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NADA NA PSICOLOGIA É OBVIO OU EVIDENTE

A motivação principal de lançar esse ebook foi a percepção da


desordem e da confusão que nos atropelam. Desespero, angústia,
ansiedade, aflições. Todas essas emoções tem um motivo de estarem
nos ocupando. Há muitas incertezas, muitos caminhos possíveis,
vários dificuldade de definir prioridades, excesso de pensamentos
antecipatórios, muitas incompatibilidades dentro de nosso peito.

Todos nós precisamos de uma certa ordem nessa vida.


Organização, planejamento, descrição de atividades a serem feitas são
somente uma parte da estratégia para alcançar uma visão mais clara
da realidade. Não somos maquinas que basta acrescentar certos
movimentos e a partir daí as coisas acontecem mecanicamente. Não!

O ser humano possui outras instâncias que fazem com que esse
movimento tenha características múltiplas. E essa é a graça da vida.
A imprevisibilidade, a eterna alteração de estados. Imagina se
soubéssemos de cabo a rabo o que iria acontecer na nossa vida. Depois
de agir dessa forma, vai acontecer isso e aquilo. Que coisa mais
chata se tudo fosse assim! Grande parte das coisas aqui nessa
Terra são meros acidentes. Preferir a vida de forma automática é dar
um sentido equivocado para a existência.

Ao nosso redor, parece que é reconfortante e bonito, é “diferentão”


dizer que é ansioso. Olhem o estado que chegamos! “Ah, eu sou muito
ansioso”, “Olha como eu sou nervoso”. A repetição dessas coisas
traz uma normalidade para as coisas que não são saudáveis.

Digo para vocês que a solução destes problemas está na grande parte
das vezes na nossa frente, no entanto nada na psicologia costuma
ser evidente ou muito óbvio. Gravem isso! Ajuste nos hábitos,
exercícios de contemplação, a confissão das próprias misérias,
assumir a realidade interna e externa, são práticas que temos que
adotar. Em um primeiro momento, esses hábitos parecem estranhos.
No entanto, eu te prometo que a aplicação deles em tua rotina vão
fazer com que a boa ansiedade seja uma grande aliada na
tua vida.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


A IMAGINAÇÃO PODE SER UMA BOA ALIADA

Aqui abordaremos a vida real. Sem meios termos ou massagem no


ego. A vida nos cobra essa postura. Saber que ninguém tem pena
de nós é libertador. O mundo, se quiser, nos atropela, mesmo com
nossas dores, feridas e dificuldades. Essa postura de vítima é uma
total desconexão com a realidade.

A ansiedade é dolorida. É sim. Ninguém está dizendo o contrário.


Agora, como tu vais contar a tua história? Se a primeira frase da tua
biografia for “Oi, eu sou fulano (a), sou ansioso (a)”, eu te digo que TÁ
TUDO ERRADO! Ela é um elemento, sim, que dificulta algumas
coisas, mas não é a totalidade do teu ser. Contar a própria narrativa
através das dificuldades é pedir afagos e carinhos. Mas isso não
alimenta ninguém.

Essa dinâmica da vida, mesmo quando dolorida, é o que nos


movimenta. Movimenta-nos a desacomodarmos, não contentar com
pouco. Essa característica de busca intensa que o ser humano tem não
tem fim. Queremos sempre mais! É uma busca sem fim. A pessoa
que tu amas nessa vida nunca vai estar satisfeita com a quantidade do
amor expressado, por exemplo. Ela vai querer sempre mais.

E essa busca infindável, se não direcionarmos ela para as coisas que


realmente nos impulsionam, que nos jogam para cima, pode nos
levar a cometer as maiores atrocidades e injustiças
possíveis. “EU PRECISO DAQUILO”, portanto vou atropelar todo
mundo. Que loucura... Essas coisas precisam ser ordenadas para
ocorrerem bem.

Para perceber isso com maior clareza, para realmente notar que existe
uma ordem natural dos acontecimentos, é preciso aliviar um
pouco a tensão. Para isso eu quero que tu escrevas em um papel os
bons momentos que tu já passaste nessa vida. Aqueles
acontecimentos que te trazem boas sensações. Tranquilidade,
aconchego, acolhimento, paz. Depois, quero que tu leias cada coisa
escrita fecha o olha e imagina ela acontecendo novamente. E isso com
TODOS os elementos possíveis. Se tu fizeres bem esse exercício tu vais
ver que ele não tem fim. Nós queremos sempre mais! Não
ficamos satisfeitos.

E a ansiedade, onde que entra nisso tudo? A ansiedade é total


contrário dessa prática de imaginação, onde lidamos com as

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


possibilidades de coisas bem resolvidas, com a tranquilidade de um
ato bem realizado. Tu lidas com o fantasioso e com o
engano. Experenciando as possibilidades agradáveis podemos
perceber que não há somente desgraça em nosso coração. Habita
também em nosso peito as coisas deliciosas. Destaco uma coisa: nada
de criar coisas impossíveis! Estamos falando de vida real. Seres
humanos, situações possíveis.

Esse é o treino da nossa imaginação. E ela deve ser treinada realmente


para uma compreensão da realidade de maneira mais
aprimorada. Distanciarmos disso faz com a que a nossa experiência
imaginativa seja impossível. A imaginação é o espelho da vida.
Alimentar essa imaginação com bons conteúdos, com boas histórias,
com a própria beleza. Deve ser uma prática diária resgatar a beleza
dessa vida. Se tu só pensas em desgraça tu só vai enxergar a desgraça.

CONTATO CARA A CARA COM A REALIDADE

O filósofo Louis Lavelle, desenvolveu a ideia de que na vida temos


momento de uma grande e elevada significação, tudo parece fazer
sentido, há uma claridade em tudo o que lançamos o olhar. O destino
parece que se abre para aquilo que realmente desejamos. No
entanto, logo depois o universo se fecha, e nós voltamos a ser tristes,
miseráveis e frustrados, só enxergando obstáculos em nossos passos.
Porém, aquele que é sábio, tem consciência dessa variação que
acontece dentro de nós e busca conservar a lembrança desses
bons momentos, percebendo que realmente é essa a trama
da vida humana.

A filosofia moderna sempre debateu a problemática da realidade. O


que é real? O que eu penso e imagino ou aquilo que enxergo e toco?
Isso ainda hoje nos incomoda e algumas vezes é causa de desordem.
Essa imaginação que somos capazes de produzir é somente uma
idealidade ou uma realidade? Não podemos cometer o erro de
achar que aquilo que é momentâneo é a total realidade e o
nosso mundo interior é apenas um sonho ou um
pensamento inverídico.

Aquilo que parece que é o “solo duro da realidade” não tem


consciência e faz parte de um fluxo que é meramente aparente. Não
podemos abandonar aquilo que nós é próprio, íntimo e
verdadeiro para prestar honras à situação exterior. Não
podemos ser covardes e esquecermos do mundo interior para

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


dedicarmos toda a nossa existência a essa realidade externa que é
efêmera, que está toda hora mudando. Afastando-nos de nós
mesmos, jamais encontraremos a centralidade da nossa
consciência e nem mesmo vamos conseguir compreender a
realidade exterior.

E qual o resultado disso? Passamos a ter um medo incomensurável da


realidade externa. Medo de arriscar. Medo de se expor. Preocupação
excessiva com o futuro. Dessa forma, vamos nos tornando
pessoas que colocam os problemas em uma dimensão
maior do que realmente são.

É preciso meditar sobre essas coisas. Precisamos de um olhar mais


cuidadoso para o que passa dentro de nós. Precisamos notar as coisas
que estão alimentando a nossa vida interior. Para essas coisas
acontecerem, é preciso dizer “OK!” para a realidade
externa. Ela existe! Dá de ombros para ela e não dedica TANTA
atenção. Simplesmente aceita o que acontece. Aceitar totalmente o
que nos acontece, sem lamentação, reclamação ou choro. Não
julgue, não meça, não opine sobre a realidade externa.
Simplesmente aceite-a. Você não tem poder de mudá-la. Não te
compete isso. A tua missão agora é voltar a atenção para o teu interior.

O BRASIL É O PAÍS DOS ANSIOSOS

Precisamos mudar a lente desses óculos para ver tudo com mais
clareza. Sem pressão, sem aceleração. Aos poucos. É assim que se
desenvolve uma nova habilidade. Primeiro percebendo e se sentindo
atraído por ela; depois incluindo homeopaticamente ela na tua rotina.
Não precisa acelerar. basta não parar. É uma dinâmica para a
vida toda. Questiona sempre o que passa na tua cabeça.
Questiona esses medos, os pensamentos, as possibilidades criadas.

Nós vivemos rodeados de fatores de risco para a nossa ansiedade nos


dominar, não é mesmo? A cada dia temos uma reviravolta. O Brasil
é o país mais ansioso do mundo! É muita gente! O que tem de
errado conosco? Parece que é algo infiltrado na nossa cultura. Mesmo
podendo ser algo cultural e vivencial, não podemos descuidar de que
a ansiedade também é um problema orgânico. Por isso, vamos
pontuar alguns conceitos.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


A ansiedade tem dois níveis. Um nível normal e um nível anormal.
Em níveis normais, a ansiedade me prepara para algo. Semana que
vem eu vou encontrar o amor da minha vida., por exemplo. Dessa
forma começo a organizar tudo, penso na roupa que vou vestir, no
perfume, nas palavras que vou dizer. Alguns dias antes já estou com
tudo organizado para o encontro. Ao mesmo tempo continuo
cumprindo normalmente minhas outras obrigações, até chegar o dia
do encontro.

Já em um nível anormal, com a notícia de que semana que vem vou


encontrar o amor da minha vida, eu me desorganizo totalmente, passo
a ter dificuldades para dormir, meu nível de medo e estresse vai até as
alturas; diante disso, para evitar esse desgaste todo, eu desmarco o
encontro.

Níveis anormais de ansiedade afetam diretamente na nossa


capacidade de responder às situações que se apresentam
para nós, por isso ocorre a fuga. Nesses momentos há a evitação de
uma ameaça futura.

Quando tu és ameaçado por algo, como por exemplo um animal


peçonhento vindo na tua direção, tu simplesmente ages conforme o
teu primeiro pensamento. Seja sair correndo ou enfrentar o bicho, ou
até mesmo travar e não fazer nada. Portanto, a ansiedade pode
tanto gerar uma paralização quando uma ação imediata.

Estamos falando aqui de um transtorno que é também fisiológico.


Envolve hormônios e neurotransmissores. Regiões específicas do
nosso cérebro, como córtex pré-frontal e amigdala. Esses conteúdos
estão bem descritos em livros e manuais de psiquiatria. São
conhecimentos que qualquer um pode ler e compreender. Para isso,
tu não precisas de mim.

No entanto, aqui estamos trabalhando com as possibilidades de


enfrentamento desses sintomas. Seria irresponsabilidade da
minha parte relativizar a ansiedade ou até mesmo dar
solução fácil para um problema difícil. Aqui vocês não vão
encontrar esse tipo de postura. A proposta aqui é lançar um olhar para
as coisas que estão na nossa frente. Um olhar atento para a realidade
é sim curador. É preciso um equilíbrio para tratar a ansiedade,
compreendendo todas a nuances que a cerca.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


O AMOR NÃO PERMITE O CONTROLE

Somos humanos. A capacidade da nossa alma é inimaginável. Não


sabemos do que somos capazes. Essa nossa espécie tem capacidade
para matar milhões de pessoas. O ser humano matou mais do que
todas as doenças e pandemias juntas. Qual mal tu és capaz de
fazer? Já pensou nisso? Essa maldade ultrapassa a nossa capacidade
de imaginação.

Vamos voltar o nosso olho para um elemento próprio do humano: o


amor. Ele é uma potência que faz parte de uma beleza perfumada que
habita no ser humano. Amor este que não é um sentimento, uma
paixão, ou até mesmo a expressão de um desejo. Não é somente a
relação entre duas pessoas, mas uma realidade que se amplia
para toda a vida. Nós confundimos duas coisas: o enamoramento e
o amor.

Segundo o filósofo espanhol Ortega Y Gasset. o enamoramento é algo


mecânico, ou seja, é algo igual para todos, ele sempre acontece da
mesma forma, automático e irrefletido. É um estado inferior do
espírito. Na própria literatura temos muitas manifestações de
enamoramentos, ou paixões, como as narrativas de suicídio por
apaixonamentos, ou seja, obsessões, degenerações, estados
patológicos. Interesse sexual e carinho não são humor, pois não
pressupões uma entrega um encantamento.

O amor é uma escolha. É uma viagem até o intimo mais íntimo


nosso. Amor é fugir daquela superfície e capturar aquela intimidade
escondida. Amor é algo infrequente, foge da normalidade. Amor é
como um talento, como o de escrever, criar sonetos. O amor é uma
realidade que surge como resposta às qualidades do objeto amado,
não amamos sem razão, sem motivo. Ele é sempre insatisfeito, não
tem final.

Ainda segundo Ortega, além de todas essas características, a mais


marcante do amor é o seu vínculo com a existência, com a
vitalidade, estimulando e fecundando o objeto amado.
Dando ao objeto sempre mais vida, permitindo cada vez mais que esse
objeto exista. É uma reafirmação da vida. Ele tem uma característica
de hibridez, ou seja, nós amamos e passamos a ter partes em nós
mesmos do objeto amado, continuando com a nossa constituição
individual, mas com elementos do outro dentro de nós.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


A primeira história de amor do mundo é a história que aconteceu no
Éden. Lá, Deus criou o mundo, a natureza, um homem e uma mulher.
O que que era essa realidade no Éden? Era tudo completamente
harmonioso. O ser humano se dava totalmente bem com os animais,
tinha alimentos e boa convivência consigo mesmo. Era a integral
harmonia entre o criador e a criatura.

Eram muitas possibilidades: ficar totalmente nu, comer o que queria,


aproveitando dessa harmonia total. Mas havia uma única restrição:
comer da árvore que geraria no ser humano o total conhecimento do
bem e do mal. Eram milhões de possibilidades e somente
uma restrição. Até que entra a tal da serpente em cena. Ela disse
para os ser humano que se ele comesse do fruto da árvore ele poderia
ser igual a Deus. E o ser humano fez o que? Comeu. Deixou-se levar
pela tentação.

Não bastava ele ter tudo ao seu alcance, não importava se tudo fosse
bom, importava para ele ter o CONTROLE de tudo. Por querer muito
esse controle, ele simplesmente pôs tudo a perder e foi expulso desse
lugar onde tudo era perfeito.

Agora pensa comigo: grande parte das vezes nós queremos ter o
controle de todas as coisas. “ah seria tão bom se eu pudesse dominar
e escolher como as coisas vão acontecer? Você tem certeza disso? Será
que seria tão bom assim mesmo? Como seria esse mundo para
chamar de seu?

Pensa em um dia normal, tu acordas e a casa já está toda em ordem.


Um café da manhã super bem balanceado está posto na mesa. A roupa
já está passada e você tem bastante tempo para se organizar. Saindo
de casa e entrando no carro, percebe que não tem nenhum trânsito.
As ruas todas sem buracos e as sinaleiras todas abertas. No trabalho
todas as tuas tarefas estão já bem encaminhadas, basta dar o “ok”
final. Chegando em casa, as pantufas e o roupão já estão preparados
para serem te cobrirem. Termina o dia. QUE CHATICE!

Tudo redondinho. Tudo controlado. Cadê a liberdade? E é a liberdade


que nos faz humanos. A Pessoa é uma realidade sempre
aberta. No mundo do controle total, o outro é sempre um objeto. Ele
é formado pela minha cabeça. Não há lugar para o amor. Com
essa tal controle nosso horizonte de consciência passa a ser limitado
a uma esfera única. Somente a minha cabeça existe. E se eu me
relaciono com os outros ou com as coisas segundo a imagem da minha

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


cabeça, eu simplesmente não amo, pois não aceito a realidade. Não
dá para controlar a realidade, mas dá para estar bem
instalado nela. O amor lança fora todo o medo que obscurece a
nossa vida.

A RIQUEZA DA PRESENÇA DO OUTRO

Vamos agora voltar nosso olhar para o outro. Para o outro que te
acompanha nessa caminhada da vida. Aqueles que pisam o mesmo
chão que tu. Que mesmo que não imaginemos, carrega também essa
ânsia controladora, fruto do desamor. Essa disposição de voltar a
nossa atenção para os que nos cercam, tem tudo a ver com as coisas
que estamos falando aqui. Ainda mais quando centro da nossa
conversa que é a ansiedade.

Em uma oportunidade no meu perfil Instagram eu falei que a


ansiedade é um fenômeno que te atrapalha, mas que também
influencia na vida daqueles que tu compartilha a tua presença. Estar
e conviver com alguém ansioso, alguém que quer controlar
tudo, não é confortável. Sim, uma das metas para vencermos a
ansiedade é realmente sermos pessoas melhores para os outros. A
consideração da importância de estarmos com pessoas que buscam
ser presenças agradáveis torna as convivências mais saudáveis.

Voltando o olhar para o outro, temos que apreciar que ao mesmo


tempo que tu anseias por uma convivência boa, os outros também têm
essa intenção. E essa obrigação de ser causa de paz para os
outros também deve estar em nós. Esse olhar egoísta que
estamos acostumados, que mantém a atenção somente para o que está
no próprio peito, mata uma vida agradável e que renda bons frutos.

Essas pessoas que compartilhamos a nossa vida, seja de maneira mais


estreita ou não, até mesmo quem nos atende em um comércio,
merecem de nós um olhar mais amoroso também. Essa dedicação ao
outro, de maneira íntegra, mata em nós esse egocentrismo. O
propósito de matar esse foco em si mesmo, conserva em nós uma
posição de que o que passa dentro de nós não é sempre o que
mais importa. Tu já ouviste aquelas justificativas de alguém ter sido
grosseiro ou frio com outra pessoa: “ah, é que eu estou cheio de
problemas”, “ah, eu descontei a raiva nele porque eu já estava braba
com meu trabalho”. Tu acreditas mesmo que alguém tem
obrigação de te aguentar assim?

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


Agora, não vamos cair naquele falso dilema altruísmo x egoísmo!
“Se eu ser bom quem mais vai estar ganhando sou eu mesmo”. Ou “se
eu ser bom eu vou ficar me achando o bonzão, então não vou fazer
nada”. Isso chega a ser engraçado. Na verdade, todas as nossas ações
têm esses dois componentes, o do altruísmo e do egoísmo, é como se
fosse um ego-altruísmo.

