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FIBROMIALGIA

FISIOTERAPIA EM REUMATOLOGIA E GERIATRIA

DOCENTE: Prof. Dr. OLGA MOREIRA


DISCENTES: ERILÂINE ARAÚJO
KAMILLA MARTINS
MARIANA MARIZ
MICHELH SANTANA
SIBELE MARQUES
DEFINIÇÃO

 É uma síndrome dolorosa crônica de causa desconhecida;


 Dores pelo corpo, três meses, com presença de 11 dos 18
pontos dolorosos à palpação;
 Sintomas:

HEIDARI, 2017.

GOOGLE IMAGENS, 2018


EPIDEMIOLOGIA

Afeta 0,2 a 5% da
Mulheres, 35 e 44 anos;
população mundial;

Prevalência:
No Brasil atinge 2,5% 0,2 a 3,9% para homens
da população geral; 0,7 a 13% para
mulheres

HEIDARI, 2017 e HEYMANN, 2017


ETIOLOGIA

GOOGLE IMAGENS, 2018


ETIOLOGIA

CARÁTER CARÁTER NÃO


INFLAMATÓRIO INFLAMATÓRIO
ETIOLOGIA

 Muitos estudos indicam que há alterações do processamento nociceptivo do SNC


em indivíduos com FM;
 Aspectos psicológicos, como estresse, podem tornar a experiência da dor mais
traumática.
(SLUKA et al., 2016)

 Hipóteses atuais de que sua etiologia inclui um estado de inflamação crônico,


sistêmico e local, associado a uma alteração na resposta ao estresse.
(BOTE et al., 2013)
ETIOLOGIA
ETIOLOGIA

 Este estudo comparou mulheres saudáveis e mulheres com Fibromialgia. Sendo


apresentado o seguinte resultado em relação às fibromiálgicas:

Maior liberação de citocinas


Maiores níveis circulantes de
pró- inflamatórias por
IL-8, noradrenalina e cortisol
monócitos

(BOTE et al., 2013)


ETIOLOGIA
ETIOLOGIA

 Não há evidências importantes de que a fibromialgia seja acompanhada pela


ativação do sistema de resposta inflamatória, pela ativação imunológica ou
por um processo inflamatório;

Expressão reduzida de Redução dos níveis


Defeitos na via IL-2 marcadores de ativação
(CD25+ e CD69+) séricos de sCD8

VAN WEST D, 2001


QUADRO CLÍNICO

Dor generalizada- repouso e movimento  CINESIOFOBIA;

Fadiga crônica, rigidez matinal e redução de força muscular;

Depressão, ansiedade e distúrbios do sono;

Cefaleias e síndrome do intestino irritável;

Modulações dos sintomas por fatores externos;

Hipersensibilidade nos chamados "tender points“.


(WOLFE et al., 1990; SLUKA et al., 2016)
QUADRO CLÍNICO

FIBROMIALGIA
 Em comparação com outras
condições crônicas dolorosas,
pacientes com FM apresentam
maior intensidade de dor e ARTRITE
incapacidade funcional, REUMATÓIDE,
resultando em pior qualidade OSTEOARTRITE E
de vida;
DPOC

(BURCKHARDT et al., 1993)


QUADRO CLÍNICO

GOOGLE IMAGENS, 2018


DIAGNÓSTICO CLÍNICO

 Suspeita em pacientes com dor multifocal não totalmente explicada por lesão ou
inflamação;
 A dor é uma característica definidora e as particularidades da mesma que distinguem
a fibromialgia de outras doenças;

Critérios diagnósticos do Colégio Critérios diagnósticos do Colégio


Americano de Reumatologia-1990 Americano de Reumatologia-2010

 Dor persistente por 03 meses;  ACR eliminou palpação como critério;


 Palpação em 18 locais predeterminados;  Questionário Índice de Dor Generalizada (IPW);
 Envolvimento de pelo menos 11locais  Questionário Gravidade dos sintomas (SS)

CLAUW DJ, 2014


DIAGNÓSTICO CLÍNICO

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DIAGNÓSTICO CLÍNICO

CLAUW DJ, 2014


DIAGNÓSTICO CINÉTICO FUNCIONAL

 Foco principal sobre a dor;


 Questionários e escalas para avaliação:
McGill de dor;
Escala de cinesiofobia de tampa;
Escala de catastrofização da dor;
Questionário de Impacto da Fibromialgia.
PROGNÓSTICO

Dependência de
opioide/ álcool e Ansiedade
drogas ilícitas
 Doença crônica e recorrente;
 Tempo de doença PIOR
prolongado;
PROGNÓSTICO
Difícil Doença
 Sintomas FÍSICOS e aderência psiquiátrica
ao refratária ao
PSICOLÓGICOS tratamento tratamento

Afastamento
do trabalho

Medeiros et al., 2010; SBR;


PROGNÓSTICO
FIBROMIALGIA: TRATAMENTO

NÃO-
FARMACOLÓGICO
FARMACOLÓGICO

Sociedade Brasileira de Reumatologia


FIBROMIALGIA: TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

Analgésicos – opioides, AINhs

Relaxantes musculares –
Ciclobenzaprina
Antidepressivos – Amitriptlina,
Fluoxetina, Dulxefina
Anticonvulsantes –
Gabapentina

Outros

Sociedade Brasileira de Reumatologia


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO - OBJETIVOS

Reduzir quadro álgico

Ganhar ADM

Aumentar/Manter habilidades funcionais

Aumentar condicionamento Físico


Treinar o Biofeedback
Orientar condutas
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO - CONDUTAS

Terapias
Manuais Atividade Cinesioterapia Orientações
Eletroterapia Acupuntura Física

Marques, 2007
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO - CONDUTAS

CURTO PRAZO LONGO PRAZO


ELETROTERAPIA • Redução da dor Terapias • Massagem e automassagem
ACUPUNTURA • Melhora da função manuais • Liberação miofascial

CINESIOTERAPIA • Alongamento; hidroterapia CINESIOTERAPIA


• Alongamento
BIOFEEDBACK • Exercícios ativos • Treino de força

• Respeitar crenças e
EXERCICÍOS • Caminhada, Natação comportamentos
FÍSICOS Orientações • Importância da continuidade dos
• Bicicleta; Tai chi Chuan tratamento e dos exercícios diários

MARQUES et al, 2010


CONCLUSÃO

 A fibromialgia afeta e reduz significativamente a qualidade de vida de seus


portadores. O grau de impacto, seja em âmbito profissional, familiar ou social revela
que, na atualidade, essa síndrome constitui não só um grave problema de saúde,
mas também um problema socioeconômico, já que muitos pacientes tornam- se
incapazes de exercer sua função laboral. Diagnosticar a doença é fundamental
para trata-la de forma eficiente, promovendo alívio da dor, bem estar, diminuição
do impacto dos sintomas e, consequentemente, melhor qualidade de vida a partir dos
ganhos terapêuticos. Cada paciente deve ser tratado de forma individual, já que,
devido à caracterização singular dos sintomas que apresenta, exige tratamento
especifico diferenciado, o que requer atenção multidisciplinar muito bem
planejada.
REFERÊNCIAS

 Sluka KA, Clauw DJ. Neurobiology of fibromyalgia and chronic widespread pain. Neuroscience. 3 de dezembro de
2016;338:114–29.
 Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al. The american college of
rheumatology 1990 criteria for the classification of fibromyalgia. Arthritis Rheum. 1 de fevereiro de
1990;33(2):160–72.
 Bote ME, Garcia JJ, Hinchado MD, Ortega E. Fibromyalgia: Anti-Inflammatory and Stress Responses after Acute
Moderate Exercise. PLOS ONE. 9 de abril de 2013;8(9):e74524.
 van West D, Maes M. Neuroendocrine and Immune Aspects of Fibromyalgia. Vol. 15. 2001. 521 p.
 Burckhardt CS, Clark SR, Bennett RM. The Fibromyalgia Impact Questionnaire: Development and Validation. J
Rheumatol. 1991, 18: 728-733.
LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
FISIOTERAPIA EM REUMATOLOGIA E GERIATRIA

DOCENTE: Prof. Dr. OLGA MOREIRA


DISCENTES: ERILÂINE ARAÚJO
KAMILLA MARTINS
MARIANA MARIZ
MICHELH SANTANA
SIBELE MARQUES
DEFINIÇÃO

 Crônica, auto-imune;
 Caracterizada por inflamações na pele, articulações, olhos, rins e outros órgãos;
 Cutâneo (discóide) e Sistêmico;
 Sintomas:

GORDON, 2018 GOOGLE IMAGENS, 2018


EPIDEMIOLOGIA

Mulheres - fase
reprodutiva
(15 a 45 anos);
Aumento das
taxas de Homens x
incidência e Mulheres 9:1;
prevalência;

3x mais
frequente em Incidência:
1,8 a 7,6 por
afrodescenden 100.000/ano;
tes;
Prevalência:
14,6 a 122 casos
por 100.000; VILAR, 2003 e CONDE, 2009
EPIDEMIOLOGIA

COSTI, 2017
ETIOLOGIA

tabaco

 AINDA NÃO É BEM DEFINIDA; metais


pesados
 Predisposição genética;
luz ultravioleta
 Alguns medicamentos  promovem um estado
de hiperatividade imunológica; inseticidas e pesticidas
 Fatores exógenos com provável influência no
desencadeamento do LES estão: alimentos

infecções

COSTA et al., 2014; BERBERT et al., 2005


ETIOLOGIA

 No tocante à ocorrência familiar de autoimunidade, tem sido observado que se uma


mãe tem LES, a probabilidade de manifestação da doença é:

1:40 em 1:250 em
suas filhas seus filhos
ASSIS et al., 2009
 Distúrbios na imunidade inata e adaptativa;
 Déficits em componentes da cascata do complemento também são capazes de
induzir a ocorrência do LES.
LISNEVSKAIA et al., 2014
ETIOLOGIA

 Indivíduos saudáveis também


apresentam auto- anticorpos em
níveis flutuantes ao longo da vida,
Alguns tipos cujas características são:
Início ou de estresse
emocional
exacerbação (sistema
do quadro neuropsíquico/ baixos títulos baixa afinidade
imunoendócrino)

baixa predominantemente
especificidade da classe IgM

ASSIS et al., 2009


QUADRO CLÍNICO

Comprometimento de rins, articulações e pele

Perda de peso Fadiga, febre, cefaleia

Náusea, vômitos Artralgias e mialgias Depressão


COSTA et al., 2014
 O padrão inicial da doença habitualmente exibe sintomas gerais inespecíficos, e
que costumam evoluir com períodos de atividade inflamatória;
 Podem ser concomitantes/aditivos/sequenciais, cíclicos/persistentes, agudos
fulminantes/crônicos indolentes, com períodos de remissão e exacerbação relativos a
órgãos e sistemas diferentes.
ASSIS et al., 2009
QUADRO CLÍNICO

BERBERT et al., 2005; GOOGLE IMAGENS, 2018


QUADRO CLÍNICO

 Manifestações cutâneas do LES- agudo:

ERUPÇÃO MALAR
Apresenta-se como eritema na região malar e no dorso
do nariz, dando o aspecto em "asa de borboleta

LE BOLHOSO
Intensa degeneração hidrópica da camada basal da
epiderme. São geralmente observadas na face, pescoço e
tronco.
DERMATITE LÚPICA FOTOSSENSÍVEL
Máculas, pápulas ou placas eritematosas, algumas vezes
com tonalidade violácea, podendo apresentar leve
descamação.
BERBERT et al., 2005
QUADRO CLÍNICO

 Principais acometimentos do LES:

Articular Renal Neurológico Pulmonar Cardíaco Ocular Muscular

ASSIS et al., 2009


DIAGNÓSTICO CLÍNICO

 Através de análises laboratoriais acompanhadas de investigação clínica;


 Testes sorológicos, principalmente, fator ou anticorpo antinuclear (anti-SSARo e
anti-Sm);
 Segundo American College of Rheumatology, há 11 critérios de classificação para
comprovação do diagnóstico e, é fundamental que o paciente apresente pelo
menos 4 dessas características.

LISNEVSKAIA et al., 2014


DIAGNÓSTICO CLÍNICO

COSTA et al., 2014


DIAGNÓSTICO CINÉTICO FUNCIONAL

 Os pacientes apresentam quadros clínicos e funcionais diferentes entre si, mas é


comum entre eles apresentar dor musculoesquelética e fadiga;
 Para a avaliação da fadiga muscular e da dor pode-se utilizar os instrumentos :
Fatigue Severity Scale (FSS);
Escala visual analógica (EVA);
Escala SLEDAI (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index)
PROGNÓSTICO

Melhor prognóstico

DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO

Pior prognóstico
PRECOCE TARDIO
PROGNÓSTICO

 Ocorre surgimento de danos orgânicos causados pela doença e por efeitos


colaterais secundários aos fármacos utilizados, além da provável existência de
comorbidades associadas;
FREIRE et al., 2011

 Risco de morte em pessoas com LES é 3 vezes maior do que a população em geral
devido a causas cardiovasculares, infecciosas ou renais.
TRUJILLO-MARTÍN et al., 2016
PROGNÓSTICO

 Contribuem para um pior prognóstico:

Enfermidade Renal Hipertensão Sexo masculino Idade precoce

Presença de
Estado socieconô- Elevada atividade da
Raça (negra) anticorpos
mico baixo doença
antifosfolípidios

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA


TRATAMENTO CLÍNICO

FOTOPROTEÇÃO!
Antimaláricos - hidroxicloroquina[HCQ];

Mepacrina, Ciclofosfamida;

Prednisona, Metilprednisona;

Metotrexato e Imunoglobulinas.

Borba et al., 2008; Trujillo-Martín et al., 2016 GOOGLE IMAGENS, 2018


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO – OBJETIVOS

Reduzir quadro álgico e inflamatório

Ganhar/Manter ADM

Aumentar/Manter habilidades funcionais

Aumentar condicionamento Físico


↑Cardiovascular, ↓Fadiga e ansiedade

Orientar o paciente e a família


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO – CONDUTAS

Eletroterapia Cinesioterapia Acupuntura

Atividades
Orientações
físicas

NOGUEIRA, et. al, 2009


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO – CONDUTAS

CONDUTAS ORIENTAÇÕES
 TENS; Luttosch (2010) sugere quegerais
 Medidas devido a
como a educação do
 Alongamento; diversidade das manifestações indivíduo e clínicas de o estado da
da família sobre
cada paciente que não doença;sejam usados
 Fortalecimento: baixo impacto
isotônicos “protocolos
e isométricos; de tratamento e sim para
 Recursos umaseuterapia
tratamento;
exclusiva
[Obs: Na presença paraavascular
de necrose cada paciente,
é considerando as
 Relevância
e asda atividade física;
necessária aimediatas necessidades
indicação somente de possíveis
consequências para outros
exercícios isométricos] sistemas”.
 Importância do apoio psicológico;
 Exercícios aeróbicos (caminhada);  Dieta balanceada;
 Drenagem linfática (diminuir edema).  Fotoproteção e evitar o tabagismo.
CONCLUSÃO

 O LES é uma doença autoimune, crônica, que evolui com períodos de atividade e
remissão, sendo que o tipo de sintoma a ser desenvolvido dependerá de interações
entre fatores ambientais e fatores endógenos que predispõem o indivíduo à
doença. Consoante a Sociedade Brasileira de Reumatologia, os sintomas do LES são
diversos e sua intensidade varia de acordo com a fase de atividade ou remissão da
doença. Seu diagnóstico é feito através de associação de dados clínicos e
laboratoriais e o tratamento medicamentoso deve ser individualizado, já que deve
ser direcionado de acordo com as manifestações apresentadas por cada paciente.
Dentre os principais objetivos do tratamento pode- se citar: prevenir surtos
agudos de vasculite, evitar a lesão permanente dos órgãos afetados, manter a doença
em remissão e/ou retardar a sua progressão.
REFERÊNCIAS

 LISNEVSKAIA, L.; MURPHY, G.; ISENBERG, D. Systemic lupus erythematosus. The Lancet, v. 384, n. 9957, p.
1878–1888, nov. 2014
 DA, L. M.; EVANGELISTA, C. C. B. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: INCIDÊNCIA E TRATAMENTO EM
MULHERES. p. 6, 2014.
 AD HOC COMMITTEE ON SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS RESPONSE CRITERIA FOR FATIGUE.
Measurement of fatigue in systemic lupus erythematosus: A systematic review. Arthritis & Rheumatism, v. 57, n. 8,
p. 1348–1357, 15 dez. 2007.
 ALVES, T.; BARROS, M.; OLIVEIRA, E.; CARDIA, M.; LUCENA, N.; COSTA, S.; CARVALHO, A. Abordagem
Fisioterapêutica ao Portador de Lúpus Eritematoso Sistêmico: Relato de Caso. Revista Brasileira de Ciências da
Saúde, v. 16, n. 2, p. 109–114, 30 jul. 2012.
 ROMERO-DIAZ, J.; ISENBERG, D.; RAMSEY-GOLDMAN, R. Measures of Adult Systemic Lupus Erythematosus.
Arthritis care & research, v. 63, n. 0 11, nov. 2011.

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