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Dicas
Para você
Recuperar a

ALEGRIA
DE
VIVER
Em tempos de guerra
Em tempos de paz
Em qualquer tempo
Introdução:
A sensação de estar perdido, desorientado e sem esperança pode ser
profunda, horrível e extremamente debilitante.
Isso pode fazer com que você se isole dos seus amigos, pare de se exercitar e
deixe de fazer as coisas de que você gostava, o que só aumenta a sua tristeza
e sentimentos de desesperança.
[É claro que às vezes isso nos é imposto, como nesses tempos de pandemia,
por exemplo.]
Muitas vezes, os sentimentos de desesperança coexistem com outros
sentimentos negativos que nos impedem de aproveitar o melhor da vida ou de
ao menos podermos amenizar os efeitos das dificuldades em tempos caóticos.
Mas quer saber?
A primeira coisa que precisamos assumir sobre a vida – e que nos é tão difícil
no começo – é que ela não é positiva e nem negativa.
Nunca é.
E vamos discutir isso a cada passo ao longo desse livro, no intuito de ajudar
você a refletir e entender melhor os desafios, maiores ou menores, que você
estiver enfrentando e que poderá vir a enfrentar.
A vida é dura. Ponto.
Mas obviamente você já deve ter notado que ela fica “mole” – mesmo sem
que nenhum dos nossos problemas desapareça – desde que nós tenhamos os
recursos necessários?
A dureza ou a “moleza” da vida depende não só do jeito que você olha para
ela, como se ouve muito por aí, mas das condições materiais, emocionais ou
sociais que você tiver para lidar com ela.
Outras vezes, por exemplo, o que é um problema para uma pessoa pode se
traduzir em uma solução para a outra, próxima ou distante de nós.
Como também interpretamos como bom, algo que nos ajuda, nos faz crescer,
avançar ou nos liberta de algum sofrimento.
E enquanto não percebemos essa relatividade básica da vida não estaremos
em condições de assumi-la em toda a sua complexidade.
Simples assim.
E, veja que curioso:
Às vezes o mesmo evento que é uma tragédia objetiva para um indivíduo é
uma felicidade para outro. Todos nós somos capazes de reconhecer que é
assim, ao menos quando não somos hipócritas.
E não, isso não é uma forma de relativismo, como demonstraremos abaixo.
Exemplos?
Imagine uma mulher que apanha do marido. Ela vive sob o seu poder
destrutivo há anos e por mais que já tenha recorrido à justiça, ele não para de
agredi-la por atos, palavras, e vive dizendo que jamais deixará de atormenta-
la “enquanto ele viver”.
Nesse caso, quase todos nós concordaríamos: a vida dele significará a morte
dela.
Um dia, porém, em viagem de carro ele sofre um acidente e não sobrevive.
Ela descobre mais tarde o que ocorreu e qual é a sua reação imediata?
Demonstra felicidade e se sente aliviada, embora se constranja com isso
depois devido à “educação” recebida que lhe ensinou a não se alegrar com a
desgraça alheia.
Seja como for, agora ela sabe que se livrou dele de maneira definitiva e olha
para o horizonte com um ar de esperança quase infantil de tão sincero.
O fato é que a morte dele devolveu a vida para ela. E isso não se contesta.
Você discordaria dessa interpretação, baseado em suas crenças, medos e
educação?
Bem, talvez você não queira reconhecer, mas lá no fundo é assim que você
veria caso estivesse no lugar dessa esposa sofredora.
Todavia, independente do que você acha, essa história aconteceu. Foi real.
Sem dar muitos detalhes, ela foi uma colega de trabalho em um dos meus
antigos empregos. Todo mundo lá conhecia a tragédia pessoal daquela
mulher.
A vida dela ficou muito mais feliz depois, era o que todos os que a tinham
conhecido antes comentavam após a “tragédia”. Isso depois 10 anos de maus-
tratos!
Apesar de toda a sua dor anterior, é claro que houve – como sempre há –
gente insensível ou sem noção que dissesse: “você não deveria se alegrar
com a morte de alguém”. Mas ela não se importou e seguiu em frente.
Ainda bem que ela não cedeu. Que bom que ela não sentiu nenhuma culpa
por ter agora garantido a sua liberdade, a sua dignidade e a esperança de um
futuro, enfim, a sua vida.
E quantas histórias semelhantes a essas não estão por aí?
O que uma pessoa considera uma azar, outra pessoa agradeceria a Deus, ao
universo, às estrelas, ao ET de Varginha – nem se fosse secretamente – por
sua boa sorte.
É apenas uma questão de como vemos, nos permitimos ou aprendemos a ver
as coisas. Em outras palavras, tudo depende de como nós queremos ou fomos
educados a interpretar os eventos da vida.
Veja mais um exemplo prático:
Alguém perde um emprego porque briga com o chefe, e dali uma semana
você é contratado no lugar daquela pessoa.
Novamente, a perda de um foi o ganho de outro.
Até aqui, acho que você concorda comigo. E talvez você mesmo já tenha se
dado conta de que coisas que eram horríveis para você numa época, se
tornaram paulatinamente fáceis algum tempo depois.
Como esse livro, porém, é para fazer você recuperar o sentido e valor das
coisas nos tempos mais duros, é preciso que se dê aqui um passo mais além.
E as tragédias, aquelas que não dependem de ninguém para termos a quem
culpar e que acometem a todos, às vezes quase que simultaneamente, como
um terremoto, um furacão, uma pandemia?
Mesmo essas!
Até as grandes tragédias naturais, se vistas no contexto mais amplo do
dinamismo estrutural do planeta e da natureza, notamos que todas elas se
encaixam como parte do processo do funcionamento do planeta desde que o
mundo é mundo.
Nós é que aprendemos a controlar ou prever muitas delas, as evitamos ou as
contornamos e fazemos parecer que elas não compõem o quadro geral da
nossa vida, mas elas estão lá, sempre como uma ameaça possível. Quando
vêm num volume exagerado ou de uma forma imprevisível, somos lembrados
da pior maneira de que o nosso controle sobre o ambiente que nos cerca é
bem relativo.
A vida e as circunstâncias em geral, são, portanto, abertas à interpretação. E
é essa interpretação que precisaremos – e seremos até forçados – em muitas
oportunidades a revisar e reformular se quisermos continuar vivendo de
verdade.
O sentido quem dá à vida é você. Aceite isso o quanto antes, para não se
sentir órfão de um “pai” ou de uma “mãe” que nada fizeram por você. “Pai” e
“mãe”, diga-se de passagem, que nunca estiveram “lá”...
Espero que você esteja entendendo a metáfora acima. Serve para muitas
crendices, essas coisas que são rapidamente pulverizadas quando a realidade
se apresenta nua, crua implacável, como agora em 2020.
Nós interpretamos como ruim algo que nos prejudica e tão somente por isso.
Tudo só é ruim quando nos faz perder alguma coisa.
Porque nós nos sentimos prejudicados diante de algum fenômeno natural que
nos desagrada ou ameaça a nossa existência (o coronavírus, por exemplo),
nós dizemos que isso é algo ruim.
As histórias que você conta a si mesmo sobre a sua situação influenciam a
sua perspectiva da situação.
Até esse ponto eu considero que a maneira como olhamos e contamos a
nossa história de vida pode de fato influenciar na forma e na transformação
da nossa realidade.
Se você contar a si mesmo algumas das suas histórias por meio do viés da
esperança e das oportunidades, que algumas tragédias talvez lhe tenham
aberto (e você ainda não viu), você verá quase que instantaneamente as coisas
de uma nova perspectiva.
Ou seja, os eventos da vida, portanto, são simplesmente neutros. Neutros em
termos de sentido. Mas, de fato, grande parte do que vemos depende de como
reagimos a isso para ser tratado como algo bom e oportuno ou ruim e
inoportuno.
Não precisa ser nenhum gênio para saber que, se você tiver uma
baixa autoestima, for ansioso demais ou estiver deprimido (ou em crise
existencial, como querem alguns), você verá as coisas em preto e branco. E a
maior parte do tempo, mesmo o que os outros achariam bom, para você não
terá muita graça.
Com qualquer um desses problemas, você pode mergulhar em um
redemoinho de tristeza e isolamento que o fará pensar se alguma vez voltará a
ter alguma esperança novamente.
É muito difícil melhorar a sua vida quando você sente que não há sentido em
tentar.
Há muita gente “bem intencionada” querendo lhe enfiar goela abaixo o
sentido da vida, segundo as suas crendices e fantasias preferidas.
Você: “Minha vida não tem graça e nem cor ou sabor!”
Otimista tóxico: “A vida é linda, tudo vai dar certo, não pense assim. Não há
mal que bem não traga. Você vai superar! Sorria e você atrairá tudo o que
você quer!”
Definitivamente uma pessoa dessa não fala olhando para a vida, ao menos
não a vida da pessoa a quem ela pretende “ajudar”.
Não, esse livro não vai ensinar você a relativizar ou a negar a sua dor.
Isso você já consegue de graça aí fora e sem nem pedir a opinião.
Esse livro também não pretende elencar um monte de frases fofinhas.
O que esse livro pretende é fazer você encarar as coisas como elas são e
como elas podem ser, ou seja tentará refletir sobre como você pode usar a
subjetividade sem perder o contato com a vida em sua objetividade.
Ser objetivo é tudo o que a vida nos “convida” a sermos. Claro que ela faz
isso do jeito tosco dela (e, sim, chamar a vida de “tosca” já não é uma atitude
objetiva, mas subjetiva).
Veja algumas ideias que estarão no fundo de todo o texto, funcionando como
diretrizes:
Assuma a realidade objetiva da dor e do sofrimento instalados.
Seja realista sobre as condições existentes para eliminar todo o mal
estar possível.
Assuma que há coisas que não podem ser mudadas, mas com as
quais você pode aprender e, caso queira, interpretar como
oportunidades de crescimento.
A vida é um caos e o fato de nós a dominarmos cada vez mais, não significa
que ela não irá sair do nosso controle, às vezes da maneira mais imprevisível
(como a pandemia do coronavírus nos mostra) e que joga por terra todo o
nosso jogo de cintura convencional.
NUNCA diante das situações, por mais terríveis que elas sejam, enfie a sua
cabeça dentro de um buraco (geralmente cheio de fantasias e negações), para
fingir que a realidade é diferente do que é.
Nenhum de nós, no entanto, pode consertar a própria vida, enquanto não
reconhecer tudo o que de problemático há nela.
Por mais que doa, se é real, aceite.
Por mais desumanizante, se for um fato, abrace-o.
Por mais bizarro, se for verdade, procure assimilar em toda a sua
objetividade.

Só a assimilação da realidade pode nos ajudar a lidar adequadamente com


ela.
Eu sempre gosto de citar nos meus livros um parágrafo de um texto do
educador e filósofo
Rubem Alves, ao falar de como ele via e entendia a vida:
“Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me
encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas
cerebrais. A vida humana não se define biologicamente.
Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da
beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a
beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.”

No entanto, levar em conta os fatos como eles são, reconhecer os seus


sentimentos e tomar as medidas necessárias para superar a sua situação são
condições imprescindíveis para se ganhar alguma força e continuar no
caminho da felicidade, aquele que é destino que todos almejamos mas ao qual
nos referimos por nomes diferentes.
É claro que não basta “pensar positivo”, e é por isso que resolvi juntar nesse
livro uma série de dicas muito práticas e objetivas para que você possa
recuperar a esperança de “sentir alegria” e de “gozar a beleza” que fará a sua
vida de fato valer a pena.
Boa leitura!

“Não somos responsáveis pelo que os nossos olhos veem. Somos responsáveis pela forma
como nós percebemos aquilo que vemos.”
Gabby Bernstein
Autor/Editor: Di Saval - C & T books
Obra: 50 dicas para você Recuperar a ALEGRIA DE VIVER.
2020 - C & T books
©Todos os direitos reservados (Di Saval/C &T books)
Essa é uma publicação independente (C&T books)
Revisão, preparação, capa, diagramação: C & T books

©Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução desse livro, total ou em partes, através de quaisquer meios. Os direitos autorais e
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Sumário
Introdução:
1. Questione a sua desesperança.
2. Tome iniciativa.
3. Reconheça o que não têm jeito.
4. Entenda que o seu bem-estar tem muitas facetas.
5. Viva o momento.
6. Lembre-se de que a vida está mudando constantemente.
7. Como você superou coisas semelhantes no passado?
8. Considere o quadro geral.
9. Exercite a arte do reconhecimento.
10. Encontre apenas uma coisa para mudar.
11. Tome atitudes proativas.
12. Volte a ser criança novamente.
13. Examine as evidências.
14. Aprenda sobre desesperança.
15. Ajuste a sua PERCEPÇÃO.
16. Assuma a perspectiva de alguém que está fora da sua situação.
17. A esperança gera esperança.
18. Lembre-se de que o futuro é desconhecido.
19. Mude a sua visão da felicidade.
20. Evite o isolamento.
21. Exercite-se!
22. Evite drogas e álcool.
23. Explore as suas opções.
24. Desafie as suas expectativas.
25. Trate de dormir o suficiente.
26. Ouça uma música que o deixe feliz.
27. Arrume um animal de estimação.
28. Participe de um grupo de apoio.
29. Não se preocupe, mas se ocupe em fazer alguma coisa.
30. Saia ao sol.
31. Crie alguma coisa.
32. Escreva em um diário.
34. Tenha uma alimentação saudável.
35. Passe algum tempo com os amigos.
36. Lembre-se de que muitos novos começos provêm de finais dolorosos.
37. Tente aceitar os seus sentimentos.
38. Entenda que a mudança é sua.
39. Você precisa continuar.
40. Seja a mudança que você deseja ver no mundo.
41. Seja bom consigo mesmo.
42. Perdoe os outros.
43. Lembre-se de que a solidão é apenas um sentimento.
44. Concentre-se nas necessidades de outras pessoas.
45. Não se compare.
46. Seja curioso sobre as outras pessoas.
47. Chegue à raiz da sua solidão.
48. Participe de uma comunidade online.
49. Diga a seus amigos e familiares como você se sente.
50. Permita-se chorar.
51. Faça tudo o que puder, e confie que as coisas podem melhorar.
52. Trate você como você sempre tratou os outros.
53. Tempos obscuros: tempos de se reinventar.
Conclusão:
Fontes:
Meus livros publicados:
Sobre o Autor:
1. Questione a sua desesperança.

Quando você está sem esperança, muitas vezes sente que não faz sentido
tentar, o que pode levar a um ciclo interminável de desesperança.
Para parar isso, você deve desafiar sua desesperança. Basta pensar na
possibilidade de estar errado - você pode ter um motivo de esperança.
Decida agir apesar da sua desesperança, saiba que seus pensamentos
negativos podem estar errados, ainda que tenham sido produzidos por
situações reais.
Numa situação como essa do Covid-19, se você se deixar levar por boatos,
pelo alarmismo e pelo desespero coletivo, certamente você sairá muito mais
prejudicado, ainda que não caia vítima do vírus.
Diante do pior cenário, é preciso sempre focar naquilo que pode ser mudado.
2. Tome iniciativa.

Experimente um pouco de otimismo fazendo coisas que você não


necessariamente quer ou não faria, mas que possam melhorar as coisas.
Faça uma corrida ou saia para jantar com alguns amigos. É claro que isso não
se aplica durante a quarentena imposta durante essa pandemia que nos pegou
a todos de calças curtas, mas, nesse caso, há alternativas.
Aceite um convite para uma festa ou evento, ainda que seja online ou na
varanda do seu prédio.
Aproveite para conhecer os seus vizinhos!
Tome a iniciativa de provar que a sua desesperança está mal orientada, pois
muito provavelmente deve estar surgindo de uma visão muito estreita da vida
e das suas reais possibilidades. Sua visão está provavelmente presa a um
passado ou flertando com uma situação idealizada. Olhe para o que o
presente real diante de você e poderá aproveitar o que ele pode estar lhe
oferecendo.
Ei, e quaisquer crendices que você tenha, geralmente de origem religiosa, que
não lhe ajudarem a ter esperança, não servem.
Faça algo que pareça uma pequena realização para provar a si mesmo que a
vida ainda não é uma causa perdida.
Às vezes um chacoalhão faz expandir os horizontes. E de repente era tudo do
que você precisava.
Para resolver tudo? É claro que não. Numa situação como a que estamos
vivendo (escrevo esse livro em plena quarentena em Março de 2020), nós
precisamos ser realistas quanto à gravidade do problema, mas também quanto
aos atos que ainda nos são possíveis de realizar. Para que você mesmo veja
que há algo mais além da sua “zona de desconforto”, e começar a reagir.
E o que é mais importante: para que você comece a agir de modo que você
consiga reverter o fluxo da sua trajetória descendente para uma trajetória
ascendente.
Quando estamos descendo na direção do fundo do poço, o único caminho
alternativo é para cima.
3. Reconheça o que não têm jeito.

Digamos que a sua falta de trabalho seja uma situação desesperadora no


momento. Você foi demitido e não há nada que possa fazer para mudar isso.
Em vez de pensar constantemente nessa questão ou nas coisas que você não
pode mudar, observe a ampla variedade de coisas que você ainda pode
alterar na sua vida.
Serão a partir delas que você renovará as forças para atravessar esse momento
difícil.
E quanto a todo o resto em sua vida que continua funcionando bem ou que
você tem a capacidade de influenciar e de transformar?
Em vez de se deixar levar pelos sentimentos de desesperança relacionados
com a perda de emprego, concentre-se no que você ainda tem controle.
Note que logo de cara eu estou deixando claro o seguinte:
Você não está no controle de tudo, pois se fosse assim, você não estaria triste
e sem esperança.
Mas, sim, há aspectos que ainda estão em suas mãos e é mantendo a atenção
neles porque será sempre a partir deles que as suas atitudes começarão a gerar
mudanças.
Obviamente, as coisas nem sempre correm como planejadas e você pode
encontrar alguns obstáculos ao longo do caminho. Como tal, é importante
manter o foco em fazer perguntas voltadas para a solução, e que direcionem a
sua atenção para as coisas que estão sob seu controle para mudar ou que
possa influenciar de alguma forma.
Isso é especialmente importante se você se perceber se deixando levar para o
papel de vítima.
Perante essa possibilidade, pergunte a si mesmo:
O que eu sou capaz de controlar nessa situação?
Há algo mais que eu sou capaz de controlar?
Onde posso fazer mudanças positivas que podem me ajudar a
avançar em direção ao meu objetivo?”

Responder a essas perguntas imediatamente o coloca de volta no banco do


motorista. Você não é mais a vítima, mas o responsável pela forma como
você responde aos eventos e circunstâncias com os quais está lidando.
O bom dessas perguntas é que elas afastam o jogo da culpa. Você não mais
se refugia nas desculpas e lamentações que colocam você no papel de vítima.
Note que só fazendo isso você já transforma de certo modo a situação, pois
você se destaca do problema, toma distância dele.
Sem esse distanciamento, o resgatador (você) será sugado pela vítima (você
também) e sem se dar conta você acabará afundando mais e mais.
4. Entenda que o seu bem-estar tem muitas facetas.

Quando estamos muito mal interna ou externamente, é normal supormos que


os problemas que estão drenando ou roubando a nossa esperança assumiram
total controle sobre o nosso bem-estar.
Ficamos tão vidrados em tudo o que nos limita e nos restringe os movimentos
e ações, que somos incapazes de enxergar além dos nossos desafios.
Mas reserve um momento para revisar as outras facetas da sua vida que
contribuem para o seu bem-estar – pode ser a sua família, mesmo que essa
seja um cônjuge; os amigos, a sua saúde, a sua criatividade e inteligência que
podem ser as suas melhores armas para se insurgir contra a situação, etc.
Pare e olhe, com cuidado, e sem pressa.
Está lá.
Você vai encontrar.
Há alguma coisa.
Mesmo se você tiver apenas uma habilidade, uma qualidade, que você
mesmo reconhece de vez em quando.
Pronto. É isso.
É nisso daí que você tem de se apegar. Essa é a luz que ajudará você a ter
uma razão para esperar e continuar a sua jornada.
Meu relato
Eu me lembro de uma época em que pensei: “Eu já fiz tudo o que podia, não
vejo mais nada para buscar ou tentar. Ou vai ou racha!”
Ainda bem que usei bem a expressão: eu disse que “eu não via”. Não ver
não significa que não haja algo lá, escondido, fora do meu “campo de visão”.
Um princípio que pode lhe ajudar e que na época eu não lembrei ou não
conhecia, mas fiz inconscientemente o que ele indica, diz:
“Ausência de evidência não é evidência de ausência (de algo).”
A verdade? Nós nunca estamos fazendo tudo aquilo que nós podemos.
Portanto, cave um pouco mais. Dê um passo a mais. Ligue mais uma vez.
Avance mais um dia. Tudo pode estar dependendo desse “último” lance ainda
não explorado. E são nas piores horas em que isso é mais do que necessário!
5. Viva o momento.

Quase sempre, no momento presente está tudo muito bem. São os nossos
pensamentos sobre o passado ou quanto ao futuro que causam sofrimento e
desesperança.
Há até quem diga que certas depressões e ansiedades indicam que as
pessoas que sofrem delas ou vivem no passado ou vivem no futuro,
respectivamente.
O que está acontecendo exatamente agora?
Este é um momento sem esperança?
Procure se apegar a esse momento presente, concentrando-se na sua
respiração e nas coisas ao seu redor.
Trabalhe em uma tarefa simples, como lavar louça ou dobrar roupas, e preste
total atenção a todas as ações e sensações. Esqueça ou procure esquecer o
passado e tente não antecipar o futuro.
Enquanto eu escrevia esse livro, fomos todos afetados pela crise do
coronavírus. E nessas horas extremas, manter a calma e focar no presente é a
melhor estratégia a se assumir.
Quando você está presente ao momento, desvia os seus pensamentos
negativos e se livra de sentimentos de tristeza e ansiedade.
Não é que isso vá resolver problemas objetivos reais que exigirão ações
muito concretas depois, mas ao menos você alivia a tensão de ficar se
lembrando do que não pode mudar e das consequências que muito
provavelmente não acontecerão do jeito que você fantasia.
Focar no presente não é negar a dor e a situação difícil que se enfrenta, mas
colocar a atenção na única fatia do tempo sobre a qual temos algum controle
e é onde de fato tudo pode ser feito.
Você pode ter muito ressentimento do seu passado, por exemplo. Mas é no
presente momento que você reflete sobre ele e decide o que tem condições
de fazer a respeito.
Você pode estar muito ansioso sobre o seu futuro, também. No entanto, é no
presente momento que é possível tomar as precauções para que aquilo que
você teme não aconteça ou se dê de modo mais brando.
Tudo acontece e só é possível ser mudado no momento presente.
Além do mais, se você prestar atenção, tirar a atenção do momento atual e
volta-la para momentos idos ou vindouros não é uma ideia nem um pouco
inteligente, emocionalmente falando. Por quê?
Porque o momento atual, o aqui e agora, já é pesado o suficiente para que
você adicione a ele pesos do passado e antecipar possíveis pesos do futuro.
Não faça isso. Você só está piorando a sua dor e multiplicando os seus
desafios, sem melhorar a sua capacidade de resolvê-los todos.
Foque. Presente. Aqui e agora. E tudo será bem menos difícil.
“O lugar para ser feliz é aqui, a hora de ser feliz é agora.”
Robert Ingersoll
6. Lembre-se de que a vida está mudando constantemente.

A mudança é a única constante na vida. Essa frase já está ficando clichê, mas,
fazer o quê? Como todos nos esquecemos dela, precisa ser sempre retomada e
destacada.
E se por acaso a afirmação da constante mudança da vida lhe impactou,
aproveite e reflita sobre essa verdade e transforme-a em seu mantra
particular:
“A única constante da vida é a mudança!”
Você pode se sentir sem esperança hoje, mas são imensas as chances de que
algo ocorra em um futuro não muito distante que possa lhe devolver essa
esperança. É o que sempre ocorre.
É só você olhar e ver o que aconteceu com você no passado: tudo o que
parecia ter vindo para ficar se foi. E ainda se houver algo que está aí, não está
do mesmo jeito que chegou.
Saiba também que a vida nunca se repete, os fatos apenas se parecem. Nunca,
jamais eles ocorrem e se desenvolvem do mesmo jeito.
É por isso que é um exagero ou um erro de avaliação quando dizemos:
“Eu já passei por isso, sei como é!”
E então reagimos como da outra vez.
E erramos. Porque a nossa reação pode ter sido igual a anterior, mas o evento
atual não é igual ao que já havia ocorrido. Só parecido.
Logo, é possível que dessa vez a coisa não seja como aquela outra foi, que
seja diferente. Pode ser até mais difícil? Claro que sim.
Igual, porém, jamais.
Por isso mesmo, se você olhar bem, pode ser que dessa vez a coisa tenha
vindo junto com algumas possibilidades ou condições melhores para você
superá-la.
A menos que você tenha mais de 100 anos e tenha vivido na Europa ou
mesmo no Brasil durante a “Gripe Espanhola”, quando foi que você já
passou por alguma pandemia que fez você ficar preso dentro de casa?
Quem esperava isso como fenômeno mundial para 2020?
E é algo novo, é um problema mais difícil e quem está olhando o evento com
objetividade percebe que ele está trazendo mudanças para a nossa vida que a
alterará para sempre.
Está vendo agora como as nossas expectativas e sonhos de um “feliz ano
novo, que tudo se realize, muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender”
foram brutalmente frustradas?
Mudança constante. E imponderáveis.
Viu? Os dias, os anos não são iguais. Eles são apenas parecidos. De repente,
tudo muda. Um vírus fez os planos de, literalmente, todo o mundo irem por
água abaixo.
Às vezes, você precisa apenas deixar o tempo passar e se distrair e talvez
melhorar as coisas da sua vida que você precisa dar um jeito.
Tudo vai passar. Mas só cabe a você mexer com aquelas que você pode
resolver. E aguardar a poeira do imponderável baixar. As mudanças estão
ocorrendo.
Nada de otimismo cego e tóxico, no entanto, na hora de recuperar a esperança
no futuro!
Em momentos como esses nós precisamos de condições, recursos e
elementos firmes nos quais possamos nos apoiar e confiar de verdade.
Uma esperança sadia precisa se basear em dados e meios palpáveis de
transformação.
A falsa esperança se descola da realidade, se refugia em crendices, em
fantasias e ilusões que, por mais doces, bem intencionadas e “fofinhas” que
sejam não irão ajudar ninguém na hora “H”.
Espere de maneira ativa e com o pé no chão.
Lembre-se, a objetividade deve estar acima de tudo, na hora de olhar, na
hora de esperar e na hora de agir.
“Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz, está em harmonia.”
Mahatma Gandhi
7. Como você superou coisas semelhantes no passado?

Esse tópico é diferente do anterior porque se concentra nas suas ações


passadas.
Quando você está experimentando uma fase difícil, é normal ter medo,
duvidar de si mesmo e ter pensamentos pessimistas de que você não será
capaz de superar os obstáculos.
Todavia, você esquece que os desafios sempre parecem insuperáveis... até
você passar por cima deles!
Você já superou situações semelhantes no passado. Situações que no seu
horizonte limitado na época também pareciam insuperáveis e definitivas.
Então considere como você fez isso da última vez.
[Sim, pode ter certeza que esse autor que lhe escreve também se esquece
disso às vezes. Mas por que você acha que eu trabalho com esse tipo de
assunto? Eu sou o primeiro a ler isso aqui enquanto escrevo!]
Aproveite as lições que você aprendeu e as ideias que você desenvolveu, a
partir das experiências passadas e isso vai lhe ajudar a superar esta
tempestade.
Tente se lembrar de situações em que você se viu “num mato sem cachorro”.
Puxe pela memória o que você fez que lhe ajudou a sair do fundo do poço.
Veja como, de repente, as coisas não se mostraram tão horríveis e sem
solução assim. Ou porque você logo viu que a coisa não era tão feia quanto
parecia ou porque descobriu uma forma de resolvê-las que você jamais
imaginou! Você inovou e cresceu.
Será que não é o caso agora, ao menos para muitas dessas situações ou ao
menos para um dos seus problemas?
Investigue. E investigue-se!
Na pior das situações, como nessa crise do vírus, descobrimos que éramos
capazes de coisas que nem sequer imaginávamos.
Eu aposto que isso já está acontecendo com você. E se não está, continue
aproveitando o isolamento social para ir mais fundo!
8. Considere o quadro geral.

É bom se lembrar de que seus problemas são apenas uma fração de tudo o
que está acontecendo em sua vida. Embora você não deva negar que o medo
e a ansiedade existirão em algum nível na sua vida, é seu trabalho também
não permitir que eles tomem conta da sua mente.
Como se dizia antigamente, “vire o disco” dentro da sua cabeça para não ficar
tocando sem parar as mesmas “músicas” negativas.
E isso vale mais ainda em situações muito complicadas como a atual.
Uma das melhores maneiras de se desviar dos sentimentos de desesperança é
tentar ajudar alguém que está sofrendo.
Tem a ver com o que falei no tópico um: ver o quanto o mundo é mais amplo
aí, fora.
Isso ajuda a reconhecer que você não está sozinho e que pode ter mais do que
motivo para se sentir esperançoso do que imagina.
Evidentemente que você deve fazer isso com moderação, apenas para buscar
se “desplugar” da sua dor de vez em quando.
Não se entregue demais às dores dos outros sem resolver às suas, pois pode
haver abusos. Os outros têm lá a sua importância, mas coloque-se em
primeiro lugar. Pois somente alguém saudável, física e emocionalmente terá
condições de cuidar adequadamente de outro alguém menos
saudável.
“Agimos como se o conforto e o luxo fossem os principais requisitos da vida, quando tudo o
que precisamos para nos fazer felizes é algo que nos dê entusiasmo.”
Charles Kingsley
9. Exercite a arte do reconhecimento.

Não permita que a escuridão cubra todas as estrelas que ainda brilham no céu
da sua vida.
Os contratempos que você enfrenta na vida não podem tirar nenhuma de suas
habilidades, o seu conhecimento, as suas experiências, diplomas, e entes
queridos.
Abra os olhos para reconhecer o que ainda é luminoso na sua vida.
Comece um diário do reconhecimento (ou da gratidão, se preferir o termo) e
anote todas as coisas boas presentes ou que lhe ocorrerem todos os dias – até
aquelas mais bobas.
Quando estamos sem esperança, não devemos ter vergonha de nos alegrar
diante das mais simples conquistas, por menores que elas sejam e os outros
possam rir de nós.
Eles não precisam perceber. Nós, sim.
Além disso, são essas coisas mínimas que na maioria das vezes faz alguém
dar o passo que precisa para não desistir ou para manter a marcha.
Hoje cada vez mais se demonstra, e se você fizer isso verá por si mesmo:
quanto mais reconhecemos as nossas “dádivas” melhor o se torna o seu
humor e mais razão você descobre para ter esperança.
10. Encontre apenas uma coisa para mudar.

Pode não ser fácil realizar mudanças, mas se você puder começar pequeno e
encontrar algo que possa alterar para melhorar a sua vida, isso fará toda a
diferença.
Por exemplo, você pode se inscrever em um curso grátis (online, nesses dias
há muitos) e prometer a si mesmo que continuará nele até o fim.
A desesperança prospera se você puser na cabeça que nada vai mudar ou que
as coisas só tenderão a piorar.
Reconheça a realidade.
Sim, isso é preciso.
Mas não se entregue.
Desafie sempre essa crendice depreciativa que tende a nos hipnotizar e
envenenar quando as coisas pioram ou desabam de vez sobre nós.
Lembre-se que o menor ato de mudança pode desencadear uma fonte de
esperança.
E mesmo quando a situação chegar a níveis extremos, você saberá em sua
consciência que foi até onde poderia ter ido e que não desistiu facilmente.
Finalmente, é quando damos o último passo, tentamos uma última cartada
que as coisas podem dar uma guinada e tomar novo rumo. Isso já foi falado
antes, mas nunca é demais enfatizar porque o desânimo também não vem só
uma vez.
11. Tome atitudes proativas.

Ser proativo significa agir para evitar que coisas piores aconteçam, é agir de
maneira tal que os problemas não aconteçam.
Use a situação ruim ou trágica atual como um catalisador para tentar gerar as
mudanças e transformações que você sempre quis na vida.
Quando tudo parece perdido, só lhe resta tomar atitudes proativas e
consistentes que possam fazer você atravessar esse período denso e tenso da
sua vida.
Em meio aos nossos “vales de sombras”, a última coisa que devemos fazer é
parar. Quando nós estacionamos, a tendência é desanimarmos e isso
fatalmente nos paralisa.
Atravessar uma tragédia, uma perda ou uma situação ruim nova, é claro, não
é fácil. Mas quanto mais você se comprometer a tomar pequenas medidas
diárias, mais fácil o caminho se abre e a luz volta a brilhar.
Comprometa-se, portanto, a fazer pequenas melhorias diárias – e isso criará
lentamente as condições que lhe resgatarão da sua miséria, tanto emocional
como situacional.
12. Volte a ser criança novamente.

Até que aprendam com os responsáveis e por meio da sociedade que


precisam planejar o futuro, as crianças vivem no momento presente sem um
pingo de preocupação com o amanhã.
Uma criança pode estar triste num minuto por causa de um brinquedo
quebrado, mas logo em seguida reencontra a alegria em uma nova brincadeira
ou distração com a qual se envolve.
Tente se lembrar do que significa viver sem precisar esperar que as coisas
mudem e apenas aceitar o que elas são e como elas vêm.
Renda-se diante de uma situação, por exemplo, que você não pode mudar.
Aproveite tudo o que ela oferece e que você pode descobrir de bom nela. Isso
lhe fará muito bem e também ajudará a relaxar, enquanto as coisas não
voltam ao seu controle.
Não é um apelo à irresponsabilidade e a uma postura negligente diante da
vida, mas um chamado a que você relaxe quando tudo o que você poderia
fazer já foi feito.
13. Examine as evidências.

Não tire conclusões precipitadas. Você não pode generalizar demais ou


colocar em ação o pensamento “tudo ou nada” nunca, mas certamente e
especialmente em momentos de crise e desorientação.
O perfeccionismo lhe promete mais vida, mas o que ele entrega mesmo é a
morte.
Muita gente quando perde a esperança presume de maneira errada que não há
ninguém a seu favor, nem jamais haverá.
Tome distância mental do problema para determinar se a sua forma de olhar a
situação é um reflexo preciso das coisas que estão acontecendo ao seu redor.
A maioria das pessoas quando se vê em desespero generaliza e absolutiza as
opiniões sobre a situação, partindo apenas de uma pequena amostra das
próprias experiências.
O nosso olhar segue um tendência comum a todo nosso comportamento, que
é o de buscar conforto, portanto ele só vai atrás das coisas óbvias.
E os sinais das incontáveis possibilidades de transformação, também
presentes em meio ao caos da realidade, nem sempre são tão óbvios.
Então, tudo o que você precisa é treinar o seu olhar, aguça-lo para ver
melhor, mais longe e de maneira mais objetiva.
14. Aprenda sobre desesperança.

Uma das melhores maneiras de lidar com os pensamentos de desamparo é


aprender a ver os pontos de vulnerabilidade deste ou daquele problema.
Não são somente as pessoas que têm pontos fracos. As situações e os nossos
sentimentos também os têm.
Ciente disso, você poderá atacar tais pontos de vulnerabilidade para
enfraquecer o problema.
Quando se faz isso, os sentimentos de impotência ou de desesperança perdem
força e dão espaço para que surjam emoções que fazem com que você se
sinta mais capaz. É um fôlego a mais que você consegue.
Uma das características da desesperança é que, se a deixarmos correr livre e
solta, mais ela cresce e mais ela estreita a nossa capacidade perceptiva.
Ao passo que amplia as nossas tendências ao medo, à ansiedade, à fantasia e
a qualquer outro comportamento que não nos faz bem.
Ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre a tristeza e o desespero
nos tira a fome ou causa insônia.
Por exemplo, se você está comendo fora do normal em meio à dor e ao
sofrimento, fique atento! Esse pode ser um sinal de que a desesperança está
no controle das suas reações. O mesmo se diga do sono em excesso: nunca é
bom sinal quando fora do normal.
Tudo que representa fuga ou negação nas horas difíceis não é bom.
“Vá procurar a sua alegria. Seja o que isso for, encontre a sua alegria. Você vai ter um bom
dia ou um ótimo dia? Isso depende totalmente de você.
Sandra Bullock
15. Ajuste a sua PERCEPÇÃO.

Como é óbvio que os pensamentos de desespero e os de esperança se


alternem numa dança quase sem fim na nossa cabeça, principalmente quando
ainda estamos no início do caos, na “subida da curva”, é imperativo que você
reforce, por meio do diálogo interno, a seguinte ideia:
“Eu até posso pensar que sim, mas sempre há algo por aí que eu ainda não
fiz, e não tentei, porque não vi ou não conheço.”
Lembre-se de que onde quer que haja opções, há esperança.
Oras, a nossa percepção das coisas já não é normalmente limitada ou
tendenciosa, mesmo quando estamos bem?
Sim, quando estamos bem, felizes e contentes, a lente pela qual lemos o
mundo é bonita, colorida, cheia de vida. Não é objetiva.
Essa lente pode ser positiva, legal, alegre, mas não é precisa, não é objetiva.
Concorda?
Agora imagine como você verá o mundo quando tudo o que você tiver
experimentado recentemente na vida foram perdas, fracassos e decepções.
Você acha mesmo que tudo isso ajudará você a ter mais objetividade e a ser
mais analítico?
Não. É claro que não.
Jamais.
É quase certeza que você estará em grande parte distorcendo a realidade.
Então, já que é assim, vamos tentar limpar a sua percepção.
Qual seria uma coisa pequena, mínima que você poderia tentar hoje?
Algo, porém, que fosse colaborar para tirar você dessa situação...?
Pense nisso mais um pouco.
Porque provavelmente há alguma coisa. E você, ainda que não saiba,
desconfia que existe esse algo. Todos nós desconfiamos.
Sendo assim, continue o exercício. Escreva, se possível. Logo, logo virá um
monte de ideias. E uma dessas ideias, uma única, poderá fazer você mudar a
sua percepção da realidade e levar você a seguir outro rumo.
Eis a magia da reflexão dedicada em busca da fria, mas objetiva realidade dos
fatos.
16. Assuma a perspectiva de alguém que está fora da sua
situação.

Foi com a Programação Neuro-Linguística que eu tive contato com o


conceito das “posições perceptivas”. Há várias posições que podemos
assumir diante das situações.
A posição 1 seria a de quem vive uma situação de dentro. A que vivemos
habitualmente.
A posição 2 seria a da pessoa com quem interagimos que está diante de nós.
E assim por diante...
Então, de maneira prática, em vez de você se colocar na posição 1, da pessoa
que vive a situação, tente assumir a posição 2, a daquela pessoa que observa
de longe aquela situação.
Há ainda outra posição, a posição 3, que podemos chamar aqui para fins
didáticos e práticos, de “posição transcendente”.
Nessa posição você tentar buscar olhar a situação além da perspectiva
humana.
Fazendo assim, a sua mente simulará que o seu olhar não é mais o seu
mesmo, mas o de alguém que, de longe, consegue ver outras possibilidades
de ação e reação.
Na posição 1, você só tomaria a atitude A.
Na posição 2, você só tomaria a atitude B.
Na posição 3, “transcendente”, você tomaria as atitudes anteriores mas
consideraria e tentaria também atitudes do tipo C, D, e E...!
Ou seja, você teria uma visão mais ampla do “abecedário” de possibilidades –
e talvez ainda considerasse até outros “sistemas de letras” e de “números”,
para dar um jeito na situação!
Entendeu a analogia?
De uma perspectiva transcendente, você não se renderia à sugestão pobre que
a percepção A ou B lhe ofereceriam, mas levaria em conta a riqueza quase
infinita de alternativas.
Em outras palavras, você tentará ou ao menos pensará em ir atrás das
soluções mais criativas nas quais você normalmente não pensaria se olhasse
tudo a partir da interpretação A ou da interpretação B. Ambas seriam visões
míopes e capengas.
Faça o exercício. Use-o para avaliar qualquer situação da sua vida: uma
perda material, um rompimento afetivo, um fracasso acadêmico ou
profissional, etc. Você vai gostar.
Se for possível, pesquise relatos ou histórias de outras pessoas que, em
situações semelhantes, lançaram mão de estratégias extraordinárias e
assumiram atitudes incomuns, mas que no final deram resultado.
Por que você não se daria bem também?
Ainda mais agora, em que tantas pessoas terão de reavaliar os seus conceitos
em termos profissionais, pessoais, afetivos e familiares.
Faça dessa experiência de recolhimento uma oportunidade para reiniciar a sua
vida.
Caso queira uma leitura para ajuda-lo nesse processo, leia:
VOCÊ 2.O – 50 Macetes que vão REINICIAR a sua vida
17. A esperança gera esperança.

Concentre-se em qualquer coisa em sua vida que faça você se sentir


esperançoso ou recuperar a expectativa da beleza em relação ao seu futuro.
Agarre-se a esse vislumbre de positividade como se fosse seu barco salva-
vidas.
O que você pode fazer, por exemplo, para dar esperança aos outros?
A esperança que você leva aos outros pode se tornar fonte de esperança para
você também.
É curioso: algumas pessoas dizem que quando elas ajudam ou se sentem úteis
para os outros, experimentam uma sensação de poder e de capacidade que ela
ante não havia notado.
Ou seja, quando nos percebemos mais fortes, relativiza-se em nós e às vezes
até se anulam os sentimentos de desesperança e impotência que nos
paralisam. Aqueles sentimentos que se cultivados contaminam a nossa
mentalidade e condenam a nossa vida.
A esperança se alimenta de esperança, e muitas vezes não será da esperança
que você encontra para si mesmo, mas daquela que você leva à vida dos
outros. Tente e verá.
Que vida você pode dar aos outros que gerará vida para você?
Quem sabe uma compra para uma pessoa do “grupo de risco”? Uma
conversa? Um ato gentil qualquer?
“Todos somos heróis disfarçados, cuja identidade só aqueles que dependeram de nós um dia
conhecem.”

Auto desconhecido
18. Lembre-se de que o futuro é desconhecido.

Sem querer passar a ideia de um otimismo ingênuo e irresponsável, considere


ou pense em algumas possibilidades para o seu futuro.
O futuro em si tende a ser imprevisível. Ao tentamos antecipá-lo ou
adivinha-lo, na melhor das hipóteses acertamos algo a respeito dele em
termos muito gerais e vagos.
Quando ele “chega”, isto é, se torna presente, aquele futuro imaginado nunca
corresponde ao que tínhamos temido ou projetado.
Agora tente visualizar um futuro que você está alterando toda hora, a cada
nova ação e reação sua.
Isso é um fato, você está fazendo isso nesse momento! Esse futuro, sim, está
na sua mão.
Principalmente se você já estiver agindo e reagindo de uma maneira diferente
(ou por ter assumido outra “posição perceptiva”) daquelas que sempre lhe
foram características.
Afinal, atitudes e movimentos diferentes por lógica não tenderiam a produzir
resultados diferentes?
Como você pode prever o futuro – e dizer que ele será ruim de certo modo –
se as peças em que você está mexendo estarão alterando essa futura realidade
a cada gesto?
Ao pensar nas consequências diferentes que todo o seu comportamento pode
gerar, você abrirá novas perspectivas sobre si mesmo e sobre os fatos, o que
certamente fará muito bem a você.
Entenda, não é esperar no vazio, mas assumir atitudes que de fato possam
mudar o resultado do jogo da sua vida.
“A comparação é o que rouba a alegria.”
Theodore Roosevelt

Leia também :
* 5O Lições para você Compreender e Eliminar as suas CRENÇAS LIMITANTES: Mude a sua
forma de pensar e Transforme a sua realidade
*34 dicas para você Desenvolver (e manter) a sua AUTODISCIPLINA: Organize a sua vida, Tome
Decisões melhores, Atinja o seus Objetivos
* 4O Sinais para você identificar (e se livrar) de um RELACIONAMENTO ABUSIVO
*27 Dicas Embasadas Cientificamente de como utilizar AFIRMAÇÕES POSITIVAS: Renove os
seus pensamentos, Torne-se a pessoa que você quer ser
19. Mude a sua visão da felicidade.

Procure ver quais são as suas suposições atuais sobre o que significa ser
feliz. Em seguida, pense no que você está esperando que aconteça que
poderia fazer você feliz.
É um novo emprego?
Por que um novo emprego faria isso por você?
Ou talvez seja um relacionamento?
Uma pessoa qualquer e diferente de você teria tanto impacto na sua felicidade
assim?
Saber responder de maneira clara a essas perguntas ajuda a evitar que você
escolha viver novas experiências pelas razões erradas e terminar se
afundando mais ainda.
Um novo emprego pode melhorar a sua vida e fazer você viver de modo mais
confortável.
Dependendo da companhia, a sua vida pode ganhar mais cor e mais sentido.
Uma forma de ganhar dinheiro sempre ajuda, mas será que é de outra pessoa
mesmo que você está precisando agora?
Nesse caso, tente se concentrar em si mesmo.
Lembre-se, a felicidade interior não vem de fontes externas. Se você não
estiver satisfeito consigo mesmo, não ficará feliz quando as suas
circunstâncias mudarem.
Agora, tomando como base a crise atual envolvendo essa pandemia, você
poderia dizer que para qualquer pessoa a eliminação dela faria todo mundo
feliz. E é verdade.
Mas veja o seguinte:
Muitas das pessoas aí fora estão infelizes por uma série de outras coisas que
já existiam anteriormente nas vidas delas, independentes dessa crise.
É só você olhar à sua volta e verá como há pessoas que não estão sabendo
lidar com a crise. Ou que nunca sabem lidar com crise alguma seja da que
natureza for.
Talvez você, como a maioria de nós, esteja se sentindo tenso com tudo isso.
Mas também quem sabe não é você que está sabendo segurar as pontas e
manter tudo no lugar aí onde você vive e convive?
Com isso eu estou dizendo que muitas pessoas que pareciam felizes antes,
podem não estar sabendo lidar com a situação agora.
Eu tenho vizinhos que pareciam muito donos de si antes de tudo isso, e que,
segundo fiquei sabendo, estão prostrados, deprimidos e sem querer sair de
casa com medo de se infectarem.
Felicidade em tempos bicudos tem a ver com a capacidade de reagir bem à
situação adversa.
Ficar alegre quando tudo está bem é fácil. O difícil é manter o “alto astral” ou
certo equilíbrio quando tudo começa a sair do controle ou a desabar.
Seja feliz por ser a pessoa que, quando acaba a luz, sabe onde encontrar as
“velas”.
20. Evite o isolamento.

Não se isole do mundo exterior, mesmo que sinta realmente vontade de estar
sozinho. O isolamento aumentará seus sentimentos de depressão e
desesperança.
Ah, mas então como fazer quando estamos mal e somos obrigados ou
forçados a ficar em isolamento social, como é o caso agora?
Não é desculpa.
Independente da situação externa, quando estamos mal tendemos a buscar o
isolamento.
Na situação atual, veja que as pessoas estão sendo orientadas a manterem o
afastamento, mas a não se desconectarem, uma vez que isso só pioraria a
sensação de desorientação.
Desse modo, se você está mal, seja lá por qual for a situação, reserve um
tempo para uma saudável reflexão, mas não use isso como subterfúgio para
se isolar.
Se você é daqueles que está em casa, veja os recursos – agora mais úteis do
que nunca! – que a tecnologia nos possibilita por meio da internet.
Sair com amigos ou familiares para fazer algo divertido pode não ser
possível, no momento. Mas você ainda pode se “reunir” com eles online, não
é?
Se você mora em prédio, e você já deve estar vendo isso acontecer em tudo
quanto é mídia, procure conhecer os seus vizinhos.
Até ir até a varanda e ficar sentado vendo a outras pessoas assumindo suas
novas rotinas pode ajudá-lo a se sentir menos sozinho e até a se sentir mais
inspirado para se reinventar.
21. Exercite-se!