As nossas ações aqui nesse mundo têm sempre essa dubiedade. Não
somos anjos que temos SEMPRE o nosso olhar voltado
integralmente para o outro. Não podemos cair nesse autoengano. Eu
busco ser alguém agradável porquê de fato isso é bom para os outros,
mas ao mesmo tempo tu vai sair ganhando também, tu vais ser mais
aceito em grupos, as pessoas vão passar a gostar mais da tua presença
e assim por diante.

NÃO PODEMOS SER CABEÇAS DE BAGRE

Tudo isso tem o objetivo de ampliar o nosso horizonte de consciência.


No entanto, não adianta ter um coração magnânimo e ao
mesmo tempo ter uma cabeça de bagre. Ser um bobão. Aquele
que todo mundo engana e passa por cima. Todos queremos ser
inteligentes. Gosto muito dos livros e materiais do falecido professor
Pierluigi Piazzi. São dicas para deixar de ser uma porta de burro, que
com certeza vão alimentar a tua existência. Sem um alimento
cerebral, não conseguimos enxergar o nosso interior com
clareza.

Primeiro, temos que nos dedicar mais naquelas coisas que temos mais
dificuldade. Isso diz muito para quem por algum motivo já desistiu
de algo, de uma faculdade, de um empregou etc. Se esse teu
cenário te cobra muito, excede as tuas capacidades, volta o
teu esforço para isso, a tua dedicação tem que estar ali. Não
abandonar e não desistir. Abandonando ou desistindo nós
acostumamos o nosso cérebro a fugir de situações adversas quando,
na verdade, em situações específicas, o que mais temos que fazer é
enfrentar as dificuldades. Melhorar sempre. Isso é o que destaca
os ótimos dos medianos.

Devemos saber que o aprendizado é aos poucos. Não podemos


desesperar para aprender. Eu mesmo tenho muitos objetivos de
estudo. Muitos livros e referências intermináveis para consultar. Isso
não tem fim. Porém não posso atropelar. É tijolo em cima de tijolo.
Estudo é dia após dia. Sem pressa.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


Estudo não é quantidade, mas qualidade. Não é estudar 10 horas por
dia. 8 horas. Não é a quantidade de estudo, mas sim a
qualidade. É estudar 2 horas como se estivesse estudando 8. É fazer
essas 2 horas renderem o máximo possível, e não aumentar cada vez
mais o tempo. Essa ideia de volume de horas é pura maquiagem para
matação de tempo e baixa performance.

Temos que cultivar o hábito de estudar sozinhos. Pode parecer óbvio


para muitas pessoas, mas nós não aprendemos assistindo
aulas. Nas aulas nos ENTENDEMOS os conteúdos, e não
APRENDEMOS - são coisas distintas. A aula serve para esclarecer
alguns pontos que não conseguimos aprender sozinhos. Estudar é um
ato solitário. Tu, caneta, papel, e livros.

O estudo é um ato ativo, também. Construção de resumos, mapas,


esquemas, são remédios muito importantes para o nosso cérebro, pois
ele estará produzindo mais informação. Isso nos deixa mais
inteligentes. Não adianta só ler os livros ou os artigos, isso
não é estudar. Tem que produzir. Estudar ativamente. Assistir aula
é passivo, ler é passivo. Anotar, riscar, esquematizar é ativo.

ESTUDAR BEM É ESTUDAR COM MÉTODO

Estudo é isso, é método. No entanto, existe um universo que circunda


a dinâmica do estudo. Estudar significa transferir, mudar de lugar. O
conhecimento é transferido do livro para um lugar físico da nossa
mente. O conhecimento é acolhido, assumido, comprometido,
envolvido, modifica o nosso espaço interior.

O primeiro ponto acerca do estudo é o interesse. A nossa geração


tem uma falta de apetite diante da vida, a realidade deixou e nos
interessar. Isso fica evidente nas respostas das perguntas “tudo bem?”
e “como vai a vida?” Há uma indiferença diante da realidade.

Para algo ser estudado, primeiro deve ser escolhido. Temos que
saber escolher. Nós amamos somente aquilo que escolhermos.
Somos amados pois fomos escolhidos por Deus. Não amar
genericamente, como o tal “amor à humanidade”, mas o amor
escolhido, que não é uma armadilha, é amar em particular. Escolher
não deve ser uma atitude adolescente diante das coisas. Escolher é
reconhecimento aquele ponto no qual a vida nos pergunta. É aquilo

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


que se apresenta na realidade, como verdadeiro - isso é o fundamento
do amor e do estudo.

Não abandonar nunca as coisas que nos chamam a atenção, que


incomodam, que irritam. Não inventar desculpas para não enfrentar
essas coisas que a vida nos oferece. Dessa forma o nosso horizonte fica
alargado, fazendo com que aquilo que antes não interessava passe a
interessar. As coisas todas costumam ser ligadas por mil laços. A
perseverança é uma palavra importante neste processo. O
empenho em fazer aquilo que nos dispomos não será “gostoso”, dará
trabalho.

TOMANDO CONSCIÊNCIA DO NOSSO CENTRO AGENTE

Essas ocupações que a vida nos cobra, o estudo e o trabalho, não são
realidades “soltas”. Há sempre articulações com outros elementos da
nossa existência. Um desses elementos são realmente os momentos
em que “não fazemos nada”. Devemos valorizar esses períodos.
Estamos mergulhados em muitas demandas da vida, várias
exigências, nosso olhar não sabe para onde se voltar. Por isso temos
que fortalecer os recursos interiores para atender os
recursos exteriores que nos cercam. Devemos nos respeitar um
pouco mais, tomar posse de nós mesmos.

Parar um pouco e acessar os nossos atos, gostos, aptidões, amores e


desejos.Isso fortalece a nossa existência, pois voltamos a atenção para
o nosso centro agente. Há uma ordem nesse ato de ordenar a
atenção, que é: primeiro nós imaginamos a nossa melhor versão,
depois passamos a desejar essa realidade, posteriormente
conservamos um ímpeto para alcançar esse algo, e esse ímpeto resulta
na motivação. Isso naturalmente nos motiva, pois nutre o nosso
interior e desenvolve um otimismo diante das possibilidades.

Esse tipo de prática, nos chama a contar a nossa história para nós
mesmos, ou para Deus se você quiser chamar assim. Precisamos
desenvolver uma rotina de contar a própria história diante de um
observador onisciente, dizendo a verdade de tudo o que fazemos,
assumir a nós mesmos, iluminando as partes escuras do nosso
caráter. Chegando no final de dia com algumas conclusões diante de
nós mesmos. Esse é o processo de polimento desse diamante
que é a vida.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


Algumas pessoas podem chamar isso aqui de oração, e pode ser
mesmo, é um bom nome para essa prática. Parar diante de si, se
observar e confessar a própria história diante de um observador que
sabe tudo. Isso gera uma energia para realizar as coisas mais
cotidianas. Isso é uma prática de 15 ou 20 minutos.

Nesse breve tempo tu vai esquecer desse mundo exterior, que já


comentamos aqui que costuma nos atropelar. Isso vai gerar uma
calma e uma clareza no final de cada dia. Reserva um momento
específico do dia para essa prática.

ATENÇÃO PLENA GERA UM VIDA PLENA

Tu te lembra qual foi ultima vez que tu realizou um atividade com


bastante foco? Os cardiologistas dizem que uma forma de melhorar a
nossa capacidade cardíaca é o treino de alta intensidade. Aumentando
intensidade, naturalmente os treinos mais suaves ficam mais fáceis
gradativamente.

A relação é a mesma para o trabalho ou para o estudo. Se quisermos


trabalhar mais ou estudar mais, é necessário termos
momentos de pico de foco. Quanto maior o foco, menos energia
vai ser gasta e menor vai ser o esforço. Nesses picos de atenção nós
não precisamos de muito esforço, pois a nossa atenção está
totalmente direcionada para um único objetivo. Ficamos na mesma
tarefa sem quaisquer distrações. E o tempo voa quando isso acontece.
Momentos em que a criatividade e a capacidade de fazer sínteses estão
em seu nível máximo. É possível provocar isso
voluntariamente.

Existe um estado de atenção, que se chama modo límbico, que carrega


todas as nossas distrações, onde está ativado nosso estado de alerta.
É o estado que nos aponta todas as distrações do ambiente.
Se houver a preponderância da ação de uma região específica do
cérebro, ao começar um trabalho ou um estudo, vários pensamentos
aleatórios vão começar a vir na cabeça, problemas pessoais e as
distrações do ambiente. Nesse momento, passamos inclusive a ficar
reclamando do que estamos fazendo, pois dificilmente há uma
evolução satisfatória. Este é o estado de alerta do nosso cérebro. Aqui
não atingimos níveis de foco satisfatórios.

Outro estado é o da atenção plena, onde voltamos o nosso foco para o


momento presente. Para de fato aquilo que estamos propostos a fazer.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


A atenção fica em somente uma coisa. Podemos fazer uma relação
com um líquido e vasos de cerâmica. O modo límbico é a distribuição
desse líquido em vários vasos. Enquanto o modo atenção plena é o
líquido em somente um vaso.

Quando pegamos uma atividade chata para fazer, que dá muito


trabalho, a tendência é começar ela sem qualquer motivação.
Passamos inclusive a remoer e reclamar daquilo. Os pensamentos
negativos nos ocupam rapidamente. A virada de chave está
mesmo na postura de que aquela atividade difícil é uma
oportunidade ímpar para realmente praticar algo não antes
realizado. Só o fato de usar a palavra PRATICAR nos tira do estado
de alerta que falamos. É a ação de trocar as ameaças por
oportunidades.

