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ISSN 2179-9660 REVISTA FAIPE, v. 8, n. 1, p. 49-59, jan./jun.

2018

Benefícios do método pilates nos sintomas da


fibromialgia
Benefits of pilates method in the symptoms of fibromyalgia
Greicielle Lima da Cruz1
Giseli Lopes Marques2
Daniela de Souza Vial Dahmer3
Maria de Lourdes Silva Crepaldi4
Ana Paula Sant'Ana5
Leonardo Monteiro da Silva6

RESUMO
A presente pesquisa teve como objetivo averiguar o Método Pilates como benefício
para os Portadores da Síndrome da Fibromialgia, através de um estudo de revisão
bibliográfica baseado em artigos científicos. Para realização desta pesquisa foram
adotados, como fontes de dados, os artigos publicados em periódicos desenvolvidos
na língua portuguesa, indexados às bases de dados informatizadas do LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO
(Scientific Electronic Library Online), publicados entre 2008 a 2015, contando ainda
com alguns livros. O Método Pilates está se tornando uma forma cada vez mais
popular de tratamento para indivíduos com síndrome da fibromialgia, promovendo a
saúde física e mental, por ser considerado um exercício de baixa intensidade, que é
apropriado para indivíduos de todas as idades e níveis de aptidão. Pilates tem como
alvo o núcleo do corpo no abdômen, costas e músculos do assoalho pélvico para
criar uma base muscular forte. Concluiu-se que o Método Pilates pode ajudar as
pessoas com fibromialgia porque colabora para o fortalecimento da musculatura e
redução da tensão muscular geral, aliviando a dor da fibromialgia generalizada,
concentrando-se no fortalecimento suave e baixo movimento de impacto, evitando
quaisquer movimentos bruscos que podem causar ferimentos.

Palavras-chave: Fibromialgia. Pilates. Benefícios.

ABSTRACT
This research aimed to discover the Pilates method as a benefit for Fibromyalgia
Syndrome Carriers, through a bibliographic review based on scientific articles. For
this research were adopted, such as data sources, journal articles developed in
Portuguese, linked to computer databases of the LILACS (Latin American and
Caribbean Health Sciences) and SCIELO (Scientific Electronic Library Online),
published between 2008-2015, still relying on some books. The Pilates method is

1
Acadêmica Faculdade de Fisioterapia ICEC – greicilima49@gmail.com
2
Docente Faculdade de Fisioterapia ICEC - gi.loma@hotmail.com
3
Docente na Faculdade FAIPE e Faculdade FASIPE – danielasvial@gmail.com
4
Doutora em Educação – crepaldi.ml@hotmail.com
5
Doutora pela PUC/SP– empoema@gmail.com
6
Especialista em Prótese Dentária e Endodontia. Brasil. leonardomonteirodasilva@hotmail.com

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becoming an increasingly popular form of treatment for patients with fibromyalgia


syndrome, promoting physical and mental health, to be considered a low-intensity
exercise, which is suitable for individuals of all ages and fitness levels. Pilates targets
the core body in the abdomen, back and pelvic floor muscles to create a strong
muscular basis. It was concluded that the Pilates Method can help people with
fibromyalgia because it contributes to the strengthening of the muscles and reduce
overall muscle tension, relieving pain generalized fibromyalgia, focusing on gentle
strengthening and down movement of impact, avoiding any sudden movements that
can cause injury.

Keywords: Fibromyalgia. Pilates. Benefits.

INTRODUÇÃO
Conforme Bervian, o termo fibromialgia deriva “do latim fibro (tecido fibroso,
ligamentos, tendões fáscias) e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia
(condição) ”, sendo assim, pode ser conceituada como a condição de dor que
acomete os ligamentos, tendões e músculos do indivíduo (BERVIAN, 2009).
Fibromialgia é uma condição crônica comum envolvendo dor generalizada, sintomas
cognitivos, sono não reparador, fadiga e uma série de sintomas somáticos,
juntamente com uma redução da qualidade de vida. A prevalência da fibromialgia
nos Estados Unidos, por exemplo, acomete aproximadamente cinco milhões de
pessoas. A prevalência é maior entre as mulheres (3,4%) do que em homens
(0,5%). No Brasil há uma pequena diferença no total de portadores mulheres (4,4%)
do que homens (0,66%), da população diagnosticada (WOLFE et al., 2010).
Em comparação com pacientes de controle por idade, as mulheres com fibromialgia
são menos ativas fisicamente, apresentando significativa capacidade funcional
abaixo do normal, além de demonstrarem desempenho físico prejudicado.
Conforme Souza, o tratamento tem como objetivo melhorar o condicionamento geral
e buscar o alívio da dor, bem como a “melhora dos padrões do sono através do
esforço físico e relaxamento e melhoria postural para corrigir adaptações em longo
prazo, secundárias a dor” (SOUZA, 2013; WOLFE et al., 2010).
Enquanto o exercício regular é um dos pilares para o tratamento da fibromialgia,
existem ainda muitas questões a resolver. Como exemplo, pode-se mencionar o
Método Pilates como um tipo de exercício interessante para o tratamento, cabendo
determinar intensidade, duração e frequência que deve ser prescrita, e atentando

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para os benefícios que ele poderá proporcionar (SOUZA, 2013).


Neste sentido, destaca-se que o exercício é definido como "planejado, estruturado, e
movimentos corporais repetitivos que são executadas para melhorar ou manter um
ou mais componentes da aptidão física” (BUENO et al., 2012; SOUZA, 2013).
O presente estudo tem como objetivo corroborar, através de revisões bibliográficas,
a relevância do benefício do Método Pilates quanto a remissão aos sintomas da
fibromialgia, descrevendo através deste, maiores esclarecimentos já propostos em
trabalhos anteriores.

Benefícios do Método Pilates nos Sintomas da Fibromialgia


Bueno e colaboradores apontaram em seus estudos, a importância dos exercícios
físicos para a sintomatologia da fibromialgia, esclarecendo a dificuldade de
diagnosticar esta síndrome, já que a mesma compromete a habilidade física e as
AVD’s, gerando decadências funcionais. Relatam que exercícios aeróbicos,
alongamento, treinamento de força, atividade física aquática e reeducação postural,
comparando-os, e esclarecendo quanto ao melhor benefício para tratar tal síndrome
(BUENO et al., 2012).
Estudos relacionados à Fisioterapia demonstram que o Pilates tem sido utilizado
principalmente para fins reabilitadores, podendo ser direcionado às pessoas com
determinadas particularidades que se inserem nos grupos especiais, como é o caso
dos portadores da fibromialgia (CRUZ, 2013).
A síndrome da fibromialgia tem sua patogenia elucidada por complicações no
sistema nervoso central, sistemas musculoesqueléticos e neuroendócrinos. As
queixas principais dos portadores de fibromialgia são as dores musculoesqueléticas
crônicas difusas, sintomas depressivos, sono não relaxante, dor de cabeça, fadiga
crônica e falta de concentração. Com causa idiopática conforme o Comitê
Multicêntrico para a Classificação, são dores propagadas em 18 áreas localizadas,
na parte inferior e superior da cintura, coluna vertebral e membros, com duração da
dor crônica passando de três meses (MARTINEZ, 2009).
O Método Pilates tornou-se, recentemente, uma forma popular e de rápido
crescimento, uma vez que são exercícios recomendados tanto para indivíduos
saudáveis quanto para aqueles envolvidos em reabilitação. São exercícios que

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enfatizam o fortalecimento do core, postura e coordenação da respiração com o


movimento, combinando técnicas asiáticas e ocidentais (BORGES, 2011).
A importância dos sintomas cognitivos na fibromialgia foi recentemente, destacada
por Wolfe, porém foram apresentadas considerações importantes quando se
trabalha com este tipo de população incluem a análise de quaisquer condições
mórbidas, os medicamentos que o paciente toma ou quaisquer outros componentes
psicológicos que possam existir. Má postura e sedentarismo têm sido relatados
como grandes perpetuadores de pontos-gatilho (BORGES, 2011).

Figura 1 - Pontos de dor da Fibromialgia

Fonte: (BORGES, 2011)

Conforme a figura 1 pode-se observar que os pontos de dor da fibromialgia estão


assim localizados: “na parte da frente e de trás do pescoço, na parte de trás dos
ombros, na parte superior do peito, nos cotovelos, na parte superior das nádegas, no
quadril, nos joelhos” (BORGES, 2011).

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O sucesso na prescrição de exercícios para essa população clínica requer cautela e


atenção. O processo começa com uma avaliação médica completa incluindo
sistemas cardiovasculares e sintoma da patologia específica. Morbidades comuns,
distúrbios do sono, disfunção autonômica, deficiências e equilíbrio devem ser
avaliados e tratados (MCLOUGHLIN et al., 2011).
Características individuais, tais como aptidão física, função e gravidade dos
sintomas, juntamente com objetivos e preferências pessoais para o tipo de
configuração e de atividade física, devem ser contabilizadas quando da elaboração
programas de desenvolvimento (FONTAINE; CONN; CLAUW, 2011; MCLOUGHLIN
et al., 2011).
A aplicação do Pilates está relacionada à evolução do ser humano como indivíduo
integral, ou seja, o homem em suas esferas: psicológica, física, cognitiva, emocional
e racional (FONTAINE; CONN; CLAUW, 2011).
Indivíduos que sofrem de fibromialgia tendem a temer qualquer exercício,
acreditando que sua prática irá fazer a sua dor piorar. No entanto, pesquisas atuais
sobre fibromialgia e exercícios demonstram que o exercício aeróbico de baixo
impacto pode ser feito sem aumentar a dor (SANUDO; GALIANO, 2009).
Um trabalho recente de Mc Loughlin indica que a maioria das mulheres com
fibromialgia são menos ativas fisicamente do que as mulheres saudáveis de mesma
idade. Embora o exercício seja recomendado, os sintomas, muitas vezes, tornam
difícil para os portadores desta síndrome, de os realizarem de forma consistente o
suficiente para obter benefícios (BRESSAN et al., 2011; SANUDO; GALIANO, 2009).
Para lidar com esse déficit, Fontaine tentaram melhorar a adesão ao exercício,
incentivando o aumento da atividade física diária, baseando em exercícios para
fazer em casa contra a participação em sessões de educação para fibromialgia.
Neste estudo de 12 semanas, os indivíduos aleatoriamente designados para o grupo
atividade física em casa, aumentaram sua média diária em 54% e relataram
melhoras dos sintomas da fibromialgia e os níveis de dor mais baixos em
comparação com o grupo de educação (BRESSAN et al., 2011).
Recente pesquisa mostrou que muitas das principais características da doença são
inter-relacionadas. Por exemplo, conforme Sanudo e Galiano (2009), níveis maiores
de sintomas da fibromialgia são associados a menores níveis de aptidão aeróbica, e

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os indivíduos recém-diagnosticados têm níveis mais elevados de estresse


psicológico em relação à sua fibromialgia (BRESSAN et al., 2008; SILVA;
MANNRICH, 2009).
Esses mesmos pesquisadores sugeriram que a eficácia do exercício pode depender
destas características específicas e recomendam personalizar programas de
exercícios com base em motivos pessoais diferentes, bem como variáveis
relacionadas às características de cada indivíduo (SILVA; MANNRICH, 2009).
Um estudo de revisão de exercício aeróbico sugere que se comece com exercícios
curtos (3-5 minutos, 3 vezes por semana) e os progressos ao longo do tempo,
podendo chegar, ao menos a 30 minutos, 4 vezes por semana. Como ocorre com
qualquer indivíduo de um programa de exercício concebido para este grupo, a
progressão gradual é fundamental (CAMPIGOTTO; HULSE, 2010; SILVA;
MANNRICH, 2009).
O Método Pilates atua para favorecer nos casos de fibromialgia, visto que o
fortalecimento e alongamento muscular aparecem evidentemente a todo o instante
nos exercícios de forma holística, sem movimentos bruscos e progressivos, sempre
prezando a fisiologia muscular e biomecânica articular. Por meio de
condicionamento dos programas de exercícios de Pilates para cada caso de
fibromialgia, é notável o alívio da dor, a restauração da amplitude de movimento,
flexibilidade, melhorando também a capacidade de concentração e execução das
atividades da vida diária, que em muitos casos ficam limitadas pela patologia
(CAMPIGOTTO; HULSE, 2010).
Além disso, a prática destes exercícios oferece um ambiente mais sereno,
favorecendo a conexão da mente com o corpo, em conjunto com técnicas de
respiração, movimentos fluidos e centralizados, promovendo o relaxamento e
diminuindo a tensão muscular. Ao estimular a liberação de hormônios e
neurotransmissores o individuo experimenta uma sensação de vitalidade e boa
disposição ao término de uma aula de pilates, e ainda observa melhoras no sono.
Portanto, eleva-se a probabilidade de diminuição da dosagem dos medicamentos
(CAMPIGOTTO; HULSE, 2010; COMUNELLO, 2011).
Alguns relatos têm evidenciado os exercícios de condicionamento físico como a
intervenção física que mais proporciona benefícios aos pacientes com fibromialgia.

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Bressane investigaram os efeitos do alongamento muscular e condicionamento


físico para tratar a fibromialgia dos pacientes (COMUNELLO, 2011; WOLFE, 2010).
A casuística analisou 15 pacientes do sexo feminino com indicação para
fibromialgia; elas foram divididas em dois grupos de estudos, sendo que o primeiro
grupo foi tratado com alongamentos musculares, enquanto o segundo grupo, com
recursos de condicionamento físico. Ao término dos tratamentos observou-se que os
alongamentos musculares melhoraram a qualidade do sono, minimizaram a rigidez
matinal em comparação ao de condicionamento físico, apresentado melhora em
algumas variáveis (COMUNELLO, 2011; PESSOA, 2012).
Silva e Mannrich tiveram como meta de pesquisa apresentar uma síntese da prática
do Método Pilates na reabilitação. Explicaram que o Pilates proporciona bons
resultados à medida que vai sendo aprimorado, podendo ser usado para tratar uma
variedade de disfunções em diferentes indivíduos, e que este método é um exercício
que tem a possibilidade de adequar-se às particularidades de cada pessoa, estando
seus benefícios relacionados à fidelidade aos seus princípios durante a prática
(PESSOA, 2012).
Campigotto e Hulse analisaram a eficácia do Método Pilates com Bola para
tratamento de mulheres com lombalgias, selecionando 10 pacientes que estavam
em lista de espera aguardando por atendimento, grupo com faixa etária de 20 a 50
anos. Os resultados tiveram grande relevância para convalescência da dor e ganho
de flexibilidade, sendo confirmados através da escala Escala Visual Analógica de
Dor (EVA) e dos testes de Finger Floor, Schober e Inclinação Lateral (COMUNELLO,
2011; PESSOA, 2012).
Comunello elaborou um trabalho literário sobre o Método Pilates, dissertando sobre
os benefícios e o emprego na restauração da saúde, tendo como préstimo o
estimulo circulatório, condicionamento físico aumentado, ganho de flexibilidade,
elevando a consciência corporal, coordenação motora e uma postura mais alongada
e alinhada, prevenindo-se das possíveis lesões e diminuindo a intensidade das
dores crônicas (PESSOA, 2012).
Pessoa pesquisou o efeito do exercício físico na síndrome de fibromialgia, relatando
que os exercícios físicos bem como os aeróbicos que são de baixa intensidade,
proporcionam grandes ganhos através de sua prática. Estes ativam a serotonina e

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revigoram a musculatura. Abordam também a eficácia de alguns recursos


fisioterapêuticos, mas deixam claro que tanto a Reeducação Postural Global (RPG)
e o Pilates não são boa indicação de tratamento para esta patologia (PEREIRA;
LIBERALI, 2013).
Pereira e Liberali (2013) delinearam uma pesquisa sobre a aderência de pessoas no
pilates solo. Utilizaram como amostragem um grupo formado por 10 mulheres
praticantes de pilates, deixando evidente, através do teste qui-quadrado, o
restabelecimento da saúde de forma global, no nível de vida, do bem-estar, do
prazer e do esgotamento físico e mental. Ficou demonstrado ainda que algumas
pessoas, por desconhecimento dessa prática de exercício, costumam desapreciar os
benefícios deste método (GÓES, 2014).
Góes e colaboradores apresentaram a casuística da característica da marcha de
mulheres de meia idade com fibromialgia, estudo no qual relacionaram com o tipo de
marcha de idosas sem essa patologia, sendo avaliadas 25 mulheres e divididas em
dois grupos. Como desfecho, demonstraram que há semelhança no padrão da
marcha entre as idosas e as mulheres com fibromialgia, fato esse que vem
desencadeando um aumento significativo da incidência de quedas nesta população.
Estes autores sugerem que sejam tomadas medidas para atenuar esses efeitos da
síndrome da fibromialgia, uma vez que tais efeitos vêm reduzindo a mobilidade de
deambulação, alertando para o fato de que, talvez, a prática de exercícios físicos
seja um princípio para mudança desse comportamento (ALTAN et al., 2009).
Altan e colaboradores investigaram os efeitos do treinamento de Pilates em 49
mulheres com fibromialgia (de idade entre 24-63 anos). Demonstraram melhorias na
dor através dos escores da escala analógica visual e resultados no Questionário de
Impacto de Fibromialgia, em comparação com um grupo controle que realizaram
relaxamento em casa e exercícios de alongamento (ALTAN et al., 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fisioterapia tem se mostrado, tradicionalmente, útil como tratamento para
Fibromialgia, e tem sido mais bem utilizada como aplicações terapêuticas
interdisciplinares.
Os sintomas mais comuns da fibromialgia são: os distúrbios do sono, a rigidez

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matinal, dores de cabeça, síndrome do intestino irritável, períodos menstruais


dolorosos, dormência ou formigamento das extremidades, síndrome das pernas
inquietas, sensibilidade à temperatura, problemas cognitivos e de memória.
Diferentes pesquisadores começaram a explorar, recentemente, os efeitos de uma
vasta gama de técnicas de exercícios para tratamento desta síndrome, além dos
diversos tipos de treinamentos físicos convencionais, como por exemplo os de baixo
impacto, o treinamento aeróbio e o treinamento de força, para o tratamento da
fibromialgia.
Por causa da natureza individualizada deste transtorno, muitas vezes é difícil
projetar um programa para um paciente com "tantas variáveis". Este é, de fato, o
motivo pelo qual o Método Pilates é tão apropriado para essa população.
A natureza individualizada de pilates e sua especificidade, em combinação com uma
vasta gama de equipamentos tão versáteis, são o que o torna tão benéfico.
A população de indivíduos com fibromialgia é diversificada com relação aos
sintomas (variedade, intensidade e duração), níveis de aptidão física, características
psicológicas, e as preferências para o tipo de exercício e atividade física.
Para obter os melhores benefícios e garantir a adesão em longo prazo, deve-se
tomar cuidado para evitar a dor relacionada ao exercício e fadiga e lesões
musculoesquelética. Características individuais, tais como aptidão física, função e
gravidade dos sintomas, objetivos e preferências pessoais devem ser levadas em
consideração ao desenvolver programas.
Se tomados em conjunto os estudos analisados, destaca-se que uma abordagem
integrativa pode ser mais benéfica para pessoas com fibromialgia.
As metas de atividades físicas e exercícios físicos destinam-se à melhoria da
aptidão funcional, redução dos sintomas da fibromialgia, e ainda, da otimização da
saúde global e bem-estar. O estilo de vida sedentário, bem como a falta de
condicionamento físico, associado a fibromialgia, pode levar esta população de
maior risco a uma série de doenças crônicas; sendo assim, a busca no
aperfeiçoamento para tratar a sintomatologia torna-se imprescindível.
Os benefícios do treinamento físico para indivíduos com fibromialgia são bem
documentados em comentários recentes de alta qualidade e meta-análises,
incluindo a redução da dor, favorecendo ainda uma redução generalizada no

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funcionamento do seu organismo.


Os resultados do estudo são em geral promissores, sendo necessárias mais
pesquisas, comparando as técnicas mente-corpo, para abordagens mais
convencionais de exercícios.

REFERÊNCIAS
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