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Classificação

dos Seres Vivos

Prof. Enio
Classificação biológica
• Sistemática: campo amplo, que inclui
• a taxonomia, responsável por nomear e
descrever espécies ou outras categorias
taxonômicas
• a filogenia, o estudo das relações evolutivas
entre os diferentes grupos de seres vivos.
Sistemas artificiais e naturais
• Os sistemas de classificação que não se baseiam em relações de
parentesco evolutivo entre os grupos de seres vivos são considerados
artificiais
• Um exemplo é a classificação de Aristóteles, que dividiu os seres vivos em
dois grupos: animais (seres que se moviam) e plantas (seres que não se
locomoviam), e subgrupos de acordo com o ambiente em que viviam (aéreos,
terrestres ou aquáticos).
• Enquanto os sistemas que procuram compreender essas relações são
chamados naturais
• Hoje os animais são classificados por sistemas naturais
Karl von Linné (1707-1778)
• Considerado o pai da taxonomia moderna
• Desenvolveu o sistema de nomenclatura binomial, no qual os
organismos são designados de acordo com gênero e espécie.
• Estabeleceu um sistema hierárquico de táxons:
• Reino
• Filo
• Classe
• Ordem
• Família
• Gênero
• Espécie
Linné, Linnaeus ou Lineu
Linnaeus
• Com a aceitação das ideias evolutivas, as categorias lineanas foram
mantidas e até mesmo ampliadas, mas passaram a ser interpretadas
de maneira diferente, procurando contar a história evolutiva de cada
grupo.
Taxonomia
• Categorias taxonômicas:
Exemplos:
DoReFiCOFaGE
Domínio
Classificação em cinco reinos
• Proposta por Whittaker, já é CONSIDERADA ULTRAPASSADA:
• Reino Monera
• organismos procariontes unicelulares. Exemplos: bactérias e cianobactérias.
• Reino Protista
• organismos eucariontes, unicelulares, autotróficos ou heterotróficos. Exemplos: protozoários
e algas.
• Reino Fungi
• organismos eucariontes, unicelulares ou multicelulares, heterotróficos. Exemplos: cogumelos
e leveduras.
• Reino Plantae
• organismos eucariontes, multicelulares e autotróficos (fotossintetizantes). Exemplos: algas
multicelulares e vegetais inferiores e superiores (apesar de alguns autores classificarem algas
como protistas, classificações recentes incluem algas multicelulares no Reino Plantae).
• Reino Animalia
• organismos eucariontes, multicelulares e heterotróficos. Exemplos: animais invertebrados e
animais vertebrados.
Classificação em cinco reinos
Classificação em três domínios
• Proposta por Carl Richard Woese (1928-2012) é a mais ACEITA NA
ATUALIDADE.
• Domínio Bacteria
• Constituído por organismos unicelulares procariontes
• Representantes: bactérias.
• Domínio Archea
• Constituído por organismos unicelulares procariontes conhecidos como
arqueobactérias
• Representantes: microorganismos encontrados em ambientes extremos, como
temperaturas muito elevadas e altas concentrações de metano ou enxofre.
• Domínio Eukarya
• Constituído por todos os organismos eucariontes.
3 Domínios e
6 Reinos:
Classificação em seis reinos
• Reino Eubacteria:
• Procariontes. Exemplos: bactérias e cianobactérias.
• Reino Archaebacteria:
• Procariontes que habitam ambientes extremos. Se assemelham-se,
em termos evolutivos, mais aos eucariontes do que às bactérias.
• Reino Protista:
• Eucariontes, unicelulares, autotróficos ou heterotróficos. Exemplos:
protozoários e algas.
• Reino Fungi:
• Eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, heterotróficos, sendo que
sua nutrição ocorre por absorção. Exemplos: cogumelos e leveduras.
• Reino Plantae:
• Eucariontes, multicelulares e autotróficos (fotossintetizantes).
Exemplos: algas multicelulares e vegetais.
• Reino Animalia:
• Eucariontes, multicelulares e heterotróficos. Exemplos: animais
