Você está na página 1de 66

Linguagens, códigos e suas tecnologias

EDUCAÇÃO FÍSICA
Governador do Estado do Amazonas
Omar Aziz

Secretário de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


Gedeão Timóteo Amorim

Secretária-Executiva
Sirlei Alves Ferreira Henrique

Secretária-Adjunta da Capital
Ana Maria da Silva Falcão

Secretária-Adjunta do Interior
Magaly Portela Régis

Diretor do Departamento de Políticas e


Programas Educacionais
Edson Santos Melo

Gerente do Ensino Médio


VERA LÚCIA LIMA DA SILVA
PROPOSTA CURRICULAR DE
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O
ENSINO MÉDIO

Secretaria de Estado de
Educação e Qualidade do Ensino
Copyright © SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012

Editor
Isaac Maciel

Coordenação editorial
Tenório Telles

Capa e Projeto Gráfico


Heitor Costa

Diagramação
Bruno Raphael

Revisão
Núcleo de Editoração Valer

Normalização
Ycaro Verçosa

S729p Proposta Curricular de Educação Física para o Ensino Médio. –


Manaus: Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012.

66 p.­­

ISBN 978-85-87707-48-2

1. Educação Física – Proposta Curricular


2. Reforma Curricular – Ensino Médio I. Título.

CDD 372.89
22. Ed.

Resolução no 162/2011 – CEE/AM, aprovada em 13/12/2011

2012

Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


Rua Waldomiro Lustoza, 250 – Japiim II
CEP – 69076-830 – Manaus/AM
Tel.: Seduc (92) 3614-2200
GEM: (92) 3614-2275 / 3613-5481
www.seduc.am.gov.br
SUMÁRIO

Compromisso com a Educação 7

Carta ao Professor 9

Proposta Curricular de Educação Física para o Ensino Médio 11

Introdução 13

Proposta Curricular do Ensino Médio: Pressupostos teóricos 15

Currículo Escolar: Aproximação com o cotidiano 21

Um conhecimento Fundado Sobre Competências e Habilidades 23

Áreas de Conhecimento: A integração dos saberes 27

1. O Componente Curricular integrador da Matriz do Ensino Médio 29


1.1 A Educação Física no Ensino Médio 31
1.2 Quadro demonstrativo do Componente Curricular 34
1.3 Alternativas Metodológicas para o ensino de Educação Física 49
1.3.1 Sugestões de atividades didático-pedagógicas 49
1.3.2 Sugestões para Pesquisa 54

Avaliação: O culminar do processo educativo 55

Considerações Finais 59

Referências 61
6 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 7

COMPROMISSO COM A educação

É inquestionável o valor da Educação na mento do mérito dos professores, do acesso


formação do ser humano e na construção de às novas tecnologias, da promoção de forma-
uma sociedade próspera e cidadã. Ao longo ções para melhor qualificar os mestres que
da História, as nações que conquistaram o estão na sala de aula, empenhados na pre-
reconhecimento e ajudaram no processo de paração dos jovens, sem descurar do cuida-
evolução do conhecimento foram aquelas do com a melhoria das condições de trabalho
que dedicaram atenção especial à formação dos profissionais que ajudam a construir uma
da juventude e valorizaram o saber como fa- realidade educacional mais promissora para o
tor de afirmação social e cultural. povo amazonense.
Consciente do significado social da apren- Fruto desse comprometimento que tenho
dizagem e do caráter substantivo do ensino com a Educação, é com satisfação que apre-
como fundamento da própria vida, elegi a sento aos professores e à sociedade em geral
Educação como pressuposto de governo – esta Proposta do Ensino Médio – nascida do
consciente da minha responsabilidade como debate dos educadores e técnicos que fazem
governador do Estado do Amazonas. Tenho parte da rede pública estadual de ensino. Esta
a convicção de que a construção do futuro reestruturação, coordenada pela Secretaria
é uma tarefa do presente – e que o conheci- de Estado da Educação e Qualidade do Ensi-
mento é o substrato do novo tempo que ha- no, objetiva a renovação e atualização do pro-
verá de nascer do trabalho dos professores e cesso da aprendizagem, considerando os Pa-
demais profissionais que se dedicam ao ofício râmetros Curriculares do Ensino Médio, bem
de educar em nossa terra. como as inovações ocorridas com a implan-
Essa é uma missão de todos: não só dos tação do Exame Nacional do Ensino Médio –
educadores, mas igualmente dos pais e dos Enem. Com o aprimoramento da aprendiza-
agentes públicos, bem como de todo aquele gem e com a promoção de uma nova sistemá-
que tem compromisso com o bem comum e a tica de ensino e avaliação, almejamos o avan-
cidadania. Tenho empreendido esforços para ço da Educação e a melhoria da qualidade da
promover a Educação no Amazonas, sobretu- prática educacional no Estado do Amazonas.
do por meio da valorização e do reconheci- Reitero, assim, meu compromisso com a
Educação.

Omar Aziz
Governador do
Estado do Amazonas

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 9

carta ao professor

Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

Cecília Meireles

A mudança é o sentido e o fundamento da de Educação, por meio da ação de seus educa-


vida. A verdade é que não há vida sem trans- dores e técnicos, coordenou de forma eficaz os
formação e sem o aprimoramento permanen- trabalhos de discussão e elaboração das pro-
te de nosso modo de pensar e ser e, sobretu- postas curriculares de cada componente que
do, de agir. O poema da professora e escritora integra as quatro áreas de conhecimento do
Cecília Meireles traduz esse entendimento Ensino Médio – norteadoras da prática pedagó-
e essa verdade inquestionável. Por isso, esse gica dos professores no cotidiano escolar neste
tem sido o espírito de nossas ações à frente novo momento do ensino em nossa terra.
da Secretaria de Estado de Educação do Ama-
zonas: buscar novos caminhos para melhorar Acreditamos que os novos referenciais
a aprendizagem de nossas crianças e jovens metodológicos, enriquecidos com sugestões
– motivo pelo qual elegemos a formação dos de Competências, Habilidades e práticas faci-
professores como um dos fundamentos desse litadoras da aprendizagem, estabelecidos nas
propósito. propostas, contribuirão para dinamizar e en-
riquecer o trabalho pedagógico dos professo-
Fruto dessa iniciativa, empreendida com o res, melhorando a compreensão e formação
objetivo de construir um futuro promissor para intelectual e espiritual dos educandos. Vive-
a Educação no Amazonas, apresentamos os re- mos um momento de renovação da prática
sultados do trabalho de reestruturação da Pro- educacional no Amazonas, experiência que
posta Curricular do Ensino Médio. A Secretaria demanda, de todos os envolvidos nesse pro-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
10 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

cesso, novas respostas, novas atitudes e novos de e atenção com a formação educacional dos
procedimentos de ensino. Dessa forma, com nossos educandos.
compromisso, entusiasmo e consciência de
nosso papel como educadores, ajudaremos a Temos consciência do desafio que temos
construir uma nova realidade educacional em pela frente e entendemos que este é o primeiro
nosso Estado, fundada na certeza de que o co- passo de uma longa jornada, que dependerá da
nhecimento liberta, enriquece a vida dos indi- participação construtiva, não só dos professo-
víduos e contribui para a construção de uma res, corpo técnico e educandos, mas também
consciência cidadã. dos pais, agentes públicos e da sociedade.

O chamamento de Cecília Meireles – “Re- Que todos aceitemos o desafio da renova-


nova-te / Renasce em ti mesmo” – é uma ção e do comprometimento com a vida, com
síntese do fundamento que orienta o nosso a educação dos nossos jovens e com a busca
caminho e norteia as nossas ações. O governa- de novas práticas pedagógicas – capazes de
dor Omar Aziz assumiu a responsabilidade de nos ajudar no forjamento de uma nova consci-
fazer do seu governo um ato de compromisso ência e na construção de uma sociedade fun-
com a educação das crianças e jovens do Ama- dada no conhecimento e na cidadania, ideais
zonas. Os frutos dessa ação, que resultou na que herdamos da cultura clássica e que têm
reestruturação da Proposta Curricular do En- na Paideia Grega (entendida como a verdadei-
sino Médio, são uma prova da sua sensibilida- ra educação) o seu referencial por excelência.

Gedeão Timóteo Amorim


Secretário de Estado de Educação

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 11

PROPOSTA CURRICULAR DE
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 13

INTRODUÇÃO

A Proposta que chega ao Ensino Médio sur- LDB (Lei nº 9.394/96), que requer um homem
giu das necessidades que se verificam não só cidadão, com capacidades para seguir os es-
no campo educacional, mas também nas de- tudos em um Nível Superior ou que seja capaz
mais áreas do saber e dos segmentos sociais. de inserir-se, com capacidades concretas, no
Dito por outras palavras, a vertiginosidade com mundo do trabalho.
que as mudanças ocorrem, inclusive situando- Mas para que esse homem-cidadão possa
-nos em um novo tempo, cognominado pelos ter o arcabouço teórico exigido, ele precisa
filósofos como pós-modernidade, é o que nos conhecer o seu entorno, ou seja, ele precisa
obriga a repensar os atuais paradigmas e a ins- ser e estar no mundo, daí, então, que ele par-
taurar-se, como se faz necessário, novos. tirá para a construção da sua identidade, da
A mudança, na qual somos agentes e pa- sua região, do seu local de origem. Somente
cientes, não só desestabiliza a permanência após a sua inserção na realidade, com suas
do homem no mundo como também requer emoções, afetos e sentimentos outros, é que
novas bases, o que implica novos exercícios ele poderá compreender o seu entorno em
do pensamento. Considerando que é na Esco- uma projeção, compreendendo as suas des-
la, desde a educação infantil, que também se continuidades mais ampliadas, ou seja: so-
estabelecem os princípios e valores que nor- mente assim ele poderá ser e estar no mundo.
tearão toda a vida, é a ela que, incisivamente, As situações referidas são as norteadoras
as novas preocupações se dirigem. desta Proposta, por isso ela reclama a Inter-
É nesse contexto que esta Proposta se ins- disciplinaridade, a Localização do sujeito no
creve. É em meio a essas inquietantes angús- seu mundo, a Formação, no que for possível,
tias e no encontro com inúmeros caminhos, os integral do indivíduo e a Construção da cida-
quais não possuem inscrições, afirmando ou dania. É, portanto, no contexto do novo, do
não o nível de segurança, que ela busca insti- necessário que ela se organizou, que ela mo-
tuir alguma estabilidade e, ainda, a certeza de bilizou a atenção e a preocupação de todos os
que o saber perdurará, de que o homem conti- que, nela, se envolveram.
nuará a produzir outros/novos conhecimentos. Para finalizar, é opinião comum dos cida-
As palavras acima se sustentam na ideia de dãos, que pensam sobre a realidade e fazem
que a Escola ultrapassa a Educação e a Instru- a sua leitura ou interpretação, que o momen-
ção, projetando-se para o campo da garantia, to é de transição. Essa afirmação é plena de
da permanência, da continuidade do conheci- significados e de exigências, inclusive corre-se
mento do homem e do mundo. o risco maior de não se compreender o que
Os caminhos indicadores para a redefini- é essencial. É assim que o passado se funde
ção das funções da Escola seguem, a nosso com o presente, o antigo se funde com o novo,
ver, a direção que é sugerida. É por isso que criando uma dialética essencial à progessão
a Escola e o produto por ela gerado – o Co- da História. A Proposta Curricular do Ensino
nhecimento – instituem um saber fundado Médio, de 2011, resguarda esse movimento e
em Competências e Habilidades, seguindo a o aceita como uma necessidade histórica.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 15

Proposta Curricular do Ensino Médio:


Pressupostos Teóricos

A educação brasileira, nos últimos anos, Ensino Médio desenvolveu ações educacio-
perpassa por transformações educacionais nais para fundamentar as discussões acerca
decorrentes das novas exigências sociais, do currículo vigente.
culturais, políticas e econômicas vigentes no Os professores da Rede Estadual de Ensino
país, resultantes do processo de globalização. Médio receberam orientações, por meio de
Considerando esta nova reconfiguração mun- palestras e de uma jornada pedagógica, que
dial e visando realizar a função formadora da proporcionaram aos professores reflexões so-
escola de explicar, justificar e de transformar bre: O fazer pedagógico, sobre os fundamen-
a realidade, a educação busca oferecer ao tos norteadores do currículo e principalmente
educando maior autonomia intelectual, uma sobre o que se deve ensinar. E o que os edu-
ampliação de conhecimento e de acesso a in- candos precisam apreender para aprender?
formações numa perspectiva integradora do Os trabalhos desenvolvidos tiveram, como
educando com o meio. subsídios, os documentos existentes na Secre-
No contexto educacional de mudanças re- taria de Educação, norteados pela Proposta
lativas à educação como um todo e ao Ensino Curricular do Ensino Médio/2005, pelos PCN,
Médio especificamente a reorganização curri- pelos PCN+ e pelos referenciais nacionais. As
cular, dessa etapa do ensino, faz-se necessária discussões versaram sobre os Componentes
em prol de oferecer novos procedimentos que Curriculares constantes na Matriz Curricular
promovam uma aprendizagem significativa e do Ensino Médio, bem como sobre as refle-
que estimulem a permanência do educando xões acerca da prática pedagógica e do papel
na escola, assegurando a redução da evasão intencional do planejamento e da execução
escolar, da distorção idade/série, como tam- das ações educativas.
bém a degradação social desse cidadão. Os resultados colhidos nessas discussões
A ação política educacional de Reestrutu- estimularam a equipe a elaborar uma versão
ração da Proposta Curricular do Ensino Médio atualizada e ampliada da Proposta Curricular
foi consubstanciada nos enfoques educacio- do Ensino Médio, contemplando em um só
nais que articulam o cenário mundial, bra- documento as orientações que servirão como
sileiro e local, no intuito de refletir sobre os referência para as ações educativas dos profis-
diversos caminhos curriculares percorridos na sionais das quatro Áreas do Conhecimento.
formação do educando da Rede Estadual de Foi a partir dessa premissa que se perce-
Ensino Médio. beu a necessidade de refletir acerca do Currí-
Dessa forma, a fim de assegurar a cons- culo, da organização curricular, dos espaços e
trução democrática e a participação dos pro- dos tempos para que, dessa maneira, fossem
fessores da Rede Estadual de Ensino Médio, privilegiados, como destaques:
na Reestruturação do Currículo, a Gerência de

