Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CDU 616.314
Eduardo Grossmann
Helson José de Paiva
Angela Maria Fernandes Vieira de Paiva
CONCEITOS E TERAPÊUTICA
Versão impressa
desta obra : 2013
2013
© Editora Artes Médicas Ltda., 2013
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou
por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem
permissão expressa da Editora.
SÃO PAULO
Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 - Pavilhão 5
Cond. Espace Center - Vila Anastácio
05095-035 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
AUTORES
EDUARDO GROSSMANN
Cirurgião bucomaxilofacial do Hospital Mãe de Deus, RS, e do Hospital Santa Rita/Complexo
Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS. Professor associado responsável
pela disciplina de Dor Craniofacial Aplicada à Odontolog ia da Un iversidade Federa l do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Membro fundador do Comitê de Dor Orofacial da Sociedade Bra-
sileira para o Estudo da Dor (SBED). Diretor do Centro de Dor e Deformidade Orofacial de
Porto Alegre (Cenddor). Diretor do Departamento de Disfunção Temporomandibular e Dor
Orofacial da Sociedade Gaúcha para o Estudo da Dor (Soged). Especialista em Disfunção
Temporomandibular e Dor Orofacial pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Especialista
em Dor e Anestesia Condutiva pela Faculdade de Medicina da UFRGS. Mestre em Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS). Doutor em Estomatologia Clínica pela PUCRS.
,
HELSON JOSE DE PAlVA
Cirurgião-dentista. Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial pelo CFO.
Certificação em Dor pela SBED. Mestre e doutor em Odontologia: Reabilitação Oral pela
Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB/USP).
Vl
-
APRESENTAÇAO
A dor é uma das sensações mais fortemente negativas que o ser humano pode experimentar.
Exige atenção e resposta. A dor aguda alerta o indivíduo para o prejuízo e o faz lidar com
•
a ameaça. A dor aguda fornece proteção aos desafios ambientais. E fundamental para a
sobrevivência e, portanto, tem um propósito. No entanto, algumas dores podem durar além
do tempo de cicatrização, mais do que o normal e, portanto, deixam de ter valor de prote-
ção. Essas dores são denominadas crônicas, podendo tornar-se destrutivas para o espírito
humano, levando a uma redução significativa na qualidade de vida.
Alguns dos tipos mais comuns de dores crônicas são originários de estruturas musculo-
esqueléticas. Certamente, dores crônicas nos membros e no torso têm grande impacto sobre
a capacidade funcional do indivíduo, mas, para o sofrimento do paciente com dor bucofacial
•
crônica, outros elementos emocionais tornam-se importantes. E interessante notar que apro-
ximadamente 450/o do córtex sensorial humano é dedicado a face, boca e estruturas bucais.
Esse grau de dedicação sensorial sugere que tais estruturas têm grande significado para o
indivíduo, e a dor sentida nessas estruturas de impacto afetam muito sua qualidade de vida.
Por exemplo, a dor nas estruturas bucofaciais limita sobremaneira a capacidade de mastigar,
o que é evidentemente essencial para a sobrevivência. Embora os tempos modernos nos
permitam viver a vida sem mastigar (ou seja, dietas líquidas, sonda de gastrotomia, alimen-
tação intravenosa), sabemos que a incapacidade para se alimentar ameaça nossa existência.
Logo, a dor crônica na face, instintivamente, ameaça nossa sobrevivência. Além disso, dor nas
estruturas bucofaciais compromete a capacidade de falar, o que é essencial em uma socie-
dade dependente da comunicação. Outro aspecto da dor bucofacial crônica - que muitas
vezes passa despercebido pelo médico - é o componente emocional. As estruturas bucofaciais
são muito importantes para o indivíduo expressar suas emoções. O sorriso, o franzir da fronte
e as lágrimas são expressos por nossa face. Atividades íntimas, como beijar, também podem
ser comprometidas pela dor facial. A maioria dos médicos é completamente alheia a esses
Apresentação
Vlll
FOREWORD
Pain is one of the most powerful negative emotions a human can experience. lt demands
attention and response. Acute pain alarms the individua l to the injury allowing the sufferer
to address the threat. Acute pain provides protection from environmental challenges. lt is
basic to survival and therefore has purpose. However some pains last far longer than normal
healing time and therefore no longer have protective value. These pains are termed chronic.
These pains can become destructive to the human spirit, leading to significant reduction in
the quality of life.
Some of the most common types of chronic pains originate from musculoskeletal struc-
tures. Certainly chronic pains in the limbs and back impact greatly on the individual's ability
to function , yet for the patient suffering with chronic orofacial pain, additiona l emotional
elements become important considerations. lt is interesting to note that approximately 45º/o
of the human sensory cortex is dedicated to the face, mouth and ora l structures. This degree
of sensory dedication suggests that these structures have significant meaning to the in-
dividual. ln fact, pain fe lt in these structures impact greatly on the individua l's qua lity of
life. For example, pain in the orofacial structures significantly limits the ability to chew
which is of course essential for survival. Although in these modern times we can sustain life
without chewing (i.e. liquid diets, stomach tubes, intravenous feeding) instinctively we know
that the inability to feed, threatens one's existence. Therefore chronic pain in the face ins-
tinctively threatens one's survival. Also, pain in the orofacial structures compromises the
ability to speak which is essential in a society dependent upon communication . A third
aspect of chronic orofacial pain that often goes unrecognized by the clinician is the emo-
tional component. The orofacial structures are very important to the individual for the
expression of one's emotions. The smiles and frowns, the laughter and the tears are all ex-
pressed by our faces. lntimate activities such as kissing are also compromised by pain in the
face. Most clinicians are quite oblivious to this very significant and personal component of
Foreword
orofacial pain. Therefore clinicians need to appreciate that pain felt in the orofacial struc-
tures is much more threatening, meaningful and personal than pain felt in other areas of
the body. Understanding these concepts is why information gained from this textbook isso
importa nt to the practice of dentistry.
Since the dental practitioner is the primary health care provider for the stomatog nathic
system, he or she must be knowledgeable of the anatomy, function and dysfunction of this
complex musculoskeleta l system. lt is only through a sound understanding of the stoma-
tognathic system can the dental practitioner select effective treatment for the patient
suffering with pain and/or dysfunction of orofacial structures. ln fact. in order to effectively
treat dysfunction, one must first know function, since establishing normal fu nction is the
treatment goa l of therapy. Therapists who do not have a clear and precise appreciation for
norma l function are doomed to failure. Therefore dental practitioners must embrace t he
concept of understanding normal stomatognathic function.
The challenging fact is that the human stomatognathic system is very complex. Even
some of the most subtle features that are commonly over looked can be extremely important
when establishing a specific diagnosis of orofacial pain. One should always remember that
establishing the proper diagnosis is the most criticai task the clinician can accomplish for
the patient. lt is on ly throug h proper diag nosis can proper treatment be select ed. Every
dentist owes it to his or her patients to achieve an understanding of how this complicated
and unique stomatognathic system works. Nothing is more basic to the practice of dentistry.
This textbook provides the reader w ith the necessary information to understa nd the
stomatognathic system and appreciate the relationships of orofacial pain to t he temporo-
mandibular joints, the muscles and the dental occlusion. The reader will acquire insight to
the anatomy and functions of the stomatog nathic system including the neuroanatomy
basic to understanding orofacial pain mechanisms. The knowledge acquired from this text-
book will go a long way in helping the cli nician help patients.
X
,,
PREFACIO
suas aulas, publicações e cursos. Agradecemos a todos aqueles que militam no estudo e no tra-
tamento da dor, em particular da dor orofacial.
Por fim, que esta obra - que nasceu numa conversa informal ocorrida durante o Congresso
de Dor da SBED em Goiânia, em 2008 - seja uma contribuição no sentido de auxiliar no
alívio da dor daqueles que a sentem, melhorando a qualidade de suas vidas.
Eduardo Grossmann
Helson José de Paiva
Angela Maria Fernandes Vieira de Paiva
Organizadores
Xll
I
SUMARIO
•
CAPITULO -
OCLUSAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Eduardo Grossmann
Thiago Kreutz Grossmann
Jaime Olavo Marquez
Sumário
XlV
Capítulo
A
A • Na disciplina de fisiologia significa o sím- AD • Abreviatura empregada nas receitas de
bolo do ar alveolar. Em eletricidade é ig ual ao produtos medicinais; significa adicionar.
símbolo do ampere. Prefixo que significa falta, Aden-, adeno- • Prefixo de origem grega
deficiência. que indica uma relação com uma glâ ndula ou
MOP • American Academy of Orofacial Pain com um nódulo linfático.
(Academia Americana de Dor Orofacia l). ADH • Abreviatura do termo inglês antidiu-
MS • Ácido acetilsa licílico. retic hormon. Chamado hormônio antidiuré-
Ab- • Pa lavra de origem latina que significa tico ou vasopressina.
distante, afastado de. ADM • Amplitude de movimentos.
AB • Tipo de grupo sangu íneo ABO. ADP • Adenosina difosfato.
ACh • Acetilcolina. Ag • Símbolo químico da prata.
Acro- • Prefixo grego que indica estreita AHC • Auto-hipnose cognitiva.
relação com as extremidades: p. ex., uma man- Ai-, alo- • Prefixo de origem grega que
díbula com crescimento anormal no sentido significa outro, que corresponde a um estado
posteroanterior. anormal, diferente.
ACTH • Abreviatura de origem inglesa des- Aids • Doença descoberta na década de 1980,
crita como adrenocorticotrofic hormone. caracterizada por uma imunodeficiência ad-
Designa o hormônio adrenocorticotrófico (cor- quirida, relacionada a um vírus (retrovírus), que
ticotrofina). destrói as defesas imunológicas do indivíduo
Actin-, actino- • Prefixo que significa raio. n
(linfócitos possibilitando o aparecimento de
Ad- • Prefixo de origem latina que indica infecções oportunistas. A transmissão se dá pelo
proximidade, aproximação. O oposto de ab. contato de sangue e esperma. Até o presente
Aine Brevi-
momento não há cura, e sim uma sobrevida ARJ • Artrite reumatoide juvenil.
dos pacientes infectados. ASA • American Society of Anesthesio/ogy
Aine • Abreviação de anti-inflamatório não (Sociedade Americana de Anestesiologia).
esteroidal. ASA • Articulador semiajustável.
Algia- • Sufixo de origem grega que signi- ATA • Articulador totalmente ajustável.
fica dor. ATM • Articulação temporomandibular.
Algo- • Prefixo de origem grega que indica ATP • Adenosina trifosfato; trifosfato de ade-
.
relação com a dor. nos1na.
AMMRS • Atividade muscular mastigatória AV • Abreviatura de atrioventricular; empre-
rítmica durante o sono. gado principalmente em eletrocardiografia .
•
Ampa • Acido alfa 2-amino 3-hidroxi 5-metil AVC • Acidente vascular cerebral.
4-isoxasole propiônico. AVO • Atividade de vida diária
AMP cíclico • Uma molécula formada a par- AVE • Acidente vascular encefálico
tir do ATP (trifosfato de adenosina) pela ação Avitaminose Bl • Sinônimo de beribéri.
da enzima adenilatociclase, servindo como um Avitaminose C • Sinônimo de escorbuto.
segundo mensageiro para determinados hor- Avitaminose D • Sinônimo de raquitismo.
mônios e neurotransmissores. AVP • Atividade de vida prática.
AMX • Abertura máxima. Axial, ais- • Relativo ao eixo de um corpo.
ANA • Articulador não ajustável.
Ana- • Prefixo de origem grega com vários
significados: em excesso, em cima, de novo.
B
Anfi-, anfo- • Prefixo de origem grega que Basi-, baso- • Prefixo de origem grega que
significa ambos, em torno de. indica uma relação com a base de um corpo
Ange-, angio- • Prefixo de origem grega que ou de um órgão.
indica uma relação com um vaso sanguíneo ou BD • Bruxismo diurno.
linfático. BOI • Inventário de depressão de Beck.
Anquil-, anquilo- • Prefixo de origem grega BF • B- ponto mais inferior do conduto auditi-
que significa fixado, uma aderência, uma sol- vo externo. F - divisão do tronco do nervo facial.
dadura. BHE • Barreira hematoencefálica. Barreira bio-
Ant-, anti- • Prefixo de origem grega que lógica que apresenta na sua constituição astró-
transmite ideia de oposição ou de proteção. citos e vasos capilares encefálicos especializados
Ante- • Prefixo de origem latina que indica (filtros) que evitam a passagem de substâncias
uma posição ou um deslocamento para frente. do sangue para o encéfalo e ao líquor.
Anvisa • Agência Nacional de Vigilância Sa- Blasto- • Prefixo de origem grega que signi-
nitária. fica germe, broto, tecido embrionário.
AP • Artrite psoriática. Blefar-, blefaro- • Prefixo de origem grega
AP • Anteroposterior. que tem relação com a pálpebra.
APT • Apertamento. BPI • Brief pain inventory (Inventário de
AR • Artrite reumatoide. dor breve).
Arcon • Contração das palavras inglesas ar- Brevi- • Prefixo de origem latina que indica
ticulation condy/e. uma brevidade.
16
BS ELF
17
Ell Hemi-
18
HHA MlH
19
MMPl PTO
20
QPR Tens
s traço de estado.
Sunct • Síndrome sunct (Short lasting, uni-
lateral, neuro/giform, headache, with conjuntiva/
SAB • Síndrome da ardência bucal.
injection and tearing). (Cefaleia neuralgiforme
SAHOS • Síndrome da apneia/hipopneia obs-
de curta duração com hiperemia conjuntiva! e
trutiva do sono.
lacrimeja mentol.
SAOS • Síndrome da apneia obstrutiva do sono.
Supra- • Prefixo de origem latina que signi-
SBCe • Sociedade Brasileira de Cefaleia.
fica acima de, que indica uma posição superior.
SBED • Sociedade Brasileira para o Estudo
da Dor.
SDRC (SCDR) • Síndrome da dor regional
T
complexa. TA • Abreviatura de tensão arterial.
SE • Sistema estomatognático. Taqui- • Prefixo de origem grega que signi-
Sepsia • Sufixo de origem grega que signi- fica rápido.
fica putrefação. TC (TC scan) • Tomografia computadorizada.
SFM • Síndrome da fibromialgia. TCD • Terapia centrada na disfunção (orien-
SG • Sulco gengival. tada pelo psicólogo).
SI • Córtex somatossensorial primário. Tens • Transcutaneous electrica/ neural sti-
SIC • Sociedade Internacional de Cefaleia. mulation (estimulação elétrica neural transcu-
Sll • Córtex somatossensorial secundário. tânea); estimulação elétrica de baixa voltagem
21
Tetraiodotironina Whympi
LElTURAS SUGERlDAS
Andrade Filho AC. Dor: diagnóstico e tratamento. São De Leeuw R. Orof acial pain: guidelines f or assess-
Paulo: Roca; 2001 . ment, diagnosis, and management. 4th ed. Chicago:
Cardoso EM, Costa M. Minidicionário de termos Ouintessence; 200B.
técnicos em saúde. Goiânia: AB; 2006. Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São
Crossman AR, Neary D. Neuroanatomia: um texto Paulo: Ouintessence; 2008.
ilustrado em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Kato K. Dicionário termos técnicos de saúde. São
Koogan; 2002. Paulo: Conexão; 2005.
22
Leituras sugeridas
Paiva HJ, Basco AF. Oclusão: noções e conceitos Perroti-Garcia AJ. Vocabulário para odontologia. São
básicos. São Paulo: Santos; 1997. Paulo: SBS; 2003.
Paiva HJ. Noções e conceitos básicos em oclusão, Wolkoff AG. Dicionário ilustrado de termos médicos e
disfunção temporomandibular e dor orofacial. São saúde. São Paulo: Rideel; 2005.
Paulo: Santos; 2008.
23
Capítulo
-
OCLUSAO
A
Abertura (da boca; mandibular; bucal) • Abrasão • Desgaste de estrutura ou da subs-
Movimento de abaixamento da mandíbu la, tância por meio de um processo mecânico
executado durante seu afastamento em rela- anormal, como a fricção com a pele e os dentes
ção à maxi la. (usura). Nessas condições, a dimensão vertical
Abertura máxima • Movimento de separação de oclusão pode ser mantida à custa de irrup-
máxima da mandíbula em relação à maxi la, ção passiva. Desgaste patológico de substância
cujo valor mínimo considerado normal é de dentária por outras causas além da mastigação
aproximadamente 40 mm. Segundo Solberg (bruxismo). O desgaste dentário pode ser mais
e colaboradores1. os homens abrem a boca rápido que o mecanismo de compensação pela
mais amplamente que as mul heres. Uma aber- irrupção passiva, provocando a diminu ição da
tura interincisal de 40 mm é um limite realista dimensão vertical de oclusão.
muito baixo para pessoas de 10 a 70 anos. Agenesia dentária • Não formação ou de-
Ageberg demonstrou que a cha nce de se ob- senvolvimento anormal do órgão dentário.
servar uma abertura interincisal de 40 mm ou Agnatia • Anoma lia de desenvolvimento ca-
menos, em jovens sadios, é de aproximada- racterizada pela ausência da mandíbula.
ment e 2º/o. Hansson e Nil ner2 coment aram Ajuste • Em Odontologia, diz-se da mod ifi-
haver muitos pacientes com disfunção e aber- cação f eita sobre uma prótese ou sobre os
tura de boca maior do que 40 mm. dentes naturais para asseg urar a adaptação, a
Abfração • Perda patológica de substância função ou a aceitação pelo paciente.
dentária dura causada por forças de carga Ajuste oclusal • Qualquer alteração na oclu-
biomecânica. Imagina-se que tal perda seja são para desenvolver relações harmônicas dos
devida à flexão. dentes entre si, e destes com o mecanismo neu-
•
Ala-trago Angulo SNA
tuído de um sal de ácido algínico, que, ao ter Angulo da eminência • Angulo formado
seu estado físico alterado por uma reação entre o plano horizontal e o plano descrito
química irreversível, torna-se o alginato de pela cabeça da mandíbula, no movimento pro-
cálcio insolúvel. Ao ser misturado à água, trusivo, observado no plano sagital. Favorece
transforma-se temporariamente em uma mas- a desoclusão dos dentes posteriores.
A •
sa elástica, permitindo-se seu uso na tomada Angulo de Bennett • Angulo formado entre
de impressões (moldagem). o plano sagital e a trajetória de avanço do
Altura cuspídea • Distância perpendicular en- côndilo do lado de balanceio, visualizado no
tre a ponta de uma cúspide e seu plano basal. plano horizontal durante os movimentos la-
Alvéolo • Cavidade do processo alveolar, da terais da mandíbu la. Apresenta, em média, 15°.
maxi la ou da mandíbu la, na qual a raiz de um Durante esse deslocamento, o côndilo se movi-
dente é segura pelo ligamento periodontal. menta para frente, para baixo e para dentro.
Ameias • Nicho; vão interdentário; embra- Ângulo de Fischer (Rudolf Fischer, dentista
•
sura. Ver Embrasura. suíço) • Angu lo formado pela intersecção das
Análise oclusal (análise funcional da oclu- trajetórias condilares (protrusiva e do lado de
são; análise oclusal funcional) • Estudo das não trabalho) observado do plano sagital.
A
relações entre dentes antagonistas, feito clini- Angulo do plano mandibular de Frankfurt •
camente ou por meio de modelos de estudo Na língua ing lesa, também conhecido pela
•
montados em articulador. Tem a finalidade de sigla FMA. E o ângulo formado pela inter-
examinar e avaliar a oclusão dentária, bem secção do plano horizonta l de Frankfurt com
como as relações das superfícies oclusais dos o plano mandibular.
A
26
•
Angulo SNB Arestas
•
Angulo SNB • Em cefalometria, refere-se ao de referência são o eixo horizontal transversal
ângulo que mede a relação anteroposterior da das cabeças mandibulares e outro ponto se-
mandíbula em relação à base anterior do crânio. lecionado.
Anodontia • Ausência congênita de dentes Arco facial arbitrário • Arco facial cujas
(decíduos ou permanentes). extremidades são reguladas para se ajustar
Apertamento • Hábito parafuncional em que sobre pontos faciais predeterminados com
o indivíduo exerce pressão (esforço), com os base em valores médios arbitrários. Por exem-
dentes intercuspidados, isto é, numa relação plo: arcos faciais dos articuladores Whip-Mix,
estática dente a dente. Designado também Dentatus, Bio-Art, Gnatus, Dent-Flex, Kavo.
"bruxismo cêntrico". Arco facial cinemático • Arco facial cujas
Apertamento dentário • Hábito parafuncio- extremidades podem ser ajustadas para a lo-
nal diu rno e/ou noturno extremamente comum calização do eixo horizontal transverso da
que pode passar despercebido pelo paciente e mandíbula. Por exemplo: arcos faciais dos ar-
gerar desgastes dentários localizados (facetas), ticuladores de Stuart, Denar, Tadachi Tamaki.
espessamento do ligamento periodontal (sinal Arco gótico • Delimitação traçada por um
radiográfico), pericementite (sinal clínico) e estilete, preso à maxila, sobre uma placa de
mesmo sensibilidade muscular dolorosa. Pode registro presa à mandíbula, com os dentes
também provocar hipertrofia dos músculos separados, quando a mandíbula execut a mo-
mastigatórios, principalmente do masseter e vimentos retrusivos e laterais de um lado a
menos frequentemente do temporal. outro. O vértice do arco representa a relação
Apinhamento • Condição de mau posiciona- retrusiva da mandíbula com a maxila. Esse
mento dentário na qual os dentes (com fre- traçado corresponde à metade posterior do
quência os anteriores inferiores) se encontram "envelope de movimento" horizontal.
agrupados desordenadamente, por falta de Arcon • Contração das palavras inglesas ar-
espaço no arco. Em ortodontia, é comumente ticufator e condyle, empregada para caracte-
citado como "discrepância negativa de modelo''. rizar um articulador que contém os elementos
Arco de f echamento • Arco circular ou elíp- da guia condilar em seu membro superior e os
tico determinado pelo fechamento da man- elementos cond ilares no membro inferior. Os
•
díbula. E frequentemente observado a partir articuladores Whip-Mix, Bio-Art, Dent-Flex e
do plano sagit al mediano, usando um pont o Gnatus (modelo antigo) são exemplos.
•
de referência na mandíbula (com frequência Area de contato proximal • Aumento da
a margem incisa i mesia l do incisivo central área de abra ngência do contato dentário in-
inferior). terproxima l, por desgaste de esmalte, resultan-
Arco dentário • Estrutura composta pelos te dos pequenos movimentos executados pelos
dentes naturais e pelo osso alveolar. dentes. Quando o desgaste se torna exacer-
Arco facial • Dispositivo acessório dos arti- bado pela idade, estima-se que ocorra uma
culadores, empregado para registrar a relação diminuição de mais de 1 cm na extensão an-
espacia l do arco superior com algum ponto ou teroposterior do arco dentário.
pontos de referência anatômica, e então trans- Arestas • Cristas das vertentes dos dentes que
ferir essa relação a um articulador; orienta os saem das cúspides, em um dente posterior, e
modelos na mesma relação com o eixo de são contíguas com outras áreas ou terminam
abertu ra do articulador. Geralmente, os pontos na fossa central.
27
Arestas oblíquas Assimetria de movimento
Arestas oblíquas (pontes de esmalte) • São condilares no dispositivo inferior e nas fossas
estruturas que correm das cúspides mesiolin- no superior.
guais de todos os primeiros molares superio- Articulador de bisagra (charneira) • Mode-
res (e de alguns segundos molares) e se unem lo simplificado de articulador, no qual só são
à aresta triangular distovestibular. Elas podem executados movimentos de abertura e de fe-
ser contínuas ou separadas por uma fissura. chamento em torno de um eixo fixo de modo
Arestas transversais • Estruturas que atra- semelhante a uma dobradiça.
vessam o dente entre as cúspides vestibular e Articulador de trajetória condilar fixa • São
lingual, como no primeiro pré-molar inferior, articuladores que têm valores médios fixos e
podendo se ligar a duas outras arestas. permitem movimentos laterais e protrusivos
Arestas triangulares • Estruturas que correm por intermédio de uma inclinação e uma dis-
das cúspides para a fossa central de todos os tância das esferas condilares fixas.
dentes posteriores, exceto do primeiro pré- Articulador não ajustável • Articulador que
-molar inferior. não permite ajuste para a simulação dos mo-
Articulação craniomandibular • Ver Articu- vimentos mandibulares.
lação temporomandibular no Capítulo 3. Articulador semiajustável (articulador deva-
Articulação temporomandibular (ATM) • É lor médio) • Tipo de articulador que permite
a articulação constituída por cabeça man- ajustes para a simulação dos movimentos man-
dibular, disco, fossa mandibular, cápsula arti- dibulares médios. Nesse articulador, os meca-
cular; membrana sinovial; músculo pterigoideo nismos das trajetórias condilares são ajustáveis
lateral; ligamentos internos de sustentação do no plano sagital, incluindo também as mesas
disco e os externos, como o temporomandi- incisais ajustáveis, um ajuste para o movimento
bu lar, esfeno e esti lomandibular. Classifica-se mandibular lateral (Bennett) e, ocasionalmente,
como uma articulação do tipo gínglimo bi- um ajuste da distância entre as esferas con-
lateral. O movimento no compartimento arti- dilares. Um arco facial também se encontra
cular superior é principalmente de translação, disponível.
ao passo que, no inferior, é principalmente Articulador totalmente ajustável • Tem um
rotacional. mecanismo condilar complexo, ajustável em
Articulador • Instrumento mecânico que re- três planos. Permite a replicação do movimen-
presenta as articulações temporomandibulares, to tridimensional da mandíbula. O ajuste da
a maxila e a mandíbula, no qual os modelos trajetória das esferas condilares é possível
superiores e inferiores podem ser fixados para pela modificação da trajetória padrão ou subs-
simular alguns movimentos mandibulares. tituição desta por trajetórias de curvaturas
Podem ser do tipo charneira, semiajustáveis ou diferentes. O movimento de Bennett é ajustá-
totalmente ajustáveis. vel e a distância interesferas pode variar. Me-
Articulador ajustável • Articulador que per- sas incisais ajustáveis podem ser usadas.
mite algum ajuste limitado nos planos sagi- Assimetria da mandíbula • Condição pre-
tal e horizontal para simular os movimentos sente quando os lados direito e esquerdo da
mandibulares. mandíbula não são imagens em espelho um
Articulador arcon • Articulador que aplica o do outro.
esquema "Arcon''. Este instrumento mantém Assimetria de movimento • Condição obser-
diretrizes anatômicas pelo uso de análogos vada quando o movimento mandibular apre-
28
Atividade fisiológica "normal" Bull
29
Cabeça de não trabalho Clique de abertura tardia
30
Clique de fechamento precoce Coroa anatômica
31
Coroa artificia 1 Curva de Wilson
riormente pela dentina. Ela se estende da ciais, desenvolvida com a finalidade de equili-
junção amelocimentária á porção incisai ou brar ou balancear a oclusão. Corresponde à
oclusal do dente. curva de Spee na oclusão natural. Refere-se
Coroa artificial • Restauração fixa que en- também à curvatura do alinhamento das su-
volve três ou mais superfícies axiais e a super- perfícies oclusais dos dentes, desenvolvida
fície oclusal ou margem incisai de um dente para compensar as influências de abertura
natural, geralmente de ouro, porcelana odon- induzidas pelas guias condilares e incisai du-
tológica ou resina acrílica. rante os movimentos mandibulares excursivos
'
Coroa de implante • Emprego errôneo do laterais e protrusivos. E um meio de manter os
termo; uma coroa ou prótese parcial fixa não contatos dentários posteriores sobre os mola-
é um dispositivo passivei de implantação. A res e prover os contatos em balanceio nas
prótese recebe suporte e estabilidade do ím- próteses totais quando a mandíbula se movi-
pia nte dentário. menta em protrusão.
Coronoplastia • Alteração na morfologia da Curva de oclusão • Curva média estabelecida
porção coronária de dentes naturais, a fim de pelas margens incisais e superfícies oclusais
eliminar estímulos proprioceptivos nocivos à dos dentes anteriores e posteriores, em ambos
neuromusculatura, restabelecer ou regularizar os arcos.
•
sua anatomia. O objetivo da coronoplastia é Curva de Spee (curva anteroposteríor) • E
remover as interferências que desviam a por- a curvatura anatômica estabelecida pelo ali-
ção terminal da trajetória mandibular de fe- nhamento oclusal dos dentes, projetada sobre
chamento completo, numa oclusão estável. o plano mediano, que se inicia na ponta de
Corpo do implante • Porção do implante cúspide do canino inferior, passando pelas
dentário que fornece ancoragem no osso por cúspides vestibulares dos pré-molares e mola-
meio de um processo de integração tecidual. res naturais, continuando em direção à borda
Crepitação (das articulações temporomandi- anterior do ramo ascendente da mandíbula e
bulares) • Ruído articular semelhante àquele se encerrando na porção mais anterior da
produzido pela movimentação de fragmentos cabeça mandibular. Foi descrita por Ferdinand
ósseos fraturados (deslizando sobre areia) ou Graf Spee, anatomista alemão, em 1890.
a movimentação de ar em espaços tissulares. Curva de Wilson • Também conhecida como
Assemelha-se também ao som de grãos de sal curva médio-lateral. Baseada na teoria na qual
queimando no fogo ou fios de cabelo sendo a oclusão deveria ser esférica. Consiste em uma
friccionados entre os dedos. Quando ocorre na curvatura da cúspide projetada no plano fron-
ATM, normalmente reflete estágios avançados tal, expressa em ambos os arcos, sendo a curva
de processos degenerativos. É observada du- no arco inferior côncava, e no superior, con-
rante o movimento. vexa. A curvatura no arco inferior é afetada
Cristas marginais • Estruturas contíguas com por uma inclinação lingual igual dos molares
arestas das cúspides que formam as margens direitos e esquerdos de tal forma que as pontas
. .
prox1ma1s. das cúspides correspondentes alinhadas pos-
Curva de compensação • Curvatura ante- sam ser incluídas nas circunferências de um
roposterior (no plano mediano) e lateral (no círculo. A curvatura transversa da cúspide dos
plano frontal) no alinhamento das superfícies dentes superiores é afetada pelas inclinações
oclusais e margens incisais dos dentes artifi- vestibulares iguais de seus longos eixos.
32
Curvatura oclusal Dentário
Curvatura oclusal • Curva de uma dentição impactar alimentos nas áreas proximais, com
na qual as superfícies oclusais se encontram, frequência quando há ausência do ponto de
observada dos planos frontal e sagital. contato interproximal. Mais comumente as
Cúspides • Elementos anatômicos de forma cúspides de suporte podem atuar como tal.
piramidal, com base quadrangular, que se
situam nas faces oclusais dos dentes poste- D
riores. São constituídas por planos inclinados
denominados vertentes, sendo duas oclusais Deflexão • Deslocamento da mandíbula para
(vertentes triturantes) e duas vestibulares um dos lados durante a abertura da boca, que
ou linguais (vertentes lisas), divididas pelas pode ou não estar limitada, e que não volta
arestas longitudinais mesial e distal, apresen- à linha média no fim do movimento da aber-
tando na sua porção mais alta o ápice ou tura bucal.
ponta de cúspide. Deglutição • Ato de engolir; ação combinada
Cúspides de balanceio (cúspides não funcio- de diversos órgãos na qual o bolo alimentar é
nais; cúspides de não contenção cêntrica) • empurrado pela língua para a faringe e para o
São aquelas que não ocluem com os dentes esôfago em direção ao estômago.
antagonistas, são as cúspides linguais dos Deglutição "vazia" • Designação dada à de-
dentes inferiores e as cúspides vestibulares glutição apenas da saliva, sem a presença de
dos dentes superiores. Embora sejam chamadas líquidos ou do bolo alimentar, executada para
não funcionais, têm a função de proteger os a lubrificação de parte das vias aéreas supe-
tecidos moles (bochechas e língua) durante a riores e da orofaringe.
atividade mastigatória. Dentadura artificial • Substituto artificial
Cúspides de suporte (cúspides funcionais; dos dentes naturais no arco e suas estruturas
cúspides de contenção cêntrica) • São as cús- associadas.
pides ou as margens incisais que ocluem Dentadura decídua • Proveniente da primei-
entre si entre os dentes antagonistas e sus- ra dentição humana, normalmente composta
tentam a oclusão cêntrica. Geralmente, são por 20 dentes que são esfoliados e substituídos
as cúspides vestibulares dos dentes inferiores pela dentadura permanente. O termo decíduo
e as cúspides linguais (palatinas) dos dentes refere-se a qualquer estrutura anatômica re-
superiores, além das margens incisais dos lativa à dentadura decídua.
dentes anteriores inferiores. São importantes Dentadura mista • Estágio de desenvolvi-
na oclusão porque estabelecem e mantêm a mento no qual ocorre a esfoliação dos dentes
dimensão vertical de oclusão (DVO). decíduos e irrupção dos dentes permanentes.
Cúspides-guias • São as cúspides vestibulares Situação de transição entre a primeira e a
superiores e linguais inferiores dos dentes segunda dentadura, em que são encontrados,
posteriores. As superfícies que proporcionam ao mesmo tempo, dentes decíduos e perma-
as guias são as cristas triangulares internas e nentes na cavidade bucal.
suas vertentes. As superfícies linguais dos in- Dentadura natural • Designação dada cole-
cisivos inferiores e caninos são também super- tivamente aos dentes naturais nos arcos den-
fícies-guias. tários superior e inferior; pode ser decídua,
Cúspides impactantes (cúspides êmbolo) • mista ou permanente.
Diz-se das cúspides que tendem a forçar ou Dentário • Relativo ou pertencente ao dente.
33
Dentina Determinantes do movimento mandibular
Dentina • Porção de um dente natural cober- Desoclusão por função em grupo (função
ta por esmalte ou cimento. Caracteriza a parte em grupo; oclusão com função em grupo) •
volumosa do dente. Consiste em um tecido cal- Tipo ou padrão de oclusão, na oclusão natural,
cificado semelhante a osso, porém mais denso. no qual, durante os movimentos excursivos da
Desarmonia oclusal • Fenômeno no qual os ma ndíbula de lateralidade, ocorrem contatos
contatos das superfícies oclusais dos dentes múltiplos entre os dentes superiores e infe-
antagonistas não estão em harmonia com riores no lado de trabalho, com uma ação em
outros contatos dentários e/ou componentes grupo pa ra distribuir as forças oclusais. Os
anatômicos e fisiológicos do complexo cra- contatos dentários podem ser simu ltâneos ou
niomandibu lar. ocorrer progressivamente a pa rtir dos caninos,
Descondicionamento muscular (desprogra- seguindo-se os pré-molares e os molares.
mação) • Processo de eliminação do condi- Desordem, disfunção temporomandibular •
cionamento proprioceptivo de um músculo. O Ver Disfunção temporomandibular.
myo-monitor, mio-TENS 14, o Jig de Lucia e o Desprogramador • Refere-se aos vários tipos
Leaf-gauge de Long Jr. são os métodos mais de dispositivos ou materia is usados para al-
comuns que podem ser usados com a fina li- terar o mecanismo proprioceptivo durant e o
dade de devolver ao músculo seu compri- fechamento mandibular.
mento normal de repouso. Desvio • Deslocamento da mandíbula para
Desempenho mastigatório • Medida da re- um dos lados dura nte a abertura da boca, que
dução de alimentos, passível de obtenção após pode ou não estar limitada, e que volta à linha
condições de teste padronizadas. média no fim da abertura bucal.
Desgaste seletivo • Ver Ajuste oclusal. Desvio lateral • Ver Translação mandibular.
Desinserção do disco • Separação periférica Desvio protrusivo • Movimento desviado na
do disco de suas inserções capsulares, ligamen- protrusão que fi naliza na posição cêntrica
tosas ou ósseas. e é indicativo de interferência dura nte o
Deslizamento cêntrico • Movimento da man- moviment o.
díbula em relação cêntrica, a partir do contato Determinantes da morfologia oclusal • Con-
oclusal inicial até a posição de intercuspida- junto de elementos constituído pelos fatores
- .
çao max1 .ma. fixos da oclusão representados pelo movimen-
Deslocamento • Estado ou ato de estar des- to de Bennett, inclinação da guia condilar e
locado, como o deslocamento de um ou mais pelos fatores variáveis da oclusão, representa-
ossos de uma articulação. dos pela guia anterior, o plano de oclusão e a
Desoclusão • Separação dos dentes oponen- curva de Spee. Tais elementos e suas variações
tes durante os movimentos mandibulares permitem o estabelecimento dos padrões ou
excêntricos. dos esq uemas oclusais individuais.
Desoclusão pelo canino (guia canino; oclu- Determinantes do movimento mandibular •
são com proteção de canino) • Padrão de Estruturas anatômicas que estabelecem ou
articu lação mutuamente prot egida no qual, limitam os movimentos da mandíbula. O de-
durante os movimentos mandibulares excu r- terminante anterior do movimento mandibu-
sivos, as sobreposições vertical e horizonta 1 lar é a oclusão dent ária (g uia ant erior; guia
permitem contato só nos cani nos daquele lado, incisai). Os determinantes posteriores do mo-
desocluindo os dentes posteriores. vimento mand ibular são as articu lações tem-
34
Detrusão Distância interoclusal
35
Distoclusão Envelope de movimento
funcional livre (EFL), espaço livre interoclusal velocidade zero e, num dado momento, encon-
(EU), espaço funcional de pronúncia (EFP). trar-se-ão fixos. A linha que une esses pontos
Distoclusão • Relação maxilomandibular que é o eixo instantâneo de rotação. A intersecção
caracteriza a maloclusão de Classe 11 (segundo desta linha com o plano de movimento é de-
a classificação de Ang le). 1ndica uma situação nominada centro instantâneo de rotação.
na qual o arco dentário inferior localiza-se Eixo sagital • Linha anteroposterior imagi-
posteriormente ao superior. Apresenta duas nária ao redor da qual a mandibula pode ro-
subdivisões: a subdivisão 1 indica a presença tacionar, quando observada do plano frontal.
de incisivos superiores vestibularizados; a sub- Eixo terminal de rotação • Eixo imaginário
divisão 2 denota a presença de incisivos centrais que passa no interior das cabeças da mandí-
superiores lingualizados e incisivos laterais su- bula, o qual é contido pelas paredes articulares
periores vestibularizados. superior, mediana e anterior da fossa mandi-
Distoversão • Designação da má posição den- bular, em relação cêntrica. Ver Eixo horizontal
tária na qual o dente se encontra desviado transversal.
para posição distal à normal. Eletrodos de superfície • Eletrodos eletro-
miográficos receptores colocados sobre a pele,
E no longo eixo de um músculo, para registrar
os potenciais de ação daquele músculo ou
Efic.iência mastigatória • Esforço muscular grupo muscular.
necessário para que seja alcançado um deter- Eletromiografia • Registro gráfico do poten-
minado grau de redução dos alimentos. A maior cial elétrico de um músculo. Pode ser feita
eficiência mastigatória é obtida com a denta- durante o sono.
dura natural, seguida, em ordem decrescente, Eletromiógrafo • Aparelho usado para regis-
pelas próteses fixas (aproximadamente 80º/o), trar graficamente os impulsos elétricos gerados
próteses parciais removíveis (SOO/o) e próteses pela atividade muscular.
totais ou dentaduras artificiais totais (20º/o). Embrasura • Espaço definido pelas superfícies
Eixo de translação • Eixo horizontal que, de dois dentes adjacentes; há quatro espaços
a partir da dimensão vertical de repouso, de embrasura para cada área de contato pro-
atravessa um ponto no corpo da mandíbula, ximal: oclusal/incisal, mesial, distal e gengival.
permitindo os movimentos de abertura e Enceramento diagnóstico • Procedimento de
fecha menta. grande uso em oclusão e prótese, através do
Eixo horizontal transversal (eixo de rotação qual, em modelos de estudo montados em articu-
mandibular; eixo terminal de rotação) • Li- lador, executa-se o enceramento sobre os dentes
nha imaginária entre as cabeças mandibulares, existentes e nos espaços protéticos, criando-se
em torno da qual a mandíbula pode rotacionar um "protótipo" da reconstrução oclusal que
no plano sagital. poderá ser desenvolvida em cada caso.
Eixo instantâneo de rotação • Centro hipo- Envelope de função • Espaço tridimensional,
tético de rotação de um corpo em movimento, contido nos limites de movimentação, que
observado a partir de um determinado plano, define o movimento mandibular durante a
em qualquer ponto do tempo. Para qualquer função mastigatória e/ou a fonação.
corpo que apresente movimento plano, há Envelope de movimento • Espaço tridimen-
alguns pontos, em qualquer instante, que têm sional circunscrito pelos movimentos mandibu-
36
Equilíbrio neuromuscular Esplintagem
•
lares extremos, dentro do qual todos os movi- Espaço do disco • Area radiolúcida em uma
mentos mandibulares não restritos ocorrem. radiografia da articulação temporomandibular
Equilíbrio neuromuscular • Sinônimo de equi- entre a cabeça mandibular e a fossa mandibu-
líbrio dinâmico. A soma de todas as estruturas lar, que corresponde ao espaço ocupado pelo
musculares e ligamentos da cabeça, pescoço e disco articular.
componentes posturais, que se contrapõe, à Espaço funcional livre (espaço interoclusal
medida que se relacionam com a posição da de repouso; distância interoclusal; espaço
mandíbula, em relação ao crânio. livre interoclusal; espaço funcional de pro-
•
Equilíbrio oclusal • Condição em que há con- núncia) • E a distância entre as superfícies
tatos simultâneos dos dentes antagonistas ou oclusais dos dentes superiores e inferiores,
análogos dentários (ou seja, bordas de oclusão) quando a mandíbula se encontra em sua po-
em ambos os lados dos arcos dentários duran- sição específica. Pode ser determinado cal-
te os movimentos excêntricos, dentro da faixa culando-se a diferença entre a dimensão
funcional. O mesmo termo refere-se ainda à vertical de repouso (DVR) e dimensão vertical
modificação da forma oclusal dos dentes com de oclusão (DVO). Afastamento ou separação
a intenção de equalizar o estresse oclusal, vertical entre as superfícies oclusais e incisais
produzindo-se contatos oclusais simultâneos dos dentes ou entre os rodetes de cera, de-
ou relações harmônicas entre as cúspides. corrente da posição postural. Varia, normal-
Erosão • Perda progressiva de substância mente, de 1 a 4 mm.
dentária por processos químicos que não Espaço primata • Diastema interdentário
envolvem ação bacteriana, produzindo defei- localizado entre o incisivo lateral e o canino
tos que são acentuadamente definidos; de- decíduos no arco superior e entre o canino e
pressões frequentes nas áreas vestibulares o primeiro molar decíduos no arco inferior. Sua
cervicais. Ver Peri molise. importância no desenvolvimento da oclusão
Esmalte • Porção superficial, translúcida, fina, se justifica por ser um espaço compensatório
extremamente dura e calcificada do dente das diferenças de tamanho entre os dentes
natural que cobre a coroa anatômica e protege decíduos e permanentes, no momento da ir-
•
a dentina. E a substância mais dura do corpo. rupção desses últimos.
Espaço de Donders • Espaço entre o dorso da Espaço protético • Espaço interdentário pro-
língua e abaixo dos palatos duro e mole quan- duzido por perda dentária ou agenesia. Espaço
do a mandíbula e a língua estão em posição existente entre dois dentes, contíguos ou não,
de repouso. provocado por ausência e não substituição de
Espaço de Nance (Espaço livre de Nance: um ou mais elementos dentários. Espaço in-
leeway space) • Designação dada à diferença terdentário capaz de permitir a reposição de
entre a soma dos diâmetros mesodistais dos um ou mais elementos dentários ausentes, por
molares e caninos decíduos de um hemiarco e meio de próteses parciais fixas ou removíveis.
a soma dos diâmetros dos dentes permanentes Esplintagem (contenção dentária; esplin-
correspondentes (canino, primeiro pré-molar tamento) • Técnica de fixação entre vários
e segundo pré-molar). No arco inferior esta dentes com mobilidade, por meio de um dis-
diferença espacial é de aproximadamente 1,7 positivo rígido ou flexível, por razões perio-
mm e no superior, de 0,9 mm, de cada lado, dontais ou traumáticas, com a intenção de
conforme descrito por Nance. manter fixo o elemento afetado, protegendo-o.
37
Esplinte Extrusão
Pode ser feita com fios de aço, resina, próteses estomatognático. O termo c/icking refere-se
parciais fixas ou removíveis e próteses adesivas. a uma série de estalidos sucessivos, passível
Também pode ser realizada para evitar a ex- de identificação por exame com estetoscópio
trusão de dentes. ou palpação.
Esplinte • Dispositivo rígido ou flexível que Estética dentária • Aplicação de princípios
mantém uma parte deslocada ou móvel em de estética a dentes naturais ou artificiais e
posição; também é usado para manter uma restaurações.
parte danificada em posição e protegê-la. Estomatognático • Adjetivo que se refere aos
Refere-se também a um material rígido ou arcos e à boca, coletivamente.
flexível empregado para proteger, imobilizar Estresse • Conjunto de reações do organismo
ou restringir o movimento de um elemento. a agressões de ordens física e psíquica, entre
Esplinte de reposicionamento • Dispositivo outras, capazes de alterar a homeostase.
de esplintagem intrabucal confeccionado Etiologia • Origem ou causa de uma doença
para alterar, de forma temporária ou perma- ou síndrome patológica. Também denomina o
nente, a posição relativa da mandíbula em estudo ou a teoria dos fatores causadores das
relação à maxila. doenças ou síndromes.
Esplinte oclusal • Ver os diferentes tipos de Excêntrico • Que se desvia de uma trajetória
Placas oclusais. circular. Refere-se a qualquer posição mandi-
Esplinte oclusal funcional • Dispositivo que bular que não seja sua posição normal.
guia os movimentos da mandíbula por meio Excursão • Movimento para fora e para trás
do controle do plano e da extensão de mo- ou de uma posição média de um eixo. Em
vimentação. Odontologia, refere-se ao movimento que
Esplinte resiliente • Dispositivo resiliente que ocorre quando a mandíbula se move além da
cobre os dentes superiores ou inferiores com posição de intercuspidação.
a finalidade de evitar o trauma aos dentes ou Extensão de movimento • Extensão, medida
agir como um desprogramador. em graus de um círculo, por meio da qual uma
Estabilidade oclusal • Equalização dos con- articulação pode ser estendida ou flexionada.
tatos que evita a movimentação dentária após Refere-se à extensão de abertura e excursões
o fechamento. laterais e protrusivas da articulação temporo-
Estabilização • Assentamento de uma prótese mandibular.
fixa ou removível de tal forma que não apre- Extrusão (irrupção passiva; irrupção con-
sente báscula, ou seja, deslocada sob pressão. tínua) • Processo contínuo de irrupção dentá-
Estalido (clique; estalo) • Tipo de ruído ar- ria, mesmo após o completo desenvolvimento
ticular na articulação temporomandibular, que de um dente que ocorre como resultado da
pode ser resultante do relacionamento anor- ausência de seu antagonista. Designação tam-
mal entre a cabeça da mandíbula, o disco e a bém dada aos movimentos dentários para
fossa mandibular. Assemelha-se, grosseira- compensar os desgastes fisiológicos das su-
mente, ao ruído produzido pelo estalar de perfícies oclusais e proximais e margens inci-
•
dedos, agudo e breve. Frequentemente ocorre sais. E o movimento dentário além do plano
nos movimentos de abertura ou de fechamen- oclusal natural, que pode ser acompanhado
to mandibular, sendo considerado um dos por um movimento semelhante dos tecidos
mais frequentes sinais de disfunção do sistema de suporte.
38
Faceta Fóssula
39
Frêmito Guia anterior
40
Guia canino Horizontal
41
latrogenia lnfraversão
42
lntegração óssea Jig
.
Int egração óssea • Inserção ou conexão di- lnterproximal • Entre as superfícies prox1-
reta aparente do tecido ósseo a um material mais dos dentes naturais adjacent es.
aloplástico inerte sem interposição de tecido lntracondilar • Refere-se ao que se localiza
•
conectivo. E o processo e a conexão direta ou ocorre no interior da cabeça da mandíbula.
resultante da superfície de um material exó- Intrusão • Aprofundamento de elemento den-
geno com os tecidos ósseos do hospedeiro, sem tário em seu próprio alvéolo. Movimento de
interposição de tecido conectivo fibroso. Esse um dente na direção apical.
t ermo refere-se ainda à interface entre os Irrupção (Ativa) • Movimento axia l ou oclu-
materiais aloplásticos e o osso. sal do dente, a partir de sua posição de desenvol-
lntercondilar (intercabeças) • Situado entre vimento, dentro da maxila ou da mandíbula,
as duas cabeças da mandíbula. até sua posição funcional no plano oclusal.
lntercuspidação • Engrenamento das cúspi- Irrupção ectópica • Tipo de irrupção anormal
des dos dentes antagonistas. em que o dente permanente irrompe fora de
lnterdentário • Que se situa entre as super- sua posição normal.
fícies proximais dos dentes de um mesmo arco. Irrupção passiva • Ver Extrusão.
43
Junção amelocimentária Lei de Ante
44
Ligamento periodontal Mastigar
mentária dos dentes pilares somada à área Linha vibratória • Linha imaginária ao longo
mucosa da base da prótese. da porção posterior do palato que demarca a
Ligamento periodontal • Tecido que circunda divisão entre os tecidos móveis e imóveis do
as ra ízes dos dentes naturais, unindo-as ao osso palato mole. Pode ser identificada quando os
alveolar. O ligamento periodontal fornece oca- tecidos móveis estão em função.
minho para os elementos nutricionais alcan- Localizador de eixo cinemático (localizador
çarem o cimento e o osso, ajuda a sustentar o de eixo terminal; localizador cinemático
dente e a distribuir, como um amortecedor, os individual) • Dispositivo semelhante a um
esforços da mastigação, provendo ainda per- arco facial em cujas extremidades são fixados
cepção à dor e propriocepção para os mecanis- estiletes, dirigidos para a região das cabeças
mos adaptativos associados com a mastigação. mandibulares, adiante do trago e em cuja
Limitação (da abertura bucal) • Condição porção central é acoplada uma espécie de
clínica de restrição, dificu ldade ou impedimen- moldeira inferior provida de extensão extrao-
to do movimento de depressão mandibu lar, ral (clutch) fixada no arco inferior por meio de
que reduz a abertura da boca. Frequentemen- alginato. O uso de tal instrumento permite
te associada à dor, pode resultar tanto de que, na execução de pequenos movimentos de
condições espásticas dos múscu los levantado- abertura e fechamento, o eixo de rotação
res da mandíbula quanto de desarranjos inter- mandibular em relação cêntrica seja captado
nos da articu lação temporomandibular. com maior precisão.
Lingual • Próximo à, ou que se dirige à língua. Longo eixo • Linha teórica que passa por
Linguoclusão • Oclusão na qual um dente ou todo o comprimento do centro de um corpo.
grupo de dentes está local izado lingualmente
em relação à sua posição normal. M
Linguoversão • Designação da má posição
dentária individual em que o dente se encon- Maloclusão • Qualquer desvio de um conta-
tra deslocado lingualmente à sua posição to fisiologicamente aceitável entre os dois
normal. Situação de estar deslocado em dire- arcos dentários. Qualquer desvio de uma oclu-
ção à língua. são normal. Uma relação anormal dos dentes
Linha de Camper • Linha imaginária que vai antagonistas. Quando trazidos à posição habi-
da borda inferior da asa do nariz a algum tual, os dentes de um dos arcos assumem um
ponto definido do trago na orelha, geralmen- contato anormal com aqueles do arco anta-
te a sua ponta. É usada, com frequência, com gonista; geralmente é associada com o cres-
um terceiro ponto no trago oponente, com o cimento ou o desenvolvimento anormal do
objetivo de estabelecer o plano de Camper. complexo mandibulomaxilar.
Idealmente, o plano de Camper é considerado Mandibular • Que se situa na mandíbula, ou
paralelo ao plano oclusal. O plano oclusal tem que diz respeito ou se relaciona a esta.
um ângu lo de aproximadamente 10° em rela- Mascar • Mastigar sem engolir.
ção ao plano horizontal de Frankfurt, quando Mastigação • Processo ou atividade pelo qual
observado do plano sagital médio. são triturados e preparados os alimentos para a
Linha média • Linha (imaginária) central que, deglutição e, posteriormente, para a digestão.
seguindo a direção do longo eixo do corpo, divi- Mastigar • Triturar com os dentes. Apertar
de duas metades: uma direita e outra esquerda. com os dentes, morder.
45
Material de moldagem Modelo de remontagem
46
Modelo diagnóstico Movimento de Bennett
reconduzir esta ao articulador, para ajustes e duzido para obtenção de um negativo (molde)
•
outros procedimentos subsequentes às pren- de determinada área ou elemento. E usada
sagens e/ou às aplicações de materiais. para conduzir, confinar e manter um material
Modelo diagnóstico (modelo de estudo) • de moldagem enquanto esta é realizada.
Reprodução positiva de um arco dentário ou Monopodismo • Tipo de contato oclusal em
parte dele, obtida pelo vazamento de gesso no que ocorre o contato em apenas um ponto de
interior de um molde, com finalidade de estudo, um dente com seu antagonista. Para ser está-
análise e planejamento de tratamentos orto- vel, deve ocorrer entre uma ponta de cúspide
dônticos, protéticos ou quaisquer outros. e o fundo de uma fossa.
Modelo dividido (split-cast) • Técnica de Montagem • Procedimento de laboratório
fixação de modelos no articulador em que que une um modelo a um articulador, ou a um
são confeccionadas, na base desses, chaves de relacionador de modelos. Refere-se também à
posição (canaletas em forma de cunha), que relação dos modelos entre si e o instrumento
permitem que os modelos sejam removidos e ao qual estão unidos.
possam voltar ao articulador na mesma posi- Mordida aberta (relação oclusal aberta) •
ção. De larga aplicação nas próteses totais, Ocorre em caso de ausência localizada de
possibilitam a remontagem após a polimeriza- oclusão em determinado segmento do arco
ção, para ajustes compensatórios das altera- dentário, estando os demais dentes do arco
ções dimensionais sofridas pela resina. ocluídos. Apresenta-se, quase sempre, na re-
Modelo modificado • Modelo ajustado por gião anterior, embora possa também ocorrer
partes, antes do processamento da base de uma na região posterior.
prótese. Também chamado de modelo corrigido. Mordida cruzada • Também denominada
Modo de repouso eletromiográfico • Regis- articulação reversa, é a relação oclusal na qual
tro da atividade muscular elétrica quando o os dentes inferiores estão localizados vestibu-
paciente está na posição postural relaxada. larmente aos dentes superiores antagonistas,
Molar • Um dos quatro tipos de dentes hu- estando as cúspides vestibulares superiores
manos, localizados distalmente em cada arco posicionadas nas fossas centrais dos dentes
dentário, usados para esmagar e triturar os inferiores. Relação anormal de um dente de
alimentos. um dos arcos com o dente do arco antagonis-
Moldagem • Conduta pela qual se imprime um ta, devido ao desvio vestibular ou lingual da
objeto em forma negativa. Ato ou efeito de posição dentária ou uma posição mandibular
copiar, por meio de materiais especiais, a forma (ou maxilar) anormal.
de um corpo, objeto, dentes ou tecidos bucais. Mordida de topo • Ver Oclusão topo a topo.
Moldagem maxilar • Moldagem do arco Movimento artrodial • Movimento articular
dentário ou de estruturas dentárias superiores. de deslizamento.
Molde • Forma negativa obtida a partir de Movimento de Bennett • Movimento de des-
um objeto, dente ou arco dentário. Os mate- locamento lateral total da mandíbula, para o
riais de moldagem mais comumente emprega- lado de trabalho, resultante do deslocamento
dos são godiva, alginato e siliconas. das cabeças da mandibula ao longo das ver-
Moldeira • Instrumento no interior do qual tentes da fossa mandibular, durante as trajetó-
determinado material pode ser aplicado e con- rias excursivas da mandíbula. Ver Laterotrusão.
47
Movimento de deslizamento Oclusão anatômica
48
Oclusão balanceada Oclusão normal
articulam-se com superfícies naturais ou arti- Oclusão natural normal (características da) •
ficiais semelhantes. Situação funcional completamente harmônica
Oclusão balanceada • Oclusão na qual há o de todo o sistema estomatognático ("SE"),
contato simultâneo de dentes superiores e onde dentes, periodonto, músculos, articula-
inferiores, à direita e à esquerda, nas áreas ções temporomandibulares e demais estruturas
oclusais anteriores e posteriores, em posições estão com sua biologia totalmente saudável,
cêntricas e excêntricas. Essa oclusão é assim sem nenhuma evidência de alterações anatô-
,
planejada para evitar o deslocamento ou a micas ou funcionais. Euma visão preconcebida
rotação por ação de alavanca das bases das de relações estruturais e funcionais. Tal oclusão
próteses, com relação às estruturas que as não representa uma norma do ponto de vista
,
sustentam. E concebida para funcionar na estatístico e apenas ocasionalmente pode ser
boca; entretanto, é arranjada e pode ser mais característica de um dado indivíduo. A oclusão
bem observada nos articuladores. ideal deveria preencher os seguintes requisitos:
Oclusão decídua • Oclusão pertinente à den- (1) todos os componentes do "SE" estão pre-
tadura decídua, constituída por 20 elementos sentes; (2) as relações anatômicas clássicas
dentários, sendo dez no arco superior e dez no existem; (3) a dentição está em harmonia com
arco inferior. o osso basal; (4) o periodonto está saudável;
Oclusão (disciplina de) • Disciplina do cur- (5) a oclusão é estável; (6) os dentes não exi-
rículo odontológico, responsável pelo ensino bem desgastes atricionais; (7) na protrusão os
dos conhecimentos acerca dos componentes dentes posteriores desocluem; (8) nos movi-
anatômicos e fisiológicos do sistema esto- mentos laterais os dentes do lado de balanceio
matognático, nas condições de normalidade desocluem; (9) a posição postural permite um
(normofunção) e nas condições anormais espaço livre interoclusal adequado; e (10) to-
(disfunção), bem como a integração e a inte- das as necessidades de mastigação, deg lutição,
ração desse sistema com o restante do orga- fonação, estética e respiração são alcançadas
nismo e do assunto, com as demais áreas do pelos pacientes.
conhecimento odontológico. Oclusão mecanicamente balanceada • Oclu-
Oclusão em relação cêntrica (ORC) • Oclu- são balanceada sem referência a considerações
são dos dentes antagonistas quando a mandí- fisiológicas, como em uma articulação.
bula está em relação cêntrica com a maxila. Oclusão mista • O mesmo que dentadura mista.
Pode coincidir ou não com a posição de máxi- Oclusão não fisiológica (oclusão patológica) •
ma intercuspidação. Aquela na qual existem sinais e sintomas de
Oclusão fisiológica • Situação de oclusão em patologia, disfunção ou adaptação inadequada
harmonia com as funções do sistema mastigatório. de um ou mais componentes do "SE"; podem
Oclusão fisiologicamente balanceada • Oclu- ser atribuídas às relações estruturais deficien-
são balanceada que está em harmonia com as tes ou a atividade mandibular funcional ou
articulações temporomandibulares e o sistema parafuncional.
neuromuscular. Oclusão normal • Diz-se da oclusão que
Oclusão funcional • Denominam-se os con- atua em harmonia e não apresenta nenhuma
tatos dos dentes superiores e inferiores, duran- manifestação patológica sobre os dentes ou
te a mastigação e a deglutição. as estruturas de suporte.
49
Oclusão patogênica Peri-implantite
Oclusão patogênica • Relação oclusal capaz revestimento refratário e eliminada pelo calor,
de produzir alterações patológicas no sistema dá lugar a um molde a ser preenchido pela
estomatog nático. liga metálica especifica. Pode também ser de
Oclusão permanente • Oclusão pertinente à resina acrílica ou misto (resina e cera).
dentadura permanente, constituída por 32 Padrão oclusal (padrão de oclusão) • Forma
elementos dentários, sendo 16 no arco superior ou desenho das superfícies oclusais e incisais
e 16 no arco inferior. dos dentes. Essas formas podem ser baseadas
Oclusão terapêutica • Oclusão terapêutica é em conceitos anatômicos naturais ou modifi-
aquela modificada por modalidades terapêuti- cados dos dentes.
cas apropriadas, de modo a mudar uma oclusão Panorâmica (radiografia) • Técnica radiográfica
não fisiológica, senão teoricamente ideal. Esse odontológica desenvolvida especialmente para
tipo de oclusão pode conter modificações es- radiografar, simultânea e continuamente, toda a
truturais que não são necessariamente encon- maxila e a mandíbula, além de vários outros aci-
tradas na natural, por otimizar a saúde e o dentes anatômicos relacionados. Conhecida tam-
potencial adaptativo do sistema mastigatório. bém com a designação de ortopantomografia.
Oclusão topo a topo (oclusão margem a Pantografia (traçado pantográfico) • Regis-
margem; mordida de topo) • Oclusão na tro gráfico dos movimentos mandibulares em
qua l os dentes anteriores superiores e inferio- três dimensões, inscrito por estiletes sobre as
res antagonistas se tocam através de suas mesas de regist ro de um pa ntógrafo; traçados
margens incisais, quando intercuspidados. do movimento mandibular registrado em pla-
Oclusão traumática • Ver Trauma oclusal. cas nos planos horizontal e sagita l.
Oclusão traumatogênica • Maloclusão capaz Pantógrafo • Instrumento usado para regis-
de produzir injúria ao rebordo residual, aos trar graficamente as trajetórias do movimento
dentes, às articu lações temporomandibulares, mandibular e proporcionar inf ormações para
aos músculos da mastigação e às estruturas de os ajustes de um articulador.
suporte dos dentes. Parafunção • Movimento mandibu lar (como
Oclusor • Modelo simplificado de articulador o apertamento ou a at rição dentária), consi-
no qual só podem ser executados movimentos derado extrafuncional e que resulta em faceta
de abertura e fechamento, tipo bisagra. de desgastes no dente. Funções acessórias do
Odontalgia • Uma dor sent ida em um dente. sistema estomatog nático, consideradas não
Se o dente é a origem da dor, a odontalgia normais, pareia !mente destrutivas. Atividade
deveria ser odontogênica; caso contrário, seria muscular que resulta em movimentos que não
heterotópica. são propriamente funcionais: apertar ou ran-
Overbite (sobremordida) • O mesmo que ger os dentes, morder objetos, roer as unhas.
trespasse vertical. Perda da dimensão vertical (termo incorre-
Overjet (sobressaliência) • O mesmo que to e em desuso) • Ver Diminuição da dimen-
trespasse horizontal. são vertica 1.
Pericementite • Inflamação dos tecidos entre
p a raiz de um dente e o alvéolo que o contém.
Inflamação do pericimento.
Padrão (de cera) • Porção de cera de forma Peri-implantite • Em periodontia e implan-
definida que, quando incluída em massa de todontia, é o termo empregado para descrever
50
Perímetro oclusal Placa oclusal
51
Placa oclusal pivotante Posição postural
52
Prematuridade oclusal Protração maxilar
Prematuridade oclusal • Qualquer contato ciais fixas e/ou pela mucosa. Pode ser fixa ou
dos dentes antagonistas que ocorre antes da removível. Também pode receber denominações
intercuspidação planejada. diversas, de acordo com o meio de retenção
Pré-molar • Um dos quatro tipos de dentes clínica; por exemplo, prótese parcial fixa retida
humanos. Os oito pré-molares estão localiza- por parafuso.
dos entre os dentes canino e molar. Eles geral- Prótese parcial fixa • Aquela que se coloca
mente têm duas ou três cúspides e substituem quando há poucas perdas dentárias, sendo ci-
os molares decíduos nas crianças, não existin- mentada de maneira que não possa ser remo-
•
do na dentição decídua. vida. E apoiada sobre dentes naturais, raízes
Pressão de mordida (força oclusal) • Qual- dentárias e/ou pilares de conexão de implantes.
quer força exercida sobre as superfícies oclusais Prótese parcial removível • Qualquer prótese
dos dentes quando estes se contatam, reali- que se coloca em desdentados parciais, subs-
zando o ato de morder. Éo resultado da força tituindo parcialmente os dentes perdidosou
muscular aplicada sobre dentes oponentes. ausentes. Pode ser removida de seu lugar e subs-
Processo alveolar • Estrutura óssea medular tituída a qualquer momento, sem complicações.
e compacta que circunda e sustenta os dentes. Prótese parcial suportada por cantilever •
Profundidade da f óssula • Distância que vai Prótese pa rcial fixa na qual o pôntico encon-
da parte mais funda dos dentes (fóssula) até o tra-se apoiado numa única extremidade, por
plano formado pela ponta das cúspides desses um ou mais pilares.
dentes (vértice). Prótese removível • Ramo da prótese que
Prótese • Área da odontologia que tem por engloba a substituição de dentes e estruturas
fim substituir dentes ou tecidos craniofaciais contíguas em pacientes desdentados ou par-
perdidos, parcial ou totalmente, com substitu- cialmente desdentados por meio de substitutos
tos artificiais. Visa à restauração e à manuten- artificiais que podem ser removidos da boca.
ção da saúde bucal, ao conforto, à aparência, Prótese sobre implante • Qualquer prótese
à saúde do paciente. (fixa, removível ou maxilofacial) que usa im-
Prótese de implante • Termo mal empregado; plantes dentários, em parte ou totalmente,
uma prótese não é um dispositivo passível de para a retenção, o suporte e a estabilidade.
implantação. A prótese (parcial fixa, parcial re- Prótese total (prótese completa) • Prótese
movível, total) pode ser sustentada ou retida, dentária removível que substitui completa-
total ou parcialmente, pelos implantes dentários. mente os dentes e as estrutu ras associadas da
Prótese dentária • Substituto artificial de um maxila ou da mandíbula.
ou mais dentes e/ou estruturas associadas. Protetor bucal • Dispositivo intrabuca l resi-
Prótese imediata • Uma prótese total ou liente, úti l para reduzir as injúrias bucais e
prótese parcial removível confeccionada para proteger os dentes e as estruturas circundantes
colocação imediatamente após a remoção dos de agressão física ou traumas.
dentes naturais. Protração mandibular • Tipo de anomalia
•
Prótese parcial • Euma prótese dentária que facial no qual o gnátio demonstra posiciona-
restau ra um ou mais, mas nem todos os dentes mento anterior ao plano orbitário.
•
naturais e/ou partes associadas. E sustentada, Protração maxilar • Tipo de anomalia facial
em parte, por dentes naturais, coroas implanto- no qual o ponto subnasal assume um posicio-
-suportadas, pilares ou out ras prót eses par- namento anterior ao plano orbitário.
53
Protrusão Registro funcional
54
Registro interoclusal lateral Ressonância magnética nuclear
55
Retenção da dentadura artificial Sobremordida profunda
56
Sobreposição horizontal Tomografia axial computadorizada
,
Sobreposição horizontal • Ver Traspasse ho- E a superfície de um dente posterior que faz
rizontal. contato com uma superfície oclusal oponente.
Sobreposição vertical • Ver Traspasse vertical. Superfície oclusal da dentadura • Porção
Status oclusal • Condição na qual se encon- da superfície de uma dentadura que fa z
tram, em um determinado momento, as super- contato com o arco dentá rio ou uma prótese
fícies oclusais, no que diz respeito às relações antagonista.
dentárias e de contato. Por extensão, o mesmo Superfície proximal • Área de um dente
que status dentário. natural adjacente a outro dente no mesmo
Subestrutura de implante • Estrutura metá- arco dentário. ,
lica de um implante extraósseo incluída sob os Superfície vestibular • Area de um dente
tecidos moles, em contato com o osso, e esta- posterior superior ou inferior imediatamente
bilizada por meio de parafusos intraósseos. Os adjacente à bochecha.
tecidos periosteais retêm esta estrutura ao Suprairrupção • Movimento de um dente ou
osso. A estrutura, na maioria das vezes, susten- dentes além do plano oclusal normal.
t a a prótese por meio de abutments (pilares) e Supraoclusão • Maloclusão na qual as super-
outros component es de grande resistência. fícies oclusais dos dentes estendem-se além
Subestrutura de implante subperiosteal • do plano oclusal normal. Também é denomi-
Estrutu ra metálica fundida que se adapta ao nada sobreirrupção.
rebordo residual abaixo do periósteo e fornece Supraversão • Designação da má posição den-
o suporte para uma prótese dentária por meio tária na qual o dente se encontra além da linha
de pilares ou out ros mecanismos via mucosa ; (ou do plano) de oclusão - aba ixo, quando
é o corpo do implante. se tratar de dente superior e acima, quando se
Sulco • Depressão ou cavidade alongada da tratar do dente inferior.
superfície de um dente formado pelas verten-
tes das cúspides ou das cristas adjacentes. T
Superestrutura de implante subperiosteal •
Estrutura metálica, em geral localizada numa Terapia provisória • Uso de procedimentos re-
prótese removível, que se adapta ao abutment versíveis para tratamento de distúrbios cranio-
do implante e fornece a retenção para os den- mandibulares/distúrbios temporomandibulares
tes artificia is e o material de base da prótese. (DCM/DTM). Os trata mentas ortodônticos e
Superfície distal • Área do dente que se dis- protéticos mais definitivos são frequent emente
t ancia do plano sagita l mediano segundo a indicados após comprovação do sucesso tera-
curvatura do arco dentário superior ou inferior. pêutico durante um período adequado de tempo.
,
Superfície labial • Area de um dente anterior Terços • Divisão imaginária de um dente em
imediatamente adjacente aos lábios. partes relacionadas ao comprimento; por exem-
,
Superfície lingual • Area de um dente an- plo, oclusal, medial ou gengival, quando se
terior ou posterior voltada para a língua. refere a um comprimento oclusogengival de
,
Superfície mesial • Area de um dente pró- um dente; ou mesial, medial ou distal, quando
xima à linha média seguindo a curvatura do se refere à largura mesiodistal de um dente.
arco dentário. Tomografia axial computadorizada (TC) •
Superfície oclusal • Área de um pré-molar ou Técnica pela qual as informações por transmis-
molar dentro dos limites das cristas marginais. são radiográfica, através de um corpo, são mate-
57
Tomografia Transversão
58
Traspasse horizontal Verticulador
dentário, ou seja, localizado numa posição que uma restrição da articulação, frequentemente
não é a sua normal. caracterizada por uma longa duração, dor,
Traspasse horizontal (trespasse horizontal; crepitação e evidência radiográfica de assime-
overjet; sobressaliência) • Extensão de so- tria articular.
breposição dos dentes superiores sobre os Travamento mandibular • Diz-se, generica-
dentes inferiores medida no plano horizontal mente, de qualquer condição espástica dos
quando em intercuspidação máxima. músculos da mastigação, que impede ou difi-
Traspasse vertical (trespasse vertical; overbi- culta os movimentos normais de abertura e/ou
te; sobremordida) • Extensão da sobreposição fechamento da boca.
dos dentes de um arco sobre os do arco anta- Tripodismo • Princípio de equilíbrio ou esta-
gonista medida no sentido vertical quando bilidade por meio de três pontos. Relação que
intercuspidados ao máximo. O termo é usual- se estabelece entre uma cúspide e sua fossa
mente empregado para a distância na qual as antagonista, em que apenas suas vertentes se
margens incisais dos dentes superiores ultrapas- tocam em três pontos, sem que a ponta da
sam os inferiores, mas também pode ser usado cúspide alcance o fundo da fossa. Princípio
para indicar as relações verticais de cúspides básico que caracteriza a técnica de encera-
antagonistas. mento progressivo, dente a dente/cúspide a
Trauma oclusal (trauma de oclusão) • Injú- fossa, preconizada por Peter K. Thomas.
ria ou lesão a qualquer parte do periodonto ou Typodont • Réplica da dentadura natural e
do sistema mastigatório resultante de forças mucosa alveolar, ajustada de acordo com os
funcionais ou parafuncionais, que pode causar movimentos médios das cabeças da mandíbu-
•
dano à inserção do periodonto por exceder la. E usada para o treinamento de alunos no
suas capacidades adaptativas e reparadoras. tratamento odontológico, principalmente or-
Pode ser autolimitante ou progressivo. todôntico.
Trauma oclusal primário • Efeitos induzidos
por forças oclusais, anormais ou excessivas, V
que agem sobre os dentes com um suporte
periodontal normal. Vertente (das cúspides) • Cada um dos pla-
Trauma oclusal secundário • Efeitos induzi- nos inclinados que se unem para constituir
dos por forças oclusais, normais ou anormais, uma cúspide.
que agem sobre os dentes com suporte perio- Verticulador • Instrumento mecânico, seme-
dontal comprometido. lhante a um oclusor, cujos movimentos de aber-
Traumático • Relacionado com o que é cau- tura e fechamento são exclusivamente verti-
sado por uma injúria. cais, usado para a confecção de pequenos
Traumatogênico • Capaz de produzir injúria trabalhos de prótese fixa. Em relação aos arti-
ou traumatismo. culadores tipo bisagra e aos semiajustáveis,
Travamento cêntrico • Contato entre cúspi- tem a vantagem de dispensar o uso do modelo
des e fóssulas antagonistas que mantêm a OVO antagonista e dos registros interoclusais em
entre os arcos dentários. cera. Uma matriz especialmente construída (nor-
Travamento crônico fechado • Com relação malmente em gesso especial) funciona como
à articulação temporomandibular, trata-se de referência para o enceramento do trabalho.
59
Vestibular Zona trilaminar
Vestibular (face) • Nos dentes, diz-se das e não permitem um acúmulo excessivo de
faces voltadas para o vestibulobucal. São as bactérias, apresentando, consequentemente,
faces dos dentes voltadas para os lábios ou menor índice de lesões cariosas.
para as bochechas. Zona neutra • Espaço potencial entre os
Vestibuloversão (labioversão) • Designação lábios e as bochechas, de um lado, e a língua,
da má posição dentária na qual o dente en- de outro; área ou posição onde as forças entre
contra-se deslocado na direção dos lábios ou a língua e as bochechas, ou lábios, são iguais.
das bochechas. Zona trilaminar • Correponde à quarta
zona do disco, localizada posteriormente à
z banda posterior, do disco articular da ATM,
contendo três estratos: o superior, composto
Zona de imunidade relativa • São áreas do por fibras elásticas; o intermediário, por te-
dente que, a despeito das forças de atrito cido adiposo e um feixe vasculonervoso;
produzidas pelos lábios, bochechas e língua, e o inferior, composto, principalmente, por
encontram-se relativamente bem protegidas colágeno.
REFEREN ClAS
1. Solberg WK, Woo MW, Houston JB. Prevalence of 7. Araujo CR. Estudo comparativo de duas metodolo-
mandibular dysfunction in young adults. J Am gias para regist ro da relação cêntrica [dissertação].
Oent Assoe. 1979;98(1):25-34. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1983.
2. Hanson T, Nilner M. A study of the occurrence of 8. Mandei 10. The role o saliva in maintaining oral
symptoms of diseases of temporomandibular homeostasis. J Am Dent Assoe. 1989;189:298-304.
joints masticatory musculature and related 9. Lõe H. Oral hygiene in the prevention of caries and
struct ures. J Oral Rehabil. 1975;2(4):313-24. periodontal disease. ln: The FDl's Second World
3. Beck AT, Steer RA Beck depression inventory: man- Conferecen on Oral Health Promotion: core mes-
ual. San Antonio: Psychology Corporation; 1993. sages in oral health education. London: FOI, 1999.
4. Cunha JA. Manual da versão em português das 1o. Dawson PE. Functional occlusion: from TMJ to
escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001. smile design. Canada: Mosby; 2007.
5. Schuyler CH. Fundamental principies in correct- 11. Paiva HJ. Estudo do registro da relação cêntrica
ing of oclusal disharmony natural and art ificial. J em pacientes dentados utilizando a manipulação
Am Oent Assoe. 1985;22. bilateral: análise comparativa de três técnicas.
6. Long Jr JH. Locating centric relation with a leaf Tese (Doutorado) - Faculdade de Odontologia de
gauge. J Prosth Dent. 1973;29(6):608-10. Bauru, Universidade de São Paulo, 1985.
LElTURAS SUGERlDAS
Alencar Jr FG, Frincton J, Hathaway K. Oclusão, dores Andrade Filho AC. Dor: diagnóstico e tratamen to. São
orofaciais e cefaléia. São Paulo: Santos; 2005. Paulo: Roca; 2001.
Alves Neto O, Costa CM, Siqueira JT. Dor: principias e Cardoso EM, Costa M. Minidicionário de termos técni-
prática. Porto Alegre: Artmed; 2009. cos em saúde. Goiânia: AB; 2006.
60
Leituras sugeridas
Carlsson GE, Magnusson T, Guimarães AS. Tratamento Lund JP, Lavigne GJ, Dubner R, Sessle BJ. Dor orofa-
das disfunções temporomandibulares na clínica odon- cial: da ciência básica à conduta clínica. São Paulo:
tológica. São Paulo: Ouintessence; 2006. Ouintessence; 2002.
Colombini NE, Sanseverino C. Cirurgia da face: inter- Okeson JP. Tratamento das desordens temporoman-
pretação funcional e estética; dor craniofacial e ATM. dibulares e oclusão. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier;
Rio de Janeiro: Revinter; 2002. 2008.
Crossman AR, Neary D. Neuroanatomia: um texto ilus- Oliveira W. Disfunções temporomandibulares. São
trado em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. Paulo: Artmed; 2002.
De Leeuw R. Orofacial pain: guidelines for assess- Ouvídio EB, Furquim LZ. Dicionário ilustrado de orto-
ment, diagnosis, and management. 4th ed. Chicago: dontia: inglês-português. São Paulo: Santos; 1995.
Ouintessence; 2008. Paiva HJ. Oclusão de "a" a "z": conceitos, noções e
Dicionário Brasileiro de Odontologia. São Paulo: EBO; condutas básicas. Natal: UFRN; 1990.
1986. v. 1: de A a Z - dicionário terminológico de Paiva HJ. Oclusão: noções e conceitos básicos. São
odontologia. Paulo: Santos; 1997.
Dicionário Brasileiro de Odontologia. São Paulo: EBO; Paiva HJ. Noções e conceitos básicos em oclusão,
1986. v. 2: Vocabulário: inglês-português; espanhol- disfunção temporomandibular e dor orofacial. São
-português. Paulo: Santos; 2008.
Drummond JP. Dor: o que todo médico deve saber. Perroti-Garcia AJ. Vocabulário para odontologia. São
São Paulo: Atheneu; 2006. Paulo: SBS; 2003.
Galvão Filho S. Dicionário odonto-médico: inglês- Rome J. Guia da clínica mayo sobre dor crônica. Rio
-português. São Paulo: Santos; 1998. de Janeiro: Anima; 2007.
Glossary of prosthodontic terms. The Academy of Selten DL. Józefowicz RF. Atlas de neurociência hu-
Prosthodontics. J Prost Den. 2005;94 (1):10-92. mana de Netter. Porto Alegre: Artmed; 2005.
Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São Sessle BJ, Lavigne GL, Lund JP, Dubner R. Dor orofa-
Paulo: Ouintessence; 2008. cial da ciência básica à conduta clínica. São Paulo:
lnterlandi S. Ortodontia : bases para a iniciação. 5. ed. Ouintessence; 2010.
São Paulo: Artmed; 2002. Sociedade Internacional de Cefaléia. Classificação
lsberg A. Disfunción de la articulación temporoman- internacional das cefaléias. 2. ed. São Paulo: Segmen-
dibular: una guia práctica. São Paulo: Artmed; 2003. to Fa rma; 2004.
Laskin DM, Greene CS, Hylander WL. TMDs: an evi- Teixeira MJ, Yeng LT, Kaziyama HH. Dor: síndrome do-
dence-based approach to diagnosis and treatment. lorosa miofascial e dor músculo-esquelética. São
Chicago: Ouintessence; 2006. Paulo: Roca; 2006.
Lemos AI. Dor crônica: diagnóstico, investigação e Wolkoff AG. Dicionário ilustrado de termos médicos e
tratamento. São Paulo: Atheneu; 2007. saúde. São Paulo: Rideel; 2005.
61
Capítulo
Eduardo Grossmann
Thiago Kreutz Grossmann
Helson José de Paiva
Angela Maria Fernandes Vieira de Paiva
A
Abdução • Movimento que se afasta do pla- Acrinia • Diminuição ou ausência de secreções.
no mediano. Oposto à adução. Acrocefalia • Deformação do crânio que o
Aberração • Toda alteração que foge dopa- faz apresent ar-se alto.
drão de normalidade, podendo ser reconheci- Acromegalia • Alteração anormal (aumento)
da com um exame clínico e/ou de imagem. Por das dimensões do menta, das orelhas, das mãos
exemplo, acefalia. e dos pés em relação ao resto do corpo. Está
•
Abertura • Orgão mantido aberto por sua quase sempre relacionada a uma neoplasia
estrutura (p. ex., faringe, laringe, traqueia). da hipófise.
Abertura e fechamento da boca • Movi- Acrômio • Extremidade da espinha da omo-
ment o que se processa no sentido vertical plata que se articula com a clavícu la.
quando a mandíbu la se deprime, ou se levan- Acromioclavicular • Relativo ao acrômio e à
ta por ação muscular, mantendo estabilizado clavícu la. Por exemplo, articu lação acromio-
o osso hioide. clavicu lar.
Abóbada craniana • O mesmo que calota Acrômico (a, os) • Relativo ao acrômio. Por
.
craniana. exemplo, faceta acromial.
Abóbada palatina • Estrutura de aspecto Acústico • Relativo à função auditiva, aos
côncavo, formada pelos processos palati nos do sons. Por exemplo, nervo vestíbulo coclear.
•
osso maxilar. E recoberta por uma mucosa Adenectomia • Remoção de um nódulo lin-
rosada firmemen te aderida a essa estrutura e fático ou de uma glând ula.
limitada ant erior e lat eralmente pelos arcos Adquirido • O que não está present e no nas-
dentários, continuando posteriormente por cimento e aparece ao longo da vida. Por exem-
meio do véu palatino. plo, herpes zóster.
Adução Arcada dentária
Aduç.ão • Movimento que ocorre em direção à Angiologia • Parte da anatomia que estuda
linha mediana do corpo. Antônimo de abdução. os vasos sanguíneos e linfáticos.
Adventícia • Túnica externa de um vaso. Angiomatoso (a) • Relativo a um ang ioma.
Sinônimo de externa. Anomalia • Desvio, variação da normalidade.
Agenesia • Ausência ou parada de desenvol- Pode ser congênit a ou adquirida.
vimento de uma porção do corpo. Por exemplo, Anomalia congênita • Toda anomalia mor-
agenesia da cabeça da mandíbula ou dental. fológ ica, funciona l ou bioqu ímica presente
Agnatia • Ausência congênita da mandíbula. no nascimento. Pode ser visível ou detectada
Alveolar • Relativo a alvéolos. Por exemplo, por exames complementares laboratoriais e/ou
alvéolos dentários. de imagem.
Alveólise • Perda progressiva do osso alveolar Anosmia • Ausência do sentido do olfato. Por
envolvendo um ou mais dentes. exemplo, pode ocorrer de f orma reversível no
Alveolite • Processo inflamatório, onde está caso de estado gripa 1, ou ser irreversível no
presente uma necrose da parede do alvéolo caso de neoplasia acometendo o andar su-
dentário. perior da base do crânio (lâ mina cribriforme
Alvéolo dentário • Cavidade presente nos do etmoide).
ossos da mandíbula e da maxila no qual estão Anquilose dental • Quando o dente se une a
contidos os dentes e suas estruturas de suporte. seu osso alveolar, uma vez que a membrana
Ameia gengival • Espaço demarcado por um periodontal ossifica.
ponto, ou por uma superfície de contato entre Anterior • Aquilo que está mais perto ou na
dois dentes adjacentes, junto a suas faces pro- frente do corpo.
ximais, em geral ocu pado pela papila gengival. Antitireoidiano(a) • Qu e impede a secreção
Amigdaliano • Relativo à am ígdala. Atual- dos hormônios produzidos pela ti reoide. Po-
mente emprega-se o termo tonsila. de ser empregado no tratamento do hiperti-
Amilase • Enzima que ativa a hidrólise do reoidismo.
amido em dextrinas e malt ose. Pode estar Antrectomia • Remoção cirúrgica das pare-
presente na saliva e no suco pancreático. des da mastoide.
Amilase salivar • Enzi ma presente na saliva Antro • Cavidade natural óssea ou visceral.
que quebra as moléculas do amido. Antro da mastoide • Cavidade encontrada na
Ampola • Dilatação de forma arredondada si- porção petrosa do osso temporal, cont endo ar
t uada ao longo de um canal ou de uma cavidade. em seu interior.
Anasarca • Edema generalizado resultante de Apófise • Porção saliente de um osso.
acúmulo de líquido no tecido celular e em Aponeurose • Tendão em forma de lâmina
cavidades orgânicas. que une um múscu lo a outro ou com o próprio
Anastomose • Víncu lo anatômico que se tecido ósseo.
estabelece entre estruturas tubulares, princi- Aponevrectomia • Procediment o ci rúrgico
palmente as artérias. que visa a remover parcial ou tota lmente uma
Anatômico • Relativo à anatomia. aponevrose.
Anfiartrose • Articulação sem imóvel, em que Arcada • Estrutura anatômica em forma de arco.
as superfícies ósseas articu lares estão separa- Arcada dentária • Estrutura em forma de
das por um tecido conectivo fibroso ou fibro- arco que abriga tanto os dentes das maxilas
cartilagem a que ambas estão aderidas. como os da mandíbula.
64
Artéria Artéria esfenopalatina
Artéria • Tipo de vaso sanguíneo elástico que estreita relação com a porção superficial do
transporta o sangue para longe do coração, em músculo pterigóideo lateral. Irriga o músculo
direção a todas as partes do organismo. bucinador através de numerosos ramos até
Artéria alveolar inferior • Ramo da artéria atingir a mucosa gengival da mandíbula.
maxilar, surge nas proximidades do colo man- Artéria carótida comum • Surge à direita do
dibular. Apresenta um trajeto inferior e late- tronco arterial braquiocefálico e à esquerda
ral até atingir o canal da mandíbula. Antes diretamente da crossa da aorta. Localiza-se na
de penetrá-lo, emite dois ramos colaterais; parte lateral do pescoço, junto à traqueia e à
a artéria milo-hióidea e a artéria pterigóidea laringe. Ao encontrar a margem superior da
medial. No canal emite ramos para os dentes cartilagem tireóidea, se divide em artéria ca-
pré-molares que penetram via forame apical, rótida externa, destinada ao pescoço e à face,
assim como ramos alveolares e para o perio- e artéria carótida interna, que irriga o cérebro
donto, consequentemente nutrindo tais es- e o globo ocular.
truturas. Na região dos pré-molares a artéria Artéria carótida externa • Artéria que se
alveolar inferior se divide em artéria mentual origina da artéria carótida comum, tendo um
e 1nc1s1va. trajeto ascendente cervical, localizando-se
Artéria alveolar superior anterior • Ramo também abaixo do músculo esternocleidomas-
da artéria infraorbital que emite ramos para a tóideo. Localiza-se anteromedialmente à arté-
polpa e o periodonto dos dentes incisivos e do ria carótida interna. Apresenta os seguintes
canino superior, da gengiva vestibular e da ramos: artéria tireóidea superior, lingual, facial,
parte anterior do soalho do seio maxilar. faríngea ascendente, occipital, auricular pos-
Artéria alveolar superior posterior • Ramo terior, temporal superficial e maxi lar.
direto da artéria maxilar que irriga a polpa e Artéria carótida interna • Ramo da artéria
o periodonto do 3°, 2º e parte do 1° molar carótida comum que não apresenta ramos
superior, excetuando a raiz mesial deste últi- colaterais no nível cervical, localizada abaixo
mo. Vasculariza também a gengiva vestibular do músculo esternocleidomastóideo, pene-
dessa região e parte posterior do soalho, do trando no crânio através do canal carótico na
seio maxilar e da maxila. parte petrosa do osso temporal. Na parte pe-
Artéria angular • Ramo terminal da artéria trosa e cavernosa origina os seguintes ramos:
facial, após fornecer ramos para a asa do nariz. para o soalho da caixa timpânica, para a dura-
Segue o sulco nasolabial até o ângulo medial -máter do clivo da sela, à hipófise e ao gânglio
da órbita. Irriga os tecidos situados lateral- trigeminai. No interior do seio cavernoso diri-
mente ao nariz. ge-se para o espaço subaracnóideo nas proxi-
Artéria auricular posterior • Ramo colateral midades do canal óptico, originando a artéria
e posterior da artéria carótida externa. Segue oftálmica.
um trajeto de baixo para cima (caudocefálico) Artéria central da retina • O mais importan-
viajando entre o processo mastóideo e o meato te ramo da artéria oftálmica. Irriga a retina.
acústico externo, terminando no couro cabe- Artéria colateral • Ramo fornecido ao longo
ludo. Irriga a orelha interna, as células da do trajeto de uma artéria.
mastoide e parte do couro cabeludo. Artéria esfenopalatina • Ramo terminal da
Artéria bucal • Ramo da artéria maxilar que artéria maxilar que penetra no fora me esfeno-
tem uma direção inferior e lateral, com uma palatino para irrigar a cavidade nasal (ramos
65
Artéria facial Artéria maxilar
septais posteriores e nasais laterais posterio- em um tronco único com a artéria labial
res). Outro ramo que acompanha o trajeto do superior, junto ao ângu lo da boca. Irriga o
nervo incisivo junto ao septo nasal com desti- lábio inferior.
no final ao forame incisivo. Artéria labial superior • Ramo da artéria
Artéria facial • Ramo anterior da artéria facial, apresentando-se mais calibrosa do que
carótida externa, que oferece os seguintes a labial inferior. Irriga o lábio superior, a asa
ramos: palatina ascendente, massetérica super- do nariz e o septo nasal.
ficial, pterigóidea media l, à glândula subman- Artéria lacrimal • Ramo da artéria oftálmica.
dibular, submentual, labial inferior e superior, Irriga a glândula lacrimal.
lateral do nariz e artéria angular. Artéria lingual • Ramo anterior da artéria
'
Artéria faríngea ascendente • Unico ramo carótida externa que surge a partir do corno
media l da artéria carótida externa. Origina os maior do osso hioide. Emite os ramos colaterais:
seguintes ramos: a artéria meníngea posterior ramo supra-hióideo, dorsal da língua, irrigan-
e os faríngeos. Estes, por sua vez, irão irrigar a do, respectivamente, as estruturas que se lo-
parede da faringe e também o palato mole. calizam acima do osso hioide, a base da língua,
Artéria incisiva • Continuação da artéria a epiglote, o pilar anterior do véu palatino. Os
alveolar inferior que envia ramos para os den- ramos terminais são a artéria sublingual e
tes incisivos e caninos com suas respectivas profunda da língua. Estes irrigam a mucosa do
polpas e ossos alveolares. Pode se anastomosar soalho bucal, a glându la sublingual, o frênulo
com a do lado oposto junto à linha média. da língua, a face lingual da sínfise mandibular,
Artéria infraorbital • Ramo da artéria maxi- a muscu latura e a mucosa da língua.
lar que penetra na cavidade orbital através da Artéria massetérica • Ramo inferior da ar-
fissura orbital inferior. Segue o trajeto por um téria maxilar que atinge e irriga o respectivo
canal de mesmo nome se exteriorizando atra- músculo através da incisura da mandíbula.
vés do forame infraorbital. Antes de sair por Artéria maxilar • Maior ramo terminal da
tal fora me emite os seguintes ramos colaterais: artéria carótida externa, surgindo desta na
artéria alveolar superior anterior e artéria al- região parotídea, descrevendo um trajeto de
veolar superior média (pode estar ausente). lateral para media l, contornando o colo da
Tais vasos irão vascularizar, respectivamente, mandíbula até atingir a fossa zigomática.
. .. . . .
os 1nc1s1vos e caninos superiores, assim como Durante esse trajeto pode estar localizada
pré-molares e raiz mesia l do 1n molar superior. acima da cabeça superior, abaixo ou entre
Some-se também a irrigação dos alvéolos de ambas as cabeças do músculo pterigóideo la-
todos esses dentes, a parte do ligamento pe- teral. Apresenta normalmente cinco ramos
riodontal, a gengiva vestibular e a mucosa da ascendentes: artéria timpânica anterior, me-
parte anterior do soalho do seio maxilar. Quan- níngea média, temporal profunda posterior e
do a artéria infraorbital emerge pelo forame anterior e meníngea menor. Há também cinco
infraorbital emite os seguintes ramos termi- ramos descendentes: as artérias massetérica
nais: artéria palpebral inferior, lateral do nariz, profunda, pterigóidea, alveolar inferior, bucal
labial superior e para a região zigomática, e palatina descendente. Os ramos posteriores
nutrindo todas essas estruturas. são: a artéria do canal pterigóideo e a faríngea.
Artéria labial inferior • Ramo da artéria Os anteriores são: a artéria alveolar superior
facial, podendo, em alguns casos, ter origem posterior e a i nfraorbital.
66
Artéria meníngea acessória Artéria temporal superficial
Artéria meníngea acessória • Vaso não mui- Artéria palatina maior • Ramo da artéria
to presente. Quando o é, trata-se de um ramo palatina descendente, intimamente relaciona-
da artéria meníngea média. Penetra no crânio da com o forame palatino maior, localizado no
pelo forame oval. Irriga o seio cavernoso (pare- osso palatino, que irriga o pa lato duro.
de lateral), o gânglio trigeminai e a dura-máter. Artéria palatina menor • Ramo da artéria
Artéria meníngea média • Ramo mais volu- palatina descendente, intimamente relaciona-
moso da artéria maxilar, que penetra no crânio da com o forame palatino menor, localizado
através do fora me espinhoso, passando a assu- no osso palatino, que irriga o palato mole e
mir uma direção anterolateral até sua divisão parte do múscu lo palatoglosso.
em dois ramos: o anterior e o posterior. Irriga a Artéria profunda da língua • Ramo terminal
dura-máter do encéfalo e os ossos do crânio. da artéria lingual que irriga os músculos e a
Artéria mentual • Ramo da artéria alveolar mucosa lingua l.
inferior que emerge pelo forame mentual, ir- Artéria sublingual • Ramo terminal da arté-
rigando a pele do mento e da mucosa bucal. ria lingual que irriga a glândula sublingual, a
Faz anastomoses com ramos da artéria facia l mucosa e os músculos do soalho da boca.
(artérias submentual e labial inferior). Artéria submentual • Surge na região sub-
Art éria milo-hióidea • Ramo da artéria al- mandibular, sendo um ramo da artéria facial
veolar inferior que acompanha o sulco milo- que irriga a mucosa do soalho bucal, a glân-
-hióideo, terminando na superfície do músculo dula sublingual e os múscu los digástrico e
milo-hióideo, vascularizando-o, bem como o milo-hióideo, os linfonodos submandibulares.
soalho da cavidade bucal. Artéria supraorbital • Ramo da artéria oftál-
Artéria occipital • Ramo posterior da carótida mica. Dá origem a ramos que se destinam e
externa, que surge quando a artéria carótida vascularizam a pálpebra superior, o frontal, a
externa corre posteriormente ao ramo mandi- pele da região, os músculos orbicu lar do olho
bular. Irriga as seguintes estruturas: o músculo e o frontal.
esternocleidomastóideo, parte dos músculos Artéria temporal média • Ramo da artéria
supra-hióideos, a parte posterior do couro ca- tempora l superficial, que irriga o múscu lo
beludo e as meninges junto à região occipital. tempora l junto à sua porção média.
Artéria oftálmica • Ramo da artéria carótida Artéria temporal profunda anterior • Ramo
interna que penetra o canal óptico para irrigar o da maxilar que alcança o músculo temporal
olho, a órbita, a glândula lacrimal. Vasculariza pela sua porção profunda. Irriga a região mais
também a mucosa do seio esfenoidal, as células anterior do músculo temporal.
etmoidais, grande parte da cavidade nasal, a Artéria temporal profunda posterior • Ra-
dura-máter do andar anterior da base do crânio. mo da maxilar que contribui para a irrigação
Artéria palatina ascendente • Ramo da ar- do músculo temporal (parte posterior) à ATM,
téria facial, com disposição quase vertical, que para o meato acústico.
irriga a musculatura do palato e as tonsilas. Artéria temporal superficial • Menor ramo
Artéria palatina descendente • Ramo infe- terminal da artéria carótida externa, originan-
rior da artéria maxilar, que surge na fossa do-se no colo da mandíbula. Tem um trajeto
pterigopalatina que emite ramos (artéria pa la- vertical entre a ATM e o meato acústico exter-
tina maior e menor) para irrigar o palato duro, no, abandona a glândula parótida cruzando o
o mole, a tuba auditiva e a tonsila palatina. arco zigomático, onde se torna mais super-
67
Artéria terminal Boca
ficial. Apresenta os seguintes ramos colaterais: mandíbula (cabeça e colo) e a fossa mandibular
artéria transversa da face, temporal média, do osso temporal. Entre essas duas estruturas se
ramos auriculares anteriores, zigomático orbi- interpõe um tecido fibrocarti lagíneo denomi-
tal e a ATM. Dá origem a dois ramos terminais: nado disco articular. Este, por sua vez, divide a
um anterior, denominado artéria frontal, e cavidade articular em dois compartimentos: um
outro posterior, denominado parietal. superior e outro inferior. Ambos os comparti-
Artéria terminal • Artéria desprovida de ra- mentos são preenchidos por líquido sinovial.
mos ou de anastomoses e, uma vez que surge, Articulação trocóidea • Articulação cujas
a artéria geradora desaparece. superfícies apresentam-se sob a forma de um
Artéria tireóidea superior • Primeiro ramo cilindro, permitindo uma rotação. Por exemplo,
da carótida externa, sendo um dos três ante- articulação atlantoaxial.
riores desta. Nasce a partir da margem superior Articular • Que pertence a uma articulação.
•
da cartilagem tireóidea, tomando uma direção Artrologia • Area da anatomia que se dedica
de cima para baixo (curva). Irriga estruturas ao estudo das articulações.
localizadas abaixo da região infra-hióidea, ou Assimetria • Falta total de simetria.
seja, os músculos infra-hióideos, parte inferior Aterosclerose • Doença na qual ocorre um
do músculo esternocleidomastóideo, glândula espessamento das paredes das artérias com
tireoide e parte dos músculos da laringe. subsequente perda de sua elasticidade .
•
Artéria transversa da face • Ramo colateral Atico • Porção superior da caixa timpânica
da artéria temporal superficial, que surge a onde está presente a cabeça do martelo e o
partir do colo mandibular, tendo uma direção corpo da bigorna.
horizontal entre o dueto parotídeo e o arco Atireoidia • Ausência congênita da glândula
zigomático. Irriga a glândula parótida e as tireoide e de seu produto de secreção, deter-
estruturas faciais circunvizinhas. minando mixedema no adulto.
Arterioespasmo • Espasmo das paredes de Atlas • Primeira vértebra cervical que se arti-
uma artéria. cula acima com o occipital e abaixo com o áxis.
Arteríola • Artéria de pequeno calibre, quase Auditivo • Que se relaciona à audição. Por
microscópica, que leva o sangue até o capilar. exemplo, meato acústico externo, membrana
Arteriólito • Porção de calcário alojado na timpânica.
parede de uma artéria. Auricular • Relativo à orelha.
•
Articulação • O lugar de união ou junção; um Axis • Segunda vértebra cervical constituída
ponto de contato entre ossos, cartilagem e de um prolongamento (processo odontoide ou
ossos, ou dentes e ossos. dente do áxis), em torno do qual se executam
Articulação fibrosa • Articulação que apre- os movimentos de rotação do atlas.
senta um movimento limitado ou sem movi-
mento. Por exemplo, suturas do crânio. B
Articulação sinovial • Articulação totalmente
móvel (diartrose), preenchida por uma mem- Boca • Orifício natural localizado abaixo do
•
brana sinovial. Está presente uma cavidade nariz e acima do osso hioide. E a porta de
articular entre dois ossos que se articulam. entrada do tubo digestório. É composta por
Articulação temporomandibular • Articula- uma cavidade (a cavidade bucal) que se comu-
ção que ocorre entre o processo condilar da nica, anteriormente, com o meio externo,
68
Cartilagem Dueto linfático direito
69
Dueto torácico Forame da mand1bula
tórax com o tronco jugular direito. Drena a Fauces • Região mais posterior da cavidade
metade direita da cabeça e do pescoço. bucal que se comunica com a faringe.
Dueto torácico • Vaso linfático que tem iní- Fenda • Espaço alongado entre determinadas
cio como uma dilatação chamada cisterna do estruturas anatômicas. Por exemplo, fenda
quilo. Recebe, por sua vez, a linfa do lado es- palatina.
querdo da cabeça e do pescoço, do tórax, do Filiforme • Que se apresenta em forma de
braço esquerdo e do resto do corpo inferior- fio muito fino. Por exemplo, papilas filiformes
mente às costelas, desaguando na veia subclá- da língua.
via esquerda. Antigamente denominado dueto Fissura • Fenda anatômica ou patológica que
linfático esquerdo. se desenvolve em tecido duro ou mole.
Duetos semicirculares • Canais semicirculares Fissura orbital inferior • Fenda localizada
membranáceas, que contêm cristas ampulares. entre a asa maior do esfenoide, o osso maxilar e
São preenchidos de endolinfa que flutua na zigomático, junto ao soalho da cavidade orbi-
perilinfa desses canais ósseos. Têm íntima re- tal. Por ela transitam os nervos zigomático e
lação com o equilíbrio. i nfraorbital (ramos da 11 divisão do nervo tri-
gêmeo), a artéria infraorbital e a veia oftálmica
F inferior (dirigindo-se ao plexo venoso pterigói-
deo). A fissura orbital comunica a cavidade orbital
Faringe • Conduto musculomembranoso de com as fossas pterigopalatina e infratemporal.
posição mediana com um comprimento apro- Fissura orbital superior • Fenda localizada
ximado de 13 cm desde a base do crânio até a entre as asas maior e menor do esfenoide, late-
72 vértebra cervical. Pertence aos sistemas ralmente ao canal óptico. Por ela transitam o
digestório e respiratório. Divide-se em três nervo oculomotor (Ili nervo craniano), nervo
porções: uma superior relacionada com as troclear (IV nervo craniano), nervo oftálmico
fossas nasais (rinofaringe), uma parte média, (ramo da 1ª divisão do V nervo craniano, tri-
com a cavidade bucal (bucofaringe) e uma gêmeo), nervo abducente (VI nervo craniano)
parte inferior que corresponde à parte laríngea e a veia oftálmica. Todas essas estruturas co-
da faringe. municam a órbita com o andar médio da base
Faringite • Inflamação da faringe. do crânio.
Faringoepiglótico • Relacionado à faringe e à Fissura petrotimpânica • Fenda localizada na
epiglote. Por exemplo, prega faringoepiglótica. parte posterior da fossa mandibular que sepa-
Fasceíte • Processo inflamatório que envolve ra a parte timpânica da parte petrosa do osso
uma ou várias aponeuroses. temporal. Por ela transita o nervo corda do
Fáscia • Lâmina fibrosa de tecido conectivo tímpano (ramo do VII nervo craniano, facial).
que recobre, sustenta e separa os músculos, Fluido sinovial • Ver Sinóvia.
sendo recoberta pela tela subcutânea. Forame • Palavra de origem latina que signi-
Fáscia profunda • Lâmina de tecido conec- fica buraco, abertura. A comunicação entre
tivo que recobre um músculo para mantê-lo duas cavidades de um órgão, ou um orifício
em seu local de origem. em um osso, para a passagem de nervos ou
Fáscia superficial • Lâmina de tecido conec- vasos. Por exemplo, forame mandibular.
tivo fibroso localizada abaixo da derme da Forame da mandíbula • Orifício localizado,
pele e acima da fáscia profunda dos músculos. na maioria dos casos, no centro do ramo man-
70
Forame espinhoso Freio
dibular, junto à sua face lateral. Por ele tran- Forame palatino maior • Orifício localizado
sitam o nervo e os vasos alveolares inferiores. no osso palatino, distal ao terceiro molar e an-
Forame espinhoso • Orifício loca lizado no terior ao forame palatino menor. Por ele tran-
andar médio da base do crânio, presente no sitam os nervos e os vasos palatinas maiores.
esfenoide, posteriormente ao forame oval Forame palatino menor • Orifício localizado
do esfenoide. Nele transitam as artérias e as no osso palatino, distal ao terceiro molar e
veias meníngeas médias. posterior e de menor diâmetro do que o fora-
Forame estilomastóideo • Orifício localizado me palatino maior. Por ele transitam os nervos
entre o processo mastoide e estiloide do osso e os vasos palatinos menores.
temporal por onde transita o nervo facial. Forame redondo • Orifício localizado no andar
Forame infraorbital • Orifício localizado no médio da base do crânio, presente na asa maior
osso maxilar, cerca de 0,5 cm abaixo da mar- do esfenoide, anterior ao forame oval. Por ele
gem inferior da órbita por onde transitam o transita o nervo maxilar do trigêmeo.
nervo, a veia e a artéria infraorbital. Forame venoso • Orifício loca lizado no an-
Forame jugular • Orifício localizado no andar dar médio da base do crânio, presente na asa
posterior da base do crânio, limitado anterior- maior do esfenoide, mediaimente ao forame
mente pela borda posterior da porção petrosa oval e posteriormente ao forame redondo.
do osso temporal e posteriormente pelo osso Quando presente transita a pequena veia
occipital. Por ele transitam os nervos glossofa-
.
. .
em 1ssana.
ríngeo, vago, acessório e seio petroso inferior, Forame vertebral • Orifício que se localiza
seio sigmoide e artéria meníngea posterior. na porção central das vértebras. Por ele tran-
Forame lacerado • Orifício localizado no sitam principalmente a medula espinhal e
andar médio da base do crânio, limitado pelo demais estruturas relacionadas.
ápice da porção petrosa do temporal, o corpo Forames alveolares superiores posteriores •
do esfenoide e a borda posterior da grande asa Orifícios localizados no túber maxilar por on-
deste osso, preenchido por cartilagem. de transitam os nervos alveolares superiores
Forame magno • O maior orifício da base do posteriores (ramo da 2ª divisão do trigêmeo) e
crânio, localizado na linha média junto ao andar seus respectivos vasos.
posterior da base do crânio, no osso occipital. Fossa • Depressão, concavidade que ocorre em
Por ele transitam o bulbo, as artérias verte- determinada superfície do osso ou do dente.
brais, os ramos meníngeas das artérias verte- Fossas nasais • Duas cavidades presentes no
brais e as raízes espinais dos nervos acessórios. viscerocrânio, separadas entre si por um fino
Forame mentual • Orifício localizado no septo mediano, localizado acima da cavidade
corpo da mandíbula, cerca de 0,5 cm acima da bucal, abaixo da cavidade craniana e para
margem inferior da mandíbula, entre os dois dentro das cavidades orbitais. Comunicam-se
pré-molares. Por ele transitam os nervos e com a rinofaringe através dos côanos.
vasos de mesmo nome. Fosseta • leve depressão que pode ser encon-
Forame oval do esfenoide • Orifício locali- trada junto ao osso ou ao dente.
zado no andar médio do crânio, presente na Fóvea • Fossa rasa. Por exemplo, fóvea pte-
asa maior do esfenoide, posterior ao forame rigóidea.
redondo. Por ele transitam o nervo mandibular Freio (frênulo) • Estrutura anatômica em
e a artéria meníngea menor. forma de prega que tem por finalidade limitar
71
Glabela Istmo da glote
,
o movimento, por exemplo, da língua e do E composto de um corpo e dois processos; o
lábio superior. corno maior e o menor.
•
Hipoglosso • Eo 122 nervo craniano que iner-
G va os músculos da língua. Ver Nervo hipoglosso
no Capítulo 4.
Glabela • Saliência mediana, larga, que se
loca liza sobre a face externa do osso frontal, 1
entre os dois arcos superciliares.
,
Glândula • Orgão composto por células epi- Incisivo • Deriva do termo grego incidere que
teliais que têm como função secretar determi- significa cortar. São em número de oito ao
nadas substâncias. total, quatro localizados no maxilar e os outros
Glândula endócrina • Glândulas cujos pro- quatro na mandíbula.
dutos de secreção caem diretamente na cor- lncisura • Depressão, entalhe ou depressão lo-
rente circulatória. calizada na superfície de um órgão ou estru-
Glândula exócrina • Glândulas cujos produ- tura. Por exemplo, incisura da mandíbula entre
tos de secreção são eliminados na superfície o processo coronoide e o condilar da mandíbula.
da pele ou de uma mucosa. Interno • Que se localiza no interior do corpo.
Glândula lacrimal • Células secretoras que se Que é introduzido no organismo por via oral
localizam na porção anterolateral superior de ou parenteral.
cada órbita. Sua função é secretar lágrimas. Intra-arco • Que ocorre no interior da maxi-
Glândula paratireoide • Uma das quatro la ou da mandíbula.
glândulas endócrinas pequenas, localizadas na Intra-articular • Que se localiza dentro de
parte posterior e lateral da glândula tireoide. uma articulação.
Glândula parótida • A maior das glândulas lntracapsular • Que se localiza no interior,
salivares, em número par, localizada inferior dentro da cápsula de uma articulação.
e anteriormente às orelhas. Constituída de uma lntracondilar • Dentro da cabeça da man-
porção superficia l e de outra profunda. Esta se díbu la.
comunica com o vestíbulo buca l através do lntracraniano • No interior do crânio.
dueto parotídeo. Esse dueto tem cerca de 5 cm lntrameatal • Dentro do cana l auditivo ou
de comprimento, emergindo da margem ante- do meato.
rior dessa glându la, correndo superficialmente lntraocular • Que se encontra ou se produz
ao músculo masseter, perfurando o bucinador no interior do globo ocular. Por exemplo, he-
até encontrar a coroa do 2º molar superior. morragia intraocular.
lntraoral • Dentro da cavidade bucal.
H Intrínseco • Que é próprio de um órgão, te-
cido ou parte.
Hioide • Osso em forma de ferradura, total- Istmo • Estreitamento, ou uma faixa estreita
mente móvel, que se articula com a mandíbula de tecido que une duas porções maiores.
através de ligamentos e músculos. Localiza-se Istmo da glote • Abertura na qual a cavida-
na região cervical, ao nível da 3ª vértebra (C3), de bucal se comunica posteriormente com a
anterior e superiormente à cartilagem tireóidea. fari nge.
72
Istmo tireoidiano Mácula lútea
-
Istmo t ireoidiano • Parte estreita da glându- junto à banda posterior do disco e inferior-
la tireoide reunindo os dois lobos tireoidianos. mente na porção posterior do colo mandibular.
Sua função é restringir a rotação anterior do
J disco sobre a cabeça da mandibula.
Ligamento retrodiscal superior • Tecido com-
Janela da cóclea (redonda) • Diminuta aber- posto predominant emente por elastina, in-
tura entre a orelha média e a orelha interna, serido inferiormente na banda posterior do
abaixo da janela do vestibulo, recoberta pela disco e superiormente na fissura petrotimpâ-
membrana timpânica secundária. nica. Sua função é auxiliar nos movimentos do
Janela do vest íbulo (oval) • Diminuta aber- complexo disco-cabeça mandibular.
tura recoberta por membrana, entre a orelha Ligamentos colaterais da ATM • Ligamentos
média e a orelha interna, em que está ajustada intrínsecos do disco, unindo-o à cabeça da
a base do estribo. mandíbula. Estão dispostos tanto medial como
lateralmente. Os ligamentos permitem que o
l disco se desloque em condições normais só no
sentido anteroposterior.
Labial • Relativo ou em direção aos lábios. Linha nucal • Margem posterior óssea do crânio.
Labirinto membranáceo • Estrutura loca- Linfa • Líquido transparente, de cor amarelo-
lizada no interior do labirinto ósseo da orelha -clara, alcalino, que circula nos vasos linfáticos
•
interna, contendo endolinfa em seu interior. E ou ocupando os espaços entre as células.
composto de utrículo, sáculo e dueto coclear. Língua • Conjunto de 17 músculos (intrinse-
Labirinto ósseo • Conjunto de cavidades cos e extrínsecos) esq ueléticos recobertos por
ósseas da orelha interna composta pelo vestí- uma túnica mucosa, localizado no soalho da
bulo, pelos canais semicirculares e pela cóclea cavidade bucal.
que se comunicam entre si. O labirinto ósseo Lingual • Que tem uma direção à língua, ou
é recoberto pelo periósteo e contém um líqui- relativo a esta.
do denominado perilinfa. Língula • Saliência óssea que se localiza na
Labirinto vestibular • Sâo os órgãos do equi- porção superior e posterior do fora me da man-
líbrio, que englobam o utrículo, o sáculo e os díbula. Onde se insere o ligamento esfenoman-
duetos semicirculares. dibular.
Lamelas • Anéis concêntricos de matriz ca lci-
ficada e dura, encontradas no osso compacto.
Ligamento • Bandas de tecido conectivo
M
colágeno ligeiramente flexíveis e elásticas que Macro • Prefixo de origem grega que signifi-
unem as articulações. Os ligamentos da ATM ca grande. O oposto de micro.
são considerados agentes que limitam e res- Mácula • Alterações da coloração normal da
tringem os movimentos bordejantes, mas re- mucosa da boca, sem ocorrer depressão, ou
cente revisão de literatura indicou que há elevação do tecido. Quando presentes, podem
conhecimento limitado sobre o real significado ser devidas à erit ema ou à anomalia da pig-
da função do ligamento. mentação da pele.
Ligamento retrodiscal inferior • Tecido co- Mácula lútea • Mancha amarela encontrada
nectivo fibroso denso inserido superiormente no centro da retina.
73
Mandíbula Músculo corrugador do supercílio
74
Músculo cutâneo Músculo estemotireóideo
•
Músculo cutâneo • E todo músculo locali- feriar. Suas ações são extensão e estabilização
•
zado sob a pele. Eenvolvido por um desdobra- da cabeça e do segmento cervical.
mento da fáscia superficial, na qual pelo menos Músculo espinal do pescoço • Origina-se na
um dos seus extremos se insere na face pro- porção inferior do ligamento nucal, nos pro-
funda da derme. cessos espinhosos da 6ª e 7ª vértebras cervicais
Músculo da úvula • Origina-se na espinha até a 1ª e 2ª vértebras torácicas. Insere- se nos
nasal posterior. Insere-se na mucosa do ápice processos espinhosos da 2ª à ~vértebra cer-
da úvula. Suas ações são encurtar e alargar a vical. Sua ação é estender a cabeça.
úvula e auxiliar no fechamento da parte nasal Músculo esplênio da cabeça • Origina-se na
da faringe na deglutição. metade inferior do ligamento nucal e nos
Músculo digástrico • Músculo que ocupa a processos espinhosos da 7ª vértebra cervical
parte superior e lateral do pescoço, formado por à 4ª vértebra torácica. Insere-se no processo
dois ventres. O ventre posterior se origina na mastoide do osso temporal e no terço lateral
incisura mastóidea mediaimente ao processo da linha nucal superior. Suas ações são rota-
mastoide do osso temporal e toma uma direção cionar e inclinar a cabeça para o mesmo lado,
inferior e anterior, indo se inserir no tendão quando da contração unilateral. Quando se
intermediário. O anterior origina-se nesse ten- contrai bilateralmente, provoca a extensão do
dão (inserido no corpo e corno maior do osso segmento cervical.
hioide), tomando uma direção superior e ante- Músculo esplênio do pescoço • Origina-se
rior para se inserir na fossa digástrica. Atuando nos processos espinhosos da 3ª à 6ª vértebra
em conjunto, levantam o osso hioide e auxiliam torácica. Insere-se processos transversos da
na abertura da boca, quando o osso hioide é 1ª à 3ª vértebra cervical. Suas ações são rota-
estabilizado pelos músculos infra-hióideos. cionar e inclinar a cabeça para o mesmo lado,
Atuando de forma separada, o ventre anterior quando da contração unilateral. Quando se
traciona o osso hioide para cima e para frente, contrai bilateralmente, provoca a extensão do
o posterior para cima e para trás. segmento cervical.
Músculos escalenos • São três músculos: o Músculo esternocleidomastóideo • Músculo
escaleno anterior, o médio e o posterior. Apre- com duas cabeças, uma originando-se no
sentam como origem o processo transverso da esterno e outra, na clavícula, com inserção no
vértebra cervical com inserção nas duas pri- processo mastoide e na linha superior da nuca
meiras costelas. Suas ações são estabilizar as do osso occipital. Suas ações são inclinar a
vértebras cervicais e inclinar a cabeça para o cabeça e o pescoço para um dos lados e fazer
lado, participando também da inspiração. o movimento de rotação da face para o lado
Músculo esfenomandibular • Origina-se da oposto (contratura unilateral). Fixa e flexiona
porção infratemporal da grande asa do esfenoi- a cabeça (contratura bilateral).
de. Insere-se sobre a crista temporal da mandí- Músculo esterno-hióideo • Origina-se na
bula. Não se sabe realmente se é outro múscu- face posterior da área da articulação esterno-
lo ou um prolongamento do músculo temporal. clavicular. Insere-se na margem inferior do
Músculo espinal da cabeça • Origina-se nos corpo do osso hioide. Suas ações são abaixar e
processos espinhosos das últimas vértebras estabilizar o osso hioide.
cervicais (6ª e 7íl) e da 1ª à 3ª vértebra torácica. Músculo esternotireóideo • Origina-se no
Insere-se entre as linhas nuca is superior e in- manúbrio esternal junto à 1ª costela. Insere-se
75
Músculo estilofaríngeo Músculo milo-hióideo
na face externa da cartilagem tireóidea. Suas no lábio superior. Sua ação é levantar o lábio
ações são abaixar a laringe e a cartilagem ti-
.
superior.
reóidea e, indiretamente, o osso hioide. Músculo levantador do lábio superior e da
Músculo estilofaríngeo • Origina-se no pro- asa do nariz • Origina-se no processo frontal
cesso esti loide do temporal. Insere-se nas da maxila. Insere-se no lábio superior e na asa
paredes laterais e posteriores da faringe. Sua do nariz. Sua ação é levantar o lábio superior e
ação é elevar a laringe, dilatando a faringe, a a asa do nariz, produzindo dilatação da narina.
durante a deglutição. Músculo levantador do véu palatino • Ori-
Músculo estiloglosso • Origina-se no proces- gina-se no ápice da parte petrosa do tempo-
so estiloide, dirigindo-se para baixo e anterior- ral. Insere-se na aponeurose palatina. Sua ação
mente. Insere-se no corpo da língua e em seu é levantar e tracionar o palato mole poste-
ápice. Suas ações são retrair a língua para riormente.
posterior e superior e levantar o seu ápice. Músculo longitudinal inferior da língua •
Músculo estilo-hióideo • Origina-se no pro- Origina-se no ápice da língua. Insere-se na
cesso estiloide, superficial e anterior ao ven-
raiz da língua. Sua ação é de encurtamento e
tre posterior do digástrico, dirigindo-se para
alargamento da língua. Pode abaixar o ápice
baixo e inferiormente. Insere-se no corpo do
da língua.
osso hioide. Suas ações são tracionar o osso
Músculo longitudinal superior da língua •
hioide para cima e para trás e também auxiliar
Origina-se no ápice da língua. Insere-se na raiz
na sua fixação.
da língua. Sua ação é de encurtamento e
Músculo gênio-hióideo • Origina-se na es-
alargamento da língua. Pode levantar o ápice
pinha geniana inferior da mandíbula, dirigin-
da língua.
do-se posteriormente. Insere-se no corpo do
Músculo masseter • A origem do masseter
osso hioide. Traciona o osso hioide para ante-
superficial é nos dois terços inferiores do arco
rior e contribui para a depressão da mandíbu-
zigomático, com inserção no ramo e no ângulo
la, quando o osso hioide é estabilizado pelos
da mandíbula. A origem do masseter profundo
músculos infra-hióideos.
Músculo genioglosso • Origina-se na espinha é no terço inferior do arco zigomático, com
geniana superior da mandíbula. Insere-se no inserção na face lateral do ramo da mandíbula.
corpo do osso hioide, na raiz e no ápice da Suas ações são levantar a mandíbula e contri-
língua. Suas ações são a protrusão e a depres- buir também para o movimento protrusivo.
são do ápice da língua. Músculo mentual • Origina-se na fossa men-
Músculo hioglosso • Origina-se no corpo e tual acima da protuberância mentual. Insere-
no grande corno do osso hioide. Insere-se no -se na pele do mento. Sua ação é everter o
corpo da língua. Sua ação é abaixar a língua. lábio inferior e enrugar a pele do mento.
Músculo levantador do ângulo da boca • Músculo milo- hióideo • Origina-se na linha
Origina-se na fossa canina da maxila. Insere-se milo-hióidea. Insere-se na rafe milo-hióidea a
no ângulo da boca. Sua ação é levantar o ân- partir da união dos músculos do lado direito e
gulo da boca. esquerdo. Suas fibras posteriores se inserem no
Músculo levantador do lábio superior • Ori- corpo do osso hioide. Suas ações são levantar
gina-se na margem infraorbital e se insere o hioide e a língua e abaixar a mandíbula.
76
Músculo nasal Músculo pterigóideo medial
Músculo nasal • Origina-se na maxila, emi- Músculo orbicular do olho • Origina-se nos
nência alveolar dos dentes canino e incisivo ligamentos palpebrais, no lacrimal e maxilar,
lateral. Insere-se na asa nasal, na margem da sendo praticamente cutâneo. Insere-se na pele
narina, no processo nasal da cartilagem do periorbital e nas pálpebras. Sua ação é fechar
septo nasal e na placa tendínea do dorso nasal. as pálpebras e comprimi-las contra o olho.
