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Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................. 3
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO
Fonte: https://conhecimentocientifico.r7.com/arte-rupestre-o-que-e-quando-onde-e-por-
quem-foi-feita/
Ao longo de centenas de milhares de anos da história humana, os homens
também buscaram na natureza, respostas para seus próprios atos, individuais
ou coletivos. Nesse sentido, a ciência do Comportamento Animal pode muito
bem ser definida como "um exercício da curiosidade humana na tentativa de
compreensão da sua própria natureza animal."
E que exercício mais agradável! Na verdade, o estudo do comportamento
animal pode ser muito divertido. Ir ao campo, visitar lugares paradisíacos,
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observar beija-flores, macacos, peixes, insetos, baleias em seu ambiente
natural. Tanto para biólogos, quanto para veterinários, médicos, psicólogos e
antropólogos, talvez não haja disciplina nessas distintas áreas do conhecimento
mais acessível do que o estudo do comportamento animal, ou etologia.
Enquanto, um bioquímico ou geneticista precisa de laboratórios muito bem
equipados, de técnicos muito bem treinados no uso de equipamentos complexos
e muito caros, um biólogo comportamental pode com apenas papel, prancheta,
lápis, borracha, alguns pedaços de linha, alguns potes plásticos, pinças,
alfinetes, desenvolver uma tese de doutorado, sobre algo novo, nunca antes
descrito ou estudado. Essa realidade é especialmente verdadeira nos países
tropicais.
No Brasil, por exemplo, onde se encontra a maior biodiversidade do
planeta, a maior parte da fauna de invertebrados é ainda totalmente
desconhecida da ciência, seja do ponto de vista da sistemática, da zoologia, da
genética ou do comportamento. Vamos tomar as formigas como exemplo,
insetos pertencentes a uma única família de himenópteros, Formicidae. Estudos
recentes indicam que são conhecidas aproximadamente 8.400 espécies de
formigas, mas que este número pode chegar a 20.000, sendo a maior parte
composta por formigas tropicais.
Bem, insetos são animais pequenos, relativamente pouco (estudados do
ponto de vista taxonômico. Pense então em macacos, um grupo já muito
explorado. Recentemente três espécies novas foram descritas na Amazônia e
acredita-se que devam existir outras. Dessa forma é fácil perceber que a etologia
é umas das frentes científicas nas quais os pesquisadores de países tropicais
podem se colocar na liderança mundial.
Entretanto, não é fácil. Esta história de que estudar comportamento
animal é uma coisa que qualquer um faz, não é bem assim. Qualquer pessoa,
leiga ou instruída no assunto pode observar o comportamento de um animal,
levantar questões interessantes. Na verdade, grupos amadores de observadores
de aves, borboletas e outros animais têm dado contribuições inestimáveis à
ciência. Mas, atualmente, o estudo do comportamento animal tem desenvolvido
tantas áreas distintas, uma variação tão grande em terminologias específicas
que, muitas vezes, apenas quem está bem preparado, é capaz de compreender
um determinado texto ou participar de uma discussão.
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Cada vez mais o comportamento tem se tornado uma ciência
multidisciplinar, envolvendo técnicas de outras subdisciplinas da biologia como
a bioquímica, genética, botânica, ecologia, além de manipulações experimentais.
Também a matemática, a estatística e ferramentas computacionais e de
engenharia têm sido fundamentais em muitos estudos.
Isso tudo sem falar do inglês, a língua atual da ciência mundial.
Você ainda pode utilizar apenas papel e lápis, isso pode realmente ser o
suficiente, não duvide. Entretanto, é bom saber que já existe, mesmo no Brasil,
pesquisadores que alugam espaço em satélites da NASA, a agência espacial
Norte-Americana, para seguir seus animais de estudo em ambiente natural.
Tudo que um animal faz pode ser caracterizado como a parte ou totalidade
de um comportamento? Por exemplo, quando um animal se alimenta, isso é
comportamento um animal caçando, outro fugindo, um voando, outro pairando,
um cortejando, outro se esquivando. Tudo isso é comportamento? A resposta é,
sim.
Comportamento pode ser entendido como tudo aquilo que um animal é
capaz de fazer. Mas para que essa definição fique ainda mais completa, temos
que lembrar que os animais podem exibir comportamentos nos quais deixam de
realizar atividades que envolvem movimentações ou deslocamentos. Ao nosso
olhar, parece que não estão fazendo nada. Por exemplo, dormir, hibernar,
congelar-se, fingir-se de morto, o que denominamos tanatose. Mesmo quando
um animal aparentemente não está fazendo nada, esse "não fazer nada",
também representa um tipo de comportamento e tem sua função. No caso da
Hyla geografica, a tanatose serve para enganar seus predadores. Fingindo-se
de morta ela pode, por exemplo, escapar do ataque de serpentes. Assim sendo,
podemos entender comportamento como sendo o conjunto de todos os
atos que um animal realiza ou deixa de realizar.