O exercício é um meio eficaz para melhorar o humor. E não é você que dizia
ou pensava, “se eu tivesse tempo eu me exercitaria e procuraria me
alimentar de modo mais saudável.”
Seus desejos se realizaram!
E, melhor, agora você poderá escolher até qual será o seu instrutor. Há um
monte deles postando todos os dias séries de exercícios. Escolha o seu
instrutor e comece.
Cinco minutos por dia. Depois dez, daqui umas semanas você já deve ter
pegado o jeito.
E quando tudo voltar ao normal – o que na verdade será um normal diferente
– você terá adquirido outros hábitos, terá melhorado.
Uma aula de ginástica não depende de muito espaço. Não tem desculpas.
Essas não vão lhe servir agora. Seja sincero com você mesmo.
Para fazer diferença na sua vida, os exercícios terão que ser consistentes.
Não adianta fazer exercícios intensos, porém pouco frequentes.
Portanto, não exagere, vá de acordo com o seu ritmo, mas comece a
aproveitar o seu tempo. E a alegria voltará ao seu coração.
22. Evite drogas e álcool.

Drogas e álcool alteram o seu humor e podem fazer você se distanciar


temporariamente dos seus sentimentos, mas essas substâncias farão com que
você se sinta pior com o tempo.
O álcool, embora em alguns casos funcione como um relaxante, para certas
pessoas mais sensíveis e dependendo da urgência e gravidade da situação,
pode aumentar os seus sentimentos de desespero e desorientação.
Seja honesto consigo mesmo e se pergunte qual é a sua relação com o álcool,
geralmente.
Eu, por exemplo, não gosto de beber (e olha que sou fã de cerveja, apenas)
quando as coisas não vão bem. Não que o meu comportamento se torne
impulsivo, mas é que nunca associe álcool como algo para fugir da realidade.
Para mim, o uso moderado dessa substância só faz sentido em momentos de
alegria e reflexão. De fato, muitas das minhas reflexões ganham muitos
insights em momentos regados com cerveja.
Mas esse acima sou eu.
E você, como é?
Você precisa responder adequadamente a essa questão, antes de recorrer a
essa substância em tempos de crise.
O uso de drogas recreativas pode ser uma ladeira escorregadia, especialmente
quando sua saúde mental já não está das melhores.
Na dúvida, o ideal e o melhor mesmo seria você evitar completamente o uso
de qualquer substância que altere o seu humor ou que faça você se sentir mais
sem esperança do que já se sente. Ao menos por agora.
23. Explore as suas opções.

A vida não precisa se resumir a encontrar uma coisa que você deve fazer e se
condenar a fazer aquilo para sempre. Esse tempo já passou. É coisa da época
dos nossos avós e de alguns dos nossos pais que apenas seguiam “a tradição”.
Já se perguntou se a sua falta de perspectiva não é por isso? Só havia um
projeto de vida estabelecido para você e, quando tudo deu errado, você se
perdeu e se viu num mato sem cachorro.
Essa ideia de um propósito fixo tem a mesma origem da história da “alma
gêmea”, a mesma matriz ao menos.
Até parece que a vida seria esse jogo de apostas em que se você não
encontrasse (ou se perdesse) do seu único propósito e da única pessoa
destinada a você, tudo estaria perdido. Restando-lhe apenas a dor e a
amargura de uma existência fracassada e sem sentido a ser suportada até o
fim.
Isso seria o cúmulo da crença limitante. Uma bobagem tão esdrúxula que eu
não sei como alguém consegue considerar como verdade nem que seja por
um milésimo de segundo.
Felizmente, a vida não funciona assim.
Em vez de pensar que “a única vida que você poderia ter está perdida”,
tente encontrar algo pelo que você se apaixone de novo e procure ser o
melhor que puder nessa coisa.
Como você fez com as coisas que você perdeu e estão enterradas no passado
agora.
Há tanto o que descobrir lá fora. Há tantas possibilidades a se explorar. É só
procurar.
Expanda a sua percepção.
Abra os seus olhos!
Mas, de novo, o que você descobrir e gostar por agora não precisa dar a isso a
posição definitiva que as coisas do passado tinham.
Combata essa mentalidade. Essa é a hora!
Essa coisa que fez você voltar a ver sentido na vida hoje, ela é só para esse
momento, para agora. Pode mudar, pode passar.
Agora. Essa é a palavra.
A vida acontece sempre nesse agora onde moram todos os sentidos e
significados.
Busque com todas as suas forças e encontre sentido neste momento presente
e a mágica da vida se reiniciará dentro de você.
O sentido nasce da busca. E as buscas devem ser feitas apesar dos medos. Os
medos não desaparecem do caminho, eles fazem parte da paisagem.
"Uma vida vivida com medo é uma vida vivida pela metade.”
Baz Luhrmann - diretor e roteirista
24. Desafie as suas expectativas.

Faça de você o mestre do seu próprio destino.


Em vez de procurar automaticamente maneiras de confirmar seus sentimentos
e expectativas negativas, inverta o jogo:
Encontre, de modo intencional, os motivos para refutar a validade deles.
Isso pode ajudar a interromper o seu fluxo do pensamento negativo
automático.
Ter pensamentos dramáticos como: "Não faz sentido continuar", "Minha vida
acabou" ou “Só me resta o cadafalso” reflete um ponto de vista que sugere
que é impossível você ter sucesso ou mudar.
Essas crenças são facilmente contestáveis, uma vez que você aceite o fato de
que tem o poder de mudar o seu pensamento, como o faria com uma estação
de rádio. Se isso faz sentido para você, o passo seguinte é reconhecer que
esses pensamentos negativos não passam de simples distorções da realidade.
Eles não traduzem os fatos.
Só após esse processo, você estará livre e em condições para criar
expectativas mais realistas e objetivas sobre o seu futuro.
25. Trate de dormir o suficiente.

O sono é essencial para a sua saúde geral, porque é quando o nosso


organismo se refaz.
Uma boa noite de sono – e se você puxar pela memória, notará que já passou
por isso – pode fazer você olhar um problema de um modo completamente
diferente no dia seguinte.
Certifique-se de dormir as horas necessárias para que você fortaleça e
preserve a saúde mental.
Algo tão simples, mas que esquecemos: a cama foi feita para descansarmos, e
não para continuarmos ativos por meio dos nossos dispositivos digitais.
Desligue-os antes de ir dormir.
O ambiente em que você dorme deve ser o mais escuro e agradável possível.
É bom também que você crie uma rotina noturna regular que facilite a
chegada do seu sono: tomar um banho quente ou ler um bom livro, por
exemplo.
E o mais importante:
Antes de tomar qualquer decisão muito séria, tenha uma boa noite de sono. O
travesseiro é um bom conselheiro, como os antigos já diziam.
No dia seguinte, tudo parecerá mais fácil e as alternativas que antes eram
imperceptíveis ou praticamente inexistentes, surgirão como que do nada.
26. Ouça uma música que o deixe feliz.

A música é uma maneira poderosa de melhorar o humor de qualquer um.


Estudos demonstraram que os estilos mais animados e empolgantes (nas
letras e nas melodias) podem deixar você mais feliz por algumas horas depois
de ouvi-las.
Está com tempo? E quem não está por esses dias, não é? Prepare então uma
playlist com os seus melhores sucessos. E, quando estiver mal, aperte o play.
27. Arrume um animal de estimação.

Há quem diga que nada pode substituir uma conexão humana genuína, mas
os animais podem lhe trazer alegria, fazer companhia e ajudam a dispersar a
sensação de solidão.
Todo mundo que mora sozinho sabe disso. São raras as pessoas que
convivem bem com a solidão.
Cuidar de um animal de estimação também faz com que você se sinta de
necessário, útil para “alguém”, o que é importante para diminuir a depressão
e aumentar o seu senso de valor e importância.
É claro que você terá de saber se é do tipo “canino”, “felino”, “marinho” ou
“aviário”.
A escolha do animal correto é o que torna essa estratégia terapêutica e
transformadora. Deve haver uma espécie de simbiose entre você e o seu
futuro “pet”.
Mas não cisme de simplesmente ir atrás de um animal (ou do animal errado),
se você nunca se sentiu inclinado a cuidar de outro ser vivo.
As pessoas cedem a muitos modismos. Sempre me vem à mente um alerta
feito uma vez por alguns defensores dos animais para as pessoas que têm
coelhos e lebres para adoção tomarem cuidado por ocasião da Páscoa.
Algumas famílias vão atrás desses animais para presentear os filhos
pequenos, que logo depois de alguns dias se cansam dos animais e os pais se
veem obrigados a se livrar dos bichos de qualquer jeito.
28. Participe de um grupo de apoio.

Estar com outras pessoas que também estão lidando com a depressão pode
reduzir seus sentimentos de isolamento.
Um grupo de apoio pode ser encorajador e fornecer estratégias úteis de
enfrentamento que o farão sentir-se mais esperançoso em relação ao seu
futuro.
É difícil saber ao que se dedicar, mas nessa crise atual você já tem uma
grande inspiração: busque encorajar e incentivar as pessoas que se sentem
mais perdidas do que você.
Se você procurar há diversos grupos online que poderia se beneficiar das suas
palavras. E a terapia informal teria mão dupla: você levaria tranquilidade para
as pessoas e receberia de volta uma sensação nova de sentido para os seus
dias.
Vivemos um período em que todos podem colaborar com todos, só basta se
conhecer um pouco mais e se abrir para o mundo. E você nem correrá tantos
riscos, uma vez que você está recolhido.
OBS: Sobre autoconhecimento, veja mais dicas no final deste e-book.
29. Não se preocupe, mas se ocupe em fazer alguma coisa.

Essa é uma sabedoria que só aprendemos na prática.


Quem foi que resolveu alguma coisa se pré-ocupando?
Há coisas que não temos mesmo como mudar ou evitar. Mas o que você pode
fazer?
A autora Vivian Greene falou que a vida não é esperar a tempestade passar,
mas aprender a dançar (viver) em meio a chuva.
E numas das músicas do cantor Sting se ouve quando o mundo está se
desfazendo, você faz o melhor que dá com o que sobrou.
Ainda resta comida em seu armário? Ainda há espaço e recursos para você se
divertir e brincar com a sua família? É isso o que lhe resta no momento. Aja a
partir disso.
Faça a sua parte, a que lhe cabe. E deixe todo o resto para lá. Afinal, o que
mais você pode fazer.
Se tiver algo a fazer, faça. Mas quando você já tiver esgotado todas as suas
possibilidades, sente, espere e relaxe.
"As coisas sempre poderiam ser melhores, mas as coisas sempre poderiam ser piores."
Marla Gibbs – atriz
30. Saia ao sol.

A luz solar ajuda a aumentar os níveis de serotonina no cérebro e a melhorar


o humor.
Isso é especialmente importante durante os meses de inverno, quando você é
suscetível a distúrbios afetivos sazonais.
Há pessoas que, tirando os momentos que vão à praia ou estão à beira de uma
piscina, raramente reservam um tempo para tomarem sol.
Exponha-se sempre que puder ao sol por pelos menos uns quinze minutos
diariamente.
É um hábito que você não gastará nada para manter (ainda mais em tempos
de coronavírus) e pode fazer um bem enorme para a sua saúde, não só mental
como física.
31. Crie alguma coisa.

Há uma razão pela qual os artistas gostam de se deixar esgotar pelo


trabalho. Expressar-se por meio da arte e da criatividade pode ser terapêutico,
seja isso pintura, escrita, dança etc.
Se você tem dificuldade de expressar o que está sentindo, canalize os seus
sentimentos para criar algo pode ser catártico, libertador.
Além disso, quando você cria algo, entra na "zona mágica criativa", que pode
ser uma forma de meditação em si mesma.
Abaixo estão algumas listas de projetos que você pode tentar.
Cursos de Escrita Criativa (no Youtube);
Registrar em um diário as suas atitudes e experiências de superação
durante o caso;
Aprender caligrafia;
Crie um blog diário em que você divida com os outros a sua rotina na
quarentena;
Escreva contos ou comece o romance que você sempre quis escrever;
Desenvolva algum projeto de arte manual;
Aprenda a bordar, a fazer tricô ou crochê;
Adote um novo hobby. No Youtube existe um mundo de sugestões e
possibilidades. Explore o site, vá além dos seus canais favoritos. Essa é
a sua chance.
32. Escreva em um diário.

Que tal ter um diário para anotar as suas preocupações e reflexões?


Sim, eu estou retomando o tópico anterior para dar mais ênfase ainda pelo
seguinte:
Sabia que muita gente já transformou as suas memórias tristes, seus desafios
diários, as suas reações e reflexões em obras que depois foram publicadas e o
grande público se identificou com aquilo que originalmente eram simples
relatos despretensiosos do dia-a-dia?
Exemplo?
Anne Frank lhe diz alguma coisa? Era uma mocinha que confinada com sua
família num bunker, durante a Segunda Guerra Mundial, relatava as agruras
que passavam sob o domínio nazista.
E hoje, todo mundo conhece ou ao menos já ouviu falar de O Diário de Anne
Frank.
Às vezes, usar um diário como válvula de escape, como era o caso da jovem
judia citada pode reduzir os pensamentos negativos ou destrutivos e, além de
colocar as suas ideias em perspectiva e confortar pode fazer você descobrir
um talento oculto, como o de contar histórias.
Quer uma ótima dica de como tornar isso melhor? Faça assim:
Numa página vão as suas observações e pensamentos. Na página ao lado uma
lista de ideias e possiblidades de enfrentamento e razões para se sentir
esperançoso. Aqui o limite será a sua imaginação.
E do que são feitas as grandes obras mesmo?
Exato: de reflexões e muita imaginação.
Pois é, você perceberá que essa prática do diário além de terapêutica é
inspiradora.
Quem sabe você não estará desenvolvendo o seu próximo passo na vida,
talvez não deixando a sua carreira e trabalho atual, mas abrindo condições
para uma jornada paralela como um autor/a de sucesso?
“Se você está passando por um inferno, continue andando.”
Winston Churchill – primeiro ministro britânico.
34. Tenha uma alimentação saudável.

Essa é uma dica muito especial, porque talvez seja uma das mais fáceis de
colocar em prática, mas é uma das mais negligenciadas.
Ah, comer de maneira saudável não quer dizer pagar mais caro por alimentos
exóticos promovidos por celebridades e gente famosa. Alimentar-se bem
significa buscar comer aquilo que realmente irá nutri-lo e melhorar a sua
saúde.
E nem é preciso muita pesquisa para saber que muito açúcar, sódio e
produtos artificialmente conservados não fazem bem.
Evite comer alimentos processados, pois eles podem contribuir para o seu
mau humor.
Procure ingerir muitas frutas e vegetais frescos, proteínas magras e grãos
integrais.
As deficiências de vitamina B e ômega-3 podem estar ligadas a instabilidades
do humor, portanto, certifique-se de que você consome o suficiente desses
nutrientes em sua dieta.
35. Passe algum tempo com os amigos.

Procure estar próximo de pessoas que se importem com você e com quem
você possa dividir as suas dores e experiências.
Mas, mesmo que você não queira se aprofundar numa conversa a respeito dos
seus sentimentos ruins, apenas estar perto de um amigo mais sensível pode
elevar os ânimos e tornar tudo mais leve.
Quando você está deprimido – e entenda aqui essa depressão como um
processo reativo a sua dor – pode tender a buscar o isolamento. Embora isso
seja bom às vezes, pode não ajudar sempre.
Haverá momentos que é preciso você se retirar para assimilar o que lhe
ocorreu, como já dissemos, esforce-se para socializar, mesmo que seja apenas
por uma hora.
Procure se distrair do seu sofrimento interno, buscando contato e
envolvimento com aquelas pessoas que valham a pena estar junto.
Obviamente, e não posso deixar de dizer, evite aqueles tipos – mesmo que
sejam familiares e parentes muito próximos – cheios de certezas e frases
prontas de incentivo e superação.
Pessoas sensíveis são diferentes das pessoas egocêntricas e de frases de para-
choque de caminhão, porque elas não são cheias de certezas, mas exatamente
porque têm dúvidas sabem fazer perguntas e nos deixam à vontade para
sermos quem somos.
Pessoas sensíveis não tem medo de encarar a realidade dura da vida. Elas
reconhecem os fatos como são e tentam resolvê-los a partir da substância que
eles têm.
Já as pessoas “bem intencionadas” tentam reduzir à força a tragédia dos
outros, apenas para fazer funcionarem as suas crendices, rituais mágicos e
fantasias, de modo que as suas respostas prontas e frases feitas inócuas façam
algum sentido. Para elas, porque para lidar com os problemas reais serão
totalmente inúteis.
Se o que você tiver disponível for esse segundo tipo de gente, afaste-se o
mais rápido que puder e vá procurar novas companhias além do seu círculo
familiar de amigos e contatos.
De início, talvez você se sinta “melhor só do que mal acompanhado”, e
tenha razão ao pensar e buscar isso.
Afinal, tudo o que ninguém precisa quando está mal é se sentir pior do que já
está.
Mas não deixe de dar abertura nem que seja a único amigo que tenha
sensibilidade e amor e que queira estar do seu lado e compreendê-lo melhor
em sua dor e desespero.
Companhias saudáveis são sempre bem-vindas.
36. Lembre-se de que muitos novos começos provêm de finais
dolorosos.

Pense em um momento em que você começou algo novo – um novo


emprego, um novo relacionamento ou uma nova rotina.
Eu tenho certeza que quando você pensa sobre isso, houve algo que chegou a
um final, um término aconteceu para que esse novo começo surgisse.
Durante esse final, você pode ter se sentido triste, desorientado e até sozinho.
Mas depois esses sentimentos desapareceram quando o novo avançou na sua
vida e se revelou como uma nova e feliz oportunidade.
É essa a dinâmica da vida. Pena que nos damos conta disso num momento e
no outro nos esquecemos de que esse é o movimento das coisas.
Reflita sobre essas experiências vividas e use-as como um fio de esperança
para um novo futuro que pode estar se descortinando a partir deste processo
que se finda.
Retomando a crise pandêmica desse início de 2020, certamente estamos no
fim de um processo, todos juntos.
Mas a vida de todos nós não vai acabar, ela está sendo transformada.
Parafraseio aqui o que o biólogo Átila Iamarino disse isso numa entrevista
no programa Roda Viva: “Nós precisamos entender que a vida como
conhecíamos mudou. Vamos ter que aprender a viver de outra maneira”.
Sabe o mais interessante nisso tudo? É que passaremos por isso
coletivamente, pois a pandemia do coronavírus como o próprio nome diz não
é local, mas universal.
Todos nós seremos professores, inspiradores e motivadores. E todos nós
seremos discípulos e “gafanhotos” de alguém também.
Talvez seja isso que, ao menos por um tempo, nos junte e faça refletir sobre o
significado da empatia.
37. Tente aceitar os seus sentimentos.

Algo que você sempre irá ler em meus livros: assuma a realidade como ela é.
Quanto mais você combater os seus reais sentimentos, mais tempo levará
para que você volte a se sentir melhor.
Você não tem que se sentir bem, otimista, feliz, quando o seu “Titanic” está
indo por água abaixo. Nessas horas, o que domina é o pavor e o horror.
Você está com medo? Reconheça-o.
A falta de perspectiva é real? Aceite-a.
Quando a sensação de desolação tomar conta, experimente-a na intensidade
que ela vier.
Esqueça essa ideia de pensar ou fingir que tudo é positivo quando tudo se
mostra negativo. Quanto antes você aceitar as coisas e os sentimentos como
eles são, mais fácil será para você começar a resolver os seus desafios.
Curiosamente, ao reconhecermos as emoções negativas, isso não lhes dá mais
poder, de modo que você precisasse afasta-las e nega-las por isso.
Quando você as reconhece, elas se tornam mais fáceis de lidar porque você as
delimita melhor.
Ou seja, é só enfrentando os seus sentimentos e não suprimindo-os ou
negando-os que você é capaz de superá-los e se levantar mais forte lá na
frente.
Não entre nessa de ficar afirmando: “eu estou bem, tudo está bem, o universo
é bom e a vida é sempre linda”, enquanto tudo desaba ao seu redor.
Isso já tem até nome: positividade tóxica.
Fingir que tudo está concorrendo para o seu bem sempre e “de todos os
modos” é passar recibo de que o seu contato com a realidade é capenga ou
totalmente inexistente. Ou que você não tem maturidade. Ou sofre de alguma
perturbação mental.
Enfim, que você é “lelé”.
Não precisa ser nenhum gênio para reconhecer que a realidade do mundo que
nos cerca nos é hostil.
Se forçarmos muito, poderíamos assumir no máximo, como viemos dizendo
que a realidade do mundo, da vida é neutra.
Mas a favor, nunca.
Somos nós que vemos ou damos sentido a ela.
Somos nós que a vestimos e a fantasiamos com os nossos melhores rótulos e
significados.
Se os “vestidinhos” com os quais embelezamos a realidade – como nossas
avós faziam com os botijões, liquidificadores e filtros de barro – a realidade
vista e encarada de modo objetivo é simplesmente brutal.
O caminho mais simples ainda é deixar de lado a fantasia de que tudo é
colorido e abraçar a dura, mas objetiva realidade dos fatos, mesmo que esses
forem de dor e de desesperança.
E daí começar a subida.
38. Entenda que a mudança é sua.

Sua vida não vai melhorar se você ficar em casa em frente à televisão
sentindo pena de si mesmo ou se esperar que outras pessoas possam melhora-
la para você.
Tirando os casos em que nós dependemos dos técnicos e estudiosos para
resolver problemas graves como os que envolvem a nossa saúde, para usar
um exemplo muito oportuno ao momento, para tudo o que resta o nosso
protagonismo e as nossas atitudes firmes e bem pensadas são exigidos.
Você precisa ser proativo para fazer a mudança que deseja começar a ver se
manifestar em sua vida. O mundo muda diante dos seus olhos quando você
muda o seu pedaço de mundo.
É um imperativo natural que você tome decisões deliberadas e alinhadas com
o seu propósito ou objetivos de vida.
Evidentemente será difícil agir enquanto você estiver deprimido ou prostrado,
seja pelo sofrimento ou pela sensação de impotência.
Mas é aí que está o segredo:
Nada de grandes proezas. Comece com passos pequenos e gerenciáveis.
Cada passo, por menor que seja, quando dado com firmeza e determinação,
fará você se sentir cada vez mais capaz.
E a capacidade comprovada nos alimenta e renova a esperança para
continuarmos em frente, fazendo melhor e cada vez mais.
Não é a toa que toda vez que falo de autoconfiança e autoestima, eu me
lembro do que a vida me ensinou:
A capacidade não vem do desejo de ser, do querer, mas da confiança que se
pode fazer. Quanto mais você realiza, mais confiante você se torna. É um
ciclo que se retroalimenta.
39. Você precisa continuar.

Não você não “tem que” nada!


Se for para continuar porque lhe disseram que você tem que, eu diria lhe em
contraponto: DESISTA!
Desista porque você estará caminhando pelos motivos errados. Sempre.
Sempre que fazemos algo porque temos que estamos errados, na ação ou na
intenção.
Não que tudo o que nos digam para fazer esteja errado. Mas porque não
sabemos conscientemente a razão das nossas ações.
O que você precisa é descobrir os seus porquês para seguir adiante.
Isso é maturidade. Fazer algo porque se sabe que é preciso fazer. Razão
interior, significativa para você mesmo, antes de servir aos outros.
Aí, sim. Dessa forma você continuará e a cada novo patamar alcançado, você
se sentirá mais legitimado, mais forte e a jornada parecerá ter mais sentido.
Que você precisa encontrar forças todos os dias para se levantar ou continuar
de pé e seguir em frente quando está mal, isso é mais do que óbvio.
É por isso que é tão fácil falar e os “bem intencionados” são mestres nisso:
vomitar frases vazias eivadas de devoção, mas que no fundo só evidencia que
eles negam a realidade e morrem de medo de ver a vida como ela é.
É por isso que só é possível seguir em frente com determinação quando você
encontra as suas próprias e legítimas razões para viver.
Até lá, tudo o que você fizer será como um cachorro adestrado que executa
um número para receber um biscoito.
E onde essas razões moram e, portanto, qual é o único lugar de onde elas
podem vir?
De dentro de você.
Caso você procure motivos aqui fora, mais cedo ou mais tarde você jogará a
toalha.
Ou, se quiser saber, mesmo que você conseguir superar as adversidades, em
breve você se encontrará em uma situação que não terá nada a ver com você.
O mundo exterior não lhe dá motivos para viver, ele e suas instituições lhe
dão comandos para você sustentar a ele e essas instituições.
Falarei disso melhor em outro livro, mas por agora posso adiantar o seguinte:
Em geral o mundo lá fora não pensa no seu bem-estar em função de você. Ele
pensa nisso em função dele, do todo, do sistema. E quando você não serve ao
sistema, é descartado ou ignorado.
O chefe quer você melhor para produzir mais. Certos amigos e parentes
querem você bem para que eles possam usufruir dos seus recursos pessoais e
materiais, sejam esses quais forem.
Quem quer você bem por você mesmo, é tão só e exclusivamente você.
Ainda que você não saiba disso.
É por isso que nas horas mais terríveis da sua trajetória por esse mundo, você
volta e meia vai se sente desamparado. Mas é nessas horas que o mundo se
mostra como ele é, e que talvez você nunca tenha notado ou não quis
reconhecer.
Quando o mundo vê que você não tem o que dar, ele
simplesmente abandona você no acostamento da vida.
Sem perceber você seguiu por uma estrada que até pode ter lhe tirado do
buraco, mas seguindo objetivos e um “gps” que não terão nada a ver com os
seus objetivos iniciais e pessoais.
Você precisa continuar, mas pelos motivos certos, os impulsos certos, as
convicções apropriadas. Por você em função de você.
Fazendo assim, e só assim, tudo se torna menos complicado na sua jornada.
Se você buscar progredir a partir da fonte geradora de sentido que há dentro
de você, e todo dia der mais um passo, em pouco tempo você será imparável.
40. Seja a mudança que você deseja ver no mundo.

Todos os dias, procure ser a razão pelo qual as outras pessoas sejam capazes
de acreditarem no amor. Por amor aqui, entenda, agirem e pensarem de
maneira construtiva. Não nem nada a ver necessariamente com abraços e
beijo na boca.
Contrarie a negatividade no mundo e traga empatia para a vida de outras
pessoas. Seja a inspiração de outra pessoa, mesmo que isso signifique
simplesmente oferecer um sorriso genuíno a um estranho.
E com os devidos cuidados, o que muitas pessoas buscam hoje em dia é um
simples sorriso que lhe devolva a leveza da vida.
“Quando o trabalho é um prazer, a vida é uma alegria. Quando o trabalho é um dever, a vida
é uma escravidão.”
Maxim Gorky
41. Seja bom consigo mesmo.

Quando a perda for decorrente de alguma ação ou omissão sua, evite ou tente
pegar leve na auto depreciação e se dê um tempo.
Pratique o autocuidado. E, voltando à questão, em nenhuma outra época
anterior que tenhamos vivido isso foi mais pertinente e oportuno do que
agora.
Celebre o fato de estar vivo, saudável, forte e de ter as condições intelectuais
e materiais adequadas para se manter firme nesta crise coletiva que está
assolando a todos nós, como também em meio ao seu drama pessoal, seja ele
de qual natureza for.
Quando as pessoas não conseguem apreciar seus dons e talentos e se tratarem
bem, elas tendem a desconsiderar qualquer evidência de sucesso pessoal.
42. Perdoe os outros.

Quando você guarda rancor, pode se sentir sozinho e com raiva. Não deixe
que os outros tenham esse poder sobre você. Deixe de lado ressentimentos.
Sinceramente eu não sou a favor da ideia do perdão por ele em si mesmo.
Mas pelo efeito que ele pode ter na sua vida.
Perdoar aqui quer dizer “largar de mão” o que não dá para mudar: o passado,
as traições, os abusos por parte dos outros.
Encontre uma maneira de perdoar, a fim de aliviar a carga emocional e
melhorar seu humor.
43. Lembre-se de que a solidão é apenas um sentimento.

Quando você se sente sozinho, pode ser por causa de algo que a sua memória
trouxe à tona, uma lembrança ou sentimento ruim.
O cérebro é projetado para perceber dor e perigo, o que inclui a sentsação de
solidão.
Quando o cérebro tenta entender esse sentimento, você pode começar a
confundir fatos com possibilidades e até com achismos.
Os nossos pensamentos e sentimentos nem sempre refletem ou correspondem
à realidade. Mesmo quando essa realidade nos afasta e confina.
Há pessoas se sentindo mal na quarentena não por ela mesma, mas por serem
mal resolvidas interiormente. E agora estão tendo de encarar isso à força e
sem planejamento.
A dor da solidão pode falar mais do seu mundo interior do que do seu mundo
exterior.
Olha que tema para refletir você tem aqui...!
44. Concentre-se nas necessidades de outras pessoas.

Você pode passar o dia focado em sua solidão e desesperança, ou em tentar


ajudar o grupo diversificado de pessoas à sua volta, não só desejando em
silêncio boa saúde e felicidade, mas agindo concretamente.
Fazer o último é certamente mais útil e lhe fará ter uma visão mais ampla dos
seus próprios problemas.
Nós duvidamos disso, principalmente quando estamos ensimesmados e
absorvidos pela nossa dor, mas ao nos abrirmos para as dores que temos em
comum – e não em substituição às nossas – nós nos vemos como muito
parecidos.
Tragédias coletivas têm esse poder, já verificado por muitos psicólogos
sociais, historiadores, antropólogos:
Se a dor é apenas minha, ela parece muito pior porque só eu a sinto.
Mas quando ela é coletiva ela nos nivela, e portanto, faz com que tiremos o
foco do nosso umbigo e ajudemos os outros.
O que você pode fazer pelos outros, agora?
Tranquilizar alguém que está tenso, sozinho fisicamente?
Contribuir para fazer a vida funcionar na sua vizinhança?
Pode ser uma atitude de valor emocional ou material. Você decide, baseado
em suas possibilidades e nas necessidades dos outros.
Mas algo você pode fazer.
E veja que talvez nem tenha de ser de maneira física e presencial, até porque
não dá.
A sua atitude, porém, poderá vir a ser transformadora, não só agora mas pelas
consequências que gerará.
E lá adiante, quando tudo tiver passado, quando o novo “normal” tiver se
estabelecido, a sua obra terá ficado, na mente dos outros e principalmente na
sua, caso ela tenha gerado frutos reconhecidamente bons.
Você terá novos elementos a considerar sobre você e que lhe enriquecerá
alguns aspectos da sua vida, prática ou emocional.
45. Não se compare.

Se você gastar e devotar todo o seu tempo concentrando-se no quanto as


outras pessoas têm mais e melhor do que você na vida, isso tornará tudo
muito pior.
Quando numa situação como a atual em que a dor é coletiva, nós tendemos a
inverter as coisas: você se vê como melhor que os outros, mais consciente,
mais crítico, mais asséptico.
Você nunca sabe realmente com o que as outras pessoas estão lidando,
mesmo aquelas cujas vidas parecem perfeitas ou imperfeitas demais.
Há pessoas que agem ou reagem mal sem nem mesmo saberem que estão
fazendo isso.
Há pessoas que tomadas pelo pavor, pelo o excesso de informação ficam
perdidas.
E há pessoas simplesmente serão as mesmas em qualquer situação.
A sua jornada é sua. A do outro é própria dele. Você pode ajudar os menos
conscientes. Ao passo que pode deixar para lá os que parecem que nasceram
para serem do contra.
Concentre-se em comparar-se com os seus próprios padrões de ação, de
reação e decisão. E deixe os outros seguir o caminho deles, contanto que eles
não atrapalhem você.
46. Seja curioso sobre as outras pessoas.

Se você puder fazer isso, sempre terá algo para conversar com outra pessoa e
não se sentirá incapaz de se conectar novamente. De novo: a pandemia é uma
oportunidade para isso.
Não dá para explorar os outros pessoalmente, há grupos online sendo
formados para isso.
Ali você pode fazer perguntas instigantes que atraiam outras pessoas para o
debate e você será visto como uma pessoa interessante, agregadora e sensível.
É claro que nessa interação, principalmente à distância haverá muitos
desabafos que poderão descambar para os xingamentos, o ódio e tudo o que
faz a alegria de pessoas infelizes e frustradas.
Mas ainda é possível encontrar pessoas interessantes e de mente aberta,
mesmo estando separadas por uma guerra biológica e pelo mundo virtual.
47. Chegue à raiz da sua solidão.

Você tem muito pouco contato com outras pessoas ou apenas se sente
incompreendido?
Claro, às vezes nos isolamos por:
A) Falta de habilidades sociais;
B) Não achamos pessoas com as quais nos identificamos;
Se você não souber a diferença, poderá confundir a razão A com a B e só irá
se sentir mais confuso e perdido.
De lado de fora as pessoas tendem a ver a sua solidão como uma falta de
habilidade. Mas não é sempre assim. E não é por isso que estou sempre
dizendo para você não ouvir muito as pessoas lá fora, pois elas
invariavelmente estão partindo de um posto de vista limitado ou interesseiro.
Óbvio que se eu quero usar você, vou exigir que você esteja a todo tempo
aberto às minhas necessidades. Lembra-se do que eu falei sobre o mundo só
ver você como uma “caixa de ferramenta”?
Então, cabe a você procurar ver a raiz da sua solidão. Pense comigo:
Dependendo das coisas que você deseja experimentar...
Do estilo de vida que você quer levar...
Das coisas que você defende e nas quais confia...
Do trabalho que você quer fazer ou desenvolver...
Das coisas que você gosta de ver, assistir, ler, curtir...
As pessoas não vão estar do seu lado e nem acompanhar você. Você ficará
só.
Eu falei disso nesse vídeo no meu canal. Veja lá e reflita.
Então, qual o seu tipo de solidão nesse caso? O tipo A ou o tipo B?
Saber exatamente por que você está se sentindo desamparado pode ajudá-lo a
se resolver.
Dependendo do caso, talvez seja necessário você trabalhar a questão com um
terapeuta para que você possa entender melhor os seus sentimentos
reprimidos e o que você fazer para mudar as coisas.
48. Participe de uma comunidade online.

Ao ingressar em uma comunidade on-line relacionada a um interesse ou


hobby, você estará entre as pessoas que têm a mesma opinião.
Na minha juventude havia uma expressão que tinha um sentido desaforado,
mas que cairia bem nesse tópico se déssemos outro sentido: vá procurar a
sua turma.
Achar uma turma, uma tribo de pessoas que lhe deem apoio e façam você se
sentir mais esperançoso em relação à vida é uma atitude que pode fazer
realmente a diferença em tempos de caos, pessoais ou coletivos.
Você também pode participar de uma comunidade ou grupo de pessoas que
também se sentem desamparados e deslocados no mundo.
Nessa crise, nesse momento já leio sobre pessoas que se livraram do
coronavírus e estão abrindo grupos no Facebook para incentivar e animar
àqueles que estão sem saber o que fazer e andam ansiosos e preocupados com
essa pandemia.
No entanto, não deixe de procurar ou de fomentar grupos que sejam
equilibrados e focados em mudanças positivas, porém realistas.
Fuja de grupos e de discussões que apenas reforçam superstições, teorias
conspiratórias envolvendo temos humanos ou alienígenas. Tais coisas só
envenenam as ideias e geram sentimentos negativos.
Penso que nesse sentido, vale a pena conhecer o Meetup, um site que reúne
diversos grupos das mais variadas categorias e interesses (é só pesquisar lá
dentro). O legal com aqueles grupos é que todos eles se caracterizam por
organizarem encontros reais, não é feito para interações online.
49. Diga a seus amigos e familiares como você se sente.

Você pode ter muitos amigos, mas o problema é que você não se sente capaz
de se abrir para eles ou não está recebendo a atenção de que precisa.
Se for esse o caso, talvez ajude mostrar alguma vulnerabilidade sobre os seus
sentimentos e dividi-los com os seus amigos e familiares.
Eles provavelmente sabem que algo está acontecendo com você, e ao se abrir
com eles você poderá selecionar e deixar que se aproximem os que de fato
gostam de você.
50. Permita-se chorar.

É sabido que o choro é uma reação natural ao estresse, ao desespero e ao luto,


e tem muito valor terapêutico.
Portanto, não finja que não está doendo. Se o choro vier, deixe-o jorrar. O
pranto, quando permitindo, alivia a angústia e desanuvia os nossos horizontes
de percepção.
51. Faça tudo o que puder, e confie que as coisas podem
melhorar.