No modo da atenção plena, as distrações ainda ocorrem, mas elas não


estão em nosso radar de atenção. Não nos trazem mais confusão.
Para chegar nesse modo de atenção, é preciso um exercício
de meditação para estabilizar o nosso corpo. Naturalmente
vários impulsos vão vir em nossa mente. Impulso de se mexer, de
fazer algo, uma certa tensão. Se não reagirmos os impulsos vão
embora, também naturalmente. Se conseguirmos aguentar e
suportar esses impulsos que vêm e vão, já estamos no modo
de atenção plena.

Outra forma de entrar nesse modo de atenção é através da respiração.


Ela sempre está mudando de estado. Temos que perceber ela inflando
e murchando nossos pulmões, o peito indo para frente e para trás. Se
vier a distração, espera que ela vá embora e foca de novo na
respiração. Organicamente essa prática é extremamente positiva, pois
influencia inclusive nos nossos batimentos cardíacos. Isso traz uma
calma absurda e traz uma grande segurança sobre si mesmo. Isso
sim são realidades que podemos controlar.

Esse tipo de prática beneficia muito aqueles que têm


ansiedade. Inclusive quem sofre de déficit de atenção. Depois de um
trabalho intenso, 15 a 20 minutos desse tipo de exercícios são
suficientes para retornar ao estado de atenção plena.
Depois de atingido o estado de atenção plena temos que aceitar os
desafios que se apresentam em nossa frente.

Para essas coisas ocorrerem como devem ser, é necessário determinar


um momento do dia em específico. Aquele em que tu vais render

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


como nunca. Será a “hora de ouro” do teu dia. É fundamental
reservar uns minutos para chegar na atenção plena, antes de se
dedicar propriamente para atividade pretendida. Fazendo esse tipo de
coisa, a tua atenção vai melhorar pelo resto do dia também.

É POSSIVEL SERMOS AMIGOS DO TRAVESSEIRO

Falar de ansiedade e não falar do sono é impossível. Quanta gente tem


dificuldade para dormir. É algo muito recorrente. Mas insônia não
é doença, presta atenção nisso: é um jeito que a ansiedade
tem de avisar o organismo que algo não está certo. Sabemos
que todo dia somos atormentados pelo estresse. Esse estresse é
somado a muitas práticas negativas que cultivamos e que não
percebemos que atrapalham muito o nosso sono.

Para muitas pessoas, o momento mais acelerado do dia é realmente


quando deitamos. Muitos pensamento começam a vir na
cabeça, realidades não vividas, planejamento do futuro. E
quando olhamos no relógio já são 4 horas da manhã e não pegamos
no sono ainda. E quando mais tentamos dormir, menos dormimos.

Para iniciarmos a vencer a insônia temos que fazer uma dieta das
telas. Afastar do celular, afastar da televisão. Principalmente ficar
longe das redes sociais. As redes sociais despertam um olhar para a
realidade um tanto distorcido, alimentamos nosso olhar com aquilo
que não temos. Elencar um momento específico para consumir
conteúdo das redes sociais.

Outra dieta é que temos que fazer para dormir bem é a dieta dos
sons. A insônia ocorre, muitas vezes, pelo excesso de informação que
habita nossos sentidos. E não costumamos dar atenção para o que
chega aos nossos ouvidos. Já percebeu o quanto as músicas que tu
escutas podem influenciar na tua aceleração noturna? Não somente
as músicas, mas o barulho da área urbana da cidade, buzinas, carros,
etc. Isso nos sobrecarrega de uma forma brutal.

Outra ferramenta é a prática espiritual. Não vamos falar de


religião. Mas temos que cultivar um contato com o transcendente da
vida. Isso leva para a profundidade do nosso ser. A meditação pode
ser uma aliada nesse processo. Existem muitos aplicativos que podem
auxiliar nisso.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


O cultivo de relações saudáveis também é um elemento que pode ser
fundamental para vencermos a insônia. Relações onde ocorre olho no
olho, onde se cultiva o hábito do sorriso. Esse contato com o
humano alimenta o nosso ser com uma riqueza
fundamental. Tendo essas imagens humanizadas em nossa mente,
deitar no travesseiro à noite pode deixar de ser um problema.

O SER HUMANO NASCER PARA O TRABALHO

Falamos da realidade do estudo, agora vamos voltar a nossa atenção


para o trabalho. Há muitos desconhecimentos sobre isso. É algo que
costuma ocupar 1/3 da nossa vida e que é motivo de muitas confusões.
Muitos enxergam o trabalho somente como parte de uma estrutura
que existe para sustentar a roda do capitalismo, como algo totalmente
opressivo. A forma com que trabalhamos e encaramos o
trabalho diz muito sobre nós.