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1.2. QUATRO TERMOS BÁSICOS PARA INICIAR UMA
DESCRIÇÃO
Fonte: https://www.wikiaves.com.br/wiki/beija-flor-de-costas-violetas
1) Postura – Quando falamos em postura, estamos nos referindo às partes
do corpo de um animal, em relação a ele mesmo. Assim sendo, o beija-flor
apresenta postura normal de pouso, ou seja, está apoiado sobre um substrato
(normalmente um ramo), com as asas fechadas, o corpo perpendicular ao
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substrato (postura “ereta”), com a cabeça direcionada para sua frente e o bico
fechado.
2) Posição – Quanto à posição, podemos dizer que o animal está
apoiado, ou pousado, sobre o ramo de uma árvore. Na descrição da posição,
procuramos indicar agora a relação entre as partes do animal e o habitat, o
substrato mais próximo, um referencial do meio.
Obviamente, é difícil separar postura de posição na descrição de um
comportamento e o modo mais simples, geralmente o mais correto para
descrever o animal da foto. Seria simplesmente: “o beija-flor está pousado sobre
um ramo vegetal”, sendo o termo “pousado” referente à postura e a expressão
“sobre um ramo” relativa à posição do mesmo.
Isto pode lhe parecer uma grande bobagem, mas é realmente comum
encontrarmos em textos científicos, ou em painéis de congressos, confusões
como: “o beija-flor está posicionado com as asas fechadas, numa postura frontal
a uma árvore com flores”, o que constitui uma inversão total do correto uso dos
termos descritivos básicos do comportamento.
Vejamos agora outros dois termos de uso muito comum. Analise a foto
abaixo e tente descrever o comportamento do animal, não apenas quanto à
postura e posição, mas também, quanto ao movimento e deslocamento
executados
Figura 2: Gavião caracará parado e em movimento.
Fonte: https://aprenda.bio.br/zoologia/gaviao-carcara-curiosidades-
caracteristicas-fotos/
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asas, ele está se movimentando. Mas, se o gavião levanta voo a partir o
termiteiro, ele não apenas se movimenta, mas também se desloca.
4) Deslocamento – O deslocamento considera as mudanças de posição,
ou seja, do animal em relação aos substratos ambientais. Esses dois termos
costumam ser usados de modo trocado, com muito mais frequência do que você
imagina. Muitas pessoas, erroneamente, descreveriam este comportamento
como, “o gavião se movimentou em voo para longe do termiteiro”, por exemplo.
Algumas pessoas consideram um preciosismo de nossa parte quando
insistimos no correto uso dos termos etológicos. Aprenda uma coisa: o capricho
em uma descrição, o uso de uma linguagem correta e a precisão da redação são
elementos decisivos, que irão aumentar as chances de seu texto ser bem
entendido, do sucesso na transmissão de sua mensagem e, finalmente, de um
trabalho seu ser aceito para publicação. Se, no passado, alguém se deu ao
trabalho de padronizar uma linguagem científica, em qualquer que seja a área
do conhecimento, nós devemos, por respeito e responsabilidade, acatar e utilizar
essa linguagem, ou questioná-la e apresentar uma nova proposta.
Essas padronizações costumam contribuir de modo positivo para um
melhor entendimento entre pesquisadores, para uma melhor compreensão dos
estudos científicos e para evitar que um mesmo comportamento, comum ou
estereotipado, seja descrito diversas vezes, por diferentes pesquisadores,
tomando um enorme espaço editorial e, muitas vezes, causando grande
confusão. Vamos dar um exemplo de uma grande vantagem da padronização de
alguns termos. O uso do termo tanatose. Para quem já estuda comportamento
não precisaria dizer mais nada, pois a pessoa já saberia que o animal estava se
fingindo de morto, ou em imobilidade tônica. Em se tratando de um anfíbio, a
mais comum das tanatoses ocorre em decúbito dorsal, com membros retraídos,
boca e olhos fechados. Trata-se, portanto, de uma descrição de cinco a seis
linhas de texto, que podem ser resumidas em uma única e precisa palavra. Mais
adiante, vamos tratar de repertórios comportamentais ou etogramas, nos quais
a importância desses termos será ainda mais evidenciada.
