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Nesse sentido, podemos facilmente perceber que, nos dias que correm, um grande
número de educandos acessa e é atingido por um grande fluxo de informações. Contudo,
em descompasso, Chassot destaca, que essas informações, muitas vezes, estão fora do
alcance de muitos docentes, que foram proletarizados a ponto de serem excluídos dos
mecanismos essenciais para atuar na sociedade da informação. Mecanismos esses, que
atuam como subsídio no processo de promoção de transformações. Passando, portanto, a
impressão que esses profissionais, antes valorizados ao seguir uma lógica conteudista,
estão sendo engolidos pela realidade que se desdobra. Assim, é observado que houve
essenciais alterações na tendência de educação bancária1, evidenciada por Freire, como
bem referenciou Chassot. Diante disso, este autor defende que a transposição do saber
acadêmico em saber escolar ocorra, com vista a observar principalmente as
intencionalidades sociais da educação, levando-se em conta etapas de reconstrução de
saberes de outros contextos sociais Há nessa dimensão a intenção de se investigar um
ensino de ciências que observe perspectivas históricas, ambientais, posturas éticas e
1
Este modelo educacional desenvolve-se com base na – promoção de transmissão de
conhecimento do professor, sujeito ativo que deposita o saber - depositante, ao aluno, sujeito passivo que
apenas recebe o saber - depositário.
políticas, haja vista, saberes populares e aspectos das etnociências –, proposta que traz
vantagens para uma alfabetização científica mais significativa, como também confere
aspectos privilegiadas para a formação de professoras e professores.
Nesse ínterim, é destacado no texto, a linguagem como elemento essencial ao
desenvolvimento da alfabetização científica, a qual constitui na apropriação dos códigos
demandados para buscar compreender a natureza. Enxergando, Chassot, deste modo, a
ciência como uma linguagem facilitadora no processo de leitura do mundo natural,
desenvolvida por homens e mulheres. Sendo sua apropriação, nesta perspectiva, um
caminho a fim de construir entendimentos sobre nós mesmos e o mundo em que vivemos.
Além de poder contribuir para controlar e prever as mudanças que ocorrem na natureza.
Podendo, portanto, proporcionar a chance para possíveis transformações, de modo a
impactar a qualidade de vida das pessoas. Assim, o autor chama atenção que tal como é
necessário a formação de cidadãos críticos no bojo da alfabetização da língua materna, a
alfabetização cientifica também deve transcender sua característica instrumental, como
meio que subsidia entendimentos sobre o mundo em que vivemos. De maneira, a tratar
também sobre a compreensão das necessidades de transformação, lembrando-nos as
ideias de Freire acerca de uma educação transformadora. Capaz de auxiliar os educandos
no processo de transformações do Status quo.