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IES – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

JÉSSICA ANTONIOLI MORARI

ABA COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA ALUNOS


AUTISTAS

ARAÇATUBA - SP
2023
2

JÉSSICA ANTONIOLI MORARI

ABA COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA ALUNOS


AUTISTAS

Monografia apresentada à Instituição de ensino superior


como requisito parcial para obtenção título de
Especialista do Programa de Pós-graduação em Análise
do Comportamento Aplicada (ABA) ao Autismo

Orientadora: Profª Karen Karolina Pereira Kuhn

ARAÇATUBA - SP
2023
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Catalogação na publicação
Serviço de Documentação Universitária

JÉSSICA ANTONIOLI MORARI. ABA Como Proposta de


Intervenção para Alunos Autistas / JÉSSICA ANTONIOLI
MORARI – Araçatuba – SP, 2022. 40 p.; 30 cm

Monografia – Instituição de ensino superior, Curso de Pós-graduação


em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao Autismo

Orientador: Profª Karen Karolina Pereira Kuhn

1. aprendizagem significativa.2. diversidade.3. curriculo.


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FOLHA DE APROVAÇÃO

ABA COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA ALUNOS


AUTISTAS

Monografia apresentada à Instituição de ensino superior


como requisito parcial para obtenção título de
Especialista do Programa de Pós-graduação em Análise
do Comportamento Aplicada (ABA) ao Autismo

Aprovada em: ___/___/2023

Examinadores:

___________________________________________
Prof. Coordenador

___________________________________________
Prof. Orientador

___________________________________________
Prof. Co-Orientador
5

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus,
pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ
destino, mеυ guia, socorro presente nа hora de
angústia.
6

AGRADECIMENTOS

A minha família, por nunca terem medido


esforços para me proporcionar um ensino de
qualidade durante todo o meu período escolar.
Ao meu orientador, que conduziu o trabalho
com paciência e dedicação, sempre disponível
a compartilhar todo o seu vasto conhecimento.
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EPÍGRAFE

A verdadeira deficiência é aquela que prende o


ser humano por dentro e não por fora, pois até
os incapacitados de andar podem ser livres
para voar.

Thaís Moraes
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RESUMO

JÉSSICA ANTONIOLI MORARI. ABA COMO PROPOSTA DE


INTERVENÇÃO PARA ALUNOS AUTISTAS, 2023, 40 f. Monografia –
Educação– IES– Pós-graduação em Análise do Comportamento Aplicada
(ABA) ao Autismo- Instituição de ensino superior –, 2023.

Esse artigo consiste em uma revisão sistemática de estudos de obras,


envolvendo a inclusão e as estratégias pedagógicas na escola e entender
como funciona da ABA em benefício aos alunos que possuem o Transtorno do
Espectro do Autismo (TEA). Deste modo, a organização neste trabalho aborda
um breve histórico sobre a ciência ABA, seus benefícios, definição do autismo
e suas variações, veremos também os direitos que tem estes alunos em
estudar e o dever de uma inclusão de qualidade, garantido por lei de acordo
com a Constituição de 1988 onde relata o direito a educação para todos. O
referencial teórico está embasado em Balisário Filho e Cunha (2010); Facion
(2005; 2008); Giacomini, Sartoretto e Bersch (2010); Gomes (2007); Mantoan
(2004); Manzini e Deliberato (2006 e 2010), entre outros que defende a
importância da formação docente para o uso eficaz de recursos e estratégias
adequadas e acessíveis ao aluno autista.

Palavras-chave: Inclusão. Autismo. Estratégias de ensino.


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ABSTRACT

JESSICA ANTONIOLI MORARI. ABA AS A PROPOSAL FOR INTERVENTION


FOR AUTIST STUDENTS, 2023, 40 f. Monograph – Education – IES –
Graduate in Applied Behavior Analysis (ABA) to Autism – Higher Education
Institution –, 2023.

This article consists of a systematic review of works studies, involving inclusion


and pedagogical strategies in school and understanding how ABA works to
benefit students who have Autism Spectrum Disorder (ASD). In this way, the
organization in this work approaches a brief history about the ABA method, its
benefits, definition of autism and its variations, we will also see the rights that
these students have in studying and the duty of a quality inclusion, guaranteed
by law in accordance with the 1988 Constitution where it reports the right to
education for all. The theoretical framework is based on Balisário Filho e Cunha
(2010); Facion (2005; 2008); Giacomini, Sartoretto and Bersch (2010); Gomes
(2007); Mantoan (2004); Manzini and Deliberato (2006 and 2010), among
others, who defend the importance of teacher training for the effective use of
resources and strategies that are adequate and accessible to the autistic
student.

Keywords: Inclusion. Autism. Teaching strategi


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INTRODUÇÃO

Na presente pesquisa foi analisado a prática do docente com crianças


que estão no processo de alfabetização, possuindo o laudo de Transtorno do
Espectro Autista (TEA), sendo ele um transtorno do desenvolvimento que se
manifesta durante os três primeiros anos, veremos também que a Análise
Aplicada do Comportamento (ou o termo ABA) nada mais é do que uma linha
de atuação dentro da abordagem comportamental, na qual aplicamos seus
conceitos teóricos e filosóficos às necessidades e os problemas da sociedade.
O trabalho teve como objetivo investigar acerca de crianças com TEA,
pois nos últimos anos vem ocorrendo um aumento significativo em pesquisas
científicas sobre o assunto e por meio deste foi possível levantar elementos
acerca do transtorno, em especial na fase de alfabetização, e a importância da
Análise do Comportamento aplicada ao Autismo.
Diante de todas as informações contidas nesse estudo pode-se entender
a importância que tem o educador sempre que intervir na vida da criança,
gerando em sala de aula estratégias pedagógicas para melhorar assim o
aprendizado do educando.
Foi averiguado que é de suma importância as socio interações entre a
escola, família e professor ou qualquer outro profissional que trabalhe junto ao
aluno com autismo possam conhecer a síndrome e suas características. Para o
professor ter um bom conhecimento da síndrome Transtorno do Espectro Autista
é essencial pois, irá auxilia- ló no planejamento de aulas a serem praticadas
favorecendo suas habilidades sociais no contexto escolar.
Justifica -se este tema, pela necessidade de uma transmissão de
conhecimento e informações a respeito do autismo e suas particularidades, a fim
de auxiliar o educador em suas relações com os alunos e verificar possibilidades
para uma ação mais adequada, possibilitando esclarecer todas as dimensões
que a ABA precisa preservar, vale agora destacar que o analista do
comportamento, ao intervir e fazer ciência Aplicada com Autismo deve procurar
ser fiel à definição de comportamento em toda sua complexidade.
Ainda foi identificado as dificuldades encontradas pelos educadores em
se relacionar com a criança autista. ainda que os processos das aulas não
respondem à diversidade do aluno, isto é, atividades de cópias mecânicas
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ainda frequentes e também diversas inquietações quanto à postura docente,


pois muitos professores queixam-se da falta de uma formação adequada para
trabalhar com estes alunos, bem como, enfrentam dificuldades para superar os
desafios que se apresentam no cotidiano.
Diante destas inquietações busca-se compreender: Qual a interação do
professor-aluno e aluno-aluno através da ABA? Quais dificuldades são
encontradas pelos professores? Assim tendo por finalidade uma análise na
qual possa identificar a prática pedagógica do docente. Verifica-se com a
problemática abordada que ao trabalhar a Análise Aplicada do Comportamento
-ABA em crianças autistas, é necessário envolver o ensino intensivo e
individualizado das habilidades necessárias para que a criança autista possa
adquirir independência e melhor qualidade de vida.
Esse contexto é substancial para o enriquecimento desse processo,
considerando que a relação professor e aluno deve ser aperfeiçoada a cada
dia, de modo que se desenvolva a criticidade do educando, possibilitando
assim a sua plena participação na sociedade.
Com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN), Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, a modalidade de educação
especial escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, garante aos alunos um ensino pleno e
significativo, de modo que o docente faça a intervenção para que essa
construção do conhecimento seja estabelecida para todos.
O embasamento teórico para a realização desta pesquisa foram os
estudos e os pressupostos teóricos de alguns autores como; Balisário Filho e
Cunha (2010); Facion (2005; 2008); Giacomini, Sartoretto e Bersch (2010);
Gomes (2007); Mantoan (2004); Manzini e Deliberato (2006 e 2010); Ropoli;
Mantoan; Santos e Machado (2010);Sacks (1997);Sassaki (1997); Werneck
(2007). Bardin (2011), autores que defende inclusão de pessoas com transtorno
do espectro autista no ensino público.
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CAPITULO I UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE O ABA

Uma das principais ferramentas para desenvolver uma pessoa no


Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é a Análise do Comportamento
Aplicada (Applied Behavior Analysis – ABA). De crianças à adultos, a terapia
ABA contribui para melhorar comportamentos socialmente importantes e,
assim, permitir àquele que está no espectro ter suas habilidades aperfeiçoadas,
bem como manejar suas limitações, contribuindo com seu desenvolvimento e
independência.
Existente há mais de 50 anos, a ABA é um tratamento baseado em
evidências científicas que atestam sua eficácia. Consiste em um conjunto de
procedimentos e intervenções destinados a aumentar comportamentos
positivos, ensinar novas habilidades, que possibilitem à criança se integrar em
novos ambientes e reduzir comportamentos prejudiciais a ela, como por
exemplo a autoagressão.
Suas técnicas possibilitam ampliar a capacidade cognitiva, motora, de
linguagem e de integração social, procurando reduzir por meio de práticas de
repetição e reforço os comportamentos negativos que possam causar danos ou
interferir no processo de aprendizagem podendo auxiliar no aperfeiçoamento
de habilidades básicas, como olhar, ouvir e imitar, ou complexas, como ler,
conversar e interagir com o outro.
Segundo o Manual Autism Speaks (2011), a Análise do Comportamento
é a ciência que favorece o conhecimento cientificamente fundamentado nas
causas e porquês o comportamento acontece.

Segundo o Manual “quando esta pesquisa é utilizada para melhorar o


comportamento socialmente significativo, considera-se que é
aplicada” (p. 34). Camargo e Rispoli (2013) abordam que a ABA
também pode ser “definida como uma tecnologia que é aplicada em
situações de vida reais, onde comportamentos apropriados e
inapropriados podem ser melhorados, aumentados ou diminuídos”
(RISPOLI, 2013, p.642).

No entanto Haydu (2009), relata que o comportamento pode ser


determinado como uma técnica de atuação entre o indivíduo e o ambiente,
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fazendo que os autistas e os eventos ambientais interagem entre si, unindo um


ao outro, produzindo mudanças em ambos.
Para averiguar se o Análise Comportamental Aplicada (ABA) está sendo
benéfico para o aluno, é indispensável realizar observações e exames
consecutivos. O especialista responsável deve fazer registros precisos e
detalhados, a partir então coletar dados e identificar se está acontecendo há
evolução das habilidades almejadas. Todavia, a ciências ABA deve ser
utilizada por profissionais na área de análise comportamental com ou sem
experiência na prática da ABA para alunos com TEA.
Terapeutas ocupacionais, Fonoaudiólogos, Professores, Educadores
físicos, são exemplos de profissionais que atuam em equipes multidisciplinares
ligadas ao TEA que podem se beneficiar de um treinamento ABA e se tornar
um aplicador da terapia.
Uma das características mais positivas da ABA é que ela não requer o
uso de equipamentos ou ferramentas caras, o que possibilita ser trabalhada
não apenas por profissionais. Ela pode ser praticada em casa, com suporte dos
pais e familiares, na escola, complementando as atividades desenvolvidas por
analistas comportamentais (que são mais técnicas).
Observaremos algumas medidas simples que podem ser aplicadas
informalmente por aqueles que convivem com quem está no espectro, de
maneira a reforçar o que é aprendido no ambiente “profissional”, com
especialistas.
Existe alguns métodos que será citado abaixo como;
Como os meios de comunicação, que pode ser usado como livros ou
internet, os alunos aprendem com trocas de figura para itens ou atividade que
geralmente querem.
Integrar todas os membros da família que convivam com o autista na
terapia ABA reforçará as atitudes que vêm sendo desenvolvidas. Notamos que
através do lúdico os alunos aprendem a escolher entre duas ou mais figuras,
conseguindo pegar sua figura que mais interessa.
Estrutura de sentença: usando computadores ou alfabeto móvel os
alunos aprendem a construir frases simples em tiras, usando o ícone “Eu
quero”.
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Usando rádio com música ou textos simples os alunos aprendem a


manusear o sistema para responder à pergunta “O que você quer”.
Instigando aos alunos com atividades lúdicas os mesmos aprendem a
comentar as perguntas realizadas pelo programa.
O reforço, dentro do contexto “ABA”, é uma das fermentas mais
importantes dessa linha de tratamento. Portanto, é preciso valorizar o esforço
da criança que tem praticado o reforço positivo. Um exemplo é quando a
criança está trabalhando em seu processo “ABA” o ato de “pedir permissão”
para fazer algo, como pegar um brinquedo.
Existe diferentes possibilidade de entender o que é observado como um
processo comportamental através de contínuas interações tendo a
possibilidade de ocorrer mudanças (Windholz, 2002).
De acordo com Windholz (1995), existe um elo entre terapeuta e aluno,
pois, para analisar o comportamento o profissional tem que atuar como
educador, uma vez que o tratamento norteia metodologias amplas e
organizadas de ensino-aprendizagem ou reaprendizagem.
Já Meyer (2003), menciona que um dos métodos primordiais da ciência
ABA é que o comportamento é definido por qualquer atitude que pode ser
percebida e descrita como sendo frequente e duradoura.
De acordo com os autores acima, o comportamento do autista pode ser
explicado pela observação do que antecedeu e das possíveis consequências
de seus atos, pois é o reconhecimento das relações entre o ambiente em que
vive e as ações da sua estrutura física(corpo), pois está ciência tem aplicação
dinâmica e mostra tendência ao descobrimento de novos princípios
comportamentais, o que contribui de forma efetiva para o desenvolvimento de
estudos.
Segundo Anderson (2007), a ciência ABA.

É o uso cientifico dos princípios da abordagem comportamental para


desenvolver, manter e aumentar comportamentos desejados e
diminuir comportamentos indesejados. Envolvendo uma serie de
diferentes estratégias, que podem ser utilizadas em variadas
situações para modificar ou ensinar novos comportamentos
(ANDERSON,2007, p.10).
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Ao fazer uso da ABA se consegue obter uma função exclusiva, ou seja,


a de servir para conseguir algo que se espera. É notório, que todo
comportamento de que é treinado, se torna tanto “bom” como “mal”, mas não
significa que foi ensinado a termos um comportamento ruim, porém,
aprendemos que eles são eficientes para conseguirmos o que queremos de
uma forma ou de outra.
De acordo como o tema, podemos entender que ao trabalhar com a
Análise do Comportamento Aplicada (ABA) podemos propositadamente ensinar
a criança a ter comportamentos positivos.
Já no Behaviorismo aplica-se na análise objetiva do comportamento
observável e direcionado em que o comportamento é um processo
inconsciente.
Por esta razão, aconteceram muitas mudanças de comportamentos, nas
técnicas para aplicar a ABA, onde poderemos trabalhar de diferentes formas
como poderemos ver abaixo:
1. Trabalhar reconhecendo os comportamentos onde a criança
apresenta dificuldades ou até incapacidade que pode prejudicar sua vida e seu
desenvolvimento.
2. Diminuir as birras de uma forma que não se repita frequentemente e
de maneira agressiva, repetitivas facilitando o convívio social e aprendizagem
dos autistas.
3. Possibilitar a evolução das habilidades sociais, comunicativa, social,
cognitivas e escolar.
4. Impulsionar um comportamento socialmente favorável.
No entanto essa intervenção é baseada em observações do
comportamento do autista, analisando sua função cognitiva determinante,
visando eliminar os comportamentos socialmente prejudicial a sua vida social.
Segundo Nunes (2008, p.4):

As crianças com autismo, regra geral, apresentam dificuldades em


aprender a utilizar corretamente as palavras, mas se obtiverem um
programa intenso de aulas haverá mudanças positivas nas
habilidades de linguagem, motoras, interação social e aprendizagem
é um trabalho árduo precisa muita dedicação e paciência da família e
também dos professores. É vital que pessoas afetadas pelo autismo
tenham acesso à informação confiável sobre os métodos
educacionais que possam resolver suas necessidades individuais.
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Outro motivo que podemos mencionar como causador das soluções


positivas da terapia ABA, fundamenta-se nas metodologias de intervenção, que
são embasadas por fundamentos científicos acumuladas no dia a dia do
indivíduo e usados como equivalentes vantagens para realizar o sucesso na
terapia do autista.
Entendemos através da ABA que o comportamento é persuadido por
suas consequências, por isso podemos manipulá-los para entendermos
melhor, e ver como esses resultados se dá, podendo assim modificar os
comportamentos das pessoas, programando-os para aderir à está mudanças
obtendo o resultado esperado, por isso, entendemos que para que possamos
compreender um comportamento “problema”, o primeiro passo é diferenciar
suas causas.
Caso não conseguirmos entender o porquê uma criança deve realizar
um comportamento adequado e tendo um propósito, teremos dificuldade de
entender como devemos ensiná-las.
No entanto os pais, terapeutas e educadores tem o costume de imaginar
ou achar um motivo para as causas do bom ou mau comportamento e isso
causa o insucesso da intervenção da ABA.
Segundo Ramos (2011): Crianças utilizando PECS podem aprender a se
comunicar primeiro com figuras isoladas, mais tarde, porém, aprendem a
combinar imagens para assimilar diversas estruturas gramaticais, relações
semânticas e funções comunicativas (p.37).
A aprendizagem sem erro proposta pela terapia ABA envolve o alerta
precoce e imediato do alvo, de modo que a resposta do aluno esteja correta.
Essas instruções imediatas garantem o sucesso.
Uma vez que o aluno esteja familiarizado com o comportamento-alvo, a
solicitação é sistematicamente diminuída até que ele seja capaz de responder
corretamente por conta própria.
Algumas das finalidades da avaliação são: Com a ABA uma vez
identificado o problema conseguimos entender as possibilidades de
intervenção serem usadas, com isso pontuamos as fragilidades, e com suporte
nessas informações, conseguimos planejar como usar esta ciência traçando
pequenos objetivos a curto prazo, como mostra abaixo:
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1. Compreender a linguagem, como se comunicar, se consegue ter a


presença ou não de linguagem funcional, se tem contato visual, consegue
atende as ordens simples;
2.Como é seu convívio social: é agressiva, brinca sozinho ou tem
amigos, apresenta birras, como reage no convívio com diferentes pessoas;
3 Como se comporta no dia a dia;
5. Com que frequência acontece os problemas ou não ocorrem?
6.Quais as importâncias que causa esses comportamentos problema?
Percebemos, portanto, que a ABA trabalha para reforçar os
comportamentos positivos, e uma dela é a diminuição da frustração e do
desânimo do paciente. Ao garantir que os alunos respondam corretamente,
especialmente durante a aquisição de uma nova habilidade, o aprendizado sem
erros ajuda a aumentar a motivação e o prazer de aprender.
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APITULO II QUAL O PAPEL DA INTERAÇÃO SOCIAL FAMILIAR NA


FORMAÇÃO DA CRIANÇA COM TEA?

Nos dias de hoje não podemos mais falar da família brasileira de uma
forma geral, pois já se encontra várias concepções de família se formando em
nossa sociedade, tendo cada uma delas suas características e não mais
seguindo padrões antigos, atualmente existem famílias de pais separados,
chefiadas por mulheres, chefiadas por homens sem a companheira, a
extensa, a homossexual, e ainda a nuclear que seria a formação familiar do
início dos tempos formada de pai, mãe e filhos, mas não seguindo os padrões
conservadores de antigamente.
Mesmo com todas essas diferenças podemos citar algumas
características que as famílias atuais vêm apresentando em comum como, ao
pensar nos primeiros dias de aula para as crianças, com autismo, logo nos
vem à cabeça o choro e pais inseguros em relação ao modo como seu filho
será tratado por parte dos profissionais que trabalham no espaço escolar.
Assim sendo, a adaptação na escola é um dos momentos mais significativos
na vida da criança. É neste momento que ela inicia sua vivência na sociedade,
exigindo apoio familiar para o desenvolvimento da capacidade de se
relacionar e dividir, haja vista que a criança terá de compartilhar não apenas
seus brinquedos, como também a atenção dos adultos à sua volta.
Por isso é indispensável que a escola entenda os temores familiares e
tenha alguns cuidados para que todos sejam acolhidos em seus sentimentos
e carências: para os pais da criança com algum tipo de deficiência é
importante que todos recebam atenção e carinho, desde o aluno até a família,
o que reafirma a necessidade de que a equipe gestora trabalhe em parceria
com o professor oferecendo apoio aos pais para que, unidos, possam
viabilizar o desenvolvimento do aluno.
A família enfrenta dificuldades em cada ciclo. Do mesmo modo, a
escola precisa superar dificuldades relacionadas ao desenvolvimento de seus
alunos, ou questões associadas ao rendimento e desempenho escolar,
constantemente avaliados por meio de atividades classificatórias e sem
considerar as necessidades de cada estudante. Soma-se aos desafios os
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problemas familiares e, em alguns casos, o abandono familiar ao lidar com a


deficiência de seus filhos.
No entanto, nota-se que a criança, quando não recebe um suporte da
família com o propósito de educar, construir valores e dar o exemplo de como
lidar com as diferenças, sua capacidade de socialização se torna restrita, o
que nos leva a perceber que a família é o núcleo central de apoio da criança e
a escola precisa que ela lhe dê um suporte desde a primeiro contato, a fim de
buscar referências sobre o que acontece em seu cotidiano.
Embora seja comum que os pais atribuam a responsabilidade do
insucesso escolar ao sistema de ensino ou à escola, é imprescindível que se
considere as questões relacionadas ao desenvolvimento social e cognitivo da
infância como responsabilidade parcial da família enquanto núcleo central de
socialização, formação de valores, caráter e personalidade, como apontam as
autoras Maria da Graça Jacintho Setton e Adriana Bozzeto:

A noção de socialização também aborda as relações indissociáveis


entre indivíduo e estrutura social, aproximando-se dos processos de
individualização e construção identitária. Informando sobre a
constituição da estrutura social, a noção permite, ainda, desvelar os
mecanismos de resistência e disputa entre interesses sociais, suas
dinâmicas internas e/ou possíveis transformações. Desta feita, trata-
se do entendimento da noção de socialização em uma perspectiva
dialógica e multidimensional. Mais precisamente, seguindo os
ensinamentos de Guy Vincent (1988), apoiando-se em Georg
Simmel (1917), se deveriam compreender os processos
socializadores como oportunidades contínuas de fazer-se e refazer-
se enquanto indivíduo (SETTON; BOZZETO, 2020, p. 3).

É no meio familiar que acontecem os contatos iniciais com as


brincadeiras e as aprendizagens lúdicas, contribuindo para com o
desenvolvimento da afetividade, da autopercepção e do reconhecimento do
outro. É nesse mesmo espaço que a criança conhece as principais normas de
condutas sociais, que viabilizam o amadurecimento das suas condições
psicológicas e potencializam a compreensão do mundo como espaço de
integração que exige respeito, participação, partilha e tantas outras
características indispensáveis para a vida em sociedade, tanto para crianças
quanto também para os adultos.
A criança com Transtorno do Espectro Autista, tem direito de estar na
escola e aprender o que é desenvolvido. Porém a escola proporciona um
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aprendizado de modo significativo, fazendo com que o conteúdo seja


desenvolvido, de modo a atender a necessidade de todos.
Para garantir que todos aprendam é necessária uma escola que discuta
o desenho universal¹ (ZERBATO, 2021) e pense na relação aprendizagem e
em um currículo escolar que perpassa as discussões a respeito da relação
entre a escola regular e a educação especial, trazendo contribuições
importantes para garantir novas práticas que tenham como base a parceria
entre alunos e professores.
A Declaração de Salamanca sobre responsabilidade da UNESCO de
1994 (apud SANTOS, 2002, p. 109) também menciona que:

Na atualidade, considerando a realidade brasileira é possível


dizer com certa precisão que estamos em um momento de uma
discussão intensa a respeito de uma ou outra alternativa.
Podemos identificar que os autores contemporâneos percebem
as diferenças entre integração e inclusão e fazem questão de
fazer uma apresentação delas.

Percebe-se dessa forma com muita clareza que a inclusão se


caracteriza por um rompimento com conceitos que eram usados e uma
alteração de modelos e regras quando comparada com a integração dos dias
atuais.
No caso da criança com autismo, cabe mencionar o fato de que sua
manifestação provoca certa invisibilidade no contexto social, haja vista que as
pessoas são comumente infantilizadas e consideradas incapazes, o que
prejudica o exercício da cidadania.
O IDMED (2014), é um termo utilizado para representar os indivíduos
que possuem limitações em seu arcabouço mental, no empenho das
atividades, na comunicação, na responsabilidade pessoal e, principalmente,
na capacidade de interação social. Essas limitações causam certo grau de
dificuldade e lentidão para a aprendizagem e o desenvolvimento dos
indivíduos.
Nesse sentido, a deficiência de nível intelectual deve ser entendida
como um déficit no funcionamento intelectual, restringindo a adaptação do
indivíduo ao campo mínimo de duas habilidades, tais como o diálogo, as
interações pessoais, o trabalho, a vida acadêmica ou a independência,
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podendo apresentar também alterações campo da percepção da realidade e


afetando a sua relação com a sociedade.
Para estabelecer uma conexão com o cotidiano de crianças e famílias
integradas ao contexto de interação social com a deficiência intelectual, torna-
se necessário que alguns dados sejam apresentados por obras não
necessariamente científicas, mas que se empenham em descrever a realidade
da interação social familiar com crianças com deficiência a partir das
experiências descritas pelas crianças e suas respectivas famílias.
Em consonância, torna-se pertinente analisar as condições de
limitações da pessoa com autismo, que, de acordo com o website da
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Belo Horizonte:

É caracterizado por limitações nas habilidades mentais gerais.


Essas habilidades estão ligadas à inteligência, atividades que
envolvem raciocínio, resolução de problemas e planejamento, entre
outras. A inteligência é avaliada por meio do Quociente de
Inteligência (QI) obtido por testes padronizados. O resultado de uma
pessoa com Transtorno de Desenvolvimento Intelectual nessa
avaliação situa-se em 75 ou menos.
A prevalência é maior no sexo masculino, tanto nas populações de
adultos quanto de crianças e adolescentes. As taxas variam
conforme a renda. A maior prevalência ocorre em países de baixa e
média renda onde as taxas são quase duas vezes maiores que nos
países de alta renda.
Caracteriza-se por importantes limitações, tanto no funcionamento
intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso nas
habilidades conceituais, sociais e práticas. Indivíduos com
Deficiência Intelectual apresentam funcionamento intelectual
significativamente inferior à média. Possuem limitações significativas
em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades:
 Aprendizagem e autogestão em situações da vida, como cuidados
pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro,
recreação, controle do próprio comportamento e organização em
tarefas escolares e profissionais.
 Comunicação
 Habilidades ligadas à linguagem, leitura, escrita, matemática,
raciocínio, conhecimento, memória
 Habilidades sociais/interpessoais (habilidades ligadas à consciência
das experiências alheias, empatia, habilidades com amizades,
julgamento social e autorregulação)
A pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender,
entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas.
Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos
idade do que realmente tem (APAE, 2017).

Diante de todas as informações contidas nesse estudo pode-se entender


a importância que tem o educador sempre que intervir na vida da criança,
gerando em sala de aula estratégias pedagógicas para melhorar assim o
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aprendizado do educando.
Foi averiguado que é de suma importância as socio interações entre a
escola, família e professor ou qualquer outro profissional que trabalhe junto ao
aluno e que possam conhecer o Transtorno do Espectro Autista e suas
características. Para o professor ter um bom conhecimento do Transtorno do
Espectro Autista é essencial pois, irá auxilia- ló no planejamento de aulas a
serem praticadas favorecendo suas habilidades sociais no contexto escolar.
Pensando especificamente no conceito de socialização, vale ressaltar
que as limitações da criança com deficiência podem ser superadas a partir de
estímulos ao seu desenvolvimento, adequações de propostas escolares,
profissionais e pessoais e, sobretudo, técnicas e práticas de inclusão social.
Atualmente nas escolas públicas (e em particulares) o que podemos
observar é grande quantidade de alunos incluídos na mesma sala de aula, com
isso o professor sente muita dificuldade em proporcionar um currículo que possa
desenvolver um bom aproveitamento educacional a todos, pois um currículo
inclusivo é aquele que garante aos alunos uma boa compreensão das ações
pedagógicas e que propicie o desenvolvimento pleno deles. Um exemplo é o
oferecimento de mais de um tipo de atividade em sala de aula, em que os alunos
possam escolher o que mais se ajusta ao seu estilo de aprendizagem, pois
sabemos que cada aluno tem uma forma de aprender diferente, em sua hora e
seu tempo.
No que diz respeito à infância, podemos citar o fato de que grande
parte das crianças com autismo são capazes de assimilar conceitos que são
considerados como pertinentes para a sociedade na qual estão integradas,
desde que recebam apoio e acompanhamento especializado e tempo maior
para o desenvolvimento de certas habilidades.
A necessidade social de aprender a conviver, lidar e respeitar as
diferenças vai ao encontro da concepção sociointeracionista adotada para o
desenvolvimento desse trabalho e aponta que as crianças com deficiência
intelectual tendem a prosperar quando são tratadas com atenção, estímulo,
engajamento e esperança, além de serem integradas e incluídas em
contextos sociais normativos para interagir, aprender e assimilar os padrões
comportamentais da sociedade.
24