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
16 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

• o foco no processo de ensino-aprendi- divíduos, do corpo social, da comunidade em


zagem; geral, levando em consideração os conceitos,
• os diferentes tipos de aprendizagem e as representações, os saberes oriundos das
de recursos; vivências dos educandos que concretamente
• o desenvolvimento de competências estão envolvidos, e nas experiências que vi-
cognitivas, operativas e afetivas; venciam no cotidiano.
• a autonomia intelectual; A proposta é que os educandos possam
• a reflexão antes, durante e após as posicionar-se de maneira crítica, ética, res-
ações. ponsável e construtiva nas diferentes situa­
ções sociais, utilizando o conhecimento como
É válido ressaltar que os caminhos defi- instrumento para mediar conflitos e tomar
nidos enquadram-se na perspectiva atual do decisões; e, assim, perceberem-se como
projeto filosófico educativo do país que re- agentes transformadores da realidade social
quer a interdisciplinaridade, a transdiscipli- e histórica do país, identificando as caracte-
naridade e a transversalidade, na qualidade rísticas estruturais e conjunturais da realida-
de meios de garantia de um ensino-aprendi- de social e as interações entre elas, a fim de
zagem bem-sucedido. Ou seja, os objetos pri- contribuírem ativamente para a melhoria da
vilegiados nos Componentes Curriculares do qualidade da vida social, institucional e indi-
Ensino Médio deverão ser focados em uma vidual; devem, ainda, conhecer e valorizar a
perspectiva abrangente, na qual eles serão diversidade que caracteriza a sociedade bra-
objetos de estudo do maior número possível sileira, posicionando-se contra quaisquer for-
de Componentes Curriculares. Dessa forma, mas de discriminação baseada em diferenças
entende-se que o educando poderá apreen- culturais, classe social, crença, gênero, orien-
dê-los em toda a sua complexidade. tação sexual, etnia e em outras característi-
É assim que temas como a diferença socio- cas individuais e sociais.
cultural de gênero, de orientação sexual, de Espera-se que esta Proposta seja uma fer-
etnia, de origem e de geração perpassam por ramenta de gestão educacional e pedagógica,
todos os componentes, visando trazer ao de- com ideias e sugestões que possam estimular
bate, nas salas de aula, os valores humanos o raciocínio estratégico-político e didático-
e as questões que estabelecem uma relação -educacional, necessário à reflexão e ao de-
dialógica entre os diversos campos do co- senvolvimento de ações educativas coerentes
nhecimento. Nesse sentido, foi pensado um com princípios estéticos, políticos e éticos,
Currículo amplo e flexível, que expressasse orientados por competências básicas que esti-
os princípios e as metas do projeto educati- mulem os princípios pedagógicos da identida-
vo, possibilitando a promoção de debates, a de, diversidade e autonomia, da interdiscipli-
partir da interação entre os sujeitos que com- naridade e da contextualização enquanto es-
põem o referido processo. truturadores do currículo (DCNEM, 2011,11),
Assim, os processos de desenvolvimento e que todo esse movimento chegue às salas
das ações didático-pedagógicas devem possi- de aula, transformando a ação pedagógica e
bilitar a reflexão crítica sobre as questões que contribuindo para a excelência da formação
emergem ou que resultem das práticas dos in- dos educandos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 17

Para que se chegasse a essa fundamen- gerais, e colegial, com duração de três anos,
tação pedagógica, filosófica, sociológica da que oferecia os cursos Clássico e Científico.
educação, foram concebidas e aperfeiçoa­das O cenário político brasileiro de 1964,
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Na- que culminou no golpe de Estado, determi-
cional. No contexto legislativo-educacional, nou novas orientações para a política edu-
destacam-se as Leis nº 4.024/61, 5.692/71 e cacional do país. Foram estabelecidos novos
9.394/96 que instituíram bases legais para a acordos entre o Brasil e os Estados Unidos da
educação brasileira como normas estrutura- América, dentre eles o MEC-Usaid. Constava,
doras da Educação Nacional. no referido acordo, que o Brasil receberia re-
Todavia, o quadro da educação brasileira cursos para implantar uma nova reforma que
nem sempre esteve consolidado, pois antes atendesse aos interesses políticos mundiais,
da formulação e da homologação das Leis objetivando vincular o sistema educacional
de Diretrizes e Bases, a educação não era o ao modelo econômico imposto pela política
foco das políticas públicas nacionais, visto norte-americana para a América Latina (ARA-
que não constava como uma das principais NHA, 2010). É no contexto de mudanças sig-
incumbências do Estado garantir escola pú- nificativas para o país, ocasionadas pela nova
blica aos cidadãos. conjuntura política mundial, que é promulga-
O acesso ao conhecimento sistemático, da a nova LDB nº 5.692/71. Essa Lei é gerada
oferecido em instituições educacionais, era no contexto de um regime totalitário, portan-
privilégio daqueles que podiam ingressar em to contrário às aspirações democráticas emer-
escolas particulares, tradicionalmente reli- gentes naquele período.
giosas de linha católica que, buscando seus Nas premissas dessa Lei, o ensino profis-
interesses, defendiam o conservadorismo sionalizante do 2.o grau torna-se obrigatório.
educacional, criticando a ideia do Estado em Dessa forma, ele é tecnicista, baseado no
estabelecer um ensino laico. modelo empresarial, o que leva a educação a
Somente com a Constituição de 1946, o adequar-se às exigências da sociedade indus-
Estado voltou a ser agente principal da ação trial e tecnológica. Foi assim que o Brasil se in-
educativa. A lei orgânica da Educação Primá- seriu no sistema do capitalismo internacional,
ria, do referido ano, legitimou a obrigação do ganhando, em contrapartida, a abertura para
Estado com a educação (Barbosa, 2008). Em o seu crescimento econômico. A implantação
meio a esse processo, e após inúmeras reivin- generalizada da habilitação profissional trou-
dicações dos pioneiros da Educação Nova e xe, entre seus efeitos, sobretudo para o ensino
dos intensos debates que tiveram como pano público, a perda da identidade que o 2.o grau
de fundo o anteprojeto da Lei de Diretrizes passará a ter, seja propedêutica para o Ensino
e Bases, é homologada a primeira LDB, nº Superior, seja a de terminalidade profissional
4.024/61, que levou treze anos para se con- (Parecer CEB 5/2011). A obrigatoriedade do
solidar, entrando em vigor já ultrapassada e ensino profissionalizante tornou-se faculta-
mantendo em sua estrutura a educação de tiva com a Lei nº 7.044/82 que modificou os
grau médio: ginasial, com duração de quatro dispositivos que tratam do referido ensino, no
anos, destinada a fundamentos educacionais 2.o grau.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
18 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

Pode-se dizer que o avanço educacional do rização dos Profissionais da Educação – Fun-
país estabeleceu-se com a Lei de Diretrizes e deb, que oferece subsídios a todos os níveis
Bases da Educação nº 9.394/96, que alterou da educação, inclusive ao Ensino Médio.
a estrutura do sistema educacional brasileiro Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
quando no Titulo II – Dos Princípios e Fins da cação, o Ensino Médio tem por finalidade pre-
Educação Nacional – Art. 2.o, declara: A edu- parar o educando para a continuidade dos es-
cação, dever da família e do Estado, inspira- tudos, para o trabalho e para o exercício da ci-
da nos princípios de liberdade e nos ideais de dadania, primando por uma educação escolar
solidariedade humana, tem por finalidade o fundamentada na ética e nos valores de liber-
pleno desenvolvimento do educando, seu pre- dade, justiça social, pluralidade, solidariedade
paro para o exercício da cidadania e sua qua- e sustentabilidade. As prerrogativas da Lei su-
lificação para o trabalho. pracitada acompanham as grandes mudanças
Essa Lei confere legalidade à condição do sociais, sendo, dessa forma, exigido da escola
Ensino Médio como parte integrante da Edu- uma postura educacional responsável, capaz
cação Básica, descrevendo, no artigo 35, os de forjar homens, não somente preparados
princípios norteadores desse nível de ensino: para integrar-se socialmente, como também
de promover o bem comum, concretizando a
O Ensino Médio, etapa final da educação afirmação do homem-cidadão.
básica, com duração mínima de três anos, Norteadas pela Lei de Diretrizes e Bases
terá como finalidades: I – a consolidação e da Educação, apresentam-se as Diretrizes
o aprofundamento dos conhecimentos ad- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
quiridos no Ensino Fundamental, possibili- (Parecer CEB 5/2011), que tem como pres-
tando o prosseguimento de estudos; II – a supostos e fundamentos: Trabalho, Ciência,
preparação básica para o trabalho e a cida- Tecnologia e Cultura.
dania do educando, para continuar apren- Quando se pensa em uma definição para
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar o conceito Trabalho, não se pode deixar de
com flexibilidade a novas condições de ocu- abordar a sua condição ontológica, pois essa é
pação ou aperfeiçoamento posteriores; III – condição imprescindível para a humanização
o aprimoramento do educando como pes- do homem. É por meio dele que se instaura o
soa humana, incluindo a formação ética e o processo cultural, ou seja, é no momento em
desenvolvimento da autonomia intelectual que o homem age sobre a natureza, transfor-
e do pensamento crítico; IV – a compreen- mando-a, que ele se constitui como um ser
são dos fundamentos científico-tecnológi- cultural. Portanto, o Trabalho não pode ser
cos dos processos produtivos, relacionando desvinculado da Cultura, pois estes se com-
a teoria com a prática, no ensino de cada portam como faces da mesma moeda. Sinte-
disciplina. tizando, pode-se dizer que o homem produz
sua realidade, apropria-se dela e a transfor­
Com a incorporação do Ensino Médio à ma, somente porque o Trabalho é uma con-
Educação Básica, entra em vigor, a partir do dição humana/ontológica e a Cultura é o re-
ano de 2007, o Fundo de Manutenção e De- sultado da ação que possibilita ao homem ser
senvolvimento da Educação Básica e de Valo- homem.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 19

Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura surgem como propiciadoras de um novo mun-


constituem um todo que não se pode disso- do, inclusive, determinando o nível de desen-
ciar, isso porque ao se pensar em Trabalho volvimento socioeconômico de um país.
não se pode deixar de trazer ao pensamento Seguindo as orientações das Diretrizes
o resultado que ele promove, ou seja, a pro- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a
dução. Imediatamente, compreende-se que a formação integral do educando deve promo-
Tecnologia não é possível sem um pensamen- ver reflexões críticas sobre modelos culturais
to elaborado, sistemático e cumulativo, daí, pertinentes à comunidade em que ele está
pensar-se em Ciência. Para se ter a ideia do inserido, bem como na sociedade como um
que é referido, pode-se recorrer aos primór- todo. Sob essa ótica, é de fundamental impor-
dios da humanidade, quando o homem trans- tância haver unicidade entre os quatro pres-
formou uma pedra em uma faca, a fim de se supostos educacionais: Trabalho, Ciência,
proteger das feras. Nos dias de hoje, quando a Tecnologia e Cultura que devem estar atrela-
Ciência tornou-se o núcleo fundante das nos- dos entre pensamento e ação e a busca inten-
sas vidas, retirando o homem do seu pedes- cional das convergências entre teoria e práti-
tal, pois foi com o seu triunfo que ele deixou ca na ação humana (Parecer CEB 5/2011).
de ser o centro do universo, as Tecnologias

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 21

Currículo Escolar: Aproximação com o cotidiano

A discussão sobre o Currículo Básico é O excerto em destaque trata da vinculação


hoje um tema presente nos projetos políti- ou da dependência do Currículo ao contexto
co-pedagógicos das escolas, nas pesquisas, no qual ele está inserido. Nele, as várias re-
nas teorias pedagógicas, na formação inicial lações que se estabelecem socialmente estão
e continuada dos professores e gestores, e, incluídas, dado que se trata de uma represen-
ainda, nas propostas dos sistemas de ensino, tação social e, por isso, todas as sensações,
tendo no seu centro a especificidade do co- especulações, conhecimentos e sentimentos,
nhecimento escolar, priorizando o papel da para que ele contemple as necessidades dos
escola como instituição social voltada à tare- educandos, são abordadas. Por outro lado,
fa de garantir a todos o acesso aos saberes não se pode desprezar a produção cognitiva,
científicos e culturais. resultado do acúmulo de conhecimentos que
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacio- garantem a permanência da humanidade.
nais para o Ensino Médio, em seu artigo 8.°: Conforme diversos autores citados por
Sabini (2007), esses fundamentados no texto
O Currículo é organizado em áreas de co- de Sacristán e de Seed (2003), o Currículo é
nhecimento, a saber: um conjunto de conhecimentos ou de maté-
rias a ser apreendido pelo educando dentro
I – Linguagens. de um ciclo-nível educativo ou modalidade
II – Matemática. de ensino; o Currículo é uma experiência re-
III – Ciências da Natureza. criada nos educandos, por meio da qual po-
IV – Ciências Humanas. dem desenvolver-se; o Currículo é uma tarefa
e habilidade a serem dominadas; o Currículo
§1.° – O currículo deve contemplar as qua- é um programa que proporciona conteúdos e
tro áreas do conhecimento, com tratamen- valores, para que os educandos melhorem a
to metodológico que evidencie a contextu- sociedade, podendo até mesmo reconstruí-la.
alização e a interdisciplinaridade ou outras Para Silva (2004), o Currículo é definido,
formas de interação e articulação entre portanto, como lugar, espaço, território, rela-
diferentes campos de saberes específicos. ção de poder. Como sabemos, ele também é
o retrato da nossa vida, tornando-se um do-
§2.° – A organização por área de conheci- cumento de identidade em termos de apren-
mento não dilui nem exclui componentes dizagem e construção da subjetividade. Isso
curriculares com especificidades e sabe- serve para mostrar a importância que o Currí-
res próprios construídos e sistematizados, culo pode tomar nas nossas vidas.
mas implica no fortalecimento das relações Considerando a história do Currículo es-
entre eles e a sua contextualização para colar, remetemo-nos ao momento em que se
apreensão e intervenção na realidade, re- iniciam as reflexões sobre o ensino ou quan-
querendo planejamento e execução conju- do ele é considerado como uma ferramenta
gados e cooperativos dos seus professores. pedagógica da sociedade industrial. Assim,

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
22 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

partindo do contexto social, o Currículo se faz teo­ria única, mas um conjunto de teorias e
presente em formas de organização da socie- saberes, ou seja, o Currículo, desatrelado do
dade. Dessa forma, podemos compreendê-lo aspecto de simples listagem de conteúdos,
como produto de um processo de conflitos passa a ser um processo constituído por um
culturais dos diferentes grupos de professores encontro cultural, de saberes, de conheci-
que o elaboram (LOPES, 2006). Lopes com- mentos escolares na prática da sala de aula,
preende, ainda, que é necessário conhecer local de interação professor e educando.
as várias formas de conceituação de Currículo Nesse sentido, cabe àqueles que condu-
que são elaboradas para nortear o trabalho zem os destinos do país, e, especificamente,
dos professores em sala de aula. Para Lopes aos que gerem os destinos da Educação no
(idem), o Currículo é elaborado em cada esco- Amazonas encontrar o melhor caminho para
la, com a presença intelectual, cultural, emo- o norteamento do que é necessário, conside-
cional, social e a memória de seus participan- rando a realidade local, a realidade regional
tes. É na cotidianidade, formada por múltiplas e a nacional. E, ainda, sem deixar de conside-
redes de subjetividade, que cada um de nós rar os professores, os gestores, os educandos,
forja nossas histórias de educandos e de pro- os pais e a comunidade em geral. Não basta,
fessores. apenas, a fundamentação teórica bem alicer-
Considerando a complexidade da história çada, mas o seu entendimento e a sua aplica-
do Currículo, não é possível conceber uma ção à realidade.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 23

Um conhecimento FUNDADO SOBRE Competências


e Habilidades

A Secretaria de Estado de Educação e Qua- conhecimentos adquiridos em sala de aula e


lidade do Ensino, com base nas Diretrizes Cur- fora dela, o que necessariamente implica um
riculares do Ensino Médio, reitera em sua Pro- trabalho interdisciplinar.
posta Curricular os seguintes pressupostos: Ao falarmos em Interdisciplinaridade no
formação integral dos educandos; o trabalho ensino, é preciso considerar a contribuição
e a pesquisa como princípio educativo e peda- dos PCN. Um olhar mais atento a esse docu-
gógico; a indissociabilidade entre educação e mento revela-nos a opção por uma concep-
prática social, considerando-se a historicidade ção instrumental de Interdisciplinaridade:
dos conhecimentos e dos sujeitos do processo
educativo, bem como entre teoria e prática no Na perspectiva escolar, a interdisciplinari-
processo de ensino-aprendizagem; a integra- dade não tem a pretensão de criar novas
ção de conhecimentos gerais e, quando for o disciplinas ou saberes, mas de utilizar os
caso, de conhecimentos técnico-profissionais. conhecimentos de várias disciplinas para
Os pressupostos garantidos implicam a resolver um problema concreto ou compre-
responsabilidade dos atores perante o pro- ender um fenômeno sob diferentes pontos
cesso educativo na busca constante dos me- de vista. Em suma, a Interdisciplinaridade
canismos que o transformem em ação efetiva. tem uma função instrumental. Trata-se de
Esses mecanismos dizem respeito ao porquê recorrer a um saber útil e utilizável para
e como trabalhar determinados conhecimen- responder às questões e aos problemas
tos de forma a atingir a formação integral do sociais contemporâneos (BRASIL, 2002, p.
cidadão, vivenciando, assim, a dimensão so- 34-36).
ciopolítica da educação, o que define o Cur-
rículo como ferramenta de construção social. Nos PCN+ (2002), o conceito de Interdis-
Nesse sentido, esta Proposta sugere o Ensino ciplinaridade fica mais claro. Neles é destaca-
fundado em Competências e a não fragmen- do que um trabalho interdisciplinar, antes de
tação dos conhecimentos em disciplinas iso- garantir associação temática entre diferentes
ladas, o que exige uma postura interdiscipli- disciplinas – ação possível, mas não impres-
nar do professor. Os Parâmetros Curriculares cindível – deve buscar unidade em termos de
Nacionais do Ensino Médio (PCN +) orientam prática docente, independentemente dos te-
a organização pedagógica da escola em tor- mas/assuntos tratados em cada disciplina iso-
no de três princípios orientadores, a saber: a ladamente. Essa prática docente comum está
Contextualização, a Interdisciplinaridade, as centrada no trabalho permanentemente vol-
Competências e Habilidades. tado para o desenvolvimento de Competên-
Para melhor compreender os pressupos- cias e de Habilidades, apoiado na associação
tos, apresenta-se a definição: contextualizar ensino-pesquisa e no trabalho expresso em
significa localizar um conhecimento determi- diferentes linguagens, que comportem diver-
nado no mundo, relacionando-o aos demais sidades de interpretação sobre os temas/as-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
24 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

suntos abordados em sala de aula. Portanto, Os caminhos na busca da Interdisciplina-


são esses elementos que dão unidade ao de- ridade devem ser percorridos pela equipe
senvolvimento dos diferentes Componentes docente de cada unidade escolar. O ponto de
Curriculares, e não a associação dos mesmos partida é determinado pelos problemas esco-
em torno de temas supostamente comuns a lares compartilhados pelos professores e por
todos eles. sua experiência pedagógica. O destino é de-
Esta Proposta é expressiva porque ela pro- terminado pelos objetivos educacionais, ou
move a mobilização da comunidade escolar melhor, pelo projeto político pedagógico da
em torno de objetivos educacionais mais am- escola. A Interdisciplinaridade, nesse sentido,
plos, que estão acima de quaisquer conteúdos, assume como elemento ou eixo de integração
porém sem descaracterizar os Componentes a prática docente comum voltada para o de-
Curriculares ou romper com os mesmos. Sua senvolvimento de Competências e Habilida-
prática na escola cria, acima de tudo, a possi- des comuns nos educandos.
bilidade do “encontro”, da “partilha”, da coo- No que diz respeito à Competência, cabe
peração e do diálogo e, por isso, traz-se nesta dizer que numa sociedade em que o conhe-
Proposta a perspectiva da Interdisciplinaridade cimento transformou-se no principal fator
como ação conjunta dos professores. de produção, um dos conceitos que transita
Ivani Fazenda (1994, p. 82) fortalece essa entre o universo da economia e da educação
ideia, quando fala das atitudes de um “profes- é o termo “competência”. A ideia de compe-
sor interdisciplinar”: tência surge na economia como a capacidade
de transformar uma tecnologia conhecida em
Entendemos por atitude interdisciplinar um produto atraente para os consumidores.
uma atitude diante de alternativas para No contexto educacional, o conceito de com-
conhecer mais e melhor; atitude de espera petência é mais abrangente. No documento
ante os atos consumados, atitude de reci- básico do Enem, as competências são associa-
procidade que impele à troca, que impele das às modalidades estruturais da inteligên-
ao diálogo – ao diálogo com pares idênti- cia ou às ações e às operações que utilizamos
cos, com pares anônimos ou consigo mes- para estabelecer relações com e entre obje-
mo – atitude de humildade diante da limi- tos, situações, fenômenos e pessoas.
tação do próprio saber, atitude de perple- Para entendermos o que se pretende, é
xidade ante a possibilidade de desvendar necessário dizer que o ensino fundado em
novos saberes, atitude de desafio – desafio Competências tem as suas bases nos vários
perante o novo, desafio em redimensio- documentos elaborados, a partir das discus-
nar o velho – atitude de envolvimento e sões mundiais e nacionais sobre educação,
comprometimento com os projetos e com dentre eles a Conferência Mundial de Edu-
as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, cação Para Todos, realizada na Tailândia, em
de compromisso em construir sempre, da 1990, os “Pilares da Educação para o Século
melhor forma possível, atitude de respon- XXI”1: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a
sabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de
revelação, de encontro, de vida. 1 Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques
Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no
Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (São
Paulo: Cortez Editora, Unesco, MEC, 1999).

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 25

ser; e nas Diretrizes Curriculares Nacionais – • Localizar, acessar e usar melhor a infor-
Parâmetros Curriculares Nacionais. Todos es- mação acumulada;
ses documentos enfatizam a necessidade de • Planejar, trabalhar e decidir em grupo.
centrar o ensino e a aprendizagem no desen-
volvimento de Competências e de Habilidades Concebe-se que uma pessoa é competen-
por parte do educando, em lugar de centrá-lo, te quando tem os recursos para realizar bem
apenas, no conteúdo conceitual. uma determinada tarefa, ou seja, para resol-
Como se pode comprovar, tanto o Ensino ver uma situação complexa. O sujeito está ca-
Fundamental quanto o Ensino Médio têm tra- pacitado para tal quando tem disponíveis os
dição conteudista. Na hora de falar de Com- recursos necessários para serem mobilizados,
petência mais ampla, carrega-se no conteúdo. com vistas a resolver os desafios na hora em
Não estamos conseguindo separar a ideia de que eles se apresentam. Nesse sentido, educar
Competência da ideia de Conteúdos, porque a para Competências é, então, ajudar o sujeito
escola traz para os educandos respostas para a adquirir as condições e/ou recursos que de-
perguntas que eles não fizeram: o resultado é verão ser mobilizados para resolver situações
o desinteresse. As perguntas são mais impor- complexas. Assim, educar alguém para ser um
tantes do que as respostas, por isso o enfo- pianista competente é criar as condições para
que das Diretrizes/Parâmetros nos conteúdos que ele adquira os conhecimentos, as habili-
conceituais, atitudinais e procedimentais, o dades, as linguagens, os valores culturais e os
que converge para a efetivação dos pilares da emocionais relacionados à atividade específica
Educação para o século XXI. Todavia, é hora de tocar piano muito bem (MORETTO, 2002).
de fazer e de construir perspectivas novas. As- Os termos Competências e Habilidades,
sim, todos nós somos chamados a refletir e a por vezes, se confundem; porém fica mais fá-
entender o que é um ensino que tem como cil compreendê-los se a Competência for vista
uma das suas bases as Competências e Habi- como constituída de várias Habilidades. Mas
lidades. uma Habilidade não “pertence” a determina-
O Ministério da Educação determina as da Competência, uma vez que a mesma Ha-
competências essenciais a serem desenvolvi- bilidade pode contribuir para Competências
das pelos educandos do Ensino Fundamental diferentes. É a prática de certas Habilidades
e Médio: que forma a Competência. A Competência é
algo construído e pressupõe a ação intencio-
• Dominar leitura/escrita e outras lingua- nal do professor.
gens; Para finalizar, convém dizer que esta Pro-
• Fazer cálculos e resolver problemas; posta caminha lado a lado com as necessida-
• Analisar, sintetizar e interpretar dados, des educacionais/sociais/econômicas/filosófi-
fatos, situações; cas e políticas do país, que não deixam de ser
• Compreender o seu entorno social e as do mundo global. Assim sendo, é interesse
atuar sobre ele; dos educadores preparar a juventude amazo-
• Receber criticamente os meios de co- nense para enfrentar os desafios que se apre-
municação; sentam no século XXI, daí ao conhecimento
fundado em Competências e Habilidades.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 27

Áreas dE conhecimento: A integração dos saberes

A Proposta Curricular do Ensino Médio totalidade. Uma perspectiva, como se pode


compreende as quatro Áreas de Conhecimen- ver, dos novos tempos.
to, constantes da base nacional comum dos Em Matemática e suas Tecnologias abor-
currículos das escolas de Ensino Médio e es- daram-se conhecimentos que destacassem
tabelece, como fundamento pedagógico, con- aspectos do real, cabendo ao educando com-
teúdos os quais devem ser inclusos, fundados preender os princípios científicos nas tecno-
sobre Competências, previamente analisados, logias, associando-os aos problemas que se
reagrupados e organizados em conformidade busca resolver de modo contextualizado. E,
com as necessidades dos envolvidos: educan- ainda, trazendo a Matemática para a concre-
dos, professores, gestores, todos os profissio- tude do educando. Com isso, quer-se dizer
nais do processo educativo. que a Matemática abandona o espaço abs-
A organização nas quatro Áreas de Conhe- trato, apenas atingível pelo pensamento, para
cimento tem por base compartilhar o objeto explicar a rea­lidade do educando, por meio
de estudo, considerando as condições para das situações-problema em que se situam o
que a prática escolar seja desenvolvida em homem concreto, real, em um universo ma-
uma perspectiva interdisciplinar, visando à terial, espiritual, emocional. Podendo-se até
transdisciplinaridade. mesmo dizer que a proposta de Matemática
Em Linguagens, Códigos e suas Tecnolo- é feita com as nossas emoções, com as nos-
gias, elencaram-se Competências e Habili- sas paixões, discutindo-se esse conhecimento
dades que permitam ao educando adquirir na sua região de saber, problematizando-se o
domínio das linguagens como instrumentos próprio império da razão.
de comunicação, em uma dinamicidade, e si­ Em Ciências da Natureza e suas Tecnolo-
tuada no espaço e no tempo, considerando as gias, consideraram-se conhecimentos que
relações com as práticas sociais e produtivas, contemplem a investigação científica e tecno-
no intuito de inserir o educando em um mun- lógica, como atividades institucionalizadas de
do letrado e simbólico. Como se sabe, a lin- produção de conhecimento. Mais uma vez,
guagem é instauradora do homem. Sem ela, entende-se que o conhecimento não pode
ele não existe, pois somente assim, quando se mais ser concebido de forma compartimen-
considera que o homem fala, é que se diz que tada, como se cada uma das suas esferas fos-
ele existe, pois é a linguagem que o distingue se de direito e de posse de cada um. Assim,
dos demais animais. Nesse sentido, a lingua- vislumbram-se, sobretudo, a interdisciplina-
gem é ampla, explicitada pela fala, pelo corpo, ridade e a transdisciplinaridade. O momento
pelo gesto, pelas línguas. Aqui, discute-se as em que se constrói um novo conhecimento
Áreas de Conhecimento, superando-se o com- é privilegiado, pois ele retorna a um estágio
partimento das disciplinas, porque somente inaugural, no qual o saber não se comparti-
agora o homem se compreendeu como um menta, mas busca a amplitude, visando com-
ser que poderá ser visto e reconhecido na sua preender o objeto de forma ampla, conside-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
28 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

rando sua complexidade. Por isso, a Física, Para o Ensino Médio do Estado do Amazo-
por exemplo, pode ser expressa em forma de nas, pensou-se em organizar os Componentes
poema, e a Biologia, que trata da vida dos se- Curriculares fundamentados nas diretrizes nor-
res, pode ser expressa em forma de música. teadoras desse nível de ensino, sem desconsi-
Somente assim o homem poderá falar de um derar as questões de cunho filosófico, psicoló-
homem mais humano, em uma perspectiva gico, por exemplo, que as mesmas implicam,
total, integradora. expressas pelo Ministério da Educação, consi-
Em Ciências Humanas e suas Tecnologias, derando a autonomia das instituições escola-
em que se encontra também a Filosofia, con- res e a aprendizagem dos educandos de modo
templam-se consciências críticas e criativas, efetivo. Os conteúdos apresentam-se por meio
com condições de responder de modo ade- de temas, os quais comportam uma bagagem
quado a problemas atuais e a situações novas, de assuntos a serem trabalhados pelos profes-
destacando-se a extensão da cidadania, o uso sores, conforme as especificidades necessárias
e a produção histórica dos direitos e deveres para cada nível de ensino. As Competências e
do cidadão e, ainda, considerando o outro em Habilidades expressam o trabalho a ser pro-
cada decisão e atitude. O importante é que o posto pelo professor quanto ao que é funda-
educando compreenda a sociedade em que mental para a promoção de um educando mais
vive, como construção humana, entendida preparado para atuar na sociedade. E os pro-
como um processo contínuo. Não poderia dei- cedimentos metodológicos, como sugestões,
xar de ser mais problemática a área de Ciên- auxiliam o professor nas atividades a serem
cias Humanas, pois ela trata do homem. Ten- experienciadas pelos educandos, ressaltando-
do o homem como seu objeto, ela traz para -se que se trata de um encaminhamento que
si muitos problemas, pois pergunta-se: Quem norteará a elaboração de um Planejamento
é o homem? Quem é este ser tão complexo Estratégico Escolar.
e enigmático? Estas são questões propostas Ressalta-se, também, que foram acrescen-
pela própria Área de Conhecimento de Ciên- tadas alternativas metodológicas para o ensi-
cias Humanas. Todavia, ela existe porque o ho- no dos Componentes Curriculares constantes
mem existe e é por isso que ela exige a forma- do Ensino Médio, no intuito de concretizar
ção e a atenção de profissionais competentes. esta Proposta, além de propiciar ao profes-
Considerando-se toda a problemática que a sor ferramentas com as quais poderá contar
envolve é que a atenção sobre a mesma é re- como um recurso a mais no encaminhamento
dobrada e que os cuidados são mais exigidos. de seu trabalho em sala de aula.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 29

1
O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
30 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 31

1.1 A Educação Física no Ensino Médio do método sueco de ginástica, desencadean-


do resistências ao método alemão, bastante
Na atualidade, compreende-se a Educação influente e presente nos primórdios da Edu-
Física como disciplina obrigatória do Currículo cação Física nacional.
Escolar a partir da LDB nº 9.394/96, que deve Seu conceito de História estava ligado a
tratar da cultura corporal num sentido amplo, uma discussão sobre a busca das origens, da
cuja finalidade é a de inserir e a de envolver o evolução da Educação Física e dos esportes.
educando na realidade proposta, formando-o Tais preocupações explicitam bem uma vi-
enquanto cidadão que irá produzir e também são dos acontecimentos históricos, os quais,
transformar essa cultura no seu ambiente. Es- encarados como um progresso linear, servi-
ses avanços e compreensões surgiram a par- ram para legitimar e explicar plenamente o
tir da análise histórica da Educação Física no presente.
Brasil. A segunda fase é marcada pelo início de
O desenvolvimento dos estudos da Edu- uma produção e preocupação maior com os
cação Física brasileira está dividido em três estudos históricos, tanto nos aspectos quali-
fases, marcadas, além de diferentes aspectos, tativos quanto nos quantitativos. Nesse perío­
por autores que se destacam e, de alguma do, tem-se de ressaltar a magnífica obra His-
forma, sintetizam em suas obras as caracterís- tória Geral da Educação Física do Brasil, publi-
ticas das referidas fases. cada em 1980, de Inezil Penna Marinho, com
A primeira fase é marcada pelo caráter os seus estudos sobre a história da Educação
embrionário de desenvolvimento dos estudos. Física e do esporte no Brasil. Sua influência foi
Nessa fase, quando a produção nacional era tão relevante que chegou a homogeneizar as
pequena, a utilização de livros importados era abordagens no trato para com essa disciplina.
notável. Destacam-se as obras de Bonorino et Segundo Castellani Filho (1988), a obra
al (1931), a primeira publicação específica do de Marinho apresenta uma qualidade teóri-
gênero, escrita no Brasil, por Fernando Azeve- ca e metodológica destacável, tornando-se
do. Eles tinham suas preocupações mais vol- um exemplo de estudo histórico bem desen-
tadas para os aspectos históricos da ginástica volvido nos padrões da história documental-
como forma de ”educação do físico”, com ên- -factual. As diferenças começam na sua pre-
fase nas compreensões e nas abordagens de ocupação central com a história da Educação
caráter mundial. Física e do esporte no Brasil, até então pou-
“É importante entender que a preocupa- co abordada em estudos que preferiam uma
ção básica de Azevedo, para com a História, abordagem mundial.
estava em utilizá-la como forma de apresen- Não é possível afirmar que houve uma mu-
tar os métodos e os sistemas europeus de dança completa, tampouco que Marinho te-
Educação Física, vislumbrando definir aquele nha promovido todas as mudanças que anun-
a ser considerado o mais adequado a ser ado- ciou, porém as propostas, sem dúvida, são de
tado no Brasil” (PAGNI, 1995, p. 19). Isto é, caráter marcante e de grande importância no
­Azevedo buscava subsídios na história da Edu- aprofundar e no valorizar dos estudos histó-
cação Física, assunto que manifestadamente ricos no contexto da Educação Física brasilei-
era de seu gosto, para defender a utilização ra. Além de Marinho, é necessário lembrar o

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
32 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

nome de Jayr Jordão Ramos (1983). A obra tacando o estudo de Castellani Filho (1988),
desse autor possui características semelhan- hoje uma das obras mais lidas na área que
tes, todavia suas abordagens se voltam mais nortearam as discussões peculiares à Educa-
para a Educação Física mundial. ção Física da década de 80. O autor, funda-
Deve-se ressaltar que na obra desses au- mentalmente, objetivou recontar a história da
tores os aspectos históricos dos esportes já Educação Física no Brasil, dando ênfase aos
dividiam espaço com os mesmos aspectos aspectos ideológicos que estiveram por trás
ligados à Educação Física. Com certeza, isso de tal desenvolvimento e percurso.
é um reflexo do crescimento da importância Embora as obras dessa fase tenham repre-
do esporte no âmbito do futuro da Educação sentado uma importante mudança de enfo-
Física e da influência esportiva na sociedade, que, alguns problemas das fases anteriores
onde se observa, na atualidade, o fitness, a continuariam persistindo, por exemplo: as ati-
Educação Física e os esportes, em suma, a lin- vidades calistênicas (exercícios mecanizados,
guagem adotada por meio da cultura corporal repetitivos e técnicos). Com a modernização
da sociedade contemporânea. e a democratização do país, surgem novas
necessidades da sociedade moderna que sus-
citam outras abordagens metodológicas e pe-
dagógicas da Educação Física.
Visto que nas visões anteriores havia Sob esse olhar, o educando deverá se
apenas preocupação com a repetição apropriar do instrumental teórico necessário
gestual dos segmentos corporais, sem para se utilizar de jogos, de esportes, de dan-
que houvesse a compreensão do corpo. ças, de lutas e de ginásticas, para o exercício
crítico da cidadania, promovendo a melhoria
da Qualidade de Vida. Visto que nas visões
anteriores havia apenas preocupação com a
Poder-se-ia abordar nesse contexto obras repetição gestual dos segmentos corporais,
de outros autores que descreveram suas preo­ sem que houvesse a compreensão do corpo.
cupações de forma mais específica acerca da A Educação Física no Ensino Médio possui
Educação Física, mas, como esses autores em características próprias que devem considerar
seus estudos apenas focavam aspectos téc- a fase vivenciada pelos educandos, as novas
nicos de esportes, tais como: o futebol, a gi- propostas de educação e, sobretudo, a inter-
nástica e a capoeira, isso delimitava bastante face que se deseja para a disciplina na fase fi-
a abrangência do que deveria ser a Educação nal da formação básica dos jovens.
Física. Portanto, os conceitos estruturantes e as
A terceira fase dos estudos históricos e Competências em Educação Física direciona-
metodológicos ligados à Educação Física e ao dos a cada um deles podem traduzir-se de
esporte é marcada pela busca do redimensio- acordo com os três eixos que organizam a dis-
namento das características dos estudos até ciplina, que expostamente são: representação
então desenvolvidos, a partir, fundamental- e comunicação; investigação e compreensão;
mente, de uma crítica à obra de Marinho, por contextualização sociocultural.
apresentar uma abordagem marxista, des-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 33

Os gestos e os movimentos fazem parte mento das interpretações e das expressões


dos recursos de comunicação que o ser hu- humanas.
mano utiliza para expressar emoções, perso- Essas reflexões orientam o professor a se
nalidade e também comunicar atitudes e in- posicionar acerca da interpretação da nova
formações. educação que se quer para o nosso Estado. É
Para que os educandos compreendam responsabilidade do poder público propiciar
mais apropriadamente o discurso da mídia em o espaço para a construção de uma Educação
relação à cultura corporal, é necessário ofere- Física superadora, em que o papel da escola
cer condições, a fim de que se estabeleçam é o de ajustar as necessidades individuais ao
correlações entre diferentes linguagens. A in- meio social, priorizando o comportamento e
terpretação de lances do futebol, de artigos procurando integrar as diferentes formas de
esportivos nos jornais e na internet tornam adaptação. Assim, a escola estimula o proces-
a Educação Física um campo interdisciplinar so ativo de construção e re-construção do ob-
importantíssimo na construção, na aprendiza- jeto de estudo entre estruturas cognitivas do
gem e na educação dos jovens. indivíduo e estruturas do ambiente.
No decorrer do tempo, as teorias sobre o Nesse sentido, apresenta-se um norteador
corpo e as expressões corporais foram criadas com orientações teórico-práticas dessa disci-
e recriadas, algumas perdidas, não identifi- plina, para a reestruturação da Proposta Pe-
cadas ou relatadas pela sociedade. As regras dagógica Curricular da Educação Física para o
esportivas, os movimentos e os gestos espe- Ensino Médio no Estado do Amazonas.
cíficos dos esportes são meios de processa-
Objetivo geral do componente curricular

Compreender a corporeidade, por meio de


os três eixos que organizam a
estudos e discussões, oportunizando práticas
disciplina, que expostamente são: de conhecimento e de domínio do próprio
representação e comunicação; corpo, atendendo as necessidades de trans-
investigação e compreensão; formações do mundo globalizado, conside-
contextualização sociocultural. rando questões de cidadania, de cooperação
e de inclusão social.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
34 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

1.2 Quadro demonstrativo do Componente Curricular

1ª SÉRIE

Objetivos específicos:

• Identificar o próprio corpo e as modificações decorrentes do trabalho de suas ha-


bilidades;
• Expressar, por meio de atos e atitudes, um comportamento social satisfatório na
sua formação integral;
• Construir a formação de valores e de atitudes baseados na cooperação e na inclu-
são social;
• Executar, com desenvoltura, os gestos técnicos das modalidades esportivas;
• Identificar as diferentes linguagens corporais oriundas das diversas ramificações da
Educação Física;
• Utilizar as atividades de Educação Física, valorizando o corpo humano na sua tota-
lidade;
• Utilizar a integração desportiva, dando ênfase às próprias potencialidades físicas;
• Identificar os riscos que ameaçam os adolescentes, considerando os temas transver-
sais, considerando temas como Aids, drogas, gravidez precoce, tendo como pressu-
posto o do conhecimento do corpo.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: O homem no ambiente: Saúde, Esporte e Educação

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender as dimensões • Identificar os conceitos teóricos O corpo humano • Realizando leitura de jornais, de periódicos,
antropométricas, por meio de e práticos da biometria e da • Dimensões antropométricas de artigos etc., a fim de ressaltar a
uma postura ativa na prática antropometria, no sentido de (aferição da massa corpórea; importância da atividade física;
das atividades promovidas pela interpretá-las e de compreendê- estatura, classificação e • Identificando a vulnerabilidade social do
disciplina; las, para a melhoria da qualidade perímetros) corpo e de suas interações, por meio de
• Conscientizar-se da importância de vida; leituras de texto;
• Medidas e avaliação (IMC)
do estudo da antropometria • Promover ações permanentes • Praticando rotinas de hábitos de higiene,
no cotidiano, considerando as de higiene, para a melhoria da • Higiene corporal e qualidade de
vida: como: escovação, hidratação da derme
atividades físicas como um dos qualidade de vida; e do cabelo; repouso fisiológico e jejum
principais meios de prevenção e de • Reconhecer a importância da – Atividade Física e Meio balanceado;
promoção da saúde; preservação da natureza, por Ambiente: praças, parques,
praias, entornos e rios • Realizando passeios e visitas nos espaços
• Conhecer os malefícios causados meio da educação ambiental; de lazer de atividades físicas e culturais
pela não prática de hábitos • Valorizar e respeitar as diferenças • Cuidado com o corpo: DST, AIDS, (museus);

1 º BIMESTRE
saudáveis de higiene física e étnicas e as religiosas existentes gravidez precoce etc
mental; • Participando de eventos multiculturais;
na sociedade contemporânea. • O jogo de Xadrez: a sua
• Relacionar a prática da Educação importância e peculiaridade • Trabalhando em grupos, para discussão
Física, respeitando o meio sobre os temas abordados;
• Atletismo: iniciação
ambiente na promoção do lazer e • Pesquisando os vários espaços culturais de
do trabalho; atividades físicas da cidade;
• Reconhecer a importância das • Conhecendo as peças e seus movimentos no
manifestações socioculturais e tabuleiro do xadrez;
afetivas dos diferentes grupos; • Praticando os gestos fundamentais do
• Compreender a importância atletismo.
do xadrez na construção do
raciocínio lógico, da disciplina e da
concentração, para a formação do
indivíduo.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
35
36

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Relacionar o estudo da dança e o • Identificar a relação existente Escola e Comunidade • Vivenciando atividades de dança e de teatro,
do teatro com a expressão e com a entre dança e teatro, com a • Temas interdisciplinares por meio de oficinas;
consciência corporal; expressão e com a consciência • Realizando eventos que visem à preservação
corporal; – Dança na escola
• Valorizar os elementos da do ambiente;
natureza, para preservação do • Conhecer os efeitos das drogas – Teatro na escola
• Participando de palestras, de seminários, de
ambiente; no organismo; • Estudo histórico/evolutivo do oficinas etc., sobre os malefícios causados
• Compreender os malefícios do uso • Dominar os fundamentos Futsal pela droga;
de drogas para a saúde; técnicos e táticos do Futsal, • Estudo histórico/evolutivo do

2 º BIMESTRE
• Estudando o desporto, observando suas
• Compreender a importância da aplicando seus conhecimentos, Futebol regras oficiais;
prática desportiva na formação do por meio do esporte, no
cotidiano; • Treinando as práticas desportivas
homem; trabalhadas;
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

• Compreender as atitudes • Executar, com desenvoltura, os


fundamentos técnicos e táticos • Participando de torneios e de campeonatos;
esportistas como importantes nas
relações sociais. do Futebol, ampliando seus • Lendo os fundamentos de defesa e de
conceitos e suas qualidades ataque; os sistemas e as regras oficiais do
específicas. Futsal e do Futebol.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender a prática desportiva • Valorizar conceitos e capacidades Desporto: Uma opção de vida • Praticando o desporto, por meio de
como fonte de desenvolvimento físicas adquiridas no dia a dia do • Estudo histórico/evolutivo do treinamentos sistemáticos e técnico-táticos;
intelectual e de crescimento físico; homem moderno; Voleibol • Participando em campeonatos escolares;
• Organizar os elementos técnicos • Reconhecer os valores morais, éticos • Estudo histórico/evolutivo do • Lendo sobre os fundamentos técnicos de
desenvolvidos na prática desportiva e sociais, adquiridos por meio da Handebol defesa e de ataque do Voleibol;
educacional; prática desportiva;
• Estudo histórico/evolutivo do • Analisando os sistemas de jogo: 6x0; 3x3;
• Compreender os efeitos e os • Demonstrar compreensão dos Basquetebol 4x2 e 5x1 do voleibol;
benefícios da prática desportiva na estudos teóricos e práticos da prática
melhoria das qualidades físicas e desportiva. • Estudando as regras de jogo do Voleibol;
cognitivas. • Lendo sobre os fundamentos de defesa e
de ataque do Handebol;

3 º BIMESTRE
• Analisando os sistemas de jogo ofensivos e
defensivos: 6x0; 5x1; 4x2; 3x3; 5x1; 3x2x1;
1x5 e 2x4 do Handebol;
• Estudando as regras oficiais do Handebol;
• Lendo sobre os fundamentos de defesa e
ataque do Basquetebol;
• Analisando os sistemas de jogo: 2-2-1; 3-2;
5x0; 1-2-2 e 2-3 do Basquetebol;
• Estudando as regras oficiais do
Basquetebol.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
37
38

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
• Compreender, por meio da • Reconhecer a prática desportiva Educação física: A harmonia entre o • Utilizando as estratégias táticas,
prática desportiva, a vida como como necessária para a vida corpo e a mente transformando-as em benefícios pessoais e
sistema complexo de soluções e cotidiana; • Estudo histórico/evolutivo da de grupo;
de tomadas de decisões; • Aplicar, com destreza, os Queimada • Identificando, por meio de exercícios
• Desenvolver raciocínio lógico movimentos de técnica da • O Voleibol de praia físicos, os movimentos característicos
e abstrato, concentração, Queimada; e as movimentações técnicas próprias
pensamento antecipatório, • Handebol de areia da Queimada, do Voleibol de praia e do
• Conhecer as organizações das
memória, planejamento, diferentes provas do atletismo, • Aspectos históricos, pedagógicos e Handebol de areia
hábitos de estudo, criatividade, priorizando a contextualização técnicos do Atletismo • Praticando dinâmicas de jogo;
empatia, elevada autoestima, dos acontecimentos históricos • A história e a lenda do Xadrez
que concorrem para o • Analisando as regras oficiais das práticas
e sua relação com os desportivas trabalhadas;
desenvolvimento da inteligência eventos e com as tecnologias
global; contemporâneas; • Estudando os tipos de corridas com as
• Compreender o jogo como respectivas regras;
• Reconhecer os jogos como
forma de harmonizar a relação propiciadores de atividades • Praticando saltos horizontais e verticais;

4 º BIMESTRE
entre corpo e mente, para uma mentais necessárias para o • Praticando Arremessos e lançamentos;
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

vida equilibrada e saudável. desenvolvimento da inteligência. • Identificando os procedimentos necessários


para a prática do Xadrez;
• Estudando as regras específicas do Xadrez;
• Construindo materiais alternativos, para a
prática dos jogos trabalhados;
• Ensaiando e treinando jogadas básicas;
• Confeccionando tabuleiros e peças para a
prática do Xadrez;
• Pesquisando informações vinculadas ao
Xadrez;
• Realizando leitura crítica sobre reportagens e
revistas enxadrísticas virtuais.
EDUCAÇÃO FÍSICA 39

2ª SÉRIE

Objetivos específicos:

• Definir o corpo, considerando a sua dinamicidade e as modificações decorrentes


de exercícios físicos;
• Expressar-se, por meio de atos e de atitudes, valorizando o comportamento e a
integração social como elementos fundamentais para a formação do indivíduo;
• Praticar, com eficiência, os gestos técnicos dos esportes;
• Utilizar-se da criatividade, da responsabilidade e do pensamento crítico, por meio
do planejamento e discussão coletivos, adquiridos nas práticas desportivas, com o
fim de propiciar a inclusão racial;
• Utilizar métodos de condicionamento físico, visando à compleição física do aluno;
• Reconhecer o desempenho do outro, como subsídio para a própria aprendizagem
no processo de construção da consciência.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
40

DO ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
Eixo Temático: Educação Física: Corpo, Movimento e Inclusão
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Reconhecer o uso dos recursos • Conhecer a relação orgânica e Corpo, saúde e tecnologias • Utilizando materiais e mídias, como
tecnológicos na prática da funcional do corpo e seus aspectos • Análise corporal e de saúde do efetivação teórica e prática da Educação
Educação Física, como meio cognitivos; organismo humano Física, na mensuração orgânico-funcional;
de facilitar o resultado de seus • Conhecer as ações permanentes de • Criando hábitos de higiene pessoal;
objetivos; • Recursos tecnológicos para
higiene que promovam a melhoria aferição e composição do corpo • Utilizando uniformes e calçados adequados
• Compreender a importância da qualidade de vida; para a prática desportiva;
da saúde corpórea e do uso • Estruturas anatômicas: músculos
• Conhecer os diversos discursos e articulações • Seguindo, de modo apropriado, as regras de
de produtos que promovam a apresentados pela mídia,
assepsia do organismo; • Perímetros, diâmetros e dobras higiene social;
considerando a importância do
• Compreender a importância da esporte, da saúde e do lazer; cutâneas • Praticando as regras para o cuidado com o
prática da atividade física, no • Higiene corporal, estilo e corpo;
• Estimular a preservação da natureza,
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

meio ambiente, na promoção por meio dos propósitos da qualidade de vida • Pesquisando sobre as horas de sono, as
do lazer e na saúde. educação ambiental. • Formas de mídias que diversões e a alimentação adequadas para
a manutenção de uma boa saúde mental e

1 º BIMESTRE
• Identificar os recursos tecnológicos, possibilitam o pensamento
crítico-construtivo física;
considerando a qualidade dos
serviços apresentados pela prática • Praticando, por meio do esporte, a inclusão
desportiva, para obtenção de social;
resultados. • Analisando os conteúdos produzidos pelos
vários tipos de mídias;
• Participando de atividades físicas ao ar livre;
• Discutindo os temas abordados, por meio da
leitura de textos, em forma de seminários,
debates, gincana cultural e palestras;
• Visitando praças, reservas ambientais e
pontos turísticos;
• Exercitando a organização de eventos
esportivos.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender a importância das • Reconhecer as diferenças étnicas e Atividades Desportivas, • Participando de eventos culturais promovidos na
manifestações socioculturais e religiosas existentes na sociedade Artísticas e Culturais escola, por meio de projetos;
afetivas dos diferentes grupos; contemporânea; – Danças folclóricas • Elaborando projetos, com a participação de
• Valorizar aspectos da pessoa • Conhecer, por meio do esporte, os – Coreografias regionais vários grupos sociais;
humana, respondendo valores morais essenciais para a • Praticando, com desenvoltura, os fundamentos
com atitudes esportistas e convivência social; • Estudo histórico/evolutivo do
Futebol no Brasil e no mundo do Futebol, por meio de processos, aplicando
respeitando o aprendizado

2 º BIMESTRE
• Reconhecer o esporte como conceitos e qualidades específicas;
conquistado por meio do fundamental para a identificação de • Jogos populares
esporte. • Exercitando os fundamentos de defesa e de
outras culturas e para a aproximação ataque, os sistemas de jogo combinado e de
entre os povos. regras oficiais do Futebol;
• Participando de atividades inclusivas e
educacionais, no âmbito da escola e da
comunidade.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
41
42

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender a importância da • Dominar os fundamentos técnico- Estudo Histórico e • Praticando o desporto, os sistemas de jogo,
prática desportiva na formação táticos do Futsal, aplicando seus aprofundamento das por meio de treinamentos intensivos e de

DO ENSINO MÉDIO
do homem íntegro; conhecimentos, por meio do esporte, modalidades participação em programações esportivas;
• Compreender a prática do no cotidiano; • Futsal – Um desporto em • Exercitando os fundamentos de defesa e de

PROPOSTA CURRICULAR
Futsal, Voleibol, Handebol • Identificar conceitos e capacidades expansão ataque, de sistemas de jogo combinado e de
e Basquetebol, como físicas utilizadas no dia a dia do • Voleibol – Um esporte de regras oficiais;
desenvolvimento intelectual e homem moderno; tradição • Pesquisando sobre os fundamentos técnicos de
de crescimento físico; • Reconhecer a importância dos defesa e de ataque do Futsal;
• Handebol – Um desporto
• Compreender os valores conteúdos teóricos e práticos do escolar • Lendo sobre os fundamentos técnicos de defesa
culturais, as regras e as normas, Futsal, do Voleibol, do Handebol e e de ataque do Voleibol;
que auxiliem na construção e no do Basquetebol, para a prática dos • Basquetebol – Um desporto
resgate de valores morais. mesmos. que conquistou o Brasil • Interpretando os sistemas de jogo: 6x0; 3x3; 4x2
e 5x1 do Voleibol;
• Estudando as regras de jogo do Voleibol;
fundamentos técnicos pedagógicos, sistemas de
defesa e de ataque; sistemas de jogo: 4x2; 5x1;
sistemas combinados; regras oficiais;
• Compreender os elementos técnicos
desenvolvidos na prática do jogo do Handebol;

