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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

ISCED-HUÍLA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

UNIDADE CURRICULAR: MEIO FÍSICO E SOCIAL

A Docente: Analasia Elias Jaime


Contacto: 924 850 237
e-mail: analasiacanjanja@gmail.com
Sumário:

1. Pressupostos, perspectivas actuais e desafios na


iniciação ao pensamento geográfico na Educação de
Infância.
Objectivos específicos

1. Mobilizar conceitos, pressupostos e perspetivas atuais


da abordagem do pensamento geográfico na educação
pré-escolar.
1. Desenvolvimento da aprendizagem
geográfica
• Através da geografia as pessoas descrevem, explicam e
estruturam as interacções entre os objectos que existem
fisicamente no espaço.

• Os conceitos geográficos assentam em conceitos de


espaço que a criança desenvolve ao explorar o seu meio
ambiente.
Compreensão do espaço
• A exploração do meio começa cedo.
• As primeiras compreensões do espaço fornecem dados a
partir dos quais a criança desenvolve um mapa
representativo do espaço, que se inicia por volta dos 2
anos.
• Os conceitos relacionados com a compreensão do espaço
topológico são os primeiros a desenvolver-se.
Compreensão do espaço
• Estes conceitos incluem as relações espaciais formadas por
vizinhança ou proximidade, fechamento (em 2 dimensões)
envolvimento em 3 dimensões); continuidade; separação;
e ordem.
• As crianças muito pequenas podem ser familiarizadas com
o espaço topológico, porque este não exige referência a
linhas restas nem a medição.
Compreensão do espaço:

• Por volta dos 4 ou 5 anos, o espaço projectado e o espaço


euclidiano começam a ser esboçados num pano de fundo do
espaço topológico.

• As relações projectivas, que envolvem linhas rectas e


perspectivas, começam a desenvolver-se, mas não
completamente realizadas antes dos 7 anos.
Compreensão do espaço:

• As relações geométricas euclidianas apenas estão


presentes nas crianças mais pequenas na forma de um
esboço grosseiro.
• À medida que as crianças começam a compreender o
espaço projectivo, começam também a aperceber-se que os
objectos surgem de forma diferente, quando vistos de
ângulos e distâncias diferentes.
• Como resultados os mapas tornam-se mais exactos.
Compreensão do espaço
• Os mapas, gráficos e diagramas incorporam e dependem
dos conceitos topológicos, euclidianos e projectivos para
proporcionarem uma série de informações.

• A compreensão pelas crianças do espaço euclidiano


desenvolve-se à medida que aprendem a realizar
operações aritméticas.
Compreensão do espaço

• A aprendizagem do espaço inicia-se com os conceitos de


espaço topológico, que começa com a compreensão de
conceitos relativos ao seu próprio corpo e progride para o
meio que a rodeia. As relações espaciais são o ponto de
partida para a educação geográfica.
A aprendizagem geográfica das crianças
• Rushddoony (1968) analisou a investigação que se
relacionava com as técnicas de leitura de mapas, mas por não
serem estudos longitudinais, pouco sistemáticos,
com um número reduzido de alunos não se podiam extrair
conclusões.

• Rice e Cobb (1978) analisaram a investigação num contexto


mais amplo, relacionado com a educação geográfica em geral
e não especificamente com as técnicas de leitura de mapas.
• Alguns dos estudos analisados referiram que as crianças do
1.º ciclo do ensino básico, quando recebem orientações
sistemáticas, são capazes de funcionar a níveis mais
elevados de competência cartográfica e conceptualização.

• Rice e Cobb concluíram que as crianças podem aprender


processos analíticos complexos e conceitos de geografia,
quando são participantes activos numa série de inquéritos
altamente estruturados e sequencializados.
A aprendizagem geográfica das crianças

• Cox(1977) destacou que a investigação sobre a educação


geográfica necessitava de analisar os efeitos da prática
pedagógica sobre o desempenho.

• Vários estudos procuraram identificar a sequência em que


melhor se ensinam as técnicas de leitura de mapas
relacionado essa aprendizagem com a idade em que
aprendem um conceito ou competência geográfica.
A aprendizagem geográfica das crianças

• Blaut, McCleary e Blaut (179) concluíram que as crianças do


1.º ano são capazes de ler determinados mapas.

• Blaut e Stea (1974) concluíram que as crianças de 3 anos


são capazes de compreender certos tipos de mapas simples.

• Lanegran, Snowfield e Lauren (1970) verificaram que as


crianças são capazes de aprender os pontos cardeais no
jardim de infância.
A aprendizagem geográfica das crianças

• Estes estudos indicaram que as crianças pequenas


conseguem , até certo ponto,trabalhar com mapas.
A aprendizagem geográfica das crianças
• Atkins (1981) examinou os efeitos da prática pedagógica
na compreensão pelas crianças das técnicas de
interpretação de mapas e do globo terrestre e concluiu que
as crianças pequenas aprendem, quando se lhes ensina , de
forma sistemática , técnicas de interpretação de mapas e do
globo terrestre.

• Outros estudos procuraram comprovar a diferença de


aprendizagem quando se utilizam estratégias pedagógicas
adequadas ao ensino da geografia.
Conteúdo e ensino de geografia no jardim de infância

• Uma das actividades importantes para a aprendizagem da


geografia é a construção pelas crianças dos seus próprios
mapas.
• Os professores e educadores devem estimular as crianças
a explorar vários mapas.
• O globo deverá ser introduzido antes da utilização formal
de mapas formais.
Conteúdo e ensino de geografia no jardim de infância

• Os primeiros mapas e globos devem ser simples.


• Os mapas devem referir-se a localizações familiares e usar
poucos símbolos.
• Os mapas topográficos, em alto relevo, são particularmente
adequados às crianças mais pequenas.
Conteúdo e ensino de geografia no jardim de infância
• A direcção é uma componente importante dos mapas e
globos.
• As crianças pequenas devem começar por descrever o lugar
das coisas em relação a si próprias, às outras e aos outros
objectos.
• Devem realizar primeiro exercícios simples de direcção (em
cima, em baixo, esquerda, direita e só depois Norte/Sul).
• Pode-se iniciar as crianças nas distâncias relativas
“próximo”, “longe” e “mais longe”.
• A utilização de grelhas, em mapas de estradas, das cidades.
Tarefa de grupo 4- pensamento geográfico
A partir da leitura do artigo e da tese de doutoramento
indicados abaixo apresente um conjunto de
atividades/estratégias que promovam o pensamento
geográfico das crianças de Educação Infantil.
 Bohan, C. (2001). Begin, Where I am: Kindergarden
Geography. Georgia State University.

Juliazs, P. (2017). O pensamento espacial na educação


infantil: uma relação entre Geografia e Cartografia. Tese de
Doutoramento. Faculdade de Educação de São Paulo.
Desenvolvimento da compreensão económica

• A economia é o estudo de como as pessoas equilibram


carências ilimitadas com recursos limitados.

• Que conceitos económicos podem compreender as crianças


nos primeiros anos da infância?

• Kourilsky e Hirshleifer (1976) identificaram 9 conceitos como


perceptíveis pelas crianças de jardim de infância e do 1.º ciclo
do ensino básico: escassez; tomada de decisões; preço de
ocasião e análise custo-benefício; produção; especialização;
distribuição; consumo e poupança; oferta e procura;
organização empresarial e risco empresarial; e dinheiro e troca
de géneros.
Estádios de desenvolvimento do pensamento económico
• Danziger (1958) enunciou 4 estádios de desenvolvimento do
pensamento:
1- constatou que as crianças mais novas demonstravam
pouca ou nenhuma compreensão do dinheiro;
2- as crianças mais velhas usavam uma explicação funcional,
ritualista ou moralista, da troca e do uso do dinheiro;
Estádios de desenvolvimento do pensamento económico
3-à medida que amadureciam, as crianças descreviam a
reciprocidade entre as pessoas e encaravam o dinheiro mais
como um meio de troca do que como um artigo que se troca
por outro;

4- os alunos mais velhos e mais amadurecidos, por volta dos


8 anos, compreendiam e descreviam as relações entre uma
ampla variedade de conceitos económicas.
O conceito de dinheiro
• Furth (1980) e Fox (1978) estudaram a forma como as
crianças dos 4 aos 6 anos entendiam o conceito de dinheiro e
concluíram que elas tinham pouca ou nenhuma compreensão
da natureza recíproca das transacções entre compradores e
vendedores efectuadas nas lojas, encarando o dinheiro como
parte de um ritual que se passava nas lojas.
A capacidade das crianças para aprenderem conceitos
económicos

• Os trabalhos de investigação de Armanto e Flores (1986),


Shung (1981, 1983) e Shung e Birkey (1985) vieram
demonstrar que existem diferenças desenvolvimentais na
aprendizagem da economia pelas crianças.
• A crianças mais novas demonstraram um raciocínio
concreto e, por vezes , moralista.
• No entanto, a investigação realizada sobre conceitos
específicos de economia vieram comprovar que as crianças
mais novas não entendiam as relações entre os conceitos e
eram incapazes de definir ou explicar conceitos económicos.
A capacidade das crianças para aprenderem conceitos
económicos
• Armento e Flores (1986) descobriram uma mudança
desenvolvimental significativa, relacionada com a idade, nas
respostas das crianças a perguntas relativas a conceitos
micro e macroeconómicos.

• Concluem que a exposição sistemática das crianças a


actividades directas com conceitos económicos pode ser
importante para o desenvolvimento desses conceitos.
A capacidade das crianças para aprenderem conceitos
económicos

• Sugerem que o conteúdo económico do currículo para as


crianças novas incluíssem as transacções comercias; o
processo de fabrico de mercadorias e o fornecimento de
serviços.
O ensino de conceitos económicos

• Hansen ( 1985) resumiu a investigação relacionada com a


educação económica na infância e concluiu que as crianças
entram para o ano preliminar ao ensino básico com uma
literacia económica baseada na experiência e que, por isso,
são capazes de adquirir conceitos económicos.
Implicações
• Existem provas de que aos 5 anos as crianças já
conseguem aprender conceitos económicos e tomar decisões
quanto ao seu uso.

• As crianças aprendem melhor os conceitos económicos


através de experiências reais.

• Ainda não é claro o momento em que as crianças estão


desenvolvimentalmente preparadas para aprender conceitos
económicos.
Socialização política

• A investigação sobre a socialização política sugere que os


programas de estudos sociais podem estimular melhor o
desenvolvimento das crianças através da discussão de
personagens, questões e preocupações políticas.

• Os professores/educadores devem promover a discussão


política.
• Os investigadores fizeram notar a importância das
experiências não políticas como, por exemplo, a interacção
social com os colegas, os pais e os professores, que ajudam
as crianças a aprender e generalizar a compreensão do
mundo político.

• Concluiu-se que as crianças pequenas são pensadoras


políticas intuitivas.
Leituras recomendadas
Carvalho, G. & Freitas, M. Luísa (2010). Metodologia do Estudo do
Meio. Luanda: Plural editores.
http://
repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/10730/1/Metodol_Estu
do_do_Meio.pdf

Enciclopédia de Educação Infantil, Vol. 2 (O Meio Físico e Social).

Hohmann, M & Weikart, D. P. (1997). Educar a Criança. Lisboa:


Fundação Calouste Gulbenkian.
Leituras recomendadas
Hohmann, M & Weikart, D. P. (1997). Educar a Criança.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Whitebread, D. (Ed.) (1996). Teaching and Learning in the


Early Years. London: Routledge.
Leituras recomendadas

Juliazs, P. (2017). O pensamento espacial na educação


infantil: uma relação entre Geografia e Cartografia. Tese de
Doutoramento. Faculdade de Educação de São Paulo.

Bohan, C. (2001). Begin, Where I am: Kindergarden


Geography. Georgia State University.

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