Para Peter Berger e Thomas Luckmann (2013), a família torna-se a


primeira instituição responsável pela interação social das crianças com ou
sem deficiência.
Ela tem em suas mãos o papel de instruir e educar, proporcionando
uma base para sua formação humana. Isto porque é na família em que os
primeiros laços afetivos são construídos, em que a convivência possibilita um
intenso aprendizado para as crianças, vivenciando normas que são edificadas
pelas famílias no interior das suas limitações em meio à sociedade,
respeitando as limitações relacionadas ao seu desenvolvimento. Partindo
desse princípio, pode-se dizer que as relações de interação familiar exercem
fundamental importância para o desenvolvimento das crianças, principalmente
daquelas com autismo.
Berger e Luckmann (2013) apontam que o processo de socialização
pode ser dividido em socialização primária, que acontece no ambiente
familiar, e a socialização secundária, ocorrida em espaços como as
instituições escolares e fundamentalmente no ambiente de trabalho. Sobre a
socialização primária, os autores consideram que:

[...] Ocorre em circunstâncias carregadas de alto grau de emoção.


De fato, há boas razões para acreditar que sem esta ligação
emocional com os outros significativos o processo de aprendizado
seria difícil, quando não de todo impossível. A criança identifica-se
com os outros significativos por uma multiplicidade de modos
emocionais. Quaisquer que sejam, a interiorização só se realiza
quando há identificação (BERGER; LUCKMANN, 2013, p. 170)

Atualmente vivemos em uma sociedade moderna, através de suas


inúmeras conquistas tecnológicas, criando sistemas cada vez mais integrados
em nível mundial, ao mesmo tempo mais complexos e diversificados.
Nessa perspectiva, o ambiente familiar inclusivo se faz como fundamental
para as relações sociais e fundamentalmente para o desenvolvimento da
criança, visto que é neste espaço que as primeiras identificações são realizadas.
O sentimento de pertencimento e o acolhimento são questões primordiais para a
criança, com deficiência ou não.
Frente a essa realidade urge a necessidade de se repensar o papel do
conhecimento e da escola numa sociedade que sofre em seu dia a dia, rápidas
transformações.
25

No entanto podemos observar que a escola inclusiva para não ser


exclusiva ela tem que ensinar seus alunos a viver em uma sociedade que exige
interação, cooperação e trabalho em equipe, a escola é o lugar de criar ideias,
realizações, uma vez que precisa ser organizado um trabalho pedagógico com
base e em seus alunos.
No caso da ausência de interações e estímulos para o desenvolvimento
da criança com autismo desde o nascimento, com auxílio de uma equipe
multidisciplinar o aluno consegue uma boa convivência com a sociedade,
aprender e conter seus impulsos, pois as informações recebidas podem ser
absorvidas através de técnicas de ensino que vão se desenvolvendo como
método, para que o aprendizado seja bem sucedida.
Os estímulos familiares positivos contribuem para com o êxito e a
autoconfiança em suas próprias capacidades. Mas, para que a família possa
despenhar o papel de facilitador de desempenho, faz-se necessário que a
criança seja elogiada e incentivada para desenvolver a habilidade de aprender,
além da necessidade da busca constante por orientações médicas,
psicológicas e educacionais, sem que a criança com autismo seja criada em
uma redoma de superproteção, pressão e comparação com outras crianças.
Para Paulo Ricardo Ross (1998), o excesso de cobranças no que diz
respeito ao desempenho das crianças autistas, também pode ocasionar
obstáculos para o seu desenvolvimento, isto porque, existem pais que
desenvolvem fantasias e ânsia de ver o seu filho progredir o que ocasionará
crises de ansiedades capazes de desencadear problemas e dificuldades para
lidar com frustações.
Para o autor, Ross relata que;

Atribui-se aos pais a responsabilidade pela formação da autoestima


da pessoa com deficiência vinculando-se, portanto, a sua função
quanto a formação emocional. Consequentemente os pais contribuem
para a superação dos efeitos negativos da deficiência, favorecendo
assim, a própria aceitação de sua condição (ROSS, 1998, p. 241).

Por isso, compete aos pais a função de ensinar aos seus filhos noções
destinadas a defesa de suas vidas, desenvolvendo habilidades físicas e
psicológicas que irão se consolidar na criança com o decorrer de seu
amadurecimento.
26

Considerando a complexidade da vida em sociedade devido à


convivência com pessoas de valores, culturas e ideologias diferentes, a
inclusão surge como uma ferramenta que possibilita a construção da boa
convivência com a pluralidade, sem que seja silenciada a existência humana
em condições diferentes, anulando a exclusão.
Sabe-se que é um direito constitucional de toda criança autistas ser
aceita da forma como ela é, inicialmente em esfera família, depois pela escola
e por fim, pela sociedade, onde deve ser respeitada como todo e qualquer
cidadão, possuidores de direitos e deveres, mesmo sendo ela diferente
(HOLLERWEGER; CATARINA, 2014).
Acredita-se que o desenvolvimento da capacidade da criança com
autismo é influenciado pela forma como vive, dos cuidados e estímulos que
recebe e a estrutura da rede de apoio. Todavia, a necessidade de inclusão e
integração também exige formação e especialização.
Assim, ao inserir uma criança autista dentro das salas de aula comum,
os professores se defrontam com a dificuldade da falta de apoio pedagógico e
cursos de formação contínua.
Verificamos, portanto, que incluir uma criança com necessidades
especiais, no ambiente escolar, não é apenas matricular o aluno, mas sim
proporcionar um ambiente acolhedor dentro da escola, favorecer a mesma uma
estrutura adequada às necessidades físicas e mentais da criança.
Aprender a lidar com a deficiência também exige compreender as
possibilidades e limitações impostas por ela, enquanto a ideia de uma
educação libertadora, como propõe Paulo Freire (2019), exige dialogicidade e
amorosidade para lidar com as circunstâncias cotidianas.
A inclusão da pessoa com autismo desde a infância possibilita uma
adolescência e vida adulta mais fácil, pois suas vivências anteriores trazem
respaldo para novas relações em contextos diferentes. A pessoa autista pode
e deve estudar, trabalhar e ter quaisquer outras relações sociais desde que
sua formação e interação familiar tenha possibilitado uma vida relativamente
autônoma, ainda que limitada por características específicas da deficiência.
A inclusão em classes regulares de ensino, nesse sentido, tem a
função de proporcionar ao aluno deficiente, além dos conteúdos
programáticos próprios para seu desenvolvimento escolar, uma interação
27

social que o permita o desenvolvimento da capacidade de interação social e


do diálogo, bem como vivenciar as diferenças. Atividades que possibilitem um
mundo de oportunidades anteriormente negadas às pessoas com deficiência
Intelectual por serem julgadas como incapazes. É preciso reconhecer os
limites e ampliar as possibilidades de uma vida saudável e bem vivida.
28

CAPITULO II - HISTÓRICO SOBRE A FASES DA EXCLUSÃO,


SEGREGAÇÃO INSTITUCIONAL, INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO.