3 º BIMESTRE
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

• fundamentos de defesa e de ataque; sistemas


de jogo ofensivo e defensivo: 6x0; 5x1; 4x2; 3x3;
5x1; 3x2x1; 1x5; 2x4; regras oficiais;
• fundamentos de defesa e de ataque;
• Sistemas defensivos: 2-1-2; 2 2-1 e 2-3;
individuais e combinados;
• Regras oficiais;
• Interpretando o desenvolvimento técnico-tático
do jogo, por meio de treinamentos sistemáticos
e de participação em eventos esportivos oficiais
e escolares;
• Realizando a prática desportiva, por meio de
treinamentos sistemáticos de aplicação técnico-
tática e de participação em eventos escolares e
oficiais;
• Participando de competições escolares e oficiais,
realizando a prática do desporto, por meio de
treinamento sistemático, técnico e tático.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Desenvolver melhorias • Aplicar com destreza os Estudo Histórico: Algumas • Praticando os gestos específicos, dinâmicas
nas condições orgânicas e movimentos de técnica da Modalidades técnico-táticas das ações de jogo, em
funcionais, por meio da prática Queimada, assim como • Queimada – Uma abordagem treinamentos e na participação de eventos
dos exercícios físicos; as estratégias táticas, prática escolares;
• Compreender os movimentos transformando-as em benefícios • Praticando as regras oficiais da Queimada;
pessoais e de grupo; • Atletismo – Um desporto de
produzidos pelo corpo, por meio sucesso • Construindo na Queimada jogadas mais
da prática gestual; • Conhecer as organizações das elaboradas;
diferentes provas do Atletismo, • A história e a lenda do Xadrez.
• Compreender a vida como • Praticando corridas rasas, com barreiras e com
sistema complexo de soluções e priorizando a contextualização
dos acontecimentos históricos e a obstáculos, revezamentos e provas combinadas;
de tomadas de decisão;
sua relação com os eventos e com • Treinando saltos horizontais e verticais;
• Aprender a ser, aprender a as tecnologias contemporâneas;
conviver, aprender a conhecer • Praticando arremessos e lançamentos;
e aprender a fazer, por meio • Desenvolver raciocínio lógico • Exercitando os conhecimentos adquiridos, para
da apropriação dos elementos e abstrato, concentração, construir materiais alternativos; para realizar
pensamento antecipatório,

4 º BIMESTRE
básicos do Xadrez. visitas técnicas a espaços oficiais; para participar
memória, planejamento, hábitos de eventos esportivos, escolares e oficiais;
de estudo, criatividade, empatia,
• Ensaiando e treinando jogadas básicas do
elevada autoestima, que em
Xadrez;
última análise concorrem para o
desenvolvimento da inteligência • Construindo peças e tabuleiro por divisões
global. sucessivas e coordenadas;
• Confeccionando tabuleiros e peças para a
prática do Xadrez;
• Organizando as peças no tabuleiro;
• Analisando o valor absoluto e relativo das peças;
• Pesquisando informações vinculadas ao Xadrez;
• Realizando leitura crítica sobre reportagens e
revistas enxadrísticas virtuais.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
43
44 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

3ª SÉRIE

Objetivos específicos:

• Reconhecer as modificações corporais, por meio das práticas desportivas;


• Demonstrar, por meio de atos e de atitudes, um comportamento integrado na so-
ciedade;
• Aplicar, por meio das práticas desportivas, a cooperação e inclusão social;
• Demonstrar, durante as práticas desportivas, com precisão e objetividade, os ges-
tos técnicos dos esportes;
• Atuar com criatividade, com responsabilidade e com pensamento crítico nas situ-
ações cotidianas.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: Ciências do Esporte: Saúde, Educação e Tecnologias
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Usar recursos tecnológicos • Entender aspectos funcionais Análise antropométrica e • Avaliando segmentos do corpo, por meio de
específicos na prática da Educação e cognitivos do organismo Simétrica do corpo humano instrumentos de medidas e comparando-os
Física, como ferramenta facilitadora humano; • Estruturas Anatômicas com resultados anteriores;
de seus objetivos; • Compreender os benefícios e os • Realizando movimentos específicos, para o
• Higiene corporal e pessoal, estilo
• Desenvolver hábitos que malefícios resultantes da higiene e qualidade de vida alinhamento e para o equilíbrio corporal;
apresentem cuidados especiais corporal; • Avaliando a tonificação dos músculos e
relacionados à saúde corporal; • Mídias: digital e escrita
• Analisar as informações percentuais de gordura;
• Interpretar e assimilar a relação oriundas da mídia com senso • Cultura corporal e inclusão:
conteúdos da Educação Física • Registrando perímetros, diâmetros e dobras
existente entre a Educação Física e construtivo; cutâneas;
o produto construído pelos veículos • Reconhecer os recursos
de comunicação; • Registrando os desvios posturais;

1 º BIMESTRE
tecnológicos como
• Compreender e usar a linguagem instrumentos indispensáveis • Praticando regras de higiene, como:
corporal como relevante para a para o conhecimento, vestimenta, calçado, alimentação e repouso;
própria vida, integradora social e o monitoramento e o • Discutindo as informações produzidas pela
formadora da identidade. acompanhamento da saúde mídia (internet), por meio da leitura de textos
corporal; em: jornais, periódicos, revistas, artigos etc.;
• Relacionar as tecnologias de • Utilizando recursos tecnológicos para
comunicação e informação ao mensuração antropométrica;
desenvolvimento das sociedades • Destacando a mídia, como facilitadora da
e ao conhecimento que elas inclusão social, corporal e digital.
produzem.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
45
46

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender a prática da atividade • Estimular a preservação Educação Ambiental e Atividade • Visitando praças, reservas ambientais e pontos
física, no ambiente, para promoção da natureza, por meio dos Física turísticos;
da preservação ambiental, do lazer propósitos da educação • Preservação da natureza – • Participando de eventos esportivos voltados
e do esporte; ambiental; Esportes Naturais para a natureza;
• Compreender a importância das • Facilitar a vivência das • Festivais de danças regionais e • Participando de corrida de orientação, corrida
manifestações socioculturais dos diferenças étnicas e religiosas expressões artísticas de aventura e de remo;
diferentes grupos étnicos; existentes na sociedade
globalizada; • Participando de concursos, de gincanas, de
• Compreender a importância do festivais culturais na escola;
Projetos interdisciplinares

2 º BIMESTRE
trabalho, por meio de projetos • Reconhecer a importância
interdisciplinares. da interdisciplinaridade na • Lixo e reciclagem • Realizando atividades inclusivas e
formação do educando. educacionais, no âmbito da escola e da
• Água e o Planeta
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

comunidade;
• Elaborando e realizando projetos que
envolvam grupos sociais;
• Realizando projetos interdisciplinares,
envolvendo ações sociais e culturais;
• Praticando ações em defesa do ambiente.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender e reconhecer a • Dominar os fundamentos técnicos Desportos: A Prática • Promovendo o desporto, os sistemas de jogo, por
importância da prática desportiva e táticos do Futsal, aplicando seus • Futsal meio de treinamento;
na formação do homem ético; conhecimentos obtidos, por meio • Organizando programações esportivas;
do esporte no cotidiano; • Futebol
• Valorizar e responder com atitudes • Utilizando o esporte, como meio de inclusão
esportistas, obediência e respeito • Realizar com desenvoltura os • Voleibol
entre os grupos;
ao aprendizado conquistado, por fundamentos técnicos táticos do • Handebol
meio do esporte; Futebol, ampliando seus conceitos • Praticando o desporto, pelo uso do treinamento
• Basquetebol sistemático e técnico-tático;
• Analisar os benefícios de e suas qualidades específicas;
• Queimada • Participando de campeonatos oficiais e escolares;
coletividade e de inclusão • Realizar, com eficiência técnica, os
proporcionados pela prática do fundamentos adquiridos por meio • Exercitando os fundamentos de defesa e de
Voleibol; da prática e das discussões; ataque de todos os desportos;
• Organizar os elementos técnicos • Reconhecer os valores morais, • Exercitando os sistemas de jogo; os sistemas
desenvolvidos na prática do jogo éticos e sociais, adquiridos por combinados; as regras de jogo de todos os
do Handebol educacional; meio da prática do esporte; desportos;
• Avaliar os efeitos e os benefícios • Demonstrar compreensão dos • Exercitando os fundamentos de defesa e de
da praticidade desportiva, na estudos teóricos e práticos dos ataque; os sistemas de jogo: 4-4-2; 3-4-3; 3-5-2;

3 º BIMESTRE
melhoria das qualidades físicas e esportes desenvolvidos; as regras de jogo, do Futebol;
cognitivas; • Aplicar com destreza os • Exercitando os fundamentos de defesa e de
• Desenvolver melhorias nas movimentos de técnica da ataque; os sistemas de jogo: 6x0; 5x1; 4x2;
condições orgânicas e funcionais Queimada, assim como as 3x3; 5x1; 3x2x1; 1x5; 2x4; as regras oficiais do
por meio da prática dos exercícios estratégias táticas, transformando- Handebol;
físicos. as em benefícios pessoais e de • Exercitando os fundamentos de defesa e de
grupo. ataque; os sistemas de jogo: 2-2-1; 3-2; 5x0; 1-2-
2; 2-3; as regras oficiais do Basquetebol;
• Praticando as técnicas, a dinâmica do jogo e as
regras de jogo da Queimada;
• Discutindo a importância da disciplina, do
cumprimento das regras e de um referencial ético
na formação do indivíduo;
• Praticando os gestos específicos de cada
desporto; dinâmicas técnico-táticas das ações de
jogo, em treinamento.
EDUCAÇÃO FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
47
48

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Interpretar os valores culturais, • Conhecer as organizações das Aspectos históricos, pedagógicos e • Apresentando os fundamentos teóricos do
de regras e normas, auxiliando diferentes provas do Atletismo, técnicos Atletismo;
o educando na construção e no priorizando a contextualização • Atletismo • Participando de diferentes provas do Atletismo;
resgate de seus valores morais; dos acontecimentos históricos
e sua relação com os eventos e • A construção coletiva de • Construindo materiais alternativos;
• Compreender e reproduzir conhecimento e a desmistificação
os movimentos do corpo, por tecnologias contemporâneas; • Visitando espaços oficiais para a prática do
do Xadrez egocêntrico Atletismo;
meio da prática gestual; • Desenvolver raciocínio lógico
• Compreender a vida como e abstrato, concentração, • Elaborando relatórios das visitas técnicas aos
sistema complexo de solução e pensamento antecipatório, espaços oficiais;
de tomada de decisões; memória, planejamento, hábitos • Participando de campeonatos oficiais e
de estudo, criatividade, empatia, escolares;

4 º BIMESTRE
• Aprender a ser, aprender a elevada auto estima; que em
conviver, aprender a conhecer • Confeccionando tabuleiros e peças para a prática
última análise concorram para o
e aprender a fazer, por meio do Xadrez;
desenvolvimento da inteligência
LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

da apropriação dos elementos global; • Identificando a função das peças, no jogo de


básicos do Xadrez. Xadrez;
• Reconhecer a prática esportiva
como veículo de valorização e de • Exercitando as regras do jogo de Xadrez: posição
reconhecimento dos povos. correta, número de casas, linhas e coordenadas;
• Utilizando o espaço virtual para a prática do
Xadrez;
• Discutindo acerca das dificuldades e da
mitificação do jogo de Xadrez.
EDUCAÇÃO FÍSICA 49

1.3 Alternativas metodológicas para o caminhadas, passeios ciclísticos, o desporto


ensino de Educação Física ecológico para todas as idades. Daí que as
atividades aqui sugeridas visam harmonizar a
O movimento é intrínseco ao ser humano: vida citadina e a vida ao ar livre, projetos pe-
o caminhar, o correr, o subir em uma árvore, dagógicos e atividades que têm como tarefa
o dançar são potencialidades que se tornam desenvolver a disciplina, a concentração e o
efetivas, à medida que se alcança maturidade cuidado com o corpo e com a mente.
física e mental. Assim sendo, são ações que
fazem do animal homem um ser humano.
Todavia, o movimento pode ser racionali- 1.3.1 Sugestões de atividades didático-peda-
zado, por meio de atividades sistemáticas que gógicas:
exigem conhecimentos teóricos e práticos.
Por meio destes, o correr transforma-se em Série:
um esporte; o dançar, além de ser uma ati-
vidade prazerosa, torna-se um desporto, ou Atividade 1: Projeto Atletismo Escolar
ainda, pode gerar os movimentos graciosos
da Ginástica, e assim por diante. Poderá ser desenvolvida em todas as sé-
Considerando o processo de racionaliza- ries, de modo sequencial, considerando os
ção, por meio do qual o homem humaniza níveis de complexidade.
gestos, movimentos e linguagens, a Educa-
ção Física empenha-se em sintetizar, cada vez Objetivo: Propor, por meio da prática do
mais com maior propriedade, teoria e prática, Atletismo, um projeto que envolva a escola e
com o fim de criar, de aperfeiçoar e de for- a comunidade, possibilitando, assim, não só a
jar novos atletas e de realizar a máxima uma prática da interdisciplinaridade, mas também
mente sã num corpo são. a integração dos adolescentes no esporte.
Ainda não se pode deixar de considerar o
seu aspecto inclusivo. Como se pode verificar, Competência: Compreender o Atletismo
grande parte de atletas brasileiros foram sal- como um dos esportes mais favoráveis à inte-
vos pela prática esportiva, pela qual puderam, gração de crianças e de adolescentes no mun-
hoje, defender a camisa de grandes equipes do esportivo, considerando-o como uma for-
nacionais e mundiais, assim como grandes ma de combater quaisquer tipos de desvios
personalidades da dança nacional e mundial comportamentais.
têm o mesmo lugar de origem: as favelas das
grandes metrópoles ou de regiões até desco- Habilidades: Praticar, sistematicamente,
nhecidas por grande número de brasileiros. exercícios físicos;
É por não desconhecer a importância do Conhecer as necessidades de sua comuni-
esporte e do desporto na vida do ser humano dade, com o intuito de prestar serviços fun-
que a Educação Física, cada vez mais, aproxi- damentais para o crescimento harmonioso da
ma-se de todos, levando as atividades físicas: mesma.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
50 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

1 Justificativa • Solicitar atestado médico, autorizando


O Atletismo é o esporte o qual apresenta a realização de atividade física;
maior variabilidade de movimentos, porque • Iniciar as atividades (treinamento sis-
se correlaciona com as capacidades funcio- temático).
nais inerentes ao homem. Enquanto prática,
nele, o educando pratica saltos, corrida rasa 3 Avaliação
(cíclica), corrida com barreiras e obstáculos As avaliações poderão ser semestrais ou
(movimentos acíclicos), lançamentos e arre- anuais, devendo contar com a presença da
messos. Essas modalidades podem ser desen- Comissão Pedagógica da Escola e do Gestor.
volvidas de forma adaptada (adequada) e al- Nessa oportunidade, o professor irá expor as
ternativa (recorrente a materiais não oficiais). demandas, as perspectivas do projeto e os be-
nefícios.
2 Desenvolvimento Após essa exposição, o professor fará a ava-
liação do projeto desenvolvido, considerando
1ª fase: a frequência, o quantitativo e os resultados,
Nas aulas, o professor poderá expor carta- sobretudo, ele apresentará o rendimento e a
zes, solicitando materiais como: cano de PVC participação dos educandos, destacando se
de meia polegada e 40 mm, garrafas pet, caixa foi bem recebido ou não pela comunidade.
de papelão, latas com resto de tinta, pincéis, Quanto aos educandos, por meio de observa-
rolo para pintar, fita gomada transparente, ção direta, o professor fará anotações sobre
pneus velhos. Outros materiais poderão ser as mudanças comportamentais dos mesmos.
fornecidos pela Escola.

