GEOGRAFIA – 4º ano

“Durante os dois primeiros escolares, observações científico-práticas podem

servir de introdução a qualquer aula, conversando livremente com as crianças
sobre o que acontece na natureza, o que se encontra no caminho para a escola,
o que se pode descobrir durante um passeio feito no final de semana. As
vivências das crianças e aquilo que elas trazem à escola de presente aos seus
professores (ninhos, folhas, flores, pedras, frutos, chifres, caracóis, etc.) devem
ser motivo para se praticar a ciência.” (RS)

GEOGRAFIA?

O QUE ELA TRAZ À CRIANÇA NESSE MOMENTO TÃO SIGNIFICATIVO DE

SUA VIDA?

• O professor de Geografia, chamado ROY WILKINSON fez muitas

contribuições para o currículo Waldorf.

• Ele escreveu que GEOGRAFIA quer dizer: DESCRIÇÃO DA TERRA.

• Ele diz também que não poderia haver uma descrição que fosse mais
abrangente, pois a terra não compreende somente as rochas, montanhas,
planícies, rios e oceanos, mas também plantas, animais e seres humanos.

• Ele diz também que algo que parece estar fora da terra pertence a ela!

• A atmosfera é parte dela. E embora pareça um pouco mais remoto também

o sol, a lua, as estrelas pertencem à terra em alguma medida, pois se
“relacionam” conosco o tempo todo.

• Na crosta terrestre também encontramos carvão, ferro e uma infinidade de

outros materiais úteis.

• Portanto tudo está diretamente relacionado com a terra!

• O homem encontra meios de atravessar a terra, além de andar e montar

animais.

• Ele navegou pelas águas por meio de navios mecanicamente dirigidos.

 • O homem também se elevou aos ares como os pássaros. Ele alcançou a
lua.

• Dessa forma percebemos que o estudo da GEOGRAFIA é muito

abrangente.

Como iniciar o estudo de geografia no 4º ano escolar?

• Há indicações feitas por Rudolf Steiner, e mais tarde, outras, feitas por
professores que no decorrer do tempo e de suas atuações em sala de aula,
puderam contribuir para o desenvolvimento dessa disciplina.

• Uma tarefa essencial da Geografia é a de produzir na criança uma relação

consciente com o mundo espacial.

• Rudolf Steiner indica cita que “Podemos iniciar o ensino formal da geografia
com uma investigação de alguma característica local (porém, podemos
rapidamente nos encontrar envolvidos por um sem-fim de outros assuntos
que são interdependentes).”

• Ele diz ainda que “Tendo as pernas e os pés, o ser humano faz parte do
mundo espacial”.

• Roy Wilkinson diz ainda que a GEOGRAFIA deveria ocupar um lugar de

destaque no curriculum escolar, pois não vivemos mais em pequenas
comunidades isoladas, ele afirma que o mundo encolheu, hoje a economia
é mundial. A comunicação é mundial. E os problemas são mundiais.
Portanto o ensino da GROGRAFIA é mais importante do que nunca.

• Outro fator muito importante é o EFEITO que a GEOGRAFIA tem sobre a

mente em crescimento. Pois a geografia tem uma qualidade especial de
“totalidade”. Ela pertence tanto as ciências humanas como as ciências
exatas. Ela lida com inúmeras coisas diferentes, e cada uma delas é parte
do todo.
• A geografia tem também um aspecto muito humano, ela conta como os
homens vivem e trabalham, sejam eles pescadores, mineiros, fazendeiros
ou indígenas.

• Rudolf Steiner, assim como mais tarde repete o professor Roy Wilkinson,
diz que para desenvolver a imaginação geográfica se deve apreciar a
paisagem, as situações e condições de vida. Que se deve também
manipular, desenhar e modelar mapas.

• Na 11ª palestra do GA 294, Rudolf Steiner nos indica que devemos partir
daquilo que a crianças já conhece da superfície terra, bem como do que
ocorre nessa superfície.

• O professor, segundo Steiner, deve começar com um ambiente que é

familiar à criança. O entorno de sua casa, é o que ele sugere.

• Mas como devemos fazer, por exemplo em SP? Ou Belo Horizonte? Ou em

qualquer lugar onde haja uma escola Waldorf?

• Como o professor deve proceder na região em que ele e suas crianças

habitam?

• Seria melhor pensar no entorno da escola, que é lugar comum a todos os

alunos, já que existe uma grande quantidade de alunos que vivem em
bairros diferentes e que fazem percursos diferentes para vir à escola.

• Dar ênfase de como os rios e córregos atravessam essa região, então

devemos desenhá-los para que a criança possa realmente transformar seu
olhar para com a redondeza.

• As características geográficas de sua cidade são um tema apropriado.

• O curso de um rio que ganha comprimento e corre pela encosta através da

mata. Isso pode ser descrito em imagens (nascente do rio Tietê no caso dos
paulistanos e paulistas).

• A fauna e a flora dos arredores.

• Em São Paulo temos os rios Pinheiros, Tietê, Anhangabaú, Tamanduateí.

• Conexões entre recursos naturais e condições de vida humana devem ser
considerados.

• Desenhar mapas artisticamente, transpondo a região conhecida da criança.

• Trabalhar com cores, diferenciando rios de montanhas, de áreas com

vegetação intensa. É possível também, indicar nos mapas atividades que
possam ser desenvolvidas na região que estamos estudando. Esse item é
importante pois, tem relação com a atividade humana no local.

• Procedendo dessa forma tornamos o mapa um elemento vivo para a

criança.

• É possível dizer ainda, que dentro das montanhas existem alguns tipos de
coisas como: ferro e outros metais, as pedras preciosas e o carvão mineral
(por exemplo).

• Também podemos assinalar que os rios podem ser usados para transportar
para outros locais as coisas fabricadas ou que crescem em determinado
local, caso isso aconteça nessa região.

• No brasil os rios são pouco usados como vias de escoamento de produtos,

mesmo assim é importante fazer essa citação.

• No brasil usamos as rodovias e as cargas viajam em caminhões. Há

também um pequeno fluxo de escoamento feito por trem.

• Deve ser possível, no ensino da geografia, dar um sentimento de totalidade,

de que as pessoas e os países realmente existem e que as diferentes cores
no mapa são somente símbolos.

• Mas, temos que ter o cuidado de chegar até certo ponto, devemos estar
atentos para que não ultrapassemos o limite do entendimento e da
compensação infantil sobre determinados assuntos.

• A Geografia talvez seja a melhor matéria para despertar a responsabilidade

social. E por responsabilidade se quer dizer:
• A consciência de ---------- Outras pessoas e outros modos de vida.

• A consideração por ---------Outras pessoas e outros modos de vida.

• E isso pode ser desenvolvido, apresentando desde o início, a seguinte

afirmação: toda a humanidade, independentemente de onde vivam, e de
que aparência tenham, dividem a terra, o ar, a água, as influências do
espaço externo.

• Desde que temos uma economia mundial, o uso dos recursos do mundo é
negócio de todos.

• A geografia mostra a interdependência do homem com a natureza e

demonstra a necessidade de ampla cooperação.

• O ser humano vive no espaço. Ele precisa de uma orientação no espaço

para se sentir em “casa”, em seu ambiente.

• Fazer essas relações trazem prazer ao espírito. Dessa forma se aviva a

imaginação.

• Há prazer para o espírito na descoberta, e em avivar a imaginação.

• Um sentimento de satisfação vem à tona quando se percebe que a terra

é um lar.

• A Geografia dá à criança uma experiência espiritual colocando-a sobre

seus pés.

• O ensino da geografia exige que se vá um tanto além das manifestações

obvias.

• A terra tem seus ritmos. Ela tem seu inspirar e o expirar. Uma espécie de
processo de vital. Isso afeta as espécies e tudo que vive sobre a
superfície do planeta.
 • É a idade cronológica da criança e o desenvolvimento mental dela que dará
a chave do que nós devemos ensinar.

• No 4º ano, portanto aos 10 anos, a consciência da criança está se

expandindo. Ela está buscando novos conhecimentos e experiências. Ao
mesmo tempo que ela faz uma tentativa para digeri-los, ela promove seu
próprio desenvolvimento.

Lembremos das regras de ouro:

1. A criança aprende a amar nos primeiros anos, ela compreenderá mais

tarde. Partindo disso, o ensino deve ser imaginativo e apelar aos
sentimentos.

2. O professor deve ensinar com entusiasmo. Isto traz o efeito de estimular as

forças vitais das crianças.

Relembrando:

• dos 6 aos 9 anos a criança ainda vive parcialmente em seu próprio mundo,
de sonhos.

• Dos 9 aos 12 anos algum interesse se desenvolve em relação ao mundo

externo, mas exige ainda ilustrações e quadros, mais do que explicações.

• O professor deve ter o cuidado em não apresentar explicações muito

científicas.

• O caminho do ensino da geografia entre os 6 e os 12 anos exige um

processo ilustrativo descritivo.

• A geografia NÃO deve ser apresentada de maneira científica ou factual.

Para as crianças dessa idade, vamos sempre ter em mente que há uma
qualidade viva mesmo na natureza inanimada.

• O professor deve deixar que a criança absorva na forma de história todo o

conteúdo que traz a ela.
• Aos 10 anos a criança está pronta para uma visão mais consciente dos
seus arredores imediatos.

• Os temas da geografia devem fazer a criança vivenciar a magnitude do

espaço em que vive.

• Ela deve perceber que os homens de todos os países e continentes vivem e

trabalham uns pelos outros.

• Para os professores de classe o grande desafio é relacionar

adequadamente o momento do desenvolvimento da criança em sua
totalidade: física, anímica e espiritualmente a escolha dos conteúdos que
devem ser trazidos À ela. E diante disso, estar cônscio das escolhas é
fundamental.