Pode parecer que sua a vida continuará sem esperança para sempre, mas essa
é a voz negativa em sua cabeça, que o paralisa e impede que você tome as
atitudes necessárias capazes de interferir e alterar os elementos manipuláveis
da realidade.
É de uma clareza cristalina que se você nada fizer, poucas coisas sozinhas
mudarão. As coisas até passam, mas não do modo mais favorável quando não
assumimos a nossa parte na transformação.
Só os crédulos, supersticiosos e ingênuos – os medrosos de modo geral –
acreditam que as coisas mudam ou mudarão magicamente.
[No entanto, mesmo eles, tomam atitudes para mudar, ainda que não
reconheçam e, quando as coisas se alteram, eles atribuam aos seus “amigos
invisíveis”.]
Lute contra essa voz negativa, lembrando que as coisas podem e vão
melhorar, e isso será bem mais rápido se você tomar as atitudes apropriadas
e adequadas às exigências da realidade em que você se encontra.
Tente responder à situação com ações positivas e construtivas que quebrem o
ciclo da desesperança e evidenciem que você tem poder de alterar a realidade.
Quando fazemos e vemos isso, as distorções que fazemos das coisas perdem
força.
O velho ditado, “Veja pelo lado positivo”, pode parecer banal, mas é uma
advertência legítima.
Pensamentos positivos quando seguido de ações construtivas podem levar a
mudanças e transformações da sua realidade.
Não há destino. Há no máximo tendências e situações que têm mais chances
de acontecer e até de se estabelecer.
Contudo o reconhecimento de que há nem que seja um mínimo de capacidade
em você têm um papel preponderante na forma de ver a realidade. E, se
ativada essa capacidade, você pode redesenhar as condições e circunstâncias
à sua volta.
52. Trate você como você sempre tratou os outros.

Ei, e agora é a hora de você assumir para você mesmo que a vida pode ter
sentido, mesmo quando a própria manutenção dela está ameaçada.
São nessas horas que devemos ser honestos e dizer para nós mesmos o que
dissemos para outra pessoa, quando ela nos relata uma tragédia pessoal da
qual não vemos sinais e nem sentimos os efeitos.
E quando a dor é também sua?
Como você vai reagir e o mais importante, agir?
“Levante a cabeça. Dê a volta por cima. Não se deixe abater!”
Não é isso que costumamos dizer para os outros?
Que tal, quando chega a nossa hora, usarmos o mesmo critério para lidarmos
com as nossas próprias aflições?
E se expandirmos a reflexão – como fizemos neste livro desde o começo –
nesse momento do mundo a dor nem é só sua.
Está na hora de dar o exemplo. Porque agora ao mesmo tempo em que você
tentar animar alguém, você terá de fazer igual com relação a você mesmo.
Em meio às trevas em que você se encontrar, procure olhar àquela luz do
final do túnel, pois ela sempre está lá, como você sempre disse aos outros,
não é?
Mostre a luz e caminhe para ela.
Quando sem esperança, convença-se de que é “quando a noite fica mais
densa que a aurora está prestes a surgir”, como dizem por aí.
Na hora que a vida perde a graça ou se vê profundamente ameaçada é que nós
devemos fazer o que sabemos de melhor: ajustar as velas do barco, redefinir a
rota e nos aventurarmos por novos mares até que possamos novamente
atracar em algum porto seguro do qual nem tínhamos noção que existiria ou
que poderíamos encontrar.
BÔNUS:
53. Tempos obscuros: tempos de se reinventar.

Sempre haverá alguns momentos em nossa vida – e às vezes acontece muitas


vezes e com poucos intervalos – em que de uma hora para outra seremos
atropelados por certos eventos da vida.
São aqueles momentos em que olhamos para nós e para os lados e pensamos:
E agora?
Tudo porque perdemos o eixo e estamos sem chão, mas ao mesmo tempo
sabemos que não dá para ficarmos parados ali esperando algo mágico
acontecer para nos socorrer.
De tudo o que dissemos até aqui, podemos sintetizar tudo em 5 princípios
ativadores de todo o processo para aplicação das dicas. Em meio à
desorientação e falta de perspectiva, entenda que:

1. É tempo para refletir.

Dependendo da situação, esse pode ser um processo doloroso, mas


necessário. Às vezes nos metemos ou somos metidos em problemas, para a
quais não tínhamos o mínimo preparado, o que obviamente coloca todas as
nossas defesas no chão. Só nos restando juntar os escombros e ver como
vamos nos reconstruir.
Não importa como, temos de durante a tempestade buscar nos acalmar,
refletir e ver o que podemos tirar ou inventar de bom a partir da destruição.
Destruição e dor não traz lição, isso é uma bobagem muito repetida.
O fato é que em meio ao desespero, você precisa juntar os seus pedaços e se
montar da forma mais adequada possível para sobreviver.

2. É tempo para crescer.


Em decorrência da reflexão (passo 1) é que você pode crescer, e isso envolve
buscar e encontrar a versão de você que irá ter condições de lidar com o
redemoinho do caos que se instalou.
O crescimento é imposição natural proveniente desse tipo de experiências.
Tudo o que você fizer de diferente, as estratégias e equipamento que você
procurar desenvolver ou arranjar nesse período será uma tradução e ao
mesmo tempo a expressão dessa necessidade de sair da condição em que
você estava e evoluir para um nível mais elevado de ser e de viver.

3. É tempo de se motivar.

Sim, o buraco em que você está pode ser muito escuro e pode variar em
profundidade, mas você precisa perceber que o buraco é feito de
areia. Quando você estiver subindo, muitas vezes irá escorregar. Mas não
pense que isso não estará atrapalhando o seu progresso:
A areia que cai quando você escorrega está preenchendo o fundo do poço e
tornando-o mais raso.
Em outras palavras, quando você retoma a subida, nunca o faz da mesma
profundidade de onde tentou subir da última vez. Você está cada vez mais
perto da saída.
4. Vá devagar.

Um dos maiores problemas que muitos de nós enfrentamos quando estamos


desorientados e desolados, é que, no segundo em que vemos os primeiros
raios de sol, nos lançamos de braços abertos para tudo o que o mundo
aparentemente tem a nos oferecer.
Se você estiver passando por uma fase complicada da sua vida, não se deixe
atrair tão rápido e facilmente por uma situação que pareça devolver a
claridade a sua vida: uma luz no final de um túnel escuro poder muito bem
ser o farol de um trem vindo em sua direção!
Lembre-se de que todo processo rumo ao crescimento deve ser lento para
garantir que a marcha se mantenha estável e constante.
Nada pode ser pior do que ir com muita sede ao pote e você acabar se
arrebentando nos primeiros passos da jornada.
Antes de querer saltar sobre rios, aprenda a saltar sobre poças de água.

5. É tempo de ser você mesmo.

Nunca será demais enfatizar que toda e qualquer mudança que você fizer
jamais deve ser pelos outros, mas primeiramente por você mesmo.
Em tempos de desesperança ou em meio às circunstâncias desfavoráveis não
é raro que recebamos sugestões de gente que não visa o nosso bem, mas sim
se aproveitar da nossa miséria. Atente para não se deixar influenciar por
outras pessoas e tornar a sua tristeza ainda pior.
Procure sempre ver e por em prática apenas o que for importante e fizer
sentido para você.
A hora do caos também pode ser uma oportunidade para você finalmente se
permitir viver a sua vida do modo que sempre quis, para além das obrigações
e interesses alheios, mas nunca havia ousado tentar.
Aproveite desse tempo de desconstrução para deixar o seu eu passado no
passado e comece a trabalhar por na construção de um novo você.
Superar uma fase de dificuldade é sempre difícil, é verdade. Mas tem algo
pior do que isso. É errar na interpretação da situação.
E o erro maior é achar que a sua recuperação envolve uma volta para a vida
que você sempre teve.
A dinâmica da vida, de tempos em tempos, parece nos convidar a deixar de
lado a nostalgia. E quanto mais teimosos somos em nos apegar a isso, sem
perceber colaboramos para que as dificuldades ou os resquícios delas
continuem nos arranhando ou machucando.
Há mais sabedoria, porém, em perceber que quando chegamos ao final de um
processo, o que quer que sobreviva de nós nunca mais será a mesma coisa, a
mesma pessoa. Certamente é uma mensagem como essa que a pandemia do
coronavírus está nos trazendo.
Todo sofrimento nos reconfigura. Ao final de todo esse caos seremos
diferentes.
Procure se olhar como um ser em processo de transformação durante a sua
tragédia pessoal para, uma vez que tiver ressurgido do outro lado do túnel,
você seja capaz de se adaptar às exigências da vida (e nova vida) como mais
desenvoltura e rapidez.
A alegria recuperada após um período de turbulência existencial extrema
nunca será a mesma de antes.
Mas ainda será ALEGRIA.
Conclusão:
A desesperança é um sentimento devastador. Além do sofrimento que nos
derruba, é ele uma espécia de “coveiro” que nos enterra, se deixarmos.
Como vimos, você pode superar isso. Você pode reagir, relativizar e derrotar
esse sentimento mortal.
As ferramentas foram dadas, e agora só depende de você começar a usá-las.
Teste-as, combine umas com as outras.
Certamente você, como um artesão, será capaz de esculpir uma nova versão
de si, se com dedicação, reflexão e paciência “bater” nos pontos certos, cortar
onde precisa e focar naquelas partes que mais ajudarão a dar forma a figura
nova que você quer exibir de você mesmo para si e para o mundo.
Talvez agora você agora tenha mais tempo. Mas mesmo quando esse tempo
for mínimo, guarde na agenda alguns minutos do dia para a sua prática diária
de fazer de você a sua mais perfeita “obra de arte”.
Não espere que a alegria seja como o oxigênio, que está presente no ambiente
independente do que fazemos.
A alegria deve ser buscada sempre. E quando encontrada, deve ser de todos
os modos cultivada, para que ela permaneça e se renove todos os dias de
nossas vidas.
Tenha uma boa viagem rumo à sua mais nova versão!
Fontes:
https://liveboldandbloom.com/08/self-confidence/feeling-hopeless
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/A_autores/ALVES_Rubem_tit_Sobre_a_
https://blog.iqmatrix.com/victim-mentality
https://www.learning-mind.com/5-ways-to-make-it-through-dark-times-you-are-stronger-than-
you-think/

https://blog.iqmatrix.com/acceptance
https://www.awakenthegreatnesswithin.com/35-inspirational-quotes-on-joy/
https://www.verywellmind.com/how-to-cope-with-loneliness-during-coronavirus-4799661

https://blog.iqmatrix.com/when-tragedy-strikes
https://edition.cnn.com/2020/03/26/health/inspirational-quotes-coronavirus-wisdom-project-
wellness/index.html
Meus livros publicados:
*90 dicas para você turbinar a sua AUTOCONFIANÇA
*5O Lições para você compreender e se livrar do PERFECCIONISMO: O segredo da excelência é
saber aproveitar o crescimento
*27 Dicas Embasadas Cientificamente de como utilizar AFIRMAÇÕES POSITIVAS: Renove os
seus pensamentos, Torne-se a pessoa que você quer ser
* 4O Sinais para você identificar (e se livrar) de um RELACIONAMENTO ABUSIVO
* 5O Questões Provocativas para você desenvolver AUTOCONHECIMENTO
* 5O Lições para você Compreender e Eliminar as suas CRENÇAS LIMITANTES: Mude a sua
forma de pensar e Transforme a sua realidade
*34 dicas para você Desenvolver (e manter) a sua AUTODISCIPLINA: Organize a sua vida, Tome
Decisões melhores, Atinja o seus Objetivos
Sobre o Autor:

Di Saval tem formação em Filosofia e Teologia. Há muito tempo é um estudioso e pesquisador


independente sobre tudo o que envolve Autoconhecimento e Crescimento Pessoal.
O que ele tem descoberto em seus estudos é que só conseguimos ser felizes se descobrirmos a nossa
verdadeira identidade e passarmos a viver, trabalhar e nos expressar a partir dela. Por isso, ele tem
como projeto divulgar, de maneira acessível a todos, tudo o que ele aprendeu, viveu (e continua
aprendendo e vivenciando) há mais de vinte anos sobre temas, estratégias e ferramentas em geral que
nos possam ajudar a desenvolver as nossas vidas.

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