8
- A CIÊNCIA
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da história do “matar a cobra e mostrar o pau”. Embora essa abordagem seja
passível de crítica, pois nem todo o universo necessita se acomodar a esse
pressuposto, a prática da ciência tem mostrado vantagens interessantes desse
método.
A tecnologia é um dos ramos do saber humano que muito se vale desse
viés científico. Quando ligamos um interruptor e a lâmpada acende, percebemos
que algo de correto deve haver nas teorias elétricas pressupostas nesse sistema.
Da mesma forma, quando viajamos de avião e temos a grata percepção de que
ele não caiu, percebemos também que algo de correto deve haver nas muitas
teorias pressupostas na aviação. É essa confrontação entre o teórico e o
concreto, o prático, o observável (mesmo que em escala diminuta) que dá ao
conhecimento científico um status diferente e que permite que tecnologias
funcionem. Aliás, dentro das abordagens humanas (ciência, filosofia, religião,
arte e loucura – vide Volpato 2007b), a ciência é a única que fornece
sobremaneira conhecimento que gera tecnologia. Nesses quase 400 anos da
utilização desse viés do método científico, o desenvolvimento tecnológico foi
imenso e isso não foi ao acaso. A consistência que esse método dá aos
conhecimentos gerais elaborados é bastante razoável, embora saibamos que
método algum garantirá a verdade de qualquer enunciado teórico (Feyerabend
1996).
Outro aspecto interessante da atividade científica é que se baseia
geralmente em constatações de casos passados para aventar ideias sobre
casos futuros. Esse processo de generalização é conhecido como indução19, no
qual se parte de observação de casos particulares para se generalizar sobre um
todo maior, gerando uma conclusão probabilística. Por exemplo, você observa
uma amostra de ratos e conclui sobre a população dessa espécie. Nessa
conclusão você deu um salto de uma amostra para um grupo maior. Essa
amostra é limitada e pertence ao passado (você já observou), mas sua conclusão
é válida para a espécie, que pertence ao passado, presente e futuro. Ou seja, na
ciência ninguém descreve o comportamento de alguns animais por causa desses
animais, mas sim para entender as leis do comportamento aplicáveis a grupos
maiores (por ex., uma população ou uma espécie).
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2.1. TIPOS DE ESTUDO
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incidência de uma doença numa população. Você apenas descreve o que vê,
mas precisa estar certo da validade dessa descrição.
Por serem estudos descritivos de uma situação, não há necessidade do
cientista elaborar hipóteses a priori. Ele pode simplesmente observar e concluir.
Nesse caso, prever antecipadamente o que será visto de nada adianta. Por
exemplo, podemos imaginar que o comportamento a ser observado terá três
itens comportamentais, exibidos numa determinada sequência, sendo o primeiro
item o mais frequente. Essa elucubração teórica de nada adianta frente às
observações que você faz, pois seus dados coletados não apenas testam essa
ideia, mas também já fornecem a resposta a ser aceita. O que guia a metodologia
a ser empregada é a pergunta e não a hipótese. Além disso, se tal hipótese é
derrubada, temos a conclusão do estudo, que decorre da descrição que testou
a própria hipótese. Por essa razão, é imperativo que os estudos descritivos que
buscam caracterizar um comportamento não usem o recurso metodológico de
elaboração de hipóteses, pois elas de nada adiantam nesse caso.
O fato desses estudos não necessitarem de hipóteses não implica que
sejam simples, pois podem evoluir para a construção de conhecimento científico
(generalizações). Envolvem planejamento e cuidado com detalhes que, do
contrário, comprometeriam toda a validade das descrições realizadas. Por
exemplo, imaginemos que você descreveu o comportamento de um indivíduo de
certa espécie de pássaro. Por mais detalhada que essa descrição tenha sido
feita, ela vale para aquele indivíduo. Saber o quanto o comportamento desse
indivíduo representa o comportamento das outras aves dessa espécie é outra
questão. Todos nós sabemos que certas aves migram. O comportamento típico
dessas espécies inclui a migração em certas condições. Nessas populações,
cada indivíduo se comporta de uma mesma forma quanto a essa característica,
mesmo que possam existir exceções. Portanto, enquanto descrevemos o
comportamento de um animal, estamos procurando caracterizar o
comportamento de um grupo maior. Essa caracterização tem sentido para a
ciência. Conhecer que a cachorrinha “hag” descansa todos os dias no período
da tarde sobre determinado sofá pode ser de relevância para seu dono; mas só
será de interesse aquilo que representar algo válido para um grupo maior de
cachorros. Isso é razoável, pois certamente a cachorrinha “hag” morrerá algum
dia e, com ela, esse conhecimento que só tinha significado em relação a ela.
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Mas o conhecimento gerado e relativo ao grupo maior (por ex., a raça)
permanecerá válido até que seja negado. Portanto, os estudos que buscam
descrever o comportamento dos animais, pelo simples prazer de descrevê-los,
no contexto científico são válidos apenas se fornecem generalizações sobre a
população, a espécie, o gênero etc. Isso é parte da ciência do comportamento
animal.
A próxima questão é saber o quanto o comportamento de um indivíduo
pode representar um grupo maior. Evidentemente, estamos falando de
amostragem, mas tudo depende do estágio de conhecimento em cada caso
específico. Se tivermos apenas um relato do comportamento de alimentação de
um exemplar do pássaro amazônico uirapuru, que sabemos ser raramente
encontrado, não podemos descartar essa informação simplesmente porque foi
feita em um único exemplar. Enquanto não tivermos mais dados, nossas
conclusões devem ser baseadas nesse relato. Logicamente, teremos a cautela
suficiente para não imaginarmos que todos os uirapurus necessariamente se
comportarão da mesma forma que o caso observado... mas, se tivermos que
apostar, certamente apostaremos com base no caso observado. Da mesma
forma, casos assim raros são raros!
Evidentemente, na maioria dos estudos descritivos do comportamento
animal o cientista tem meios para planejar sua coleta de dados. Ele planeja a
forma como vai escolher os indivíduos para observar (amostragem), de forma
que representem adequadamente a população à qual quer se referir. Por
exemplo, se essa população possuir uma proporção sexual de 1:1, então sua
amostra deverá manter uma relação igual ou bem próxima a essa. Caso
contrário, o comportamento de um dos sexos estará prevalecendo, causando um
viés no estudo. Da mesma forma, se quisermos conhecer o que os universitários
brasileiros pensam do atual governo federal, teremos que fazer essa pergunta a
universitários de várias instituições, incluindo públicas e privadas, turmas do
noturno e do diurno, escolas das várias regiões do país, vários cursos etc., de
forma que a amostra investigada represente de forma adequada o perfil da
população para a qual será direcionada a conclusão.
Com os cuidados metodológicos necessários, o cientista estará em
condições de concluir para um grupo maior a partir das observações pontuais
que fez. Assim, se descrevemos um etograma para determinada espécie,
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estamos na realidade procurando descrever o conjunto de padrões
comportamentais de um grupo (população, espécie).
Lembre-se que para fazermos ciência precisamos ir além dos dados
coletados, fazendo inferências sobre um todo bem maior; no caso, uma
população ou espécie.
Teresa & Gonçalves-de-Freitas (2003) descreveram o comportamento
agonístico do ciclídeo Geophagus surinamensis, um peixe amazônico,
mostrando os tipos de comportamento que ocorrem nas confrontações
intraespecíficas. Eles mostraram que os comportamentos descritos são iguais
aos relatados para outras espécies de ciclídeos, indicando aí uma generalização.
Mas vão além, porque observam que um dos comportamentos descritos não foi
ainda relatado nessa família (Cichlidae). Trata-se de um comportamento em que
o animal ataca o oponente com uma mordida na parte lateral do corpo e, em
seguida, passa acima ou abaixo desse peixe e deflagra mordida no outro lado
do corpo. Ao considerarem isso um padrão diferente e concluírem que não foi
relatado em outros ciclídeos, estão construindo generalizações para além da
amostra observada.
Do contado com vários estudantes do comportamento animal, tenho
percebido que os estudos descritivos do comportamento têm sido relegados a
um segundo plano. Isso não deve ocorrer, pois é como qualquer outro estudo na
ciência. Parte de evidências pontuais (os casos observados), chegando a
generalizações. Esse processo é exatamente o mesmo que ocorre nos outros
estudos que serão discutidos à frente. A única diferença é que a elaboração
metodológica pode ser, muitas vezes, mais simples, onde o cuidado principal
está na amostragem e nas técnicas de observação. Mas essa é principalmente
uma diferença de aparato, mais do que de método de estudo ou qualidade da
conclusão.
