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Classificação dos seres vivos

Introdução

Ao longo do desenvolvimento científico, a fim de facilitar seus estudos e experimentos, vários


estudiosos buscaram classificar os seres vivos de acordo com suas características comuns. A
partir das ideias evolutivas darwinianas, a comunidade científica adotou a classificação de
acordo com o grau evolutivo das espécies.

Para que serve a classificação dos seres vivo?

Através da classificação dos seres vivos, é possível conhecer e analisar a biodiversidade do


planeta, esquematizar os graus de parentesco evolutivo entre indivíduos e até estabelecer
modelos matemáticos que demonstrem o momento da evolução em que o ambiente e seus
organismos foram submetidos aos processos adaptativos.

O sistema de classificação dos seres vivos não obedece a critérios rigidamente formais, sendo
um sistema que se rege por um conjunto de regras predominantemente unificadas, mas que,
dada a grandeza da quantidade de seres vivos existentes no planeta, são adaptadas de acordo
com o modelo de estudo e com o ramo da biologia em que essa classificação se fez necessária.

Características dos cinco reinos dos seres vivos

Dentro de cada reino, estão agrupadas espécies que apresentam características semelhantes
em relação ao seu desenvolvimento e funcionamento. As principais características utilizadas
para agrupar as espécies dentro de cada reino estão relacionadas com a nutrição, organização e
tipo celular, respiração, reprodução e locomoção.

Em relação a nutrição, as espécies podem ser autotróficas (quando produzem o próprio


alimento) ou heterotróficas (quando o alimento é obtido no ambiente em que vivem).

As células podem apresentar material genético envolto por membrana ou não, e dessa maneira
as espécies podem ser classificadas em, respectivamente, eucariontes ou procariontes. Ainda
em relação às células, as espécies podem ser unicelulares (uma única célula) ou pluricelulares
(duas ou mais células constituem o organismo).

A respiração pode ser aeróbia (quando necessitam oxigênio) ou anaeróbia (quando não
necessitam oxigênio).

A reprodução pode ser sexuada, assexuada ou através de esporos. E, por fim, em relação à
forma como se locomovem, as espécies podem ser autônomas ou imóveis (sésseis).

Veja a seguir as principais características das espécies pertencentes a cada um dos cinco reinos.

Reino animal

O reino Animalia divide-se em dois grupos: vertebrados e invertebrados. As espécies desse


reino são eucariontes, pluricelulares, heterotróficos, com respiração aeróbia, reprodução
sexuada e capacidade de deslocamento. Dentro deste reino estão presentes: mamíferos,
peixes, aves, répteis, anfíbios, insetos, moluscos, anelídeos e outros.

Reino vegetal

As espécies do reino Plantae são eucariontes, pluricelulares, autotróficos, sésseis (sem


capacidade de locomoção) e podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada. Esse reino é
um dos mais antigos e agrupa diversas espécies de árvores e outros vegetais. É um grupo de
extrema importância para a vida na Terra, devido a dinâmica de gases envolvida na respiração
dos indivíduos.

Reino fungi

Neste reino encontramos os fungos, que são organismos eucariontes, pluricelulares, aeróbicos
e heterotróficos. Eles se reproduzem através de esporos e, por isso, podem ser encontrados em
diversas regiões, inclusive como parasitas de outras espécies de animais e plantas.
Reino protista

O reino dos protistas é o mais primitivo e acredita-se que todos os demais derivam deste. São
eucariontes, uni ou pluricelulares. Devido a sua origem parafilética, é um reino de difícil
caracterização, uma vez que nem todos os indivíduos têm um mesmo ancestral comum.

Reino monera

O reino Monera compreende seres procariontes e unicelulares microscópicos. A maioria das


espécies nesse reino são bactérias aeróbias e heterotróficas, porém também estão presentes as
Arqueas, que são anaeróbias.

Classificação básica dos seres vivos

Outras formas de classificação, além da que permite classificar os seres vivos agrupando-os em
espécies, podem ser utilizadas dependendo do estudo em que essa classificação seja
necessária. Dessa forma, classificações mais básicas, que não obedecem necessariamente a
padrões evolutivos, são empregadas principalmente para fins didáticos.

Os seres vivos podem ser classificados:

 quanto à forma de obtenção de alimentos (autótrofos ou heterótrofos);


 quanto à forma de produção de matéria orgânica (fotossintetizantes ou
quimiossintetizantes) quanto ao hábito alimentar (herbívoros ou carnívoros)
 quanto ao hábito alimentar (herbívoros ou carnívoros)

Classificação dos seres vivos nas relações ecológicas


Dentro de um ecossistema, os seres vivos estabelecem relações ecológicas de predação e/ou
herbívora entre eles, de forma que estabelecem uma cadeia alimentar. Os seres vivos dentro de
uma cadeia alimentar podem ser ainda classificados quanto ao seu nível trófico dentro dessa
cadeia:

Produtores: na base da cadeia, são os organismos que autótrofos que produzem o seu próprio
alimento;

Consumidores primários: indivíduos herbívoros que se alimentam dos produtores;

Consumidores secundários: indivíduos carnívoros que se alimentam dos produtores primários;

Consumidores terciários: indivíduos carnívoros que se alimentam dos produtores secundários;

Decompositores: seres que contribuem para a ciclagem de nutrientes dentro do ecossistema,


se alimentando de restos e carcaças de outros indivíduos (produtores ou consumidores). Por
exemplo, os fungos e bactérias.

História da classificação de seres vivos

O sistema mais antigo de classificação foi proposto por Aristóteles ainda na Idade Clássica e
dividia os seres vivos em plantas e animais. Os animais eram subdivididos de acordo com o
meio em que se moviam (água, ar ou terra). Esse primeiro modelo de classificação inspirou
todos os demais sistemas de classificação, inclusive o atual.

Com a descoberta de novas terras, novas espécies de seres vivos eram encontradas e o sistema
aristotélico acabava formando grupos extensos de organismos. Ao agrupar todas as plantas em
um mesmo grupo, não eram considerados outros fatores de diferenciação, como a formação de
flores, o modelo de caule, entre outras coisas.
Os avanços científicos, principalmente no campo da microscopia, permitiram a descoberta de
organismos que não se classificavam no sistema proposto. Esses novos organismos ou eram
adicionados em grupos que não apresentavam características similares, como os protozoários
colocados nos grupos animais e os fungos adicionados no grupo das plantas.

No século XVIII, Carolus Linnaeus em sua obra "Systema Naturae" propôs uma forma
hierárquica de classificação dos seres vivos. Nesse livro, ele estipula três reinos: mineral,
vegetal e animal, e agrupa todos os seres vivos em cinco categorias: Classe, Ordem, Gênero,
Espécie e Variedade.

Além disso, no sistema de classificação de Lineu, é estipulado que o nome de cada espécie deve
ser curto, único em cada gênero, binominal e permanente.

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