2ª Fase: Série:
• Divulgar o projeto na Escola e na co-
munidade; Atividade 2
• Estipular prazos para inscrições; Projeto Xadrez na Escola
• Estabelecer dias e horários dos treinos;
• Criar normas e critérios para participa- Poderá ser desenvolvida em todas as Sé-
ção no projeto; ries, de modo sequencial, considerando os
• informar as categorias e os gêneros de níveis de complexidade.
desenvolvimento no projeto;
• Enviar comunicado de confirmação de Objetivo: Entender o jogo de Xadrez como
inscrição, documento de normas e cri- instrumento para a desenvoltura do pensa-
térios, para conhecimento dos pais; mento cognitivo, considerando as demandas
• Reunir com os pais dos alunos inscritos da informática e o aprimoramento do racio-
e com os educandos da comunidade. cínio lógico.

3ª Fase: Competência: Conhecer as regras do jogo


• Realizar testes motores e funcionais; de Xadrez, correlacionando-as com as regras

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 51

sociais, à disciplina e à boa condução do in- • Estabelecendo dias e horários das au-
divíduo. las;
Habilidade: Identificar a função das peças • Criando normas e critérios para parti-
do jogo de Xadrez, correlacionando-as com as cipação no projeto;
normas sociais e a disciplina; • Informando as categorias e os gêneros
Apreender os vários tipos de jogadas, de desenvolvimento no projeto;
como prática para desenvolver o raciocínio • Enviando comunicado de confirmação
lógico. de inscrição, documento de normas
e critérios, para o conhecimento dos
1 Justificativa pais;
O Xadrez é utilizado na educação como • Reunindo com os pais dos educandos
instrumento inter, multi e pluridisciplinar, pois inscritos e com os demais da comuni-
auxilia no desenvolvimento de algumas ca- dade;
racterísticas do pensamento cognitivo, como • Realizando testes de adequação de ní-
abstração, memorização, raciocínio lógico, vel nas categorias (faixa etária);
dedução, indução e estabelece vínculo com • Solicitando o encaminhamento do ser-
a informática e com as novas tecnologias de viço de orientação e de supervisão es-
informação, permitindo aumentar o espectro colar, à equipe pedagógica;
de sua utilização. • Realizando aulas sistemáticas.
Como o educando realiza práticas motoras
por meio da Educação Física, e sendo esta um 3 Avaliação
instrumento que desenvolve (estimula) o QM As avaliações poderão ser realizadas no
(quociente motor), o Xadrez poderá ser usado momento dos campeonatos, devendo con-
no auxílio do QI (quociente de inteligência), tar com a presença da Comissão Pedagógica
complementando e estimulando o desenvol- da Escola e do Gestor. Nessa oportunidade, o
vimento das capacidades cognitivas do edu- professor irá expor as potencialidades do Xa-
cando. drez e a necessidade de serem desenvolvidas,
nos educandos, as capacidades cognitivas.
2 Desenvolvimento Após essa exposição, o professor fará a ava-
Poderá ser desenvolvido, por meio de reu- liação do projeto desenvolvido, considerando
niões com os pais daqueles que obtiveram o desempenho, o quantitativo e os resultados
notas inferiores (análise do boletim escolar) e concretos de habilidades na resolução de cál-
com aqueles que possuem problemas de con- culos, na compreensão de problemas, na arti-
centração e de raciocínio lógico nas discipli- culação de ideias e na concentração. Quanto
nas (análise da supervisão pedagógica). Para aos educandos, por meio de autoavaliação e
isso, o professor apropriar-se-á dos seguintes da observação direta, o professor fará anota-
procedimentos: ções sobre as mudanças comportamentais e
intelectuais dos mesmos.
• Divulgando o projeto na Escola e na
comunidade;
• Estipulando prazos para inscrições;

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
52 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

Série: – Desloca-se até a posição inicial;


– Segue a mesma atividade, até que o últi-
Atividade 3 mo chegue à posição inicial.
Jogos pré-desportivos
Obs.: A bola poderá ser passada pelo lado
Poderá ser desenvolvida em todas as sé- direito ou pelo lado esquerdo, por entre as
ries, de modo sequencial, considerando os pernas, por sobre a cabeça, de forma sinuosa,
níveis de complexidade. por cima e por baixo etc.

Objetivo: Entender as práticas pré-despor- 4 Avaliação


tivas, como preparação inicial, como fomen- Ao final das atividades, o professor obser-
tadoras do espírito desportivo e do interesse vará a reação física dos educandos, apontan-
do educando pelo desporto. do-as no relatório que constará no dossiê de
cada educando.
Competência: Utilizar as práticas pré-des-
portivas, não só como brincadeiras de crianças
ou de rua, mas também como condições ne- Série:
cessárias à iniciação do desporto.
Atividade 4
Habilidades: Reconhecer a importância de Jogos de iniciação ao minibasquetebol
brincadeiras para o desenvolvimento inicial
da prática desportiva; Poderá ser desenvolvida em todas as sé-
Associar as brincadeiras de rua como inte- ries, de modo sequencial, considerando os
gradoras sociais. níveis de complexidade.

1. Alongamento de membros inferiores, Objetivo: Demonstrar, por meio do mini-


superiores e do tronco. basquetebol, aptidões, preferências e segu-
rança, não só no arremesso, mas também nas
2. Brincadeira de manja da corrente decisões do cotidiano.
Começa com um educando, que deverá
tocar os demais, até formar uma grande Competência: Compreender o minibas-
corrente. quetebol como treinamento preparatório
para o jogo oficial de basquetebol e enquan-
3. Realização do jogo to liberador de energia e de desprendimento
– Dividir a turma em números iguais; que pode influenciar no comportamento do
– Orientar cada grupo, ficando a posse de cotidiano.
uma bola com o primeiro de cada coluna.
Habilidades: Identificar as regras do Mini-
Ao sinal do professor, o educando: basquetebol, para a compreensão do Basque-
– Passa a bola para o que estiver atrás, até tebol;
que esta chegue ao último de sua coluna;

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 53

Associar as regras do desporto às regras Objetivo: Compreender as dimensões, os


sociais. detalhes e os requisitos necessários, em uma
quadra, para a prática do Handebol, relacio-
1 Alongamentos dos segmentos corporais nando-os com conhecimentos da Matemática.
e aquecimentos das estruturas funcionais.
Competência: Utilizar os conhecimentos
2 Realização do jogo: da Educação Física, promovendo a interdis-
– Distribuição dos grupos em números ciplinaridade com os conhecimentos da Ma-
iguais de componentes e em colunas na linha temática, a fim de garantir ao educando uma
central. educação de qualidade, preparando-o para os
exames nacionais.
Ao sinal do professor:
Habilidades: Reconhecer a Matemática
– Dirigir-se em direção à área restritiva como propiciadora de elementos para o co-
(garrafão), de onde deverão arremessar a nhecimento teórico da Educação Física;
bola com as duas mãos até a conversão de Associar os conhecimentos adquiridos na
uma “cesta”; Educação Física e na Matemática, como ne-
– Pegar a bola e retornar ao ponto inicial; cessários para a obtenção de bons resultados,
– Entregar para o próximo componente de nos exames nacionais.
sua coluna;
– Dirigir-se para o final da mesma. 1 Aquecimento: explicações preliminares
do objetivo e do conteúdo da aula.
3 Avaliação
Ao final das atividades, o professor testará 2 Realização do jogo:
a capacidade dos educandos, observando a
agilidade, o espírito coletivo, a obediência às Entregar a cada educando uma folha em
regras do jogo e a eficiência nos arremessos. branco, para fazer o diagrama de uma qua-
As suas anotações sobre cada um dos educan- dra oficial, de acordo com a orientação do
dos constará no dossiê individual. professor;
Traçar um retângulo, com 20 m para as li-
nhas finais (fundo) e 40 m para as linhas la-
Série terais;
Dividir o retângulo em partes iguais, por
Atividade 5 meio de uma linha central;
Conhecimento espacial da quadra de Hande- Desenhar uma área de gol, à frente das
bol: dimensões, linha e estrutura. balizas (traves), com medida igual a 6 m de
distância da linha de fundo;
Poderá ser desenvolvida em todas as sé- Demarcar linha de marcação dos 7 m (pê-
ries, de modo sequencial, considerando os nalti);
níveis de complexidade. Traçar linha de marcação do goleiro – 4 m;

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
54 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

Construir a baliza (traves), com 2 m de al- http://www.rachao.com


tura por 3 m de largura; http:/www.tenisdecampo.com/site/ftg/sa-
Desenhar as linhas de redes, do banco de que.php
reservas e da mesa do anotador; http://www.saudeemmovimento.com.br
Conhecer os tipos de bolas: H1L; H2L e H3L; www.abeso.org
Demarcar a linha de tiro livre – 9 m (linha
pontilhada); Filmes
Conhecer as categorias: mirim, infantil, ca-
dete, juvenil e adulto (feminino e masculino). A luta pela esperança. Direção de Ron Ho-
ward, 2005.
3 Avaliação
A avaliação poderá ser feita na própria Campeões! (Televisón de Catalunya, Espanha,
quadra, em parceria com o professor de Ma- 1990) – veiculado pela TV Escola.
temática. Serão avaliados o desenho, a exati-
dão das medidas, os cálculos, o espaço físico, Honey: no ritmo dos seus sonhos. Direção de
as figuras geométricas etc. Bille Woodruff, 2003.
Ao final será atribuída uma nota individual.
Jogadas de tênis – Disponível em: HTTP://
webvideos.kboing.com.br/show-video.php?
1.3.2 Sugestões para pesquisa id=18379bc50d894eed6e1c7617292346e3.
Duração: 9 minutos.
Sites
Murderball: paixão e glória (2006, documen-
regional.bvsalud.org/ tário, 85 minutos).
www.dominiopublico.gov.br/
lilacs.bvsalud.org/ Touro indomável. Martin Scorcese, 1980.
www.nlm.nih.gov/medlineplus/
http://www.cbtenis.com.br/historia Wimbledon – o jogo do amor (Wimbledon).
www.cbb.org.br Direção de Richard Loncraine, 2004.
http://www.jmfbrasil.com.br http//www.oscar14.com..br

