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Publicado: Terça, 11 de Maio de 2021, 20h07

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12 de maio, dia de conscientização destas enfermidades

O dia 12 de maio foi reservado como o Dia Mundial da Fibromialgia e da Síndrome da Fadiga Crônica ou
Encefalomielite Miálgica. O objetivo, ao reservar este dia para ambas as enfermidades, foi o de sensibilizar e
consciencializar pacientes, seus familiares, médicos e demais profissionais da saúde sobre os desafios enfrentados
diariamente por estes doentes. Muitos são incompreendidos por familiares, colegas de trabalho e até por profissionais
da saúde, e por isso sofrem muito. Marcar uma data para comemorar ambas as enfermidades foi uma forma de
chamar a atenção da sociedade para conhecê-las melhor e compreender o grau de sofrimento que afligem os
pacientes, e desta forma aumentar o apoio para que recebam um cuidado mais aprimorado e um tratamento mais
digno.

O que é fibromialgia?

(Crédito: )

 
 

A fibromialgia é uma síndrome clínica cujo principal sintoma é dor no Além destes sintomas mais
corpo todo, por pelo menos três meses. Sua intensidade muda entre frequentes podemos
cada paciente, podendo ser de leve a intensa. O tipo de dor também
não é uniforme, podendo por exemplo ser em pontadas, facadas ou
observar outros, como
queimação. Vários outros sintomas surgem com a dor, principalmente a problemas de memória e
fadiga e a piora na qualidade do sono. Quando falamos em fadiga, nos
concentração, ansiedade,
referimos a um cansaço, a falta de energia, com intensidades variáveis,
chegando por vezes a ser muito intenso a ponto de impedir o paciente formigamentos e
de realizar suas tarefas diárias. A piora na qualidade do sono pode se dormências, depressão,
manifestar como uma dificuldade para iniciá-lo, um sono entrecortado
durante a noite toda ou a sensação de acordar pela manhã como se
dores de cabeça, tontura e
não tivesse descansado.  alterações intestinais.
 

 
Crédito: )

E a Síndrome da Fadiga Crônica, como se manifesta?

Seu sintoma principal é a fadiga. Ela é caracterizada como um cansaço, falta de energia intensa
que pode piorar com a atividade física ou mental, mas não melhora ao repouso. O paciente
sente-se cansado logo ao despertar pela manhã e por quase todo o tempo, sem uma causa
aparente, e por mais que o paciente tente descansar, ele mantem a fadiga e não recupera sua
energia. Acompanhado desta fadiga intensa, o paciente pode apresentar dor de garganta,
presença de gânglios linfáticos levemente aumentado e doloridos, principalmente a região do
pescoço e axilas, dificuldades com a memória ou concentração, dores musculares e nas
articulações, cefaleias e distúrbios na qualidade do sono.

  

As síndromes:  causas, diagnósticos e tratamentos

A fibromialgia e a síndrome da fadiga crônica fazem parte de uma


constelação de várias outras síndromes que foram agrupadas por Frequentemente
apresentarem alterações da função orgânica sem alterações estruturais
anatômicas. Acometem jovens e indivíduos de meia idade, e são
observamos a ocorrência de
observadas mais em pacientes do sexo feminino. ambas as síndromes em um
No caso da fibromialgia bem como no da fadiga crônica, mesmo paciente.
desconhecemos suas causas, mas sabemos que fatores estressantes
orgânicos (infecções), físicos (trauma fisico, como acidente
automobilístico) ou psicológicos (trauma emocional) podem desencadear o início dos sintomas.

O diagnóstico de ambas é feito clinicamente, sendo importante a experiencia do médico assistente. Não existem
exames laboratoriais e tampouco de imagem que auxiliem no diagnóstico. O médico pode eventualmente solicitar
exames, que servirão para afastar outras doenças.

Tanto na fibromialgia como na fadiga crônica, observamos uma deterioração importante na qualidade de vida em
pacientes que apresentam acometimento mais acentuado. Estes muitas vezes acabam se afastando de suas
atividades profissionais e do convívio social. 

O tratamento tem como objetivo primário melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Este deve receber o maior
número de informações sobre sua doença de forma que possa planejar junto com seu médico a melhor estratégia de
tratamento e aderira-las adequadamente. O emprego de medicamentos auxilia na redução da dor e outros sintomas,
mas não devem ser utilizados como recursos isolados.

Para muitos pacientes haverá a necessidade de suporte psicológico e de outras medidas complementares, além é
claro do apoio familiar, sempre essencial para um resultado positivo. Além da qualidade de vida deteriorada muitos
isolaram-se socialmente e se afastaram de suas atividades profissionais, de forma que sua reinserção no seu meio
social e laborativo, nestes casos, torna-se um dos objetivos a serem alcançados.
Para que o sucesso do tratamento seja cada vez aprimorado, faz se
necessário disseminar conhecimento a respeito destas síndromes, A prática de atividade física
quebrando tabus, dogmas e preconceitos, que muitas vezes servem de
obstáculo para a redução do sofrimento deste grupo de pacientes.
sob supervisão

 
especializada é um requisito
obrigatório no arsenal
Por Roberto Ezequiel Heymann

Médico reumatologista. Graduado em Medicina


terapêutico, e a modalidade
pela Faculdade de Medicina do ABC (1986), do exercício deve ser
mestrado em Reumatologia pela Escola Paulista de
escolhida pelo próprio
Medicina, Universidade Federal de São Paulo
(EPM/Unifesp, 1993) e doutorado em Reumatologia paciente.
(EPM/Unifesp,1997). Foi presidente do comitê de
dor, fibromialgia da Sociedade Brasileira de
Reumatologia, assistente doutor da Disciplina de Reumatologia da EPM/Unifesp. É membro da Comissão de dor,
fibromialgia e outras doenças dolorosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Outras informações, . 

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