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Não pretendo passar a mensagem que quanto mais adversidade melhor, nem
sou apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não, o sofrimento
incapacitante não é benéfico. Ainda assim, não invalida que pensamos nele
como uma realidade que acontece na vida de cada um de nós, certamente em
número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa. Quando acontece,
aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais sofrimento.
Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruturarmos e seguirmos em
frente.
Conforme Havelock Ellis escreveu: “A dor e a morte são parte da vida. Rejeitá-
las é rejeitar a própria vida. ”
Como já foi referido, a adversidade faz parte da vida. Uma vez que nos aconteça
algum infortúnio, não o aceitar ou resistir-lhe só vai fazer com que persista. Não
quero dizer com isto, que sejamos passivos ou complacentes com a adversidade
e que ao aceitá-la nada façamos para minimizar ou recuperar dela. Não é nada
disso, o que quero dizer é que aceitar é um caminho para se desprender e
reestruturar-se. É uma forma viável de procurar caminhos alternativos e seguir
em frente.
Atenção, não estou dizendo que nós devemos nos movimentar na vida sempre
em alerta, a ver onde está o perigo ou com o sentimento de que estamos na
eminência de nos acontecer algo de ruim. Não, isso não é benéfico, pelo
contrário, pode ser contraproducente. Mas tal como um médico, enfermeiro,
bombeiro, ou paramédico, ou você mesmo se prepara com um curso de
primeiros socorros para agir em consonância quando for necessário salvar uma
vida em aflição eminente, assim deveremos também fazer nós.
A preparação para reagir, para agir e saber como atuar em situações difíceis, é
como um Kit de Primeiros Socorros para quando o “azar” nos bater à porta. Se
tivermos e soubermos usar, certamente evitaremos danos maiores.
Outro recurso valioso é a autoconfiança. A Confiança que tudo vai dar certo, a
esperança que sempre há uma luz no fim do túnel, e esperança que “este
infortúnio também passará. ” Tudo na vida tem o seu lugar e propósito, cabe-nos
a nós fazer essa gestão.
O fato de saber que um amigo está lá quando você precisa dele, pode ser muito
reconfortante. Se a sua condição perante a adversidade não for ultrapassada,
poderá gerar problemas psicológicos como a depressão ou ansiedade.
4. Aquilo que não mata nem sempre faz você mais forte
Há muitas histórias e biografias em livros, séries e até mesmo na família que são
inspiradoras, de pessoas que superaram obstáculos aparentemente
intransponíveis. Eles triunfaram sobre as suas adversidades para viver uma vida
produtiva e bem-sucedida, em vez de se renderem a elas.
Não quero com isto dizer que ao ver, ler ou assistir aos feitos dos outros os seus
problemas ficam resolvidos, ou que isso diminuirá a dor ou o sentimento que
tem. Provavelmente não, e essa não é a minha intenção.
Helen Keller: Perdeu a visão e a audição devido a uma febre misteriosa quando
tinha apenas 18 meses de idade. Ela superou a surdez e a cegueira, tornou-se
numa mulher forte e com formação e promoveu os direitos das mulheres.
J.K. Rowling: Nasceu numa família pobre, saiu de um péssimo casamento com
um bebê e a viver da ajuda do governo, escreveu o seu primeiro livro de Harry
Potter e foi rejeitado pela maioria dos editores até Bloomsbury Publishing
acreditar no seu valor. Preciso dizer mais?
A determinação, superação e persistência permitiu que todas estas grandes
pessoas ultrapassassem as suas adversidades e fossem bem-sucedidos. Se
eles conseguiram fazer isso, certamente o resto de nós pode invocar a força e a
coragem para pelo menos tentar superar as nossas adversidades!
Em síntese: