maior é
o grau de parentesco evolutivo entre os seres vivos e quanto mais recente é o
ancestral comum que eles compartilham, maior é a quantidade e a relevância
de semelhanças entre eles. Os principais critérios adotados pelos
pesquisadores para estudar as relações entre os seres vivos são morfológicos
(forma do corpo), fisiológicos (funções corpóreas), comportamentais e
genéticos (material genético).

Esqueleto da cobra-nariz-de-escudo (Aspidelaps scutatus). Esqueleto de macaco-rhesus


(Macaca mulatta). Uma das características morfológicas comuns a esses dois animais é a
presença de coluna vertebral e crânio, que os agrupam como vertebrados.

A classificação utilizada pela Ciência atualmente é considerada natural, isto


é, agrupa os seres vivos de acordo com as relações de parentesco evolutivo
entre eles. De maneira geral, quanto mais semelhanças duas espécies
apresentarem entre si, mais próximo será seu grau de parentesco.

O sistema de classificação de Lineu

A primeira tentativa de classificação com base em características estruturais


ou anatômicas foi realizada em 1735 pelo naturalista e médico sueco Carl von
Linné (1707-1778), conhecido em português como Lineu. No sistema proposto
por Lineu, a espécie é a unidade básica de classificação. De maneira geral,
espécies são grupos de indivíduos semelhantes que, em condições naturais,
são capazes de se reproduzir e de dar origem a descendentes férteis. As
diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas ou
táxons, foram ampliadas em relação à proposta de Lineu. No atual sistema de
classificação, espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero; os
gêneros semelhantes são agrupados em uma mesma família; famílias
semelhantes são reunidas em uma ordem; ordens semelhantes são agrupadas
em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em um filo; e filos
semelhantes são agrupados em um reino.

A nomenclatura científica
A classificação de uma espécie inclui sua nomenclatura, de modo que
ela possa ser identificada com facilidade, independentemente do local do
mundo onde esteja o pesquisador e do idioma que ele fale. Dessa forma, a
nomenclatura científica possibilita a comunicação precisa entre os
pesquisadores. Por exemplo, mandioca, maniva, aipim e macaxeira são nomes
populares e regionais que correspondem à mesma espécie no Brasil, cujo
nome científico é Manihot esculenta. Também existem nomes populares que
correspondem a mais de uma espécie. O abacaxi, por exemplo, pode ser das
espécies Ananas comosus ou Ananas ananassoides. O nome científico de
uma espécie é binomial, isto é, composto de dois termos, escritos em latim
e destacados do texto. o primeiro termo, indica o gênero ao qual a
espécime pertence e deve ser escrito sempre com inicial maiúscula. Os
dois termos juntos, indicam a espécie. O segundo termo é escrito com
inicial minúscula e nunca deve ser escrito sozinho.
Os reinos
A classificação adotada nesta obra reúne todos os seres vivos em cinco
reinos: Monera (das bactérias e arqueas), Protoctista (das algas e
protozoários), Fungi (dos fungos), Animalia (dos animais) e Plantae (das
plantas). Veja a seguir algumas características dos seres vivos que compõem
cada reino.
• Monera: unicelulares, procarióticos e autotróficos ou heterotróficos.
• Protoctista: unicelulares ou pluricelulares, eucarióticos, autotróficos ou
heterotróficos.
• Fungi: unicelulares ou pluricelulares, eucarióticos, heterotróficos.
• Plantae: pluricelulares com tecidos, eucarióticos, autotróficos.
• Animalia: pluricelulares com tecidos, eucarióticos, heterotróficos

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