- Testes de Hipótese: Investigação das Relações entre Variáveis
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possam ser agrupadas considerando-se as bióticas (canibalismo, níveis
hormonais, ingestão de alimentos) e as abióticas (temperatura ambiental, fase
do ciclo circadiano, qualidade da água e velocidade do vento), essa divisão tem
pouco sentido num panorama mais geral da metodologia científica. O que
importa são as relações lógicas que se supõe entre elas, pois são essas relações
que direcionam todo o trabalho científico, da pesquisa à publicação. Há apenas
dois tipos fundamentais de associação entre as variáveis que são investigadas
pelo cientista: associação sem interferência de uma variável sobre a(s) outra(s)
e associação com interferência entre elas (Volpato 2007a, 2007b, 2010a,b,
2011).
Nos estudos de associação, o cientista procura saber se o comportamento
de uma variável pode ser explicado por meio do comportamento da outra
variável. Por exemplo: o aumento do número de igrejas numa cidade pode ser
um indicador de aumento do consumo de combustível na população? Ao que me
consta, espera-se que não sejam as igrejas que estejam fomentando o uso de
carros. E o uso de carros... estaria incentivando os atos religiosos? O mais
provável é que algum outro fator esteja aumentando tanto o número de igrejas
quanto o consumo de combustível. Nesta última possibilidade, não existe
qualquer associação de interferência entre as variáveis investigadas (igrejas e
consumo de combustível), sendo a relação entre elas explicada pela existência
de algum outro fator que as sincroniza. No caso, esse fator sincronizador poderia
ser o aumento da população. Aumenta-se a população, eleva-se o número de
fiéis potenciais, com incremento do número de igrejas para atendê-los. Da
mesma forma, aumenta-se o número de pessoas com carros, o que leva ao
aumento do consumo de combustível. Em outro exemplo, podemos associar o
período de maior atividade de uma espécie de caranguejo de mangue com a
maior atividade de determinada espécie de peixe desse local. No entanto, essas
espécies podem não interagir entre si e a sincronia precisa ser explicada de outra
forma. Por exemplo, pela interferência de algum temporizador interno (relógio
biológico) presente nas duas espécies e sincronizado com os movimentos de
maré.
No outro caso de relação temos a associação com interferência entre as
variáveis, onde o comportamento de uma variável claramente interfere com o
comportamento da outra. Neste caso faz sentido classificar o conjunto de
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variáveis em independentes (as que interferem) e dependentes (as que são os
efeitos). Essa classificação é natural, pois descreve uma ocorrência natural de
uma causa levando a algum efeito, ao contrário da classificação entre variáveis
bióticas e abióticas descritas mais acima. Por exemplo, o metabolismo de um
animal aquático pode interferir na qualidade da água; mas a qualidade da água
também pode interferir no metabolismo desses animais. Nesse caso, o sentido
dessa relação entre “fator interferente” e “efeito” (quem é causa e quem é efeito)
será dado pelo interesse do cientista, dentro de sua pesquisa. Assim, se for
interessante a ele investigar como os peixes podem poluir certo ambiente, tratará
o metabolismo desses animais como variável independente (causa) e a
qualidade da água como variável dependente (efeito).
Um princípio importante a ser ressaltado nessa problemática é que se
houver relação de interferência, haverá associação entre as variáveis. Porém,
fica claro que a ocorrência de associação não demonstra existência ou não de
interferência entre elas, mas sua inexistência permite concluir que a interferência
não ocorra. (vide Volpato 2010a,b, 2011). Observem ainda que muitos estudos
na natureza se valem de análises de associação para discutirem interferências.
Nesses casos, dados adicionais devem ser adicionados da literatura para se
melhor embasar a relação suposta.
Essas duas relações, com ou sem interferência, são as de maior interesse
na pesquisa biológica. Evidentemente, podemos subdividi-las em outras
categorias, mas de interesse para o norteamento da pesquisa e da construção
do texto científico são essas duas categorias (Volpato 2010a,b, 2011).
Então, parte do estudo do comportamento animal será direcionada para o
entendimento das relações entre variáveis, sejam elas quais forem. Observem
que aqui o cientista não está preocupado em descrever as variáveis (como no
primeiro caso discutido), mas sim em entender como se relacionam com outra(s)
variável(eis). O conhecimento gerado será a relação entre elas. Obviamente,
nesses estudos muitas vezes o cientista terá que descrever algumas variáveis,
mas essa será apenas uma etapa intermediária para seu objetivo maior. Por
exemplo, se o interesse for conhecer se doses subletais de determinado
inseticida podem afetar o comportamento de determinada espécie, a pesquisa
se concentrará em descrever o comportamento dessa espécie em condições
sem o inseticida para comparar com descrições desse comportamento em
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situações de contaminação com diferentes doses do inseticida considerado.
Caso as outras condições potencialmente interferentes (por ex., tamanho dos
animais, temperatura ambiente, estresse etc.) sejam consideradas similares
entre os grupos a serem comparados, as variações nos padrões de
comportamento entre esses grupos serão atribuídas ao agente interferente
“inseticida”. Nesse caso, o estudo envolveu a descrição do comportamento, mas
o objetivo ultrapassava essa constatação, pois envolvia compará-las para se
decidir se o inseticida altera esse comportamento. Ou seja, descrições sempre
ocorrerão, mas o estudo pode ser muito diferente dependendo do objetivo do
cientista (descrever para generalizar para um grupo maior ou descrever para
testar relação entre variáveis).
Embora eu tenha enfatizado as causas mais próximas do
comportamento, aquelas que estão presentes durante a fase de vida desses
animais, há delineamentos experimentais que permitem avaliar as causas
últimas do comportamento, como elegantemente detalhado em Dawkins (1995).
No primeiro capitulo desse livro, Dawkins mostra quatro estratégias para
investigar as interferências do processo evolutivo no comportamento animal, de
forma que se possa entender um dos “por quês” do comportamento. Mas mesmo
nesses casos, estamos tratando de relações de interferência. Portanto, não
importa o quanto o agente interferente esteja distante, mas sim o fato de ser uma
interferência.
Embora eu tenha enfatizado a construção científica de generalizações a
partir de observação de fatos (processo de indução), o método dedutivo é
igualmente válido. O cientista elabora hipóteses e deduz delas predições, que
são expectativas que devem ocorrer caso a hipótese esteja correta. Ou seja, a
hipótese (ideia) vem antes da coleta de dados. Por exemplo:
Hipótese: no pintado, Pseudoplatystoma corruscans, a comunicação
química é uma modalidade sensorial usada na comunicação intra específica de
estados de alerta.
Predição: exemplares de pintado recebendo água de co específicos em
condição de alerta reagirão com resposta de alerta.
A partir daí, o cientista usa uma estratégia experimental para avaliar se
nas condições preconizadas a predição ocorre. Caso ocorra, terá corroborado
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sua hipótese (mas nunca confirmado, pois sempre dependerá de algum dado
futuro – vide Popper 1972). Se não ocorrer, certamente terá falseado a hipótese.
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fêmeas capturavam e transportavam abelhas que serviam de alimento para as
larvas que eram criadas em ninhos subterrâneos.
Todas as vezes que a vespa deixava o ninho, ela fechava a entrada e
depois de 30 a 60 minutos retornava em meio a várias outras entradas de vespas
vizinhas, sem nunca errar a entrada da sua própria toca. Tinbergen já havia
constatado que, durante as primeiras saídas do dia, a vespa voava bem acima
da própria entrada e fazia voos circulares antes de partir para a caçada.
Intrigado, Tinbergen se perguntou: Que fatores são importantes para a
vespa reconhecer a entrada do seu próprio ninho? Então lhe ocorreu a seguinte
hipótese: o sobrevoo que a vespa faz antes de sair à caça serve para
memorização de referências espaciais próximas à entrada do ninho, que servem
de sinalizadores no momento de retorno ao ninho.
Ensaiou a sua hipótese predizendo que, se as referências espaciais
fossem modificadas, a vespa ficaria desorientada e teria dificuldades para
encontrar sua própria toca ao retornar da caçada. Convencido de que estava no
caminho certo, precisava testar essa hipótese através de uma investigação
experimental. Primeiro Tinbergen esperou que as vespas deixassem o ninho e,
então, removeu cuidadosamente as supostas referências espaciais da entrada
do ninho (gravetos, tufos de gramas etc.). Ao voltar com a presa capturada, ao
invés de pousarem certeiramente na abertura do ninho como faziam
regularmente, as vespas voaram várias vezes em círculos logo acima da
entrada.
Após algumas tentativas, apenas uma ou outra vespa conseguiu achar
corretamente a entrada. Esses dados sugeriram a Tinbergen que, de fato, essas
vespas utilizavam referências espaciais para localizar a entrada do ninho. Em
seguida, ele delineou um outro experimento: assegurou-se de que a vespa
estava dentro da toca e colocou várias pinhas formando um círculo ao redor da
entrada. Como de costume, a vespa fez voos em círculo e saiu para a caçada.
Antes que ela voltasse, Tinbergen refez o arranjo circular de pinhas, colocando
as próximas à entrada real do ninho, mas sem circundá-lo. Quando a vespa
retornou, foi direto para o centro do círculo de pinhas, onde estaria a entrada do
ninho.
Desse modo, a hipótese elaborada por Tinbergen foi elegantemente
testada e corroborada. Em resumo, a pergunta feita por Tinbergen gerou
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hipóteses, as quais nortearam os objetivos de sua pesquisa, seus delineamentos
experimentais e a coleta de dados comportamentais. Esses dados corroboraram
a sua hipótese, esclarecendo assim aspectos sobre os mecanismos de
orientação espacial da vespa cavadora. Conforme salientado no capítulo
anterior, o estudo do comportamento envolve também pesquisas que não
precisam testar hipóteses; nesse caso o interesse é saber como é o
comportamento, ou seja, conhecer sua descrição enquanto fenômeno natural.
Isso é importante porque antes de quantificar o comportamento, devemos saber
como ele é. Nesse caso, embora sem hipótese prévia, a amostragem correta é
fundamental.
Material de Registro:
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dos desertos ou das savanas africanas. Eu gosto muito de cadernos com arame
espiral, pois dá para retirar mais facilmente páginas com anotações erradas.
Além disso, são mais fáceis de virar as folhas e permitir a transcrição das
informações para as planilhas eletrônicas no laboratório. Pranchetas com folhas
e tabelas de campo podem substituir o caderno. Para quem trabalha diretamente
na água, uma placa de PVC branca também pode servir de caderno e você pode
escrever nela com lápis comum.
Dicas importantes:
► Ter cópias é fundamental. Por isso, grave sempre seus dados de campo,
tabelas, fotos e planilhas, num pen-drive ou dois (pendrives costumam falhar).
Sempre faça cópias de seus dados de campo e guarde-as em lugares diferentes.
Dicas importantes:
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acoplar ao equipamento um microfone direcional ou um hidrofone (microfone
subaquático).
► Esses equipamentos são bem mais caros e, quando o uso for eventual ou
esporádico, é sempre bom buscar a parceria com colegas que já os tem. Não
desperdice recursos financeiros, adquirindo bens materiais supérfluos ou cujo
uso não será extensivo. Aprenda a compartilhar com os colegas.
c) Câmera fotográfica e filmadora – Há uns dez anos atrás, uma boa câmera
fotográfica, com conjunto de lentes macro (para fotografar animais pequenos,
detalhes de flores, por exemplo) e teleobjetiva (para animais e objetos distantes),
além de muito dispendiosa ainda tinha os custos dos filmes e de revelação.
Atualmente, com a revolução tecnológica da última década, tudo ficou muito mais
fácil. As câmeras profissionais não são mais tão caras e podem ser encontradas
com facilidade na maioria dos países. Você coloca as fotos num pen-drive, vai a
um supermercado e você mesmo as imprime. O mesmo é válido para filmadoras
que inclusive se tornaram muito mais compactas, práticas e de fácil manuseio.
Entretanto, uma gama enorme de câmeras amadoras, com excelente resolução,
muitas com zoom e outras que permitem uma boa aproximação para flores e
objetos pequenos podem, muitas vezes, substituir as câmeras profissionais,
além de produzirem pequenos filmes. Isto proporcionou uma verdadeira
revolução na documentação de comportamentos, tanto de animais como
humanos. Um detalhe importante é que as fotos e filmes podem ser
armazenados, reconfigurados e eletronicamente manipulados com um grande
número de programas de computador que surgem a cada dia.
Dicas importantes:
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realidade da documentação fotográfica ou da filmagem. Preserve sempre sua
credibilidade.
- Material de Observação:
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Material de Orientação:
Dicas importantes:
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k) Oxímetro e pHmetro de mão – O oxímetro é o instrumento que determina,
fotoeletricamente, a saturação de oxigênio na água. O pHmetro é o aparelho
usado para medição do pH da água. Medir a oxigenação e o pH da água pode
ser necessário para ictiólogos, herpetólogos e limnólogos, em seus estudos
associados a comportamento.
m) Balança e pesola – Uma balança e uma pesola (balança vertical manual) são
equipamentos básicos, quando se pretende capturar pequenos animais para
conhecer seu peso.
