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PROJETO INTEGRADOR I

VITÓRIA, 2022
A JUSTIÇA PLATÔNICA COMO INSTRUMENTO PARA SUPERAR A
DESIGUALDADE SOCIAL

GRUPO I

Trabalho apresentado à disciplina Projeto Integrador I do


Curso de Filosofia do Centro Universitário Salesiano
pelos alunos: Alexsandro Chagas Costa, Guilherme
Barbosa Nunes Sirqueira, João Vitor Faceroli Almeida,
Rafael Felipe da Silva Mazzoni e Welington Antonio de
Andrade Oliveira como requisito para avaliação
bimestral. Professor Orientador: Paulo Delboni.
RESUMO

O presente artigo, busca explorar através da pesquisa, a problemática da desigualdade social à


luz do pensamento Platônico, presente na obra “A República”. Uma das definições de justiça
é ‘A harmonia entre as partes’¹. Contraposto a isso, percebemos a desigualdade social um
massivo problema que afeta o mundo na atualidade. Haja visto que tal problemática se
estrutura quando os direitos de muitos não são respeitados, como a impossibilidade de
expressar-se, ou ainda quando um limitado grupo tem direito à vida digna e outros muitos
vivem na miséria. Paralelo a isso, é de extrema importância conscientizar a cada indivíduo
que todos gozam dos mesmos deveres e direitos, e os mesmos devem ser respeitados. De
acordo com os fatos postulados acima, faz-se necessária a reflexão acerca do seguinte
questionamento: como a filosofia platônica pode ajudar a solucionar tal problema?
Palavras-chave: Desigualdade. Justiça. Platão. Deveres. Direitos.

ABSTRACT

This article seeks to explore, through research, the problem of social inequality in the light of
Platonic thought, present in the work "The Republic". One of the definitions of justice is ‘The
harmony between the parties’¹. In contrast to this, we perceive social inequality as a massive
problem that affects the world today. Given that this problem is structured when the rights of
many are not respected, such as the impossibility of expressing themselves, or even when a
limited group has the right to a dignified life and many others live in misery. Parallel to this, it is
extremely important to make each individual aware that everyone enjoys the same duties and
rights, and they must be respected. According to the facts postulated above, it is necessary to
reflect on the following question: how can Platonic philosophy help to solve this problem?
Keywords: Inequality. Justice. Plato. Duties. rights.
INTRODUÇÃO

O presente trabalho que tem como tema "A justiça Platônica como instrumento para superar
a desigualdade social", busca compreender como o conceito de justiça presente no
pensamento de Platão pode superar a problemática da desigualdade. Além disso, possui
como objetivos fundamentais explicar o conhecimento de justiça na sociedade grega,
perceber a importância da justiça na constituição do Estado e de uma sociedade harmônica
e ainda a justiça como um caminho para erradicar a desigualdade social na
contemporaneidade. Tendo como base tais máximas, foi desenvolvido um estudo que se
debruça sobre a filosofia platônica, apresentada principalmente nos livros I e II, da obra “A
República”.

1.A JUSTIÇA PLATÔNICA

Voltamos à Antiguidade Grega para encontrar as raízes que fundamentam as concepções de


justiça. Com isso, recorremos à mitologia através da imagem da deusa grega Themis deusa da
Justiça. Em sua iconografia, carrega em sua mão esquerda um peso antigo e seus olhos
vendados. Seus olhos vendados representam um sinal de imparcialidade, significa que, para a
deusa, não há distinção entre aqueles que estão sendo julgados, ou seja, diante da justiça todos
se tornam iguais e devem ser julgados conforme a sua situação. O peso representa a balança,
que indica equilíbrio e a ponderação na hora de pesar, lado a lado, os argumentos contra e a
favor dos acusados.

Desde o início, na sociedade grega havia uma grande necessidade, por parte da filosofia, de se
discutir acerca de diversos assuntos, e um deles era a Justiça dentro da Pólis. Platão em sua
obra A República, busca de forma insistente uma definição para o termo. Através do diálogo,
em que Sócrates é a personagem principal, ele encontra algumas definições, no entanto cada
uma delas apresenta uma contradição. Uma das definições de justiça, presente na obra, é: "A
justiça é a harmonia entre as partes da cidade”. Em seu pensamento, diante da observação da
vida na Pólis, Platão desenvolve o que chamamos de “Tripartição da alma”, que consiste na
divisão da alma em três características: A alma logística, que representa a cabeça, a parte
pensante atrelada ao filósofo; A alma irascível, que por sua vez representa o peito, a parte da
coragem, atrelada aos
protetores da cidade, as virtudes cavaleirescas; A alma apetitiva, a parte baixa do corpo,
abaixo do ventre, representado pelos artesãos, comerciantes e o povo. Platão acreditava que,
era necessária uma harmonia entre as partes, em que cada um cumprisse de maneira íntegra a
sua função dentro da Pólis, visando o bem comum, ou seja, o governante deve governar de
forma que todos possam ter uma vida digna, e assim todas as outras funções.

Como citado anteriormente, Platão encontra outras definições de justiça, mediante a isso
convém lembrar que, ela é definida por ele como: “A arte de dar ao outro o que lhe pertence
por direito.” Esse conceito, dentro do diálogo é refutado, no entanto é extremamente
necessário olhar para ele, sobretudo na sociedade contemporânea, em que inúmeras pessoas,
diariamente tem seus direitos violados, e a essa violação, damos o nome de injustiça, que é
totalmente contrária à virtude analisada no presente trabalho.

2. JUSTIÇA E POLÍTICA

Platão, como Sócrates, acreditava que o ser humano deveria tentar ser virtuoso como os
deuses, pois eles não possuem nossos defeitos (outras partes do corpo), ele acreditava que a
justiça divina é perfeita, imutável e absoluta. Para ele, um dos trabalhos do filósofo é o de
tentar entender essa justiça divina, entender o puro comportamento dos deuses e levar aos
homens, aí encontramos uma justificação para o domínio do filósofo. Para esse governo do
filósofo ser justo, como destacado anteriormente, ele deveria ser harmônico, ou seja, as partes
deveriam obedecer às suas posições e não interferirem umas nas outras, tanto que ele
considera que apenas deveriam se relacionar as pessoas das mesmas posições, para que se
mantivesse uma ordem histórica, e que nenhuma cultura diferente interferisse no processo de
aprendizagem de cada parte. Qualquer interferência, para Platão, seria uma ação injusta. A
virtude, portanto, consiste no cidadão seguir seus desígnios.

Percebe-se que, em Platão, a política (justiça) se mistura com a ética, e como tal, busca levar o
ser humano à sua excelência, e essa deve ser uma preocupação do governo, e para isso, ele
apoia a ideia de que a educação deva ser pública, para que todos possam ter oportunidades de
desenvolver suas virtudes e participarem da justiça. o governo é responsável por construir a
virtude em seus cidadãos, pois a vida material é uma preparação para o Hades (pós morte),
onde, de acordo com a justiça divina (impecável e imutável) o homem será julgado por suas
realizações terrenas.

3. JUSTIÇA E A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

O conceito de Justiça é o tema principal da obra A República (em grego: Πολιτεια; politeia)
de Platão e é a partir da discussão em torno dessa ideia que se desenrola alguns dos
pressupostos da teoria política de Platão, desde a contribuição efetiva que faz o conhecimento
do bem na instituição do Estado até a relação entre virtude e política, educação e poder,
indivíduo e Estado etc.

Para Platão, certos conhecimentos são necessários para a instituição de um Estado, o mais
perfeito possível, regido por governantes sábios e justos. Diante da dúvida sobre se este
Estado planejado é possível ou não e, se possível, quais são suas condições de realização
(República, 472a). Platão subordina essa realização à justiça e moralidade dos membros da
pólis e do caráter de seus cidadãos. Daí sua célebre teoria dos governantes-filósofos,
qualificados assim por seu grau de conhecimento e disposição racional para suas ações, pois a
moralidade contribui para o fortalecimento da justiça apenas quando se associa a certos
conteúdos cognitivos indissoluvelmente ligados a uma prática racional. Ao exercício do
governo só chegam pessoas qualificadas com conhecimentos específicos e capacidades
morais, dotadas de uma peculiar disposição racional.

Dentre as virtudes apontadas por Platão em sua obra, quatro são objeto de interesse particular:
a coragem, a temperança, a sabedoria e a justiça. Aqui vamos nos deter apenas sobre o
conceito de justiça, pois entendemos que ainda hoje esse conceito tem uma função
fundamental dentro de uma organização política e social de qualquer Estado.

A justiça platônica é entendida como uma harmonia e ordem das partes em função da
consecução de objetivos comunitários que são condição para a felicidade da comunidade e de
seus membros (República, 443 de). A justiça requer que o Estado construa sua legítima
autoridade integrando os distintos grupos sociais em uma unidade sociopolítica. Um Estado
onde o compromisso com os projetos comuns sejam racionalmente eleitos, ainda que a partir
da ação individual de cada membro da comunidade política, desde que visem o bem-estar
geral.

Dentro de um Estado como o planejado na Πολιτεια (A República) os interesses privilegiados


pela organização da pólis são os interesses da coletividade e os governantes devem agir na
promoção do bem-estar geral.

Além disso, para Platão, um Estado justo não pode existir sem que os cidadãos desenvolvam
suas capacidades, talentos e interesses, sobretudo no que diz respeito à prática das virtudes e,
consequentemente, da justiça. À medida que os governantes desenvolvam de maneira virtuosa
sua vida moral, o Estado vai se tornando cada vez mais justo.

A motivação moral para atuar de maneira justa não reside na obediência a um dever externo,
mas na condução de uma vida virtuosa e moralmente qualificada. Inclusive porque, segundo
Sócrates, é melhor sofrer uma injustiça do que cometer uma.

Temos que destacar também o papel central que a educação deve desempenhar na realização
desse “Estado filosófico”. Por que o filósofo deve assumir a gestão desse modelo de Estado?
Porque é ele quem está capacitado para apreender as ideias como algo diferente das coisas
sensíveis, a ideia de Bem, de Justiça, de Verdade etc. Essa tarefa de governar a polis
pressupõe uma capacidade epistêmica eminentemente técnica, a qual é necessária uma
formação intelectual e moral por meio de um “curriculum” completo da Paidéia filosófica. A
organização política da pólis não está desvinculada de uma ordem de conhecimentos sobre
sua própria estrutura. Além disso, quando o critério organizador da comunidade política não é
a justiça determinada mediante a integração e harmonia de seus membros, toda lei não faz
mais do que expressar a vontade de legitimar o predomínio e o poder de interesses
particulares.

Ainda no que diz respeito ao aspecto moral da instituição do Estado platônico é preciso
considerar que é da ideia de bem que deve surgir toda justificação de normas políticas e
regulamentos sociais.

Em suma percebemos que, a direção de toda a construção do Estado platônico indica


claramente que a comunidade política deve estar assentada na justiça. Se é correto afirmar que
a República tenta responder à questão das razões que movem os homens a viver em
sociedade, é preciso reconhecer que essa questão própria de uma teoria social se responde
somente mediante uma teoria da justiça. Na República (433 ae s.) se põe manifesto que a
justiça é o componente fundamental do Estado ideal. A justiça é expressão da moralidade do
Estado e é ela que assegura que o Estado seja bom e deve ser exercida por cada cidadão, no
exercício de suas funções e de acordo com suas capacidades: trabalhadores e artesãos,
mulheres e crianças, guerreiros e guardiões, governantes, educadores, filósofos, artistas etc.
Considerando inclusive que a ideia de justiça é a possibilidade da racionalidade na ordem do
político, onde as partes constituem uma genuína totalidade organizada de acordo com o bem
social.

4. AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DE JUSTIÇA

Ao longo de toda história, a necessidade de se definir a Justiça foi crescendo, e mediante a


isso encontramos diferentes concepções de justiça nos mais diferentes filósofos. Sem dúvidas
é fundamental refletir sobre elas, haja visto a essencialidade para a vida da sociedade. Vários
filósofos tentaram conceituar a Justiça, dentre eles: os Sofistas, Platão, Sócrates, Aristóteles,
etc.

Para os Sofistas, assim como a verdade, a Justiça também é relativa, e muito depende do
poder daqueles que dominam, eles também vão definir justiça como o resultado de um acordo
entre os homens, ou seja é justo aquilo, que é útil a cada um, diziam ainda que, na pólis o
importante não é ser justo, mas parecer justo, ou seja a justiça é aparente. Nesse sentido, é
melhor ser injusto e parecer justo, do que realmente ser justo.

Sócrates é um dos pensadores que vai discutir acerca do tema da justiça, dentre os diversos
crimes pelos quais foi acusado, o principal deles foi a responsabilidade pelo processo de
corrupção da juventude da sociedade grega. Sócrates motiva os jovens a sempre buscarem
mais conhecimento, estudarem mais, haja visto que não sabiam tudo. Muitos eram contra essa
postura, sobretudo os sofistas, que eram os grandes adversários de Sócrates. Os jovens iam
adquirindo um pensamento crítico e fazendo novos questionamentos, e sem dúvidas geram
medo aos mais conservadores da sociedade grega. O filósofo percebe que é fundamental, o
processo do homem conhecer a si mesmo, antes de conhecer as coisas ao seu redor, visto que,
ao conhecer a si mesmo, ele é capaz de perceber suas aptidões, e para Sócrates quando o
homem é fiel a elas, em benefício do bem comum dentro, da pólis grega, então ele está
praticando justiça.
Em Aristóteles a justiça é uma virtude, que se encontra entre o excesso e a falta, ele acredita
que ela é a mais importante das virtudes. Para o filósofo, toda construção de justiça está na
pólis, no exercício da política, então é um justo político. Aristóteles identificou na relação da
pólis , várias noções de justo: total, particular distributivo e particular corretivo , que se divide
em comutativo e reparativo.

5. JUSTIÇA E A DESIGUALDADE

Platão e a Desigualdade Justa: O Mito Nativo Platão também usou uma "mentira", ou mais
precisamente, uma alegoria, para explicar as desigualdades de classe da sociedade ateniense.
Afinal, ao mesmo tempo em que é uma democracia direta, é também uma democracia
escrava, e a cidadania está limitada a cerca de 10% da população, ou seja, nascido na cidade,
homem, adulto, livre.
Nas palavras de Platão, a cidade "só cumpriu sua função em cada uma das três hierarquias
(classes) que a compõem", ou seja: "São os sapateiros naturais que fazem sapatos e nada mais.
Façam, deixem construir. outros, que assim seja." Se isso for assegurado, a harmonia e a
prosperidade prevalecerão.
A história continua: "Vocês são todos irmãos na cidade, [...] prata mista, mas ferro e bronze
entre os camponeses e outros artesãos.
Aos chefes, como primeira e maior exigência, Deus ordenou que fossem como seus
descendentes os guardiões de tudo o mais, e não guardassem tão estritamente nada,
procurando saber que mistura há em suas almas, se um filho que tem um pouco pedaço de
bronze ou ferro em seu coração não sente a menor pena dele, mas o degrada, atribuindo-o à
natureza, ao valor próprio dos artesãos e agricultores.
Mas, por outro lado, se um deles tivesse um pouco de ouro ou prata em si, reconhecendo o seu
valor, seria promovido a guardião e outros a ajudarem, pois havia um oráculo predito que a
cidade seria quando o Ferro ou O Guardião de Bronze reina, ele perece. "Embora isso seja
uma "mentira", como Platão admitiu, a parábola foi útil para os magistrados "cuidarem
melhor da cidade e de suas relações uns com os outros", mostrando-lhes que tinham almas de
ouro e, portanto, não precisa desejar ter ouro (riqueza material) no metal, pois a maior riqueza
está neles, não desaparece nem pode ser tirado deles.
6. JUSTIÇA NOS DIAS ATUAIS

Justiça é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os


cidadãos, por exemplo.

Etimologicamente, este é um termo que vem do latim justitia. É o princípio básico que


mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal.
A Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações
sociais, ou por mediação através dos tribunais.

Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com olhos vendados, que significa que
"todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm
iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos.

Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim,
justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza a
igualdade (justiça em sentido universal).
Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais, e, segundo a doutrina da Igreja Católica,
consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido."

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise feita no presente artigo, acerca da justiça, percebe-se o quanto ela é
fundamental e indispensável na vida de uma sociedade, e que ela, se não violada pode ser um
instrumento para superar a desigualdade social, haja visto que, diante da justiça, todos tem o
seu lugar, ninguém é melhor do que ninguém.

Inúmeros casos de injustiças acontecem diariamente no Brasil, e diversos deles não são
solucionados, e se formos observar os possíveis motivos, poderíamos destacar dentre eles a
desigualdade social, há como exemplo claro, o caso da vereadora Marielle Franco do PSOL,
que foi assassinada de forma violenta e cruel, e a grande pergunta que pairou no ar foi: Quem
matou Marielle? Perguntou que muito tempo depois foi respondida, mas que certamente
muito demorou por ser ela uma mulher negra, de origem pobre, e que lutava pelos direitos dos
menos favorecidos.

REFERÊNCIAS

Artigo – Platão e a Justiça: https://jus.com.br/artigos/85368/platao-e-justica


Artigo – As leis e preocupação platônica da justiça segundo o bem:
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-190/as-leis-e-a-preocupacao-platonica-da-
justica-segundo-o-bem/
Artigo (PDF) – A justiça na República de Platão:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/5680/1/arquivototal.pdf
Artigo – A Justiça e a constituição do estado na republica de Platão:
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/a-justi%C3%A7a-e-a-constitui
%C3%A7%C3%A3o-do-estado-na-republica-de-plat%C3%A3o/
JAEGER, Werner. Paidéia: A Formação do Homem Grego. Tradução de Artur M. Parreira.
4ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
PLATÃO. A República. Tradução: Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbekian, 1949.

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