Sua ação é alargar a narina (parte alar). A Músculo palatofaríngeo • Origina-se no pa-
parte transversa traciona levemente o ápice lato mole. Insere-se na borda posterior da
nasal em direção inferior e comprime a narina. cartilagem ti reóidea e na parede posterior e
Músculo oblíquo inferior • Origina-se no lateral da faringe. Sua ação é elevar tanto a
soalho da órbita. Insere-se na superfície tem- laringe como a faringe, auxiliando a fechar a
poral do bulbo do olho, posterior a seu equador. nasofaringe durante a deglutição.
Suas ações são girar o bulbo do olho superola- Músculo palatoglosso • Origina-se na super-
teralmente e rotacioná-lo lateralmente. fície inferior da aponeurose palatina. Insere-se
Músculo oblíquo superior • Origina-se na na língua posterolateralmente. Suas ações são
cavidade orbital, mediaimente ao canal óptico. elevar a raiz da língua e abaixar o palato mole.
Insere-se no bu lbo do olho entre os músculos Músculo platisma • Origina-se na base da
reto superior e reto lateral. Suas ações são mandíbula, abaixo do forame mentual e da
mover o bulbo do olho inferior e lateralmente fáscia pa rotídea. Insere-se na pele da região
e rotacioná-lo mediaimente. cervical até a margem superior da clavícula.
Músculo occipitofrontal • Músculo formado Sua ação é enrugar a pele do pescoço.
por dois ventres: o frontal e o occipital, dividido Músculo prócero • Origina-se no osso nasal.
por uma aponeurose. O ventre frontal se origi- Insere-se na pele da glabela. Sua ação é tracio-
na na gálea aponeurótica, na pele do supercílio nar a pele da glabela em direção inferior, caudal.
e na raiz nasal. O ventre posterior origina-se Músculo pterigóideo lateral • Músculo que
nos ossos temporal e occipital e se insere na apresenta duas cabeças. A superior tem ori-
gálea aponeurótica. Sua ação é tracionar a gem na porção horizontal da grande asa do
pele da fronte e do supercílio para cima. esfenoide, inserindo-se em 5º/o dos casos na
Músculo omo-hióideo • Músculo biven- porção anteromedial do disco articular. A ca-
tre. O ventre inferior origina-se na margem beça inferior origina-se na face lateral da lâ-
superior da escápula. Insere-se no ventre su- mina lateral do processo pterigoide do osso
perior por meio de um tendão curto. O ventre esfenoide, dirigindo a porção anteromedial do
superior, por sua vez, origina-se nesse tendão colo mandibular (fóvea pterigóidea). Sua ação
e se insere na margem lateral do corpo do é contribuir para o fechamento final dos den-
hioide. Suas ações são estabilizar e abaixar o tes (cabeça superior). A cabeça inferior desem-
osso hioide. penha três funções: protrusão, lateralidade e
Músculo orbicular da boca • Origina-se ao contribuí com os músculos supra-hióideos no
redor dos lábios, nas fóveas incisivas da man- início da abertura bucal.
díbula e maxila. Insere-se na pele e na mucosa Músculo pterigóideo medial • Origina-se na
dos lábios e no septo nasal. Sua ação é com- fossa pterigoide e na superfície medial da lâ-
primir os lábios contra os dentes, protruir os mina lateral do processo pterigóideo do osso
lábios e fechar a boca. esfenoide. Insere-se na superfície medial do
77
Músculo reto inferior Músculo zigomático maior
78
Músculo zigomático menor Papila filiforme
•
Músculo zigomático menor • Origina-se no Orbita • Cavidade óssea, de forma piramidal,
osso zigomático. Insere-se no lábio superior. localizada ao lado das fossas nasais, na qual
Sua ação é levantar o lábio superior. está alojado o bulbo do olho. Apresenta alguns
Músculos da mastigação, levantadores • Mús- acidentes anatômicos importantes: o canal
culos responsáveis pela elevação da mandíbula. óptico, a fissura orbital superior e inferior, o
São eles os masseteres, o pterigóideo medial e canal lacrimonasal, o sulco infraorbital.
o temporal (principalmente o feixe anterior). Orelha • Órgão da audição e do equilíbrio,
Músculos supra-hióideos • São múscu los compreendendo três porções: a orelha externa,
que se localizam acima do osso hioide. São a orelha média e a orelha interna.
quatro, considerando-se um hemilado: digás- Orelha ext erna • Composta pelo pavilhão da
t rico (ventre anterior e posterior), geni-hiói- orelha, localizado na porção lateral da cabeça.
deo, milo-hióideo e estilo-hióideo. Apresentam Apresenta uma estrutura interna cartilagínea
relação com o osso hioide, com exceção do e uma extensão inferior denominada lóbu lo
digástrico, que não se insere diretamente nes- (desprovida de cartilagem). Além disso, tem um
te. Atuam estabilizando e elevando o osso canal (meato acústico externo) que direciona
hioide, além de abaixar a mandíbula. as ondas sonoras à membrana timpã nica que
separa a orelha externa da méd ia.
N Orelha interna • Éa porção interna da ore-
lha, localizada no rochedo do temporal, inte-
•
Narina • Orifício que comunica as fossas riormente à caixa do tímpano. E constituída
nasais com o meio externo. por um labirinto ósseo no qual está contido
Nariz • Estrutura localizada entre as cavida- o labirinto membranoso. Distinguem-se três
des orbitais e acima da boca. Apresenta duas partes nestas cavidades: o vestíbu lo (ósseo e
porções; uma anterior, as fossas nasais, que se membranoso), os canais semicircu lares (órgão
comunica com o meio externo através das do eq uilíbrio) e a cóclea (órgão da aud ição).
narinas, e out ra posterior, denominada côanos, Orelha média • Pequena cavidade revestida
que estabelece a comunicação da cavidade de epitélio localizada no osso t emporal. Encon-
nasal com a faringe. tra-se limitada da orelha externa pela mem-
Nasal • Que diz respeito ao na riz. Por exem- brana timpânica e da orelha interna pelas ja-
plo, fossas nasais, conchas nasais, nervo etmoi- nelas do labirint o vestibular (oval) e da cóclea
da 1anterior. (redonda). Nela encontram-se três ossículos:
Nasogeniano • Ver Sulco nasolabial. estribo, bigorna e martelo, art iculando-se entre
si através de uma articulação sinovial.
o Origem • Ponto de fixação de um músculo a
um osso estacionário, ou o oposto de inserção.
Occipício • Parte posterior e inferior da cabeça. Osso subcondral • Osso abaixo de cartilagem.
Occipital • Relativo à parte posterior da cabeça.
Occipitatloidiano • Relativo aos ossos occi- p
pital e atlas. Por exemplo, articulação atlanto-
-occipital. Papila filíforme • Papilas muito finas que
Oral • Relativo à boca. têm um aspecto de fio localizadas no dorso da
79
Papila fungiforme Sinostose vertebral
língua, próximo a seu ápice, lateralmente ao interior do vestíbulo da orelha interna. Con-
sulco mediano da língua. tém um receptor que é responsável pelo equi-
Papila fungiforme • Elevações avermelhadas líbrio estático.
em forma de cogumelo, localizadas no ápice Sagital • Orientado no sentido anteroposte-
da língua, onde estão presentes botões gus- rior, verticalmente sobre o plano mediano do
tatórios. corpo. Por exemplo, sutura sagita l.
Papila valada • Projeções circulares que se Sangue arterial • Sangue rico em oxigênio
dispõem em fileira em forma de V anterior- que, em gera l, está presente nas artérias e
mente ao sulco terminal. também nas veias pulmonares.
Papilas linguais • Pequenas saliências, bem Sangue venoso • Sangue pobre em oxigênio
delimitadas, de formas variadas, que recobrem presente nas veias e nas artérias pulmonares.
a mucosa do dorso da língua. Estão divididas Seio carótico • Região dilatada da artéria
em três grupos: as fungiformes, as filiformes carótida comum antes de esta se dividir em
e as papilas valadas. artéria carótida externa e interna. Tal estrutu-
Papilite • Inflamação das papilas linguais, ou ra é composta de barorreceptores que moni-
da óptica . toram a pressão sanguínea.
Parte laríngea da faringe (laringofaringe) • Seios da face • Cavidades pneumáticas (que
Parte inferior da faringe que se estende para contêm ar) presentes nos ossos do arcabouço
baixo a partir do osso hioide e continua-se facial. São eles: maxilar, etmoidal, frontal e
posteriormente no esôfago e anteriormente esfenoida 1.
na laringe. Septo • Estrutura anatômica que divide duas
Parte nasal da faringe (nasofaringe) • Par- regiões. Por exemplo, septo nasal.
te superior da faringe, loca lizada acima do Sinartrodial • Relativo à sinartrose.
palato mole e posteriormente ao nariz. Sinartrose • Articulação sem movimento, imó-
Parte oral da faringe (orofaringe) • É a vel, na qual as peças ósseas estão unidas entre si.
parte intermediária da faringe, localizada pos- Sincondrose • Um tipo de sinartrose na qual
teriormente à boca e estendendo-se desde o a união das peças ósseas é obtida as espessas
palato mole até o osso hioide. de um tecido carti lagíneo.
Sínfise mandibular • Articulação cartilagínea
Q que, na linha mediana, une as hemimetades
direita e esquerda da mandíbula até o primei-
Quiasma • Estrutura anatômica que se forma ro ano de vida pós-natal. Em seguida ocorre a
a partir do cruzamento de elementos axonais união e a sínfise desaparece.
ou fibrosos que se dirigem ao lado oposto. Sinostose • União de dois ossos, onde o teci-
Quiasma óptico • União dos nervos ópticos do conectivo denso fibroso que os unia foi
de ambos os lados dentro da fossa média da substituído por osso. Por exemplo, a sinostose
base do crânio. esfeno-occipital (normal) ou a anquilose da
ATM (patológico).
s Sinostose vertebral • União congênita, ou
adquirida, de duas ou mais vértebras, ocasio-
Sáculo • A menor das duas câmaras do la- nando alterações no padrão de curvatura da
birinto membranáceo que está contida no coluna vertebral.
80
Sinóvia Uvulite
Sinóvia (líquido sinovial) • Líq uido trans- Sutura lambdoide • Sutura que se apresenta
parente, claro, secretado pelas membranas na forma de lambda (letra grega Â.). Constituí-
sinoviais, que contém em sua composição lu- da pela borda posterior do parietal e a espinha
bricina. Portanto, lubrifica as superfícies das do occipital (também chamada sutura occipi-
articulações móveis (diartroses), como a arti- toparietal ou parietoccipital).
culação temporomandibular (ATM), e nutre a
cartilagem epifisial. T
Sinovial • Relativo à sinóvia. Por exemplo,
efusão de líquido sinovial ju nto ao comparti- Temporal • Relativo à têmpora.
mento superior decorrente de um trauma local Tendão • Feixe de tecido carnoso, que une
agudo, ou de um microtrauma contínuo e um músculo ao osso.
consta nte, como bruxismo. Trago • Saliência achatada e triangular, locali-
Sinovite • Inflamação da membrana sinovia l. zada na face externa do pavilhão auricular à
Sinus (ou seio) • Palavra de origem latina que frente da concha e abaixo do hélix. O trago de-
significa oco. Cavidade localizada em um órgão sempenha o papel de opérculo, pois exerce sobre
(normal ou patológica). Por exemplo, seio ele uma pressão com o dedo, "obstrui" a orelha.
etmoida l, esfenoidal, maxilar, frontal, seios da Traqueíte • Inflamação da traqueia.
dura-máter. Tróclea • Em anatomia é uma estrutura que
Subcondral • Localizado abaixo da cartilagem. se apresenta sob a forma de polia.
Sublingual • Estrutura, ou patologia, que se Troclear • Em forma de roldana, ou polia. Por
localiza abaixo da língua. Por exemplo, glân- exemplo, fossa troclear da órbita.
dula sublingua l. Tubérculo • Elevação levemente envolvida
Submandibular • Localizado abaixo da man- por esmalte na superfície de um dente natural.
díbula.
Suboccipital • Localizado, ou se encontra,
abaixo do occipital. Por exemplo, punção su-
u
boccipital. Unciforme • Nome dado a certos processos
Sulco • Fenda ou depressão linear que se que têm aparência de gancho, de curva. Por
encontra na face oclusa l dos molares de hu- exemplo, processo unciforme das vértebras
manos entre os giros do encéfalo e na f ace cerv1ca1s.
(viscerocrânio). Unilateral • Que acomete só um lado de um
Sulco labiomental • Sulco que se estende des- órgão, ou do corpo. Por exemplo, disfunção
de a comissura dos lábios até a aba do nariz. temporomandibular (DTM).
Sulco nasolabial • Sulco que separa o lábio Utrículo • Estrutura localizada dentro do ves-
inferior da região mental. tíbulo da orelha interna (labirinto membranáceo)
Supercílios • Cristas pilosas que se localizam que contém um receptor do equilíbrio estático.
superiormente aos olhos, constituindo, portan- Utriculossacular • Relativo ao utrículo e ao
t o, parte acessória dos globos oculares. sáculo da orelha interna .
•
Superficial • Localizado na superfície do Uvula palatina • Massa mole, carnosa, mus-
corpo ou de um órgão. cu lar, mediana, em forma de V, que se projeta
Sutura bregmática • Sutura que se estabe- a partir da borda livre do palato mole.
lece entre o osso frontal e os ossos parietais. Uvulite • Inflamação da úvula.
81
V lingual Wharton
LElTURAS SUGERlDAS
Alves N, Cândido PL. Anatomia para o curso de Campbell WW. De Jong RN. lhe neurologic exami-
odontologia geral e específica. 2. ed. São Paulo: San- nation. Gth ed. Philadelphia: lippincott Williams &
tos; 2009. Wilkins; 2005.
Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Neurociências: Carpenter MB. Fundamentos de neuroanatomia. 4. ed.
desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Maryland: Panamericana; 1999.
Artmed; 2002. Casas AP,González ME. Morfologia, estrut ura y fun-
Berkovitz BK, Moxham BJ. Head and neck anatomy: a ción de los centros nerviosos. 3. ed. Madrid : Paz Mon-
clinicai reference. Florence: Fulfi lment Center; 2002. talvo; 1977.
Brodal A. Ana tomia neurológica com correlações Cosenza RM. Fundamentos de neuroanatomia. 3. ed.
clínicas. 3. ed. São Paulo: Roca; 1984. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan ; 2005.
82
Leituras sugeridas
Crossman AR, Neary D. Neuroanatomia ilustrado e Hiatt JL. Gartner LP. Textbook of head and neck
colorido. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. anatomy. 3. ed. Philadelphia: Lippincott Wiliams &
Dângelo JG, Fattini CA. Anatomia humana sistêmica e Wilkiins; 2001.
segmentar. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 1998. Johnson DR, Moore WJ. Anatomia para estudantes
Dantas AM. Os nervos cranianos: estudo anátomo- de odontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
-clínico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. Koogan; 1997.
De Jong RN. The neurologic examination. 4th ed. Latarjet M, Liard A, Ruiz A. Anatomia humana. 2. ed.
Maryland: Harper & Row; 1979. São Paulo: Panamericana;1989.
De Oliveira SH. Esqueleto cefálico: manual ilustrado Machado A. Neuro anatomia funcional. Rio de Janei-
de anatomia. São Paulo: Santos; 2009. ro: Atheneu; 1980.
Dean D, Hernener TE. Anatomia humana em cortes Madeira MC. Anatomia da face: bases anátomo-fun-
transversais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; cionais para a prática odontológica. 3. ed. São Paulo:
2003. Sarvier; 2001.
de Groot J. Neuroanatomia. 21 . ed. Rio de Janeiro: Maier PK. Wolf-Heidegger atlas de anatomia huma-
Guanabara Koogan; 1994. na. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
Doretto D. Fisiopatologia clínica do sistema nervoso Martin JH. Neuroanatomia: texto e atlas. 2. ed. Porto
- f undamentos da semiologia. 2. ed. São Paulo: Athe- Alegre: Artmed; 1998.
neu; 1996. Martini FH, Caber W, Carrison C. Atlas do corpo hu-
Drake RL Gray's anatomia clinica para estudantes. mano. Porto Alegre: Artmed; 2009.
Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. Martini FH, Timmons MJ, Tallitsch RB. Anatomia
Dubrul EL Anatomia oral de Sicher e Dubrul. 8. ed. humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed ; 2009.
Porto Alegre: Artmed; 1991. McMinn RM, Rutchings RT, Logan BM. Atlas colorido
Fehrenbach MJ, Herring SW. Anatomia ilustrada da de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed; 1995.
cabeça e do pescoço. São Paulo: Manole;l 998. Meneses MS. Neuroanatomia aplicada. Rio de Janei-
Figún MR, Garino RR. Anatomia Odontológica fu n- ro: Guanabara Koogan; 1999.
cional e aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2003. Moore KL. Anatomia: orientada para a clínica. 5. ed.
Gaudy JF. Atlas d'anatomie implantaire. lssy-l es- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.
-M oulineaux: Elsevier Masson; 2006. Moore KL. Agur AM. Fundamentos de anatomia clini-
Gosling JA, Harris PF, Humpherson JR, Whitmore 1, ca. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.
Willan PL Ana tomia humana. 2. ed. São Paulo: Netter FH. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de
Manole;l 992. Janeiro: Saunders Elsevier; 2008.
Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São Netter FH. The ciba collection of medical illustrations:
Paulo: Ouintessence; 2008. a compilation of pathological and anatomical pain-
Grossmann E, Munerato MC. Aspectos anátomo- t ings. New Jersey: Ernest Oppnheeimmer; 1954.
-fisiológicos da articulação temporomandibular. Rev Norton NS. Netter atlas de cabeça e pescoço. Rio de
Fac Odontol Univ Passo Fundo. 1996;1(2):11 - 20. Janeiro: Elsevier; 2007.
Gutierrez LM, Gmssmann E. Anatomofisiologia do mús- Okeson JP. Dores bucofaciais de Bell. 6. ed. Rio de Ja-
culo pterigóideo lateral. Rev Dor. 2010;11 (3):249- 53. neiro: Ouintessence; 2006.
Hamilton WJ.Tratamento de anatomia humana. Rio Orthlieb J, Brocard D, Grossmann E. A. Oclusão: prin-
de Janeiro: lnteramericana; 1982. cípios práticos. Porto Alegre: Artmed; 2002.
Heidergger WG. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio Pa nsky B. Review of gross anatomy. 6th ed. New York:
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1981. McGraw-Hill; 1996.
83
Leituras sugeridas
Rizzolo RJ, Madeira MC. Anatomia facial com fun- Snell RS. Ana tomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
damentos de anatomia sistêmica geral. São Paulo: Koogan; 1995.
Sarvier; 2004. Tank PW, Gest TR. Atlas de anatomia humana. Porto
Rohen JW, Yokochi CH. Color atlas of anatomy: a Alegre: Artmed; 2009.
photographic study of the human body. 3rd ed. New Teixeira LM, Reher P, Reher VG. Anatomia aplicada à
York: lgaku-Shoin; 1993. odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
Ropper AH, Brown RH. Adams and Victor's princi- Testut L. Jacob O. Tratando
de anatomia topográfica
pies of neurology. 8th ed. New York: McGraw- Hill; com aplicaciones medico-cirurgicas. 8. ed. Barcelona:
2005. Salvat; 1977.
Rosenbauer KA. Engerlhardt JP, Koch H. Anatomia Tortora GJ. Corpo humano: fundamentos de anato-
clínica de cabeça e pescoço aplicada à odontologia. mia e fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2000.
Porto Alegre: Artmed; 2001. VelayosJL, Santana HD. Anatomia de cabeça e pesco-
Rossi MA. Anatomia aplicada à odontologia - aborda- ço 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2003.
gem fundamental e clínica. São Paulo: Santos; 2010. Woelfel JB, Scheid RC. Anatomia dental sua rel evân-
Schunke M. Prometheus: atlas de anatomia, cabeça e cia para a odontologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guana-
neuroanatomia. Rio de Janeiro: Guanabara; 2007. bara Koogan ; 2000.
84
Capítulo
NEUROANATOMIA E NEUROLOGIA
Eduardo Grossmann
Thiago Kreutz Grossmann
Jaime Olavo Marquez
A
Aberturas laterais do IV ventrículo (denomi- Acropatia • Toda patologia que acomete as
nada antigamente de forame de Luschka) • extrem idades.
Orifícios que comunicam os recessos laterais do Actinite • Dermatite provocada pela exposi-
IV ventrículo com o espaço subaracnóideo por ção a diversos raios, como os solares.
onde irá transitar o líquido cerebrospinal. Actinoterapia • Terapia que emprega raios
Acidente vascular cerebral (AVC) • Atual- lu minosos de diferentes comprimentos de
mente adota-se acidente vascular encefálico onda e cores com objetivo terapêutico.
(AVE). Ruptura de vasos sanguíneos, ou da Adeno- hipótise • Lobo anterior da hipófise.
obstrução destes, ocasiona ndo morte do te- Antigamente era denominada pituitária ante-
cido cerebra l. Popularmente chamado derra- rior. SNC.
me cerebral. Afasia • Incapacidade de expressão, falada ou
Acinesia • Dificuldade ou impossibilidade de escrita da linguagem, ou da compreensão de
fazer certos movimentos voluntários (ausência lin guagem verbal.
dos movimentos automáticos e voluntários). Afasia visual • O mesmo que alexia.
Acromia • Ausência da coloração normal. Aferente • Que tem um trajeto da periferia
Pode se manifestar como ausência ou dimi nui- para o centro. Por exemplo, nervo aferent e.
ção da pigmentação cutânea. Por exemplo, Agonista • Todo músculo responsável por
individuo acometido por herpes-zóster na prover o movimento esperado. O músculo que
divisão oftálmica do trigêmeo (V1), onde uma apresenta uma função cont rária é denomina-
das alterações possíveis é a diminu ição da do antagonista.
pigmentação no local onde se instalou o vírus Agnosia • Impossibilidade de reconhecer ob-
da va ricela zóster. jetos pela forma, peso, temperatura e cor.
Adquirido Angiopatia
86
Angioplastia Anti-inflamatório não esteroidal
87
Antimitótico Assinergia
receitado por longo período por causar efei- Apraxia • Incapacidade de fazer movimentos
tos adversos. voluntários coordenados com finalidade de-
Antimitótico • Substância capaz de impedir terminada, embora as funções sensoriais e
a mitose (multiplicação celular). Por exemplo, motoras estejam preservadas.
quimioterápicos aplicados nos casos de neo- Aptialismo • Completa ausência ou diminui-
plasias malignas. ção da secreção salivar.
Antipirético • Toda substância que combate Aqueduto do mesencéfalo • Canal que co-
ou previne a febre. munica o Ili com o IV ventrículo, contendo em
Antipsicótico • O mesmo que neuroléptico. sua constituição líquido cerebrospinal. Anti-
Antissepsia • Método para a prevenção do gamente chamado aqueduto de Sylvius. SNC.
desenvolvimento de uma infecção, empregan- Aracnoide • Leptomeninge, isto é, membrana
do meios físicos ou químicos. conjuntiva fina de revestimento do encéfalo e
Antisséptico • Relativo à antissepsia. Subs- medula espinal, que se localiza entre a dura-
tância ou método capaz de impedir o desen- -máter e a pia-máter. Está justaposta à dura-
volvimento e o crescimento de determinados -máter. O espaço compreendido entre a arac-
tipos de microrganismos sem necessariamente noide e a pia-máter, espaço subaracnóideo, é
exterminá-los. preenchido pelo líquido cerebrospinal.
Antitireoidiano(a} • Impede a secreção dos Arac.noidite • Inflamação da aracnoide .
•
hormônios produzidos pela tireoide. Podem ser Area motora primária • Região localizada no
empregados no tratamento do hipertireoidismo. giro pré-central (lobo frontal do hemisfério
Antitussígeno • Que diminui a tosse. cerebral), que participa da execução do movi-
Antivirai • Cuja finalidade é combater ou mento de determinados grupos de músculos.
•
destruir os vírus. Area somatossensitiva primária • Região
Apirético • O mesmo que afebril. localizada posteriormente ao sulco central, no
Aplasia • Desenvolvimento incompleto ou giro pós-central (lobo parietal do hemisfério
interrompido de uma estrutura por falha no cerebral). Tem como função localizar com
desenvolvimento normal da fase embrionária. precisão as sensações somáticas produzidas.
Apneia • Parada temporária da respiração. Arque-, arqueo- • Prefixo de origem grega
Apneia do sono • Anormalidade respiratória, que significa antigo ou original.
incluindo parada respiratória temporária do Arreflexia • Ausência de reflexos.
fluxo aéreo, que ocorre durante o sono. Pode Artrodese • Procedimento cirúrgico que ob-
estar relacionada à obstrução da via aérea jetiva estabilizar definitivamente uma ou mais
superior. O tratamento pode ser clínico, por articulações.
meio de aparelho oclusal específico, ou por Artrografia • Exame complementar em uma
meios cirúrgicos específicos, como avanço man- articulação; com o auxílio de uma radiografia,
dibular, avanço maxilomandibular, ou glosso- é introduzido um gás (artrografia gasosa ou
plexia mandibular. pneumoartrografia) ou uma substância de
Apoplexia • Interrupção das funções cere- contraste radiopaca nessa articulação, a fim
brais devido a um acidente vascular cerebral, de determinar qual alteração patológica está
um êmbolo. Clinicamente, o paciente tem presente.
perda de consciência, com preservação do Assinergia • Falta de coordenação dos movi-
pulso e da respiração. mentos musculares.
88
Assintomático Bomba de sódio-potássio
89
Bradicardia Cefaleia
90
Cefálico Como
91
Como anterior da medula Depleção
Por exemplo, o osso hioide. Pode-se tratar, Corpos geniculados • Estruturas pertencen-
também, de uma área de substância cinzenta tes ao tálamo. O corpo geniculado lateral está
(cornos anterior, posterior e lateral) da medu- relacionado com as vias ópticas e o corpo
la espinal. geniculado medial, com as auditivas.
Corno anterior da medula • Cada uma das Corpos mamilares • Estruturas localizadas
duas formações cinzentas da medula espinal, abaixo do hipotálamo que agem associadas com
que se estendem à frente do canal ependimá- o tronco encefálico, o tálamo, o hipotálamo.
rio, localizando-se ao lado sulco mediano Suas funções estão ligadas ao grau de vigília e
anterior. São compostos principalmente por a estados emocionais, à sensação de bem-estar.
fibras motoras. Cortectomia • Remoção de uma porção do
Corno posterior da medula • Cada uma das córtex cerebra 1.
duas formações cinzentas da medula espinal, Córtex • Palavra latina que significa casca;
localizadas de cada lado e atrás do canal epen- designa a parte externa de um órgão.
dimário. São compostos de fibras sensitivas. Córtex cerebelar • Zona de substância cin-
Corpo amigdaloide • Diminuta estrutura zenta que se localiza na superfície do cerebelo.
nuclear localizada profundamente junto à Córtex cerebral • Camada de substância
porção interna dos lobos temporais anteriores cinzenta com espessura de 2 a 4 mm que re-
do encéfalo. Atua com o hipotálamo no con- cobre os hemisférios cerebrais.
trole comportamental do indivíduo diante de Craniometria • Medidas feitas no crânio hu-
diferentes situações sociais, bem como é um mano, assim como de seus demais componentes.
importante centro de regulação da agressivi- Cranioplastia • Todo procedimento cirúrgico
dade e do comportamento sexual. que visa a corrigir os padrões de normalidade
Corpo caloso • Lâmina de substância branca, do crânio. Por exemplo, cranioestenose.
constituída por fibras transversais que ligam Criestesia • Grande sensibilidade ao frio.
os dois hemisférios cerebrais. Criotalamotomia • Secção estereotáxica de
Corpo carótico (glomo) • Conjunto de qui- certas fibras talâmicas empregando oxigênio
miorreceptores presentes no seio carótico que líquido.
respondem imediatamente a quaisquer altera- Crioterapia • Uso de substâncias com baixa
ções dos níveis de oxigênio do sangue, íons temperatura, como fluormetano, cloreto de
hidrogênio, dióxido de carbono. etila e gelo, com finalidade terapêutica.
Corpo ciliar • Uma das três porções da túni-
ca vascular do bulbo do olho. As outras são a D
corioide e a íris; inclui o músculo ciliar e os
processos ciliares. Ocorpo ciliar forma o humor Degeneração walleriana • Degeneração da
aquoso que preenche o espaço entre a córnea porção distal do axônio e de sua bainha mie-
e a íris (câmara interior) e entre a íris e o cris- línica perante um trauma local.
talino (câmara posterior). Tem como funções Dendrito • Derivado da palavra grega den-
secretar o humor aquoso do olho e modificar dron que significa árvore. Processo ramificado
a curvatura do cristalino, o que contribui para arborizante que conduz impulsos na direção
uma adequada visão-foco. do corpo celular.
Corpo vertebral • Porção óssea anterior, ci- Depleção • Ausência ou diminuição de deter-
líndrica e dilatada de uma vértebra. minada função ou substância presente no
92
Desaferentação Dor
organismo em uma cavidade (fenda sináptica) Disestesia • Sensação anormal, dolorosa, desa-
ou em um órgão. gradável, espontãnea ou provocada.
Desaferentação • Estado em que há perda Disfagia • Dificuldade na deglutição. Pode ser
total ou parcial da atividade aferente em uma observada em diferentes situações, como nos
região específica do corpo. casos da síndrome de eagle e nos casos de
Desmielinização • Perda de mielina da bainha neuralgia do glossofaríngeo.
do nervo. Pode ser de origem traumática, idio- Disfasia • Dificuldade na expressão da lingua-
pática ou proveniente de uma doença em gem falada, devido à causa central.
evolução. Disfonia • Toda dificuldade de fonação; alte-
Diencéfalo • Estrutura oriunda do prosencé- ração no timbre e na qualidade, de causa pe-
falo, localizado profundamente entre os he- riférica dos órgãos da fonação.
misférios cerebrais. Composto do tálamo, do Disintaxia • Alteração da linguagem em que
hipotálamo, do subtálamo, do epitálamo em o indivíduo não consegue coordenar as pala-
volta de sua cavidade mediana denominada vras, cometendo erros de concordância. Está
Ili ventrículo. envolvida também uma causa central.
Diplegia • Toda paralisia que se apresenta de Dislalia • Dificuldade de pronunciar e de ar-
forma simétrica e bilateral. Por exemplo, di- ticular certas palavras sem causas neurológi-
plegia da face (síndrome de Moebius). cas. Pode também ser uma alteração funcional
Diplopia • Distúrbio da visão, em que o indi- dos órgãos da fonação, como da língua, dos
víduo observa duas imagens de um mesmo dentes, dos músculos, dos lábios e da laringe.
objeto. Pode ter origem compressiva do Ili Dislexia • Alteração da capacidade normal
nervo craniano, ou traumática. Por exemplo, da leitura pelos métodos de ensino usuais,
fratura de terço médio da face comprome- com nível mental normal e sem sinais neuro-
tendo o soalho da cavidade orbital. lógicos focais. Podem ocorrer inversões de
Disartria • Impossibilidade de pronunciar as letras e/ou sílabas e perdas de palavras em
palavras por causa de uma lesão no SNC. determinada oração. Observada, inicialmente,
Discinesia • Toda alteração do movimento de em crianças no período de alfabetização e de
um órgão caracterizada por movimentos es- início de leitura.
pontâneos, imprecisos, involuntários e irregu- Dismasesia • Dificuldade, geralmente doloro-
lares com padrões estereotipados. A causa sa, de mastigação.
pode ser neurológica ou relativa a uma in- Dispneia • Dificuldade na respiração, com
coordenação, paresia, espasmos, ou ao uso de sensação de falta de ar.
medicamentos. Por exem pio, contração da Distúrbio doloroso • Queixa de alterações da
cabeça inferior do músculo pterigóideo lateral; sensação dolorosa, aguda ou crônica, de causas
por lesão junto à porção lateral e posterior do variadas.
sulco bulbo-pontino (origem aparente do ner- Distúrbios somatoformes • Grupo de condi-
vo facial) e extração de um 3ª molar incluso e ções mentais nas quais os pacientes relatam
em posição horizontal em relação ao 2º molar. queixas somáticas, sem evidência física de
Discinesia tardia • Toda discinesia causada doença orgãnica.
por medicamentos, ou após a interrupção de Dor • Experiência sensitiva e emocional desa-
fármacos neurolépticos. Pode ser transitória gradável associada com dano tecidual real ou
ou permanente. potencial, ou descrita em termos de tal dano.
93
Dor aguda Dor somática profunda
Dor aguda • Sensação desagradável que du- estímulo, sem a presença clara de uma fonte
ra o tempo normal da cicatrização da lesão, de nocicepção. Sintomas neurológicos, como
causada pelo fator iniciador. Ver Dor crônica. anestesia, disestesia e hiperalgesia, entre ou-
Dor central • Dor que provém do SNC e é tros, podem estar associados.
percebida perifericamente. Dor neuropática contínua • Igual à dor neu-
Dor c.rônica • Dor persistente após a cura da ropática, porém constante e persistente.
lesão inicial, ou que permaneça por um pe- Dor neuropática episódica • Igual à dor neu-
ríodo superior a três meses, obedecendo a um ropática, que dura segundos e até horas,
modelo dito biopsicossocia 1. podendo apresentar períodos de remissão. O
Dor heterotópica • Dor que ocorre em um local da dor é muito bem localizado, mas sua
lugar diferente de sua origem. fonte rea 1, não.
Dor idiopática • Desordem dolorosa de etio- Dor odontogênica • Dor somática profunda
logia desconhecida. que se origina nos dentes ou no ligamento
Dor mantida pelo simpático • Dor que inclui periodontal.
um transtorno como a síndrome complexa Dor primária • Dor localizada sobre a verda-
regional do tipo 1e li e, possivelmente, odon- deira fonte do impulso doloroso.
talgia idiopática. Dor projetada • Dor relatada na distribuição
Dor mastigatória • Dor ou desconforto na anatômica radicular, quando sua origem está
boca e na face, induzidos pela mastigação ou ao longo da trajetória do nervo.
por outra atividade mandibular, mas não rela- Dor referida • Dor percebida num local dis-
cionada à doença dos tecidos dentais e orais. tante de sua origem (visceral ou somática
Dor miofascial • Dor local ou referida que profunda). O local da lesão e o da dor têm um
provém dos pontos-gatilho miofasciais. ponto de convergência para a mesma região
Dor miógena profunda • Dor musculoesque- medular e/ou encefálica.
lética somática profunda originária nos mús- Dor somática • Origina-se na pele, no tecido
culos esqueléticos, nas fáscias ou no tendão. conectivo, nos músculos, no periósteo, nas
Dor muscular de instalação tardia • Dor articulações. Nesse mecanismo estão envolvi-
muscular causada por inflamação intersticial dos tanto o sistema nervoso periférico, central,
após uso intermitente. quanto o autonômico.
Dor musculoesquelética • Dor somática pro- Dor somática profunda • Inervação sensitiva
funda que se origina nos músculos esqueléti- profunda que fornece ao córtex somatossen-
cos, nas fáscias e nos tendões (dor miogênica), sitivo uma gama de informações, facilitando
nos ossos e no periósteo (dor óssea), na arti- o monitoramento do organismo. Tal dor apre-
culação, na cápsula articular e nos ligamentos senta uma característica difusa, pobre quanto
(dor artrálgica), e nos tecidos conectivos moles. à sua localização, na maioria das vezes, e
Dor neurogênica periférica • Dor que inicia desproporcional ao estímulo. Frequentemente,
ou é causada por uma lesão primária ou doen- produz efeitos excitatórias centra is, autonô-
ça no sistema nervoso periférico. micos. A aplicação de anestésico tópico não
Dor neuropática • Dores produzidas por lesão aborta o quadro doloroso, a menos que a
ou doença dentro do próprio circuito nervoso, fonte primária da dor se encontre na mucosa.
podendo ser episódicas ou contínuas. Nor- Por outro lado, a infiltração anestésica do
malmente, a resposta é desproporcional ao nervo que medeia o impulso doloroso inter-
94
Dor somática superficial Encefalomielopatia
rompe a algia profunda. Esse é um meio de função dos músculos mandibulares, frontal e
identificação da origem da dor. trapézio, entre outros, em situações anormais
Dor somática superficial • Dor viva, estimu- de tensão. Seu uso no diagnóstico clínico de
lante, de alarme, que informa o indivíduo a DTM é controverso. Pode ser útil para moni-
respeito de uma lesão e sua exata localização. torar técnicas de treinamento, com finalidade
A origem da dor está no seu próprio local. Já terapêutica de relaxamento muscular. Por
que a dor superficial provém de tecidos peri- exemplo, no registro da atividade do músculo
féricos, o emprego de anestésico tópico ou masseter durante o sono.
infiltração anestésica bloqueia temporaria- Eletro-oculografia (EOG) • Registro dos
mente a dor. movimentos oculares voluntários ou reflexos.
Dor visceral • Dor profunda que se origina Eletropupilografia (EPG) • Registro gráfico
nas estruturas viscerais, como estruturas inter- das variações dos diâmetros das pupilas, por
nas das mucosas, das paredes de vísceras, do meio de estímulos excitatórias, como a luz.
parênquima dos órgãos, das glândulas, da Emetropia • Poder de refração do olho (den-
polpa dentária e das estruturas vasculares. tro do padrão de normalidade).
Dura-máter • Membrana mais externa das Embolização • Formação de um êmbolo.
três meninges, única que é inervada e vascu- Embolização arterial • Procedimento em
larizada, também denominada paquimeninge. que se emprega um cateter, cujo trajeto segue
Formada por tecido conectivo, com grande uma artéria, injetando-lhe partículas sól idas
quantidade de fibras colágenas, vasos e nervos, para reduzir o fluxo sanguíneo. Empregada
sendo muito espessa e resistente, recobrindo o para conter hemorragias ou corrigir vascula-
encéfalo e a medula espinal. Apresenta dois rização anômala em malformações vasculares
folhetos: um externo aderente à face interna ou neoplasia.
dos ossos cranianos e um interno que se des- Encefalite • Processo que acomete o encéfalo,
taca do outro folheto para formar pregas que de origem inflamatória, tóxica ou infecciosa.
dividem a cavidade craniana em compartimen- Encéfalo • Porção do SNC acomodado no
tos largos que se comunicam. interior da caixa craniana, ou seja, os hemis-
férios cerebrais, o diencéfalo, o tronco cerebral
e o cerebelo.
Encefalocele • Herniação de uma porção do
Eletroencefalograma (EEG) • Exame gráfico encéfalo ou do cerebelo em direção a um orifício
obtido pela colocação de eletrodos sobre o congênito, ou ocasionada por um trauma local.
couro cabeludo, com a finalidade de registrar Encefalografia • Exame radiológico que em-
os diferentes ritmos elétricos cerebrais. Indi- prega a injeção de material de contraste ga-
cado para a investigação neuropsiquiátrica em soso ou opaco através de um acesso subocci-
epilepsias, alterações do ritmo do sono e da pital ou lombar para se avaliar os espaços
atividade elétrica cerebral para confirmação subaracnóideos e os ventrículos cerebrais.
de morte encefálica. Encefalomalacia • O mesmo que amoleci-
Eletromiografia (EMG) • Registro elétrico mento do encéfalo.
da atividade muscular em repouso e em con- Encefalomielopatia • Patologia que envolve
tração, nas afecções neurológicas e muscula- simultaneamente tanto o encéfalo quanto a
res. Usada, por exemplo, na investigação da medula espinal.
95
Encefalopatia Estrabismo
Encefalopatia • Toda doença que acomete o lização das descargas anormais do SNC.
encéfalo. Normalmente observam-se alterações no ele-
Endocrânio • Superfície interna do crânio. troencefalograma (EEG).
Endóc.rino • Relativo às glândulas endócrinas Epineuro • Tecido conectivo frouxo e super-
e seus produtos de secreção. ficial que envolve um nervo.
Endoneuro • Tecido conectivo que envolve Epitálamo • Porção do diencéfalo que limita
cada uma das fibras nervosas no interior de um posteriormente o Ili ventrículo, sendo a glân-
feixe nervoso. dula pineal, ou epífise, sua principal estrutura.
Endoscopia • Método de diagnóstico e tra- Escala visual-analógica (EVA) • Método
tamento que emprega como instrumento um unidimensional, quantitativo, usado para ava-
endoscópio para visualizar o interior de deter- liar a intensidade da dor. O paciente faz uma
minada estrutura do corpo. analogia de sua dor, quantificando-a, pela
Endoscópio • Instrumento para exame de marcação de sua intensidade, em uma linha
uma cavidade corpórea. Por exemplo, o interior com 10 cm de comprimento. Em uma das ex-
de uma articulação ou víscera, como na artros- tremidades está a representação da ausência
copia ou na endoscopia digestiva. de dor e, na outra, a da pior dor sentida. Entre
Enervação (desinervação e denervação) • as duas extremidades podem ser assinalados
Secção de um nervo ou de um grupo de nervos valores de intensidade intermediária.
inervando uma região do corpo. Escleroceratoirite • Inflamação que acome-
Enoftalmia • Projeção posterior do globo te a esclerótica, a córnea e a íris.
ocular na órbita. Escleroiridotomia • Remoção de uma parte
Entrecruzamento • Ver Quiasma óptico no da esclerótica e/ou da totalidade da íris, feita
Capítulo 3. em casos de glaucoma.
Enxaqueca • Doença em que uma das mani- Escotoma • Perda no campo visual de tama-
festações é a dor de cabeça. Classificada entre nho e forma variável. Pode ser central (esco-
as dores de cabeça primárias, tem caracterís- toma central), paracentral ou periférica (esco-
ticas de periodicidade, recorrência, descrita toma periférico). Está associada a uma lesão
como pulsátil, cuja etiologia é discutível. Nor- da via óptica.
malmente é unilateral, acompanhada de ma- Espaço subaracnóideo • Espaço localizado
nifestações positivas e negativas, vasculares e abaixo da aracnoide-máter e acima da pia-
sensoriais (fonofobia, fotofobia, náusea, vômi- -máter, envolvendo o SNC. É preenchido pelo
to, escotoma). Pode ser agravada pela ativida- líquido cerebrospinal.
de física, como subir uma escada, correr etc. Espaço subdural • Espaço virtual compreen-
Epêndima • Canal central da medula espina l dido entre a dura-máter e a aracnoide-máter.
que deságua no IV ventrículo. Pode ser preenchido por líquido cerebrospinal
Epidural • Que se localiza ou está presente ou sangue (hematoma subdural), diante de um
na superfície da dura-máter. trauma craniano.
Epilepsia • Conjunto de alterações neuroló- Estesia • Capacidade de perceber uma sensação.
gicas crônicas, paroxísticas, caracterizada por Estrábico • Relativo ao estrabismo.
convulsões recorrentes parciais ou generali- Estrabismo • Deformidade de convergência
zadas (crises epilépticas). Tem manifestações dos eixos visuais, o que acarreta uma dificul-
clínicas complexas, na dependência da loca- dade de se fixar um ponto com os dois bulbos
96
Estriado Gânglio sensitivo-espinal
oculares. Pode ser do tipo divergente, conver- Forame de Magendie • Abertura mediana do
gente ou paralítico. IV ventrículo. Era assim denominada em ho-
Estriado • Caracterizado por estrias. Por menagem a François Magendie, fisiologista
exemplo, corpo estriado. francês. Está localizada junto à metade caudal
Extradural • Loca lizado por fora da dura- do teto do ventrículo. Tal orifício médio se
-máter. Por exemplo, hematoma extradural. comunica com a grande cisterna por onde irá
transitar o líquido cerebrospinal em direção ao
F espaço subaracnóideo.
Forames de Luschka • Atualmente, deno-
Feixe • Conjunto de estruturas que apresen- mina-se abertura lateral do IV ventrículo.
tam uma forma alongada, com disposição Aberturas presentes uma de cada lado do
paralela (feixe nervoso, feixe muscular). ventrículo, que se comunicam com o espaço
Fenda sináptica • Espaço muito estreito subaracnóideo na cisterna magna, onde circu-
(gap), em uma sinapse química, que separa o
la o líquido cerebrospinal.
terminal axônico de um neurônio do outro, ou
Formação reticular • Pequenos grupos de
de uma fibra muscular. Nesse local há a difusão
corpos celulares de neurônios, dispersos entre
de neurotransmissor(es).
feixes de axônios (substâncias branca e cin-
Foice do cerebelo • Uma das pregas da dura-
zenta misturadas). Origina-se no bulbo e diri-
-máter encefálica de forma vertical, mediana,
ge-se para cima através da parte central do
localizada abaixo da tenda do cerebelo entre
tronco encefálico.
os dois hemisférios cerebelares.
Fossa pituitária • Sinônimo de sela turca.
Foice do cérebro • Uma das pregas da dura-
Fotopsia • Distúrbio da visão que se deve à
-máter encefálica de forma vertical, mediana,
presença de neoplasias centrais, patologias da
que separa os dois hemisférios cerebrais. Sua
retina ou da coroide. Clinicamente, o paciente
base posterior continua pela tenda do cerebelo.
relata alterações visuais, como faíscas e círcu-
Fontanela • Espaço preenchido por membra-
na fibrosa, onde não houve ainda completa los coloridos.
•
ossificação. Localiza-se no crânio do recém- Fóvea central • Area de maior nitidez da
-nascido, no ponto de encontro das suturas da visão, localizada no centro da mácula lútea da
•
calot a craniana. retina. Edesprovida de vasos sanguíneos, con-
Fontanela anterior (bregmática) • Espaço tendo só os cones.
preenchido por membrana fibrosa, de locali-
zação anterior e mediana, que apresenta forma G
losangular. Localiza-se entre o osso frontal e
os parietais, ao nível do bregma. Fecha-se por Gânglio • Reunião de corpos celulares de
volta dos 2 anos de idade. neurônios localizados fora do SNC.
Fontanela posterior (lambdática) • Espaço Gânglio autonômico • Reunião de corpos
preenchido por membrana fibrosa, de loca li- celulares de neurônios simpáticos ou parassim-
zação posterior e mediana, que apresenta páticos que se situam fora do SNC.
forma triangular. Localiza-se entre o occipital Gânglio sensitivo-espinal • Grupo de corpos
e os temporais, ao nível do lambda. Fecha-se celulares de neurônios sensitivos e suas células
por volta do 4A ao 6° mês de vida. de sustentação que se localiza ao longo da raiz
97
Giro do cíngulo Hipercinesia
dorsal de um nervo espinal. Denomina-se gân- vertical denominado foice do cérebro. A su-
glio da raiz dorsal. perfície do hemisfério cerebra l apresenta
Giro do cíngulo, cíngulo, ínsula e giro para- depressões (su lcos) e elevações (giros). Sulcos
-hipocampal • Estruturas corticais, contínuas, mais definidos (cisuras) demarcam lobos. Cada
dispostas em anel, no sistema límbico, presen- hemisfério apresenta seis lobos: frontal, tem-
tes na face medial de cada hemisfério do cé- pora l, parietal, occipital, lobo da ínsula e do
rebro, em volta das estruturas mais profundas corpo caloso.
do encéfalo. Osistema límbico, junto ao hipo- Hidrocefalia • Aumento patológico da quan-
tálamo e ao tálamo (circuito de Papez), parti- tidade de líquido cerebrospinal presente no
cipa do processo central das emoções, bem crânio. Pode ser devida a uma alteração do
como de sua expressão no organismo, e da sistema de absorção (granulações aracnoides)
regulação do sistema nervoso autonómico. ou a uma obstrução nos forames interventri-
Glaucoma • Distúrbio em que ocorre aumen- culares, ou mesmo a um aumento de produção
to da pressão intraocular, devido a um excesso desse 1íq uido pelos plexos coro ides.
de humor aquoso. Pode causar atrofia do Hiperacusia • Grande sensibilidade de caráter
nervo óptico, amaurose (cegueira) ou redução agudo, dolorosa, ao som.
da acuidade vi sua 1. Hiperalgesia • Sensibilidade aumentada ao
Grande mal • Antiga denominação para a estímui o norma 1mente doloroso.
manifestação epiléptica, com crises convulsi- Hiperalgesia primária • Resultado do limiar
vas generalizadas, tônicas e clônicas. Atual- de dor diminuído (sensibilização) nos recepto-
mente denomina-se epilepsia generalizada res periféricos primá rios da dor (nociceptores).
tônico-clônica. No loca l da lesão tecidual há aumento da
sensibilidade dolorosa devido à presença de
H substâcias algogênicas, como 5 hidroxitripta-
•
mina, bradici na e substância P, entre outras. E
Hematoma subdural • Ver Espaço subdural. determinante do início da excitabilidade dos
Hemeralopia • Grande diminuição da acui- neurônios centrais das vias dolorosas (sensibi-
dade visual após a redução da luz natural. lização central).
Hemianopsia • Perda total da visão, ou dimi- Hiperalgesia secundária • Aumento da sen-
nuição significativa em uma metade do campo sibilidade dolorosa em regiões adjacentes da
visual, que pode ocorrer em ambos os olhos ou hiperalgesia primária. Ocorre por mecanismos
em apenas um. periféricos e neurogênicos centrais.
Hemilaminectomia • Procedimento cirúrgico Hiperatividade • Reatividade funcional ex-
.
que remove a metade de uma lâmina vertebral. cess1va.
Hemisfério cerebelar • Duas massas laterais Hiperbárico • Que tem peso ou pressão su-
do cerebelo, localizadas uma de cada lado, li- perior ao normal. Refere-se a uma substância
gadas na linha média por uma estrutura de cujo peso específico é superior ao do meio
distribuição longitudinal, chamada, pelo seu empregado. Diz-se de anestésico que tem
aspecto, vérmis cerebelar. gravidade específica maior do que a do líquido
Hemisfério cerebral • Cada uma das por- cerebrospinal.
ções do cérebro, oriundas do telencéfa lo. Os Hipercinesia • Aumento na intensidade ou
hemisférios cerebrais são divididos pelo septo frequência da movimentação ativa.
98
Hiperestesia Líquido cerebrospinal
99
Macrocefalia Nervo auriculotemporal
100
Nervo espinal Nervo trigêmeo
Inerva as seguintes estruturas: o meato acús- somáticas que inervam os músculos intrínsecos
tico externo, a face lateral da cápsula da ATM, e extrínsecos da língua (num total de 17 mús-
a membrana timpânica, a bainha da parótida, culos). Este nervo também apresenta fibras
a pele da orelha, a porção anterior da têm- motoras de origem cervical que inervam al-
pora e as porções posteromedial e posterola- guns dos músculos hióideos, incluindo o mús-
teral da ATM. culo gênio-hióideo (supra-hióideo) e tireo-
Nervo espinal • Um dos 31 pares de nervos -hióideo (infra-hióideo).
que se originam a partir das raízes anterior ou Nervo olfatório • Nervo essencialmente sen-
posterior na medula espinal. sitivo. Seus corpos celulares localizam-se na
Nervo facial • Divide-se em duas porções: o região olfatória de cada fossa nasal. Seus
nervo facial propriamente dito, que tem fibras axônios atravessam a lâmina cribriforme do
motoras somáticas destinadas aos músculos da etmoide e fazem sinapse no bulbo olfatório.
expressão facial, que são em número de 17, Nervo óptico • Nervo essencialmente sensi-
assim como para os músculos estapédio, estilo- tivo. Composto de fibras calibrosas que têm
-hioide e ventre posterior do digástrico. O origem na retina e atravessam o canal óptico
nervo intermédio, por sua vez, contém fibras (comunica a cavidade orbital com a fossa mé-
sensitivas proprioceptivas, responsáveis pela dia do crânio). De um lado, os nervos ópticos
sensibilidade profunda da face, com exceção se unem com seu homônimo do lado oposto
dos músculos inervados pelos V e XII nervos dentro do crânio, originando o quiasma óptico,
cranianos, assim como fibras gustatórias para havendo um intercruzamento parcial de suas
os dois terços anteriores da língua (a partir do fibras. A partir do quiasma, há a formação de
nervo corda do tímpano). Tal nervo tem tam- dois tratos ópticos, o direito e o esquerdo. Fi-
bém fibras sensitivas que recolhem a sensibi- bras oriundas destes fazem sinapse no núcleo
lidade superficial da membrana do tímpano e geniculado lateral que se destina ao córtex
de parte do meato acústico externo. visual primário, onde se processa a imagem.
•
Nervo glossofaríngeo • Eo IX nervo crania- Nervo trigêmeo • OV nervo craniano; recebe
no. Tem fibras motoras somáticas que inervam tal denominação porque tem três ramos rela-
o músculo estilofaringeo, os músculos constri- cionados a três estruturas ósseas importantes:
tores superiores da faringe e o músculo pala- a órbita, as maxilas e a mandíbula. As duas
tofaríngeo. Suas fibras sensitivas inervam a primeiras divisões são classificadas como sen-
base da língua, a úvula, as tonsilas, a tuba sitivas e a última, mista. A primeira chama-se
auditiva, a faringe, o corpo e seios caróticos, a oftálmica e inerva as regiões parietal e frontal,
maior parte da orelha e a membrana do tím- a órbita, a porção superior da cavidade nasal,
pano. Apresenta ainda uma porção parassim- a pálpebra superior, a base nasal até a ponta
pática eferente que se destina à glândula do nariz, o seio esfenoidal e as células etmoi-
parótida. Esse nervo tem também fibras gus- dais posteriores. A segunda chama-se maxilar
tatórias para o terço posterior da língua, assim e inerva a parte anterior da têmpora, o osso
como fibras sensitivas proprioceptivas res- zigomático, a parte posterior da cavidade na-
ponsáveis pela sensibilidade profunda na re- sal, o palato, o seio maxilar, o processo alveo-
gião faríngea. lar maxilar com os seus dentes, o periodonto,
•
Nervo hipoglosso • E o XII nervo craniano, a gengiva marginal e uma pequena porção da
essencialmente motor. Tem fibras motoras mucosa vestibular na porção posterior do
101
Nervo vago Neuroglia
vestíbulo bucal. Somem-se, ainda, a pálpebra tes da cabeça após terem atravessado os fora-
inferior, a asa do nariz e o lábio superior (ra- mes da base do crânio. São agrupados por
mos do nervo infraorbital). A terceira e última pares (um nervo direito e um nervo esquerdo)
divisão chama-se mandibular e inerva a parte e numerados de 1 a XII: 1Qnervo olfatório (I);
posterior da região temporal, a região pré- 2ll nervo óptico (11); Jll nervo ocu lomotor (111),
-auricular, o trago, parte do meato acústico 4Qnervo troclear (IV); 5° nervo trigêmeo M. 6º
externo e o pavilhão auricular, parte da ATM, nervo abducente (VI), 7° nervo facial e nervo
a região massetérica e mandibu lar abaixo de intermédio (VII); 8Q nervo vestibu lococlear
sua margem inferior, incluindo o lábio inferior, (VIII); 9ll nervo glossofaríngeo (IX); 1()!! nervo
os dois terços anteriores da língua e sua borda vago ou pneumogástrico (X); 11° nervo espinal
lateral, todos os dentes inferiores, o periodon- ou acessório (XI); e 120. nervo hipog losso (XII).
to, a gengiva marginal, a mucosa do soa lho da Nervos espinais cervicais • Os três nervos
boca e a maior parte do vestíbu lo bucal. A espinais cervicais superiores são responsáveis
região do ângulo mandibular não é inervada pelo recolhimento da sensibilidade superficial
pelo trigêmeo e sim por um ramo do plexo de estruturas da face e da cabeça posterior à
cervical superficial, C2. O ramo mandibular região do trigêmeo e abaixo da margem infe-
tem também fibras proprioceptivas que reco- rior da mandíbula, incluindo seu ângulo. Neles
lhem a sensibilidade profunda dos músculos se incluem a maior parte do pavilhão da ore-
da mastigação; masseteres, temporais, pteri- lha, a região pós-auricular, excetuada a pele
góideo lateral, com suas duas cabeças, o pte- localizada na região posteromedial da orelha,
rigóideo medial, os tensores do véu palatino e que é inervada pelo nervo vago.
do tímpano, o milo-hióideo e o ventre anterior Nervos oculomotor, troclear e abducente.
do digástrico. O ventre posterior é inervado São, respectivamente, Ili, IV e VI nervos crania-
pelo facial. nos, penetrando na cavidade orbital por uma
.
Nervo vago • E o X nervo craniano. Tem fibras estrutura denominada fissura orbital superior.
motoras somáticas que inervam a musculatu- O Ili nervo craniano irá inervar a totalidade
ra da faringe e da laringe, assim como fibras dos múscu los intrínsecos, os músculos ciliares
sensitivas que inervam a porção inferior da e esfíncter da pupila e o maior contingente de
faringe, da laringe, da traqueia, do esôfago, músculos extrínsecos do bulbo do olho (p. ex.,
das vísceras torácicas e abdominais, da parte os músculos reto inferior, o oblíquo inferior, o
posterior do meato acústico externo e da pele reto medial, o reto superior). O IV nervo inerva
atrás do pavilhão da orelha. Tem ainda fibras o músculo oblíquo superior e o VI nervo cra-
gustatórias para a região da epiglote. niano, o músculo reto lateral.
,
Nervo vestíbulo-coclear • E o VIII nervo Neural • Relativo a um ou mais nervos.
craniano, sendo essencialmente sensitivo. A Neuroeixo • O mesmo que eixo cerebrospinal.
parte vestibular está relacionada com o equi- Neurofibrila • As finas fibrilas presentes em
líbrio a partir de receptores localizados na grande quantidade junto aos axônios, dendritos.
orelha interna. A parte coclear está relaciona- Neuroglia (glia) • Células presentes tanto no
da com a audição a partir de receptores loca- sistema nervoso periférico (SNP) como no SNC.
lizados na cóclea. Neste último, seus representantes são: a) os
Nervos cranianos • Nervos que se originam astrócitos do tipo protoplasmáticos, que se lo-
no encéfalo e se distribuem às diferentes par- calizam na substância cinzenta, e os do tipo
102
Neurólise Neurotomia
fibroso, achados na substância branca. Apresen- ou sobre a musculatura lisa, vascular ou glan-
tam como funções a sustentação e o isolamen- dular. Também denominado neurônio eferente.
to dos neurônios e são a principal fonte de Neurônio pós-ganglionar • Segundo neurô-
armazenamento glicogênio do SNC; b) os oli- nio sensitivo ou motor autonômico cujo corpo
godendrócitos, subdivididos em dois tipos: o celular e dendritos estão localizados em um
fascicular, acoplado às fibras nervosas (formam gânglio de mesma categoria. Por outro lado,
a bainha de mielina), e o perineuronal,junto aos seu axônio amielínico termina em um terceiro
dendritos e pericário; c) os microgliócitos, cuja neurônio sensitivo, uma glândula, no músculo
função básica é a fagocitose; d) o epêndima liso ou cardíaco.
localiza-se sobre as paredes dos ventrículos Neurônio pós-sináptico • Neurônio aciona-
cerebrais, no aqueduto cerebral e no canal do após a liberação de um neurotransmissor
central da medula espinal. Sua função é formar por outro neurônio e conduz os impulsos
os plexos corioides produtores de líquido cere- nervosos para longe da sinapse.
brospinal. No SNP encontram-se dois tipos de Neurônio pré-ganglionar • Primeiro neurô-
células: as satélites (envolvendo o pericário dos nio sensitivo ou motor autonômico cujo corpo
neurônios dos gânglios sensitivos e do SNA); e celular e dendritos localizam-se no gânglio
as de Schwann (envolvendo o axônio e forma n- paravertebral, na medula ou no encéfalo. Seu
do a bainha de mielina e o neurilema), cuja fun- axônio mielínico termina em um gânglio pa-
ção é regenerar as fibras nervosas periféricas. ravertebral, ou autonômico, onde realiza a
Neurólise • Destruição seletiva iatrogênica, sinapse com um neurônio pós-ganglionar.
ou devido a um procedimento cirúrgico, no Neurônio pré-sináptico • Neurônio pelo
qual o nervo é liberado de um tecido inflama- qual se difundem os impulsos nervosos em
do aderido. Pode ser por intervenção ablativa, direção à sinapse.
pelo meio químico (injeção de álcool ou glice- Neurônios sensitivos • Neurônios aferentes
rol junto ao nervo ou ramo nervoso) ou por que medeiam as informações sensitivas dos
meio físico (calor, como na lesão por radiofre- nervos cranianos e espinais para a medula
quência, ou frio, pelo dióxido de carbono). espinal e o encéfalo.
Neurolítico • Todo procedimento que empre- Neuropatia • Todo distúrbio na função ou
ga neu rólise. alteração patológica que acomete o sistema
Neuromiopatia • Processo patológico que nervoso, central ou periférico.
acomete concomitantemente tanto os múscu- Neuropático • Relativo à neuropatia.
los quanto o sistema nervoso. Neuroplasticidade • Alterações funcionais e
Neurônio • Célula nervosa, composta de um estruturais ocasionadas pelos impulsos noci-
corpo celular e dois prolongamentos: os den- ceptivos que contribuem para a dor crônica.
dritos e o axôn io. Resposta dinâmica e adaptativa do SNC (pro-
Neurônio adrenérgico • Neurônio que libera cessamento central) de alteração na excitabi-
como neurotransmissor a adrenalina (epinefri- lidade de sua matriz, de acordo com uma va-
na) ou a noradrenal ina (norepinefrina). riedade de processos internos e externos,
Neurônio colinérgico • Neurônio que libera modificando os impulsos periféricos contínuos
como neurotransmissor a acetilcolina. que chegam a ele.
Neurônio motor • Todo neurônio envolvido na Neurotomia • Procedimento cirúrgico com
contração de um ou mais músculos estriados, secção ou remoção de uma parte do nervo.
103
Neurotransmissor Oftalm oscopia
Emprega-se em casos muito bem selecionados, encefálico e no hipotá lamo. A ma is alta con-
uma vez que tais procedimentos podem gerar centração de neurônios secretores de nore-
dor por desaferentação. pinefrina é encontrada no locus ceru/eus da
Neurotransmissor • Substâncias liberadas ponte. A partir desta região, esses neurônios
na fenda sináptica ante um impu lso nervoso, produtores de norepinefrina estendem-se
possibilitando a passagem desse impulso de para a base e muitas outras regiões do cérebro
uma célula nervosa para outra (p. ex., neuro- para influenciar a atividade geral e o tempe-
tensina, endorfinas, encefal inas, substância P, ramento do indivíduo. A norepinefrina é qua-
colecistocinina, bradicinina, somatostatina, se sempre um neurotransmissor excitatório.
serotonina, noradrena lina, adrenalina, dopa- Núcleo • Reunião de corpos celulares de
mina, acetilcolina, ácido gama-aminobutírico, neurônios amielínicos no interior do neuro-
glutamato, glicina). Certos neurotransmissores eixo. Trata-se, também, da porção cent ral do
são destruídos, outros são formados na fenda átomo composta de nêutrons e prótons.
sináptica e os de outra categoria são transpor- Núcleo caudado • Um dos núcleos da base
tados pela própria fibra nervosa. que se apresenta como uma massa alongada
Neurovascular • Referente aos sistemas ner- de grande volume, de cor acinzentada, com
voso e vascular. íntima relação com os ventrículos laterais.
Neurulação • Processo que dá origem à for- Esse núcleo mais o putâmen e o globo pálido
mação da placa neural, das pregas neurais e do formarão o corpo estriado.
tubo neura l. Núcleo denteado • O maior dos núcleos do
Nistagmo • Conju nto de oscilações rítmicas cerebelo, tendo uma localização lateral. Res-
e involuntárias do globo ocular, apresentando- ponde pelos movimentos delicados, assim
-se de forma rápida. Pode ser vertical, horizon- como pelo tônus muscular.
tal, rotatório e mu ltidirecional. Núcleo gelatinoso • O mesmo que núcleo
Nociceptores • Receptores preferencialmen- pulposo.
te sensitivos aos traumas teciduais ou a estí- Núcleo magno da rafe • Reunião de corpos
mu los continuados que podem lesar os tecidos. de células localizada superiormente ao bulbo
Podem responder a múltiplas modalidades de e inferiormente na ponte. Modula t ambém os
estímulos, como mecânico, térmico e químico, impulsos nociceptivos.
portanto são considerados polimodais. Núcleo pulposo • Corresponde à parte cen-
Nódulo • Pequena dilatação ou saliência em tral, de forma arredondada, com consistência
forma de nó presente nos músculos, junto ao gelatinosa, do disco intervertebral. Desempe-
sistema linfático ou no nivel de um axônio nha papel de amortecedor às pressões, possi-
mielinizado. bilitando os movimentos das vértebras em
Nódulo de Ranvier • Constrições que ocorrem, diferentes direções.
em interva los regulares, ao longo de um axônio
mielínico, entre as células de Schwann, que per-
mitem aumentar a velocidade do impulso nervo-
o
so. Nesses locais onde estão presentes tais nó- Oftalmoplegia • Paralisia dos músculos do
dulos o axônio só está recoberto por tais células. globo ocular.
Norepinefrina • Secretada por muitos neu- Oftalmoscopia • Exame rea lizado no fundo
rônios cujos corpos celulares estão no tronco de olho, empregando um oftalmoscópio.
104
Olivar Polineuropatia
Olivar • Em forma de uma oliva. Por exemplo, Pedúnculos cerebrais • Cada um dos dois
bulbo oi iva r. volumosos feixes de fibras que se originam na
Oncogenes • Genes que causam o câncer. margem superior da ponte, dirigindo-se cra-
Têm origem a partir de genes normais, deno- nialmente para adentrar profundamente o
minados proto-oncogenes, que codificam cérebro, delimitando uma depressão denomi-
proteínas envolvidas no crescimento ou na nada fossa interpeduncular.
regulação da célula, podendo transformar uma Peptídeo • Substância composta por vários
célula normal em uma célula neoplásica. aminoácidos. Alguns neurotransmissores são,
Ondas encefálicas • São os sinais elétricos na realidade, peptídeos. Por exemplo, subs-
ocasionados pela atividade de neurônios tância P.
encefálicos registrados, a partir da pele que Percepção • Quando um impulso se torna
recobre o crânio. consciente (p. ex., o impulso nociceptivo quan-
Otorragia • Saída de sangue pelo meato do atinge o córtex).
acústico externo, cuja causa é um processo Pericrânio • Membrana fibrosa que envolve
traumático ou neoplásico. e circunda o crânio.
Otoscopia • Exame que usa o otoscópio para Pia-máter • Leptomeninge; a mais interna
avaliar o meato acústico externo. das três meninges que recobrem o encéfalo e
Otoscópio • Aparelho de forma cônica acopla- a medula espinal. Está separada da aracnoide
do a uma iluminação, destinado à otoscopia. pelo espaço subaracnóideo. Distinguem-se a
pia-máter raquidiana e a pia-máter craniana.
p Plexo basilar • Um dos seios venosos da base
do crânio, ímpar, que se localiza no clivo do
Palicinesia • Ato de repetir, de forma conti- occipital. Esse plexo deságua nos seios inter-
nuada e involuntária, um mesmo movimento. cavernoso posterior e petrosos inferiores bila-
Paligrafia • Ato de repetir, de forma conti- teralmente.
nuada e incontrolável, as mesmas palavras ou Plexo coroide • Alças vasculares presentes no
partes de uma frase escrita. Por exemplo, Ili e no IV ventrículos cerebrais, formando a
doença de Parkinson. tela coroide. Sua função é produzir o líquido
Paquimeningite • Inflamação da dura-máter. cerebrospinal.
Paracusia • Percepção inadequada de sons, Polidipsia • Impulso de ingestão exagerada
devido à sua intensidade ou localização. de líquidos. Trata-se de um quadro de sede
Pediculado • Mantido por um pedículo. excessiva. Por exemplo, em indivíduos porta-
Pedúnculo • Estruturas alongadas presentes dores de diabete.
no encéfalo. Polimiosite • Processo inflamatório que aco-
Pedúnculos cerebelares • Feixes de fibras mete vários músculos.
nervosas, compostos de três pares, que unem Polineuropatia • Doença que acomete vários
o cerebelo a cada uma das três porções do nervos em diferentes localizações, podendo
tronco cerebral: os pedúnculos cerebelares ser bilateral, causando perda de movimento
superiores, ascendentes, unem-se ao mesen- (motor), hipoestesia, parestesia ou disestesia
céfalo; os pedúnculos cerebelares médios (sensitivos). A causa pode ser nutricional, me-
unem-se à ponte; e os pedúnculos cerebelares tabólica, vascular, tóxica, hormonal, neoplási-
inferiores ligam-se ao bulbo. ca ou idiopática.
105
Ponte Ptose palpebral
106
Pulposo Rinolalia
Pulposo • Que tem o aspecto de uma polpa, da medula espinal, dirigindo-se lateralmente
que a contém. Por exemplo, núcleo pulposo de para unir-se à raiz posterior, formando um
um disco intervertebral. nervo espinal. Denomina-se raiz ventral. Um
pequeno contingente de fibras sensitivas (por-
Q tanto aferentes) também está presente.
Raiz posterior do nervo espinal • Estrutura
Quarto ventrículo • Cavidade que apresenta composta de axônios sensitivos, que se locali-
formato losangular, localizada ventralmente za entre um nervo espinal e a face dorsolateral
entre a ponte e o bulbo e dorsal mente ao cere- da medula espinal. Denomina-se raiz dorsal
belo.Comunica-se inferiormente com a porção (sensitiva).
central do bulbo e superiormente com o aque- Receptor • Célula especializada ou a termi-
duto cerebral. Este último, por sua vez, estabe- nação de um neurônio que responde a alguma
lece uma comunicação com o Ili ventrículo. O modalidade sensitiva específica, como pressão,
IV ventrículo apresenta aberturas laterais, as.sim tato, temperatura (frio e/ou calor), luz ou som.
como uma abertura mediana, todas preenchi- Tal sensação (estímulo) é em seguida trans-
das por líquido cerebrospinal, que se destinam formada em um sinal elétrico (gerador ou
ao espaço subaracnóideo. Tal cavidade oriunda receptor potencial). Conforme sua localização,
da 3ª vesícula primitiva (rombencefálica) é di- distinguem-se os exteroceptores e os inte-
vidida em duas porções: o teto, que compreen- roceptores.
de os seguintes acidentes anatômicos: o véu Reflexo do seio carótico • Reflexo que au-
medular superior, parte do nódulo do cerebelo, xilia na manutenção da pressão sanguínea
o véu medular inferior, a tela corioide e os ple- normal no encéfalo. Proces.sa-se por meio de
xos corioides (produtores de líquido cerebros- impulsos nervosos originados nos barorrecep-
pinal). Seu soalho é limitado inferolateralmente tores contidos no seio carótico, que alcançam
pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos os axônios sensitivos do nervo glos.sofaríngeo
túbérculos do núcleo grácil e cuneiforme. Em (IX nervo craniano), dirigindo-se ao bulbo
sua porção superior e lateral é limitado pelos (centro cardiovascular).
pedúnculos cerebelares superiores. Encontram- Reflexo oculocardíaco • Diminuição do rit-
-se junto a seu soalho as seguintes estruturas mo cardíaco após a estimulação, compressão
anatômicas: o colículo do facial (fibras do ner- ou massagem dos globos oculares.
vo facial), núcleo do nervo abducente, trígono Reflexo palpebral • Movimento rápido da
do nervo hipoglos.so com o seu respectivo pálpebra. Um indício de desconforto e/ou de
núcleo de mesmo nome, trígono e núcleo do dor - que pode ser usado para distinguir entre
nervo vago, núcleo do vestíbulo-coclear e o dor moderada e dor intensa.
locus ceru/eus (relacionado com o sono). Reflexo velopalatino • Contração do véu
palatino como resposta à estimulação local.
R Retrogasseriano • Que se localiza, ou se ori-
gina, atrás do gânglio trigeminai.
Radicotomia • O mesmo que rizotomia. Retro-ocular • Que se localiza atrás do glo-
Raiz anterior do nervo espinal • Estrutura bo ocular.
composta de axônios de neurônios motores Rinolalia • Alteração do padrão de ressonân-
(eferentes), que se originam da porção anterior cia da voz (normal) a partir de uma obstrução
107
Rinorreia Sensorial
108
Sensoriomotor Sistema nervoso central
109
Sistema nervoso parassimpático Substância P
110
Sulco central Tosse
nios no corno dorsal ativados por estímulos e sua face inferior é contígua ao hipotálamo
nocivos. A substância P liberada por aferentes e ao subtálamo. O tálamo apresenta cinco
amielinicos está envolvida em fenômenos in- grupos de núcleos: anterior, posterior, medial,
flamatórios neurogênicos, como formações lateral e mediano. Suas funções estão relacio-
bolhosas cutâneas e hiperemia fulgurosa por nadas com a motricidade, a sensibilidade geral,
reflexo axônico. Sabe-se que o conteúdo de o comportamento emocional e a ativação do
substância Pé muito alto na maioria das in- córtex.
flamações severas de articulações. Quando Tenda do cerebelo • Uma das pregas da
injetada na articulação, a substância P aumen- dura-máter craniana, estendendo-se transver-
ta tanto a inflamação como a ocorrência de salmente entre a face superior do cerebelo que
alterações destrutivas. ela recobre e a face inferior dos lobos occipi-
Sulco central (antigamente denominado tais que repousam sobre ela. Divide, portanto,
Rolando) • Sulco profundo que se dispõe de a cavidade craniana em dois compartimentos:
forma oblíqua à face superolateral do hemisfé- um superior denominado supratentorial e um
rio cerebral, separando o lobo parietal do fron- inferior denominado infratentorial.
•
tal. E ladeado por dois giros que se apresentam Tenopexia • Fixação, frequentemente por
paralelos: um anterior, denominado pré-central, meio de sutura, do tendão de um músculo. Em
e outro posterior, denominado pós-central. oftalmologia, emprega-se tal técnica para fixar
Sulco lateral • Sulco que se origina na base os tendões dos músculos do bulbo ocular para
do cérebro com disposição lateral à substância a correção de um estrabismo.
Transdução Xerostomia
pulsar das vias aéreas respiratórias todo e Vesícula sináptica • Saco fechado de mem-
qualquer fragmento, ou substância que irrita brana em um bulbo termina l sináptico, que
ou que dificult a a respiração. contém e armazena neurotransmissores.
Transdução • Processo pelo qua l os estímu los Via neural aferente • Impulsos nervosos
nocivos levam a potenciais elétricos nas ter- transmitidos da periferia em direção ao SNC.
Leituras sugeridas
LElTURAS SUGERlDAS
Alves N, Cândido PL. Anatomia para o curso de Fishman SM, Ballantyne JC, Rathemell JP, editors.
odontologia geral e específica. 2. ed. São Paulo: San- Bonica's management of pain. 4th ed. Baltimore:
tos; 2009. lippincott Williams & Wilkins.Philadelphia; 2010.
Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Neurociências: Gosling JA, Harris PF, Humpherson JR, Whitmore 1,
desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Willan PL Anatomia humana: atlas colorido e livro-
Artmed ; 2002. -texto. 2. ed. São Paulo: Manole; 1992.
Berkovitz BK, Moxham BJ. Head and neck anatomy: a Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São
clinicai reference. Florence: Fulfilment Center; 2002. Paulo: Ouintessence; 2008.
Brodal A. Anatomia neurológica com correlações Hamilton WJ. Tratamento de anatomia humana. Rio
clinicas. 3. ed. São Paulo: Roca; 1984. de Janeiro: lnteramericana; 1982.
Brust JC. A prática da neurociência. Rio de Janeiro: HiattJL. Gartner LP. Textbook ofhead and neck anatomy.
Reichmann & Affonso; 2000. 3. ed. Philadelphia: lippincott Wiliams & Wilkiins; 2001.
Campbell WW, De Jong RN. lhe neurologic examina- Johnson DR, Moore WJ. Anatomia para estudantes
tion. 6th ed. Philadelphia : lippincott Williams & de odontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Wilkins, 2005. Koogan; 1997.
Carpenter MB. Fundamentos de neuroanatomia. 4. Latarjet M, Liard A, Ruiz A Anatomia humana. 2. ed.
ed. Maryland: Panamericana; 1999. São Paulo: Panamericana; 1989.
Leituras sugeridas
Norton NS. Netter atlas de cabeça e pescoço. Rio de Rossi MA. Anatomia aplicada à odontologia: aborda-
Janeiro: Elsevier; 2007. gem fundamenta l e clinica. São Paulo: Santos; 2010.
Okeson JP. Dores bucofaciais de Bell. 6. ed. Rio de Ja- Schunke M. Prometheus: atlas de anatomia-cabeça
neiro: Quintessence; 2006. e neuroanatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
Pansky B. Review of gross anatomy. 6th ed. New York: 2007.
McGraw-Hill; 1996. Teixeira LM, Reher P, Reher VG. Anatomia aplicada
Rizzolo RJ, Madeira MC. Anatomia facial com fun- à odontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
damentos de anatomia sistêmica geral. São Paulo: 2000.
Sarvier; 2004. Tortora GJ. Corpo humano: fundamentos de anato-
Ropper AH, Brown RH. Adams and Victor's principies mia e fisio logia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2000.
of neurology. Sth ed. New York: McGraw Hill; 2005. Velayos Jl, Santana HD. Anatomia de cabeça e pesco-
Rosenbauer KA, Engerlhardt JP, Koch H. Anatomia clí- ço 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2003.
nica de cabeça e pescoço aplicada à odontologia. Woelfel JB, Scheid RC. Anatomia dental sua relevân-
Porto Alegre: Artmed; 2001. cia para a odontologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guana-
Ross RT. How to examine the nervous system. New bara Koogan; 2000.
Jersey: Humana Press; 2006.
114
Capítulo
DORES BUCOFACIAIS
Eduardo Grossmann
A
Aderência • Fenômeno transitório de fixação (RMN) em corte sagital obliquo, boca fechada
do disco à fossa mandibular ou à cabeça man- e aberta. No caso de a fixação ocorrer entre o
dibular, devido a uma sobrecarga contínua e disco e a cabeça da mandíbula, o movimento
constante ao sistema articular. Pode ocorrer de rotação entre ambos é perdido, mas a trans-
quando está presente um fenômeno que limi- lação entre o disco e a fossa se processa de
ta a abertura da boca. Por exemplo, fratura do forma normal. No exame de RMN, dependendo
processo condilar, no qual se estabelece um do grau de adesividade, parcial ou total, pode-
bloqueio maxilomandibu lar por um curto pe- -se observar ausência do espaço infradiscal. O
ríodo (12 dias). Caso o indivíduo permaneça tratamento de escolha é o cirúrgico. Opta-se
por um período mais prolongado pode ocorrer pelo procedimento mais simples e conservador
adesividade. para o mais invasivo e sofisticado, nessa ordem:
Adesividade • Clinicamente, pode-se observar uso de artroscopia até artrotomia.
limitação no movimento translatório. A aber- Alveolite seca • Processo inflamatório do
tura bucal oscila entre 25 e 30 mm, similar ao osso cortical (osteíte) e do ligamento perio-
deslocamento do disco sem redução (DDSR). A dontal, ainda presentes no alvéolo, diante de
diferença entre ambos é que, ao se fazer a extração dentária. Tal ligamento constitui uma
manipulação mandibular (força da mandíbula articulação fibrosa, sendo ricamente inervado
para baixo), não se observa, no caso da adesi- por nociceptores e mecanorreceptores. Dessa
vidade, dor. Pode ocorrer, dependendo do caso, forma, tem potencial para desencadear dor
alteração oclusal durante o fechamento bucal. referida para outros dentes pertencentes ou
Tal distúrbio interno pode ser visto mediante não a um mesmo arco dental, gengiva e pele.
exame de ressonância magnética nuclear Pode também produzir uma resposta muscular
Anestesia dolorosa Anquilose óssea
116
Aplasia Artrite traumática
móveis. Caracteriza-se pela proliferação de dendo ser excluídos os demais ramos da artéria
tecido ósseo que se inicia no interior da ATM carótida externa. Sua incidência é por volta dos
e, dependendo de sua extensão e direção, en- 50 anos ou mais, prevalecendo em indivíduos
volve o processo coronoide, o arco zigomático brancos, sendo rara em afrodescendentes ou
e até a fossa média do crânio. Desenvolve-se asiáticos. A arterite apresenta-se com dor uni-
a partir de traumas (fraturas), processos infla- lateral, latejante, podendo ser sentida superfi-
matórios crônicos e infecção. Clinicamente não cialmente como queimação. Em alguns casos é
se observa dor. Quando a condição é bilateral constante; em outros, interm itente. Quando a
há grande limitação da abertura bucal. Caso dor ocorre pode irradiar para o ângulo man-
seja unilatera l, observa-se deflecção mandi- dibular, para a orelha, ATM e região temporal.
bular para o lado afetado e limitação mandi- Clinicamente, a palpação da região mostra um
bu lar para o lado contralateral (sem alteração). vaso tortuoso, extremamente sensível e dila-
Radiograficamente, há evidência de prolife- tado. Dor e sensibilidade nos músculos masseter
ração de tecido ósseo ocupando toda a fossa e temporal podem ser encontradas devido à
articular (massa óssea), impedindo a transla- claudicação presente. A compressão da carótida
ção da cabeça da mandíbula. O tratamento em gera l diminui a dor local. Como tal doença
envolve a remoção do tecido ósseo formado, inflamatória pode produzir perda transitória ou
criando-se um novo espaço entre o remanes- cegueira, a terapêutica medicamentosa, à base
cente mandibular e a fossa. Deve-se preencher, de corticosteroides, deve ser instituída o mais
preferencia lmente, a cavidade com fáscia ou precoce possível. Os exames hematológicos
músculo temporal, com subsequente recons- podem revelar uma hemossedimentação de
trução com costela, fibula com microcirurgia, erit rócitos elevada, em geral superior a 100
ou prótese metálica. Pode-se ainda remover o mm/h. Uma vez que tal resultado não é especí-
excesso de osso empregando distração osteo- fico, deve-se proceder à biópsia desse vaso, cujo
gênica e fisioterapia. exame anatomopatológico irá revelar a presen-
Aplasia • Desenvolvimento incompleto dos ça de arterite de células gigantes.
ossos do crânio, podendo envolver a mandí- Artrite reumatoide juvenil (ARJ) (doença de
bula. Nesse caso afeta primordialmente a ca- Still) • Artrite idiopática que se inicia antes
beça mandibular, de forma unilateral, propi- dos 16 anos de idade. O fator reumático está
ciando uma fossa mandibular rasa e um presente em 70º/o dos casos. Acomete mais
•
tubércu lo articular rudimentar ou inexistente, meninas entre 12 e 15 anos. E de interesse
assim como pode alterar anatomofisiologica- odontológico, pois pode alterar o crescimento
mente a orelha externa. O quadro clínico se mandibular e, em casos extremos, resu ltar em
caracteriza por maloclusão (mordida aberta), severa micrognatia.
assimetria facial, hipoplasia dérmica da orelha, Artrite traumática • Artrite que se desenvol-
dificu ldades na fala e limitação da abertura da ve a partir de um trauma direto (macrotrau-
boca. A terapêutica empregada inclui ortodon- ma), acometendo tanto articulações normais
tia, osteotomia sagita l do ramo, distração os- quanto aquelas com alterações preexistentes.
teogênica e enxerto costocondral. Por exemplo, no caso de um paciente com
Arterite temporal (de células gigantes) • deslocamento do disco com redução, a injúria
Síndrome vascular que acomete preferencial- pode desencadear um deslocamento do disco
mente a artéria temporal superficial, não po- sem redução.
117
Capsulite e sinovite Cefaleia em salvas
118
Cefaleia episódica do tipo tensão Cocontração protetora
119
Deslocamento Deslocamento
pa liativos, como ca lor úmido, repouso e, no e pressiona firmemente para baixo e para trás,
caso de se identificar hiperatividade muscular com o intuito de destravar a mandíbula. Há
(apertamento, bruxismo), empregar um dispo- variantes dessa técnica, como o emprego de
sitivo interoclusal. ambos os dedos polegares ipsilateralmente,
reduzindo-se apenas o lado afetado ou redu-
D zindo um lado e depois o outro (deslocamen-
to bi latera l). A abordagem extraora l é menos
Deslocamento (luxação, travamento aber- comum, mas viável. Pressiona-se a cabeça da
to) • Deslocamento da cabeça da mandíbula mandíbula deslocada abaixo do arco zigomá-
anteriormente ao tubérculo articular. O sina l tico com o dedo polegar da mão correspon-
clínico característico é o paciente não conse- dente ao lado afetado e, com a outra mão, o
guir fechar a boca (travamento aberto). A operador procura estabilizar a cabeça do pa-
redução deve ocorrer o mais breve possível, ciente. A combinação e a tentativa do acesso
pela pressão da mandíbula para baixo e para intra e extraoral são livres, dependendo essen-
trás, a fim de permitir que a cabeça da man- cia lmente da habilidade e do domínio por
díbula volte para a fossa mandibular. Ocorre parte do profissional. O grau de contratura
em 3 a 7º/o da população em geral, sobretudo muscular e o tempo decorrido entre o deslo-
•
em mulheres. A palpação, a cabeça mandibular cament o e o atendimento podem, no entanto,
encontra- se fora da fossa mandibular, o que dificultar a redução manua l, tornando-se ne-
pode ser confirmado com exames de imagens cessário lançar mão de outras medidas. Podem-
(radiografias convencionais e tomografias com- -se empregar relaxantes musculares e sedativos
putadorizadas), nos quais se pode visualizar a para espasmos musculares intensos, infil tração
"fossa vazia", estando a cabeça mandibular intramuscular de anestésicos locais ao redor
à frente do tubérculo articular. O deslocamen- da fossa mandibu lar e dos múscu los mastiga-
to pode ser uni ou bi latera l. No primeiro caso, tórios para facilitar a redução. Nos casos re-
o mento está desviado para o lado oposto ao fratários, o emprego da toxina botulínica-A
deslocamento, apresentando também mordida no músculo pterigóideo proporciona bons
aberta anterior em protrusão do mesmo lado. resultados. Injeção de substâncias esclerosan-
No segundo, observa-se mordida aberta ante- tes (álcool, tintura de iodo, tetradecilsulfato
rior bilateral, estando a mandíbula deslocada de sódio a 3º/o, sangue do próprio paciente) ao
em posição anterior, podendo a linha média redor dos ligamentos pericapsulares e no in-
se apresentar sem desvio. O tratamento con- terior da cápsula a fim de produzir reação
siste na redução manual ou na manipulação inflamatória loca l e estimular uma fibrose
mandibular com abordagem intraoral, que é tecidual podem ser adotadas também, mas
fei ta com o paciente sentado com a cabeça com o objetivo de limitar os movimentos da
apoiada. Independentemente de ser uni ou cabeça da mandíbula. A presença de dor arti-
bilateral, o profissiona l postado à frente do cu lar, deformidade facial, alterações funcio-
paciente posiciona o dedo polegar protegido nais e a própria periodicidade com que o
com gaze sobre a face oclusa l dos molares ou deslocamento ocorre podem indicar necessi-
sobre o rebordo alveolar, correspondente ao dade de intervenção cirúrgica. As técnicas
lado do deslocamento (direito e/ou esquerdo), cirúrgicas adotadas envolvem eminectomia,
120
Deslocamento Deslocamento anterior do disco com redução
eminoplastia, escarificação do tendão do mús- limitação da abertura bucal. Diz-se que esse
culo temporal, miotomia do músculo pterigói- paciente está adaptado. Tal fenômeno adap-
deo lateral, plicadura da cápsula articular, tativo pode perdurar por anos sem evoluir. A
osteotomia oblíqua da raiz do osso zigomáti- conduta baseia-se em monitoração periódica
co, fio de aço junto ou miniplacas junto ao semestral ou anual. Pode ser interessante so-
tubérculo articular, enxerto corticomedular, licitar uma ressonância magnética nuclear (Tl
aloplástico a eminoplastia artroscópica. Esta e T2) para confirmar o diagnóstico clínico e
última tem algumas vantagens sobre a emi- acompanhar a adaptação fisiológica do com-
nectomia tradicional, uma vez que se obtêm plexo articular (alongamento do ligamento
resultados semelhantes com um procedimen- posterior, seguido de fibroso e perda da vas-
to menos invasivo e de rápida recuperação. cularidade da zona trilaminar). O paciente, no
Terapia física (fisioterapia), ajuste oclusal e entanto, deve ser esclarecido de que tal con-
avaliação psicológica devem ser considerados dição pode evoluir para um quadro de deslo-
na avaliação do paciente tanto para o trata- camento do disco sem redução. Se ocorrer dor
mento conservador quanto para o cirúrgico. seguida dos sinais citados anteriormente, al-
Deslocamento anterior do disco com redu- guma medida terapêutica deve ser instituída.
ção • Artropatia da ATM, em que o disco se Detectando-se a hiperatividade muscular se-
apresenta deslocado para uma posição ante- guida de bruxismo, indica-se um dispositivo
rior, anteromedial ou anterolateral em boca interocusal (DIO) que poderá ser empregado
fechada. Retorna a uma posição normal, fisio- durante o dia, à noite ou durante todo o tem-
lógica (a zona intermediária do disco se loca- po, exceto nas refeições. Caso o quadro clínico
liza entre o topo da cabeça mandibular e o diminua e não desapareça durante um período
tubérculo articular), quando se faz a abertura de duas semanas a um mês, pode ser impor-
bucal máxima de no mínimo 40 mm. Pode-se tante ministrar algum tipo de analgésico/anti-
observar também um ruído recíproco ouvido -inflamatório à base de ácido acetilsalicílico,
pelo paciente, ou auscultado pelo profissiona 1, paracetamol, ibuprofeno, piroxicam e inibidor
durante o movimento de abertura e novamen- seletivo de C0 2 • A escolha do fármaco a ser
te antes de a oclusão dental final ocorrer. indicado depende da idade, da intensidade da
Associado a tal sinal clínico pode estar pre- dor, das condições gerais, da hipersensibilida-
sente desvio mandibular para o lado acome- de prévia a certos medicamentos, das expe-
tido que coincide com o clique. Com frequên- riências anteriores bem-sucedidas e dos efeitos
cia, tais pacientes não apresentam limitação colaterais presentes. Caso a combinação da
da abertura bucal e, quando esta ocorre, é órtese/fármaco não produza resultados, pode-
devida à atividade muscular secundária. O -se instituir um aparelho oclusal reposiciona-
deslocamento do disco com redução (DDCR) dor, para ser usado à noite, mas não durante
tem como fatores etiológicos bruxismo, aper- todo o dia, para evitar mudanças irreversíveis
tamento dental, hiperlassidão ligamentar, tanto na oclusão (mordida aberta, apareci-
perda de suporte posterior dentário e trauma mento de novos contatos prematuros) quanto
externo. Há casos em que, clinicamente, ob- no sistema musculoarticular propriamente
serva-se o cl ique recíproco, desvio, mas não dito. Pode-se associar um programa de fisio-
estão presentes dor, sensibilidade muscular e terapia dirigido ao controle da dor e da
121
Deslocamento do disco sem redução Dor da mucosa nasa 1
122
Dor do ligamento do disco Esclerose múltipla
dentes superiores do mesmo lado da face, em combinação dessas terapêuticas com o intuito
especial a região da ATM. Por outro lado, a de normalizar a oclusão.
algia proveniente do óstio maxilar também
pode referir para os dentes molares, a face e
as orelhas. O diagnóstico pode ser feito com a
estimulação de tais áreas, reproduzindo opa- Enxaqueca oftalmoplégica • Entidade rara
drão de dor, ou com bloqueio anestésico local cuja cefaleia está associada à oftalmoplegia
que eliminará a dor transitoriamente. Pode ser com envolvimento (paralisia) do Ili, IV ou VI
necessária, em alguns casos, a turbinectomia nervo craniano. Ocorre com mais frequência
inferior ou a meatotomia média. Cabe ao em crianças e adolescentes. O emprego de
profissional identificar a origem da dor, dife- ressonância magnética nuclear com gadolínio
renciando-a de efeitos secundários, como dor endovenoso possibilita observar realce transi-
referida, hiperalgesia secundária e respostas tório do nervo envolvido. A Sociedade Inter-
autonômicas. nacional de Cefaleia 1•2 afirma que seu diagnós-
Dor do ligamento do disco • A ligamentite tico deve obedecer aos seguintes critérios:
é um processo inflamatório que decorre de duas crises de cefaleia com características
tensão seguida de inflamação dos ligamentos semelhantes à enxaqueca, seguidas dentro de
discais a partir de macro ou microtraumas 4 dias por paralisia do Ili (mais comum), IV ou
(maloclusão), bruxismo e/ou de atos funcionais VI nervo craniano. Devem ser excluídas neo-
de grande magnitude que tentam deslocar o plasias como leucemia e linfoma, infecções
disco da cabeça da mandíbula. A dor prove- por HIV e sífilis, doenças inflamatórias não
niente dos ligamentos do disco é gerada pela infecciosas, como sarcoidose e síndrome de
estimulação de estruturas neurais que os iner- Tolosa-Hunt, e vasculares, como aneurisma da
vam. Clinicamente, a dor é de caráter intermi- artéria comunicante posterior. O tratamento
tente, aumentando pela máxima intercuspida- consiste no emprego de corticosteroide.
ção e reduzindo-se pela interposição dentária Esclerose múltipla (em placas) • Doença
de uma espátula. O quadro álgico pode estar crônica, de progressão lenta, do SNC do
relacionado ao aumento excessivo da pressão adulto jovem, de etiologia desconhecida.
interarticular passiva e à incompatibilidade Formam-se placas desmielinizantes dissemi-
estrutural entre as porções deslizantes. Pode-se nadas no SNC. Clinicamente, pode-se apresen-
observar também cocontração muscular pro- tar com alterações motoras, como paralisias
tetora e, em determinados casos, limitação dos espásticas e paresias. Pode acometer o ce-
movimentos mandibulares. Frequentemente, rebelo, gerando ataxia e nistagmo, entre ou-
não se observa a presença de efeitos excitató- tros. Também podem estar presentes altera-
rias centrais. O tratamento é dirigido à remo- ções sensoriais, disestesia, parestesia, dores
ção da causa para eliminar o quadro clínico faciais do tipo choque elétrico e/ou em quei-
presente. Pode-se indicar dieta líquida e pas- mação, acometendo bilateralmente os ramos
tosa, Aine, calor local, ultrassom, iontoforese do nervo trigêmeo, cuja duração é de minutos
e placas estabilizadoras nos casos de bruxismo e pode, inclusive, acordar o paciente. Altera-
e apertamento. Na ausência de sintomatologia, ções ópticas também são observadas, assim
recomenda-se reabilitação bucal à base de como distúrbios do comportamento. Depen-
ortodontia, prótese, implante, dentística ou da dendo da evolução do caso, o paciente pode
123
l-lemicrania paroxistica crônica lnfecção por HlV
tornar-se inválido, com grande dificuldade cos leves, agentes antivirais, spray à base de
de locomoção. fluormetano e corticosteroides.
Hiperplasia • Caracteriza-se pelo crescimen-
H to anormal dos ossos, podendo acometer o
crânio, em particular a cabeça da mandíbula
Hemicrania paroxística crônica • Variante ou o processo coronoide do osso temporal, ou
da cefaleia em salvas, mais comum em mu- eventualmente toda a mandíbula. Aumento do
lheres. Caracteriza-se por dor unilateral, or- número de células normais, não neoplásico, de
bital, temporofrontal, podendo acometer a caráter congênito ou adquirido. Quando inter-
orelha e até a região occipital. As crises de fere na função e/ou na estética é necessário
dor duram de 5 a 30 minutos, com média por adotar procediment os que vão desde recon-
volta dos 15 minutos. Sua frequência está na torno da cabeça da mandíbula, remoção da
casa de 15 a 30 crises diárias, que podem cabeça da mand íbu la com reconstrução com
eventualmente acordar o indivíduo. Estão pre- costela, f íbula, com interposição de fáscia ou
sentes sinais e sintomas autonômicos como musculotemporal e cartilagem da orelha até,
congestão da conjuntiva, rinorreia, ptose e em casos mais severos, o emprego de prótese
edema palpebral, alteração pupilar, sudorese de ATM. Nos casos de envolvimento do proces-
frontal e alterações cardíacas (bradicardia ou so coronoide, que limita a abertura da boca,
taquicardia). Tal cefaleia pode ser precipitada indica-se sua remoção. Quando envolve toda
pela flexão do pescoço e também pela sua a mand íbu la, recomenda-se sua diminuição,
rotação. O t ratament o de escolha é o uso de empregando cirurgia ortognática.
indometacina numa dose de 25 a 50 mg, em Hipoplasia • Desenvolvimento incompleto,
três tomadas diárias, ou o uso de costicoste- congênito ou adquirido que pode envolver um
roides, se necessário. ou mais ossos do crânio. No caso de a cabeça
Herpes-zóster auricular • Condição rara, da mandíbu la estar envolvida, pode ser secun-
normalmente unilateral, em que o agente vira i dário a um trauma facial. Os sinais mais fre-
herpes-zóster se instala em determinada raiz quentes são laterognatismo com presença de
ou gâng lio - no caso, junto ao componente maloclusão e micrognatia. A terapêutica nor-
sensitivo do nervo facial e no gânglio genicu- malmente envolve desde tratamento conser-
lado, respectivamente. Tal infecção virai pro- vador, como ortopedia funcional dos maxilares,
duz vesículas, que ocorrem cerca de 5 dias após para estimular ou acelerar o crescimento, até
o aparecimento do quadro álgico, rompendo- tratamentos mais complexos, como ortodon-
-se e produzindo lesões superficiais na orelha tia-cirurgia-ortodontia com enxerto costocon-
externa, no meato acústico externo, na área dral e/ou distração osteogênica.
mastoide e na membrana timpânica. No inte-
rior da cavidade bucal podem aparecer junto 1
ao palato mole, à fossa tonsilar e à região
anterior da língua. A dor é do tipo em choque Infecção por HIV • Pode se manifestar como
ou queimação, localizando-se na distribuição uma área de hipoestesia, ou parestesia facial
periférica do nervo afetado. O tratamento é ou oral, sem a presença de causa local, sem
sintomático, uma vez que tal patologia é au- mobilidade denta l e sem nenhum achado clí-
tolimitante. Podem ser empregados analgési- nico ou radiológico que justifique tal manifes-
124
Mioespasmo Neuralgia do nervo laríngeo superior
tação. Pode estar presente, por outro lado, um empregar gelo na forma de spray refrigerantes.
quadro de gengivite e/ou periodontite e, Éimportante identificar e eliminar o(s) fator(es)
neste caso, haver dor local ou mobilidade etiológico(s) e predisponente(s), como cantar,
dental. Tal alteração bucal pode ser resultado mergulhar, tensão emocional.
da infecção por HIV ou simplesmente uma Miosite • Condição inflamatória localizada
comorbidade. A atenção deve ser redobrada no interior do músculo, resultante de um pro-
nos casos em que o paciente é jovem e apre- blema local. Pode ter como causas trauma
senta dor do tipo choque elétrico que dura externo, estiramento muscular ou infecção
minutos, o acorda e aparece espontaneamen- dental. Na realidade, pode advir de cocontra-
te. Faz-se necessário um diagnóstico dife- ção muscular e mioespasmo que perduram por
rencial e encaminhamento a um especialista, longo período. Se essa condição persistir, o
ou tratamento multidisciplinar, empregando processo inflamatório pode gerar uma fibrose
neuromodulador (anticonvulsivante), antide- cicatricial no músculo contraturado. Clinica-
pressivo, opioide e um coquetel antivirai. mente o paciente se queixa de dor constante
de longa duração, edema e sensibilidade mus-
M cular à palpação. A dor ocorre em repouso
e se acentua com atos funcionais. Se a causa
Mioespasmo • Entidade rara cujo espasmo é infecciosa, observa-se linfoadenopatia re-
muscular é uma disfunção aguda muscular ou gional, febre, mal-estar e até mesmo supura-
de um grupo muscular que se manifesta por ção. Indicam-se antibioticoterapia associada
contração repentina, involuntária, ocasionando a analgésicos, sem uso de infiltração local,
dor e limitação de movimento. Apresenta co- massagem ou exercícios Quando há fatores
mo causas abertura bucal prolongada (sobres- predisponentes, como bruxismo ou aperta-
tiramento muscular), uso de medicamentos mento, podem ser indicados dispositivos inte-
(tranquilizantes), a partir de uma dor somática roclusais para prevenir a recorrência dessa
profunda (ponto-gatilho miofascial). Pode condição mais do que eliminar a miosite pro-
durar minutos e até dias. Clinicamente pode-se priamente dita.
observar importante limitação da abertura
bucal e maloclusão aguda, dependendo do N
músculo acometido. Quando o paciente apre-
sentar limitação da abertura bucal associada Neuralgia do nervo laríngeo superior • A
a dor na ATM, podem estar presentes dois neuralgia do nervo laríngeo superior também
problemas: espasmo massetérico e desloca- é uma condição rara. Esse nervo é ramo do
mento anterior do disco sem redução em fase vago que inerva o músculo cricotireóideo da
aguda. O tratamento baseia-se em não exceder laringe responsável pela adução, pela distensão
a abertura bucal (sem provocar dor), uso de e pelo tracionamento das pregas vocais. Ocor-
analgésicos, aplicação de calor local e massa- rendo paralisia de tal nervo, observam-se
gem, Tens, acupuntura, dispositivos interoclu- rouquidão e alteração da voz. A dor é unilate-
sais (no apertamento ou no bruxismo), blo- ral, paroxística, com duração de minutos a
queio muscular anestésico, sem vasoconstritor. horas. In icia-se na região submand ibular irra-
Todas essas terapêuticas podem produzir al- diando-se para a garganta, para os olhos e
gum alívio da dor. Em fase aguda, pode-se para a orelha. Édesencadeada por deglutição,
125
Neuralgia geniculada Neuralgia induzida por cavitação osteonecrótica
bocejo, tosse, espirros, assoar o nariz e rotação curta duração, segundos a poucos min utos,
da cabeça, onde está presente um ponto- desencadeada por deglutição, fala e mastiga-
-gati lho localizado na face lateral da gargan- ção, a pa rti r de pontos ou zonas-gatilho lo-
ta, sobre a membrana hipotireóidea. O trata- calizados na porção lateral e posterior da
mento preconizado inclui estabilizador(es) de língua e na fossa tonsilar. Tais áreas hipersen-
membrana neural(is), uso de bloqueios anes- síveis, quando estimuladas, produzem um
tésicos repetidos e neurectomia. padrão de dor para a orelha, base da língua,
Neuralgia geniculada • Condição rara, de- fossa tonsilar, ângulo mandibu lar e região
nominada neuralgia do nervo intermédio ou cervical. Quando há dúvida se é uma neura lgia
do VII par. Corresponde à porção sensorial do do IX ou do V par, podem ser empregadas as
nervo facia l, recolhendo a sensibilidade gera l seguintes medidas terapêuticas: a) imobiliza-
do meato acústico externo, parte do pavilhão -se a mandíbula, solicitando-se ao paciente
auricular e de pequena parte da pele localiza- que oclua sobre uma espátula, minimizando
da acima e atrás do lóbulo da orelha. Também o estím ulo de estruturas trigeminais e pedin-
pode ser sentida no palato e até mesmo na do que ele degluta. Caso a dor se manifeste,
língua. A dor apresenta paroxismos, com du- trata-se de neuralgia do glossofaríngeo; b)
ração de segundos a minutos, sentida profun- identificam-se previamente as áreas de gati-
damente na orelha e em sua porção posterior, 1ho neurálgicas e aplica-se anestésico tópico
bem como nas regiões zigomática, nasal pos- ou infi ltração anestésica sobre elas. A dor
terior, palatina e tonsilar. Concomitantemente, deve ser debelada prontamente. Imagens de
podem ser observadas alterações no gosto, ressonância mag nética nuclear devem ser
lacrimejamento e salivação. Tal quadro álgico feitas para excluir neoplasia de fossa pos-
está na dependência e na distribuição dos terior, do nasofaríngeo e anoma lias das arté-
pontos-gatilho neurá lgicos, junto às regiões rias vertebral ou basilar. Inicialmente o trata-
inervadas pelos seus ramos. Citem-se como mento deve ser clínico, farmacológico, similar
exemplos nervo petroso maior, nervo auricular ao adotado para a neura lgia trigeminai. No
posterior, nervo corda do tímpano e nervo caso de insucesso medicamentoso, pode-se
lingual. O diagnóstico pode ser confirmado indicar craniotomia da fossa posterior com
mediante a infiltração anestésica nos pontos- rizotomia do glossofaríngeo ou das raízes
-gati lho ou aplicação tópica de anestésico na superiores do X par.
região tonsilar eliminando transitoriamente a Neuralgia induzida por cavit ação osteone-
dor. O tratamento clínico é similar ao empre- crótica (Nico) • Descrita pela primeira vez
gado para a neuralgia trigeminai. Quando ta l por Ratner, em 1974.3 Patologia caracterizada
terapêutica não produz resultado, indica-se pela presença de lesões cavitárias, presentes
rizotomia neurocirúrgica via ângulo pontoce- na mandíbula e/ou na maxila, muitas vezes
rebelar para preservar o facial propriamente não detectáveis radiologicamente. Pode ori-
dito. Em alguns casos, pode-se fazer a neuro- ginar-se de um trauma (extração dentária,
tomia do corda do tímpano. endodontia e hemorragia alveolar secundária),
Neuralgia glossofaríngea • A neura lgia ou até mesmo de um processo infeccioso. A
glossofaríngea é uma condição rara, uni late- Nico tem sido apontada como causa frequen-
ra l, similar, quanto à natureza, à neura lgia te de neura lgias faciais envolvendo o territó-
trigeminai. Caracteriza-se por dor severa de rio trigeminai. Dor intensa, lancinante, do
126
Neuralgia occipital Neuralgia trigeminai
tipo choque elétrico, de curta duração, que afetada. A dor pode ser referida à região fron-
não acorda o paciente e, às vezes, tem caráter tal, parietal, aos globos oculares, ou se ma-
contínuo. Afeta mais as mulheres que os ho- nifestar localmente. A causa pode ser de ca-
mens, podendo desaparecer parcial ou total- ráter traumático, infeccioso, ou devida a uma
mente após bloqueio anestésico na área compressão nervosa. O diagnóstico diferencial
acometida pela dor. No exame neurológico, inclui pontos-gatilho miofasciais nos múscu-
os pares cranianos apresentam-se dentro de los esternocleidomastóideo, trapézio superior,
um padrão de normalidade. Tais áreas radio- esplênio da cabeça e semiespinal da cabeça,
lúcidas ósseas podem ser detectadas, ou não, neoplasia da fossa posterior e outras alterações
por radiografia periapical, panorâmica, tomo- da coluna cervical. O tratamento envolve a
grafia computadorizada, ressonância magné- definição do(s) fator(es) etiológico(s), quando
tica nuclear, mas o padrão-ouro é a cintilo- possível. Emprega-se desde tração mecâ-
grafia óssea. Pela falta de conhecimento dos nica manual suboccipital, bloqueios anesté-
profissionais de saúde, é denominada dor fa- sicos do nervo envolvido, neuromodulador(es)
cial atípica. Na realidade, é uma necrose is- em associação com antidepressivo(s), corti-
quêmica do osso alveolar. Estudos mais atuais costeroide, neurectomia do nervo occipital
descrevem os distúrbios da coagulação da até rizotomia da segunda raiz cervical por
medula óssea alveolar isquêmica como causa radiofrequência.
de cavitação osteonecrótica, podendo ser Neuralgia pré-trigeminai • Recebe essa
também o resultado de trombose com ou sem denominação uma vez que os pacientes por-
hipofibrinólise que produziria a obstrução dos tadores dessa dor neuropática acabam desen-
espaços vasculares, compromentendo o fluxo volvendo, posteriormente, a neuralgia trige-
sanguíneo na região. Poderia, portanto, ser minai clássica. Caracteriza-se por dor dental
tratada com o uso de varfarina ou estanozol. difusa, contínua, que se localiza na maxila ou
Outras opções terapêuticas seriam osteotomia na mandíbula. Não apresenta causa definida
regional e curetagem da área com dor, ou clínica ou radiológica (tomografia computa-
osteotomia associada à aplicação local de dorizada, ressonância magnética nuclear do
esponja gelatinosa absorvível associada à te- crânio e face normais) que justifique esse
traciclina, com tetraciclina e cefalexina, ou quadro álgico. A neuralgia pré-trigeminai tem
clindamicina com gentamicina. Há também a sido manejada adequadamente com o empre-
possibilidade de infiltrações locais com anti- go dos mesmos neuromoduladores uti lizados
biótico por um período de dois meses. A es- para a neuralgia trigeminai.
colha do tratamento depende de cada caso, Neuralgia trigeminai • A neuralgia trigemi-
da experiência do profissional, dos tratamen- nai (tic doloureux) é uma condição dolorosa
tos prévios, da extensão da área envolvida e que afeta unilateralmente a face em uma ou
do estado geral do paciente. Se a escolha for mais das três divisões do nervo trigêmeo. In-
a cirúrgica, deve-se encaminhar o tecido ósseo cide com maior frequência sobre a segunda
removido para exame anatomopatológico. divisão (V2), seguida da combinação da
Neuralgia occipital • Dor do tipo choque segunda e da terceira (V2 e V3), terceira divi-
elétrico que ocorre na distribuição dos nervos são sozinha (V3), sendo menos envolvida a
occipital maior e menor. Podem estar presentes primeira divisão (Vl). Acomete mais mulheres
hipoestesia, parestesia ou disestesia na área que homens com idade superior a 50 anos,
127
Neuralgia trigemina] Neurite
sendo o lado direito predominante. A dor é trocar o fármaco. Caso a resposta clínica com
lancinante, do tipo choque elét rico, podendo os medicamentos seja insatisfatória, ou de-
se apresentar em queimação, com duração de tecte- se por meio de ressonância magnética
•
segundos a at é poucos minut os. E desenca- nuclear (fiesta3D) na fossa média ou posterior
deada por estímulos tácteis não dolorosos, da base do crânio algum conflito neurovas-
como lavar e/ou secar o rosto, escovar os cu lar ou neoplasia, pode-se optar por pro-
dentes, fumar, assoar o nariz e movimentos cedimentos neurocirúrgicos nos quais as fibras
mandibu lares ou faciais, sobre pontos ou nervosas envolvidas próximas ou localiza-
zonas-gatilho localizadas na asa do nariz, no das no interior do gâng lio trigeminai são
lábio superior ou inferior, no mento, na por- traumatizadas, destruídas ou isoladas. As op-
ção latera l da sobrancelha, na gengiva, nos ções são rizotomias com insuflação de um
dentes e na porção latera l da líng ua. Rara- balão dimi nuto (microcompressão percutâ-
mente se apresenta bilateral, mas não de nea), termocoagu lação por radiofrequência ou
forma simu ltânea. Quando ocorre t al situação, com uso de substância como o glicerol e mais
deve-se pesquisar patologia sistêmica, como modernamente radiofrequência pu lsada. Uma
esclerose múltipla ou neoplasia cranial expan- alternativa às rizotomias é a descompressão
siva. Portanto, solicitar exames tomográficos da raiz dorsal e do gânglio trigeminai, proce-
e de ressonância magnética nuclear. Ocasio- dimento de grande porte, sendo indicado
nalmente, um ramo, como o auricu lotempora l preferencialmente em indivíduos jovens e que
(ramo de V3), pode estar envolvido, produzin- gozem de bom estado geral.
do otalgia e dor tempora l, podendo ser con- Neurite • Processo inflamatório que se pro-
fundida com odonta lgia (do terceiro molar duz diante de um agente traumático, infeccio-
superior ou inferior, com cárie ou quando ta l so, vira i ou metabólico em um ou mais nervos.
dente se encontra semi-incluso), neuralgia do A dor apresenta-se em queimação, constante,
geniculado, do glossofaríngeo, do laríngeo podendo envolver alterações sensitivas (hi-
superior, síndrome de Eag le, de Ernest e poestesia, hiperestesia, parestesia, disestesia e
disfunção temporomandibular. O bloqueio anestesia), motoras (fraqueza, mioespasmo e
anestésico, a idade, os testes funcionais e os paralisia) e autonômicas (hiperemia, lacrime-
exames radiológicos complementares podem jamento, escotoma). Quando envolve o nervo
elucidar o caso. O tratamento da neura lgia alveolar inferior pode referir dor a todos os
trigeminai pode ser farmacológico, empregan- dentes inferiores até a linha média. Quando
do-se estabilizadores de membrana de forma envolve o nervo alveolar superior posterior
única ou combinados, como carbamazepina, também pode referir dor aos molares superio-
oxicarbazepi na, gabapentina, pré-gabalina, res homolaterais. Pode ser de causa virótica,
baclofeno, fenitoína, topiramato e em asso- como do herpes-zóster, envolvendo o nervo
ciação com antidepressivos tricíclicos em facial e desencadear uma paresia/ou paralisia
baixas doses (amitripti lina). Tais medicamen- do VII nervo. A conduta é definir o(s) fator(es)
tos usados separadamente ou em combinação etiológico(s), bem como a região e o nervo
podem produzir efeitos colaterais, assim como envolvido. A seguir devem ser empregados
resistência do paciente. Por isso a terapêutica analgésicos, Aine, bloqueios anestésicos repe-
pode ser alterada com respeito à posologia e, tidos, antivirais e descompressão cirúrgica,
dependendo do resultado obtido, deve-se quando necessário.
128
Odontalgia atípica Osteoartrite primária
129
Osteoartrite secundária Retrodiscite
130
Síndrome da ardência bucal Síndrome de Barré-Liéou
131
Síndrome de dor complexa regional Síndrome de dor e disfunção miofascial
O tratamento consiste em orientar o paciente debele pode ser empregado de forma repetida.
quanto ao tipo e à altura do travesseiro, em- Outras modalidades de tratamento são infusão
prego de Tens, acupuntura, massagem, aplica- venosa de lidocaína ou fentolamina, bloqueio
ção de calor local, ultrassom, ondas curtas e venoso regional com guanetidina, clonidina,
alongamento da musculatura posterior da dexmedetomidina, reserpina ou corticoides.
cabeça. Pode-se também encaminhar o pa- Pode também lançar-se mão de neuromodu-
ciente a uma equipe multidisciplinar de dor ladores, como gabapentina, pré-gaba li na e até
para o respectivo tratamento. mesmo opioides.
Síndrome de dor complexa regional • A Síndrome de dor e disfunção miofascial •
síndrome de dor complexa regiona l (SDCR) Caracteriza-se pela presença de áreas sensíveis,
divide-se em dois grupos: tipo 1e tipo li. Essa denominadas pontos-gatilho miofasciais, lo-
nova nomenclatura veio a substituir, respecti- calizadas em uma banda muscu lar que se
vamente, a distrofia simpática reflexa e a apresenta tensa, sendo capazes de produzir um
causa lgia. Pode coexistir com edema local e padrão de dor local ou referida. Podem de-
alterações circulatórias e/ou atividade sudo- sencadear dor intensa, quando pressionados
motora anormal. Na do tipo 1parece não haver mono ou bidigitalmente, ou pela inserção de
uma causa, lesão nervosa, que a justifique. Na uma agulha. Quando se apresentam ativos, na
do tipo li, diferentemente, há uma lesão ner- maioria das vezes produzem quadros de disau-
vosa real, em que a dor não está limitada ao tonomia. Tais pontos álgicos podem ser encon-
território do nervo injuriado. Suas manifesta- trados em qualquer músculo esquelético do
ções ocorrem geralmente nas extremidades, corpo, mas com mais frequência na cabeça, no
embora sejam possíveis em outras regiões, pescoço e nos membros superiores. Podem ser
como na face, na região zigomática ou no classificados basicamente em três categorias:
maxilar. A dor é do tipo em queimação, lanci- latentes, ativos e satélites. Os latentes são
nante, com alodinia e hiperalgesia, exacerban- clinicamente assintomáticos com respeito à
do-se quando há aumento de temperatura, dor espontânea, sendo doloridos só quando
estresse emocional e contato com a parte palpados. Podem permanecer inativos por
afetada. Sua fisiopatologia permanece indefi- anos, sendo ativados mediante trauma, expo-
nida, podendo ser de caráter periférico ou sição ao frio e ao próprio estresse. Não apre-
mediada centralmente. Ocorre com maior sentam um padrão de dor referida a menos que
prevalência no sexo feminino, na proporção de sejam estimu lados pela introdução de uma
3 :1, acima dos 40 anos de idade. Sua manifes- agulha em seu interior. Os ativos apresentam-
tação na região da cabeça e do pescoço é rara. -se sintomáticos com respeito à dor, irradian-
O diagnóstico pode ser obtido por termografia, do um padrão desta a distância (dor referida).
que possibilita determinar a diferença de tem- Quanto mais ativo for o ponto, maior será a
peratura entre a região envolvida e a assinto- resposta muscular local. Já os satélites desen-
mática contralateral. O tratamento envolve volvem-se no múscu lo que se encontra na
acompanhamento psiquiátrico e/ou psicológi- zona de dor referida de outro ponto-gatilho
co, emprego de bloqueio simpático do gânglio miofascial. Podem exibir características de
estrelado, que indica ou não o envolvimento pontos-gatilho latentes ou ativos, sobrepu-
do componente simpático na dor, e caso a jando o padrão de dor, o que dificulta o es-
132
Síndrome de Eagle Síndrome de Frey
tabelecimento exato de sua origem. Quanto que aumenta pela deglutição, pela fala e pela
à prevalência, acomete mais mulheres que mastigação. Quando está presente um fator
homens, sendo geralmente unilateral. Sua etiológico, este se relaciona à tonsilectomia.
etiologia é multifatorial, podendo estar rela- Clinicamente, a dor aumenta pela rotação da
cionada à presença de um macrotrauma, como cabeça para o lado assintomático, pela palpa-
injúria física diretamente no músculo (queda, ção do pilar tonsilar, sendo eliminada transito-
soco, acidente automobilístico, incisão cirúr- riamente pela sua infiltração local anestésica.
gica). Pode também ser decorrente de um Radiografia panorâmica ou tomografia com-
microtrauma (hiperatividade muscular - bru- putadorizada no plano frontal pode revelar a
xismo), produzindo contração muscular con- presença do processo estiloide alongado e, quan-
tínua. Para que se estabeleça uma banda do calcificado, o seu tipo e grau. O tratamento
muscular tensa, tem de haver tensão nos de eleição é o cirúrgico com a remoção deste.
músculos capaz de levar ao rompimento do Síndrome de Ernest • Síndrome que consiste
retículo sarcoplasmático, resultando na 1ibe- no alongamento ou na calcificação do liga-
ração de íons cálcio. Na presença de ATP, o mento estilomandibular, que se caracteriza por
cálcio livre poderá ativar o mecanismo de disfagia, garganta irritada ou dor infra-auri-
contratilidade do complexo actina-miosina. Se cular, difusa para a mandíbula, ATM e região
tal fenômeno se processa em um grupo de temporal e cervical. A dor é unilateral, do tipo
fibras musculares, temos como resultado um pulsátil, que pode aumentar com movimentos
ponto-gatilho miofascial. O meio de identifi- protrusivos, mastigatórios e pela palpação da
cação mais frequente é a palpação através do fossa tonsilar. Tal patologia relaciona-se a
dedo médio, ind icador e auxílio do polegar, trauma automobilístico ou mandibular. A dor
reproduzindo o padrão de dor do paciente, que pode ser aliviada pela infiltração local anesté-
normalmente está associado a uma resposta sica da loja tonsilar. Radiografia panorâmica
muscular local - sinal de pulo. O tratamento ou tomografia computadorizada no plano
de pacientes com síndrome de dor e disfunção frontal pode revelar a presença do processo
miofascial tem sido discutido extensivamente estiloide alongado, o tipo e o grau de calcifi-
durante os últimos 50 anos. Meios físicos, cação. O tratamento inicial constitui-se de
como calor superficial, compressas quentes; dieta líquida e pastosa, diminuição dos movi-
profundo, como ultrassom e laser, frio, cubos mentos mandibulares, uso de ana lgésicos,
de gelo, spray vapocolante à base de cloreto anti-inflamatórios, calor ou gelo local e acu-
de etila e clorometano; correntes elétricas; puntura. Caso a resposta terapêutica seja in-
acupuntura, agulhamento seco; dispositivos satisfatória, pode-se lançar mão de injeção
interoclusais; infiltração anestésica e de toxina local de corticoide associado a anestésico local
botulínica-A têm sido indicados. junto ao ligamento estilomandibular.
Síndrome de Eagle • Síndrome que consiste Síndrome de Frey • Também conhecida como
no alongamento ou na calcificação do ligamen- síndrome do auriculotemporal, do suor gusta-
to estilo-hioide, acima de 2,5 cm, caracterizado tório, síndrome de Dupuy, síndrome de Baillar-
por disfagia, garganta irritada, cefaleia ou dor ger. Neuropatia vegetativa que apresenta como
difusa para a língua, ATM, têmpora e região etiologia uma lesão do nervo auriculotemporal
cervical. A dor é unilateral, do tipo neurálgica, (NAT) ou uma irritação de suas fibras vegeta-
133
Síndrome de Gradenigo Síndrome paratrigeminal de Raeder
tivas ao longo de seu trajeto. Está associada, sistêmica, anti-histamínicos, radioterapia, qui-
em recém-nascidos, ao emprego de fórceps mioterapia e técnicas mais radicais, como a
durante o parto (trauma). Nos demais pa- ressecção intracraniana do nervo glossofarín-
cientes, está associada a abordagem cirúrgica geo e seus ramos anastomóticos. At ualmente
como da glându la submandibular, retroman- tem-se empregado toxina botulínica do tipo A
dibular ou pré-auricular em fraturas da cabe- com excelente resultado.
