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Centro de Ciências Humanas e Sociais

Curso de Graduação em Pedagogia

Disciplina: Fundamentos e Metodologia em Língua, Linguagem Oral e Escrita

KRAMER, Sonia. Leitura e escrita como experiência – seu papel na formação de sujeitos
sociais. Presença pedagógica, v. 6, n. 31, jan./fev. 2000. p. 17-27.

SÍNTESE

“O objetivo desse texto é trazer [...] reflexões sobre o que significa entender a leitura e a
escrita como experiência [...]”. (KRAMER, 2000, p. 18).

“Em seguida, [...] apresentar algumas implicações dessa opção teórica e das questões
suscitadas pela pesquisa de campo por nós realizada para a formação.” (KRAMER, 2000, p.
18).

“[...] analisamos diversos [...] conceitos, diferentes modos de entender o que é ler e escrever.”
(KRAMER, 2000, p. 19).

“Leitura é hábito? É gosto, prática, relação, exercício, instrumento, necessidade?”


(KRAMER, 2000, p. 19).

“[...] entendemos a centralidade da narrativa como espaço de diálogo e de rememoração e


dimensionamos seu papel na constituição do homem como sujeito social, enraizado na
coletividade.” (KRAMER, 2000, p. 19).

“[...] na vivência, a ação se esgota no momento da sua realização (por isso é “finita”); na
experiência, [...] é contada a um outro, compartilhada, tornando infinita.” (KRAMER, 2000,
p. 20).

[...] é a narrativa, o relato para o outro, que torna a vivência uma experiência.
O leitor leva rastros do vivido no momento imediato – isso torna a leitura
uma experiência. Sendo mediada ou mediadora, [...] permite pensar, ser
crítico da situação, relacionar o antes e o depois, entender a história, ser
parte dela, continua-la, modifica-la. Desvelar. (KRAMER, 2000, p. 20).

“Leitura que provoca a ação de pensar e sentir criticamente as coisas da vida e da morte, os
afetos e suas dificuldades, os medos, sabores e dissabores; que permite conhecer questões

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relativas ao mundo social e às tantas e tão diversas lutas por justiça.” (KRAMER, 2000, p.
21).

“O que faz da leitura uma experiência é entrar nessa corrente onde a leitura é partilhada e
onde, tanto quem lê, quanto quem propiciou a leitura ao escrever, aprendem, crescem, são
desafiados.” (KRAMER, 2000, p. 21, grifo nosso).

“Lê-se muito sim, mas de modo disperso. E se escreve muito: no correio eletrônico, na
Internet, nas histórias em quadrinhos, e em toda uma produção que faz uso de avanços
tecnológicos e possibilita que maior número de pessoas produzam e consumam textos.”
(KRAMER, 2000, p. 21).

Escrever significa aqui sempre (re)escrever, interferir no processo, deixar-se


marcar pelos traços do vivido e da escrita. Re(escrever) textos e histórias; ser
leitor de textos escritos e da própria história pessoal e coletiva, marcando-a,
mudando-a, inscrevendo nela novos sentidos. (KRAMER, 2000, p. 22).

Quando penso na leitura como experiência (na escola, na sala de aula ou fora
delas), refiro-me a momentos nos quais fazemos comentários sobre livros ou
revistas que lemos, trocando, negando, elogiando ou criticando, contando
mesmo. Enfim, situações nas quais – tal como uma viagem, uma aventura –
fale-se de livros e de histórias, contos, poemas ou personagens,
compartilhando sentimentos e reflexões [...] e onde, tanto quem lê, quanto
quem propiciou a leitura ao escrever, aprendem, crescem, são desafiados.
(KRAMER, 2000, p. 21).

“(Re)escrever textos e histórias; ser leitor de textos escritos e da própria história pessoal e
coletiva, marcando-a, mudando-a, inscrevendo nela novos sentidos.” (KRAMER, 2000, p.
22).

“O avanço científico e tecnológico do nosso século tem servido para manter mais uma vez a
desigualdade ao invés de contribuir para melhorar as condições de vida da maior parte da
população.” (KRAMER, 2000, p. 25).

“[...] este precisa ser nosso horizonte: humanização, resgate da experiência humana, conquista
da capacidade de ler o mundo, de escrever a história coletiva, de expressar-se, criar, mudar.”
(KRAMER, 2000, 25).

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“Enfim, procurei argumentar que a leitura e a escrita podem ser vividas como experiência e
que a literatura pode trazer a possibilidade de pensar a experiência vivida [...]”. (KRAMER,
2000, p. 27).

“[...] apenas defendo a leitura literária pelo seu potencial humanizador e formador. [...]
Leitura e escrita como uma das modalidades de experiência cultural – entre outras – que
deveriam ter também na escola o seu lugar de realização.” (KRAMER, 2000, p. 27).

CONSIDERAÇÕES

A autora salienta a importância de ler e consequentemente escrever, pois a partir


daquilo que é lido, seu conteúdo é resignificado e incorporado, gerando outro pensamento, e
ao ser reescrito (interpretado) ganha uma outra conotação que leva nas suas entrelinhas a
"cultura" do escritor, suas experiências pessoais, ou como a própria autora diz, ambos
“aprendem, crescem, são desafiados.” (KRAMER, 2000, p. 21).

E mais, a autora ainda nos da uma ensinadela, uma sugestão, para que assim como
falamos das nossas experiências – historias pessoais – de uma viagem, por exemplo, que
falemos mais sobre livros e suas histórias (literatura) trocando, negando, elogiando, criticando
ou contando o mesmo, como uma prática cultural, uma prática humanizadora que tem se
perdido – ou melhor, – se dispersado com as atuais tecnologias.

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