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 55

Avaliação: O culminar do processo educativo

A avaliação é a parte culminante do pro- aprendizagem. As avaliações a que o professor


cesso que envolve o ensino e a aprendizagem. procede enquadram-se em três grandes tipos:
Benvenutti (2002) afirma que avaliar é mediar avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
o processo ensino-aprendizagem, é oferecer Em se tratando da função diagnóstica, de
recuperação imediata, é promover cada ser acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), esta
humano, é vibrar junto a cada educando em é a que proporciona informações acerca das
seus lentos ou rápidos progressos. capacidades do educando antes de iniciar um
E pensando assim, acredita-se que o gran- processo de ensino-aprendizagem, ou ainda,
de desafio para construir novos caminhos, segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975),
inclusive, no contexto educacional brasileiro, busca a determinação da presença ou ausên-
está em verificar cada lugar nas suas especi- cia de habilidades e pré-requisitos, bem como
ficidades e nas suas necessidades. Segundo a identificação das causas de repetidas dificul-
Ramos (2001), uma avaliação com critérios de dades na aprendizagem.
entendimento reflexivo, conectado, compar- Em termos gerais, a avaliação diagnóstica
tilhado e autonomizador no processo ensino- pretende averiguar a posição do educando
-aprendizagem é o que se exigiria. Somente em face das novas aprendizagens que lhe vão
assim serão formados cidadãos conscientes, ser propostas e as aprendizagens anteriores
críticos, criativos, solidários e autônomos. que servem de base àquelas, no sentido de
Com isso, a avaliação ganha novo caráter, evidenciar as dificuldades futuras e, em cer-
devendo ser a expressão dos conhecimentos, tos casos, de resolver situações presentes.
das atitudes ou das aptidões que os educan- No que se refere à função formativa, esta,
dos adquiriram, ou seja, que objetivos do en- conforme Haydt (1995, p. 17), permite cons-
sino já atingiram em um determinado ponto tatar se os educandos estão, de fato, atin-
de percurso e que dificuldades estão a revelar gindo os objetivos pretendidos, verificando
relativamente a outros. a compatibilidade entre tais objetivos e os
Essa informação é necessária ao professor resultados, efetivamente alcançados durante
para procurar meios e estratégias que auxi- o desenvolvimento das atividades propostas.
liem os educandos a resolver essas dificulda- Representa o principal meio pelo qual o edu-
des, bem como é necessária aos educandos cando passa a conhecer seus erros e acertos,
para se aperceberem delas (não podem os propiciando, assim, maior estímulo para um
educandos identificar claramente as suas di- estudo sistemático dos conteúdos. Um outro
ficuldades em um campo que desconhecem), aspecto a destacar é o da orientação forneci-
e, assim, tentarem ultrapassá-las com a ajuda da por esse tipo de avaliação, tanto ao estudo
do professor e com o próprio esforço. Por isso, do educando quanto ao trabalho do profes-
a avaliação tem uma intenção formativa. sor, principalmente por meio de mecanismos
A avaliação proporciona também o apoio de feedback. Esses mecanismos permitem
a um processo que é contínuo, contribuindo que o professor detecte e identifique defici-
para a obtenção de resultados positivos na ências na forma de ensinar, possibilitando re-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
56 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

formulações no seu trabalho didático, visando cador e mediador do processo, na execução


aperfeiçoá-lo. Para Bloom, Hastings e Madaus dos processos pedagógicos da escola e, ainda,
(1975), a avaliação formativa visa informar o professores que compreendam o processo de
professor e o educando sobre o rendimento sua disciplina na superação dos obstáculos
da aprendizagem no decorrer das atividades epistemológicos da aprendizagem.
escolares e à localização das deficiências na A abordagem para o processo avaliativo
organização do ensino para possibilitar corre- se dá por meio de tópicos específicos que en-
ção e recuperação. volvem aspectos relacionados à busca do re-
Em suma, a avaliação formativa pretende sultado de trabalho: que educandos devem
determinar a posição do educando ao lon- ser aprovados; como planejar suas provas,
go de uma unidade de ensino, no sentido de bem como qual será a reação dos educandos
identificar dificuldades e de lhes dar solução. e como está o ensino em diferentes áreas do
E quanto à função somativa, esta tem conhecimento que envolvem o Ensino Médio
como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, (Krasilchik, 2008).
p. 378), determinar o grau de domínio do Assim, a avaliação ocupa papel central em
educando em uma área de aprendizagem, o todo processo escolar, sendo necessário, des-
que permite outorgar uma qualificação que, sa forma, um planejamento adequado. Para
por sua vez, pode ser utilizada como um sinal isso, vários Parâmetros são sugeridos como
de credibilidade da aprendizagem realizada. ponto de partida:
Pode ser chamada também de função credi-
tativa. Também tem o propósito de classifi- • Servem para classificar os educandos
car os educandos ao final de um período de “bons” ou “maus”, para decidir se vão
aprendizagem, de acordo com os níveis de ou não passar;
aproveitamento. • Informam os educandos do que o pro-
Essa avaliação pretende ajuizar o progres- fessor realmente considera importante;
so realizado pelo educando, no final de uma • Informam o professor sobre o resultado
unidade de aprendizagem, no sentido de afe- do seu trabalho;
rir resultados já colhidos por avaliações do • Informam os pais sobre o conceito que
tipo formativa e obter indicadores que permi- a escola tem do trabalho de seus filhos;
tem aperfeiçoar o processo de ensino. • Estimulam o educando a estudar.
Diante do que foi visto, entende-se que
é necessário compreender que as diferentes Essas reflexões, remetem-nos a uma maior
áreas do conhecimento precisam se articular responsabilidade e cautela, para decidir sobre
de modo a construir uma unidade com vistas o processo avaliativo a respeito da construção
à superação da dicotomia entre as disciplinas e aplicação dos instrumentos de verificação
das diferentes ciências. Essa superação se dá do aprendizado e sobre a análise dos seus re-
com o intuito de partilhar linguagens, pro- sultados. Devemos tomar cuidado, ainda, em
cedimentos e contextos de modo que possa relação aos instrumentos avaliativos escolhi-
convergir para o trabalho educativo na escola. dos, para que esses estejam coerentes com
Para isso, é necessária a participação do os objetivos propostos pelo professor em seu
professor, consciente do seu papel de edu- planejamento curricular (Krasilchik, idem).

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 57

A avaliação, dessa forma, assume impor- quais teorias nos embasamos para chegar a
tância fundamental, a partir dos seus instru- uma avaliação mais próxima da realidade.
mentos e o professor, por sua vez, precisa estar Além do postulado pedagógico referido,
atento aos objetivos propostos para que a ava- é necessário debruçarmo-nos sobre as novas
liação não destoe daquilo que ele pretende. avaliações que se apresentam, quais os seus
Assim sendo, a avaliação não é neutra no fundamentos, qual a sua forma e quais as
contexto educacional, pois está centrada em suas exigências. É nesse contexto que o Enem
um alicerce político educacional que envol- (Exame Nacional do Ensino Médio), criado em
ve a escola. Assim, para Caldeira (2000 apud 1988, e que tem por objetivo avaliar o desem-
Chueiri, 2008): penho do educando ao término da escolarida-
de básica, apresenta-se como uma proposta
A avaliação escolar é um meio e não um de avaliação digna de ser analisada e assimila-
fim em si mesmo; está delimitada por uma da em seus fundamentos.
determinada teoria e por uma determina- O Enem tomou um formato de “avaliação
da prática pedagógica. Ela não ocorre num nacional”. Isso significa dizer que ele tornou-
vazio conceitual, mas está dimensionada -se o modelo que vem sendo adotado no
por um modelo teórico de sociedade, de país, de norte a sul. Nesse sentido, a ques-
homem, de educação e, consequentemen- tão é saber o motivo pelo qual ele assumiu
te, de ensino e de aprendizagem, expresso o lugar que ocupa. Para compreendê-lo, um
na teoria e na prática pedagógica (p. 122). meio interessante é conhecer a sua “engre-
nagem” e pressupostos. Assim, é necessário
Para contemplar a visão de Caldeira, o pro- decompô-lo nas suas partes, saber o que cada
fessor necessita estar atento aos processos de uma significa, qual a sua relevância e em que
transformação da sociedade, pois estes aca- o todo muda a realidade avaliativa nacional,
bam por influenciar também o espaço da esco- pois ele apresenta-se como algo para além de
la como um todo. Essa constatação é evidente, um mero aferidor de aprendizagens.
quando percebemos o total descompasso da Esse exame constitui-se em quatro pro-
escola com as atuais tecnologias e que, ao que vas objetivas, contendo cada uma quarenta
tudo indica, não estão sendo usadas na sua de- e cinco questões de múltipla escolha e uma
vida dimensão. Por outro lado, quando o pro- proposta para a redação. As quatro provas
fessor não acompanha as transformações re- objetivas avaliam as seguintes áreas de co-
feridas, a avaliação corre o risco, muitas vezes, nhecimento do Ensino Médio e respectivos
de cair em um vazio conceitual. Infelizmente, Componentes Curriculares: Prova I – lingua-
é o que vem ocorrendo em grande parte das gens, Códigos e suas Tecnologias e Redação:
escolas brasileiras. É nesse sentido que cabe a Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês
todos nós repensarmos nossa prática, apren- ou Espanhol), Arte e Educação Física; Prova
dizado e aspirações em termos pedagógicos e, II – Matemática e suas Tecnologias: Mate-
sobretudo, como sujeitos em construção. mática; Prova III – Ciências Humanas e suas
Diante disso, precisamos ter claro o que Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e
significa avaliar no atual contexto, que edu- Sociologia; Prova IV – Ciências da Natureza e
candos queremos, baseados em qual ou em suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
58 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

É por meio da avaliação das Áreas de Co- mos, a sua formulação e o modo como um
nhecimento que se tem o nível dos educan- item é transformado em um aval para o pros-
dos brasileiros e que lhes é permitido ingres- seguimento dos estudos. E não só isso deve
sar no ensino de Nível Superior. Nesse sen- ser levado em consideração, pois alcançar
tido, o Enem não deve ser desprezado; ao um nível de aprovação exige uma formação
contrário, é obrigatório que os professores que inicia desde que uma criança ingressa na
do Ensino Médio conheçam os seus mecanis- Educação Infantil.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 59

Considerações Finais

Após um trabalho intenso, que mobilizou a nossa ação pedagógica. Por isso, os seus
especialistas na área, professores e técnicos, elaboradores foram preparados, por meio de
vê-se concluída a Proposta Curricular para seminários, oficinas e de discussões nos gru-
o Ensino Médio. Esta Proposta justifica um pos que se organizaram, para concretizar os
anseio da comunidade educacional, da qual objetivos definidos.
se espera uma boa receptividade. Inclusive, A Proposta consta de treze Componentes
espera-se que ela exponha com clareza as Curriculares. Todos eles são vistos de forma
ideias, a filosofia que moveu os seus autores. que os professores tenham em suas mãos os
Ela propõe-se a seguir as novas orienta- objetos de conhecimento, assim como uma
ções, a nova filosofia, pedagogia, psicologia forma de trabalhá-los em sala de aula, reali-
da Educação brasileira, daí que ela tem no seu zando a interdisciplinaridade, a transversalida-
cerne o educando, ao mesmo tempo em que de, contextualizando os conhecimentos e os
visa envolver a comunidade, dotando de sig- referenciais sociais e culturais.
nificado tudo o que a envolve. Essa nova pers- E, ainda, ela pretendeu dar respostas às
pectiva da Educação brasileira, que evidencia determinações da LDB que requer um ho-
a quebra ou a mudança de paradigmas, exigiu mem-cidadão, capaz de uma vida plena em
que as leis, as propostas em curso para a Edu- sociedade. Ao se discutir sobre essa Lei e a
cação brasileira fossem reconsideradas. tentativa, via Proposta Curricular do Ensino
Durante o período da sua elaboração, mui- Médio, de concretizá-la, a Proposta sustenta-
tas coisas se modificaram, muitos congressos -se na aquisição e no desenvolvimento de
e debates foram realizados e todos mostra- Competências e Habilidades.
ram que, nesse momento, nada é seguro, É assim que esta Proposta chega ao Ensino
que, quando se trata de Educação, o campo Médio, como resultado de um grande esforço,
é sempre complexo, inconstante, o que nos da atenção e do respeito ao país, aos profes-
estimula a procurar um caminho que nos per- sores do Ensino Médio, aos pais dos educan-
mita realizar de forma consequente e segura dos e à comunidade em geral.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 61

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcos Bezerra de. Basquetebol BRASIL. Linguagens, códigos e suas tecnolo-
iniciação. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. gias / Secretaria de Educação Básica. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educa-
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da ção Básica, 2006. 239p.
Educação e da pedagogia, 3. Ed. São Paulo:
Moderna 2006. BRASIL. Ciências da Natureza, Matemática
e suas tecnologias / Secretaria de Educação
ARAÚJO, P.F; CALEGARI, D. R; GORLA, J. I. Han- Básica. Brasília: Ministério da Educação, Se-
debol em cadeira de rodas: regras e treina- cretaria de Educação Básica, 2006. 135p.
mento. São Paulo: Phorte Editora, 2005.
BRASIL. Linguagens, códigos e suas tecnolo-
ASTRAND, P. O. Crianças e adolescentes: de- gias / Secretaria de Educação Básica. Brasília:
sempenho, mensurações e educação. Porto Ministério da Educação, Secretaria de Educa-
Alegre: Editora Artmed, 1999. ção Básica, 2006. 133p.

BARBOSA, Walmir de Albuquerque (coord.). BRASIL. Diretrizes Curriculares do Ensino Mé-


Políticas Públicas e Educação. Manaus: UEA dio. Resolução CEB Nº 3, DE 26 DE JUNHO DE
Edições / Editora Valer, 2008; 1998.

BENVENUTTI, D. B. “Avaliação, sua história e BRASIL. Diretrizes Curriculares do Ensino Mé-


seus paradigmas educativos”. In: Pedagogia: a dio. Parecer CNE/CEB Nº: 5, de 04 de maio de
Revista do Curso. Brasileira de Contabilidade. 2011.
São Miguel do Oeste – Santa Catarina: ano 1,
no 1, p. 47-51, janeiro, 2002. CALLADO, C. V. Educação para a paz: promo-
vendo valores humanos na escola através
BLOOM, B. S., HASTINGS, J. T., MADAUS, G. da Educação Física e dos jogos cooperativos.
F., Evaluación del aprendizaje. Buenos Aires: São Paulo: Projeto Cooperação, 2004.
Troquel, 1975.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinari-


Ensino Médio. Ministério da Educação. Secre- dade no Ensino Médio: desafios e potencia-
taria de Educação Média e Tecnológica – Bra- lidades. Disponível em: <http://vsites.unb.
sília: Ministério da Educação, 1999. 364p. br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposi-
cao_jairocarlos.pdf> Acesso em 26/02/2011.
BRASIL. PCN+ Ensino Médio: Orientações
Educacionais Complementares aos Parâme- CASTELLANI FILHO, LINO. Educação Física no
tros Curriculares Nacionais. Ministério da Brasil: a história que não se conta. Campinas:
Educação. SEMTEC. Brasília, 2002. 244p. Papirus, 1988.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
62 LINGUAGEN S CