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Prescrição do exercício de efeito local e geral para obesos e indivíduos com sobrepeso
2. Osteoartrite/osteoartrose (OA) 8
Fisiopatologia 8
Aspectos clínicos para diagnóstico 8
Sumário OA e obesidade 9
OA e prescrição do exercício físico 9
3. Problemas na Coluna 11
Hérnia discal (HD) 11
Fisiopatologia 11
Aspectos clínicos para diagnóstico 11
HD e obesidade 12
HD e prescrição do exercício físico 12
Lombalgia 13
Fisiopatologia 13
Aspectos clínicos para diagnóstico 13
Lombalgia e obesidade 13
Prescrição do exercício para portadores de lombalgia 13
Referências 15
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Prescrição do exercício de efeito local e geral para obesos e indivíduos com sobrepeso
A fibromialgia é caracterizada como uma síndrome dolorosa de origem desconhecida, tendo como principais
efeitos dor muscular difusa. Essas dores normalmente vêm associadas a problemas como insônia, fadiga,
rigidez muscular e complicações de ordem psíquica (BALSAMO; SIMÃO, 2007, p. 73).
Devido a todos esses fatores negativos, que influenciam negativamente a qualidade de vida, a abordagem
atual da doença associa terapia medicamentosa e não medicamentosa com tratamento psicológico, acupun-
tura e exercícios físicos (BALSAMO; SIMÃO, 2007, p. 73).
Sendo assim, o objetivo desta parte de nossa apostila é conhecer um pouco a respeito do histórico da
doença e de sua fisiopatologia, discutir aspectos clínicos (assim como critérios diagnósticos) e, por fim, de-
monstrar a influência do treinamento físico em indivíduos acometidos pela síndrome, que vem crescendo de
forma considerável no mundo.
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Prescrição do exercício de efeito local e geral para obesos e indivíduos com sobrepeso
Diante dessa situação, o Colégio Americano de Reumatologia (American College of Reumathology - ACR)
criou uma classificação específica para auxiliar no diagnóstico clínico da doença (WOLFE et al., 1990):
A. Dor generalizada durante entrevista com paciente (por pelo menos três meses)
1. Dor do lado esquerdo do corpo.
2. Dor do lado direito do corpo.
3. Dor abaixo da cintura.
4. Dor acima da cintura.
5. Dor na região axial do esqueleto (região cervical e/ou região torácica e/ou região lombar).
B. Dor em 11 das 18 regiões abaixo
1. Occipital: ambos os lados, inserções musculares suboccipitais.
2. Parte inferior da coluna cervical: ambos os lados, aspectos anteriores de C5-C7 espaços
intertransversais.
3. Músculo trapézio: ambos os lados, ponto médio da borda superior.
4. Músculo supraespinhoso: ambos os lados, perto da fronteira medial.
5. Segunda costela: ambos os lados, superfície lateral superior da segunda junção
costocondral.
6. Epicôndilo lateral: ambos os lados, 2 cm distal ao epicôndilo.
7. Músculo glúteo: ambos os lados, nádega superior externo, dobra anterior do músculo.
8. Trocânter maior: ambos os lados, posterior à proeminência trocantérica.
9. Articulação do joelho: ambos os lados, almofada de gordura medial, proximal apenas para
medial do côndilo.
Tabela 1. Classificação de fibromialgia segundo a ACR. Fonte: Adaptado de Wolfe et al., 1990.
Porém, do ponto de vista clínico, 25% dos pacientes que apresentam a doença não se enquadram nos cri-
térios estabelecidos em 1990. Além disso, existe a necessidade de estabelecer quesitos que não necessitem
submetê-los a exames físicos dolorosos (como a pressão em pontos-gatilho).
Dessa forma, em 2010, a ACR estabeleceu novos critérios para o diagnóstico da doença, por meio da
aplicação de um questionário de sintomas (WOLFE et al., 2010). Segundo esse questionário, o paciente pode
ser considerado portador de fibromialgia quando atender aos critérios da tabela 2.
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2. Osteoartrite/osteoartrose (OA)
Em primeiro lugar, é necessário estabelecermos os critérios para evitar confusões conceituais. Artrite é um
termo genérico utilizado na presença de processo inflamatório em uma ou mais articulações. Entre as causas
do problema, a mais comum é a osteoartrite, que também é conhecida como osteoatrose (OA) (MYERS et
al., 2007).
Nos dias atuais, a OA é conhecida como uma doença crônico-degenerativa metabolicamente dinâmica,
com uma série de marcadores pró-inflamatórios que atuam negativamente nos mecanismos reparadores
principalmente das cartilagens articulares (JONES; DOHERTY, 1995).
Como a cartilagem articular não possui vasos san- Aspectos clínicos para diagnóstico
guíneos, o condrócito (uma célula com função bem
específica) é responsável pelo equilíbrio entre a sín- O diagnóstico da OA é feito com base na história
tese e a degradação da matriz cartilaginosa. Dessa e no exame físico do paciente. Dor e rigidez logo ao
forma, são os condrócitos que mantêm a homeostase acordar, ou mesmo antes de efetuar qualquer tipo
da cartilagem por meio de vias catabólicas neces- de movimento de mãos, punho, ombros, cotovelos,
sárias a seu turnover e sua renovação (LOTZ et al., joelho e pés pode ser visto como aspecto histórico
2013). importante. Se o paciente ainda relatar histórico de
dor em repouso, isso pode indicar um quadro avan-
Fatores genéticos, não genéticos e mecânicos po- çado da doença (ODDIS, 1996).
dem alterar esse equilíbrio, contribuindo para a OA.
Dessa forma, à medida que a doença progride, existe Já o exame físico pode ser feito por intermédio
degeneração da cartilagem articular, o que desen- de exames radiológicos objetivos. Ao se constatar
cadeia irregularidade na superfície dela (fibrilação). redução do espaço articular, presença de osteófitos
Além disso, fissuras, ulcerações e perda focal da su- (http://pt.wikipedia.org/wiki/Osteófito) e esclerose
perfície articular em toda a sua espessura também se subcondral, o quadro de OA pode ser confirmado
fazem presentes (LOTZ et al., 2013). (ODDIS, 1996).
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Ainda do ponto de vista físico, a tabela 3 resume as principais considerações a ser feitas para o diagnóstico
da OA.
OA e obesidade
Carman et al. (1994) ainda apontam que existe uma correlação importante entre obesidade e OA das
mãos. Isso pode indicar um comprometimento sistêmico devido ao quadro da obesidade, pela participação
de distúrbios metabólicos.
Entre os exercícios que não são recomendados para portadores de OA, podem-se incluir as corridas, as
atividades de saltos e/ou saltitos e qualquer outro tipo de atividade que gere impacto articular de moderado
a severo, além de qualquer outro tipo de movimento corporal que favoreça torções e traumas cumulativos
(UTHMAN et al., 2013). No entanto, exercício físico intenso (como no caso dos exercícios resistidos) não deve
ser descartado. Além disso, quando comparados a grupos controle, os exercícios mostraram-se eficientes
na diminuição da dor e na melhora da capacidade funcional para as atividades do dia a dia (UTHMAN et al.,
2013).
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3. Problemas na Coluna
Dores nas costas são queixas constantes entre os adultos de ambos os sexos em nossa sociedade: em
torno de 80% das pessoas já relatou algum tipo de desconforto na região. Dentre esse total, acredita-se que
de 30% a 40% da população apresenta, de forma assintomática, hérnia de disco lombar (ORTIZ; ABREU,
2000), sendo que 2% a 3% já estão acometidos pelos sintomas dessa patologia (NEGRELLI, 2001). Segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), 5,5 milhões de brasileiros possuem HD.
Do ponto de vista clínico, a HD caracteriza-se como uma desordem musculoesquelética responsável por
lombocitalgia. De forma geral, o termo hérnia discal é utilizado quando há ruptura do anel fibroso com pos-
terior deslocamento do disco vertebral nos espaços entre as vértebras (NEGRELLI, 2001).
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a cabeça para baixo (dor pode indicar pin- Esse quadro pode ser agravado se, além de obe-
çamento dos nervos devido à presença de so, o indivíduo também tiver estatura elevada. Es-
HD). tudo feito por Helioävaara (1987) demonstrou que
pacientes do sexo masculino com estatura acima de
Os exames de diagnóstico baseados em técnicas 180 cm apresentaram risco relativo 2,3 vezes maior
invasivas e não invasivas também são indicados. Os quando comparados a indivíduos do mesmo sexo
mais utilizados são: com menor estatura.
• Mielograma, exame radiológico que permi-
te ao médico visualizar a medula espinhal e No caso das mulheres, a situação foi ainda mais
suas raízes nervosas. Nesse caso, é aplica- grave. Mulheres acima de 170 cm tiveram 3,7 ve-
do para determinar o tamanho e a localiza- zes maior chance de desenvolver HD severa quando
ção da HD. Para mais informações, acesse: comparadas com aquelas 10 cm menores (HELIO-
http://www.danburyhospital.org/~/media/ ÄVAARA, 1987).
Files/Patient%20Education/patiented-portu-
guese/pdf_DiagnosticTests_BrazPort/Myelo- HD e prescrição do exercício físico
gram_BrazPort.ashx.
• Ressonância magnética. A prescrição de exercícios para portadores de
• Raio X. HD inclui atividades de estabilização e ativação da
musculatura do core (principalmente os multífidos e
HD e obesidade o transverso do abdômen). Exercícios realizados de
duas a três vezes por semana são os mais indica-
Diversos dados da literatura mostram associação dos (EVANGELISTA; MACEDO, 2010, p. 25). No link
positiva entre alto índice de massa corporal (IMC) e o abaixo, pode-se encontrar artigo que cita excelen-
aparecimento e/ou desenvolvimento de HD (PARK et tes exercícios indicados para ativação dessa muscu-
al., 2001; LEE et al., 2004). latura. Vale lembrar que uma respiração forçada é
necessária para ativar músculos profundos da região
Um desses estudos foi desenvolvido por Lee e Lee central do corpo (core).
(2009). Nele, peso corporal e índice de massa corpo-
ral foram medidos em 256 pacientes com hérnia de Exercícios aquáticos e de flexibilidade também
disco lombar severa que se submeteram à cirurgia e são indicados e oferecem excelente alternativa para
comparados com os de controles pareados com hér- indivíduos nessas condições. Para mais detalhes, re-
nia de disco lombar leve. comenda-se que o material disponível na plataforma
seja consultado.
O peso corporal e o índice de massa corporal fo-
ram significativamente maiores em mulheres com
hérnia de disco lombar severa do que naquelas com
hérnia de disco lombar leve. Sendo assim, os pesqui-
sadores concluíram que diferenças no peso corporal
e no índice de massa corporal podem ser fatores-
-chave que distinguem o desenvolvimento de hérnia
de disco lombar severa do de hérnia de disco lombar
leve, apesar de ambos os grupos demonstrarem me-
lhora dos sintomas após o tratamento conservador
(cirurgia). Clique na imagem para ler o artigo
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