Avaliação pessoal - 2º semestre de 2022

Formando: Welington Antonio de Andrade Oliveira

“Não é que o nosso coração ardia enquanto ele nos

Falava pelo caminho e explicava as escrituras?” Lc 24, 32

Humano Afetivo
Decerto, a segunda parte do ano nesta questão foi muito para pensar nas minhas
atitudes, na minha vida familiar, vida sexual/afetiva, e percebo que dei grandes
passos na percepção principalmente das minhas atitudes. Na minha vida
familiar, pude trabalhar os meus sofrimentos desde que meu avô paterno
faleceu; trilhei um caminho muito bonito com a aproximação com meu pai.
Mas este segundo semestre foi muito desafiador nas minhas questões afetivas.
Sinto que de certa forma perdi a linha em que eu estava seguindo, de integrar as
minhas dificuldades e facilidades. Um ponto que retorno da avaliação do
primeiro semestre é esta minha dependência emocional/sexual sobre quem eu
conheço/ faço amizades e a dificuldade em assumir isto tanto para mim, quanto
para a formação. Isto tem surgido com frequência em minhas orações com um
convite à ‘conversão’. Lembro da chamada de atenção que recebi do formador
quanto ao que aconteceu na casa da conceição, e desde então foi também um
convite não a mudar bruscamente, mas saber equilibrar os desejos.

Espiritual
A minha vida de oração tem tomado arranjos interessantes: acredito que saí de
uma estaticidade para uma integralidade. Padre Magno me ajudou muito a
trilhar este caminho da vida de oração. Os livros complementares da direção
espiritual sempre me disseram muito, e acredito que a literatura religiosa tem
me ajudado a rezar mais.
Acredito muito que os potenciais da oração surgem quando encontra-se o jeito
próprio de rezar. Nos livros, histórias, na música. Assim eu encontro uma
maneira eficaz e gostosa de rezar. Claro, sem tirar o mérito da Palavra de Deus,
oração por excelência. Ela que me guia constantemente no caminho certeiro e
me dá as luzes necessárias. Eu gosto muito de ilustrar a minha oração em
desenho também, então encontrei essas formas de rezar, que tem me trazido os
confrontos, não só conforto.
Eu acredito que primeiro passei pela experiência de me sentir envolto pela
oração, encontrar as formas que eu me sentia bem e dava vontade de rezar.
Após, eu senti que os confrontos vieram de maneira necessária.
Acadêmico
De modo geral, não encontro muitas dificuldades no quesito dos estudos, do
conhecimento. Longe de mim querer ser autossuficiente ou me vangloriar,
porém acredito no meu potencial para absorver as coisas. Retomando um ponto
já avaliado no semestre anterior, o curso de filosofia de fato abriu um leque de
possibilidades, os trabalhos acadêmicos sobretudo o Projeto Integrador de
Extensão me incentivaram a trilhar este caminho filosófico.
Sei também que deixei a desejar nos meus esforços nos estudos, me levando a
ter algumas dificuldades pontuais em uma ou outra disciplina. Em suma, vivo
um dilema entre amar a filosofia, suas indagações e questionamentos, e sofrer
com as exigências acadêmicas, as provas, as notas.

Comunitário
Este semestre fora muito proveitoso no quesito comunitário, pois saí de um
semestre muito turbulento de adaptações, conflitos para outro período muito
bom de convivência com os irmãos. A possibilidade de compartilhar o quarto
com o Ronaldo, membro mais velho da comunidade, não só foi ágil, pois a
nossa equipe nas tarefas é muito boa, mas também nos ensinamentos, nas
conversas que tivemos, nas risadas, também nos momentos sérios, enfim. Tudo
convergiu para que eu pudesse aproveitar da melhor forma a vida comunitária
neste semestre.
Houveram também conflitos, claro. E dentre eles uma postura que eu pude
observar de mim mesmo é um olhar crítico e julgador sob os outros. Muitas
vezes tendo atitudes decerta ‘farisaicas’, hipócritas, pois eu fui capaz de julgar
o outro ‘sob a lei’, mas nunca me colocando também à luz do julgamento.
Outrossim, tiveram alguns conflitos pontuais com alguns membros da casa, que
posteriormente foram resolvidos através de uma boa conversa e um abraço de
reconciliação.

Pastoral
Bem, como sempre eu digo que a pastoral é um grande refúgio para mim,
diante da correria que o cotidiano impõe, receber o abraço das pessoas, das
velhinhas, isso conforta meu coração. Assim como no quesito comunitário, o
segundo semestre foi muito proveitoso pois os laços pastorais estão apertados.
Celebrar a Palavra e a Eucaristia com o povo me mantém na vida que eu
planejo viver pro resto da minha existência.
E não só estes momentos dentro da igreja, mas também quando as pessoas me
convidam para participar da vida delas dentro das suas casas. Os cafézinhos, os
almoços, os lanches... enfim. Todos esses momentos, além de comer, me
proporcionaram comungam do espírito familiar naquele espaço. Conhecer as
pessoas além-igreja.
Acredito que estreitar a convivência com os paroquianos me possibilitou ser
menos crítico quanto as pessoas da igreja, cobrar menos delas, qual era uma
postura minha recorrente.

Pertença MSC
Ademais, este período do ano fora muito desafiador para mim na pertença
MSC. Vivi um grande momento de crise vocacional no mês de Outubro, que
foi se desenrolando até eu fazer o exercício, que eu escrevi uma carta sobre o
meu discernimento. As luzes vieram dali e de uma conversa que tive com a
Irmã Elza, que me orientou no que eu poderia fazer no momento.
Ouvir não só a minha própria vontade foi importante para perceber as minhas
atitudes impulsivas sobre o meu discernimento. Deus, até aqui, me convida a
experimentar mais da vida ‘Missionária do Sagrado Coração’. Como o Padre
Magno sempre faz questão de sublinhar em nossas conversas: não ‘vim parar’
nesta congregação atoa; o Sagrado Coração de Jesus constantemente cura as
feridas da minha existência, para que num futuro próximo, eu possa curar as
feridas das pessoas sendo um MSC padre.
Revendo todos os momentos que eu vivi, me sinto bem comigo mesmo e feliz
onde estou. Nas lutas, dores, sorrisos, motivos para se alegrar... esta é a minha
vida. Este é meu grande sonho sendo concretizado a cada dia. A vida que eu fui
chamado para viver e escolhi-a.

AMETUR,