Sassaki (1997), as fases de desenvolvimento da educação de pessoas


com deficiências, são as fases da exclusão, segregação institucional,
integração e inclusão.
Na fase da exclusão de pessoas que possuem deficiência, essas eram
ignoradas e perseguidas, sendo consideradas vítimas de maus espíritos.
A fase da segregação institucional, surge com os primeiros atendimentos
aos indivíduos que possuíam deficiências nas instituições religiosas ou
filantrópicas. Já nesse período, em alguns países, surgia a “educação
especial”, porém sem nenhum auxílio por parte do governo.
A integração, é a fase em que consistiu as classes especiais dentro das
escolas comuns, com o objetivo de que as crianças que possuíam deficiências,
não interferirem no ensino das crianças consideradas ‘normais’, ou seja, sem
deficiências.
Em 1981, por meio do Ano Internacional de Pessoas Deficientes deu-se
início ao conceito de inclusão.
Com a fase da inclusão, há a implantação de classes e de escolas
inclusivas pelos países desenvolvidos, assim como as primeiras obras com
relatos de experiências ainda na década de 19.
Segundo Sassaki (1997) a escola deve se preparar para incluir o aluno
portador de deficiência na escola, contando com a sensibilização dos
funcionários, pais, e de toda comunidade.
Uma educação inclusiva proporcionará aos estudantes sendo estes
portadores de deficiência ou não envolvimento e experiência com a diversidade
individual, responsabilidade, e uma preparação melhor a vida adulta.
29

2.1- Desafios

Após a Declaração de Salamanca (1994), no Brasil, a Lei de Diretrizes e


Apoios (LDB), nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo” 4º, inciso III,
garante que é dever do Estado assegurar atendimento educacional
especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, na rede
regular de ensinamento”.
Na realidade, verifica-se que as escolas recebem os alunos com
necessidades especiais na tentativa de inclusão, mas não realizam as
adequações necessárias para que ocorra de forma eficaz. No acontecimento das
crianças com autismo isso é grave, pela manifestação do quadro descrito antes.
Como se devem educar essas crianças? O que esperar? O que fazer? Como
fazer?
Através deste questionamento os professores se sentam muito
preocupados pois a maioria não consegue que sua escola proporcione um apoio
pedagógico adequado quando não falta material, falta professores até gestores.
Segundo Baptista (2002 p. 145),

o ensino inclusivo para autistas requer, primeira uma determinada


habilidade de avaliação da situação contextual; O sujeito é quem? Os
vínculos são quais? Início dos pontos de partida para um trabalho
pedagógico são quais? Essas perguntas permitem um levantamento de
probabilidades que considera o que falta e o que o indivíduo possui. A
partir desse aperfeiçoamento, devem-se ampliar estratégias a fim de
adquirir as agilidades básicas de desenvolvimento. Baptista (2002 p.
145),

Segundo a citação acima a educação é vista primeiramente pela


intensidade do comprometimento por parte do docente no sentido de dar
adiantamento a metas específicas que favoreça a aprendizagem
Quanto à operacionalização, é necessário compatibilizar, por meio de um
quadro submisso de ação, as necessidades do aluno e as dispor-se do currículo.
Para viabilizar essa tensão, busca-se expandir o tempo do aluno em sala de
aula, podendo ser atendido individualmente ou com colegas, em pequenos
grupos.
Nessa perspectiva, a educação inclusiva deve partir de um trabalho
pedagógico diferenciado, que exige amor e principalmente compreensão por
30

parte dos professores, sendo capaz de ter um olhar colaborativo e deixando a


evolução do aluno no requisito principal da educação.
Os alunos avaliados graves, sobretudo, exigem da escola andamentos
amplos de adaptação e criatividade. (Baptista 2002 p.9-16), “do educador exige-
se flexibilidade, escuta, amparo dos múltiplos significados das ações do
indivíduo”.
Baptista destaca pontos necessários para uma educação efetiva
inclusiva:

processo educativo desenvolvimento a partir da experiência de


dificuldades favorece a pesquisa e a recriação da prática pedagógica, a
importância dada à batalha e à centralidade do sujeito, a flexibilidade
da estrutura metodológica, a participação de todos na preparação das
regras. Baptista (2002, p.25)

Para professores, é necessário destacar a dimensão do processo de


ensino para uma criança autista, um bom processo de ensino pode definir uma
boa vinculação afetiva por parte das crianças, apoios no processo de formação
dos alunos, no entanto é preciso que o planejamento educacional esteja
contextualizado com o fato onde a criança está incluída.
Serra (2000, p.69) apresenta méritos para umas flexibilidades das
escolas e a ativação da inclusão dos autistas.
Consiste que:
O exercício dos profissionais deve ser constante e a tentativa de novas
informações deve ser um vínculo imperativo;
A instituição deverá dispor-se, bem como os seus programas, para
atender a diferentes aspectos, visto que os autistas podem ter diferentes estilos
e potencialidades;
Os educadores devem estar certos que a avaliação da aprendizagem
deve ser modelada;
A escola deve reconhecer as características da criança e prover as
adequações físicas e curriculares necessárias;
Devem-se buscar conselheiros para avaliar exatamente as crianças;
A escola deverá prover todo o local físico e acadêmico para assegurar a
aprendizagem dos alunos inseridos;
31

Exercícios físicos regulares são indispensáveis para o trabalho motor; o


envolvimento não elimina os apoios terapêuticos;
A escola deverá demonstrar sensibilidade às necessidades do sujeito e
capacidade para planejar com a família o que deve ser realizado e sendo
prosseguido o em casa.
O ensino na escola inclusiva é, portanto, indispensável à pessoa autista e
cabe-nos aumentar a discussão de modelos e as melhores formas de
aperfeiçoamento. É obrigatório que os educadores sejam conhecedores do
transtorno e de suas características essenciais, como também das
especificidades do indivíduo, para que possam planejar corretamente as ações a
serem executadas.
32

CAPITULO III- O AUTISTA NO CONTEXTO ESCOLAR

Segundo a teoria de Bardin (2011), tem como natureza a metodologia


qualitativa, pois tem como procedimento a análise de obras bibliográficas sobre
o tema, que versa sobre as estratégias e adequações de ensino e inclusão de
alunos com transtorno do espectro e o Atendimento Educacional Especializado
para esse aluno.
Hoje no Brasil também é assegurado à criança o direito a integração de
alunos com necessidades educativas especiais, porem atualmente está mais
forte, pois existem leis que incluem estas crianças na escola e na sociedade
rompendo os preconceitos existente, porém temos que deixar claro que ocorra
uma educação inclusiva ela tem que ser de qualidade uma escola para todos.
No estudo de Bosa (2000, p.32) sobre a percepção dos professores sobre
autismo e a questão da inclusão, foram detectadas noções não reais sobre esses
indivíduos e aspectos relacionados aos sentimentos do professor frente à questão
da inclusão.
Os professores dispõem de várias dificuldades encontradas na hora da
alfabetização, como a dificuldades de comunicação, agressividade do aluno seus
hábitos, medo, insegurança, dúvidas em relação à prática pedagógica, como deve
ser o relacionamento com familiares e a falta de equipe pedagogia da escola
inclusiva da gestão como também a falta de material.
Percebe -se com este estudo que os professores de alunos autistas, tem a
responsabilidade em quebrar os preconceitos existentes desenvolvendo as
habilidades que as mesmas possuem ou possa desenvolver. No entanto
percebe-se que atualmente existe, uma articulação com o currículo da sala de
aula comum, já quando ela tem uma parceria com a sala de recurso o professor
cria muita expectativa perante o desempenho de seus alunos, o que por sua vez,
afeta a eficácia de suas ações quanto à promover as habilidades dos autistas.
Portanto, faz-se necessário que o professor entenda o comportamento de
33

cada criança e com isso possa compreender como será seu aprendizado sem
criar expectativas de seu desenvolvimento tanto escolar como social.
Para que a inclusão escolar ocorra, nota-se a necessidade de se entender
como é importante o papel do discente no desenvolvimento de qualquer criança,
seja crianças especiais ou não, contribuindo para as construções de um convívio
social favorável tornando -se fundamental para sua formação e desenvolvimento,
seja na escola ou em casa e na rua.
De acordo com as reflexões sobre o tema, a construção do conhecimento
se dá quando o indivíduo demonstra que a inclusão de autistas na escola passa a
ser uma questão interdisciplinar que trabalha com novos métodos de ensino de
acordo com a BNCC e suas habilidades modifica os currículos beneficiando as
professoras, assim ela consegue seu objetivo de educação.
Na tentativa de auxiliar o desenvolvimento integral da criança autista, como
o seu desenvolvimento linguístico e pouco contato social como o comportamento
diferente e agressivo, grande comprometimento na comunicação, e difícil
aprendizado, com as habilidades da BNCC o ensino teve um grande salto na
aprendizagem, pois antigamente o acesso era somente em classes
especializadas com atendimento cada qual com sua deficiência.
Percebe-se dessa forma com muita clareza que a inclusão se caracteriza
em proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras
da mesma idade e de idades diferentes, entretanto, esse processo requer respeito
ao modo de ser de cada criança.
Hoje o que se pode observar é de uma maneira que nos agrada é a
convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir da sua
inclusão no ensino, estimulando o seu desenvolvimento, na medida em que as
crianças de escola comum convivam e aprendam com as diferenças
ultrapassando os preconceitos. 
No entanto, conforme Silva (2009 apud Baptista, 2002, p.26) a
possibilidade de inclusão de crianças deficientes poderem está ligado a
necessidade de autocriarem e recriar saberes e fazeres pedagógicos implicando
assim em uma forte reestruturação e adaptação da escolar.
Outro aspecto que vale a pena ressaltar está relacionado ao fato das
crianças com dificuldades cognitivas como os autistas, não são reconhecidas
como alguém que consegue aprender.
34

Já Silva (2009.p.88), aponta a necessidade de orientação os professores,


pois é através da falta de conhecimento a respeito dos autistas que os impede de
identificar corretamente as necessidades de seus alunos na sala de aula.
Destacamos também que o Atendimento Educacional Especializado não tem um
caráter de reforço podendo elaborar suportes e estratégias que propiciem ao
aluno superar sua dificuldade em assimilar, acompanhar e se desenvolver na
escolar, adaptando também a escola e a sala de recurso.
De acordo com Resolução nº4, AEE deve ser:

Realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da


própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso
da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo
ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional
Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a
Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito
Federal ou dos Municípios. (BRASIL, 2009, Art.5, p.2).

Pela afirmação transcrita acima, pode -se entender que o objetivo


principal da inclusão é de descobrir, desenvolver e construir metodologias para
aplicar nas práticas pedagógicos dando condições para os alunos de
desenvolverem fisicamente e emocionalmente, considerando suas
necessidades específicas.
Acredita-se que bons cursos de capacitações para professores terão
grande influencias nas práticas pedagógicas, desenvolvendo novas tecnologias
para ser aplicada na educação, fazendo com que os discentes percam o medo
em lidar com o diferente, pois muitos educadores resistem ao trabalho com
crianças autistas devido ao receio em não saber lidar com as características
delas.
Os professores precisam sair da sua zona de conforto, pois os resultados
dos estudos sobre autismo demonstram que a maioria dos professores não tem
ideia das características apresentadas pelos autistas, principalmente quanto à
incapacidade de comunicação.
Nesse sentido, a atuação da gestão escolar e da sala de recurso junto ao
professor da sala regular é fundamental para que a inclusão escolar aconteça de
forma satisfatória.
35

Souza (et al, 2004, p.20) em seu trabalho sobre autismo, aborda a
questão de qual é a idade em que o aluno autista pode frequentar a escola.
Atualmente com a crise financeira das escolas Brasileira é impossível que
haja um atendimento especializado disponível em cada instituição escolar para
atender as necessidades das crianças especiais e que nem sempre a sala de
recurso é a opção preferida, no entanto crianças que tem um nível de suporte
um “leve” em sala de aula comum enfrentam menos dificuldade em relação aos
conteúdos as crianças que tem o nível de suporte dois e três.
Percebemos a importância de destacar que as professoras são capazes de
trabalhar com as crianças menos capacitadas em aprender tornando-as capazes
de beneficiar-se, ficando junto de crianças que tem grande possibilidade na
aprendizagem, para isso os discentes tem que criar estratégias de trabalho de
acordo com a necessidades do aluno.
Quando a escola não disponibiliza um ambiente apropriado e condições
adequadas à inclusão, a possibilidade no desenvolvimento cede lugar ao prejuízo,
para todas as crianças, porém para que a inclusão aconteça a necessidade de
reestruturação do sistema pedagógico para que o aprendizado se efetive.
Verificamos, portanto que o decreto Nº 6.57, de 17 de setembro de 2008, que fala
sobre as políticas públicas e a implantação de leis para atender as necessidades
dos profissionais da educação relatando que:
Art 2º: São objetivos do atendimento educacional especializado:

I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino


regular […]
II – Garantir a transversalidade das ações da educação especial no
ensino regular
III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos
que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem […]

Diante de uma escola que garanta a inclusão de forma adequada


favorecendo o aprendizado, mesmo que apresente dificuldades em aprender os
conteúdo do currículo da escola comum, como o caso de aluno com transtorno
de Aspecto autista, a educadora tem que ensinar usando experiências da vida
social do aluno, pois o aprendizado também acontece através de coisas simples
do dia a dia, como, conhecer e estabelecer relações com os amigos da sala,
trabalhar a autonomia e a independentes, assim como conquistar seu lugar na
36

família na escola e na sociedade.


De acordo com BEREOHFF apud LOPES;

“para educar uma criança autista, é preciso levar em consideração a


falta de interação com o grupo, comunicação precária, dificuldades na
fala e a mudança de comportamento que apresentam essas crianças.
É importante o professor entender o perfil individual do comportamento
de cada criança e adotar expectativas realistas sobre seu
desenvolvimento, implementando assim um plano de educação mais
efetivo. (GOLDBERG, 2002, p.22)”.

Neste trecho, foram realizadas algumas reflexões relativas ao


conhecimento que envolve os professores da educação básica, pois eles têm
como dever promover o bem-estar social e psicológico da criança com Transtorno
de Aspecto Autista vendo a escola como opção para os autistas se socializar.
Os professores da educação especial, por sua vez, valorizam os
processos de aprendizagem e atividades curriculares (em especial leitura e
escrita), atribuindo a escola um papel importante na questão dos problemas de
comportamento.
Vimos que só consegue aprender se houver incentivo constante realizado
pela professora e família (MEIRIEU apud GOLDBERG, 2002). Jimenez apud
Goldberg (2002, p.09, e papel de escola oportunizar que a criança interaja
firmemente com o caráter social da escrita e saiba ler e escrever textos em que
todos consigam entender.
Quando avaliamos o processo de alfabetização das crianças incluídas,
percebemos que a inclusão ainda preocupa os educadores que se sentem muito
incomodados com as crianças com transtorno de Aspecto autista, pois estas não
se comportam como a maioria dos alunos, além de causar tumulto nas relações
dentro da escola, dificuldade na concentração e na atenção, fazem com que o
professor necessite de uma atuação de uma equipe multidisciplinar para um
apoio.
Também, há a necessidade do professor buscar um conhecimento mais
amplo sobre o autismo participando de formações continuada, inserido em cursos
de aperfeiçoamento, ou até mesmo buscar em uma equipe multidisciplinar para
orientar em seu relacionamento com o aluno hiperativo.
Na tentativa de auxiliar o desenvolvimento linguístico da criança, a
sociedade diferenciou alfabetização e letramento sendo este um processo em
37

