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PARA POPULAÇÕES
ESPECIAIS
Introdução
A inatividade física está intrinsecamente relacionada à severidade de
certas doenças crônicas, e, com isso, a prática regular de exercícios
físicos passa a representar uma ferramenta fundamental para a pro-
moção da saúde. Dentre as doenças crônicas existentes, abordaremos
neste capítulo aquelas que abrangem grandes populações e que mais
apresentam benefícios diretos advindos de atividades físicas regulares:
doenças arteriais, depressão, diabetes, osteoporose, obesidade, câncer
e asma. Porém, para que esses benefícios à saúde sejam conquistados
e conduzam à melhoria de diferentes quadros clínicos crônicos, é
preciso analisar com cuidado as especificidades de programas de
treinamento para cada uma dessas populações especiais, conduzindo
a uma intervenção prática eficiente e adequada às necessidades de
cada indivíduo.
2 Exercício físico para a promoção da saúde e qualidade de vida
Embora as respostas corpóreas sejam, no cômputo geral, as mesmas, cada faixa etária
apresenta sua particularidade fisiológica, ou seja, cada organismo responde de uma
forma diferente aos estímulos, e o profissional deve ter um olhar atento para essas
diferenças.
Doenças arteriais
Não muito tempo atrás, o exercício físico ainda era um tabu para pessoas
com algum tipo de doença arterial, pois a ciência enxergava a prática como
algo nocivo à saúde do paciente. Contudo, novos estudos destituíram o mito
e revelaram inúmeros benefícios para os pacientes com doenças arteriais
(WILLMORE; COSTILL; KENNEY, 2010).
O Instituto do Coração garante que o exercício físico monitorado é capaz
de auxiliar na dilatação dos vasos sanguíneos mais periféricos, além de levar
a uma diminuição da frequência cardíaca de repouso, ou basal, que é um dos
fatores principais da hipertensão.
Depressão
A depressão é considera uma das doenças que mais afligem a população
mundial nos tempos atuais. Para Lane e Lovejoy (2001), o exercício físico tem
resultados diretos sobre indivíduos com quadro de depressão, e, de fato, seus
estudos conseguiram encontrar uma relação direta na melhora de humor em
pacientes que praticavam exercícios físicos.
Nesse contexto, atividades como ioga e exercícios aeróbicos são os mais
indicados para esses casos, pois os aspectos relacionados ao controle respira-
tório são muito significativos para as fases de inspiração e expiração.
No link a seguir, você encontrará uma ótima reportagem no site UFRGS Ciência que
examina a relação entre depressão e atividade física. Nela, você verá que pesquisadores
da UFRGS, Universidade La Salle, UERJ, UFRJ e outras sete universidades estrangeiras
desenvolveram um estudo que investiga como exercícios físicos podem ajudar na
prevenção de quadros depressivos.
https://qrgo.page.link/znvNB
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Diabetes
A prática de exercícios físicos como recurso para melhoria do quadro de
diabetes está diretamente vinculada ao efeito pontencializador das atividades
físicas no movimento orgânico de quebra das moléculas de glicose, gerando
energia e, assim, simulando a função do hormônio da insulina (WILLMORE;
COSTILL; KENNEY, 2010).
Além disso, pesquisas apontam para a redução do teor de gordura visceral
em órgãos como coração e rins, o que também ajuda a reduzir o risco de infarto
agudo do miocárdio, que, mesmo não sendo uma doença crônica, apresenta
uma relação intrínseca com indivíduos que têm diabetes.
Osteoporose
Ao contrário do que muitos pensam, a osteoporose não é uma doença que atinge
apenas a população de mais idade. As mulheres, por exemplo, já a partir da menarca
param de produzir tecido ósseo. Ademais, a OMS (2014) relata que quase metade
das mulheres do mundo sofrerá uma fratura vertebral até os 80 anos de idade.
Dentre os princípios do tratamento que auxiliam na neutralização dos impactos
da perda de tecido ósseo, o exercício físico surge como um grande aliado, pelo
fato de conseguir contemplar grande parte das necessidades do tratamento.
A atividade física de impacto ajuda o corpo a gerar massa óssea, apresen-
tando, assim, forte potencial osteogênico. Todavia, é de grande importância
ter os devidos cuidados no que diz respeito a frequência, carga e intensidade
de treinamento, pois cada caso deve ser tratado mediante sua especificidade
(BUTTROS et al., 2011).
Obesidade
Para Prado et al. (2009), a obesidade é uma doença inflamatória sistêmica, ou seja,
uma doença crônica relacionada à grande concentração de adipocinas no orga-
nismo, capazes de alterar o estado de saúde geral dos indivíduos. Embora poucos
entendam a obesidade como doença, este é o primeiro passo para seu tratamento.
O exercício físico surge para a obesidade como um modulador direto dos
processos corpóreos, causando uma eficiente resposta às inflamações contidas
nas adipocinas. Indivíduos que se exercitam elevam seu consumo calórico,
o que, aliado a uma ingesta calórica inferior ao despendido, gera uma curva
nutricional e metabólica descendente, que inverte a balança energética e
propicia a melhoria clínica do sujeito com obesidade.
Exercício físico para a promoção da saúde e qualidade de vida 7
Câncer
Em termos dos benefícios oriundos das atividades físicas, o Instituto Nacional
do Câncer (2018) afirma que atividades físicas regulares com duração de 30
minutos já são suficientes para auxiliar na prevenção de três tipos de câncer:
de mama, de endométrio e de cólon.
Além de um grande aporte em termos de prevenção, a atividade física
regular também representa uma das ferramentas de tratamento para dife-
rentes tipos de câncer, sendo um forte aliado na busca pela neutralização
dos sintomas oriundos da doença e dos efeitos advindos de tratamento por
quimioradioterapia.
Asma
Mesmo com uma grande necessidade de adequações e controle de ritmo e
intensidade de treinamento, pessoas que sofrem de asma podem ser muito
beneficiadas pela prática de atividades físicas frequentes, isso porque tais
atividades ajudam a aumentar sua capacidade respiratória, propiciando trocas
gasosas benéficas capazes de suavizar os sintomas da doença.
No entanto, para Freitas, Silva e Carvalho (2015) é importante ter cuidado,
pois em períodos de crise, a atividade física não é benéfica para indivíduos as-
máticos. Os exercícios aeróbios são os mais recomendados, além das atividades
em meio aquático, já que dentro da água ocorre uma resistência no momento
da expiração, fazendo com que os músculos respiratórios sejam fortalecidos.
Agora que você está a par das devidas informações referentes aos bene-
fícios dos exercícios físicos regulares e da sua relação com a melhoria de
diferentes quadros clínicos crônicos, vamos analisar melhor as especificidades
de programas de treinamento de populações especiais, com o objetivo de
adquirir dados relevantes para uma intervenção prática eficiente e adequada
às necessidades de cada indivíduo.
Pessoas com asma, por exemplo, devem, antes de qualquer atividade física, cumprir à
risca uma rotina controlada de aquecimento. Caso uma crise seja iniciada, a atividade
deve ser interrompida e retomada em outra oportunidade.
No caso de pessoas com algum tipo de doença arterial ou alguma cardiopatia, é
preciso ter o controle constante da sua frequência cardíaca. Além disso, sua pressão
arterial deve ser medida logo antes da atividade e outra vez após a atividade, a fim
de identificar qualquer alteração que possa agravar seu quadro.
Já no caso das pessoas com obesidade, a maior adaptação não está no controle
cardiovascular ou respiratório, mas sim na carga e no tipo de atividade física, pois em
decorrência do peso da pessoa, alguns exercícios podem sobrecarregar os agrupa-
mentos musculares e/ou articulações, e, com isso, gerar lesões graves.
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Leituras recomendadas
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