invertebrados e animais vertebrados.
Classificação
• Segundo as classificações mais recentes, o Reino Monera (da
classificação em 5 reinos) e o Reino Protista deixam de existir, sendo
apenas utilizados como coletivo para organismos procariontes e
eucariontes unicelulares, respectivamente.
Nomenclatura
O nome das espécies
Regras de nomenclatura biológica
• O nome da espécie é sempre duplo
(nomenclatura binominal)
• formado por duas palavras escritas em
itálico ou sublinhadas.
• Usam-se sempre palavras em latim
(ou latinizadas)
• A primeira palavra corresponde ao
nome do gênero
• sempre deve ser escrita com letra
inicial maiúscula.
• A segunda palavra corresponde ao
epíteto específico
• deve ser escrita sempre com inicial
minúscula.
Regras de nomenclatura biológica
• Se houver subespécie, escreve-se depois do nome da espécie, com a
inicial minúscula.
• Homo sapiens sapiens
• Rhea americana alba (ema branca)
• Algumas vezes, citamos o autor do nome da espécie juntamente ao nome
científico.
• Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann (bactéria causadora da sífilis)
• Apis mellifera Linnaeus (abelha-europeia)
• O ano da publicação poderá ser escrito após o nome do autor, separado
por uma vírgula.
• Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann, 1905
• Apis mellifera Linnaeus, 1758
1. Os nomes científicos são extremamente importantes para a ciência,
uma vez que permitem a identificação de um organismo
independentemente da língua utilizada em um país. Isso é possível
porque os nomes científicos:
a) sempre são escritos em grego ou em palavras derivadas dessa língua.
b) sempre são escritos em português.
c) sempre são escritos em inglês, a língua mais falada no mundo.
d) são escritos em uma língua criada pela coordenação do Código
Internacional de Nomenclatura Biológica.
e) sempre são escritos em latim ou os termos são latinizados.
2. Todo nome científico de uma espécie é formado por dois termos
(nomenclatura binomial). Cada termo possui um significado, e o
primeiro indica:
a) o gênero ao qual a espécie pertence.
b) o filo ao qual a espécie pertence.
c) a ordem a qual a espécie pertence.
d) o reino ao qual a espécie pertence.
e) a família a qual a espécie pertence.
3. Os nomes científicos apresentam algumas regras que devem ser
seguidas no momento da escrita em um texto. Observe a seguir o
nome científico do cajueiro e marque a alternativa em que todas as
regras são obedecidas:
a) Anacardium Occidentale.
b) anacardium occidentale.
c) Anacardium occidentale.
d) Anacardium occidentale.
e) Anacardium Occidentale.
4. Aedes aegypti e Aedes albopictus são dois mosquitos que estão
relacionados com a transmissão da dengue. No Brasil, o principal vetor
da doença é o Aedes aegypti. Analisando o nome científico desses
mosquitos, podemos concluir que:
a) a) se trata do mesmo mosquito.
b) b) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos da mesma
espécie.
c) c) Aedes aegypti e Aedes albopictus compartilham o mesmo
gênero.
d) d) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos que
pertencem ao mesmo gênero, mas apresentam famílias
distintas.
e) e) Aedes aegypti e Aedes albopictus são organismos de reinos
diferentes.
5. Quando escrevemos o nome de uma espécie, utilizamos
normalmente dois termos: o gênero e o epíteto específico. Algumas
vezes, no entanto, observamos a nomenclatura trinomial, como é o
caso da ave: Haematopus ostralegus occidentalis. Nesse caso, temos
um exemplo de:
a) subgênero.
b) subreino.
c) subfilo.
d) subespécie.
e) subclasse.
Como surge uma espécie
Conceito de espécie
• Com a aceitação das ideias
evolutivas, as espécies deixaram de
ser vistas como grupos estáticos de
seres vivos e passaram a ser assim
conceituadas:

• Conceito biológico de espécie:


• Grupo de populações naturais real ou
potencialmente intercruzantes que é
reprodutivamente isolado de outros
grupos de organismos.
Conceito de espécie
• O conceito biológico de espécie só é válido para organismos com
reprodução sexuada
• Aqueles com reprodução assexuada são agrupados em espécies de acordo
com semelhanças entre características morfológicas, fisiológicas e
moleculares.
• Essa definição apresenta limitações, pois não possibilita um modo
prático para se identificar uma espécie
• Não é possível observar a reprodução em todos os seres que existem, e muito
menos nos fósseis.
• Por conta dessas dificuldades, foram propostas outras definições de
espécie.
Sistemática filogenética
• As duas principais escolas de classificação que se baseiam em
princípios evolutivos são:
• a evolutiva, que é a mais tradicional
• e a filogenética ou cladística

• A escola filogenética desenvolveu um método, e por meio dele os


cientistas buscam estabelecer melhor as relações evolutivas entre os
grupos de seres vivos, com a menor subjetividade possível.
• Nesse método, considera-se um grande número de caracteres, que podem
ser anatômicos, fisiológicos, comportamentais, moleculares, entre outros.
Especiação
• Entende-se que a diversidade de
seres vivos é resultante de processos
evolutivos
• Na formação de novas espécies
(especiação), é importante a
ocorrência de processos de
• Cladogênese
• Anagênese
Cladogênese
• Compreende os processos
responsáveis pela ruptura da coesão
original em uma população, gerando
duas ou mais populações que não
trocam mais genes.
Anagênese
• Compreende os processos pelos quais um caráter
surge ou se modifica em uma população ao
longo do tempo, sendo responsáveis pelas
“novidades evolutivas” e pela fixação dessas
novidades nas populações
Cladogramas
• É um diagrama de ramos
Cladogramas
• Nos cladogramas, a base de
onde partem os ramos é
chamada raiz
• Os pontos de onde partem os
ramos são chamados nós.
• Estes representam ancestrais
comuns hipotéticos para todos os
grupos que estão acima do nó.
Cladogramas
• Os grupos que descendem
evolutivamente desse ancestral
são colocados no ápice dos
ramos, compondo os
terminais.
• Os nós simbolizam pontos de
provável ocorrência de eventos
cladogenéticos
Cladogramas
• O tempo absoluto nem sempre
é representado, por isso
geralmente as distâncias entre
os nós do cladograma são
iguais.
• Essa distância semelhante não
significa que o tempo entre um
evento cladogenético e o outro
seja o mesmo.
Construindo um cladograma
• A sequência hierárquica das ramificações no cladograma reflete, de
alguma maneira, a sequência de subdivisões de linhagens observadas
ao longo do tempo.
• Grupos que partem de um mesmo nó são chamados grupos-irmãos e
são mais próximos evolutivamente entre si do que grupos que partem
de nós diferentes.
Construindo um cladograma
• Para montar cladogramas e propor hipóteses de parentesco
evolutivo, os cientistas utilizam grande número de caracteres e os
analisam de modo comparativo.
• A escolha dos caracteres usados tem de ser bastante criteriosa, pois
só podem ser comparados caracteres ou estruturas que sejam
homólogos.
• Não devem ser comparadas estruturas análogas.
Homologia
• Estruturas homólogas são aquelas
que derivam de estruturas já
existentes em um mesmo ancestral
comum exclusivo, podendo ou não
estar modificadas para exercer uma
mesma função.
• São exemplos de estruturas
homólogas entre si: os ossos dos
braços dos seres humanos e os
ossos dos membros anteriores dos
cavalos.
• Essas estruturas são homólogas
porque derivam dos ossos dos
membros anteriores presentes no
grupo ancestral que deu origem aos
mamíferos.
Analogias
• Estruturas análogas são aquelas que
se assemelham simplesmente por
exercer a mesma função, mas não
derivam de modificações de
estruturas semelhantes e já
existentes em um ancestral comum
exclusivo.
• São análogas, por exemplo, as asas
das aves e as dos insetos.
• elas desempenham a mesma função,
que é o voo, mas não são derivadas das
mesmas estruturas presentes em um
ancestral comum exclusivo entre aves e
insetos
Construindo um cladograma
• A condição presente no ancestral é chamada primitiva, e a novidade
evolutiva é chamada condição derivada.
• Somente as condições derivadas são usadas para definir os agrupamentos.
• As condições derivadas dos caracteres e que são exclusivas de cada
agrupamento podem estar apontadas nos ramos do cladograma.
• Os grupos naturais são formados apenas por organismos que
compartilham a condição derivada de um ou mais caracteres e que
descendem de um ancestral comum exclusivo.
• Grupos formados desse modo, e que incluem todos os descendentes desse
ancestral exclusivo, são chamados monofiléticos
Conceito filogenético de espécie
• A partir dessa interpretação da
evolução, outras definições de
espécie têm surgido, como a
seguinte:
• Conceito filogenético de espécie
• População ou grupo de populações
definidas por uma ou mais
condições derivadas, constituindo o
menor agrupamento taxonômico
reconhecível.
Atividade avaliativa
Construa a árvore filogenética das espécies hipotéticas representadas a
baixo:
Prof. Enio

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