que o aluno adquire e utiliza habilidades de escrita e leitura em diferentes


situações sociais e A alfabetização é um processo paralelo e diz respeito a
aquisição do código linguístico pela criança, geralmente no ambiente escolar
De acordo com perspectiva construtivista os "erros" das crianças podem
ser valorizados, ao contrário do que a maioria das escolas pensa, pois esses
"erros" demonstram uma construção do conhecimento, e com o tempo vão
diminuindo, pois as crianças começam a se preocupar com outros aspectos
(como ortografia) que não se preocupavam antes, pois estavam apenas
descobrindo o sistema da escrita.
Quando avaliamos o processo de alfabetização das crianças incluídas,
percebemos que a inclusão ainda preocupa os educadores que se sentem
muito incomodados com as crianças autistas, pois estas não se comportam
como a maioria dos alunos, além de causar tumulto nas relações dentro da
escola, dificuldade na concentração e na atenção, fazem com que o professor
necessite de uma atuação multidisciplinar com o psicólogo, psicomotricistas,
psicopedagogo, psicanalista e outros.
Cabe ao professor conhecer seu aluno, e participar de sua vida atribuindo
atenção às suas necessidades específicas, contribuindo imensamente, para
mediatizar o processo de ensino e aprendizagem, apresentando um bom método
de ensino estimulando seu aluno autista, provendo acomodações físicas e
curriculares necessárias.
A necessidade de um bom treinamento dos profissionais deve ser
constante tornando-os capazes de uma busca de novas informações.
A escola deverá preparar-se, adequando seu projeto político pedagógico
para melhor atender a diferenças dos alunos, visto que as crianças com
Transtorno do Aspecto Autista podem possuir diferentes características.
Os professores devem estar preparados para que a avaliação da
aprendizagem também aconteça de forma adaptada.
Verificamos que o PPP da escola deve estar adaptado para que o autista,
tenha um bom desenvolvimento permitindo que a articulação entre os docentes
ocorra em todos os níveis e etapas do ensino.
Para garantir que todos aprendam é preciso pensar na relação
aprendizagem e em um currículo onde consegue proporcionar além de um bom
ensino um ambiente acolhedor evitando situações desmotivante sobre o aluno.
38

Percebe-se dessa forma que a escola deve contribuir com um suporte


físico e acadêmico com atividade física, garantindo a aprendizagem dos alunos.
Um currículo inclusivo é aquele que garante uma escola para todos
garantindo sensibilidade às necessidades do aluno.
As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, porém ao matricular
um aluno autista numa escola de educação básica, pode trazer muitos conflitos
internos e até mesmo problemas emocionais para os pais.
Percebe-se dessa forma com muita clareza que a inclusão se caracteriza
por um rompimento, e muitos deles costumam ter a sensação de que estão
deixando seus filhos de lado, pois estabelece inconscientemente um sentimento
de culpa e rejeição do filho deficiente.
Como o aluno autista, não aceita bem a socialização permanecendo
distante das outras pessoas, e isso já traz para os pais uma sensação de
rejeição.
Assim, com um sentimento de culpa por deixar seus filhos na escola os
pais buscam reter seus filhos, sendo esta atitude uma necessidade para não se
sentirem pior.
Por isso os professore precisam estabelecer um vínculo de confiança com
os pais a fim de que eles possam ter oportunidade de tirarem suas dúvidas e
pegar confiança no trabalho do pedagogo, trazendo benefícios não só a eles,
mas à família também.
A educação, portanto, precisa estar intimamente ligada e averiguada em
uma socio interações entre a escola, a família para que o desenvolvimento da
criança com Transtorno do Aspecto Autista seja satisfatório.

3.1 Como receber alunos autistas na classe?

Ao lidar com alunos Transtorno do Aspecto Autista, não se trata apenas,


de uma questão que esteja se desenvolvendo ou não ao recebe-lo tem-se a
necessidade de deixar o modelo pedagógico mais compreensível, ofertando uns
currículos diferenciados na mesma sala de aula tendo a necessidade de rever
recursos, alternativas e estratégias de ensino.
Nota-se que um aluno com Transtorno do Aspecto Autista ao ser incluído
39

no ambiente escolar, o professor se vê perante uma realidade nova para ele e


na maioria das vezes, se sente despreparado e inseguro. Inicialmente, o
profissional precisa conhecer suas características e aprender a lidar com esse
desafio, em seguida ter confiança em sua formação e em sua vivência.
Porém quando o professor olhar para em sua sala, vai perceber que cada
aluno é único, com facilidades e dificuldades, com seu ritmo próprio de
aprendizagem. Ter alguns conhecimentos teóricos sobre o tema é uma
obrigação de qualquer professor que não queira causar danos na aprendizagem
de seus alunos e que queiram realmente auxiliar no processo de
desenvolvimento deste ser humano. Afinal, quanto maior a demora em
diagnosticar o caso, maiores serão as consequências para o desenvolvimento
do aluno.
No brasil atualmente existe muitas discussões relativas à escolarização
de alunos especiais, porém muitos professores ainda se sente despreparado
profissionalmente com medo de trabalhar na sala com um aluno autista, seja em
sala de recurso ou em classe regular, pois o medo é associado com alguma
coisa que não conhecemos.
Os professores com um currículo diferenciado podem realizar um
processo de inclusão com muita facilidade em confrontar-se com o novo, e com
o desconhecido, pois os alunos autistas são caracterizados por terem
dificuldade em prestar atenção e consequentemente, em aprender, pois estes
alunos se distraem com facilidade.
Outro aspecto que vale a pena ressaltar está relacionado ao fato de que
a função da sala de recurso é complementar e suplementar a formação do aluno
com necessidades educativas especiais , portanto, imprescindível uma
articulação com o currículo da sala de aula comum e as duas entrelaçando a
construção do conhecimento do aluno especial, porém, as professoras da sala
de recurso encontram grande dificuldade em relação o seu isolamento e a
batalha diária que travam com gestores e professores da sala de aula comum, e
sendo assim dificultam o objetivo da sala.
40

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa abordou, o tema autismo visando destacar as


melhores práticas interventivas destinadas a educandos com autismo.
Considerando-se a atual política educacional inspirada no paradigma da
inclusão, foram apresentados argumentos sobre a inclusão e a terapia ABA,
para que consigam obter dos alunos bons resultados em crianças autistas.
Através desta pesquisa, pode-se perceber um longo caminho com
muitas dificuldades e desafios, porém, também vimos possibilidades de
aprendizado que podem superar expectativas.
Dessa forma, a partir desse entendimento, foi analisado que o ABA é
uma ciência mais eficazes e mais utilizados na intervenção do desenvolvimento
comportamental do autismo, podendo ser utilizado tanto nas escolas quanto
em casa pela família. Apesar de o autismo não ter cura, esse recurso pode
ajudar as crianças com essa síndrome contribuindo no seu avanço na
aprendizagem de maneira que além do pedagógico, pois envolve seu
desenvolvimento integral visando ganho de autonomia para agir no meio em
que vive.
Mudanças expressivas nas concepções sobre a inclusão foram
observadas nas últimas décadas. Nesse aspecto, o enfoque sobre a
alfabetização desses alunos, torna-se um assunto de extrema importância.
No caso, o empoderamento dos professores, a ênfase nas
potencialidades do indivíduo com deficiência e a utilização de contextos
naturais, como a casa e a escola, como cenários de intervenção são
características basilares desse novo modelo paradigmático.
41

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