Se, por exemplo, somos alguém que deixa as coisas para amanhã, no
trabalho essa prática será recorrente também. Para o ansioso isso
é matador. Outro ponto presente nos ambientes de trabalho é a
reclamação, o que já se tornou algo normalizado em várias relações.
Parece que é obrigatório murmurar, ter impressões negativas sobre as
coisas. Quem que quer conviver com uma pessoa reclamona?
Absolutamente ninguém.

Levantamos tantos projetos nessa vida, alguns ficam na metade,


outros não saem do papel, poucos costumam ser finalizados. Para ser
um bom trabalhador, é fundamental terminar pelo menos um projeto,
assim não nos acostumaremos a ser essas metades que muitos estão
acostumados. Isso gera um senso de utilidade absurdo.

Ao mesmo tempo que nos ocupamos, temos também momentos de


tempo livre. E o que fazemos nos tempos livres diz muito
sobre nós. Se passamos os tempos livres jogando jogo da cobrinha,
assistindo séries de forma descontrolada, ou o que seja, isso diz que o
comprometimento da nossa está resumido a esse tipo de hábito.
Ninguém deve querer isso para si mesmo.

Existe um provérbio latino que diz age quod agis, ou seja, esteja
presente naquilo que fazes. Estar integralmente presente ao dar
atenção para um cliente, ao atender um paciente, torna as relações
mais positivas. Quando alguém na relação não está presente isso é
facilmente notado, e é chato demais! Ninguém quer conviver com
alguém assim.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


O nosso propósito deve ser sempre tornar mais tranquilo e
fácil o caminho para os outros. Entregar o relatório com mais
capricho vai poupar o teu chefe de precisar corrigir e vai facilitar uma
análise de custos. Essa deve ser a nossa intenção, sempre. Essas
bondades que fazemos sempre retornam.

ESCREVENDO A NOSSA VIDA EM UM PAPEL

Como falamos algumas vezes aqui, um dos erros mais comum que
cometemos é não perceber a realidade a nossa volta, o nosso
microcosmo. As vezes queremos opinar sobre o macrocosmo, sobre
as realidades externas e mega interessantes, como política, grandes
histórias etc. No entanto, não podemos desprezar o que está
próximo e o que está dentro de nós.

O drama humano, a complexidade da existência humana, está em


todas as situações. O desconhecido e o interessante está na nossa
frente. Talvez não damos atenção para essas coisas por uma
insegurança e uma incerteza quanto ao valor de nossos pensamentos.
Não fomos preparados pela escola e pela família para lançar
um olhar para o que está próximo de nós. Fomos preparados
para a vida pública e não para o diálogo interior. Por isso estamos
sempre duvidando de nossas capacidades e de nossos pensamentos.

Desenvolvemos, então, um complexo de inferioridade, que começa na


desatenção sobre tudo o que passa no nosso interior. Não sabemos se
o que tem dentro de nós é relevante ou não. Um remédio para isso é
representar graficamente a riqueza que carregamos. Aqui eu quero
dar uma sugestão para vocês: escrevam um diário! Ele revela a
forma como o nosso eu se relaciona com todos os elementos da vida.
No Brasil o diário não é comum. Portanto o brasileiro não tem o
costume da dar atenção para as coisas que passam no seu próprio
interior. Temos que mudar esse estado.

O diário tem que ser algo que só você lê, pois é um exercício de
autoconhecimento, é um retrato das aventuras interiores. Ele
desperta a autoconfiança que deve morar em nós. Isso deve ser
feito sem julgar a si mesmo, seu pudor, sem censura. É como
uma prática de higiene mental. Pensamentos, desejos, preocupações,
dúvidas, tudo cabe no diário.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir


É uma ferramenta para refletir sobre as angústias da vida, as
dificuldades nas relações com os outros, os conflitos consigo mesmo.
Ajuda também na dificuldade de se expressar oralmente.

O registro das intimidades causa uma libertação incrível


pois descobrimos as linhas frágeis da própria vida, os erros
e os acertos. É uma oportunidade para ter grande insights. Um
ponto importante é que não precisa só fixar no presente, pode
também ser registrado as lembranças que carregamos. Até mesmo o
passado dos nossos familiares, as histórias dos avôs e das avós. É
narrar cada dia como se fosse o último.
Depois de algum tempo, reler o que já foi escrito é muito
enriquecedor, pois percebemos ali onde que mudamos, onde o nosso
amadurecimento aconteceu.

A maior vitória que podemos ter é nos olharmos no espelho


e saber quem está sendo refletido ali.

Thomaz Szechir Dias - @thomazszechir

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