Dica importante:
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p) Redes de captura e puçá – Em muitos lugares, especialmente nos países
tropicais, estes importantes apetrechos são vendidos apenas com autorização
oficial do governo. Um puçá feito de filó, ou melhor, de organza, é um
equipamento de campo básico para todo entomólogo. Na verdade, o puçá nada
mais é que um enorme coador de café . Com ele, você pode capturar pequenos
espécimes: borboletas, abelhas, vespas, libélulas etc., com o objetivo de atender
às necessidades de seu estudo: sexar o animal (examinar o sexo), marcá-lo,
medi-lo e pesá-lo.
Dica importante:
- Vestuário:
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t) Roupas – Este é um dos itens mais importantes para quem trabalha com
comportamento. As roupas devem ser confortáveis (nem quentes, nem frias);
devem proteger as partes expostas da excessiva radiação solar e de animais e
plantas que podem lhe causar injúrias.
Por exemplo, formigas, aranhas, escorpiões, pernilongos, plantas urticantes etc.
Dica importante:
► Sugiro sempre cobrir a boca da calça com a meia ou apertá-la com um
elástico. Pense como um escorpião que está no solo, vendo um tênis e uma
calça comprida acima dele: “Oba! Um morrinho para subir e entrar num túnel
escuro, úmido e quentinho... Que beleza!”. Pois foi exatamente isso que
aconteceu com minha esposa, quando estávamos no campo. Por sorte, ela não
foi picada. De fato, foi muita sorte, pois estávamos a mais de 100 quilômetros de
distância de um hospital razoável. As cores das roupas usadas pelos
pesquisadores, no campo, também são de grande importância, pois, como
veremos mais à frente, elas podem influenciar no comportamento do animal
observado, estimulando ou inibindo comportamentos.
u) Calçados – A importância deste item deve-se ao fato de que, no campo, o
pesquisador é obrigado a caminhar grandes distâncias e a permanecer muito
tempo em pé. No laboratório, o pesquisador permanecer parado por um longo
tempo. Por isso, é muito importante que você perceba como os calçados ou as
roupas influem em sua circulação sanguínea.
Dicas importantes:
► Botas e perneiras são importantes proteções contra serpentes.
► Talco mentolado nas botas afasta carrapatos.
v) Proteção para a cabeça e para a pele – Chapéu, boné ou mesmo um guarda-
sol pode ser necessário, dependendo do grau de exposição à luz ao qual você
estiver sujeito durante seu estudo.
Dica importante:
► Embora isto nada tenha a ver com o vestuário, se você for trabalhar nos
trópicos, é bom reservar dinheiro para comprar muito protetor solar (FPS de 30
para cima).
w) Traje de mergulho – Aqueles que vão trabalhar em ambiente aquático
provavelmente precisarão de trajes de mergulho feitos de neoprene com, pelo
menos 4 milímetros de espessura, pois os riachos tropicais são muito frios. Dê
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preferência ao traje azul-escuro ou preto, pois essas cores apresentam menor
influência no comportamento dos peixes.
- Materiais Diversos e Equipamentos de Laboratório:
Há uma grande diversidade de materiais que podem lhe ser úteis, desde
produtos químicos até pequenos utensílios domésticos.
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você identificar a espécie com a qual trabalha, ou alguma espécie de interesse
para o seu estudo, você terá que lidar com chaves de identificação que vão de
ordens e famílias, até gêneros, espécies e, algumas vezes, subespécies. As
estruturas que separam os animais podem ser muito pequenas, como um
detalhe na asa de um besouro, ou um pelo diferente no dorso de uma abelhinha.
Como estes equipamentos costumam ser muito caros, os pesquisadores só
conseguem adquiri-los através da ajuda de órgãos governamentais de fomento
à pesquisa.
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4. ANIMAIS MAIS ESTUDADOS
1. Primatas
2. Roedores
3. Invertebrados
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conhecidas. Os outros 5% pertencem a um único filo, o dos vertebrados. A
maioria dos animais invertebrados é exclusivamente marinha, alguns são
predominantemente marinhos e o restante terrestre.
4. Aves
5. Ruminantes
31
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Magurran AE. 1999. Familiarity breeds contempt in guppies. Nature 401: 661-
2.
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Geophagus surinamensis (Teleostei, Cichlidae). Revista de Etologia 5: 121-
6.
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Volpato GL. 2010a. Dicas para Redação Científica. 3ª ed. Cultura Acadêmica:
São Paulo, SP.
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mimicking jumping spiders (Araneae: Salticidae). Biological Journal of
Linnean Society 94:475-481, 2008.
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studo%20do%20comportamento%20animal%20%C3%A9%20uma%20importa
nte%20ferramenta%20para,com%20os%20mais%20variados%20temas.
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