ça da mandíbula, em casos de parotidectomia, Síndrome de Gradenigo • Complicação rara
remoção da glândula submandibu lar e em de otit e média com otorreia purulenta, parali-
paciente com diabete melito. Clinicamente sia de nervo abducente e dor na área de iner-
observam-se hiperestesia, rubor, aumento de vação do nervo trigêmeo, principalmente dos
temperatura e sudorese na região de distribui- ramos oftálmico e maxilar. A etiologia está
ção do nervo auriculotemporal e/ou do nervo relacionada com uma infecção que se dissem i-
•
auricular maior. E desencadeada por alimen- na da orelha média até o ápice da porção pe-
tação, sucção, ou simplesmente por ativação trosa do osso temporal através das cél ulas
dos órgãos do sentido, como odor, visão e ósseas aeradas. O tempo do início da otite até
audição. O NAT é composto por diferentes fi- o envolvimento dos nervos cranianos pode
bras nervosas; aferentes, sensitivas e eferentes, variar de 7 a 60 dias. Os agentes patogênicos
vegetativas. A primeira recolhe a sensibilidade mais frequentes são Streptococcus hemolít icos,
da porção posterior tanto medial como lateral pneumococos e Staphylococcus aureus. Em
da articulação temporomandibular, assim co- casos crônicos pode-se encontrar Pseudomonas
•
mo sua propriocepção e nocicepção. Erespon- aerugínosa. O diagnóstico baseia-se na história
sável t ambém pela sensibilidade da orelha associada à otoscopia, swab da secreção, aná-
média, da membrana timpânica, do ligamento lise do líquido cerebrospinal, tomografia com-
anterior do martelo, da porção anterior da putadorizada e ressonância magnética nuclear
cóclea, do meato acústico externo e da pele da T1 e T2, com substância paramagnética. O tra-
região do pavilhão da orelha e temporal. A tamento inicial é conservador com uso de an-
última compreende os componentes eferentes tibióticos de amplo espectro, ou antibiótico
parassimpático e simpático da ATM, o paras- associado a miringotomia. Nos casos crônicos,
simpático da glândula parótida, o componen- ou quando a terapia conservadora não produziu
te simpático das artérias meníngea média, bons resultados, opta-se pela mastoidectomia.
timpânica anterior, temporal superficial e, fi- Síndrome paratrigeminal de Raeder • Dor
nalmente, do componente simpático e paras- unilateral, norma lmente envolvendo a divisão
simpático das artérias da região tempora l e do oftálmica do V nervo craniano, localizada na
pavilhão auricular. O possível meca nismo en- região frontal e orbital, acometendo quase ex-
volvido na síndrome de Frey é uma injúria ao clusivamente indivíduos do gênero mascu lino.
NAT que desencadeia uma regeneração anô- Clinicamente, está presente uma paralisia ocu-
mala que une as fibras parassimpáticas com as lossimpática (miose e semiptose palpebral).
simpáticas. Isso resu lta em vasodilação e hipe- A dor tem um caráter consta nte, com duração
ridrose, ao contrário da produção de saliva. O de horas, estando envolvidos em sua gênese e/
tratamento inclui o emprego de fármacos ou manutenção: trauma craniano, neoplasias
anticolinérgicos de forma tópica e por via da fossa média da base do crânio ou do seio
134
Síndrome pescoço-língua SUNCT
cavernoso e dissecção da artéria carótida além da translação máxima, gera ndo trismo
interna, ent re outros. A terapêutica envolve muscular; a rotação posterior do disco impede
a remoção do(s) fator(es) etiológico(s) e/ou o fechamento bucal. Pode advir, também, de
emprego de analgésicos, anti-inflamat órios, alteração estrutural do tubérculo articular,
corticosteroides, antidepressivos, relaxante em que seu declive posterior é inclinado e
muscular, bloqueio do gânglio esfenopalatino curto, ao passo que o declive anterior se apre-
. .
e c1ru rg1a. senta alongado. Clinicamente, os pacientes
Síndrome pescoço-língua • Distúrbio raro no relatam estalido (ruído seco) com desvio da
qual está presente uma dor uni lateral na por- linha média durante a abertura buca l, retor-
ção superior do pescoço que dura de segundos nando, conforme a cabeça da mandíbula se
a minutos. Apresenta padrão heterotópico, mover sobre o tubércu lo articu lar. O desvio é
referindo à orelha. Sobreposta à dor há pares- tanto mais visível quanto maior for a abertura
tesia ou sensação de movimento involuntário bucal máxima. Não se verifica dor a não ser
da metade ipsilateral da língua. A rotação súbita que se instale um quadro de sinovite, capsuli-
da cabeça gera o ataque no lado contralateral te, ligamentite ou retrodiscite, ou quando tal
ao da rotação. Podem ainda ser observadas al- movimento for frequente, podendo evoluir
terações sensoriais da orofaringe seguidas de para desloca menta (travamento aberto). O
disfagia. O possível mecanismo envolvido abran- tratamento é basicamente clínico com moni-
ge a compressão do ramo ventral de C2 devido toração da abertura bucal pelo próprio pa-
à subluxação da articulação atlantoaxial late- ciente (reeducação).
ral, o que gera dor occipital. A estimulação das SUNCT • Cefaleia rara cuja etiologia e fisio-
fibras aferent es da língua que trafegam por patologia são mal compreendidas. Predomina
C2, com conexões entre o nervo lingua l e o em indivíduos do sexo masculino, numa pro-
hipoglosso, ocasionam os sintomas sensitivos porção de 5:1, por volta dos 50 anos. Costuma
da língua. Grande parte dos indivíduos por- ocorrer com maior frequência durante o dia,
tadores dessa síndrome tem patologia signifi- raramente à noite. Cada letra tem um signifi-
cativa da articulação atlantoaxial, estando cado em inglês: Short-lasting - cefaleia breve;
associada também em pacientes com artrite Unilateral- unilateral; Neuralgiform - do tipo
reumatoide ou lassidão articular congênita. O neuralgiforme; Conjunctival injection - com
tratamento preconizado é o conservador, com injeção conjuntiva! e Tearing - lacrimeja men-
emprego de analgésicos, relaxantes muscula- ta. Ou seja, cefaleia neuralgiforme com crises
res, esteroides, antidepressivos, neuromodula- de curta duração, unilatera l, com injeção con-
dores, manipu lação manua l da região cervica l, juntiva 1 e la cri mejamento. Caracteriza-se por
colar cervical e infiltrações locais. crises de dor orbital, supraorbital ou temporal,
Subluxação • Movimento do conjunto cabe- em choque elétrico, em facada ou pu lsátil, uni-
ça da mandíbula/disco, ou só da cabeça da lateral, que dura de 5 segundos a 4 minutos.
mandíbu la, além do tubércu lo articular, sendo Nas crises de dor, há aumento da pressão in-
reduzido espontaneamente pelo próprio pa- traocu lar no lado sintomático e edema palpe-
ciente. Quanto à etiologia, pode advir de bral, porém não são observa-das alterações no
ampla abertura bucal (bocejo), de hiperexten- diâmetro pupilar. Não há período refratário após
são do complexo disco/cabeça da mandíbu la, as crises, sendo a dor deflagrada pelo estímu lo
135
SUNCT Tendinite retrofaríngea
REFEREN ClAS
1. Monzillo PH, Saab VM, Protti GG, SanvitoWL. 3. Grossmann E, Cousen TB, Grossmann TK, Berzin
Ophthalmoplegic migraine: case report. Arq F. Neuralgia induzida por cavitação osteonecró-
Bras. Oftalmol. 2006;69(5):737-9. tica. Revist a Dor. 2012;13(2) :156-64.
2. lnternational Headache Society. lhe interna-
tional dassification of headache disorders. 2nd
ed. Cephalalgia. 2004;24(Suppl 1):58-5160.
l.ElTURAS SUGERlDAS
Adelman JU, Adelman RD. Current options for t he regenerated nerve fibres. J Am Med Assoe. 1956;
prevention and treatment of migraine. Clin Ther. 160(4) :272-7.
2001 ;23(6):772-88. Bailey DR. Tension headache and bruxism in the sleep
Adams WR, Spolnick KJ, Bouquot JE. Maxillofacial os- disordered patient. Cranio. 1990;8(2):174-82.
teonecrosis in a patient with multiple facial pains. J Beck SA, Burks AW, Woody RC. Auriculotemporal
Oral Pathol Med. 1999;28:423-32. syndrome seen cl inically as food allergy. Pediatrics.
Al-Ammar A. Recurrent temporal petrositis. J Laryn- 1989;83(4):601-3.
gol Otol. 2001;115(4):316-8. Beloniel R, Sharav Y. SUNCT syndrome and literature
Al-Hadith i BA, Mitchell J. lhe otic ganglion and its review. Oral Surg. 1998;85:158-61.
neural connections in the rat.J Anat. 1987;154:113-9. Benoliel R, Sharav Y. Trigeminai neuralgia w ith la-
Aliam A, Schucknecht H. Pathology of petrositis. crimation or SUNCT syndrome? Cephalalgia. 1998;
Laryngoscope.1968;78 :1813-32. 18(2):85-90.
Ardner WJ, Mccubbin JW. Auriculotemporal syn- Bendtsen L, Jensen R. Amitriptyline reduces myofas-
drome: gustatory sweating due to misdirection of cial tenderness in patients with chron ic tension-type
headache. Cephalalgia. 2000;20(6):603-10.
136
Leituras sugeridas
Bertolotti G, Vidotto G, Sanavio E, Frediani F. Psycho- Carlson CR, Okeson JP, Falace DA, Nitz AJ, Curran SL,
logical and emotional aspects and pain. Neural Sei. Anderson D. Comparison of psychologic and physio-
2003;24(2 Suppl):71-5. logic functioning between patients with masticatory
Black DF, Dodick DW. Two cases of medically and sur- muscle pain and matched contrais. J Orofac Pain.
gically intractable SUNCT: a reason for caution and 1993;7(1):15-22.
an argument for a central mechanism. Cephalalgia. Carlson C, Bertrand P, Ehrlich AD, Maxwell AW,
2002;22(3):201-4. Burton RG. Physical self-regulation training for the
Bouquot JE, Roberts AM, Person P, Christian J. Neu- management of temporomandibular disorders. J
ralgia-inducing cavitational osteonecrosis (NICO) : Orofac Pain. 2001 ;15(1):47-55.
osteomyelitis in 224 jawbone samples from patients Chole R, Donald P. Petrous apicitis: clinicai consider-
with facial neuralgias. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. ations. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1983;92:544-51 .
1992;73(3) :307-19. Clayman MA, Clayman SM, Seagle MB. A review of
Bouquot JE. ln review of NICO (Neuralgia-lnducing the surgical and medical management of Frey
Cavitational Osteonecrosis), the invisible "osteomy- Syndrome. Ann Plast Surg. 2006;57 :581-4.
elitis" of the jaws. Proceedings of Parker Mahan ln- Collares MV, Grossmann E. Long-lasting bilateral
ternational Conference on Facial Pain. Gainesville: dislocation of the temporomandibular joint. Braz J
Pantke lnstitute; 1994. Craniomaxillofacial Surg. 2000;3:29-32.
Bouquot JE, Christian J. Long-term effects of jaw- Dalessio DJ, Silberstein SD. Wolffs headache and
bone curettage on the pain of facial neuralgia. J Oral other head pain. 6t h ed. New York: Oxf ord University
Maxillofac Surg. 1995;53(4):387-97. Press; 1993.
Bouquot JE, Mcmahon RE. lschemic osteonecrosis in Davé A, Diaz-Marchan P, Lee A. Clinicai and magnetic
facial pain syndromes: a review of NICO (neuralgia- ressonance imaging features of gradenigo syndrome.
inducing cavitational osteonecrosis) based on expe- Am J Ophtalmol 1997;124(4):568-70.
rience with more than 2,000 patients. TMDiary. De Leeuw R. Orofacial pain: guidelines for classifica-
1996;8:32-9. tion, assessment. and management. 4th ed. Chicago:
Bouquot JE, Lamarche MG. lschemic osteonecrosis Ouintessence; 2008.
under fixed partial denture pontics: radiographic and Devor M, Amir R, Rappaport ZH. Pathophysiology of
microscopic features in 38 patients with chronic trigeminai neuralgia: the ignition hypot hesis. Clin
pain. J Prosthet Dent. 1999;81 :148-58. J Pain. 2002;18(1):4-13.
Bouquot JE, Mcmahon RE. Neuropathic pain in max- Dizon MV, Fisher G, Jopp-Mckay A, Treadwell PW,
illofacial osteonecrosis. J Oral Maxillofac Surg. 2000; Paller AS. Localized facial flushing in infancy. Auricu-
58:1003-20. lotemporal nerve (Frey) syndrome. Arch Dermatol.
Bouquot JE, Adams W, Spolnik K. Technetium-99 m 1997 ;133(9):1143-5.
MDP (tech99) radioisotope scans and bane biopsies Drummond PD, Boyce GM, Lance JW. Postherpetic
in 56 pat ients with chronic facial pain. Oral Surg Oral gustatory flushing and sweating. Ann Neural. 1987;
Med Oral Pathol Oral Radial Endod. 2001 ;92:543. 21 :559-63.
Brandt KD, Dieppe P, Radin E. Etiopathogenesis of Dunbar EM, Singer TW, Singer K, Knight H, Lanska D,
osteoarthritis. Med Clin North Am. 2009;93(1 ):1-24. Okun MS. Understanding gustatory sweating. What
Burton MJ, Brochwick-Lewinski M. Lucia Frey and the have we learned from Lucja Frey and her predeces-
auriculotemporal nerve syndrome. J of the Royal Soe sors? Clin Auton Res 2002; 12(3):179-84.
of Medic. 1991 ;84:619-20. Ekstrõm J. Non-adrenergic, non-cholinergic reflex
Celik SE, Kocaeli H, Cardan T, Bekar A. Trigeminai secretion of parot id saliva in rats elicited by mast ica-
neuralgia dueto cerebellopontine angle lipoma. Case tion and acid applied on the tangue. Exp Physiol.
illustration. J Neurosurg. 2000;92(5):889. 1998 ;83 :697-700.
137
Leituras sugeridas
Ekstrêim J, Emmelin N. The seeretory innervation of Glueck CJ, McMahon R, Bouquot J, Tracy T, Sieve-
the parotid gland of the eat: an unexpeeted eompo- Smith L, Wang P. A preliminary pilot study of treat-
nent. QJ Exp Physiol Cogn Med Sei. 1974;59:11-7. ment of thrombophilia and hypofibrinolysis and
Eliav E, Herzberg U, Ruda MA, Bennett GJ. Neuro- amelioration of the pain of osteonecrosis of the jaws.
pathie pain from an experimental neuritis of the rat Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial Endod.
sciatie nerve. Pain. 1999;83(2):169-82. 1998;85( 1) :64-73.
Eliav E, Kamran B, Sehaham R, Czerniski R, Graeely Glueck CJ, McMahon RE, Bouquot JE, Triplett D,
RH, Benoliel R. Evidenee of ehorda tympani dysfune- Gruppo R, Wang P. Heterozygosity for the Leiden mu-
tion in patients with burning mouth syndrome. J Am tation V gene, a common pathoetiology for osteo-
Dent Assoe. 2007;138(5):628-33. necrosis of the jaw with thrombophilia augmented
Emmelin N. Degeneration seeretion from parotid by exogenous estrogens. J Lab Clin Med. 1997;
glands after seetion of the auriculotemporal nerves 130(5):540-3.
at di fferent leve Is. J Physiol. 1968; 195:407-18. Goadsby PJ, Matharu MS, Boes CJ. SUNCT syndrome
Emmelin N. Nerve interactions in salivary glands. or trigeminai neuralgia with lacrimation. Cephalalgia.
J Dent Res. 1987;66:509- 17. 2001 ;21 :82-3.
Fernández PR, De Vasconsellos HA, Okeson JP, Bastos Goldstein BH, Epstein JE. Unconventional dentistry:
RL, Maia ML The anatomical relationship between part IV unconventional dental practices and pro-
the position of the auriculotemporal nerve and man- ducts. J Can Dent Assoe. 2000;66:564-8.
dibular condyle. Cranio. 2003;21 (3):165-71. Goldstein OS, Pechnik S, Moak J, Eldadah B. Painful
Fields HL, Rowbotham M, Baron R. Postherpetic neu- sweating. Neurology. 2004;63(8):1 471 -5.
ralgia: irritable nociceptors and deafferentation. Gomez-Arguelles JM, Dorado R, Sepulveda JM,
Neurobiol Ois. 1998;5(4):209-27. Herrera A. Arrojo FG, Aragón E, et ai. Oxcarbazepine
oral care. Dent Update. 2002;29(6):273-83. geminai neuralgia. J Clin Neurosci. 2008;15(5):516-9.
Gillanders D. Gradenigo's syndrome revisited. J Gordon AB, Fiddian RV. Frey's syndrome after parotid
Gilron 1, Bailey JM, Tu D, Holden RR, Jackson AC, Graaf J, Cats H, De Jager A. Gradenigo's syndrome: a
Houlden RL Nortriptyline and gabapentin, alone and rare complication of otitis media. Clin Neural Neuro-
in combination for neuropathic pain: a double-blind, surg. 1988;90(3):237-9.
randomised controlled crossover triai. Lancet. 2009; Graff-Radford SB, Solberg WK. Atypical odontalgia.
374(9697):1252-61. J Craniomandib Disord. 1992;6(4):260-5.
Glaros AG, Burton E. Parafunctional clenching, pain, Griffiths RH. Report of the president's conference on
and effort in temporomandibular disorders. J Behav examination, diagnosis and management or tem-
Med. 2004;27(1 ):91-100. poromandibular disorders. J Am Dent Assoe. 1983;
06:75-7.
Glueck CJ, McMahon RE, Bouquot JE, Stroop D, Tracy
T, Wang P, et ai. Thrombophilia, hypofibrinolysis and Grossmann E, Primo BT, Cardinal L. Ramsay hunt syn-
osteonecrosis of the jaws. Oral Surg Oral Med Oral drome: a case report. lntern J Dent. 2011 ;10:42-4.
Pathol Oral Radial Endod. 1996; 81(5):557-66. Grossmann E, Grossmann TK. Cirurgia da articulação
Glueck CJ, McMahon RE, BouquotJE, Khan NA, Wang temporomandibular. Rev Dor. 2011 ;12:152-9.
P. T-786C polymorphism of the endothelial nitric ox- Grossmann E. Exame do paciente com disfunção tem-
.
ide synthase gene and neuralgia-inducing cavita- poromandibular. Ambito Hospitalar. 2011 ;207:37-43.
tional osteonecrosis of the jaws. Oral Surg Oral Med Grossmann E. Dor facial; diagnóstico e tratamento.
Oral Pathol Oral Radial Endod. 2010;109(4):548-53. Âmbito Hospitalar. 2009;01 :67-75.
138
Leituras sugeridas
Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São styloid process: a case report. Braz J Craniomaxillof
Paulo: Ou intessence; 2008. Surg. 1999;2:25-7.
Grossmann E, Collares MV. Odontalgia associate to Grossmann E, Volkweis MR, Flores JA. Luxação ante-
the myofascial pain and dysfunction. Braz J of rior irredutível do disco articular: uma nova proposta
Cran iomaxillof Surg. 2006;9:19-24. terapêu tica. Revista Gaúcha de Odontologia. 1998;
Grossmann E. Neuralgia trigeminai simulando a sín- 46:50-4.
drome de dor e disfunção miofascial. Revista Dor. Grossmann E, Martelete M. Trigeminai neuralgia
2004;5:379-84. (Tic Douloreux) mimicking toothache. Braz Endod
Grossmann E. Hiperplasia do processo coronóide da J. 1998;3 :55-8.
mandibula. Revista Dor. 2001 ;32:69-72. Grossmann E, Paiano G. Eagle's syndrome: a case re-
Grossmann E. Luxação aguda da articulação tem - port. Cranio. 1998;16(2):126-30.
poromandibular em paciente portador de síndrome Grossmann E, Collares MV, Silva AL Neuralgia trigem-
da imunodeficiência adquirida. Rev Sim bidor. 2001; inai: relato de um caso com duração de vinte anos.
2:97-100. Revista de Medicina ATM. 1997;3:199-201.
Grossmann E, Collares MV. Minimally invasive the- Grossmann E, Fabiano RP, Girard L Odontalgia atípi-
rapy in the treatment of disk displacement without
ca: relato de caso. Alcance (UNIVALI). 1997;3:65-7.
reduction: mandibular manipulation assisted by in-
Grossmann E. Tratamento clínico de luxação medial
creased hydraulic pressure. Braz J Craniomaxill Surg.
irred utível de disco articular. Revista da Faculdade de
2001 ;4:22-8.
Odontologia de Universidade de Passo Fundo. 1997;
Grossmann E. O uso de atrocentese e da lavagem
2:17-22.
articulação temporomandibular em pacientes com
Gruppo R, Glueck CJ, McMahon RE, Bouquot J,
deslocamento anterior do disco sem redução. Rev
Rabinovich BA, Becker A, et ai. The pathophysiology
Dor. 2001 ;3:97-102.
of osteonecrosis of the jaw: anticardiolipin antibo-
Grossmann E. O uso de toxina botulínica: a no tra-
dies, thrombophilia, and hypofibrinolysis. J Lab Clin
tamento de ponto gatilho miofascial localizado no
Med. 1996;127(5) :481-8.
feixe inferior do músculo pterigóideo lateral. Rev Dor.
Grushka M. Clinicai featu res of burning mouth
2001 ;3:132-4.
syndrome. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.
Grossmann E. Uma proposta de um curso de pós-
1987;63(1) :30-6.
graduação em dor orofacial e disfunção temporo-
Grushka M, Epstein JB, Gorsky M. Burning mouth
mandibular. JBA. 2001 ;3:258-62.
syndrome: differential diagnosis. Dermatol Ther.
Grossmann E, Collares MV. Arthrocentesis and la-
2002;15:287-91.
vage in the treatment of articular disk displacement
without reduction. Braz J Craniomaxillof Surg. Grushka M, Bartoshuk L Burning mouth syndrome
Grossmann E, Martelete M. Use of 20/o lidocaine hy- Grushka M, Ching WJ, Epstein JB, Gorsky M. Radio-
drocloride without vasoconstrictor in the treatment graphic and clinicai features of temporomand ibular
of posttraumatic myofascial pain dysfunction syn- dysfunction in patients following indirect trauma: a
drome. Braz Endod J. 2000;4:33-6. retrospective study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol
Grossmann E. Uso de manipulação assistida com au- Oral Radial Endod. 2007;104(6) :772-80.
mento de pressão hidrostática no tratamento de Gulekon N, Anil A, Poyraz A, Peker T, Turgut HB,
deslocamento irredu tível do disco articular. Revista Karakõse M. Variations in the anatomy of t he auricu-
Dor. 2000;2:1 2-7. lotemporal nerve. Clin Anat. 2005;18(1):15-31.
Grossmann E, Martelete M, Collares MV. Eagle's syn- Gutierrez-Garcia JM. SUNCT syndrome responsive to
drome associated with an accidental fracture of the lamotrigine. Headache. 2002;42;823-5.
139
Leituras sugeridas
Gutierrez LM, Grossmann TK, Grossmann E. Desloca- li. Changes in heart rate and arterial blood pressure
mento anterior da cabeça da mandíbula: diagnóstico during pain paroxysms. Headache. 1991 ;31 (6):399-405.
e tratamento. Revista Dor. 2011 ;2:64-70. Labarta N, Olaguibel JM, Gómez B, Lizaso MT, García
Haanpaa ML Gourlay GK. Kent JL, Miaskowski C, BE, Echechipia S, et ai. Síndrome dei nervio auricu-
Raja SN, Schmader KE, et ai. Treatment consider- lotemporal. Diagnóstico diferencíal con alergia ali-
ations for patients with neuropathic pain and other mentaria. Alergol lnmunol Clin. 2002;17:223-6.
medical comorbidities. Mayo Clin Proc.. 2010;85 Laccourreye O, Muscatello L Gutierrez-Fonseca R,
(3 Suppl):Sl 5-25. Seckin S, Brasnu D, Bonan B. Severe Frey syndrome
Hannerz J, Lindderoth B. Neurosurgical treatment of after parotidectomy: treatment with botulinum neu-
short-lasting, unilateral, neuralgiform hemicrania rotoxin type A. Ann Otolaryngol Chir Cervicofac.
with conjunctival injection and tearing. Headache. 1999;116(3): 137-42.
2003;43:429.
Lain AH, Caminero AB, Pareja JA. SUNCT syndrome;
Hardjasudarma M, Edwards R, Ganley J, Aarstad RF. absence of refractory periods and modulation of at-
Magnetic resonance imaging featu res of Gradenigo's tack duration by lengthening of the trigger stimuli.
syndrome. Am J Otolaryngol. 1995;16(4):247-50. Cephalalgia. 2000;20:671 -3.
Hawkes C. Anatomy and physiology of the taste. ln:
Lambert GA, Zagami AS. lhe mode of action of mi-
Hawkes C. Smell and taste complaints. London: El-
graine triggers: a hypothesis. Headache. 2009;49(2):
sevier; 2002. p. 123-31.
253-75.
Holte KA, Vasseljen O, Westgaard RH. Exploring per-
Lamey PJ, Lamb AB, Lamey PJ. Prospective study of
ceived tension as a response to psychosocial work stress.
aetiological factors in burning mouth syndrome. Br
Scand J Work Environ Health. 2003;29(2):124-33.
Med J. 1988;296(6631):1243-6.
Homer J, Johnson 1, Jones NS. Middle ear infection and
Landis BN, Scheibe M, Weber C, Berger R, Brlimerson
sixth nerve palsy. J Laryngol Otol. 1996;110(9):872-4.
A, Bende M, et ai. Chemosensory interaction: ac-
lto J, Oyagi S, Honji 1. Autonomic innervation in the
quired olfactory impairment is associated with de-
middle ear and pharynx. Acta Otolaryngol Suppl.
creased taste function. J Neurol. 2010;257(8):1303-8.
1993;506:90-3.
Laskawi R, Drobick C, Schonebeck C. Up-to-date re-
lversen HK, Langemark M, Andersson PG, Hansen PE,
port of botulinum toxin type A treatment in patients
Olesen J. Clinicai characteristics of migraine and ten-
with gustatory sweating (Frey's syndrome). Laryngo-
sion-type headache in relation to new and old diag-
scope. 1998;108:381-4.
nostic criteria. Headache 1990;30(8):514-9.
Lipton RB, Bigal ME, Steiner TJ, Silberstein SD, Olesen
Jensen TS, Madsen CS, Finnerup NB. Pharmacology
J. Classification of primary headaches. Neurology.
and treatment of neuropathic pains. Curr Opin Neu-
2004;63(3) :427-3 5.
rol. 2009;22(5):467-74.
Lipton RB, Bigal ME, Diamond M, Freitag F, Reed ML,
Johnson IJ, Birchall JP. Bilateral auriculotemporal
Stewart WF. Migraine prevalence, disease burden,
syndrome in childhood. lnt J Pediatr Otorhinolaryn-
gol. 1995;32:83-6. and the need for preventive therapy. Neurology.
2007;68(5):343-9.
Klasser GD, Okeson JP. lhe clinicai usefulness of sur-
face electromyography in the diagnosis and treat- Llanos De La Torre M, Vázquez Doval FJ. Síndrome de
ment of temporomandibular disorders. J Am Dent Frey o síndrome dei nervio auriculotemporal. Ped Rur
Assoe. 2006;137(6):763-71. Ext 2004;34(318):45-6.
Kruszewski P, Fasano ML Brubakk AO, Shen JM, Sand T, Love S, Coakham HB. Trigeminai neuralgia: pathology
Sjaastad O. Short-lasting, unilateral, neuralgiform and pathogenesis. Brain. 2001;124(Pt12):2347-60.
headache attacks with conjunctival injection, tearing, Lund JP, Widmer CG. An evaluation of the use of sur-
and sub-clinicai forehead sweating ("Sunct" syndrome): face electromyography in the diagnosis, documenta-
140
Leituras sugeridas
tion, and treatment ofdental patients.J Craniomandib Nasreddine W, Beydoun A. Oxcarbazepine in neuro-
Disord. 1988;3:125-37. pathic pain. Expert Opin lnvestig Drugs. 2007;
McMahon RE, Bouquot JE, Glueck CJ. Exogenous es- 16(10):1615-25.
trogen may exacerbate thrombophilia, impair bone Neville BW, Damm DO, Allen CM. Long-term effects
healing and contribute to development of chronic of jawbone curettage on t he pain of facial neuralgia.
facial pain. J Craniomand Pract. 1998;16:1 43-53. J Oral Maxillofac Surg. 1995;53(4):387-97.
Marianowski R, Rocton S, Aimer J, Morisseau-Durand Nitzan DW. Friction and adhesive forces'-possible
MP, Manach Y. Conservative management of Grad- underlying causes for temporomandibular joint in-
enigo syndrome in a child. lnt J Pediatr Otorhinolar- ternai derangement. Cells nssues Organs. 2003;174
yngol. 2001 ;57(1):79-83. (1-2):6-16.
Martis C, Athanassiades S. Auriculotemporal syn- Nordenfelt 1. On the sympathetic innervation of the
drome (Frey's syndrome), secondary to the fractu re of parotid gland of the cat. O J Exp Physiol Cogn Med
the mandibular condyle. Plast Reconstr Surg. 1969; Sei. 1965;50:62-4.
44:602-3. Okeson JP. Management of temporomandibular dis-
McArdle MJ. Atypical facial neuralgia. ln: Hassler R, orders and occlusion. 6th ed. St Louis: Elsevier; 2008.
Walker AE, editors. Trigeminai neuralgia: pathogene-
Olesen JG, Ramandon N, Tfelt- Hansen P, editors. The
sis und pathophysiology. Stuttgart: Thieme Verlag;
headaches. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott, Williams
1970. p. 35-42.
and Wilkins; 2006.
Mellor TK, Shaw RJ. Frey's syndrome following frac-
Olesen J. The international classification for head-
ture of the mandibular condyle: case report and lit-
ache disorders. Cephalalgia. 2004;24(1 Suppl): 1-160.
erature review. lnjury. 1996;5:359-60.
Olesen J, Lipton RB. Headache classification update
Mense S. The pathogenesis of muscle pain. Curr Pain
2004. Curr Opin Neural. 2004;17(3):275-82.
Headache Rep. 2003;7(6):419-25.
Oleson J, Tfelt-Hansen P, Welch KM. The headaches.
Milam SB, Zardeneta G, Schmitz JP. Oxidative stress
2nd ed. Philadelphia: Lippincott, Williams and
and degenerative temporomandibular joint disease: a
Wilkins; 1999.
proposed hypothesis. J Oral Maxillofac Surg. 1998;
56(2):214- 23. Ozge A, Ozge C, Kaleagasi H, Yalin 00, Unal O, Õzgür
ES. Headache in patients with chronic obstructive
Minotti A. Kountakis S. Management of abducens
pulmonary disease: effects of chronic hypoxaemia. J
palsy in patients with petrositis. Ann Otol Rhinol Lar-
Headache Pain. 2006;7(1):37- 43.
yngol. 1999;108:897-902.
Molina OF, Santos Junior J, Nelson S, Grossmann E. Pareja JA, Sjaastad O. SUNCT syndrome in t he female.
Headache. 1994;34:21 7- 20.
Prevalence of modalit ies of headaches and bruxism
among patients wi th craniomandibular disorders. Pa reja J, Caminero A, Sjaastad O. SUNCT syndrome:
Cranio. 1997;15(4):314-25. diagnosis and treatment. Headache. 2003;43:306.
Moreno-Arias GA, Grimalt R, llusa M, Cadavid J, Otal C, Pareja JA, Sjaastad O. SUNCT syndrome: a clinicai re-
Ferrando J. Frey's syndrome. J Pediatr. 2001 ;138(4):246. view. Headache. 1997;37:195-202.
Motamed M, Kalan A. Gradenigo's syndrome. Post- Pareja JA. Shen JM, Kruszewski P, Caballero V, Pamo
grad Med J. 2000;76:559-60. M, Sjaastad O. SUNCT syndrome: duration, frequency,
Mulleners WM, Chronicle EP. Anticonvulsants in mi- and temporal distribution of attacks. Headache.
graine prophylaxis: a cochrane review. Cephalalgia. 1996;36(3) :161-5.
2008;28(6) :585-97. Pareja JA, Caminero AB, Sjaastad O. SUNCT syndrome:
Murakami T, Tsubaki J, Tahara Y, Nagashima T. Grad- diagnosis and treatment. CNS Drugs. 2002;16:373-83.
enigo's syndrome: CT and MRI findings. Pediatr Ra- Pareja JA, Joubert J, Sjaastad O. SUNCT syndrome. Atyp-
dio!. 1996;26(9):684-5. ical temporal patterns. Headache. 1996;36:108-10.
141
Leituras sugeridas
Porta-Etessam J, Benito-leon J, Martinez-Salio A, poromandibular joint. Oral Surg Oral Med Oral Pathol
Berbel A. Gabapentin in the treatment of SUNCT syn- Oral Radio! Endod.1998;86:165-8.
drome. Headache. 2002;42:523-4. Schwaag S, Frese A, Husstedt IW, Evers S. SUNCT syn-
Porta-Etessam J, Martinez-Salio A, Berbel A, Benito- drome: the first German case series. Cephalalgia.
Leon J. Gabapentin (neuronetin) in the treatment of 2003 ;23(5):398-400.
SUNCT syndrome. Cephalalgia. 2002; 22(3):249. Sesso RM. SUNCT syndrome or trigeminai neuralgia
Rasmussen BK, Jensen R, Olesen J. A population- with lacrimation and conjunctival injection? Cepha-
based analysis of the criteria of the lnternational lalgia. 2001;21:151-3.
Headache Society. Cephalalgia. 1991 ;11 :129-34.
Ship JA, Grushka M, lipton JA, Mott AE, Sessle BJ, Di-
Ratner E.J, Person P, Kleinman DJ, Shklar G, Socransky onne RA. Burning mouth syndrome: an update. J Am
SS. Jawbone cavities and trigeminai and atypical fa- Dent Assoe. 1995;126(7):842-53.
cial neuralgias. Oral Surg. 1979;48(1):3-20.
Sicherer SH, Sampson HA. Auriculotemporal syn-
Ratner E.J, Langer B, Evins ML Alveolar cavitational
drome: a masquerader of food allergy. J Allergy Clin
osteopathosis: manifestations of an infectious pro-
lmmunol. 1996;97:851-2.
cess and its implications in the causation of chronic
Silberstein SD. Practice parameter: evidence-based
pain. J Periodontol. 1996;57: 593-603.
guidelines for migraine headache (an evidence-based
Reche M, Garcia MC, Boyano T. Syndrome auriculo-
review): report of the Ouality Standards Subcommit-
temporal. Allergol lmmunopatho. 2001 ;29:33-4.
tee of the American Academy of Neurology. Neurol-
Roberts AM, Person P. Etiology and management of
ogy. 2000;55(6):754-62.
idiopathic trigeminai and atypical facial neuralgias.
Simons DG, Travell JG, Simons LS. Pain and dysfunc-
Oral Surg. 1979;48:298-308.
t ion: a t rigger point manual. 2nd ed. Baltimore: Wil-
Roberts AM, Person P, Chandran NB, Hori JM. Further
liams & Wilkins; 1999.
observations on dental parameters of trigeminai and
Sjaastad O, Zhao JM, Kruszewski P, Stovner U. Short-
atypical facial neuralgias. Oral Surg Oral Med Oral
lasting unilateral neuralgiform headache attacks
Pathol. 1984;58(2):121-9.
with conjunctival injection, tearing .(SUNCT): Ili. An-
Ruocco 1, Cuello AC, Parent A, Ribeiro-da-Silva A.
other Norwegian case. Headache. 1991 ;31 (3):175-7.
Skin blood vessels are simultaneosly innervated by
sensory, sympathetic, and parasympathetic fibers. J Sood S, Bradley PJ. Parotid surgery and Frey syn-
Comp Neural. 2002;448(4):323-36. drome. Arch Otolaringol Head Neck Surg. 2000;
126:1168.
Russell MB, Olesen J. A nosographic analysis of the
migraine aura in a general population. Brain. Suarez P, Clark GT. Burning mouth syndrome: an up-
1996;119(Pt 2):355-61 . date on diagnosis and treatment methods. J Calif
Santos RC, Chagas JF, Bezerra TF, Baptistella JE, Pa- Dent Assoe. 2006;34(8) :611-22.
gani MA, Melo AR. Frey syndrome prevalence after Svensson P, Kaaber S. General health factors and
partia! parotidectomy. Braz J Otorhinolaryngol. denture funct ion in patients with burning mouth
2006;72(1):112-5. syndrome and matched contrai subjects. J Oral Reha-
Sardella A. An up-to-date view on burning mouth bil. 1995;22(12):887-95.
syndrome. Minerva Stomatol. 2007;56(6):327-40. Sverzut CE, Trivel lato AE, Serra EC, Ferraz EP, Sverzut
Sardella A, lodi G, Demarosi F. Burning mouth syn- AT. Frey's syndrome after condylar fracture: case re-
drome: a retrospective study investigating sponta- port. Braz Dent J. 2004;15(2):159-62.
neous remission and response to treatments. Oral Ois. Swanson KS, Laskin DM, Campbell RL. Auriculotem-
2006; 12(2) :152-5. poral syndrome following the preauricular approach
Schmidt BL, Pogrel MA, Necoechea M. lhe distribu- to the temporomandibular joint surgery. J Oral Max-
t ion of the auriculotemporal nerve around the tem- illofac Surg. 1991 ;49:680-2.
142
Leituras sugeridas
Torres TS, Lucena Neto B, Silva GO, Silva AJ. Anatomia nerve and taste phantoms. Physiol Behav. 1997;
quirúrgica dei nervio auriculotemporal en el acceso 63(3):329-35.
preauricular. lnt J Morphol. 2004;22(4):327-30. Yun PY, Kim YK. lhe role of facial trauma as a possible
Tuinzing DB, van der Kwast WA. Frey's syndrome: a etiologic factor in temporomandibular joint disorder.
complication after sagittal splitting of the mandibu- J Oral Maxillofac Surg. 2005;63(11):1576-83.
lar ramus. lnt J Oral Surg. 1982;11 :197-200. Zhang ZK, Ma XC, Gao S, Gu ZY, Fu KY. Studies on
Tutuncuoglu S, Urann, Kavas 1, Ozgur T. Gradenigo contributing factors in temporomandibular disorders.
syndrome: a case report. Pediatr Radiol. 1993;23:556. Chin J Dent Res. 1999;2(3-4):7-20.
Upadhyay UD, Holbrook EH. Olfactory loss as a result Zõller J, Herrmann A, Maier H. Frey's syndrome sec-
of toxic exposure. Otolaryngol Clin North Am. ondary to a subcondylar fracture. Otolaryngology.
2004;37(6):1185-207. 1993 ;8:751-3.
Utrata J. Gradenigo's syndrome: bilateral occurence. Walters WE, Silberstein SD, Dalessio DJ. lnheritance
Eye Ear Nose Throat Mon. 1973;52:54-6. and epidemiology of headache. ln: Dalessio DJ,
van Seventer R, Feister HA, Young JP Jr. Efficacy and Silberstein SD, editors. Wolffs headache and other
tolerability of twicedaily pregabalin for treating pain head pain. 6th ed. New York: Oxford University Press;
and related sleep interference in postherpetic neural- 1993. p. 42-58.
gia: a 13-week, randomized triai. Curr Med Res Opin. Williamson DJ, Hargreaves RJ. Neurogenic inflamma-
2006;22(2) :375-84. tion in the context of migraine. Microsc Res Tech.
von Lindern JJ, Niederhagen B, Bergé S. Treatment of 2001 ;53(3):167-78.
Frey's syndrome with type A botulinum toxin: Case Woody R. The role of Computerized Tomographic
report. J Oral Maxillofac Surg. 2000;58:1 411-14. scan in the management of Gradenigo's syndrome: a
Yanagisawa K, Bartoshuk LM, Catalanotto FA, Karrer case report. Pediatr lnfect Ois. 1984;3(6) :595- 7.
TA, Kveton JF. Anesthesia of the chorda tympani
143
Capítulo
" ,
TERAPEUTICA FARMACOLOGICA
,
ANALGESlCOS
Tanto os analgésicos opioides quanto os não dência ou resultar em tolerância. Por outro
opioides são usados para reduzir a dor asso- lado, as consequências da administração dos
ciada às DTM. Podem ser adotados para tratar Aines por longo tempo são reconhecidas e
tanto a dor leve como a dor moderada. A as- comprometem em especial os sistemas gastrin-
pirina, que inibe a síntese das prostaglandinas, testinal e renal e, mais recentemente, com o
é para alguns estudiosos o protótipo desse advento dos bloqueadores seletivos da COX2,
tipo de droga. evidenciaram-se os riscos cardiovasculares
associados ao uso crônico dos Aines. Os Aines
' apresentam eficácia analgésica quando usados
ANALGESlCOS E
' para o tratamento de condições inflamatórias
ANTl-lNFLAMATORlOS DE
leves a moderadas, para o tratamento da dor
AÇÃO PERlFÉRlCA - AlNES aguda pós-operatória; podem ser efetivos no
Propriedades gerais tratamento da dor artrogênica temporoman-
dibular.1 Os Aines podem oferecer um bom
Os analgésicos e os anti-inflamatórios não controle nas dores musculoesqueléticas asso-
esteroidais compreendem um grupo de drogas ciadas à DTM, entretanto, assim como outras
com estruturas diversas, efeitos terapêuticos medicações, essas drogas só fornecem alívio
semelhantes, boa eficácia oral e efeitos cola- sintomático e não detêm a progressão da lesão
terais similares. Eles são mais bem tolerados do tecido comprometido, com a possível exce-
pelos pacientes ambulatoriais que as drogas ção da doença articular inflamatória aguda. 2
opioides, têm menos efeitos colaterais sedati- De modo geral os Aines têm se mostrado
vos e não apresentam risco de causar depen- eficazes no tratamento da dor oriunda da
ANALGÉSlCOS AlNES
146
Acetaminofeno Aspirina
147
Cetoprofeno Cetorolaco de trometamina
pacientes com antecedentes de úlcera péptica, testinais. Pode provocar inflamação, irritação
gastrite ou anormalidades da coagulação. ou ulceração da mucosa oral. Interações: o uso
Pacientes grávidas; no último trimestre pode simultâneo com paracetamol pode aumentar
prolongar o trabalho de parto e contribuir com o risco de efeitos rena is adversos. Corticoides,
o sangramento fetal e materno. Pacientes ACTH, AAS e outros Aines podem aumentar
asmáticos, já que pode precipitar uma crise. o risco de efeitos colaterais gastri ntestinais,
Interações: não é recomendado o uso pro- incluindo úlcera ou hemorragia. Reduz ou re-
longado e simultâneo de paracetamol, pois verte os efeitos de muitos anti-hipertensivos.
aumenta o risco de nefropatias. O uso simul- Contraindicações: anemia, asma, função car-
tâneo com outros analgésicos anti-inflamató- díaca comprometida, hipertensão, hemofilia ou
rios não esteroidais pode aumentar o risco de outros problemas hemorrágicos; disfunção
hemorragias devido à inibição adicional da hepática, úlcera péptica, colite ulcerativa, dis-
agregação plaquetária. Contraindicações: hi- função renal e broncoespasmo.
persensibilidade ao ácido acetilsalicílico, úlcera
péptica, hipoprotrobinemia, hemofilia, insufi- Cetorolaco de trometamina • Ações tera-
ciência renal crônica avançada. pêuticas: analgésico e anti-inflamatório. Pro-
priedades: é um Aine com ações analgésicas,
Cetoprofeno • Ações terapêuticas: anti-in- anti-inflamatórias e antipiréticas, cujo meca-
flamatório, antirreumático e analgésico. Pro- nismo de ação está relacionado com sua capa-
priedades: é um Aine derivado do ácido pro- cidade inibitória da síntese de prostaglandinas
priônico, relacionado com o diclofenaco, com e um efeito analgésico periférico. Nenhum
o ibuprofeno, com o naproxeno e com o ácido efeito sobre os receptores opioides foi demons-
•
tiaprofênico. Diminui a aderência e inibe de trado. E absorvido com rapidez após a admi-
forma reversível a agregação plaquetária, mas nistração oral e intramuscular, com um pico
em menor grau que o ácido acetilsalicílico. de concentração plasmática entre 1 e 2 horas.
Aborção: por via oral de forma rápida e com- A meia-vida de eliminação em jovens varia
pleta; é metabolizado no fígado e eliminado entre 4 e 6 horas e, em idosos, entre 5 e 8; mais
por via renal. Na artrite reumatoide o início de de 99º/o do cetorolaco liga-se a proteínas plas-
ação acontece em uma semana. Indicações: máticas. Em geral, quando administrado a
artrite reumatoide; osteoartrite, dor leve ou cada 6 horas, o pico plasmático é alcançado
moderada, dismenorreia; inflamação não reu- em 24 horas. Para obter efeito analgésico mais
mática. Posologia: adultos: 75 mg 3 vezes/dia rápido, a administração de uma dose de ataque
ou 50 mg 4 vezes/dia, com ajustes posteriores (equivalente ao dobro da dose de manutenção)
conforme a resposta do paciente. Dose máxima pode ser necessária. A via principal de elimi-
para adultos: 300 mg/dia em 3 a 4 ingestões. nação é a urinária (92º/o); o restante é excre-
Reações adversas: Incidência maior que 3º/o: tado pelas fezes. Indicações: oral; tratamento
edema, náuseas, irritação gastri ntesti nal, ce- por curtos períodos, de dor moderada a grave.
faleias, constipação, problemas para dormir. Parenteral: tratamento da dor aguda pós-
Incidência de 1 a 3º/o: visão turva, irritação do -operatória, moderada a grave. Posologia: a
trato urinário, erupção cutânea, zumbido. dose diária deverá ser individualizada confor-
Precauções: o álcool e o uso de outros Aines me a intensidade da dor, aceitando-se como
podem aumentar os efeitos colaterais gastrin- dose máxima 90 mg/dia. Via oral, dose inicial
148
Cetorolaco de trometamina Diclofenaco
149
Diclofenaco Diclofenaco
pós-operatória. Os casos de superdosagem com damente possível, para evitar absorção. Rea-
diclofenaco apresentam-se como casos isola- ções adversas: gastrintestinais: dores epigás-
dos. Os sintomas podem, em geral, envolver tricas, náuseas, vômitos, diarreia. Raramente,
distúrbios do SNC, como vertigens, cefaleia, hemorragias, úlcera péptica. Em casos isolados:
hiperventilação, alterações do nível de cons- transtornos hipogástricos (colite hemorrágica
ciência e, em crianças, podem manifestar-se inespecífica e exacerbação de colite ulcera-
cãibras mioclônicas. Podem ocorrer ainda tiva). Sistema nervoso central: cefaleias, en-
sintomas do trato gastrintestinal (náuseas, joos, vertigens. Em raras ocasiões, sonolência;
vômitos, dores abdominais e sangramentos), em casos isolados, distúrbios visuais. Derma-
bem como comprometimento das funções tológicos : rash ou erupção cutânea. Hema-
hepática e renal. Não há antídoto específico tológicos: em casos isolados: trombocitopenia,
para a superdosagem com esse tipo de droga.3 leucopenia, agranulocitose, anemia hemolítica,
Ações terapêuticas: analgésico e anti-infla- anemia aplástica. Renais: raramente insufi-
matório. Propriedades: atua inibindo a sínte- ciência renal aguda, alterações urinárias,
se de prostaglandinas. Após a ingestão de 50 síndrome nefrótica. Reações de hipersensibili-
mg, a absorção é rápida e as concentrações dade (broncoespasmos, reações sistémicas
plasmáticas alcançam o valor máximo de 3,9 anafiláticas, inclusive hipotensão). Raras vezes
mmol/L dentro de 20 a 60 minutos. Indicações: hepatite com ou sem manifestação de icterí-
em tratamentos curtos, para as seguintes afec- cia. Precauções: os pacientes com transtornos
ções agudas: processos inflamatórios pós- gastrintestinais ou com antecedentes de úlce-
-traumáticos, reumatismo extra-articular, in- ra péptica, doença de Crohn ou com distúrbios
fecções dolorosas e inflamatórias de garganta, hematopoiéticos, como afecções hepáticas,
nariz e orelha. Processos dolorosos ou inflama- cardíacas ou renais graves, deverão ser manti-
tórios ginecológicos como anexites e disme- dos sob estrita vigilância médica. Pacientes
norreia primária. Analgesia pós-operatória. submetidos a tratamento prolongado devem
Posologia: Adultos: a dose diária inicial é de fazer exames hematológicos periódicos para o
100 a 150 mg, em geral distribuídos em 2 ou controle das funções hepática e renal. Precau-
3 tomadas. O tratamento com diclofenaco ções especiais devem ser observadas em pa-
injetável não deve se prolongar por mais do cientes com idade avançada, diminuindo-se a
que 2 dias. Uma vez solucionada a crise aguda, dose em idosos debilitados ou de baixo peso e
o tratamento deverá ser continuado usando-se naqueles que estejam sob tratamento com
comprimidos ou supositórios. Superdosagem: diuréticos. Em particular, não administrar no
os casos de superdose são isolados. Os sinto- terceiro trimestre da gravidez (pela possível
mas, em geral, podem envolver distúrbios do inibição das contrações uterinas e fechamen-
SNC (vertigens, cefaleia, hiperventilação, alte- to precoce do dueto arterioso). Interações: se
rações do nível de consciência e, em crianças, administrado simultaneamente com prepara-
podem manifestar-se cãibras mioclônicas), do ções contendo lítio ou digoxina, o diclofenaco
trato gastrintestinal (náuseas, vômitos, dores pode aumentar o nível plasmático daqueles
abdominais, sangramentos), bem como com- fármacos. Pode também inibir o efeito dos
prometimento das funções hepática e renal. diuréticos. Há relatos de que o risco de hemor-
As medidas terapêuticas são lavagem gástrica ragias aumenta durante o uso combinado de
e tratamento com carvão ativo, o mais rapi- diclofenaco com anticoagulantes. A nefroto-
150
Ditlunisal Dipirona
xicidade da ciclosporina pode ser exacerbada persensibilidade severa que inclui febre, cala-
em razão dos efeitos anti-inflamatórios não frios, icterícia, mudanças na função hepática,
esteroidais do diclofenaco sobre as prostaglan- trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia, coa-
dinas renais. Contraindicações: úlcera gastro- gulação intravascular disseminada e insuficiên-
duodenal. Hipersensibilidade ao diclofenaco. cia renal. Interações: anticoagulantes orais;
Do mesmo modo que com outros anti-in- aumento do tempo de protrombina. Contrain-
flamatórios não esteroidais, o diclofenaco é dicações: hipersensibilidade ao diflunisal. Pa-
contraindicado em pacientes nos quais o ácido cientes nos quais os Aines tenham provocado
'
acetilsalicílico e outros agentes inibidores da ataque agudo de asma, urticária ou rinite. Ulce-
síntese de prostaglandinas desencadeiam crises ra gastroduodenal ativa. Insuficiência hepática.
de asma, urticária ou rinite aguda.
Dipirona • Foi introduzida no mercado bra-
Diflunisal • Ações terapêuticas: anti-infla- sileiro em 1922, com o nome comercial de
'
matório e analgésico. Propriedades: tem ações Novalgina®. Eo principal analgésico, servindo
anti-inflamatória, analgésica e antipirética. de base para mais de 100 produtos. Embora
Age em nível periférico e não tem ações seu mecanismo de ação permaneça contro-
narcóticas. Seu mecanismo de ação é através verso, estudos farmacológicos apontam a di-
da inibição da síntese de prostaglandinas, pirona como um analgésico que apresenta
podendo interferir nas ações dessas substâncias propriedades anti-inflamatórias, tendo alta
nos tecidos periféricos. Após administração eficácia ana lgésica, ampla disponibilidade,
oral é rapidamente absorvido; o pico plasmá- baixo custo e segurança, especialmente em
tico observa-se após 2 ou 3 horas. No trata- pacientes com hepatopatias, nefropatias e
mento crônico da osteoartrite e da artrite cardiopatias. Tem sido usada como droga
reumatoide o diflunisal provoca menos efeitos principal ou coadjuvante tanto no tratamen-
adversos do que o MS. Indicações: artrose, to das dores agudas quanto no das crônicas.
reumatismo extra-articular, artrite reumatoide. Ainda que seu uso tenha sido associado com
Posologia: dor leve a moderada : dose de ata- a ocorrência de agranulocitose, persistem
que de 1.000 mg, seguida de 500 mg a cada 8 dúvidas de que ela tenha sido a única res-
a 12 horas. Osteoartrite e artrite reumatoide: ponsável, visto que a incidência de agranulo-
500 a 1.000 mg/dia em 2 tomadas. Superdo- citose, em pacientes que fizeram uso desta,
sagem: a superdose de diflunisal pode condu- mostrou-se semelhante à encontrada em
zir à morte. Reações adversas: náuseas, vômi- pacientes que usavam outras medicações.
tos, dispepsia, dor gastrintestinal, diarreia, Ações terapêuticas: analgésico, antipirético
constipação e flatulência. Sonolência, insônia, e espasmolítico. Propriedades: derivado pi-
tontura, tinnitus, erupções, dor de cabeça, razolônico; trata-se do sulfonato sódico da
fadiga e cansaço. Precauções: osAines podem amidopirina. Sua meia-vida no organismo
mascarar os sinais e sintomas de infecção. é de 7 horas, sendo eliminada pela via uriná-
Podem produzir edema periférico, razão pela ria na forma de metabólitos. Atua também
qual devem ser usados com precaução em como inibidor seletivo das prostaglandinas
pacientes com função cardíaca comprometida F2a. Indicações: algias por afecções reumáti-
ou hipertensão. O diflunisal foi associado cas, cefaleias ou odontalgias. Dores conse-
com a ocorrência de uma síndrome de hi- quentes a intervenções cirúrgicas, espasmos
151
Dipirona Fenilefrina
152
Fenilefrina lbuprofeno
153
Nabumetona Naproxeno
hemorrágicos, já que aumenta o risco de he- via renal, portanto alguns efeitos adversos
morragias por inibição da agregação plaque- causados por esses metabólitos poderiam ser
tária. Pode provocar ulceração ou hemorragias aumentados nos pacientes com disfunção re-
gastrintestinais. Seu uso na presença de úlce- nal. Indicações: artrose e artrite reumatoide.
ra péptica, colite ulcerosa ou doenças do trato Reumatismos extra-articulares (tendinite,
gastrintestinal superior pode aumentar o risco bursite, sinusite, torções musculares). Posolo-
de efeitos colaterais gastrintestinais ou efeitos gia: dose inicial: 1.000 mg/dia, em 1 ou 2 to-
ulcerosos. Interações: o uso simultâneo com madas. Se o paciente não responder adequa-
paracetamol pode aumentar o risco de efeitos damente, a dose diária pode ser aumentada
renais adversos. Administrar com corticoides para 1.500 a 2.000 mg, em 1 ou 2 tomadas.
ou álcool aumenta o risco de efeitos gastrin- Superdosagem: Para o tratamento da super-
testinais colaterais. Pacientes diabéticos trata- dose requerem-se esvaziamento gástrico e
dos com hipoglicemiantes orais ou com insu- medidas de ação de suporte sintomático. Rea-
lina podem ter os efeitos hipoglicemiantes ções adversas: diarreia, dispepsia, dor abdo-
exacerbados com o uso do ibuprofeno. Con- mina 1. Constipação, náusea, flatulência, ton-
traindicações: hipersensibilidade à droga, tura, cefaleias, prurido, erupções, zumbido,
síndrome de pólipos nasais, angioedema ou edema. Precauções: usar com precaução em
broncoespasmo diante do ácido acetilsalicílico pacientes com disfunção hepática e nos com
ou outros Aines. antecedentes de insuficiência cardíaca conges-
tiva, hipertensão e outros transtornos que
Nabumetona • Ações terapêuticas: anti- podem ser agravados pela retenção de líquidos
-inflamatório, analgésico e antipirético. Pro- que foi observada ocasionalmente com a na-
priedades: é um Aine que apresenta
,
atividade bumetona. Pode causar fotossensibilização;
analgésica e antipirética. E um pró-fármaco apesar de não ter sido demonstrado um efeito
que se transforma no metabólito ativo ácido carcinógeno em animais, ensaios com linfóci-
6-metoxi-2-naftilacético (6MNA) no fígado. É tos indicaram que pode induzir aberrações
bem absorvido por via oral; o 6MNA tem far- cromossômicas. Por não haver provas conclu-
macocinética monocompartimental, circula sivas, recomenda-se não usar em mulheres
ligado às proteínas plasmáticas em mais de grávidas a menos que o benefício para a mãe
99º/o e a fração livre é proporcional à dose supere o risco potencial para o feto. Intera-
para quantidades ingeridas entre 1.000 (fração ções: varfarina: é deslocada de sua ligação às
livre 0,2 a 0,4º/o) e 2.000 mg (fração livre 0,6 a proteínas plasmáticas pela nabumetona. Simi-
0,8º/o). O 6MNA é metabolizado no fígado e lar efeito poderia ser observado sobre outros
tem meia-vida de 24 horas. Tem menor capa- fármacos. Contraindicações: hipersensibilida-
cidade de inibir a agregação plaquetária que de à nabumetona. Pacientes nos quais os Aines
o naproxeno e, após uma semana de tratamen- (ácido acetilsalicílico ou outros) induzem asma,
to, observou-se que não havia modificação urticária ou outras reações de tipo alérgico.
significativa do tempo de sangramento. A in-
suficiência renal não afeta a farmacocinética Naproxeno • Ações terapêuticas: anti-infla-
da nabumetona devido ao extenso metabolis- matório, analgésico e antipirético. Proprieda-
mo hepático do 6MNA; no entanto, seus me- des: é um anti-inflamatório não esteroidal do
tabólitos são eliminados principalmente por grupo dos derivados do ácido propiônico; inibe
154
Naproxeno Nimesulida
155
Nimesulida Piroxicam
156
ANALGÉSlCOS OP101DES Buprenorfina
157
Buprenorfina Codeína
158
Codeína Dextropropoxifeno
horas. Indicações: dor moderada a grave. Dor ou debilitados e naqueles com insuficiência
de doenças terminais. Tosse perigosa (hemop- renal ou hepática, doença da vesícula biliar,
toica, convulsiva, pós-operatória). Posologia: pneumopatias graves, arritmias cardíacas,
analgésico: a dose deve ser ajustada de acordo distúrbios do trato gastrintestinal, hipotireoi-
com a gravidade da dor e com a sensibilidade dismo. Interações: os pacientes que recebem
de cada paciente. Dose usual: de 60 a 80 mg/dia outros analgésicos narcóticos, antipsicóticos,
divididos em 4 a 6 doses diárias. Tosse perigo- ansiolíticos ou outros depressores do SNC
sa: de 40 a 60 mg/dia em três doses diárias. (inclusive álcool) com codeína podem apre-
Reações adversas: Os efeitos adversos mais sentar efeito aditivo ao nível de depressão do
comuns são: enjoas, sedação, náuseas e vômi- SNC. O uso de lmao e de antidepressivos tri-
tos. Pode causar, ao nível do SNC: sonolência, cíclicos com codeína pode aumentar o efeito
embotamento, letargia, diminuição do ren- antidepressivo da codeína. O uso concomitan-
dimento físico e mental, ansiedade, tremor, te de anticolinérgicos pode produzir íleo pa-
disforia, alteração de caráter e dependência ralítico. Contraindicações: gravidez, lactação,
física (menor poder aditivo que a morfina); no hipersensibilidade ou intolerância à codeína e
trato gastrintestinal: náuseas e vômitos que a outros morfinossímiles.
podem requerer tratamento com antieméticos.
Quando necessário, aumentar a dose para Dextropropoxifeno • Ações terapêuticas:
atingir o efeito analgésico desejado. No apa- analgésico opioide (hipnoanalgésico). Proprie-
relho geniturinário: espasmo uretra!, espasmo dades: droga morfinossímile. Produz analgesia
do esfíncter vesical e retenção urinária (rara- ao unir-se a receptores estereoespecíficos lo-
mente). A dependência psíquica, condição na calizados em numerosos lugares do SNC. Alte-
qual se requer a continuidade da administra- ra os processos que afetam tanto a percepção
•
ção para prevenir a aparição da síndrome de quanto a resposta emocional à dor. E bem
abstinência, assume significado clínico só após absorvido por via oral. Sua união às proteínas
várias semanas de doses orais continuadas. A é alta. Alcança concentração plasmática má-
tolerância (são necessárias altas doses para xima de 1 a 2 horas. Metaboliza-se no fígado
produzir o mesmo grau de analgesia) manifes- e seu metabólito, o nordextropropoxifeno, pode
ta-se por diminuição do tempo de ação e da ser tóxico. Menos de 10º/o da droga é elimina-
efetividade analgésica. O quadro de superdo- da de forma inalterada pelo rim. Sua meia-
sagem é grave e caracteriza-se por depressão -vida é de 6 a 12 horas, e a do nordextropro-
sensorial (coma), respiratória e cardiovascular poxifeno, de 30 horas. Indicações: tratamento
(hipotensão acentuada), miose, flacidez ou da dor aguda ou crônica, leve a moderada.
convulsões. O tratamento pode ser conduzido Posologia: as doses variam conforme a inten-
com antagonistas dos receptores opioides (p. sidade da dor: 50 a 100 mg a cada 4 a 6 horas.
ex., naloxona). Precauções: depressão respira- Reações adversas: náuseas, vômitos, ilusões,
tória em pacientes suscetíveis. Aumento da alucinações, confusão. Doses altas: cardiotoxici-
pressão intracraniana e lesão cerebral, pelos dade, edema pulmonar, depressão respiratória
efeitos depressores respiratórios e sua capa- e convulsões. Tolerância e dependência física :
cidade de elevar a pressão do líquido cerebros- a supressão abrupta resulta em síndrome de
•
pinal. Analgésicos na reóticos devem ser usados abstinência. E muito irritante quando admi-
com extrema precaução em pacientes idosos nistrado por via IV ou SC. Precauções: deve ser
159
Dextropropoxifeno Metadona
administrado com cuidado em pacientes com urinárias causa aumento do tônus muscular.
doenças respiratórias crônicas, pois deprime o Além disto, apresenta efeitos cardiovasculares
centro respiratório e aumenta a resistência das (bradicardia, hipotensão, vasodilatação cere-
vias aéreas. Em pacientes com hipotireoidismo bral), em geral pouco pronunciados e pode
aumenta muito o risco de depressão respira- causar sedação ou euforia, e com o uso de
tória e depressão prolongada do SNC. Na altas doses, sonolência e coma. Após seu uso
presença de insuficiência hepática e renal, continuado desenvolve-se tolerância, embora
aumenta o risco de efeitos adversos. Aconse- com velocidade não homogênea, que varia
lha-se ter precaução ao administrar a pacien- segundo o efeito considerado e é mais lenta
tes muito jovens, idosos ou debilitados, uma do que a encontrada com o uso de morfina. A
vez que podem ser mais sensíveis aos efeitos síndrome de abstinência produzida pela meta-
'
deste fármaco, especialmente à depressão dona é similar à induzida pela morfina. E ab-
respiratória. Interações: o álcool e o uso simul- sorvida ampla e rapidamente por via oral e
tâneo com outros analgésicos opioides pode sofre metabolismo de primeira passagem
produzir aumento dos efeitos depressores (eliminação pré-sistêmica), sendo sua biodis-
sobre o SNC, da depressão respiratória e da ponibilidade da ordem de 80 a 90º/o. Devido à
hipotensão. A administração com carbamaze- sua acentuada lipofilia, é amplamente distri-
pina pode ocasionar diminuição no metabo- buída; com doses repetidas ocorre acúmulo em
lismo desta droga e originar aumento de sua tecidos, sendo as concentrações hepáticas,
concentração sanguínea e de sua toxicidade. pulmonares e renais muito superiores às con-
A associação com analgésicos anti-inflamató- centrações plasmáticas. A partir dos tecidos,
rios não esteroidais apresenta efeito aditivo, que atuam como sítios de depósito, o fármaco
permitindo o uso de doses menores do anal- é liberado lentamente para o plasma, o que lhe
•
gésico opioide. O tabagismo pode aumentar o confere meia-vida plasmática prolongada. E
metabolismo do dextropropoxifeno e ocasio- eliminada por biotransformação hepática, com
nar redução de seus efeitos terapêuticos. As- formação de dois metabólitos inativos. A eli-
sim, deixar de fumar pode aumentar seus minação é principalmente renal e, em menor
efeitos. Contraindicações: insuficiência respi- proporção, pelas fezes. Apenas cerca de 4º/o da
ratória, insuficiência hepática grave e trauma- dose é eliminada sob a forma inalterada. Indi-
tismo craniano. cações: tratamento substitutivo de manuten-
ção em casos de dependência a opioides,
Metadona • Ações terapêuticas: analgésico dentro de um programa de manutenção com
de ação central. Propriedades: agonista opioide controle médico e com outras medidas de
de natureza sintética com potência pouco cunho médico e psicossocial. Posologia: Adul-
superior à da morfina e com maior duração de tos: via oral, 20 a 30 mg/dia. De acordo com a
ação, embora com menor efeito euforizante. resposta clínica, a dose poderá ser aumentada
Sua administração produz ação analgésica até 40 a 60 mg/dia no decorrer de 1 a 2 sema-
central, depressão respiratória, modificação da nas. Dose de manutenção: 60 a 100 mg/dia;
secreção hipofisária, hipotermia, náuseas e essa dose é alcançada através de aumentos
vômitos, miose, secura na boca, depressão do semanais sucessivos de 10 mg/dia. Para evitar
reflexo de tosse e, eventualmente, hipertonia a manifestação de sintomas de abstinência, a
museu lar. No trato gastrintestinal e nas vias suspensão do tratamento deve ser gradual,
160
Metadona Metadona
com diminuição paulatina das doses em quan- abandonar o consumo de heroína e podem
tidades de 5 a 10 mg. Superdosagem: as ma- apresentar os sintomas típicos da abstinência
nifestações clínicas de superdose são depressão (lacrimejamento, rinorreia, espirros, bocejos
respiratória, cianose e respiração de Cheyne- etc.), que devem ser diferenciados dos efeitos
-Stokes, sonolência extrema que pode evoluir secundários devidos à metadona. A adminis-
para estupor e coma, miose intensa, flacidez tração de doses habituais de um antagonista
muscular, pele fria e, ocasionalmente, hipoten- opioide a um paciente com dependência física
são e bradicardia. Em caso de intoxicação ex- à metadona ou outros opioides desencadeia a
trema podem manifestar-se apneia, colapso síndrome de abstinência aguda. Caso seja ne-
circulatório, insuficiência cardíaca e morte. O cessária a utilização de naloxona em pacientes
tratamento deverá consistir em restabeleci- dependentes para o tratamento, de depressão
mento de adequada função ventilatória, se respiratória grave, o antagonista deve ser ad-
necessário através de obtenção de via respi- ministrado com extremo cuidado, através de
ratória permeável e respiração controlada. fracionamento, empregando-se doses iniciais
Deve ser administrado um antagonista opioide mais baixas que as habituais. Os pacientes sob
(naloxona) por via intravenosa ou intra muscu- trata menta continuado apresentarão reação
lar, em doses similares às requeridas para a ao estresse com os mesmos sintomas de ansie-
intoxicação morfínica. Como a duração de dade manifestados por outros indivíduos. Re-
ação dos antagonistas opioides (meia-vida) é comenda-se administrar com precaução a
muito menor do que o efeito depressor causa- pacientes com hipotensão, pacientes idosos ou
do pelo opioide, a administração do antago- debi litados e em pacientes que apresentam
nista deverá ser feita em doses repetidas, ou insuficiência hepática ou renal, hipotireoidis-
em infusão contínua. Outras medidas de su- mo ou doença de Addison. Sua administração
porte vital e tratamento sintomático habitua l pode mascarar o diagnóstico e o curso clínico
podem ser adotadas, como oxigenotera pia, dos pacientes com abdome agudo. Interações:
administração de fármacos vasopressores, hi- a administração de agonistas opioides pode
dratação intravenosa. Reações adversas: as potencializar a depressão respiratória e do SNC
principais reações adversas compreendem e a hipotensão, particu larmente em pacientes
depressão respiratória, hipotensão, choque, idosos. A admin istração de naltrexona a um
parada cardíaca, vertigem, enjoas, sedação, paciente dependente de metadona precipita
náuseas, vômitos, sudorese. Menos frequente- rapidamente a manifestação de sintomas de
mente podem ser observados euforia, disforia, abstinência prolongados. Os inibidores da mo-
fraqueza, cefaleia, insônia, agitação, desorien- noaminoxidase (lmao) podem potencializar e
tação, alterações visuais, secura na boca, ano- prolongar os efeitos depressores da metadona,
rexia, constipação, espasmo das vias biliares, bem como causar estimulação do SNC. O ál-
rubor cutâneo, bradicardia, palpitações, des- cool potencializa o efeito sedativo da metado-
maio, síncope, retenção ou tenesmo urinário, na, podendo causar hipotensão e depressão
efeito antidiurético, diminuição da libido e/ou respiratória graves. Aconselha-se utilizar me-
potência sexual, prurido, urticária, exantema tadona com precaução em pacientes que es-
cutâneo, edema, urticária hemorrágica e au- tejam sob tratamento com outros analgésicos
mento da pressão intracraniana. Precauções : opioides, anestésicos gerais, fenotiazínicos,
durante o tratamento, pacientes adietas devem antidepressivos tricíclicos, hipnóticos e outros
161
Metadona Morfina
162
Morfina Nalbufina
20 a 200 mg/dia, embora a dose correta seja tiforme, depressão respiratória e depressão
aquela com a qual se possa controlar a dor cardiovascular (hipotensão). O tratamento é
por 12 horas. Via subcutânea : de 10 a 20 mg realizado com antagonistas específicos dos
a cada 4 ou 8 horas. Reações adversas: são receptores opioides (p. ex.. naloxona). Precau-
observados com maior frequência: constipação, ções: a depressão respiratória ocorre com
sonolência, tonturas, sedação, náuseas, vô- mais frequência em idosos e pacientes de-
mitos, sudorese, disforia e euforia. São obser- bilitados; deve ser usada com muito cuidado
vados com menor frequência: debilidade, em pacientes com doença pulmonar obstrutiva
cefaleia, tremores, convulsões, alterações de crônica. lesão cerebral e aumento da pressão
humor, sonhos, alucinações transitórias, alte- intracraniana: a depressão respiratória com
rações visuais, insônia, aumento da pressão retenção de dióxido de carbono e o aumento
intracraniana, laringoespasmo, anorexia, diar- secundário da pressão do líquido cerebrospinal
reia, alterações do paladar, taquicardia, hipo- podem ser agravados na presença de trau-
tensão, prurido, urticária, efeito antidiurético, matismo craniano. Efeito hipotensor: pode
,
nistagmo, diplopia e parestesias. E uma droga causar hipotensão grave, em especial nos in-
capaz de induzir abuso e causar dependência divíduos desidratados, ou quando é adminis-
psíquica e física; quando retirada de forma trada com fenotiazinas ou com anestésicos
abrupta, produz a síndrome de abstinência, gerais; por via oral, pode produzir hipotensão
que ocorre depois de uso prolongado (várias ortostática em pacientes ambulatoriais. Os
semanas). A tolerância (necessidade de doses recém-nascidos de mulheres dependentes de
cada vez maiores para produzir o mesmo grau analgésicos opioides podem apresentar depen-
de analgesia) é manifestada inicialmente dência física, depressão respiratória e sintomas
com redução do efeito analgésico e, posterior- de abstinência. Interações: os efeitos depres-
mente, pela diminuição da intensidade da sores centrais são potencializados quando
analgesia. A dependência física encontra fre- associados a outros depressores do SNC, como
quentemente um inconveniente superável, hipnóticos, neurolépticos, ansiolíticos, anesté-
quando dores crônicas ou pacientes com doen- sicos gerais e álcool. Os hi pnoa nalgésicos po-
ças incuráveis ou terminais são tratados. A dem aumentar o efeito bloqueador neuromus-
síndrome de abstinência caracteriza-se por cular dos relaxantes musculares e agravar a
imobilidade, lacrimejamento, rinorreia, sudo- depressão respiratória. Associada com anti-
rese e midríase, durante as primeiras 24 horas. depressivos, lmao pode provocar quadros de
Estes sintomas aumentam gravemente e, nas excitação ou depressão com hipotensão ou
72 horas seguintes, podem ocorrer irritabilida- hipertensão. Contraindicação: é contraindi-
de, ansiedade, contrações musculares, sensa- cada em pacientes com hipersensibilidade
ções de calor/frio, arrepios, vômitos, diarreia reconhecida à droga, depressão respiratória, na
abundante, hipertermia, taquicardia, taqui- ausência de equipamento de reanimação,
pneia e hipertensão. Na ausência de tratamen- na asma brônquica aguda ou grave e em pa-
to, pode ser provocado um colapso cardiovas- cientes que a apresentam, ou suspeita-se que
cular, ou desaparecerem os sintomas entre 5 e possam desenvolvê-la, íleo paralítico.
14 dias após o início do quadro. No caso de
intoxicação aguda, os sinais característicos Nalbufina • Ações terapêuticas: analgésico
são depressão do sensório, coma, miose pun- opioide. Propriedades: une-se a receptores
163
Nalbuftna Naltrexona
específicos em numerosos locais do SNC e al- pressores do SNC. Pode antagonizar os efeitos
tera processos que afetam tanto a percepção da metoclopramida sobre a motilidade intesti-
da dor quanto a resposta emocional a este. A nal. Os bloqueadores neuromusculares produ-
ação agonista, que depende da afinidade de zem um efeito aditivo em relação à depressão
união a cada tipo de receptor, é exercida sobre respiratória. Contraindicações: diarreia asso-
os receptores K e cr. Podem deslocar os opioi- ciada com colite pseudomembranosa causada
des que, isolados, têm atividade agonista de por cefalosporinas, lincomicinas ou penicilinas.
seu local de união aos receptores e inibir com- Diarreia por intoxicação. Depressão respirató-
petitivamente suas ações. É metabolizado no ria aguda. A relação risco-benefício deverá ser
fígado e na mucosa intestinal. Indicações: avaliada na presença de quadros abdominais
tratamento da dor. Coadjuvante da anestesia agudos, asma, arritmias cardíacas, anteceden-
geral ou local. Posologia: adultos: IM, IV ou tes de convulsões, instabilidade emocional,
SC, 10 mg a cada 3 ou 6 horas, conforme ne- lesões intracranianas, disfunção hepática ou
cessidade. Dose máxima: até 20 mg como renal, hipotireoidismo, hipertrofia em obstru-
dose única e até 160 mg como dose total di- ção prostática, estenose uretrai, dependência
ária. Reações adversas: tem menor tendência pelo uso de analgésicos agonistas opioides.
a criar dependência e menor capacidade de
induzi-la que outros agonistas opioides. Pode Naltrexona • Ações terapêuticas: antago-
produzir sonolência, cansaço ou debilidade nista opioide. Propriedades: é antagonista
não habituais, náuseas ou vômitos, visão turva, opioide e análogo sintético da oximorfina,
constipação, secura na boca, cefaleias, ner- desprovido de qualquer atividade agonista.
vosismo ou inquietude, vermelhidão, edema Bloqueador reversível muito potente de opioi-
ou dor no local da injeção. Precauções: evitar des administrados por via intravenosa. Sua
a ingestão de álcool e de outros depressores administração não está associada ao desenvol-
do SNC. Ter precaução se aparecerem tonturas vimento de tolerância, nem de dependência
ou sonolência. A relação risco-benefício deve- física ou psíquica. Estudos conduzidos em
rá ser avaliada durante a gravidez, consideran- grupos de voluntários que receberam naltre-
do que atravessa a barreira placentária. Pode xona e placebo demonstraram que a primeira
gerar dependência física ao feto e produzir produz abstinência, diminui o consumo de
síndrome de abstinência (convulsões, irritabi- álcool e previne a recaída. Após a administra-
lidade, tremores, febre, vômitos, diarreia) no ção oral, são absorvidos cerca de 96º/o da dose,
neonato. Os pacientes com idade avançada e a concentração plasmática máxima é alcan-
•
podem ser mais sensíveis aos efeitos depresso- çada cerca de 1 hora depois. E amplamente
res respiratórios. Interações: o uso simultâneo metabolizada no fígado; tanto seus metabó-
de loperamida, atropina ou antimuscarínicos litos quanto o fármaco intacto são eliminados
pode aumentar o risco de constipação. O efei- principalmente por via renal e, em menor
•
to hipotensor da guanetidina, de diuréticos proporção, por via fecal. E bem tolerada nas
ou de outros fármacos que produzem hipo- doses recomendadas, mas pode causar hepa-
tensão pode ser potencializada. A buprenorfina totoxicidade se administrada em excesso ou a
pode reduzir os efeitos terapêuticos da droga. pacientes com doença hepática. Alguns dos
•
E possível que a hidroxizina potencialize os sintomas observados são dores abdominais,
efeitos analgésicos, bem como os efeitos de- urina escura, cor amarela na conjuntiva e
164
Naltrexona Oxicodona
165
Oxicodona Oxicodona
em virtude de sua ação sobre o centro da tosse. ocorrer reações severas: depressão respiratória,
Sua biodisponibilidade é de 60 a 87º/o e a apneia, parada respiratória, depressão circula-
meia-vida de eliminação é de 3,2 horas. O tória, hipotensão, choque. Efeitos leves fre-
volume de distribuição é de 2,61/kg e a ligação quentes: constipação, náuseas, sonolência,
•
a proteínas é de 45º/o. E amplamente metabo- vertigem, pruridos, vômitos, cefaleia, secura
lizada (dando origem à noroxicodona, à oxi- bucal, sedação, astenia. Efeitos adversos pou-
morfona e aos derivados glicuronídeos) e seus co frequentes: dor no peito, edema facial,
metabólitos são eliminados pela urina, isola- mal-estar, enxaqueca, síncope, vasodilatação,
damente ou na forma de conjugados. Como é disfagia, eructação, flatulência, transtornos
transformada em oximorfona por ação da gastrintestinais, aumento do apetite, náuseas,
enzima CYP2D6 do citocromo P-450, alguns vômitos, estomatite, linfadenopatia, desid ra-
fármacos que atuam sobre essa enzima pode- tação, edema periférico, sede, transtornos de
riam interferir na formação deste metabólito, marcha, agitação, amnésia, despersonalização,
que em condições normais representa cerca de depressão, instabi lidade emocional, alucina-
15º/o da dose de oxicodona administrada. In- ções, hipercinesia, hipotonia, parestesia, trans-
dicações: está indicada para dores severas ou tornos da fala, estupor, tinnitus, tremores,
moderada de várias origens. Posologia: pa- vertigem, síndrome de abstinência, tosse, fa-
cientes não tratados com opioides: dose inicial ringite, pele seca, dermatite esfoliativa, visão
de 10 mg/12 horas e aumento gradual até anormal, alterações do paladar, disúria, hema-
alcançar a dose ótima. Pacientes sob tratamen- túria, poliúria, retenção urinária e impotência.
to com outros opioides: para passar ao trata- Precauções: administrar com precaução a
mento com oxicodona, deve-se considerar a pacientes idosos, debi 1itados, tratados com
potência relativa dos fármacos em questão e depressores do SNC; pacientes com doença
usar um fator de conversão (aproximado) de pulmonar obstrutiva crônica, com capacidade
acordo com a seguinte fórmula: (mg/dia opioi- respiratória reduzida, hipoxia, hipercapnia ou
de prévio) x (fator de conversão) = (mg/dia de depressão respiratória. Em pacientes com le-
oxicodona oral), onde o fator de conversão é sões intracranianas, pode ocorrer aumento da
0, 15 para a codeína, 0,9 para a hidrocodona, 4 pressão intracraniana do líquido cerebrospinal.
para a hidromorfona, 7,5 para o levorfanol, 0, 1 Em pacientes hipotensos, hipovolêmicos ou
a para meperidina, 1,5 para a metadona e 0,5 que estejam sob tratamento com fármacos que
para a morfina. Superdosagem: diante da diminuam o tono vasomotor, pode haver po-
superdose podem observar-se depressão res- tencialização da hipotensão e, além disso, re-
piratória, sonolência que evolui para estupor dução do desempenho cardíaco. Usar com
ou coma, flacidez da musculatura esquelética, cautela em portadores de doença de Addison,
pele fria, miose, bradicardia, hipotensão e alcoolismo agudo, coma, delirium tremens,
morte. Tratamento: pode-se administrar nalo- mixedema, hipotireoidismo, hipertrofia prostá-
xona ou outro antagonista puro dos opioides tica, obstrução uretral, insuficiências pulmonar,
caso haja depressão respiratória ou circu latória hepática ou renal severas, e em psicose tóxica.
significativa; em outros casos, deve-se forne- Pode causar contração do esfíncter de Oddi e
cer apenas suporte sintomático. O uso de deve ser usada com precaução em enfermida-
antagonistas pode precipitar síndrome de des biliares ou pancreatite aguda. Seu uso
abstinência aguda. Reações adversas: podem pode ser acompanhado de desenvolvimento de
166
Oxicodona Pentazocina
167
Pentazoeina Tramado]
168
ANESTÉSlCOS LOCAlS Epinefrina
,
ANESTESlCOS LOCAlS
169
Epinefrina Epinefrina
nérgicos ~2 nos pu lmões, para relaxar o mús- broncodilatador: por via subcutânea, 0,2 a 0,5
culo liso brôquico e aumentar a capacidade mg a cada 20 minutos a 4 horas, conforme a
vital. Diminui o volume residua l e reduz a re- necessidade. Reações anafiláticas: IM ou SC,
sistência das vias aéreas. Atua também sobre 0,2 a 0,5 mg a cada 10 a 15 minutos, conforme
receptores alfa-adrenérgicos para contrair as a necessidade. Como vasoconstritor (choque
arteríolas brônquícas. Atua sobre os receptores anafilático): IM ou SC, 0,5 mg seguidas de
adrenérgicos ~ 1 no coração e produz aumento 0,025 a 0,05 mg via IV a cada 5 a 15 minutos,
da força da contração pelo efeito ionotrópico conforme a necessidade. Como estimulante
positivo no miocárdio. Produz vasoconstrição cardíaco: IV, O, 1 a 1 mg a cada 5 minutos, se
e aumento da resistência periférica, contri- for necessário. Como coadjuvante da anestesia,
buindo, assim, para os efeitos da pressão. Em para o uso com anestésicos locais: 0, 1 a 0,2 mg
doses baixas, produz elevação moderada da em uma solução de 1:20.000 a 1:200.000.
pressão arterial sistólica. Em doses mais altas, Como anti-hemorrágico, midriático ou des-
atua sobre os receptores alfa-adrenérgicos dos congestionante: solução de 0,01 a 0, 1O/o. Rea-
vasos do músculo esquelético, o que causa ções adversas: dor no peito, calafrios, febre,
vasoconstrição e elevação das pressões arte- taquicardia, cefaleias contínuas ou graves,
riais sistólica e diastólica. Coadjuvante de náuseas ou vômitos, dispneia, bradicardia,
anestesia loca l: atua sobre os receptores alfa- ansiedade, visão turva ou dilatação pupilar,
-adrenérgicos da pele, membranas mucosas e nervosismo ou inquietude. Precauções: o mé-
víceras; produz vasoconstrição e diminui a dico deverá ser consultado se persistir a difi-
velocidade de absorção vascular do anestésico cu ldade de respirar após o uso da medicação.
loca l uti lizado; prolonga a duração da ação e Em diabéticos pode aumentar a concentração
diminui o risco de toxicidade relacionado com de glicemia. Pode aparecer secura na boca e
a absorção sistêmica do anestésico local. Pro- na garganta. Deve-se evitar a administração
duz vasoconstrição da conjuntiva e hemostasia simultânea de corticoides. O emprego de epi-
nas hemorragias de pequenos vasos; diminui a nefrina durante a gravidez pode produzir
congestão conjuntiva!. Contrai o músculo di- anoxia no feto. Não se recomenda a utilização
latador da pupila e produz midríase. Atua durante o parto, porque a ação relaxante nos
como descongestionante nasal, por vasocons- músculos uterinos pode retardar a progressão
trição mediada por estimulação dos receptores do trabalho de parto. Por ser excretada no
.
alfa-adrenérgicos da mucosa nasal. Emetabo- leite materno; seu uso em mães pode produzir
lizada no fígado e excretada por via renal. reações adversas importantes no lactente.
Indicações: asma brônquica, bronquite, enfi- Interações: outros medicamentos com ação
sema pulmonar, bronquiectasia, doença pul- bloqueadora alfa-adrenérgica (haloperidol,
monar obstrutiva crônica. Em reações alérgicas loxaprina, fenotiazinas, tioxantenos, nitritos)
graves, por combater a hipotensão produzida podem bloquear os efeitos alfa-adrenérgicos
pela anestesia raquidiana. Parada cardíaca, da epinefrina, com produção de hipotensão
bloqueio atrioventricular (A-V) transitório, grave e taquicardia. Os anestésicos gerais ha-
síndrome de Adams-Stokes; como coadjuvan- logenados (enflurano, halonato, isoflurano)
te da anestesia local, congestão conjuntiva!, podem aumentar o risco de arritmias ventri-
hemorragia superficial em cirurgia ocular, cu lares graves e diminuir os efeitos de hipo-
congestão nasal. Posologia - Ad ultos: como glicemiantes orais ou insulina, uma vez que a
170
Epinefrina lidocaína
epinefrina aumenta a glicemia. Os efeitos dos absorção por meio da pele intacta é escassa,
anti-hipertensivos e diuréticos podem dimi- aumentando quando aplicada sobre pele
nuir, e quando se administra simultaneamente traumatizada. A absorção sistêmica é pratica-
com bloqueadores beta-adrenérgicos pode mente completa e a velocidade de absorção
haver inibição mútua dos efeitos terapêuticos. depende do local e da via de administração, da
O uso concomitante de estimulantes do SNC dose total administrada e da associação, ou
pode ser aditivo e produzir efeitos indesejados. não, com vasoconstritores. Os vasoconstritores
Os glicosídeos cardíacos podem aumentar o diminuem o fluxo sang uíneo próximo ao local
risco de arritmias cardíacas. A ergometrina, da injeção, o que reduz a velocidade de absor-
ergotamina ou oxitocina podem potencializar ção do anestésico e prolonga o tempo de ação.
o efeito constritivo da epinefrina e diminuir os Além disso, diminui a concentração sérica, o
efeitos antiaginosos dos nit rat os. Contraindi- risco de toxicidade sistêmica e melhora a qua-
cações : deve ser ava liada a relação risco-be- lidade do bloqueio. O metabolismo é princi-
nefício na presença de lesão cerebral orgãníca, palmente hepático (90º/o); seus metabólitos
doença cardiovascular, arritmias cardíacas, são ativos e tóxicos, porém menos do que a
dilatação cardíaca, aterosclerose cerebral, in- droga-mãe; 10º/o são excretados sem modifi-
suficiência card íaca congestiva, hipertensão, cação pelos rins. Indicações : anestesia local
diabetes mellitus, glaucoma de ãngu lo fecha- tópica em membranas mucosas acessíveis
do, hipertireoidismo, feocromocitoma e cho- (endoscopia ou exploração de esôfago, laringe,
que cardiogênico. boca, cavidade nasal, faringe, reto, traqueia e
trato urinário), alívio sintomático de distúrbios
Lidocaína • Ações t era pêuticas: anestésico anorretais (hemorroidas, dor anorretal), trata-
local e antiarrítmico. Propriedades: seu me- mento de distúrbios da cavidade oral (dor por
canismo de ação como anestésico local con- irritação, inflamação em lesões bucais e da
siste no bloqueio da cond ução dos impulsos gengiva, dor por prótese dental), tratamento
nervosos, mediante a diminuição da permea- da dor faríngea, alívio e controle da dor na
bilidade da membrana neurona l aos íons de uretrite, tratamento da dor, prurido e inflama-
sódio, estabilizando-a de forma reversível. ção das doenças menores de pele. Por via pa-
Esta ação inibe a fase de despolarização da renteral, é indicada para produzir anestesia
membrana neurona l, o que dá lugar a um local ou regional, analgesia e bloqueio neuro-
potencia l de propagação insuficiente e ao muscular em grau variável antes das interven-
bloqueio da condução. Exerce sua ação como ções cirúrgicas dentais e obstétricas. Posolo-
antiarrítmico, diminuindo a despolarização, o gia: lidocaína tópica, geleia a 2º/o: 5 ml por
automatismo e a excitabilidade nos ventrícu- aplicação até 3 vezes/dia; urologia: 25 ml em
los durante a fase diastólica, mediante ação homens e 15 ml em mulheres. Lidocaína tópi-
direta sobre os tecidos, especialmente a rede ca, pomada a 5º/o: varia conforme o uso e a
de Purkinje, sem envolver o sistema autonô- área a anestesiar. Lidocaína tópica, solução a
mico. A lidocaína é absorvida com rapidez 4º/o : depende da área a anestesiar. Lidocaína
através das membranas mucosas até a circu- tópica, aerossol a 10º/o: não ultrapassar os 30
lação geral, com dependência da vasculariza- mg por quadrante de mucosa gengival ou oral
ção e velocidade do fluxo sangu íneo no local (cada atomização libera 10 mg da droga). Li-
da aplicação e da dose total administrada. Sua docaína tópica, viscosa a 2º/o: por contato,
171
Lidocaína Prilocaína
pode ser aplicada com pincel ou com a ponta os efeitos depressores da droga. O uso simul-
dos dedos várias vezes ao dia; por ingestão: 5 tâneo com bloqueadores neuromusculares
ml, 3 vezes/dia. Reações adversas: adminis- pode potencializar ou prolongar a ação destes.
tração tópica: erupção cutânea, urticária ou A administração com vasoconstritores para
angioedema por reação alérgica. Administra- anestesiar zonas irrigadas por artérias termi-
ção parenteral como anestésico local: erupção nais (como dedos das mãos, dos pés ou pênis)
cutânea, urticária ou angiodema por reação deve ser muito cuidadosa, uma vez que pode
alérgica; como anestésico denta l: adormeci- produzir isquemia e gangrena. Quando utili-
mento prolongado de lábios e boca; como zada como antiarrítmico, o uso simultâneo
anestésico espinal: hipotensão, cefaleias, náu- com outros antiarrítmicos pode gerar efeitos
seas, vômitos e toxicidade sistêmica. Adminis- cardíacos aditivos. Contraindicações: para
tração parentera l como antiarrítmico: erupção qualquer via de administração: hipersensibili-
cutânea e angioedema por reação alérgica, dor dade à droga. Para administração parenteral:
no loca l da injeção, ansiedade, enjoos, sono- bloqueio cardíaco completo, síndrome de
lência. Precauções: quando ministrada por via Adams-Stokes, hipotensão grave, infecção
tópica, deve ser administrada com cu idado na local, septicemia.
presença de hemorroidas sangrantes, infecção
loca l na zona de tratamento (diminuição ou Prilocaína • Ações terapêuticas : anestésico
perda do efeito anestésico local) e trauma local. Propriedades: esse anestésico local es-
grave da mucosa (aumenta sua absorção). A tabiliza a membrana neuronal mediante a
administração de lidocaína peridural, subarac- inibição do fluxo de íons requeridos para o
nóidea, paracervical ou genital durante o início da condução do impulso nervoso. Na
parto pode produzir alterações na contratili- aplicação por infiltração em pacientes com
dade uterina ou nos esforços de expulsão da transtornos dentários, a prilocaína começa sua
mãe e contrações das artérias uterinas. Quan- ação após 2 minutos e em tecidos moles pro-
do empregada por via parenteral como anes- longa-se durante 2 horas. A anestesia pulpar
tésico local, deve-se ter precaução na presen- dura aproximadamente 10 minutos. No blo-
ça de disfunção cardiovascular e hepática. A queio do nervo alveolar inferior, a ação come-
utilização como antiarritmico deve ser cuida- ça após 3 minutos e a anestesia prolonga-se
dosa em pacientes com insuficiência cardíaca por 2,5 horas. A prilocaína é absorvida total-
congestiva, hipovolemia ou choque, bloqueio mente após ser injetada e é metabolizada no
•
cardíaco incompleto, bradicardia sinusal e fígado e nos rins. E excretada principalmente
síndrome de Wolff-Parkinson-White, dado que pelos rins. Sua farmacocinética pode ser alte-
pode agravar todas essas doenças. Geralmente rada nos pacientes com doença hepática ou
não há sensibilidade cruzada com outros anes- renal. O fármaco atravessa a barreira hema-
tésicos locais do tipo amida. Interações: o uso toencefálica. A acidose e o uso de depressores
simultâneo com bloqueadores beta-adrenér- do SNC afetam os níveis de pri locaína neces-
gicos pode tornar mais lento o metabolismo sários para que ocorra manifestação de efeitos
da lidocaina pela diminuição do fluxo sanguí- sistêmicos. Indicações: anestesia local em
neo hepático. A cimetidina pode inibir o me- odontologia por técnicas de infiltração ou
tabolismo hepático da lidocaína. Os medica- bloqueio nervoso. Posologia: é empregada em
mentos depressores do SNC podem aumentar solução a 5º/o. Habitualmente entre 1 e 2 ml
172
ANSlOLiTICOS Buspirona
de solução são adequados para os diversos tação de toxicidade sistêmica, sinais e sintomas
procedimentos. Dose máxima recomendada semiológicos devem ser vigiados após cada
em adultos: 8 mg/kg (em uma aplicação úni- administração de anestésicos locais, já que
ca); dose máxima recomendada em crianças: confusão, agitação, convulsões, depressão ou
6,6 mg/kg. Superdosagem: confusão, convul- parada respiratória podem desenvolver-se por
sões, depressão ou parada respiratória. Uma administração na região da cabeça e do pes-
equipe de reanimação adequada deve estar coço; essas situações requerem atenção ime-
disponível para essas situações. Reações ad- diata. Utilizar com precaução em pacientes
versas: inflamação e parestesia persistente dos com doença hepática e renal. Interações:
lábios e dos tecidos moles. Em algumas oca- depressores do SNC: diminuem o limiar de
siões a parestesia pode durar até um ano. toxicidade sistêmica. Contraindicações: hiper-
Costumam ocorrer ocasionalmente transtornos sensibilidade à prilocaína e a outros anestési-
nervosos (excitação, vertigem, cefaleia) e car- cos do tipo amida. Pacientes com meta-hemo-
diovasculares (taquicardia, colapso vascular, globinemia idiopática ou congênita.
arritmias). Precauções: em busca de manifes-
,
ANSlOllTICOS
173
Buspirona Diazepam
suicidas. Cefaleias, parestesias, vertigem, sudo- mos musculares. Ampolas: sedação prévia a
rese. Superdosagem: náuseas, vômitos, tontu- intervenções (endoscopias, biópsias, fraturas);
ras, sonolência, miose e mal-estar gástrico. estados de agitação motora, delirium tremens,
Tratamento: lavagem gástrica imediata e convulsões. Posologia: as doses ótimas devem
medidas de suporte. Reações adversas: ton- ser avaliadas para cada paciente. Ansiedade:
turas, náuseas, nervosismo, excitação. Por 5 a 30 mg/dia. Espasmos musculares: 5 a 15
suspensão do tratamento: tonturas, insônia, mg/dia. Convulsões: 10 a 20 mg/dia. Crianças:
náuseas, transtornos gastrintestinais. Precau- 0,2 mg/kg/dia. Nos tratamentos da ansiedade
ções: não administrar a pacientes que ingerem ou de distúrbios psicomotores é conveniente
fármacos lmao. A retirada da droga deve ser não ultrapassar as 4 semanas. Se for necessário
gradual. A falta de experiência clínica não continuar além desse prazo, a suspensão deverá
sustenta seu uso em grávidas nem em mães ser gradual. Idosos e pacientes desnutridos
lactantes. Não administrar a pacientes com in- requerem doses menores devido às variações
suficiência renal ou hepática. Interações: lmao na sensibilidade e na farmacocinética. Reações
podem desencadear crises hipertensivas. Con- adversas: sedação, sonolência, ataxia, vertigem,
traindicações: hipersensibilidade à buspirona. hipotensão, distúrbios gastrintestinais, re-
tenção urinária, alteração na libido, icterícia,
Diazepam • Ações terapêuticas: ansiolítico, discrasias sanguíneas. Reações paradoxais:
miorrelaxante e anticonvulsivante. Proprieda- excitação e agressividade (crianças e idosos).
des: as benzodiazepinas atuam geralmente A administração parenteral pode produzir
como depressoras do SNC, causando sedação hipotensão ou debilidade muscular. Em pa-
leve até hipnose ou coma, dependendo da cientes geriátricos ou debilita dos, assim como
dose. Acredita-se que seu mecanismo de ação em crianças ou indivíduos com doenças
é potencializar ou facilitar a ação inibidora do hepáticas, aumenta a sensibilidade ao efeito
neurotransmissor ácido gama aminobutirico das benzodiazepinas no SNC. Precauções: po-
(Gaba), mediador da inibição tanto no nível dem modificar a capacidade de reação quando
pré-sináptico como no pós-sináptico, em todas se dirige veículos ou se opera máquinas de
•
as regiões do SNC. E bem absorvido no trato precisão. A dependência é importante quando
gastrintestinal e, quando injetado no músculo são usadas doses elevadas durante períodos
deltoide, geralmente a absorção é rápida e prolongados. Após a suspensão brusca podem
completa. O estado de equilíbrio da concen- ocorrer depressão, insônia por efeito de rebote,
tração plasmática é produzido entre 5 dias e 2 nervosismo, salivação e diarreia. Foi descrita
semanas após o início do tratamento. A elimi- síndrome de abstinência (estados de confusão,
nação é lenta, uma vez que os metabólitos manifestações psicóticas e convulsões) logo
ativos podem permanecer no sangue vários dias após a suspensão de doses elevadas e adminis-
ou semanas, produzindo possivelmente efeitos tradas por longo tempo. Na gravidez não se
persistentes. O início da ação é evidenciado recomenda o uso no primeiro trimestre. Duran-
entre 15 e 45 minutos após a administração te a lactação deve ser evitado, dado que o
oral, por via IM antes de 20 minutos, e por via diazepam é excretado no leite materno. Inte-
IV entre 1 e 3 minutos. A eliminação é por rações: os efeitos sedantes são intensificados
via renal. Indicações: comprimidos: ansiedade, quando se associam com álcool, neurolépticos,
distúrbios psicossomáticos, torcicolos, espas- antidepressivos, hipnóticos, hi poanalgésicos,
174
•
ANTICONYULSlVANTES Acido valproico
anticonvulsivantes e anestésicos. O uso simul- associada com a vida diária. Posologia: adul-
tâneo de antiácidos pode retardar, mas não tos: 400 mg, 3 vezes/dia. Dose máxima: até 2,4
diminuir, sua absorção. A cimetidina pode inibir g/dia. Em pacientes geriátricos ou debilitados
o metabolismo hepático e provocar atraso na a dose poderá ser reduzida, porque são mais
eliminação. As benzodiazepinas podem dimi- sensíveis a seus efeitos. Reações adversas:
nuir os efeitos terapêuticos da levodopa e a torpor, instabilidade, sonolência, cefaleias,
rifampicina pode potencializar a eliminação do confusão, taquicardia, excitação não habitual,
diazepam. Contraindicações: miastenia grave, náuseas ou vômitos. Sinais de toxicidade agu-
glaucoma, insuficiência pulmonar aguda, de- da: confusão grave, sonolência grave, bradi-
pressão respiratória, insuficiência hepática e cardia, debilidade. Sinais de toxicidade crônica:
renal. A relação risco-benefício deverá ser ava- tonturas contínuas, andar instável, balbucios.
liada em pacientes com antecedentes de crises Precauções: como atravessa a placenta, há o
convulsivas, hipoalbuminemia, psicose. risco de malformações congênitas quando é
administrado durante o primeiro trimestre de
•
Meprobamato • Ações terapêuticas: ansio- gravidez. E excretado no leite materno e pode
lítico. Propriedades: um derivado do carbama- originar sedação no lactente. Pode diminuir
to. Seu mecanismo de ação não é bem conhe- ou inibir o fluxo salivar e contribuir para o
cido; ao que parece, atua em múltiplos locais desenvolvimento de cáries, candidíase oral e
do SNC, incluindo o tálamo e o sistema límbi- mal-estar. Interações: outros medicamentos
•
co. E bem absorvido no trato gastrintestinal e depressores do SNC adotados de forma simul-
é metabolizado no fígado. A meia-vida plas- tânea podem aumentar esse efeito, bem como
mática é de aproximadamente 10 horas. A aumentar o risco de hábito. Contraindicações:
excreção é rena 1 (de 8 a 19º/o sob a forma a relação risco-benefício deverá ser avaliada
inalterada). Indicações: distúrbios de ansieda- na presença de antecedentes de abuso de fár-
de que requerem tratamento a curto prazo. macos, epilepsia, disfunção hepática ou renal
Não são indicados para ansiedade ou tensão e porfiria aguda intermitente.
ANTICONVULSlVANTES (Neuromoduladores)
A dor neuropática, seja de origem periférica, vez que qualquer droga que, em princípio,
seja central, é caracterizada por hiperexcitabi- reduza a hiperexcitabilidade neuronal, pode ser
lidade neuronal nas áreas lesadas do sistema considerada de valor analgésico.
nervoso. Tal hiperexcitabilidade e as alterações
•
a elas relacionadas apresentam vários aspectos Acido valproico • Ações terapêuticas: anti-
em comum com as modificações celulares de convulsivante e antiepiléptico. Propriedades:
certas formas de epilepsia. Tal fato, ao longo agente antiepiléptico maior, indicado em di-
dos últimos anos, levou ao uso dos anticonvul- ferentes formas clínicas da enfermidade con-
sivantes no tratamento de certas dores crôni- vulsiva: pequeno mal, crises de ausência e,
cas, sobretudo aquelas em queimação, lanci- como adjuvante, nas crises mistas. Apresenta-
nantes ou em forma de choque elétrico, uma -se na forma de diferentes sais e derivados
175
•
Acido valproico Carbamazepina
(sódico, magnésio, piroxil, divalproato) usados tração, a dose deve ser reduzida de forma
indistintamente na prática; contudo, o sal gradual, pois a suspensão brusca pode preci-
magnésio (valproato de magnésio) tem de- pitar crise convulsiva ou o estado de mal
monstrado ser mais eficaz e mais bem tolerado, epiléptico. Interações: a hipoprotrombinemia
com menor índice de efeitos secundários. Este induzida pelo ácido valproico pode aumentar
anticonvulsivante (AC) é totalmente diferente a atividade dos derivados cumarínicos e da in-
dos outros fármacos desse grupo terapêutico dandiona e aumentar o risco de hemorragias
(fenobarbital, carba mazepi na), tanto estrutu- em pacientes que recebem heparina ou trom-
ralmente (não tem radicais unidos à sua estru- bolíticos. O uso simultâneo com antidepressivos
tura química) quanto farmacologicamente, já tricíclicos, haloperidol, inibidores da monoa-
que tem outros efeitos (antianóxico) em nível minoxidase e fenotiazínicos pode potencializar
periférico, evitando o bloqueio do metabolis- a depressão do SNC e diminuir o limiar con-
mo muscular e a apneia da crise convulsiva, vulsivo. A administração com medicamentos
além de apresentar efeito ansiolítico decorren- hepatotóxicos pode aumentar o risco da hepa-
te de sua ação GABAérgica. Indicações: trata- totoxicidade. A administração concomitante de
mento da epilepsia (crise de ausência, pequeno inibidores da agregação plaquetária pode
mal). Como coadjuvante no tratamento das aumentar o risco de hemorragias.
crises mistas de epilepsia. Posologia: a dose
usual para adultos é de 5 a 15 mg/kg/dia por Carbamazepina • Foi o primeiro AC usado
via oral; a dose é aumentada semanalmente com sucesso em estudos clínicos para tratar
de 5 a 10 mg/kg/dia conforme a tolerância, até dores neuropáticas. Seu efeito analgésico
um máximo de 60 mg/kg/dia. A dose usual ocorre, provavelmente, por atividade central e
pediátrica (para crianças de 1 a 12 anos) é de periférica, tendo comprovada eficácia terapêu-
15 a 45 mg/kg/dia. Reações adversas: hepa- tica no tratamento da neuralgia trigeminai e
totoxicidade grave ou fatal (risco maior em na neuralgia do glossofaríngeo. Seus efeitos
crianças que recebem outros anticonvulsi- colaterais mais frequentes são sonolência,
vantes de forma simultânea) cãibras abdomi- tontura, ataxia (a Iteração da motricidade ca-
nais, alterações intestinais, diarreia, tremores, racterizada pela falta de coordenação dos
náuseas, vômitos, rash cutâneo, sonolência, movimentos), náusea e vômito. Ações tera-
inibição da agregação plaquetária, tromboci- pêuticas: anticonvulsivante, antineurálgico.
topenia, hemorragias, hematomas. Precauções: Propriedades: derivado tricíclico do iminosti-
a administração desse fármaco em crianças beno. Estruturalmente é similar aos fármacos
deve ser cuidadosa (apresentam maior risco de psicoativos (imipramina, clorpromazina e ma-
desenvolver hepatotoxicidade grave), em pre- protilina) e compartilha algumas caracterís-
sença de discrasias sanguíneas, patologias ticas estruturais com os anticonvulsivantes
cerebrais, insuficiência hepática e disfunção (fenitoína, clonazepan e fenobarbital). O me-
renal. Deve-se ter precaução em casos de ci- canismo exato de sua ação anticonvulsiva é
rurgia, de tratamentos dentários ou em emer- desconhecido; pode deprimir a atividade do
gências, pelo possível prolongamento do núcleo ventral anterior do tálamo, porém o
tempo de sangramento. Não se recomenda significado não está totalmente esclarecido.
ingestão associada de álcool ou outros depres- Como anti neurálgico pode atuar no SNC dimi-
sores do SNC. Para suspender sua adminis- nuindo a transmissão sináptica ou a somação
176
Carbamazepina Gabapentina
177
Gabapentina Lamotrigina
178
Lamotrigina Oxcarbazepina
179
Oxcarbazepina Oxcarbazepina
Quando uma dose exata (mg/kg) não puder hiponatremia, diminuição da libido nos ho-
ser obtida em crianças com os comprimidos mens, menstruação irregular; raramente, per-
disponíveis e se estime a necessidade de tratá- da de peso. Além disso, em crianças (que re-
-las com oxcarbazepina, será tomada a decisão cebem politerapia), vômitos, agressividade,
de administrar uma dose aproximada, de febre (de origem desconhecida). Precauções:
acordo com as circunstâncias do caso. Mesmo como há a possibilidade de diminuição do
que em certos pacientes seja possível a admi- sódio sérico durante a medicação com ox-
nistração em 2 ingestões ao dia, recomendam- carbazepina, recomenda-se medi-lo antes e
-se, geralmente, 3 ingestões diárias. Superdo- após o início do tratamento, a intervalos
sagem: os pacientes intoxicados com uma regulares. Os doentes com baixos níveis de
superdosagem de oxcarbazepina deverão ser sódio sérico e os que estão sendo tratados com
tratados de forma sintomática. O fármaco diuréticos deverão ser vigiados estritamente.
deverá ser eliminado ou inativo. Aconselha-se Em pacientes com disfunção renal ou hepática,
vigiar as funções vitais, prestando atenção a dose da droga deverá ser indicada com
especial aos distúrbios da condução cardíaca, cautela, e os níveis plasmáticos da droga de-
às alterações eletrolíticas e aos problemas vem ser controlados, o que também deve
respiratórios. O paciente deverá ser hospitali- ocorrer em indivíduos com doenças cardiovas-
zado. Reações adversas: costumam ser de culares graves e com idade avançada. Se o
natureza leve e passageira, são provocadas tratamento com oxcarbazepina for interrom-
principalmente no início do tratamento e, em pido bruscamente, por exemplo, por efeitos
geral, retornam ao prosseguir a medicação. colaterais graves, a troca por outro antiepilé-
Durante a fase de dose inicial, os efeitos co- tico será feita sob proteção, por exemplo, com
laterais mais comuns são fadiga, vertigem e diazepam e vigilância estrita. Já que a oxcar-
ataxia. Nos estudos clínicos com oxcarbazepi- bazepina deprime o SNC, os pacientes tratados
na adm inistrada em regime monoterapêutico, deverão renunciar ao consumo de bebidas
foram relatados os segu intes efeitos colate- alcoólicas. A alergia cruzada à oxcarbazepina
rais. Sistema nervoso central e periférico: é produzida aproximadamente em 25º/o dos
•
frequentes: fadiga; ocasionalmente, vertigem, doentes alérgicos à carbazepina. E provável
distúrbios da memória, cefaleias, tremor, dis- que esta alergia cruzada ocorra pela semelhan-
túrbios do sono, parestesias. E raramente, ça estrutural entre ambos os fármacos. Por-
instabilidade psíquica, tinnitus, ataxia, de- tanto, a oxcarbazepina será indicada com
pressão, distúrbios visuais, ansiedade. Trato cautela em pacientes alérgicos à carbamaze-
gastrintestinal: ocasionalmente, distúrbios pina. Efeitos sobre a capacidade de conduzir
gastrintestinais, por exemplo, náuseas. Rea- ou operar máquinas: dado que exerce um
ções de hipersensibilidade: ocasionalmente, efeito sedativo, pode reduzir a capacidade do
eritemas. Sangue : ocasionalmente, decrésci- paciente para conduzir veículos ou operar
mo da contagem leucocitária (transitório). máquinas. Interações: até o momento, só está
Fígado: ocasionalmente, aumento ligeiro das disponível informação limitada sobre as inte-
transaminases; em casos isolados, aumento da rações entre a oxcarbazepina e outros antie-
fosfatase alcalina. Aparelho cardiovascular: piléticos ou outros fármacos. Os estudos clíni-
-raramente, hipotensão ortostática. Outros: cos revelaram que a oxcarbazepina intensifica
ocasionalmente, aumento de peso, edema, apenas ligeiramente (se o faz) a eliminação da
180
Pregabalina Pregabalina
fenitoína e do ácido valproico quando admi- posologia similar, com redução significativa
nistrados conjuntamente. Contraindicações: na frequência das crises. Nos casos de trans-
hipersensibilidade conhecida à oxcarbazepina. torno de ansiedade generalizada recomenda-
-se, inicialmente, 75 mg 2 vezes ao dia. Con-
Pregabalina • Apresenta como ingrediente forme a resposta e a tolerabilidade do paciente,
ativo o ácido S-3-aminometil-5-metil-hexa- pode-se aumentar a dose para 300 mg em 7
noico, um análogo do ácido gama-aminobu- dias. Após esse período, pode-se elevar a dose
tírico (Gaba) sob a forma de cápsulas de 75 mg para 450 mg/dia atingindo a dose máxima de
e 150 mg, via oral. Mecanismo de ação: tal 600 mg/dia. Em fibromiálgicos, recomenda-se
fármaco liga-se a uma subunidade auxiliar de 300 a 450 mg/dia. Inicia-se com uma dose
(proteína a 2-ô) dos canais de cálcio voltagem- de 75 mg 2 vezes ao dia, podendo-se aumentá-
-dependentes no SNC, deslocando a [3H]-ga- -la para 150 mg 2 vezes ao dia, observando
bapentina. A pregabalina reduz a liberação de eficácia e tolerabilidade individuais. Contrain-
inúmeros neurotransmissores, como a substân- dicações: é contraindicada em pacientes com
cia P, o glutamato e a noradrenalina. Absorção: hipersensibilidade à pregabalina ou a qualquer
a pregabalina é absorvida rapidamente quan- componente da fórmula. Descontinuação do
do o paciente se encontra em jejum e o pico tratamento: deve ser realizado gradualmente
plasmático ocorre por volta de 1 hora após sua durante os primeiros sete dias. Uso em crian-
administração. Quando administrada com ças: não foi estabelecida ainda sua segurança
alimentos diminui sua absorçâo em torno de e eficácia em pacientes menores de 12 anos de
30º/o. Distribuição: em modelos animais, atra- idade. Advertências: pacientes com intolerân-
vessa a barreira hematoencefálica e a placenta, cia à galactose ou má absorção de glicose-
podendo-se observar a presença desse fárma- -galactose não devem usar tal fármaco. Gra-
co no leite de ratas lactantes. Metabolismo: a videz e lactantes: não há dados, portanto não
pregabalina sofre metabolismo desprezível em deve ser empregada nesses casos, a menos que
humanos, sendo recuperada em cerca de 98º/o o benefício justifique o risco. Efeitos sobre a
na urina da forma inalterada. Eliminação: a habilidade de dirigir e operar máquinas:
excreção é renal e a meia-vida de eliminação pode produzir tontura e sonolência e, portan-
de 6,3 horas. A farmacocinética da pregabali- to, alterar a capacidade e a habilidade de diri-
na não é influenciada pelo sexo e pela etnia. gir e operar máquinas. Interações medicamen-
Na insuficiência renal há necessidade de ajus- tosas: não produz interações farmacocinéticas
te de doses, o que também se verifica em pa- com neuromoduladores, hipoglicemiantes orais,
cientes com idade superior a 65 anos. Não uma vez que sua excreção é urinária de forma
apresenta em modelos animais teratogenici- inalterada. Reações adversas: são comumente
dade ou carcinogênese. Há evidências de sinais encontradas tontura e sonolência, visão turva,
clínicos de hiperatividade do SNC e bruxismo. diplopia, vertigem, transtorno de equilíbrio,
Indicações: recomenda-se em dores neuropá- amnésia, distúrbios de atenção, dificuldade de
ticas, principalmente em neuropatia diabética memória, tremores, disartria, parestesia, seda-
e neuralgia pós-herpética, com esquema po- ção, letargia, boca seca, sede, disfunção erétil,
sológico de 2 vezes ao dia, ou seja, 150 mg/dia. vômitos, distensão abdominal, constipação.
Não há dados conclusivos sobre as demais Incomuns: nasofaringite, sialorreia, hipoestesia
dores neuropáticas. Em epilepsia, emprega-se bucal, epistaxe, congestão nasal, neutropenia,
181
Topiramato ANTlDEPRESSlYOS
ANTIDEPRESSlVOS
Além dos Aines, os antidepressivos tricíclicos dessas drogas esteja relacionado à habilidade
(ADT) são provavelmente as drogas mais in- destas em aumentar a disponibilidade das
dicadas para o tratamento da dor. Os anti- aminas biogênicas, serotonina e norepinefrina,
depressivos tricíclicos, particularmente a na junção sináptica no SNC. Doses abaixo de
amitriptilina, têm propriedades analgésicas 10 mg são benéficas no tratamento das
independentemente do seu efeito antidepres- cefaleias por contração muscular e dores mus-
sivo e são prescritos para pacientes com dores culoesqueléticas. Suas indicações maiores são
crônicas associadas com depressão e distúrbios as dores neuropáticas, em especial a neuropa-
do sono. Acredita-se que o efeito terapêutico tia diabética e a neuralgia pós-herpética.
182
Amitriptilina Amitriptilina
As reações adversas mais comuns dos antide- (96º/o). A eliminação é principalmente renal,
pressivos tricícl icos são hipotensão postural, durante vários dias; por sua alta fração ligada
arritmias, depressão respiratória, constipação, às proteínas não é dializável. A meia-vida é
•
retenção urinária, aumento de peso corporal, de 10 a 50 horas. E um dos antidepressivos
prurido e diminuição da libido. São contrain- tricíclicos com maior efeito sedante. Indi-
dicados em pacientes que façam uso de inibi- cações: síndrome depressiva maior, doença
dores da monoaminoxidase, no infarto do maníaco-depressiva, distúrbios depressivos na
miocárdio recente e nos distúrbios de condução. psicose. Estados de ansiedade associados com
Além da excelente indicação na neuralgia pós- depressão. Depressão com sinais vegetativos.
-herpética e na neuropatia diabética, consti- Dor neurogênica: em dose de até 100 mg/dia
tuem-se em medicação de primeira linha no em dor crônica grave (câncer, doenças reumá-
tratamento da fibromia lgia associado a outras ticas, neuralgia pós-herpética, neuropatia
drogas e terapias não medicamentosas. A fa- pós-traumática ou diabética), dor miofascial.
cilitação do sono é outro efeito positivo dos Posologia: a dose deve ser individualizada.
antidepressivos tricíclicos, motivo pelo qual sua Embora com a dose inicial se possa produzir
administração deve ser feita sempre ao deitar, ação sedante, são necessárias de 1 a 6 semanas
independentemente da dose diária total. de tratamento para se obter a resposta anti-
depressiva desejada. No tratamento de manu-
Amitriptilina • Ações terapêuticas: antide- tenção, a dose diária pode ser reduzida para,
pressivo tricíclico. Propriedades: embora não em geral, 1 só tomada ao deitar, durante 6
tenha sido descrito o exato mecanismo de meses a 1 ano. Em pacientes com idade avan-
ação no tratamento da depressão, calcula-se çada, adolescentes ou pacientes com doença
que os antidepressivos tricíclicos aumentam a cardiovascular, é preferível fracionar a dose.
concentração na sinapse de norepinefrina ou Dose usual para adultos: oral, inicialmente 25
de serotonina no SNC, ao bloquear sua recap- mg, 2 a 4 vezes ao dia, ajustando logo a do-
tação pela membrana neuronal pré-sináptica. sagem. Reações adversas: visão turva, claudi-
A amitriptilina parece ser mais potente no cação, sucção, linguais; movimentos incontro-
bloqueio da serotonina. Recentes investiga- lados das pernas ou dos braços; confusão,
ções com antidepressivos mostram uma des- delírio, alucinações, constipação (principal-
sensibilização dos receptores da serotonina e mente em idosos), dificuldade ao falar ou
dos receptores alfa-adrenérgicos ou beta- engolir, nervosismo, agitação, rigidez muscular,
-adrenérgicos. Calcula-se que a ação antide- fotossensibilidade, crises convulsivas, sudorese
pressiva se relaciona melhor com as mudanças excessiva, pirose, vômitos. As seguintes rea-
nas características dos receptores, produzidos ções indicarão a suspensão do tratamento:
pela administração crônica dos antidepressivos náuseas, vômitos, diarreia, excitação não ha-
tricícl icos, que com o bloqueio da recaptação bitual, perturbações do sono. Precauções:
•
dos neurotransmissores; isso explica o atraso evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. E
de 2 a 4 semanas na resposta terapêutica. É possível que produza sonolência, portanto é
rapidamente absorvida por via oral. Metabo- necessário ter cuidado ao dirigir. A possível
lizado exclusivamente no fígado e seu meta- secura bucal pode implicar, dependendo da
bólito ativo é a nortriptilina. A ligação a patologia em questão, o uso de saliva artificial.
proteínas é elevada no plasma e em tecidos Não suspender a medicação de forma brusca.
183
Amitriptilina Amoxapina
Não se recomenda o uso em menores de 12 sivo tipo li (estrutura química relacionada com
anos. Os pacientes com idade avançada neces- a imipramina) derivado da dibenzoxacepina,
sitam, com mais frequência, reduzir a dose, com atividade terapêutica similar à dos anti-
devido à lentificação do metabolismo ou da depressivos tricíclicos, como imipramina, desi-
excreção. Assim mesmo, mostram aumento da pramina, clomipramina e amitriptilina. Seu
sensibilidade aos efeitos antimuscarínicos, mecanismo de ação se desenvolve a partir de
como retenção urinária ou delírio anticolinér- um aumento da concentração de norepinefri-
gico. Interações: o uso simultâneo com atro- na, na sinapse neuronal, ou da 5-hidroxitrip-
pina pode bloquear a detoxificação desta e tamina (serotonina) no SNC, ao bloquear de
pode produzir íleo paralítico. Aumenta a ação forma não seletiva a recaptação neuroaminér-
dos anticoagulantes orais por inibição do gica desses neurotransmissores cerebrais. Con-
metabolismo enzimático do anticoagulante. siderando que o efeito farmacológico desses
Potencializa a depressão do SNC, o que dimi- antidepressivos tricíclicos é lento e retardado
nui o limiar das crises convulsivas a doses (2 a 4 semanas), postula-se que o mecanismo
elevadas e diminui os efeitos da medicação de ação antidepressiva se relacionaria mais com
anticonvulsiva. O uso simultâneo com fárma- as alterações produzidas ao nível dos neuror-
cos antitireóideos pode aumentar o risco de receptores de membrana ou intracelulares, que
agranulocitose. Os efeitos dos antidepressivos modulariam, mediante influências intracelula-
tricíclicos podem ser diminuídos quando usa- res, a maior ou a menor descarga de neuro-
•
dos com barbitúricos. A cimetidina inibe o transmissores. E administrada por via oral e
metabolismo da amitriptilina e aumenta sua absorvida no trato digestivo de forma rápida.
concentração plasmática. Outros depressores Logo após uma dose de 50 mg, o pico plasmá-
do SNC potencializam sua ação. Não é reco- tico é atingido aos 60 minutos. Sua biodispo-
mendado seu uso com lmao devido ao aumen- nibilidade é de 18 a 54º/o, devido ao metabo-
to do risco de convulsões graves e crises hi- lismo de primeira passagem no fígado. Como
pertensivas. O uso concomitante com drogas outros tricíclicos afins, apresenta alto grau de
simpaticomiméticas pode potencializar os ligação a proteínas (90º/o); meia-vida de elimi-
efeitos cardiovasculares e dar lugar a arrit- nação (8 horas) e metabolização hepática
mias, taquicardia ou hipertensão. Contraindi- completa (100º/o) de seus metabólitos 7 e 8
cações: é contraind icada durante o período hidroxiamoxapina, 25º/o da concentração plas-
de recuperação de infarto do miocárdio. mática de amoxapina é eliminado pelo leite
Deverá ser avaliada a relação risco-benefício materno. Indicações: síndrome depressiva,
na presença de alcoolismo ativo ou tratado, depressão endógena. Síndrome maníaco-de-
asma, síndrome maníaco-depressiva ou bi- pressiva. Depressão reativa ou doenças distími-
polar, distúrbios hemáticos, alterações car- cas. Posologia: a dose inicial aconselhada é de
diovasculares, principalmente em idosos e 50 mg/dia. O intervalo terapêutico da dose
crianças, glaucoma, disfunção hepática ou oscila entre 100 e 400 mg e não deve ultrapas-
rena 1, hipertireoidismo, esquizofrenia, crises sar este último valor. Em indivíduos de idade
convulsivas e retenção urinária. avançada ou debilitados, administram-se doses
de 50 a 100 mg/dia. Reações adversas: enjoos,
Amoxapina • Ações terapêuticas: antidepres- sonolência, xerostomia, cefaleias, náuseas, can-
sivo tricíclico. Propriedades: é um antidepres- saço ou debilidade, aumento de peso, diarreia,
184
Amoxapina Desipramina
185
Desipramina Fluoxetina
como droga-mãe e 10º/o como norfluoxetina. destes. Isto também ocorre com a digitoxina e
O restante são metabólitos conjugados. Atra- os anticoagulantes. Em alguns pacientes au-
vés das fezes ocorre eliminação de 15º/o. A menta a meia-vida plasmática do diazepam.
meia-vida da fluoxetina é de 2 a 3 dias e a da Contraindicações: hipersensibilidade à droga
norfluoxetina de 7 a 9 dias. Indicações: de- e crianças menores de 15 anos.
pressões moderadas e graves. Distúrbios ob-
sessivo-compulsivos. Posologia: a dose usual Maprotilina • Ações terapêuticas: antide-
inicial é de 20 mg/dia, administrada pela ma- pressivo. Propriedades: antidepressivo tetra-
nhã. Aumentos de dose devem ser considera- cíclico cujas propriedades são semelhantes às
dos, se após várias semanas de tratamento não dos tricíclicos (imipramina, desipramina). Seu
for observada melhora clínica. Doses superio- mecanismo de ação é a inibição seletiva da
res (até 80 mg/dia) devem ser administradas recaptura de noradrenalina nos terminais ner-
em 2 tomadas diárias, pela manhã e durante o vosos. Este fármaco melhora o estado de ânimo
almoço. Após a remissão do quadro, deve ser e alivia a ansiedade, a agitação e a inibição
usada a menor dose efetiva para a manutenção psicomotora. Em casos de depressão mascara-
da melhora clínica. Reações adversas: náuse- da, atua de modo favorável sobre os sintomas
as, diarreia, secura bucal, erupções cutâneas, somáticos predominantes do quadro clínico.
reações anafilactoides, reações maníacas ou Após sua administração por via oral, a ab-
psicóticas em indivíduos predispostos. Há tam- sorção da maprotilina se processa de modo
bém perda de peso, aumento das transamina- lento, mas é total; as concentrações plasmáti-
ses e leucopenia assintomática, ou ambas, cas máximas são alcançadas durante as 8
confusão mental, ideias suicidas, discinesias, primeiras horas, ao passo que no líquido cere-
trombocitopenias, hi perprolactinemia, gineco- brospinal detectam-se concentrações de ma-
mastia, mastodinia, dismenorreia, sangramen- protilina equivalentes a cerca de 2 a 13º/o da-
to vaginal. Precauções: avisar os operadores quelas encontradas no soro. Liga-se em 88 a
de máquinas e os condutores de veículos sobre 89º/o a proteínas plasmáticas e é eliminada em
o risco de sonolência. Nos diabéticos pode ser 57º/o através da urina e em cerca de 30º/o atra-
necessário o ajuste da dose de insulina ou de vés das fezes, seja na forma inalterada, seja na
hipoglicemiantes orais. Interações: a grande forma de metabólitos (em especial glicuroní-
afinidade de fluoxetina pelas proteínas plas- deos). A eliminação renal não é afetada caso a
máticas e o metabolismo hepático significa- função renal esteja alterada (clearance de
tivo levam-nos a pensar que as interações creatinina: 24 a 37 ml/min), exceto quando a
com outras drogas são produzidas por deslo- função hepática está alterada. Indicações:
camento ou por competição enzimática. Em síndromes depressivas de diferentes tipos.
doses terapêuticas, não inibe o metabolismo Depressão endógena, psicogênica, somato-
do etanol nem interage com ele o suficiente gênica e mascarada. Tratamento da depressão
•
para potencializar seus efeitos centrais. E re- acompanhada de ansiedade, e depressões pró-
comendável deixar um lapso de 2 semanas prias de crianças e adolescentes e indivíduos
entre a administração de lmao e cloridrato de com idade avançada. Posologia: depressão
fluoxetina ou de 5 semanas no caso inverso. A leve a moderada, adultos: via oral, 25 mg, 1
administração combinada com outros antide- a 3 vezes/dia, ou 25 a 75 mg em tomada única.
pressivos pode aumentar os níveis plasmáticos Depressão grave, adultos: via oral, 25 mg,
187
Maprotilina Maprotilina
3 vezes/dia ou 75 mg, 1 vez/d ia. Caso ne- pesadelos, inquietação, estados de confusão,
cessário, a dose pode ser aumentada gradati- delírios e alucinações. Precauções: recomenda-
vamente até um máximo de 150 mg em uma -se administrar com precaução em pacientes
ou várias tomadas, conforme a resposta do com insuficiência hepática ou renal, dificulda-
paciente. Superdosagem: a superdosagem po- des de micção, antecedentes de pressão intra-
de causar depressão ou mesmo excitação do ocular elevada, cardiopatias, incluindo históri-
SNC, acarretando efeitos anticolinérgicos e co de infarto do miocárdio e em pacientes com
cardiotóxicos graves. Os sintomas compreen- idade avançada. Nestes dois últimos casos é
dem sonolência, inquietude, ataxia, convulsões, conveniente vigiar a função cardíaca e, se
estupor, hiperpirexia, coma, taquicardia, arrit- necessário, realizar eletrocardiogramas perió-
mias cardíacas, hipotensão e depressão respi- dicos. Em pacientes com hipertireoidismo ou
ratória. Como não há antídot o específico, re- tratados com preparações à base de hormônios
comenda-se eliminar o fármaco por indução tireoidianos, a maprotilina deverá ser usada
de vômito e/ou lavagem gástrica. Além disso, com precaução, dada a possibilidade de au-
recomenda-se respiração assistida de modo a mento dos efeitos adversos cardíacos. Reco-
controlar uma possível depressão respiratória menda-se, em especia l durante os primeiros
e, em caso de hipotensão e colapso respiratório, meses de tratamento, vigiar adequadamente
administrar expansores plasmáticos. Se ocorrer os pacientes (ocorrência de febre e faringite,
diminuição da função miocárdica, administrar contagens de leucócitos), pois a maprotilina
agentes inotrópicos. Éconveniente administrar pode produzir alterações hematológ icas. In-
diazepam em caso de convulsões. Reações terações : pode diminuir ou anu lar o efeito
adversas: os efeit os adversos compreendem, anti-hipertensivo dos bloqueadores da trans-
mais frequentemente, cefaleias e vertigem; missão adrenérgica, como a guanetidina ou a
raramente, convulsões, distúrbios extra pirami- betanidina, e aumentar o efeito sedativo da
dais (tremores, acatisia, mioclonias), ataxia, reserpina ou da metildopa. Por isso, caso ha-
disartria, fraqueza, parestesias (intumescimen- ja tratamento anti-hipertensivo concomitante,
to, formigamento), secura bucal, náuseas, vô- recomenda-se o emprego de fármacos de ou-
mitos, reações dérmicas (erupção, urticária) tras categorias, como di uréticos, vasodilata-
por vezes acompanhadas de febre, aumento da dores ou betabloqueadores que não sofram
incidência de cáries dentárias, sudorese e au- biotransformação acentuada, e controlar a
mento de peso. Com menor frequência podem pressão arterial. Pode potencializar os efeitos
ser observados púrpura, fotossensibilidade, cardiovasculares dos simpatomiméticos (nora-
edemas, constipação, hipotensão postural, drenalina, adrena lina, anfetamina, metilfeni-
taquicardia, arritmias cardíacas, distúrbios da dato) e levodopa. Os fármacos que estimulam
condução cardíaca (bloqueio atrioventricula r), o sistema enzimático, hepático da monoxige-
palpitações, síncope, ginecomastia, galactor- nase (barbitúricos, fenitoína, carbamazepina)
reia, sedação diurna, sonolência, visão turva, aceleram o metabolismo da maprotilina, di-
retenção urinária, estomatites, hepatite com mui ndo assim seu efeito antidepressivo. A
ou sem icterícia, leucopenia, agranulocitose, administração simultânea com tranquilizantes
eosinofilia, tinnitus, disgeusia, alterações se- maiores pode acarretar aumento das concen-
xuais, distúrbios do sono, agitação, ansiedade, trações séricas da maprotilina, diminuição do
188
Paroxetina Paroxetina
limiar convulsivo e crise epiléptica. A combi- concentrações 7 a 80º/o superiores às dos in-
nação com benzodiazepínicos pode provocar divíduos jovens. Indicações: síndromes de-
aumento da sedação. O tratamento concomi- pressivas com melancolia. Episódios depressi-
tante com maprotilina e beta bloqueadores que vos maiores ou severos. Depressão recorrente.
sofram elevado grau de biotransformação Distimias. Transtorno obsessivo-compulsivo.
(propranolol) pode aumentar as concentrações Usos adicionais, como terapia única ou como
plasmáticas da maprotilina, fato pelo qua l, coadjuvante, no tratamento da neuropatia
tanto no início quanto no fim do tratamento, diabética e da cefaleia tensional crônica.
recomenda-se ajustar a dose de maprotilina e/ Transtornos da conduta alimentar. Posolog ia:
ou determinar sua concentração sérica. Apesar a dose inicial recomendada é de 20 mg/dia em
de não terem sido registrados com a maproti- uma única tomada matinal. Pode ser in-
lina, a administração de cimetidina com outros crementada de 10 em 10 mg at é chegar a
antidepressivos tricíclicos (imipramina) pode 50 mg/dia, de acordo com a resposta do
aumentar os níveis séricos destes e provocar pacient e. Idosos: a dose inicial deve ser de 20
efeitos secundários (extrema secura buca l, mg/dia, que podem ser aumentados de 10 mg
distúrbios visuais). Contraindicações: hiper- em 10 mg até um máximo de 40 mg/dia, de
sensibil idade conhecida ao fármaco, em casos acordo com a resposta do paciente. Superdo-
suspeitos ou conhecidos de epi lepsia ou limiar sagem: náuseas, vômitos, sonolência. Não
convulsivo baixo, em pacientes que hajam foram observados casos fatais. O tratamento
sofrido infarto do miocárdio recente ou que deve ser de suporte, assegurando o estabele-
apresentem distúrbios da condução atrioven- cimento da ventilação e da oxigenação. A
t ricu lar, glaucoma de ângulo fechado ou re- diurese forçada, a diálise e a hemoperfusão
tenção urinária. Não deverá ser administrado não são benéficas na eliminação da paroxe-
em caso de intoxicação aguda com álcool, tina do orga nismo. Reações adversas: cefaleia,
hipnóticos, analgésicos ou psicofármacos. astenia, dor abdominal, palpitação, vasodi la-
tação, sudorese, tonturas, sonolência, insônia,
Paroxetina • Ações terapêuticas: antidepres- agitação, tremores, ansiedade, náuseas, vômi-
sivo. Propriedades: presume-se que sua ação tos, secura bucal, alterações na ejaculação.
antidepressiva se deva ao aumento do estímulo Precauções: não é recomendável o uso em
serotonérgico no SNC, que ocorre a partir da crianças, pois a eficácia e a segurança do fár-
inibição da recaptação da serotonina pelos maco não foram estabelecidas para esse grupo
neurônios. Após administração oral é com- etário. O paciente que recebe paroxetina não
•
pletamente absorvida. E metabolizada e dá deve operar máquinas nem dirigir automóveis.
origem a metabólitos 50 vezes menos poten- Para mudar de paroxetina a um lmao, ou vice-
tes, que, em sua maior parte, são polares -versa, deve-se suspender a administração
(predominam glicurônidos e sulfatos) e rapi- de qualquer um deles pelo menos 2 semanas
damente eliminados. Sua distribuição pelo antes de iniciar a administração do outro.
organismo é rápida, incluindo o SNC. As afec- Interações: entre as manifestações com uns
ções renais e hepáticas provocam um in- incluem-se rigidez, hipertermia, instabilidade
cremento nas concentrações plasmáticas da autonômica (com flutuações rápidas dos sinais
paroxetina, tanto que em idosos atingem vitais), mudanças do estado mental (agitação
189
Sertralina Venlafaxina
extrema que pode prog redir a delírio e coma). mática da setra lina é de aproximadamente 26
Essas reações foram observadas em pessoas horas. No homem, a sertralina e a N-des-
que recentemente tinham suspendido a paro- metilsertralina são metabolizadas de forma
xetina e começavam o t rat amento com um extensa, e os metabólitos resultant es sâo ex-
lmao. Coadministrado com triptofano, dor de cretados pelas fezes e pela uri na em quanti-
cabeça, náusea, sudorese e tonturas. Varfarina: dades similares. Só uma pequena quantidade
administrar com precaução. Os fármacos que (< 0,2º/o) da sertralina é excretada pela urina
afetam o metabolismo hepático podem alterar sem modificação. A farmacocinética em pa-
o metabolismo e a farmacocinética da paro- cientes idosos é similar à dos adultos mais
xetina. A cimetidina inibe o metabolismo da jovens. Indicações: depressão com antece-
paroxeti na; deve ser ajustada a dose desta dentes de mania, ou sem ela. Posologia: mi-
última. A coadministração de fármacos meta- nistrar apenas 1 vez/dia, de manhã ou à noite,
bolizados pelo citocromo P450 (nortriptilina, antes das refeições. A dose terapêutica é de
amitriptilina, imipramina, desipramina, fluo- 50 mg/dia, mas pode ser aumentada no caso
xetina, fenotiazinas, propafenona, flecainida, de necessidade até um máximo de 200 mg/dia.
encainida, quinidina) deve ser levada a cabo O início do efeito terapêutico é verificado ao
com precauções. Os pacientes que recebem término de 7 dias, mesmo que em geral sejam
paroxeti na não devem ingerir álcool. Con- necessárias de 2 a 4 semanas para a completa
traindicações: uso simu ltâneo com lmao, hi- atividade antidepressiva. Reações adversas: as
persensibilidade ao fármaco, insuficiência rena l mais comuns observadas são distúrbios gas-
severa, em crianças, lactantes e na gravidez. trintestinais (diarreia, náuseas e dispepsia),
tremores, vertigens, insônia, sonolência, trans-
Sertralina • Ações tera pêuticas: antide- piração abundante, secura bucal, disfunção
pressivo. Propriedades: o cloridrato de sertra- sexual masculina. Precauções: não usar em
lina é um derivado da naftilamina. Potente combinação com lmao. No caso de empregá-
inibidor da recaptação neuronal de serotonina. -los com sertralina, deixar passar 14 dias entre
Produz uma potenciação dos efeitos da 5HT. o fim de uma medicação e o início de outra.
O fármaco tem efeitos muito discretos sobre Interações: pode produzir-se um aumento
a recaptação neuronal da norepinefrina e das concentrações plasmáticas da sertralina,
da dopamina; em animais não tem ação quando administrada com outras drogas com-
estimulante, sedativa ou anticolinérgica, nem binadas fortemente com as proteinas plasmá-
cardiotoxicidade. Não tem afinidade pelos ticas, como varfarina e digoxina. Contraindi-
receptores muscarínicos (colinérgicos), se- cações: pacientes com hipersensibilidade
rotonérgicos, dopaminérgicos, adrenérgicos, conhecida à droga e gravidez.
histaminérgicos, gabaérgicos ou benzodiaze-
pínicos e exibe farmacocinética proporciona l Venlafaxina • Ações terapêuticas: antide-
à dose na faixa de 50 a 200 mg. No homem, pressivo. Propriedades: é um fármaco antide-
após dose diária oral única de 50 a 200 mg pressivo com estrutura química totalmente
durante 14 dias, as concentrações plasmáticas diferente da apresentada pelos antidepressivos
pico (Cmax) da sertralina são produzidas entre tricíclicos clássicos, pelos tetracíclicos e por
4 e 8 horas. A meia-vida de eliminação pias- outros agentes antidepressivos conhecidos.
190
Venlafaxina Venlafaxina
Seu mecanismo de ação lembra o de outros pais refeições. Segundo a resposta clínica, a dose
antidepressivos (fluoxetina, sertralina e paro- poderá ser aumentada até 150 a 225 mg/dia
xetina), já que está diretamente associado à em pacientes com transtornos depressivos
potencialização da atividade neurotransmissora severos. Após a remissão do transtorno, deve-
no SNC. Potente inibidor da recaptação de -se usar uma dose efetiva mínima de manu-
aminas no neurônio pré-sináptico e, à diferen- tenção. Não é necessário ajustar a dose em
ça dos acima mencionados, além de inibir a indivíduos depressivos idosos, diferentemente
recaptação da serotonina (5-hidroxitriptami- do que acontece com os antidepressivos tri-
na) age sobre a noradrenalina e a dopamina; cíclicos. Reações adversas: foram relatados
mesmo assim, não exerce essa ação sobre os nervosismo, náuseas, diarreia, erupções cutâ-
receptores muscarínicos, histaminérgicos ou neas, anorexia, ansiedade, insônia, confusão
•
alfa-adrenérgicos. E absorvida sem inconve- mental, cefaleia, secura bucal e astenia. Em
nientes no trato digestivo (92º/o) nas doses geral, a tolerância clínica ao fármaco é boa e
habituais (25 a 100 mg/dia); sofre uma ativa e a incidência desses efeitos é baixa (30/o). Pre-
ampla biotransformação. Estima-se que apro- cauções: os indivíduos que precisam manter
ximadamente 87º/o da dose administrada por reflexos intactos e atenção, ou que trabalham
via oral é excretada na urina nas primeiras 48 com máquinas ou veículos automotores, de-
horas, da qual 50/o corresponde ao fármaco não verão ser advertidos do risco de desenvolver
metabolizado, 26º/o, ao metabólito ativo (ODV) sonolência. Em indivíduos com insuficiência
e 27º/o, a outros metabólitos inativos; isso faz renal recomenda-se reduzir a dose diária. A
com que a excreção renal seja a principal via suspensão do tratamento deverá ser lenta e
de eliminação da venlafaxina. O processo de gradual, devendo-se evitar a suspensão repen-
absorção gastrintestinal não é afetado pela tina. Quando se deseja substituir a venlafaxina
presença de alimentos. A fração que se liga às por um antidepressivo lmao, observar um in-
proteínas plasmáticas é de 27º/o para uma tervalo de 7 a 14 dias. As doenças depressivas
concentração sérica de 2,5 a 2.215ng/ml O severas requerem tratamentos prolongados (3
perfil farmacocinético da venlafaxina admi- a 6 meses), para se conseguir a eutimia. Em
nistrada a cada 8 ou 12 horas não é alterado indivíduos hipertensos o uso deve ser cuteloso
pela idade nem pelo gênero dos indivíduos em e com controle tensional periódico. Interações:
tratamento. Em indivíduos com transtornos é um antidepressivo que, pela sua reduzida
renais, a meia-vida de eliminação prolongou- fração ligada às proteínas plasmáticas e sua
-se aproximadamente 50º/o e o clearance de mínima interação com o sistema citocromo
creatinina em 24º/o, ao passo que, em pacien- P450, tem pouca tendência para gerar intera-
tes com nefropatias crônicas submetidos à ções medicamentosas com outros fármacos
diálise, a meia-vida prolongou-se em torno de (1 ítio, diazepam, ci metid ina). Contraindica-
180º/o. A meia-vida plasmática do fármaco é ções: gravidez, lactação, hipersensibilidade ou
similar à da fluoxetina (3 a 5 dias). Indicações: alergia à venlafaxina. Desaconselha-se o con-
síndromes depressivas de grau variável. Trans- sumo de bebidas alcoólicas, a administração a
tornos obsessivo-compulsivos. Posologia: a crianças menores de 18 anos. O uso deve ser
dose habitual para iniciar o tratamento é de evitado, também, na presença de insuficiência
75 mg/dia, a cada 8 a 12 horas, com as princi- hepática ou renal graves.
191
ANTI-HlSTAMiNlCOS Betametasona
,
ANTl-HlSTAMlNlCOS
Betametasona • Ações terapêuticas: anti- psoríase), doença do colágeno e insuficiência
-inflamatório esteroide e imunossupressor. adrenocortical. Posologia - adultos: via ora l,
Propriedades: tem um átomo de flúor, em vez 0,6 a 7,2 mg/dia em uma única dose ou fracio-
de cloro, que a diferencia da beclometasona. nados em várias doses. Dose pediátrica: insu-
Difunde-se através das membranas celulares e ficiência adrenocortical, 0,0175 mg/kg/dia
forma complexos com receptores citoplasmá- fracionados em 3 a 4 doses; em crianças a
ticos específicos. Esses complexos penetram no dose é determinada mais em razão da gravi-
núcleo celular, se unem ao DNA e estimulam dade do estado e da resposta do paciente do
a transcrição do RNAm e posterior síntese de que pela idade ou pelo peso corporal. Formas
várias enzimas, responsáveis, em última ins- parenterais: fosfato de betametasona, adultos:
tância, pelos efeitos dos corticoides sistêmicos. injeção intra-articu lar, intralesional ou em
Diminui ou previne a resposta dos tecidos aos tecidos moles, até 9 mg de betametasona ba-
processos inflamatórios, com redução dos se, repetidos conforme a necessidade; crianças:
sintomas da inflamação, sem tratar a causa insuficiência adrenocortical, IM, 0,017 mg/kg/dia;
subjacente. Inibe a acumulação de células outras indicações: IM, 0,028 a 0,125 mg/kg
inflamatórias, incluídos os macrófagos e os com intervalos de 12 a 24 horas; acetato de
leucócitos, nas zonas de inflamação. Também betametasona, adu ltos: intra-articular 1,5 a 12
inibe a fagocitose, a liberação de enzimas li- mg dependendo do tamanho da articulação
sossômicas e a síntese ou a liberação de vários afetada; intrabursal, 6 mg repetidos conforme
mediadores químicos da inflamação. Os meca- a necessidade; intramuscular, 0,5 a 9 mg/dia.
nismos de ação imunossupressora não são Reações adversas: a administração local reduz,
conhecidos por completo, mas podem implicar mas não elimina, o risco de efeitos sistêmicos.
supressão ou prevenção das reações imunes Atenção médica é necessária. Se ocorrerem
mediadas por células (hipersensibilidade retar- durante o uso a longo prazo, podem se mani-
dada), assim como ações mais específicas que festar como úlcera péptica, pancreatite, acne
afetem a resposta imune. Por via oral é absor- ou problemas cutâneos, síndrome de Cushing,
vida de forma rápida e quase completa, e por arritmias, alterações do ciclo menstrual, debi-
via parenteral (IV, IM) o início da ação efetiva- lidade muscular, náuseas ou vômitos, estrias
-se, em seu pico máximo, em 1 a 3 horas; a avermelhadas, hematomas não habituais, fe-
ação dura de 1 a 2 semanas. A ligação às pro- ridas que não cicatrizam. São de incidência
•
teínas é alta. E metabol izada principalmente menos frequente: visão reduzida ou turva,
no fígado, a maior parte em metabólitos ina- redução do crescimento em crianças e adoles-
tivos. É eliminada pelo metabolismo, seguido centes, aumento da sede, ardor, dormência, dor
de excreção renal de seus metabólitos. Indica- ou formigamento próximo ao local da injeção,
ções: síndrome de insuficiência respiratória alucinações, depressão ou outras alterações do
neonata 1, doenças alérgicas ou inflamatórias, estado aním ico, hipotensão, urticária, sensação
doenças reumáticas, choque associado com de falta de ar e asfixia. Precauções : não se
reações anafiláticas ou anafi lactoides, doenças recomenda a administração de vacinas à base
dermatológicas (dermatite, líquen, pênfigo, de vírus vivos atenuados em pacientes que
192
Betametasona Clemastina
193
Dexametasona Dexametasona
cações: reações alérgicas agudas ou crônicas. bolismo dos aminoácidos. Aumenta a disponi-
Rinite, sinusite e bronquite alérgica. Dermatite bilidade de glicose. É absorvido rapidamente
alérgica, urticária, dermatoses pruriginosas. por via ora l e por completo por via IM. Sofre
Picadas de insetos. Posologia: adultos: 1,34 metabolismo no fígado, porém de forma mais
a 2,68 mg a cada 8 a 12 horas. Aconselha-se lenta que outros corticoides. A eliminação
não superar a dose máxima de 8,04 mg/dia. mediante o metabolismo ocorre por excreção
Crianças: 0,67 a 1,34 mg a cada 12 horas. Efei- renal dos metabólitos inativos. Indicações: no
tos secundários: são os habituais desse grupo tratamento de várias afecções devido a seus
de fármacos: embotamento, sedação, secura efeitos anti-inflamatórios e imunossupres-
bucal, astenia, constipação, rash cutâneo, sores; proporciona alívio sintomático, mas
cefaleias, náuseas. Interações: associado com não tem efeito sobre o desenvolvimento da
sedativos, hipnóticos, inibidores da monoa- doença subjacente. Terapêutica substitutiva
minoxidase (lmaos) e álcool potencializa os no tratamento de insuficiência suprarrenal.
efeitos neurodepressores. Contraindicações: Diagnóstico da síndrome de Cushing, isquemia
hipersensibilidade aos anti-histamínicos H1• cerebral, prevenção da síndrome de membrana
Prematuros e recém-nascidos. Glaucoma de hialina (acelera a maturação pulmonar fetal).
ângulo estreito, úlcera péptica estenótica, hi- Tratamento da síndrome de angústia respira-
pertrofia prostática, gravidez e lactação. tória em adultos por insuficiência pulmonar
pós-traumática. Tratamento do choque por
Dexametasona • Ações terapêuticas: anti- insuficiência adrenocortical e como coadju-
-inflamatório esteroide e imunossupressor. vante no tratamento do choque associado com
•
Propriedades: difunde-se através das mem- reações anafiláticas. E selecionável quando se
branas celulares e forma complexos com os requer um corticoide de ação prolongada.
receptores citoplasmáticos específicos. Estes Posologia: via oral - adultos: 0,5 mg a 9 mg/
complexos penetram no núcleo da célula, dia em 1 só dose ou fracionada em várias do-
unem-se ao DNA e estimulam a transcrição do ses. Doses pediátricas: 0,0233 mg/kg ou 0,67
RNAm e a posterior síntese de enzimas, as mg/m2 ao dia fracionada em 3 doses. Teste
responsáveis por dois tipos de efeitos dos cor- diagnóstico da síndrome de Cushing: oral: 1
ticosteroides sistêmicos. Como anti-inflama- mg em dose única à noite ou 0,5 mg a cada 6
tório esteroide, inibe o acúmulo de células horas durante 48 horas. Parenteral - adultos:
inflamatórias, incluindo macrófagos e leu- injeção intra-articular ou em tecidos moles: 4
cócitos, na zona de inflamação. Inibe a fago- a 16 mg repetidas a cada 1 a 3 semanas; in-
citose, a liberação de enzimas lisossômicas e tramuscular: 8 a 16 mg com intervalos de 1 a
a síntese ou a liberação de alguns mediadores 3 semanas. Não foi estabelecida a dose para
químicos da inflamação. Como imunossupres- crianças. Reações adversas: o risco de se pro-
sor, reduz a concentração de linfócitos de- duzirem reações adversas, tanto sistêmicas
pendentes do timo, monócitos e eosinófilos. quanto locais, aumenta com a duração do
Diminui a união das imunoglobulinas aos re- tratamento ou com a frequência de adminis-
ceptores celulares de superfície e inibe a sín- tração. As perturbações psíquicas também
tese ou a liberação de interleucinas e reduz a podem estar relacionadas com a dose. Com a
importância da resposta imune primária. Esti- injeção local podem aparecer lesões em tecidos
mula o catabolismo proteico e induz o meta- articulares ou reações alérgicas locais. São de
194
Dexametasona Dexclorfeniramina
incidência menos frequente: visão turva, poli- de coagulação sanguínea, fratura intra-articu-
dipsia, diminuição do crescimento em crianças lar, infecção periarticular, articulação instável.
e adolescentes, ardência, dor e formigamento A relação risco-benefício deverá ser avaliada
na região da injeção, perturbações psíquicas para todas as indicações a seguir: Aids, insufi-
(obnubilações, paranoia, psicose, ilusões, delí- ciência cardíaca congestiva, disfunção renal ou
rio), erupção cutânea. Durante o uso a longo hepática grave, infecção sistêmica por fungos,
prazo podem ocorrer: ardência abdominal, infecções virais ou bacterianas não controla-
melena, síndrome de Cushing, hipertensão, das, glaucoma de ângulo aberto, lúpus erite-
cãibras, mialgias, náuseas, vômitos, debilidade matoso, tuberculose ativa.
muscular, miopatia por esteroides, hematomas
não habituais. Precauções: considerar que Dexclorfeniramina • Ações terapêuticas:
aumenta o risco de infecção durante o trata- anti-histamínico H1• Propriedades: derivado
mento; em pacientes geriátricos e pediátricos da propilamina, bloqueador competitivo de
aumenta o risco de reações adversas. As inje- receptores H1, antagoniza os efeitos provoca-
ções intra-articulares podem ser repetidas com dos pela histamina. Por não bloquear a libe-
frequência não superior a 3 semanas. Após ração do autacoides, previne mas não reverte
cada uma, deverá ser feito repouso. Não foram as respostas mediadas pela liberação dessas
descritos problemas na lactação com doses substâncias quando já iniciadas. A ação anti-
fisiológicas baixas, mas doses maiores são muscarínica produz um efeito de secura na
excretadas no leite materno e podem causar mucosa nasal. Atravessa a barreira hemato-
diminuição do crescimento de crianças e ini- encefálica e provoca sedação devido à ação
bição da produção de esteroides andrógenos. em receptores H1 cerebrais, relacionados com
Interações: quando empregada simultanea- o controle dos estados de vigília. Bloqueia a
mente com doses elevadas de paracetamol ou resposta à acetilcolina mediada pelos recep-
em tratamentos crônicos aumenta o risco de tores muscarínicos, causando secura da mu-
•
hepatoxicidade. Aumenta o risco de úlcera ou cosa nasal. E bem absorvida por via oral ou
hemorragia gastrintestinal com os anti-infla- parenteral. Sua ligação com as proteínas
matórios não esteroidais (Aines). A anfoterici- plasmáticas é de 72º/o. Sofre metabolismo
na-B parenteral em associação com glicocor- hepático. A meia-vida é de 12 a 15 horas. O
ticoides pode provocar hipocalemia grave. O efeito máximo é alcançado em 6 horas e a
•
uso de antiácidos diminui a absorção da dexa- duração da ação é de 4 a 25 horas. Eeliminada
metasona. Devido à sua atividade hiperglice- por via renal. Indicações: rinite alérgica cons-
miante intrínseca, pode ser necessário ajustar tante ou estacionária, rinite vasomotora,
a dose de insulina ou de hipoglicemiantes conjuntivite alérgica, prurido associado com
orais. O uso conjunto de glicosídeos digitálicos reações alérgicas, espirros e rinorreia asso-
aumenta a possibilidade de arritmias. Aumen- ciados com o resfriado comum. Urticária
ta o metabolismo da mexiletina, diminuindo (secundária à transfusão de hemoderivados).
sua concentração plasmática. Não se recomen- Coadjuvante no tratamento das reações ana-
da a administração de vacinas com vírus vivos filáticas e anafilactoides. Posologia: adultos :
atenuados, dado que pode ser potencializada 2 mg, por via oral, em intervalos de 4 a 6 horas.
a replicação dos vírus da vacina. Contraindi- Crianças menores de 12 anos: 0, 15 mg/kg, sub-
cações: para injeção intrarticular: distúrbios divididos em 4 doses, ou 0,5 a 1 mg a cada 4
195
Loratadina Mepiramina
ou 6 horas. Superdosagem: torpor, secura ser avaliada na presença de asma aguda, hi-
bucal e da mucosa nasal, congestão facial, pertrofia prostática sintomática, predisposi-
alucinações, crises convulsivas, insônia (esti- ção à retenção urinária, glaucoma.
mulação do SNC). Tratamento: sintomático,
incluindo lavagem gástrica, indução do vô- Loratadina • Ações terapêuticas: antialérgi-
mito, administração de vasoconstritores e co. Propriedades: anti-histaminico tricíclico
líquidos IV. Evitar a administração de estimu- potente, de ação prolongada, com atividade
lantes (analépticos). Reações adversas: sono- seletiva antagônica dos receptores H1 perifé-
lência. Ocasionalmente provoca enjoas, ta- ricos. Indicações: sintomas associados com
quicardia, anorexia, erupção cutânea, visão rinite alérgica, como espirros, secreção nasal
turva e outros distúrbios visuais. Precauções: (rinorreia) e prurido. Os sinais e os sintomas
pode mascarar os efeitos ototóxicos produ- oculares e nasais são aliviados rapidamente
zidos por doses elevadas de salicilatos, cis- após a administração oral. Urticária crônica e
platina paromomicina e vancomicina. Evitar outras afecções dermatológicas alérgicas. Po-
a ingestão de álcool ou de outros depressores sologia: adultos e crianças maiores de 12 anos:
do SNC. Deve-se ter precaução se ocorrer 10 mg, 1 vez/dia. Crianças de 2 a 12 anos, com
sonolência. Em caso de irritação gástrica peso corporal > 30 kg: 10 mg, 1 vez/dia; com
pode ser ingerida com alimentos, água ou peso corporal= 30kg: 5 mg, 1 vez/dia. Reações
leite. Pode inibir a lactação por seu efeito adversas: após a administração de loratadina,
antimuscarínico. Não é recomendado o uso em raras ocasiões foram comunicadas reações
em recém-nascidos, nem em prematuros. Em secundárias como fadiga, sedação e dor de
crianças pode ocorrer reação paradoxal, ca- cabeça. Precauções: crianças menores de 2
racterizada por hiperexcitabilidade. Os idosos, anos, gravidez e lactação. Interações: deve ser
mais suscetíveis aos efeitos antimuscarínicos, suspensa aproximadamente 48 horas antes de
podem apresentar enjoas, sedação, confusão, qualquer teste cutâneo, uma vez que os anti-
hipotensão, secura bucal e retenção urinária. -histamínicos podem impedir ou diminuir as
Interações: álcool, antidepressivos tricíclicos, reações que, de outro modo, seriam positivas
depressores do SNC, anti-hipertensivos de- aos indicadores de reatividade dérmica. Con-
pressores do SNC (clonidina, guanabenzo, traindicações: hipersensibilidade ou idiossin-
metildopa, metirosina) podem potenciar os crasia a seus componentes.
efeitos depressores da dexclorfeniramina.
Potenciação dos efeitos antimuscarínicos com Mepiramina • Ações terapêuticas: anti-
o uso simultâneo de haloperidol, ipatrópio, -histaminico. Propriedades: anti-histamínico
fenotiazina ou procainam ida. Os lmaos po- também denominado pirilamina, derivado da
dem prolongar os efeitos antimuscarínicos e etilenodiamina, que age por competição com
depressores do SNC da dexclorfeniramina. a histamina pelos receptores H1 das células
Pode interferir com as provas cutâneas que efetoras. Dessa forma, evita parte das respos-
usam alergênicos. Fármacos fotossensibiliza- tas mediadas pela histamina. O efeito sedati-
dores: efeitos aditivos sobre a fotossensibili- vo hipnótico deve-se ao fato de a mepiramina
dade. Contraindicações: hipersensibilidade atravessar a barreira hematoencefálica e ligar-
ao fármaco ou a outros anti-histamínicos -se aos receptores H1 da histamina no cérebro,
relacionados. A relação risco-benefício deve os quais participam do controle dos estados
196
Mepiramina Mepiramina
197
ANTIPSlCÓTICOS Haloperidol
,
ANTIPSlCOTlCOS
198
ANTIVlRAlS Aciclovir
ANTIVlRAlS
Aciclovir • Ações terapêuticas: antivirai se- vírus herpes simples, o tratamento adequado
letivo contra o vírus do herpes. Propriedades: deva ser de 5 dias. Adultos: com função renal
atua contra os tipos 1 e li do herpes simples e normal: infecções por vírus herpes simples
vírus da varicela zóster, com baixa toxicidade (exceto encefalite herpética) ou vírus varicela
para as células infectadas do homem. Quando zóster: 5 mg/kg em 8 horas. Em pacientes
penetra na célula infectada pelo vírus do her- imunodeprimidos com infecções por vírus
pes, o aciclovi r sofre fosforilação, converten- varicela zóster ou com encefalite herpética :
do-se no composto ativo aciclovir trifosfato. 10 mg/kg em 8 horas. Função renal alterada :
Para que essa primeira etapa ocorra é neces- a administração deve ser feita com precaução
sária a presença da timidina cinase especifica e a dose será estabelecida de acordo com a
do vírus herpes simples. O aciclovir trifosfato depuração da creatinina: 25 a 50 ml/minuto,
atua como inibidor específico da DNA-polime- 5 mg/kg/12h; 10 a 25 ml/minuto, 5 mg/kg/24h;
rase do vírus herpes, evitando a posterior o (anúricos) a 10 ml/minuto, 2,5 mg/kg/24 a
síntese de DNA virai sem afetar os processos 48h, ou após a diálise. Crianças entre 3 meses
celulares normais. Em adultos, a meia-vida e 12 anos: calcula-se conforme a superfície
plasmática do aciclovir é de 2 a 9 horas. A corporal. Vírus herpes simples ou vírus varice-
maior parte da droga é excretada inalterada la zóster: 250 mg/m2 a cada 8 horas. Em crian-
pelos rins. Tanto a secreção tubular quanto a ças imunodeprimidas com infecções por vírus
filtração glomerular contribuem para a elimi- varicela zóster: 500 mg/m2 2/8 horas, se a
nação renal. O único metabólito significativo função renal não estiver alterada. Em crianças
é a 9-carboximetoximetilguanina, que repre- com função renal alterada são necessárias
senta 10 ou 15º/o da dose excretada na urina. modificações especiais da dose, de acordo com
Também é eliminado durante a hemodiálise. o grau de disfunção. Idosos: deverá ser con-
Pouco absorvido no trato gastrintestinal (15 trolada a função renal diminuindo a dose de
a 30º/o), embora as concentrações séricas acordo com os valores de creatinina. A dose
sejam suficientes para obter efeito terapêuti- deve ser administrada muito lentamente, em
co. Distribui-se amplamente nos tecidos e lí- um período não inferior a 1 hora. Via oral: dose
quidos corporais, encontrando-se as maiores usual para adultos: 200 mg a cada 4 horas, 5
concentrações nos rins, no fígado e no intes- vezes/dia, durante 10 dias. Tratamento crônico
tino. As concentrações no líquido cerebrospinal supressor das infecções recorrentes: 200 mg a
são de aproximadamente 50º/o das concentra- cada 8 horas, durante, no máximo, 6 meses. As
ções plasmáticas. Atravessa a placenta e sua cápsulas podem ser tomadas com os alimentos,
união às proteínas é baixa. Indicações: para o pois não foi demonstrado que a absorção seja
tratamento de infecções por vírus herpes afetada por eles. Reações adversas: em alguns
simples e profilaxia em pacientes imunodepri- pacientes foi observado aumento rápido e
midos, sobretudo em infecções cutâneas pro- reversível dos níveis sanguíneos de ureia ou
gressivas ou disseminadas. Posologia: a dura- creatinina, o que pode ser devido a níveis plas-
ção do tratamento dependerá da gravidade da máticos elevados da droga e ao estado de
infecção, embora, em infecções agudas por hidratação dos pacientes. Portanto, é impres-
199
HlALURONATO DE SÓDlO MEDlCAÇÃO TÓPlCA
cindível que a hidratação seja adequada. Por posologia. Observar a função renal em pacien-
extravasamento pode aparecer uma infla- tes submetidos a transplantes renais, pelo
mação grave, às vezes seguida de ulceração. aumento que produz da creatinina ou da ureia
Foram evidenciados também aument o das sérica. Interações: a probenecida aumenta a
enzimas hepáticas, diminuição dos índices meia-vida e as concentrações plasmáticas de
hematológicos, erupções e febre, náuseas e aciclovir. O interferon ou o metotrexato admi-
vômitos. Em algumas ocasiões houve reações nistrados simultaneamente com aciclovir IV
neurológicas reversíveis, como tremores, rela- podem produzir anormalidades neurológicas.
cionadas com confusão e alterações eletroen- Contraindicações: pacientes que tenham de-
cefalográficas. Precauções: deverá ser adota- monstrado hipersensibilidade ao aciclovir.
da com precaução em pacientes com alterações Deverá ser avaliada a relação risco-benefício
renais e, a fim de evitar acúmulo da droga, a em pacientes com disfunção renal, hepática ou
dose será regulada de acordo com a tabela de anomalias neurológicas.
,
HlALURONATO DE SODlO
- ,
MEDlCAÇAO TOPlCA
•
A dor neuropática é definida como condição Estudo que ava liou o efeito de medica-
que se inicia ou é causada por lesão primária ou ções tópicas como tratamento único ou em
doença do sistema somatossensitivo. A etiologia combinação com medicações sistêmicas no
das dores neuropáticas varia desde o trauma trat amento de condições de dor orofacial
local até alterações do SNC. Seu tratamento, na neuropáticas concluiu que aquelas podem
maioria dos casos, é farmacológico, incluindo proporcionar alívio rápido da dor, tanto
antidepressivos, analgésicos e anticonvulsivan- agindo isoladamente quanto em combina-
t es. A eficácia dessas medicações depende de ções com medicações sistêmicas. A efetivi-
uma variedade de fatores, como localização da dade, a indicação, a dosagem e as possíveis
dor, idade do paciente, comorbidades asso- associações ainda estão abertas à discussão.4
ciadas. Um método alternativo clínico é a
medicação tópica. Embora esse método tenha Capsaicina • Analgésico tópico. Uso externo
sido relatado por vários autores como útil para ou interno na cavidade bucal associado a um
a dor neuropática, ainda não foi muito estuda- gel anestésico. Uso adulto ou em crianças aci-
do na região orofacial.4 ma de 2 anos (creme). Uso adulto ou em crian-
200
Capsaicina Hercap
201
RElAXANTES MUSCUlARES Baclofeno
também tem ação anti-inflamatória por inibi- onnuum L não deve ser aplicado sobre a pele
ção competitiva com o ácido araquidônico e age lesada ou eczematizada, devendo-se aguardar
como vasodilatador local. Durante as primeiras a completa cicatrização para o início do tra-
•
aplicações, ocorrerá sensação de queimação tamento. E extremamente irritante sobre as
local, em decorrência da maior liberação do mucosas, devendo-se evitar o contato do pro-
neu ropeptídeo P pelas fibras nervosas sensiti- duto com essas regiões. Interações: não foram
vas; depois de sucessivas aplicações, essa sen- observadas interações medicamentosas entre
sação diminui pela depleção do neurotrans- hercap (óleo resina de Copsicum onnuum L) e
missor, o que coincide com o início do efeito outros medicamentos de uso tópico até o mo-
analgésico do produto. Indicações: o óleo resina mento. Reações adversas: desencadeia durante
de Copsicum onnuum L é indicado na dor neu- as primeiras aplicações o surgimento de eritema
rálgica pós-herpética. Contraindicações: o óleo e sensação de formigamento que devem desa-
resina de Copsicum onnuum L, está contrain- parecer após a primeira semana de uso. Podem
dicado para pacientes que tenham sensibi lida- ocorrer, raramente, reações de hipersensibilida-
de a algum dos componentes da fórmula. Ele de com lesões tipo urticária ou dermatite vesi-
está contraindicado durante a gravidez e a cante pelo uso. Posologia: 3 a 4 aplicações/dia,
amamentação pelo potencial efeito uterotô- massageando até a completa absorção, durante
nico. Precauções: o óleo resina de Copsicum 4 a 6 semanas, ou segundo orientação médica.
RELAXANTES MUSCULARES
Os fármacos miorrelaxantes são aqueles capa- ção para a resposta positiva apresentada por
zes de melhorar a função muscu lar esquelética. alguns pacientes.2
Condições de traumatismos, ansiedade, inflama-
ções e/ou infecções podem associar-se ao Baclofeno • Ações terapêuticas: relaxante
aparecimento de espasmos muscu lares agudos. muscular e antiespasmódico. Propriedades: é
Os relaxantes musculares ajudam a pre- capaz de inibir os reflexos mono e polissi-
venir a atividade muscular aumentada asso- nápticos em nível espinal. Seu mecanismo de
ciada com as DTMs. Os relaxantes musculares ação não é completamente conhecido. Indi-
afetam a atividade neurona l associada com cações: redução dos sinais e dos sintomas de
os reflexos de estiramento muscu lar, prima- espasticidade resultantes da esclerose múltipla.
riamente na área reticular lateral do tronco Quando a administração da tomada oral se
encefálico. Embora não se saiba se os rela- mostra ineficaz, a forma injetável (intrat ecal)
xantes musculares são melhores que os anal- é indicada no manejo da espasticidade severa
gésicos com respeito à dor, alguns relaxantes originada na medula espinal. A injeção de ba-
da muscu latura esquelética estão disponíveis clofeno pode ser considerada uma alternativa
em combinações com estes últimos. à neurocirurgia ablativa. Em algumas ocasiões
A maioria dos relaxantes musculares tem sido adotado como terapia coadjuvante
apresenta efeito central que seda o paciente. da neuralgia do trigêmeo, da mioclonia notur-
Talvez esta sedação seja a principa l explica - na, da discinesia e da distonia. Posologia: a
202
Baclofeno Ciclobenzaprina
determinação da dose ótima por via oral deve neia. Contraindicações: hipersensibilidade ao
ser feita por titulação. Recomenda-se iniciar baclofeno. A injeção de baclofeno não é reco-
com baixas doses, mantidas durante 3 dias mendada para uso intravenoso, intra muscular,
(dias 1 a 3, 2 tomadas de 5 mg; dias 4 a 6, subcutâneo ou peridural.
2 tomadas de 10 mg; dias 7 a 9, 2 tomadas de
15 mg; dias 10 a 12, 2 tomadas de 20 mg), até Ciclobenzaprina • Até hoje, não foram encon-
alcançar a dose ótima (40 a 80 mg/dia). Nun- tradas comparações efetivas entre relaxantes
ca deve ser superada a dose de 80 mg/dia musculares e analgésicos; ainda não se sabe se
(fracionada em 4 tomadas de 20 mg cada os relaxantes musculares promovem um alívio
uma). Com o uso crônico a dose pode requerer mais efetivo da dor que os analgésicos. Todavia,
um ajuste. Superdosagem: via oral: vômitos, ao se considerar estudos incluindo pacientes
hipotonia muscular, sonolência, tonturas, con- com DTM, a ciclobenzaprina mostrou-se esta-
vulsões, perda da consciência progressiva tisticamente superior, tanto ao placebo quanto
(coma de até 24 horas de duração). Tratamen- ao clonazepam, na redução da dor mandibular,
to sugerido: remoção do princípio ativo por ao despertar. Porém nenhuma das drogas teve
lavagem gástrica ou esvaziamento da bomba efeito na melhora da qualidade de sono.5 A
de infusão; entubação nos casos em que ocor- ciclobenzaprina é um relaxante muscular que
re depressão respiratória. Reações adversas: parece fornecer efeito positivo sobre uma va-
sonolência, tonturas, debilidade, fadiga. Com riedade de dores musculares, como as da DTM.
pouca frequência: confusão, cefaleias, insônia, Essa medicação é um composto semelhante aos
alucinações, parestesia, depressão, euforia, antidepressivos tricíclicos e, portanto, pode
miose, midríase, diplopia, hipotensão, náuseas, funcionar de maneira similar. Uma dose de 5 a
constipação, disúria, impotência, prurido, con- 10 mg antes de dormir pode reduzir a dor mus-
gestão nasal. Precauções: deve-se evitar a cular, especialmente pela manhã. Outra dose
retirada abrupta do baclofeno, exceto no caso de 5 a 10 mg durante o dia pode ser útil para
de reações adversas severas. Não deve ser ado- a dor, mas os pacientes geralmente acham que
tado durante a gravidez, a não ser que os riscos isso os deixa muito sonolentos para o trabalho.2
potenciais para o feto sejam justificados pelo A ciclobenzaprina provou ser efetiva para o
benefício materno. Devido à possibilidade de tratamento dos espasmos agudos lombares e
o baclofeno produzir sedação é necessário cervicais. Ações terapêuticas: miorrelaxante.
advertir os pacientes sobre o risco de operar Propriedades: usada como cloridrato, suprime
máquinas ou dirigir automóveis. Em epilepsia, o espasmo do músculo esquelético de origem
desordens psicóticas, esquizofrenia ou estados local, sem interferir com a função muscular.
de confusão, é possível observar exacerbações, Demonstrou-se que a ação sobre a formação
por isso deve ser feito um seguimento próximo reticular reduz o tônus motor, influenciando o
desses pacientes. Administrado por via oral sistema motor gama e alfa . Diminui o tônus
passa ao leite materno; não há dados suficien- muscular aumentado do músculo esquelético
tes sobre o baclofeno injetado. Os pacientes sem afetar o SNC e a consciência. Indicações:
devem estar livres de infecções antes de avaliar cervicobraqu ialg ias, lombalgias, torcicolos, fi-
a resposta ao baclofeno. Interações: o bacio- brosite, peria rtrite esca pulou mera 1, espasmos
feno injetável e a morfina administrada por via musculares associados com dor aguda de
peridural têm provocado hipotensão e disp- etiologia musculoesquelética (dor miofascial).
203
Tizanidina Tizanidina
Posologia: a dose usual é de 10 mg, 2 a 3 vezes/ dicas que diminuem o tônus muscular ex-
dia, distribuídas em intervalos iguais. Conforme cessivo causado por dif erentes condições
critério médico podem ser administrados 40 musculoesqueléticas (lombalgia, torcicolo, cer-
mg/dia; não se recomenda exceder 60 mg/dia. vicobraq uia lgia, fibrosi te museu lar). O meca-
Reações adversas: nas doses recomendadas é nismo de ação desenvolve-se sobre as vias
muito bem tolerada. Ocasionalmente, podem neuronais polissinápticas, que participam da
ocorrer enjoos, secura bucal e sonolência. Pre- ativação dos motoneurônios e unidades mo-
cauções: deve ser usada por períodos não toras, proporcionando diminuição do tônus
maiores do que 2 a 3 semanas. Deve ser admi- muscular patologicamente elevado. O efeito
nistrada com cautela a pacientes medicados "miotonolítico" poderia ser atribu ído à sua
com fármacos anticolinérgicos, pessoas que ação agonista sobre os receptores alfa-adre-
operam máquinas ou dirigem veículos. Por nérgicos. Recentemente mencionou-se que a
falta de experiência, não se recomenda sua tizanidina poderia atuar também sobre centros
administração a crianças. Interações: não supraespinais através de mecanismos locais
administrar simultaneamente com antide- alfa-2-adrenérgicos (agonista central). Esse
pressivos tricíclicos (p. ex., amitriptilina, imipra- agente miotonolítico é absorvido de forma
mina), lmao (fenilzina, tranilcipromina). Pode rápida e quase completa após a administração
potencializar os efeitos do álcool, de barbitú- oral; depois da absorção no trato digestivo
ricos ou outros fármacos depressores do SNC. alcança-se um pico plasmático entre 1 e 2
Contrai ndicações: hipersensibilidade à ciclo- horas. Tem baixa ligação às proteínas plas-
benzaprina e glaucoma. Retenção urinária. Uso máticas (30º/o). A meia- vida de eliminação é
simultâneo de lmao. Fase aguda pós-infarto do de 3 a 5 horas e a biometabolização é, na
miocárd io. Pacientes com arritmias cardíacas, maior parte, hepática. Aproximadamente 70º/o
bloqueio ou alterações da conduta; insuficiên- do fármaco é eliminado pela urina, sob a for-
cia cardíaca congestiva. Hipertireoidismo. ma de droga inalterada ou de metabólitos com
escassa atividade biológica. Indicações: doen-
Tizanidina • A t izanidina provou ser um ças espasmódicas e dolorosas musculoesque-
auxiliar efetivo para o tratamento da cefaleia léticas. Esclerose múltipla; afecções neuroló-
crônica diária, porém não para a cefaleia tipo gicas que ocorrem com espasmos musculares.
tensional (CTT). É um antagonista dos recep- Espasmos muscu lares dolorosos pós-cirúrgicos.
tores alfa-2-adrenérgicos, que inibe prefe- Doenças da medula espinal devidas a processos
rencia lmente os mecanismos polissinápticos degenerativos, traumáticos, infecciosos ou
responsáveis pela hipertonicidade muscular, tu morais. Posologia: no tratamento da espas-
induzindo a liberação de aminoácidos excita- moticidade, a dose deverá ser ajustada às
tórios interneu ronais. Ações tera pêuticas: necessidades individuais. Aconselha-se iniciar
relaxante muscular e antiespasmódico. Pro- com doses baixas: 2 a 6 mg/dia, divididos a
priedades : derivado imidazolínico que desen- cada 8 horas. Essa posologia pode ser aumen-
volve atividade relaxante muscular central por tada de forma progressiva em 2 a 4 mg a cada
sua ação principalmente sobre a medula espi- semana, até atingir a dose ótima, que oscila
nal. Integra, com o baclofeno, o dantroleno e ent re 12 e 24 mg, divididos em 3 a 4 doses. Em
o diazepam, o grupo de drogas antiespasmó- terapias prolongadas a dose ótima é de 4 mg,
204
Tizanidina TOXlNA BOTULlNlCA
3 vezes/dia. A dose máxima diária total não Os pacientes que conduzem veículos ou ma-
deve ultrapassar 36 mg. No espasmo mus- nejam maquinário devem ser prevenidos ao
culoesquelético doloroso, a dose recomendada iniciar o tratamento, pois podem apresentar
é de 2 a 4 mg, 3 vezes ao dia, dependendo da enjoos e sonolência. Em estudos pré-clínicos
gravidade da sintomatologia. Se for necessário, não foram detectados, até o momento, efeitos
pode-se agregar uma dose noturna, ao deitar, teratogênicos. Interações: não administrar
de 2 a 4 mg. Reações adversas: a tolerância de forma concomitante com bebidas alcoóli-
à tizanidina depende basicamente da dose cas devido ao risco de seu efeito aditivo sobre
administrada e da doença tratada. Entre os o SNC. O emprego de agentes anti-hiper-
fenômenos secundários mais frequentes en- tensivos ou diuréticos pode potencializar a
contram-se astenia, cansaço, sonolência, hipotensão arterial. Não foram informadas
enjoos, cefaleia, secura da boca, náuseas, vô- interaçôes com psicofármacos (antidepres-
mitos, constipação e insônia. Nos estudos a sivos, neurolépticos, sedativos, hipnóticos),
longo prazo, os efeitos indesejáveis que foram vasodi latadores, antibióticos, antidiabéticos,
mais frequentes nos primeiros 3 meses di- anticoagulantes e hormônios. Contraindi-
minuíram com a continuidade do tratamento. cações: miastenia, choque, crianças menores
A maioria desses fenômenos foi transitória, de 12 anos, hipersensibilidade ao fármaco.
leve e raramente motivou a suspensão do tra- Pós-operatório: insuficiência respiratória obs-
tamento. Precauções: a posologia deverá trutiva ou restritiva grave. Asma brônquica,
ser adequada cuidadosamente em pacientes DPOC e pacientes submetidos à assistência
com insuficiência cardíaca, hepática ou renal. respiratória mecânica.
,
TOXlNA BOTULlNlCA
A toxina botulínica (TB) é uma proteína com- nervosas que tiverem contato com a TB aca-
plexa, produzida por uma bactéria anaeróbica bam por perder irreversivelmente sua função.
(Clostridium botulinum). Sua ação se processa Contudo, por um fenômeno de brotamento,
junto à junção neuromuscular, bloqueando a serão estabelecidos novos terminais nervo-
liberação pré-sináptica (exocitose) de acetil- sos, que irão inervar as células musculares
colina, inibindo dessa maneira a contração denervadas, restituindo a força e o tônus
•
muscular. Geralmente, após 2 dias do contato muscular, porém com menor magnitude. E
da toxina com o músculo, a porção axonal indicada , entre outras condições, para es-
terminal começa a proliferar, formando novas pasmo hemifacial, hiperatividade muscular
sinapses com fibras musculares adjacentes. Por do bruxismo, hipertrofia de masseter, neu-
essa razão, o efeito terapêutico da TB é de ra lgia trigeminai, fístula parotídea, síndrome
duração limitada, ou seja, de 3 a 6 meses. Há de Frey, deslocamento da cabeça da man-
vários subtipos de TB ; o que apresenta maior díbula, cefaleia tensional e síndrome de dor
potência é o subtipo "A". miofascia 1.
A TB estabelece uma denervação mus- Em razão de a etiologia dos pontos-
cular funcional transitória. As terminações -gatilho miofasciais (PGM) ser pobremente
205
TOXINA BOTIJLÍNlCA Toxina botulínica A
206
Toxina botulínica A Toxina botulínica A
207
Toxina botulinica A Toxina botulínica A
desses efeitos secundários, persistentes por para o estrabismo e o blefarospasmo deve ser
mais de 6 meses, foram: ptose 0,3º/o, desvio mantida o mais baixa possível, sempre inferior
vertical maior de duas dioptrias de prisma a 200 U/mês. Carcinogênese, mutagênese,
2, 1O/o. Blefarospasmo: as taxas de reações ad- impedimento da fertilidade: não foram feitos
versas por olho tratado são: ptose 11º/o, irrita- estudos de longo prazo em animais para ava-
ção/lacrimejamento 10º/o (incluindo olho seco, liar o efeito potencial. Lactação: desconhece-
lagoftalmos e fotofobia). Foram informados -se se é excretada no leite materno; mesmo
poucos casos de ectrópio, ceratite, diplopia e assim, deve-se ter cautela quando administra-
entrópio (incidência inferior a 1O/o). Precau- da na mulher que amamenta. Uso pediátrico:
ções: a dose cumulativa em um prazo de 30 não foram estabelecidas a eficácia e a segu-
dias nunca deve exceder 200U, devido ao au- rança em crianças menores de 12 anos. Inte-
mento do risco de desenvolver anticorpos. A rações: potenciação com aminoglicosídios ou
presença de anticorpos contra toxina botulí- qualquer outro fármaco que interfira na trans-
nica A pode reduzir a eficácia do tratamento. missão neuromuscular. Contraindicações: hi-
Por esse motivo, a dose de toxina botulínica A persensibilidade à toxina botulínica A.
REFEREN ClAS
1. Conti PC, Dos Santos CN, Kogawa EM, de Castro 5. Feine JS, Lund JP. An assessment of the efficacy
Ferreira Conti AC, de Araujo Cdos R. lhe treat- of physical therapy and physical modalities for
ment of painful temporomandibular joint cli- the control of chronic musculoskeletal pain. Pain.
cking wi th oral splints: a randomized cl inicai 1997;71 (1):5-23.
t riai. J Am Den t Assoe. 2006;137(8):1108-14. 6. Graboski CL, Gray DS, Burnham RS. Bot ulinum
2. Okeson JP. Bell's oralfacial pain. 5th ed. Chicago: toxin A versus bupivacaine trigger point in-
Ouin tessence; 2005. jections f or the treatment of myofascial pain
3. Grossmann E. Glossário de cabeça e pescoço. São syndrom: a randomised double-blind crossover
Paulo: Quintessence; 2008. study. Pain. 2005;118(1-2):170-5.
4. Emshoff R, Bosch R, Pümpel E, Shéining H, Strobl 7. Venâncio RA, Alencar FGP Jr, Zamperini C. Bo-
H. Low-level laser therapy for treatment of tem- tulinum toxin, lidocaine and dry-needling in-
poromandibular joint pain: a double-blind and jections in patients with myofascial pain and
placebo-controlled triai. Oral Surg Oral Med Oral headaches. J Craniomandi Pract 2009;27(1):1-B.
