O documento resume dois capítulos de um livro sobre a metodologia de ensino de história e geografia. O primeiro capítulo discute o ensino de ciências humanas e sua importância. O segundo capítulo conceitua o ensino dessas disciplinas com base em documentos do MEC e defende abordagens lúdicas e flexíveis ao invés de um método único.
Descrição original:
Resenha PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do ensino de história e geografia
Título original
Resenha PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do ensino de história e geografia
O documento resume dois capítulos de um livro sobre a metodologia de ensino de história e geografia. O primeiro capítulo discute o ensino de ciências humanas e sua importância. O segundo capítulo conceitua o ensino dessas disciplinas com base em documentos do MEC e defende abordagens lúdicas e flexíveis ao invés de um método único.
O documento resume dois capítulos de um livro sobre a metodologia de ensino de história e geografia. O primeiro capítulo discute o ensino de ciências humanas e sua importância. O segundo capítulo conceitua o ensino dessas disciplinas com base em documentos do MEC e defende abordagens lúdicas e flexíveis ao invés de um método único.
Disciplina de Fundamentos e Metodologia em História e Geografia
RESENHA
PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do ensino de história e geografia. São
Paulo: Cortez, 1994. 187 p.
O livro Metodologia do ensino de história e geografia, de Heloísa Dupas
Penteado, foi organizado em três grandes partes, porém, esta resenha atendeu apenas aos dois primeiros capítulos, o primeiro capítulo corresponde à primeira parte do livro “O ensino de ciências humanas” e o segundo capítulo é o primeiro capítulo da parte dois “Proposta de ensino de história e geografia”. Heloísa Dupas Penteado é professora aposentada da Universidade de São Paulo, têm uma vasta produção acadêmica, tendo experiência na área de educação com ênfase em ensino-aprendizagem. É vencedora do 1º Prêmio Mariazinha Fusari de Educomunicação (2002). O primeiro capítulo “As Ciências Humanas” situa-nos, numa visão mais ampla, acerca do ensino das disciplinas de história e geografia como ciências humanas. Em se tratando de período, as disciplinas foram inseridas na educação básica por volta de 1971. Tal redução das ciências humanas é motivo de certa preocupação por parte de cientistas e pesquisadores das áreas citadas, visto que, como afirmam os mesmos, as Ciências Humanas não se reduzem apenas a essas disciplinas, mas a um campo bem mais amplo. Algo interessante a ser observado através da visão da autora é que a inserção das disciplinas de história e geografia seria feito “como instrumento que lhe possibilite pensar sua realidade e melhor conhecê-la, para melhor atuar nela e se apossar dela.” (PENTEADO, 1994, p. 22). Visto que temos as crianças como seres construtores sociais e participantes sociais, torna-se extremamente necessário a atuação do professor a fim de possibilitar tal desenvolvimento por completo do seu aluno. O segundo capítulo “Eixos geradores do conhecimento” tem por objetivo basicamente conceitualizar o ensino das disciplinas de História e Geografia numa perspectiva documental, pois os eixos geradores aos quais refere-se à autora, correspondem a um documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) denominado: Referencial Curricular Nacional (RCN), um para a Educação Infantil e outro específico para as séries iniciais do ensino fundamental. Algo enfatizado pela autora em tal capítulo é sobre a forma objetiva do ensino de tais conteúdos, partindo do “próximo” para o “distante”, do “concreto” para o “abstrato”, da “parte” para o “todo” e do “simples” para o “complexo”. A fim de auxiliar o professor na sua prática, é preciso ter em mente tais expressões, lembrando sempre que o objetivo do educador, conforme Vigotski, é o desenvolvimento completo da criança. O que não se diria então de compor um “todo” desconhecido, pela junção de suas partes também desconhecidas, uma vez que Bairro, Município etc. são “partes” não domináveis pela criança? Em vez de começar pelo Bairro, por que não começar pelo Mundo? Porém, como partir do Mundo, se já o espaço do Bairro é não dominável, empiricamente, pela criança? E ainda sim, não seria necessário recorrer a “mapas” e a “globos”, que são, por sua vez, “espaços” que representam “espaços”? Essas são algumas das indagações deixadas pela autora para que reflitamos: será que só é possível uma abordagem de ensino? Como trabalhar essa complexa relação do aluno com o espaço? Supondo que escolhamos compor um todo pela junção de suas partes. Agora seria necessário acreditar que esses espaços, que podiam ser abarcados pelas suas próprias mãos (mapas e globos), correspondiam àqueles espaços chamados bairros, municípios etc., dentro dos quais ele se encontrava. Como fazer a criança entender que um globo e um mapa-múndi correspondem a um mesmo espaço real, se a parte menor, no caso o bairro, que é tida como mais acessível, já não era um espaço dominável? Para a autora a solução é clara: atividades lúdicas! Em especial a confecção de desenhos, para representar estes espaços. Desenvolver na criança o senso de espaços concêntricos e de espaços heterocêntricos, por exemplo, é possível estar ao mesmo tempo em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul (concêntricos), mas não é possível estar ao mesmo tempo em Mato Grosso do Sul e em São Paulo (heterocêntricos). Dessa forma “[...] a passagem para ‘mapas’ e ‘globo’ seria uma questão de grau, uma vez que a confecção de tais representações por profissionais é facilmente compreensível para a criança pelo recurso do desenho, da fotografia quando experenciados por ela.” (PENTEADO, 1994, p. 32). Em várias situações em que se testou este outro procedimento, com crianças de diferentes escolas, os resultados foram surpreendentes. E o que se observou, segundo a autora, deixou patente que nem se trata de vir do “todo” para as “partes”, como também não se trata de ir das “partes” para o “todo”, ou seja, a autora neste capítulo não tem a pretensão de provar que se aprende mais facilmente do “todo” para as “partes” e sim ampliar o leque de possibilidades de ensino e fazer com que esse professor reflita sua prática pedagógica. A autora conclui que “a aprendizagem se faz num movimento constante que vai tanto das partes para o todo como do todo para as partes, ao longo de todo o seu processo” (PENTEADO, 1994, p. 33). Outra questão destacada pela autora neste capítulo é o conceito de família. Ao trabalhar este conceito, na maioria das vezes a escola desconsidera o conhecimento que a criança adquiriu até aquele momento de sua vida em suas relações sociais e trabalha um modelo de família estereotipado divergente da realidade desse aluno e da sociedade globalizada em que vivemos hoje. A própria autora indaga “[...] à família de quantos de nós, alunos e professores de escola pública, corresponde esse modelo? Não seria de esperar da escola pelo menos um maior senso de realidade?” (PENTEADO, 1994, p. 34). Toda a vida do homem se passa dentro de um espaço o qual tem características próprias diferentes do espaço natural que é transformado através do tempo por agentes naturais. O professor nesse processo deve agir como mediador, aquele que se localiza entre as condições ambientais e que fornecendo situações de aprendizagem que operem com as condições internas do aprendiz. Os conceitos de história e geografia estão imbricados, mas basicamente um trata do que é referente ao espaço e o outro do que é referente ao tempo. Por sua vez podemos destacar duas características da existência concreta do espaço: o natural (chão recoberto de vegetação nativa) e o cultural (chão plantado pelo homem). Assim como o tempo também tem suas características concretas, nesse caso, características naturais (luminosidade do sol no dia, ausência de luminosidade do sol à noite). Por fim, concluímos que não há uma receita pronta de como ou por onde começar, o segredo é definir um ponto de partida conceitual e sua sequência e assim poderá promover situações significativas de aprendizagem para os alunos. Acreditamos que a obra é positivamente relevante para os professores da educação básica, bem como para os futuros professores que estão em formação nas universidades que tendem a procurar um método único que consiga dar conta de tudo com todos os alunos. Por esses dois capítulos observamos que não é bem assim, que existe uma flexibilidade nesse processo, cada aluno é singular.