Pathol Oral Rad io! Endod. 2008;105(4):452-6.
LElTURAS SUGERlDAS
Al-Ani Z, Gray RJ, Davies SJ, Sloan P, Glenny AM. Sta- Alencar JR, Becker A. Evaluation of different occlu-
bilization splint therapy for the treatment of tem- sal splints and counselling in the management
poromandibular myofascial pain: a systematic review. of myof ascial pain dysf unct ion. J Oral Rehab. 2009;
J Dent Educ. 2005;69(11):1242-50. 36(2):79-85.
208
Leituras sugeridas
Camparis CM, Formigoni G, Teixeira MJ, Bittencourt of a systematic review of randomized clinica! triais
LR, Tufik S, de Siqueira TJ. Sleep bruxism and tem- for intra-oral appliances and occlusal t herapies. J Ev-
poromandibular disorder: clinica! and polysomno- id Base Dent Pract. 2006;6( 1) :48-52.
graphic evaluation. Arch of Oral Biol. 2006; Gavish V, Winocur YS, Ventura M, Halachmi M, Gazit
51 (9):721-8. E. Effect of stabilization splint therapy on pa in during
Camparis CM, Siqueira JT. Sleep bruxism: clinica! as- chewing in patients suffering from myofasc ial pain. J
pects and characteristics in patients with and with- Oral Rehab. 2002;29(12):1181-6.
out chonic orofacial pain. Oral Surg Oral Med Oral Groenewegen HJ, Uylings HB. The prefrontal cortex
Pathol Oral Radial Endod. 2006;101(2):188-93. and the integration of sensory, limbic and autonomic
Clark GT, Minakuchi H. Oral appliances. ln: Laskin DM, information. Prog Brain Res. 2000;1 26:3-28.
Greene CS, Hylander WL TMDs an evidence-based Grossmann E. O uso da toxina botulínica-A no trata-
approach to diagnosis and treatment. Chicago: Ouin- mento de ponto-gatilho miofascial localizado no fei-
tessence; 2006. xe inferior do músculo pterigóideo lateral: relato de
de Andrade ED. Terapêutica medicamentosa em caso. Rev Dor. 2001 ;3(4):132-9.
odontologia. Porto Alegre: Artmed; 2006. Grossmann E, Kosminsky M, Lopes NM. Disfunção
de Leeuw R, editor. General assessement of the orofa- temporomandibular. ln: Alves Neto O, lssy AM. Dor:
cial pain patient. ln: de Leeuw R, editor. Orofacial princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2009. p.
pain: guidelines for assessment, diagnosis, and man- 597-626.
agement. 4t h ed. Chicago: Ouintessence; 2008. Heir G, Karolchek S, Kalladka M, Vishwanath A,
Dionne RA. Pharmacologic treatments for temporo- Gomes J, Khatri R, et ai. Use of topical medícation in
mandibular disorders. Oral Surg Oral Med Oral Pathol orofacial neuropathic pain: a retrospectiv study. Oral
Oral Radial Endod. 1997;83:134-42. Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial Endod.
Dionne RA. Pharmacologic approaches. ln: Laskin 2008 ;105(4) :466-9.
DM, Greene, CS, Hylander WL. TMDs an evidence- Herman CR, Schiffman EL, LookJO, Rindal DB. The ef-
based approach to diagnosis and treatment. Chicago: fectiveness of adding pharmacologic treatment with
Quintessence; 2006. clonazepan or cyclobenzaprine to patient education
Drummond JP. Dor: o que todo médico deve saber. and self care for the treatment of jaw pain upon
São Paulo: Atheneu; 2006. awakening: a randomized clinica! triai. J Orofac Pain.
Dubner R, Ren K. Persistent orofacial pain. ln: Laskin 2002;16( 1) :64-70.
DM, Greene CS, Hylander WL TMDs an evidence- Ho K, Tan K. Botulinum toxin A for myofascial t rigger
based approach to diagnosis and t rea tment. Chicago: point injection: a qualitative systematic review. Euro-
Quintessence; 2006. pean Journal of Pain. 2007;11 (5):519-27.
Feine JS, Thomason JM. Physical medicine. ln: Laskin Laskin DM. lndications and limitations of TMJ sur-
DM, Greene CS, Hylander WL TMDs an evidence- gery. ln: Laskin DM, Greene CS, Hylander WL. TMDs an
based approach to diagnosis and treatment. Chicago: evidence-based approach to diagnosis and treat-
Ouintessence; 2006. ment. Chicago: Quintessence; 2006. p. 413-9.
Freynhagen R, Strojek K. Griesing T, Whalen E, Lavigne GJ, Kato T, Kolta A, Sessle BJ. Neurobiological
Balkenohl M. Efficacy of pregabalin in neuropathic mechanisms involved in sleep bruxism. Crit Rev Oral
pain evaluated in a 12-week, random ised, double- Biai Med. 2003 ;14(1):30-46.
blind, multicentre, placebo-controlled triai of flexi- Lemos AI. Dor crônica: diagnóstico, investigação, tra-
ble-and fixed -dose regimens. Pain. 2005;115(3): tamento. São Paulo: Atheneu; 2007.
254-63. Long DM. Fifteen years of transcutaneous electrical
Fricton J. Current evidence providing clarity in man- stimulation for pain contrai. Stereotact Funct Neuro-
agement of temporomandibular disorders: summary surg. 1991 ;56(1):2-19.
209
Leituras sugeridas
Lotaif AC, Mitrirattanakull S, Clark GT. Orofacial mus- Sabatowski R, Galvez R, Cherry DA, Jacquot F, Vicent
cle pain: new advances in concept and therapy. J Ca- E, Maisonobe P, et ai. Pregabalin reduces pain and
lif Dent Assoe. 2006;34(8):625-30. improvessleep and mood disturbances in patients
Mellick GA, Mellick LB. Regional head and face pain with post-herpetic neuralgia: results of a randomised,
relief following lower cervical intramuscular anes- placebo-controlled clinica! triai. Pain. 2004;109(1-
thetic injection. Headache. 2003;43:1109-11. 2):26-35.
Mense S, Simons DG, Russell IJ. Dor muscular: nature- Sakata RK, lssy AM. Fármacos para tratamento da dor.
za, diagnóstico e tratamento. Barueri: Manole; 2008. São Paulo: Manole; 2008.
Sanitá PV, Alencar Jr FG. Myofascial pain syndrome as
Meyerson BA. Electrostimulation procedures: effects,
a contributing factor in patients with chronic head-
presumed rationale, and possible mechanisms. ln:
aches. Pain. 2009;17(1)15-25.
Advances in pain research and therapy. New York:
Raven Press; 1983. v. 5. Siqueira JT, Siqueira SR. Dores orais e dor facial atipi-
ca. ln: Alves Neto O, lssy AM. Dor: principias e prática.
Ohira RY. Vade-mécum de substâncias de uso ter-
Porto Alegre: Artmed; 2009. p. 627-37.
apêutico. 11. ed. São Paulo: Soriak; 2005.
Sociedade Internacional de Cefaléia. Classificação in-
Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandi-
ternacional das cefaléias. 2. ed. São Paulo: Segmento
bulares e oclusão. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.
Farma; 2004.
Oliveira W. Disfunções temporomandibulares. São
Sperança PA, Outra JS, Souza JM. Fundamentos da
Paulo: Artmed; 2002. v. 6.
terapêutica medicamentosa nas DTMs e DOFs. 1n: Pai-
Paiva HJ. Noções e conceitos básicos em oclusão, dis-
va HJ. Noções e conceitos básicos em oclusão, disfun-
função temporomandibular e dor orofacial. São Pau- ção temporomandibular e dor orofacial. São Paulo:
lo: Santos; 2008. Santos; 2008. p. 281-317.
Raphael KG, Marbach JJ. Widespread pain and the ef- Shinozaki T, Sakamoto E, Shiiba S, Shiiba S, lchikawa
fectiveness of oral splints in myofascial face pain. J F, Arakawa Y, et ai. Cervical plexus block helps in di-
Am Dent Assoe. 2001 ;132:305-16. agnosis of orofacial pain originating from cervical
Raphael KG, Marbach JJ, Klausner JJ, Teaford MF, Fis- structures. Tohoku J Exp Med. 2006;210(1):41-7.
choff DK. Is bruxism severity a predictor of oral splint Tõlle T, Freynhagen R, Versavel M, Trostmann U,
efficacy in patients with myofascial face pain? J Oral Young JP Jr. Pregabalin for relief of neuropathic pain
Rehabil. 2003;30(1}:17-9. associated with diabetic neuropathy: a randomized,
Rosenstock J, Tuchman M, Lamoreaux L, Sharma U. double-blind study. Eur J Pain. 2008;12(2):203-13.
Pregabalin for thetreatment of painful diabetic pe- Wall PD. Apresentação. ln: Mense S, Simons DG, Rus-
ripheral neuropathy: a double-blind,placebo-con- sell IJ. Dor muscular: natureza, diagnóstico e trata-
trolled triai. Pain. 2004;110(3):628-38. mento. Barueri: Manole; 2008.
210
Capítulo
" , ,
TERAPEUTICA CLINICA E CIRURGICA
Eduardo Grossmann
Helson José de Paiva
Thiago Kreutz Grossmann
Angela Maria Fernandes Vieira de Paiva
lNTRODUÇAO -
•
As terapêuticas clínicas e cirúrgicas represen- As terapêuticas clínicas podem ser divididas
tam um conjunto de ações conduzidas pelos em : agulhamento seco e infiltrações anesté-
profissionais da saúde que visa à melhoria da sicas, acupuntura, ajuste oclusal, calor, dispo-
condição dolorosa ou à cura do paciente com sitivos interoclusais, estimulação nervosa
dor bucofacial, independentemente de ser elétrica transcutânea (Tens), exercícios de
aguda ou crônica. Embora essas diferentes manipulação mandibular, laserfrio, tratamen-
modalidades terapêuticas sejam discutidas to ortodôntico, terapia comportamental, tra-
separadamente, em geral, funcionam melhor tamento mu ltimodal, ultrassom.
quando são adequadamente selecionadas e As cirúrgicas para articulação temporo-
combinadas às necessidades de cada paciente. mandibular incluem ancoragem do disco,
A seleção apropriada de qual será adotada, se artrocentese, artroscopia, condi lectomia, dis-
de forma isolada, ou subsequencial, quando, cectomia, manipulação mandibular assistida
como e por quanto tempo para cada paciente com aumento de pressão hidrostática, repo-
pode ser tarefa difícil para o profissional da sicionamento discai e tubercu lotomia.
área da saúde, já que ele nem sempre tem ta l Os tratamentos neurocirúrgicos envolvem
conhecimento e formação. Especialistas que procedimentos centrais, como descompres-
com frequência tratam pacientes com dor são microvascular, gamma knife, microcom-
bucofacia l deveriam trabalhar em equipe, quer pressão percutânea do gânglio trigeminai
de forma interdisciplinar, quer multidisciplinar. com balão, rizotomia trigeminai por radio-
Isso seria compensador tanto para o paciente frequência, e os periféricos, como neuroto-
quanto para o profissional. mia periférica.
TERAPÊUTICAS CLlNlCAS Agulhamento seco
A '
TERAPEUTICAS CLlNlCAS
212
Ajuste oclusal Dispositivos interoclusais
213
Dispositivos interoclusais Dispositivos interoclusais
depois só à noite, se houver redução dos sin- tipo de aparelho estabilizador a ser usado
tomas. Nos casos de persistência do bruxismo (maxilar ou mandibu lar) é baseada em vários
noturno com dor matinal, aconselha-se uso fatores que dependem da condição clínica
à noite. Quando os pacientes apresentam de cada caso. Os pacientes devem reduzir o
uma resposta ruim ao uso da placa em 3 a tempo de uso dos aparelhos depois que sua
4 sem anas, seu uso deve ser reava 1ia do.8Po- dor maxi lomandibular tiver sido aliviada.
dem ser categorizadas em dois grandes gru- Todavia, se houver evidência de continuação
pos: que recobrem todos os dentes (cobertura do desgaste da superfície oclusa l do aparelho,
total) e que recobrem apenas alguns dentes o que indica bruxismo intenso, o uso contí-
(cobertura parcial). A maioria dos aparelhos nuo à noite é indicado mesmo por longos
bucais é confeccionada para se prender e períodos. 18 Não há evidência demonstrando
recobrir apenas uma arcada (a maxi la ou a diferença estatisticamente significativa na
mandíbula). embora alguns possam ser fa- efetividade da terapia por POE, na redução
bricados para ambas. Podem ser classificados de sintomas em pacientes com dor miofas-
como aparelhos que reposicionam ou reali- cial, quando comparada com outros trata-
nham as relações maxilomandibulares (re- mentos convencionais, como a acupuntura,
posicionadores) e aqueles que não pretendem outros tipos de placas oclusais e biofeedback.
mudar tais relações (estabilizadores ou não Com base numa revisão sistemática, na qual
reposicionadores). 18 20 estudos randomizados controlados po-
O propósito primário da placa oclusa l tencialmente relevantes foram identificados,
estabilizadora (POE) é proporcionar uma os autores concluiram haver pouca evidên-
oclusão ideal temporária, possibilitando que cia a favor ou contra o uso da terapia por
a atividade muscular anormal seja reduzida, POE, sobre outras intervenções para o tra -
resu ltando em "equilíbrio neuromuscular". 19 tamento da dor miofascial temporomandi-
Quando usada em pacientes com DTM para bular.20 Outra revisão sistemática 19 mais
tratamento da mia lgia e/ou de artra lgia não recente comparando a terapia com POE à
visa a modificar as relações maxilomandi- acupuntura , a placas oclusais diversas, a
bu lares existentes, mas, ao contrário, serve biofeedback, a controle do estresse, a exer-
como instrumento de modificação compor- cícios de relaxamento mandibular, a apare-
tamental, que faz com que o paciente fique lhos não oclusivos e a nenhum tratamento,
alerta em re lação a qualquer parafunção constatou haver evidências insuficientes a
bucal. As POEs também podem ser usadas favor ou contra o uso da terapia com POE
para o manejo de uma oclusão instável, isto para o tratamento da síndrome de dor e
é, quando um paciente não tem múltiplos disfunção temporomandibular.
contatos dentários posteriores bi lateral- Um estudo clínico 21 duplo-cego, rando-
mente. A teoria básica que explica como mizado contro lado, testando a eficácia de
esses aparelhos trabalham é assunto de con- placas oclusais com desoclusão por guia
siderável controvérsia, porém certamente canina e oclusão ba lanceada bilateral, em
parte da efetividade destes resulta do modo pacientes que apresentavam estalido arti-
pelo qual auxiliam os pacientes a reconhecer cular doloroso, demonstrou que o t ipo de
e reduzir comportamentos de apertamento guia latera l não influenciou a melhora dos
e atrição dentária. A decisão em relação ao indivíduos, assim como todos os indivíduos
214
Dispositivos interoclusais Dispositivos interoclusais
tiveram diminuição da dor na escala visual- por disfunção; (2) as placas oclusais, a curto
-analógica (EVA). prazo, foram igualmente efetivas na redução
A confecção de placas oclusais (PO) em da dor por DTM, quando comparadas às con-
posição de relação cêntrica para pacientes dutas de medicina física (fisioterapia), me-
com disfunções temporomandibulares é dicina comportamental e tratamento por
questionável, visto que essa posição tem sido acupuntura; todavia, os efeitos a longo prazo
definida para sistemas estomatognáticos da terapia comportamental parecem ser me-
assintomáticos. Assim, a máxima intercus- lhores que as placas na redução dos sintomas
pidação pode ser empregada em pacientes nos pacientes com elevado quadro de dor e
com estabi lidade oclusal. Amostra de 20 disfunção, nos quais os problemas psicosso-
pacientes com DTM de origem muscular e ciais podem estar presentes; (3) alguma
bruxismo foi dividida em dois grupos. No evidência sugere que as placas reposiciona-
grupo 1 foi empregada uma placa em má- doras anteriores e as macias são efetivas na
xima intercuspidação; no grupo 2, em posi- redução da dor por DTM, quando compara-
ção de relação cêntrica. Após três meses de das a controles placebos; (4) as placas repo-
uso, fez-se nova avaliação clínica e exames sicionadoras anteriores são pelo menos
de eletrognatografia e eletromiografia. iguais ou mais efetivas no tratamento do
Observou-se um reposicionamento mandi- estalido temporomandibular e do trava-
bular durante a terapia, como demonstrado mento articular que as placas estabilizado-
pela alteração dos contatos oclusais sobre ras; (5) há pouca evidência de que as placas
a placa. Ambos os tipos de dispositivos in- planas anteriores são eficazes nos casos de
teroclusais foram efetivos para o contro le cefa leias, bem como há evidências incon-
da dor e apresentaram ação similar. Os re- clusivas de efetividade quando comparadas
sultados sugeriram que a posição de máxima às placas estabi lizadoras para a dor por DTM.
intercuspidação pode ser usada para a con- O efeito da terapia por aparelhos oclusais
fecção de PO em pacientes com estabilidade para as DTMs depende não só da seleção
oclusal sem grandes discrepâncias entre a destes, mas também de quão bem eles são
posição de relação cêntrica e a de máxima ajustados para facilitar o conforto dos pa-
•
i ntercuspidação. 22 cientes. E importante notar que podem ocor-
A partir de uma revisão 39 estudos ran- rer complicações pelo seu uso excessivo ou
domizados e contro lados, as placas oclusais incorreto. 23
foram revisadas. Em geral, esses dispositivos Atualmente, há informação suficiente na
têm mostrado efeitos terapêuticos modestos literatura científica para permitir que se
na redução da dor das DTMs quando com- chegue a algumas conclusões baseadas em
parados a placebos nos pacientes com dor evidências sobre as placas oclusais. Estas têm
severa e quando seus resultados são com- sido consideradas para tratar certos tipos de
parados a outros tratamentos. As conclusões DTMs musculares mais que para as condições
às quais se pode chegar com base nessa intra-articu lares, embora possam ser úteis
revisão baseada em evidências são: (1) as para ambas as condições em pacientes ade-
placas oclusais podem reduzir a dor das DTMs quadamente selecionados. Esses aparelhos
quando comparadas às placas não oclusivas podem ser vistos como "muletas bucoman-
naqueles indivíduos com dor mais severa, dibulares", porque proporcionam um alívio
215
Dispositivos interoclusais Estimulação nervosa elétrica transcutânea
sintomático enquanto os pacientes os usam. eficácia de qua lquer terapia física ou outra
Para tratar o bruxismo do sono não há ne- modalidade isolada de tratamento. Ao que
nhuma dúvida de que podem proporcionar parece, a despeito do tempo da afirmação,
proteção co ntra o desgaste excessivo dos até este momento, a máxima de Feine e
dentes. Não impedem as pessoas de execu- Lund 25 continua verdadei ra: qualquer tra-
tar as atividades parafuncionais à noite, mas tamento reversível e não invasivo é melhor
podem diminu ir sua duração, frequência ou do que nenhum tratamento. Como já se
intensidade para alguns pacient es ao longo destacou, os distúrbios funcionais do sistema
de períodos variáveis; para a maioria dos pa- mastigatório podem ser tão complicados
cientes com bruxismo do so no, esses apare- como o próprio sistema. Embora diversos
lhos podem ser muito úteis. 17 tratamentos tenham sido recomendados,
Recent e revisão sistemática 24 conclui u nenhum é universa lmente eficaz para todos
não haver evidência suficiente para afirmar os pacientes, em todos os momentos. A se-
que a placa ocl usal é efetiva no t ratamento leção do tratamento adequado inicia-se com
do bruxismo do sono. A ind icação para seu uma compreensão profunda do distúrbio e
uso é questionável, mas pode ser que haja de sua etiologia, sendo portanto essencial
algum benefício no que diz respeito aos des- conhecer as várias opções de tratamento
gastes dentários. Em um estudo clínico, 25 para lidar de ma neira eficiente com o pa-
duplo-cego, controlado, foi comparada a ciente, suas queixas e manifestações sinto-
efetividade de diferentes placas oclusais máticas.26Só assim será possível um manejo
associadas com aconselhamento e autocui- adequado da condição que possibilite o
dados, no manejo dos sinais e dos sintomas restabelecimento das atividades funcionais
de dor miofascial. Esse estudo empregou uma normais e, consequentemente, da melhora
amostra com 42 pacientes portadores de dor da qua lidade de vida do indivíduo.
miofascia l, cuja queixa principal foi dor na
área do músculo masseter, com um segui- Estimulação nervosa elétrica transcutânea
mento de 90 dias. Observou-se que todos os (Tens) • A terapia com Tens emprega uma
pacientes melhoraram ao longo do tempo, corrente elétrica de baixa voltagem, pulsada,
independentemente dos tipos de placas usa- que apresenta uma forma de onda bifásica,
das, nos três grupos experimentais da pes- simétrica ou assimétrica, balanceada com uma
quisa (placa oclusal rígida, macia e sem semionda quadrada positiva e um pico ne-
cobertura oclusal). Os resultados mostraram gativo.27 Quando aplicada na superfície cutâ-
que os três diferentes tipos de aparelhos, nea por meio de eletrodos, objetiva relaxar os
quando associados ao aconsel hamento, fo- músculos hiperativos e promover o alívio da
ram capazes de reduzir o índice de severi- dor.28 Há diferentes formas de frequência,
dade de sintomas entre o início e o fim da intensidade e duração de pulso. Classificam-se
pesquisa, após três meses. em dois grupos: de alta frequência, maior de
De acordo com o que foi analisado, dis- 50 Hz, e de baixa freq uência, menor de 10 Hz.
cutido e concluído em vários estudos e pes- Usualmente a Tens emprega a alta frequência
quisas, ainda não há nen huma evidência de 50 a 150 Hz e baixa intensidade. Isso produz
sólida para se afirmar conclusivamente a uma estimulação de forma contínua das fibras
216
Estimulação nervosa elétrica transcutânea Exercidos de manipulação mandibular
217
frio Terapia comportamental e tratamento multimodal
Uma revisão sistemática encontrou efetivida- rode microrganismos e diminua a dor. Embo-
de no tratamento da dor por DTM nos exercí- ra na literatura int ernacional tenham sido
cios ativos e nos treinamentos posturais. 11 publicados diversos relatos de casos nos quais
a laserterapia foi usada para dores persistentes
Frio • Tem provado ser um método relativa- na ATM, esta ainda não é considerada moda-
mente simples e com frequência eficaz na lidade de fisioterapia de rotina no tratamento
redução da dor. Relata-se que a crioterapia das DTMs.7 Recentemente, um estudo34 duplo-
estimula o relaxamento dos múscu los que se -cego, randomizado e placebo-controlado foi
encontram em espasmo, aliviando assim a empregado para testar a efetividade da terapia
condição de dor neles presente. O gelo deve ser com laser de baixa potência no manejo da dor
aplicado diretamente sobre a área afetada, em da articulação temporomandibu lar. Ta l estudo
movimentos circu lares sem pressão, sobre os não encontrou diferenças significativas entre
tecidos moles e não deve ser deixado sobre os o uso de laser e de placebo como conduta
tecidos por mais do que 5 a 7 minutos. Sua para tratamento da artralgia temporomandi-
aplicação produzirá, de início, uma sensação de bular, durante a função. Portanto, sugere-se
desconforto que irá rapidamente se transfor- que a terapia com esse tipo de laser de baixa
mar em queimação. A continuação da aplicação potência não seja melhor do que o placebo.
resultará, a seguir, em dor leve e, em seguida, A terapia com o laser de baixa potência
em hipoestesia ou parestesia. Quando esta se tem tido avanços para o tratamento das
iniciar, o gelo deverá ser removido, visto que DTMs. Vários estudos têm investigado a efi-
em seguida ocorrerá um efeito rebote, ou seja, cácia da terapêutica com laser; mas, em
um aquecimento dos tecidos que promove razão dos desenhos metodologicamente
aumento do fluxo sanguíneo e auxilia na repa- pobres de tais estudos, não tem sido possí-
ração tecidual. Outra terapia de resfriamento vel avaliar a efetividade dos tratamentos,
utiliza os sprays de cloreto de etila ou fluor- nem os parâmetros para a sua padronização.
metano. O spray deve ser aplicado na área Em razão do pequeno número de amostras
desejada a uma distância de 30 a 60 cm por, de alguns estudos, são necessárias novas
aproximadamente, 5 segundos. Depois que o pesquisas que deem sustentação ao uso da
tecido for reaquecido, repete-se o procedimen- terapia por laser de baixa potência no tra -
to. Antes do uso deste, devem-se proteger as tamento das DTMs. 8
áreas dos olhos, das orelhas, do nariz e da boca
com uma toalha. A ação do spray tem menor Terapia comportamental e tratamento mul-
penetração nos tecidos que o gelo, por isso a timodal • As revisões sistemáticas de terapia
redução da dor com seu uso está mais relacio- comportamental concluíram que essas abor-
nada à estimulação de fibras nervosas cutâ- dagens foram efetivas no tratamento da dor
neas, de mais grosso calibre (fibras Beta), as por DTM. Tais modalidades incluíram educação,
quais bloqueiam a ação das fibras de dor que biofeedback, treinamento de relaxamento, con-
são de menor diâmetro (fibras A delta e C). 7 trole do estresse e terapia cognitivo-compor-
tamental. Vários estudos primários indicam
Laser • Acredita-se que o laser frio acelere a que a terapia comportamental foi tão efetiva
síntese do colágeno, aumente a vascularização quanto outras formas de tratamento conserva-
dos tecidos na cicatrização, diminua o núme- dor das DTMs. Uma revisão sistemática relatou
218
Tratamento ortodôntico TERAPÊUTICAS ClRÚRGlCAS
que a maioria dos pacientes com DTM, sem ou mesmo, já estando esta presente, que seja
envolvimento psicológico, beneficiou-se com capaz de curá-la. Seguindo o mesmo raciocí-
os tratamentos mais simples. Os pacientes com nio, não é mais aceitável assegurar a presença
dor por DTM e distúrbios psicológicos maiores da má oclusão, por si só, como um fator de-
necessitaram de abordagem terapêutica com- terminante do surgimento de uma DTM, em
binada.1' Em resumo, há alguma evidência de dado indivíduo. Todavia, convém lembrar que,
que os aparelhos oclusais, a acupuntura, a naturalmente, ao longo de um tratamento
terapia comportamental, os exercícios man- ortodôntico e/ou ortopédico, o paciente po-
dibulares, o treinamento postural e alguns derá experienciar diferentes condições de dor
tratamentos farmacológicos podem ser efe- bucofacial, tanto na instalação quanto nas
tivos no alívio da dor em pacientes com DTM. ativações de aparelhos e ainda em consequên-
Há falta de evidência para os efeitos das cia da instabilidade (transitória) das posições
modalidades eletrofísicas e cirurgia. O ajuste maxilomandibulares em repouso e, principal-
oclusal parece não ter nenhum efeito de mente, nas atividades funcionais diuturnas do
acordo com as evidências disponíveis. 11 sistema mastigatório. 11•35
A I
TERAPEUTICAS ClRURGlCAS
A cirurgia da ATM é efetiva para distúrbios -se de terapia de exceção e não eleição.36 A
articulares específicos. Todavia, a complexida- decisão para tratar cirurgicamente o paciente
de das técnicas cirúrgicas, as complicações depende do grau de patologia ou de desarran-
potenciais, a prevalência de fatores contribuin- jo anatômico presente internamente na arti-
tes comportamentais e psicossociais e a ava- culação, do reparo potencial da condição, do
liação de abordagens não cirúrgicas sugerem desempenho do tratamento não cirúrgico e
que a cirurgia das ATMs deveria ser usada só do grau de limitação que o problema cria pa-
em casos criteriosamente selecionados. Trata- ra ele em seu dia a dia. Os pacientes com
219
A •
220
Agulha única Artrocentese
devido ao menor trauma da intervenção, assim certa pressão do êmbolo da seringa sobre o
como a dor dos pacientes no pós-operatório líquido, apenas parte deste retornará pela
devido à menor manipulação articular. A TAU agulha, independentemente de o paciente
utiliza injeção de fluido sob pressão com o fechar a boca. Poderá parte do líquido extra-
paciente em posição de boca aberta, a fim de vasar do compartimento superior em direção
expandir a fossa mandibular. Depois da injeção, à face, produzindo um edema local, o que
o paciente é solicitado a fechar a boca e o lí- pode gerar dor no transe no pós-operatório;
quido é retirado com essa mesma agulha. Todo o rompimento de aderências (lise) não ocor-
esse processo de injeção e remoção de líquido rerá em sua totalidade, e como o número de
deve ser repetido dez vezes (com um volume repetições é em torno de 10, o tempo do
total de cerca de 40 ml). A injeção, sob pressão procedimento pode ser igual ou superior ao
do fluido, é útil para romper aderências, comu- da artrocentese.
mente responsáveis pela limitação do movi-
mento translatório da cabeça da mandíbula, o Ancoragem do disco • Técnica cirúrgica em
qual explica principalmente os fenômenos de que se perfura a porção posterolateral da ca-
fixação do disco à fossa mandibular e/ou ao beça da mandíbula, fixando nesta uma âncora
tubérculo articular. Isso permite imediata me- que servirá de apoio para que se faça a fixação
lhoria na abertura da boca. Outra vantagem da do disco a esta.39 Em vez da âncora, podem-se
TAU sobre a técnica convencional de artro- empregar parafusos reabsorvíveis com a mes-
centese (duas agulhas) é o menor risco da in- ma finalidade. As indicações são casos de
jeção do hialuronato de sódio (HS) fluir para deslocamento do disco sem redução, terapias
fora do compartimento superior, uma vez que conservadoras clínicas ou cirúrgicas, pouco
está ausente a segunda agulha. Portanto, a invasivas (artrocentese, manipulação mandi-
TAU pode permitir que o HS permaneça em bular assistida com aumento de pressão hi-
sua totalidade junto ao compartimento supe- drostática) que tenham falhado, assim como
rior. A TAU tem demonstrado resultados pro- casos de deslocamento da cabeça da mandí-
missores na clínica, e estudos futuros devem bula. Empregam-se também nos casos de os-
ser conduzidos para comparar os achados teoartrite primária ou secundária. As maiores
deste protocolo com os da técnica de duas desvantagens de tal técnica são a possibili-
agulhas tradicionais.41 dade do disco estar muito alterado dimen-
Essa técnica é de simples execução, baixo sionalmente, fraturado e/ou perfurado, ou a
custo, pouco invasiva, não requer instrumen- médio prazo ocorrer o desgarramento do disco
tal, material e equipamentos sofisticados, da cabeça mandibular. Nesta última situação,
proporciona risco ínfimo de infecção, mor- pode ser necessário reintervir, colocando uma
bidade ou lesão nervosa. Apresenta, contudo, segunda âncora.
algumas limitações: dificilmente consegue-se
eliminar as substâncias algogênicas (lavagem Artrocentese • Esta técnica utiliza uma úni-
articular) presentes no fluido sinovial do com- ca agulha (TAU), cânulas, 40- 43 duas4"-49 ou mais
partimento superior da ATM, responsável pela agulhas inseridas de forma transcutânea, po-
dor e por alterações ósseas e fibrocartilagí- dendo haver só uma agulha de entrada, ou
neas, já que o volume total circulante é muito uma de entrada e outra(s) de saída. Tradicio-
baixo. Mesmo que o cirurgião-dentista exerça nalmente, empregam-se duas agulhas intro-
221
Artrocentese Artroscopia
222
Cânula de dupla agulha Manipulação mandibular
ca são trei namento prévio em serviço espe- substância desejada e na outra sai esta, asso-
cia 1izado, disponibilidade em nível hospitalar ciada a substâncias algogênicas presentes no
de material e instrumenta l adequados, dimi- compartimento superior da ATM. Apresenta
nuto espaço para o procedimento cirúrgico acompanhamento de mais de 10 anos.66
propriamente dito, possibilidade de lesão
nervosa, sobretudo do nervo facial, perfura- Condilectomia • Técnica cirúrgica que en-
ção da orelha média ou interna, fístula salivar volve a remoção completa da cabeça da man-
e lesão de grande vaso, como da artéria ma- díbula por acesso extrabucal (pré-a uricular
xilar. As vantagens de tal técnica cirúrgica são e/ou submandibular ou pós-auricular). Pode
inexistência de cicatriz ou cica triz diminuta, ser rea lizada por acesso intrabucal por meio
visua lização do campo operatório quando de vídeo, com a remoção no mesmo ato cirúr-
comparado à artrocentese e menor tempo de gico do processo coronoide da mandíbula.
internação, com melhor recuperação do pa- Tal técnica é indicada nos casos de neoplasias
ciente no pós-operatório, quando comparada ma lignas ou benignas como anquilose óssea,
à artrotom ia.44•56•57•68 72
º anquilose fibrosa, hiperplasia do processo con-
dilar, doenças degenerativas em evolução. É
Cânula de dupla agulha • Técnica similar às importante interpor entre o remanescente man-
demais, embora empregue um dispositivo me- dibular e a fossa uma fina lâmina de silicone,
tá lico de aço inox que tem dois tubos: um de fáscia temporal, músculo temporal, ou empre-
irrigação e out ro de aspiração. O comprimen- gar enxertos ósseos condrocostais, fíbula e
to da cânu la é de 80 mm e os diâmetros do próteses metálicas articulares. O objetivo maior
t ubo são de 1 e de 0,5 mm. O diâmetro do é tentar evitar a neoformação óssea e, em
trocanter é 0,8 mm. A cânula com o trocanter consequência, a recidiva do caso. Independen-
é introduzida no compartimento superior da temente da técnica empregada, é importante
articulação, usando como guia a linha trago- instituir um programa de fisioterapia diário por
-canto externo da cavidade orbital. Em segui- um período não inferior a 6 meses.38·57·68
da, o trocanter é removido do tubo de irrigação
e uma seringa contendo solução salina é inje- Discectomia • Procedimento cirúrgico que
tada, promovendo a lavagem articular. Essa visa à completa remoção do disco, assim como
técnica permite uma lavagem com e sem seus elementos de fixação - ligamentos. In-
pressão, respectivamente (com seringa, ou dica-se nos casos de neoplasias benignas,
bolsa de solução salina fixada a 1 metro de ma lignas em casos avançados de deterioração
altura da face do paciente). É extremamente ou fratura do disco. Após a remoção do disco,
segura, conduzida também com anestesia lo- é recomendável empregar enxertos autóge-
cal, de fáci l execução, e permite empregar nos à base de fáscia temporal, cartilagem da
volumes desejáveis de 50 a 500 ml, possibili- orelha, múscu lo temporal, derme e tecido
tando lise de aderências e lavagem articular. 40 adiposo retirado da parte interna da coxa ou
do abdome.38·57
Cânula única de Shepard • Emprega tam-
bém um dispositivo metálico que tem duas Man ipulação mandibular assistida com
agulhas fundidas com lumens independentes. aumento de pressão hidrostática • Esta
Em uma extremidade injeta-se o volume de técnica emprega uma agulha introduzida
223
Reposicionamento discai Tuberculotomia
geralmente no compartimento supradiscal que molares ipsilatera l do lado operado (leve mor-
deposita, sob pressão, solução fisiológica, dida aberta) que desaparece no período de 15
anestésico local ou hialuronato de sódio. Esta a 20 dias. Há casos em que o paciente pode
última substância é um sal do ácido hiarulô- ter dificuldade de fechamento t ot al do globo
nico purificado, cuja dose recomendada é ocula r, assim como de enrugar a fronte. Isso
cerca de 0,7 ml (denomina-se de viscossuple- pode perdurar por 30 a 90 dias. A fisioterapia
mentação). Pode ser empregada nos casos de deve ser iniciada tão logo o paciente esteja
deslocamento do disco (DD) com ou sem re- desperto, para ser evitar a formação de ade-
dução em fase aguda (com aderência à fossa rências e adesões. Tal técnica cirúrgica tem
ou a vertente anterior do tubérculo articular), mostrado sucesso em 80 a 95º/o dos casos,
no qual a dor é a principa l queixa. Esse DD embora nem sempre o disco se mantenha
pode estar associado a ruído articular, limita- reposicionado. 57 A normalização da função é
ção da abertura bucal e/ou do movimento mais importante que a correção da anatomia
lateral, medial ou protrusivo da mandíbula. para o desaparecimento dos sinais e dos sin-
Esse procedimento pode liberar aderências e tomas de uma DTM.75
diluir substâncias algogênicas locais. O diag-
nóstico diferencial e as estratégias clínicas são Tuberculotomia • Técnica indicada nos ca-
as partes mais importantes para um tratamen- sos de subluxação com quadro de dor associa-
to bem-sucedido. Em caso de dúvidas, ou em da ou deslocamento da cabeça da mandíbula
se tratando de pesquisa clinica, podem-se (luxação) de repetição, em que o tratamento
empregar técnicas de imagem, como tomo- clínico produziu pouca ou nenhuma resposta
•
grafia computadorizada, artrografia e resso- adequada. E um procedimento que objetiva a
nância nuclear magnética.5,55,57,56,1J,14 remoção ou a redução do tubérculo articular,
no qua l se procura alterá-lo no sentindo late-
Reposicionamento discai • O reposiciona- romedial, propicia ndo uma superfície plana e
mento do disco da ATM está indicado nos suave. Com isso, evita-se o travamento da ca-
casos de leve interferência mecânica da fun - beça da mand íbu la junto à vertente anterior
ção articu lar. Quando o disco está intacto, desse tubérculo.66.75.77 Tal procedimento cirúr-
embora fora de posição, pode ser reposicio- gico parece ser o de mais fácil execução, com
nado com sutura, sem tensão, tendo-se o menor tempo cirúrgico, apresentando um re-
cuidado de remover o excesso de tecido junto sultado imediato no pós-operatório, sem que
à porção posterior deste. Uma plastia óssea da haja restrição alimentar, com menor grau de
fossa e/ou do tubérculo articular pode ser morbidade, permitindo um movimento ade-
necessária nos casos de doença degenerativa quado do complexo cabeça-disco articular.
ou quando o complexo cabeça mandibu lar- Pode-se, também, em vez de eliminar o tubér-
-fossa-disco, no ato transoperatório, apresen- culo articular, criar uma barreira biomecânica
ta algum ruido articular ou contatos grosseiros. à movimentação da cabeça da mandíbula. Tal
Encerrada esta etapa, lava-se o espaço articu- técnica pode ser feita colocando-se um pino
lar e procede-se ao fechamento por planos. metálico (implante osteointegrado), enxerto
No pós-operatório, o paciente pode experien- ósseo, uma miniplaca fixada por parafusos jun-
ciar dor, edema facia l, limitação da abertura to ao tubérculo articular, ou ainda realizar uma
da boca e mudança na oclusão na região de fratura em galho verde do arco zigomático.66·77- 79
224
UCA TERAPÊUTICAS NEUROClRÚRGlCAS
Unidade concêntrica de agulhas (UCA) • Tal 0,5 mm abaixo dessa linha. A unidade concên-
técnica 67 consiste na inserção de uma agulha trica de agulhas é inserida no compartimento
mais fina e mais comprida (50 mm) no interior superior, solicitando-se ao paciente que abra
de uma agu lha mais grossa com comprimento um pouco a boca para permitir a entrada
menor (38 mm). A primeira agulha, mais com- daquela. Uma vez que a unidade concêntrica
prida, não bloqueia a luz da agulha mais de agulhas esteja dentro desse comparti-
grossa, o que possibilita que a substância a ser mento, a lavagem é realizada com solução de
perfundida pelo compartimento superior ar- Ringer com lactato, com especial atenção à
ticular lave esse local e saia pelo espaço ente localização da ponta das agulhas. Cuidado
ambas as agulhas, refluindo à superfície da extra é tomado para não deslocar o local da
pele. A irrigação através dessa unidade con- punção enquanto a irrigação está sendo feita,
cêntrica de agulhas (UCA) permite uma pun- o que pode causar o extravasamento de líqui-
ção única da ATM de forma simples, de fácil do para os tecidos moles circundantes, produ-
execução, de baixo custo, pouco traumática, zindo dor e edema local. Caso isso ocorra,
com baixo risco de lesão nervosa e de hemor- deve-se interromper tal procedimento, tenta-
ragia, replicável e com pouco descorforto e do-se recolocar as agulhas no local demarca-
dor no trans e no pós-cirúrgico. O paciente do. A irrigação é controlada através do volume
recebe um sedativo bucal 30 minutos antes de circulação diante da entrada e da saída do
do procedimento, sempre feito no hospital. líquido em cada injeção. A lavagem é feita
Realiza-se antissepsia da área da punção com com o auxílio de uma seringa, quando se em-
a colocação de uma torunda de gaze no me- pregam volumes de cerca de 50 ml. No en-
ato acústico externo, impedindo que a solução tanto, se houver necessidade e se perfundir
de irrigação penetre na orelha. Procede-se a um volume maior, 500 ml, pode-se lançar
seguir à anestesia local do nervo auriculo- mão de uma bolsa de solução de Ringer com
temporal com cloridrato de lidocaína com lactato. Quando, por outro lado, desejar-se
vasoconstritor 1:80.000, seguida de punção uma lavagem articular sob alta pressão, deve-
anestésica profunda na região onde será in- -se proceder à artrocentese clássica, 43 •54 ou
serida a UCA. Traça-se uma linha horizontal empregar outro dispositvo como cânula de
do canto do olho ao trago, fazendo-se uma shaper 66 em vez da técnica de unidade con-
marcação de 10 mm à frente do trago e de cêntrica de agulhas.
A I
TERAPEUTICAS NEUROClRURGlCAS
Descompressão microvascular • Técnica ci- liza-se sob anestesia geral com o paciente
rúrgica indicada em indivíduos que gozem de colocado em decúbito lateral, fazendo-se
boa saúde, mas apresentem neuralgia trigemi- tricotomia do couro cabeludo, seguida de in-
nai, neuralgia vagoglossofaríngea, espasmo cisão suboccipital, craniectomia retromastói-
facial não responsivo a tratamento clínico e/ou dea de aproximadamente 2,5 cm, abertura da
farmacológico, ou para os quais as demais dura-máter, aspiração de líquor e afastamento
técnicas percutâneasao- 82 tenham falhado. Rea- do cerebelo. Com auxílio do microscópio cirúr-
225
Gamma knife Microcompressão percutânea
gico pode-se observar um conflito neurovas- está restrita, sendo dirigida à descompressão
cular envolvendo uma veia ou artéria. Identi- microvascular83·ª4 e microcompressão percutâ-
ficada tal alteração, interpõe-se teflonªº entre nea do gânglio trigeminai com balão.ª5•86
o vaso e o nervo, obtendo-se uma descompres-
são satisfatória entre aqueles. Segue-se a re- Microcompressão percutânea do gânglio
moção dos afastadores, fechamento da dura- trigeminai com balão • Adota-se tal técni-
máter, da camada muscular e da pele. Embora ca neurocirúrgica em pacientes com dor tri-
a descompressão microvascular seja mais in- geminai envolvendo principalmente sua pri-
vasiva, é considerada padrão-ouro82·83 tanto meira divisão, podendo ser empregada nas
•
pela sua resolubilidade quanto pela menor suas demais divisões. E um método simples,
probabilidade de efeitos colaterais, como pa- com índice zero de mortalidade e pouca mor-
restesia de face e anestesia dolorosa. bidade. Nessa técnica há pouco risco de dimi-
nuição do reflexo corneano e baixíssimo risco
Gamma knife • Trata-se de uma radiocirur- de anestesia dolorosa. Não há exigência de
gia estereotáxica (RE), minimamente invasiva, cooperação por parte do paciente. Pode-se
que está se tornando comum no tratamento realizar o procedimento sob anestesia troncu-
•
da neuralgia trigeminai. E indicada nos casos lar do gânglio trigeminai ou sob anestesia
de pacientes que não podem se submeter à geral com entubação bucotraqueal associada
descompressão microvascular. Identifica-se por ao emprego de um intensificador de imagem
meio de ressonância magnética sequencial a (fluoroscopia). O paciente é colocado em po-
porção central da raiz nervosa trigeminai en- sição submento-vertical e lateral com an-
volvida por compressão vascular e aplicam-se tissepsia da face e colocação de campos ci-
doses radiocirúrgicas de 70 a 90 gray. Nos rúrgicos. Uma agulha G15 é inserida 3 cm
casos em que não se observa nesse exame de lateralmente à comissura labial, e direcionada
imagem tal conflito neurovascular, localiza-se para o ponto de intersecção entre o plano
a zona de entrada do nervo trigêmeo na pon- coronal que passa 3 cm anterior ao trago e o
te ou uma posição pré-selecionada e utiliza-se plano que passa pelo centro da pupila. Quan-
a RE. Embora a descompressão microvascular do se atinge a base do crânio junto à grande
seja superior em relação à Gamma knife (GK) asa do esfenoide, a agulha é movida em dire-
ao longo de um período de seguimento médio ção ao forame oval. Emprega-se como reparo
de 2 anos, há relatos de que a GK pode ser uma anatômico o ponto de intersecção do clivo
intervenção ma is eficiente prima ria mente e com a pirâmide petrosa, situado 0,5 a 1 cm
procedimento de escolha para recidivas nos abaixo do soalho da sela turca. A seguir, um
casos de neuralgia trigeminai. Não há dados cateter de Fogarty nº 4 é introduzido pela luz
suficientes até este momento para avaliar os da agulha, sendo monitorado fluoroscopica-
resultados a longo prazo ou complicações de mente até atingir a ponta da agulha ou ultra-
GK, particularmente com respeito aos efeitos passá-la levemente. Infla-se o balão localizado
da radiação sobre a área da raiz trigeminai. na extremidade do cateter com 0,65 a 1 ml de
Além disso, uma vez que unidades de radioci- contraste iodado por um período de 1 minuto.
rurgia Gamma Knife são raras na maioria dos Em seguida, desinfla-se o balão, removendo
centros,ª4 a escolha da técnica de tratamento este e a própria agulha.ª5·ª6
226
Neurotomia periférica Rizotomia trigeminai
REFERENClAS
1. Grossmann E, Lorandi CS. Ponto-gatilho mio- 6. Kalichman L, Vulfsons S. Dry needling in the
fascial: localização atípica. Rev Odonto Cienc. management of musculoskeletal pain. J Am
1994;9(7):129-34. Board Fam Med. 2010;23(5):640-6.
2. Grossmann E, Brito JH, Lorandi CS. Uso de procaí- 7. Okeson JP. Tratamento das desordens temporoman-
na na eliminação dos pontos-gatilho miofasciais e dibulares e oclusão. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.
sua relação com a síndrome de dor e disfunção 8. de Leeuw R. Temporomandíbular disorders. ln: de
miofascial. Rev Odonto Cienc. 1996;21 :75-91. Leeuw R, editor. Orofacial pain: guidelines for as-
3. Lewit K. The needle effect in the relief of miofas- sessment, diagnosis, and management. 4t h ed.
cial pain. Pain. 1979; 6(1):83-90. Chicago: Ouintessence; 2008. p. 129-204.
4. Simons DG, Travell JG, Simons LS. Travei! and 9. La Touche R, Angulo-Diaz-Parreiio S, de-la-Hoz
Simons' myofascial pain and dysfunction: the Jl, Fernández-Carnero J, Ge HY, línares MT, et ai.
trigger point manual. Baltimore: Williams & Effectiveness of acupuncture in the treatment
Wilkins; 1999. v.1 of tmd of muscular orig in: a systematic review of
5. Sharav Y, Benoliel R. Orofacial pain and head- the last decade. J Alternative Complementare
ache. Edinburgh: Elsevier; 2008. Medicine. 2010;16(1):1-6.
227
Referências
10. Jung A, Shin BC, Lee MS, Sim H, Ernst E. Acu- ing with oral splints: a randomized clinica! triai. J
puncture for treating temporomandibular joint Am Dent Assoe. 2006;137(8):1108-14.
disorders: a systematic review and meta-analysis 22. Clark GT, Minakuchi H. Oral appliances. ln: Laskin
of randomized, sham-controlled triais. J Dent. DM, Greene CS, Hylander WL. TMDs an evidence-
2011 ;39(5):341-50. based approach to diagnosis and t reatmen t Chi-
11. List T, Axelsson S. Management of TMD: evidence cago: Ouintessence; 2006. p. 377-90.
from systematic reviews and meta-analyses. 23. Fricton J. Current evidence providing clarity in
J Oral Rehabil. 2010;37:430-51. management of temporomandibular disorders:
12. Januzzi E, Alves BM, Grossmann E, Leite FM, summary of a systematic review of randomized
Vieira OS, Flecha OD. Oclusão e disfunções tem- clinica! triais for intra-oral appliances and occlu-
poromandibulares: uma análise crítica da litera- sal therapies. J Evid Base Dent Pract. 2006;
tura. Rev Dor. 2010;11 (4): 329-33. 6:48-52.
13. Bales JM, Epstein JB. The role of malocclusion 24. Macedo CR, Silva AB, Machado MA, Saconato H,
and orthodontics in temporomandibular disor- Prado GF. Occlusal splints for treating sleep
ders. J Can Dent Assoe. 1994;60(10):899-905. bruxism (tooth grinding). Cochrane Database
14. Oliveira W. Disfunções temporomandibulares. Syst Rev. 2007;17(4).
São Paulo: Artmed; 2002. v. 6. 25. Feine JS, Lund JP. An assessment of the efficacy
15. Paiva HJ. Noções e conceitos básicos em oclusão, of physical therapy and physical modalities for
disfunção temporomandibular e dor orofacial. the control of chronic musculoskeletal pain. Pain.
São Paulo: Santos; 2008. 1997;71 :5-23.
16. Alencar Junior FG, Becker A. Evaluation of differ- 26. Paiva HJ, Paiva AM. Ajuste oclusal por desgaste
ent occlusal splints and counselling in the man- seletivo: por que, quando, onde e como. Porto
agement of myofascial pain dysfunction. J Oral Alegre: Artmed; 2011. p. 95-148.
Rehabil. 2009;36:79-85. 27. Silveira DW, Gusmão CA. A utilização da estimu-
17. Klasser GD, Greene CS. Oral appliances in the lação elétrica nervosa transcutânea (tens) no
management of temporomandibular disorders. tra tamento da espasticidade: uma revisão bibli-
Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial ográfica. Rev Saúde Com. 2008;4(1):64-71.
Endod. 2009;107:12-23. 28. Esposito CJ, Shay JS, Morgan B. Electroníc dental
18. Glaros AG, Owais Z, Lausten L Reduction in para- anesthesia: a pilot study. Ouintessence lnt.
functional activity: a potential mechanism for 1993 ;24(3) :167-70.
t he effectiveness of splint therapy. J Oral Rehab. 29. Santuzzi CH, Gonçalves Wl, Rocha SS, Castro ME,
2007;34:97-104. Gouvea SA, Abreu GR. Efeitos da crioterapia, es-
19. Al-Ani MZ, Davies SJ, Gray RJ, Sloan P, Glenny A. timulação elétrica transcutânea e da sua asso-
Stabilization splint t herapy for temporomandib- ciação na atividade elétrica do nervo femoral em
ular pain dysfunction syndrome. Cochrane Data- ratos. Rev Bras Fisioter. 2008;12(6):441-6.
base Syst Rev. 2005;69(11):1242-50. 30. Gomez CE, Christensen LV. Stimulus-response la-
20. Al-Ani Z, Gray RJ, Davies SJ, Sloan P, Glenny AM. tencies of two instruments delivering transcuta-
Stabilization splint therapy for the treatment of neous electrical neuromuscular stimulatíon
temporomandibular myofascial pain: a system- (TENS). J Oral Rehabil. 1991 ;18(1):87-94.
atic review. J Dent Educ. 2005;69(11):1242-50. 31. Santana JM, Lauretti GR. Possíveis mecanismos
21. Conti PC, dos Santos CN, Kogawa EM, de Castro de ação da estimulação elétrica nervosa trans-
Ferreira Conti AC, de Araujo C dos R. The treat- cutânea no controle da dor. Rev Dor. 2006;
ment of painful temporomandibular joint click- 7(1):716-28.
228
Referências
32. Pena R, Barbosa LA, lshikawa NM. Estimulação 42. Rahal A, Poirier J, Ahmarani C. Single-puncture
elétrica transcutãnea do nervo (TENS) na dor on- arthrocentesis: introducing a new technique and
cológica- uma revisão da literatura. Revista Bras a novel device. J Oral Maxillofac Surg. 2009;
Cancero!. 2008;54(2):193-9. 67(8) :1771-3.
33. Wieselmann-Penkner K, Janda M, Lorenzoni M, 43. Nitzan DW, Oolwick MF, Martinez GA. Temporo-
Polanski R. A comparison of the muscular rela- mandibular joint arthrocentesis: a simplified
xation effect of TENS and EMG-biofeedback treatment for severe, limited mouth opening. J
in patients with bruxism. J Oral Rehabil. 2001; Oral Maxillofac Surg. 1991;49(11 ):1163-70.
28(9):849-53.
44. Murakami K, Hosaka H, Moriya Y, Segami N, lizu-
34. Ernshoff R, Bõsch R, Pümpel E, Schõning H, Strobl ka T. Short-term treatment outcome study for
H. Low-level laser therapy for treatment of tem- the management of temporomandibular joint of
poromandibular joint pain: a double-blind and closed lock. A comparison of arthrocentesis to
placebo-controlled triai. Oral Surg Oral Med Oral nonsurgical therapy and arthroscopy lysis and la-
Pathol Oral Radiol Endod. 2008;105(4):452-6.
vage. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial
35. Michelotti A, lodice G. The role of orthodontics in Endod.1995;80(3):253-7.
temporomandibular disorders. J Oral Rehabil.
45. Hosaka H, Murakami K, Goto K, likuza T. Out-
2010;37(6) :411-29.
come of arthocentesis for temporomandibular
36. Grossmann E, Grossmann TK. Artrocentese apli- joint with closed lock at 3 years fol low up. Oral
cada à articulação temporomandibular. ln: de Surg Oral Med Oral Pathol Radial Endod. 1996;
Siqueira JT, Teixeira MJ, editores. Dor orofacial
82(5) :501-4.
diagnóstico e terapêutica. Porto Alegre: Artmed;
46. Nitzan DW, Samson B, Better H. Long-term
2012. p. 676-82.
outcome of arthrocentesis for sudden-onset,
37. Grossmann E. O papel do cirurgião: dentista na
persistent. severe closed lock of the temporo-
clinica de dor. ln: Castro AB, editor. A clínica de
mandibular joint. J Oral Maxillofac Surg.
dor: organização, funcionamento e bases cientí-
1997;55(2):151-8.
ficas. Curitiba: Maio; 2003. p. 164-201.
47. Carvajal WA, Laskin OM. Long-term evaluation of
38. Laskin DM. lndications and limitations of tmj
arthrocentesis for the treatment of internai de-
surgery. ln: Laskin OM, Greene CS, Hylander WL
rangements of the temporomandibular joint. J
TMOs an evidence-based approach to diagnosis
Oral Maxillofac Surg. 2000;58(8):852-7.
and treatment Chicago: Ouintessence; 2006.
p.413-9. 48. Nitzan OW, Price A. The use of arthrocentesis
for the treatment of osteoarthritic temporoman-
39. Mehra P, Wolford LM. The Mitek mini anchor for
TMJ disc repositioning: surgical technique and dibular joint. J Oral Maxillofac Surg. 2001;
results. lnt J Oral Maxillofac Surg. 2001 ;30(6): 59(10):1154-60.
497-503. 49. Alpaslan GH, Alpaslan C. Efficacy of temporo-
40. Alkan A, Bas B. The use of double-needle canula mandibular joint arthrocentesis with and with-
method for temporomandibular joint arthro- out injection of sodium hyaluronate in treatment
centesis: clinicai report. Eur J Oent. 2007;1 (3): of internai derangements. J Oral Maxillofac Surg.
179-82. 2001 ;59(6):613-9.
41. Guarda-Nardini L, Manfredini O, Ferronato G. 50. American Association of Oral Maxillofacial
Arthrocentesis of the temporomandibular joint: Surgeons. Parameters of care for oral and maxil-
a proposal for a single-needle technique . Oral lofacial surgery. a guide for practice, monitoring
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial Endod. and evaluation (AAOMS Parameters of Care-95).
2008;106(4):483-6. J Oral Maxillofac Surg. 1992;50(7 Suppl 2):205-8.
229
Referências
51. Alkan A, Kilic E. A new approach to arthrocen- 61. Nishimura M, Segami N, Kaneyama K. Prognostic
tesis of the temporomandibular joint. lnt J Oral factors in arthrocentesis of the temporoman-
Maxillofac Surg. 2009;38(1):85-6. dibular joint: evaluation of 100 patients with
52. Grossmann E, Collares MV. Minimally invasive internai derangement. J Oral Maxillofac Surg.
therapy in the treatment of disk displacement 2001 ;59(8):874-8.
without reduction: mandibular manipulation as- 62. Carrol TA, Smith K. Jakubowski J. Extradural
sisted by increased hydraulic pressure. Braz J Cra- haematoma following temporomandibular joint
niomaxillofac Surg. 2001 ;4(1 ):22-8. arthrocentesis and lavage. Br J Neurosurg. 2000;
53. Al-Belasy FA, Dolwick MF. Arthrocentesis for the 14:152-4.
treatment of temporomandibular joint closed
63. Spallaccia F, Rivaroli P, Cascone P. Temporoman-
lock: a review article. lnt J Oral Maxillof Surg.
dibular joint arthrocentesis: long-term results.
2007;36(9):773- 82.
Bull Group lnt Rech Sei Stomatol Odontol. 2000;
54. Dimitroulis G, Dolwick MF, Martinez A. Tempo-
42(1):31-7.
romandibular joint arthrocentesis and lavage for
64. Stein JI. TJM arthro centesis: a conservative surgi-
the treatment of closed lock: a follow-up study.
cal alternative. N Y S Dent J. 1995;61 :68-76.
Br J Oral Maxillofac Surg. 1995;33(1):23-7.
65. Frost DE, Kendell BD. The use of arthocentesis for
55. Emshoff R, Gerhard S, Ennemoser T, Rudisch A.
Magnetic resonance imaging findings of internai treatment of temporomandibular joint disorders.
derangement, osteoarthrosis, effusion, and bane J Oral Maxillofac Surg. 1999;57:583-7.
marrow edema before and after performance of 66. Rehman K-U, Hall T. Single needle arthrocentesis.
arthrocentesis and hydraulic distension of the Brit J of Oral and Maxillof Surg. 2009;47:403-4.
temporomandibular joint Oral Surg Oral Med Oral 67. Õreroglu AR, Õzkaya O, Õztürk MB, Bingõl D,
Pathol Oral Radial Endod. 2006;101 (6):784-90. Akan M. Concentric-needle cannula method for
56. Grossmann E, Collares MV. Arthocentesis and la- single-puncture arthrocentesisin temporomandi-
vage in the treatment of articular disk displace- bular joint disease: an inexpensive and feasible
ment without reduction. Braz J Craniomaxillofac technique. J Oral Maxillofac Surg. 2011 ;69:2334-8.
Surg. 2000;3(1):27-31.
68. Perter RA, Gross SG. Tratamento clinico das dis-
57. Dolwick MF. Temporomandibular joint surgery funções temporomandibulares e da dor orofacial.
for internai derangement. Dent Clin North Am.
São Paulo: Ouintessence; 2005. p. 254-72.
2007;51 (1 ):195-208.
69. Davis CL, Kaminishi RM, Marshall MW. Ar-
58. Emshoff R, Rudisch A, Bõsch R, Gassner R. Effect
throscopic surgery for t reatment of closed lock. J
of arthrocentesis and hydraulic distension on
Oral Maxillofac Surg. 1991 ;49(7):704- 7.
the temporomandibular joint disk position. Oral
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial Endod. 70. Kan eyama K, Sega mi N, Sato J, Murakami K, lizu-
2000;89(3):271-7. ka T. Outcomes of 152 temporomandibular joints
following arthroscopic anterolateral capsular re-
59. Ethunandan M, Wilson AW. Temporomandibular
lease by holmium: YAG laser or electrocautery.
joint arthrocentesis: more questions than an-
swers? J Oral Maxillofac Surg. 2006;64(6):952-5. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radial En-
dod. 2004;97(5) :546-52.
60. Aktas 1, Yalcin S, Sencer S. Prognostic indicators
of the outcome of arthrocentesis wi th and with- 71. Israel HA, Behrman DA, Friedman JM, Silberstein
out sodium hyaluronate injection for the treat- J. Rationale for early versus late intervention
ment of disc displacement without reduction: a with arthroscopy for treatment of lnflammatory/
magnetic resonance imaging study. lnt J Oral degenerative temporomandibular joint disorders.
Maxillofac Surg. 2010;39(11 ):1080-5. J Oral Maxillofac Surg. 2010;68(11):2661-7.
230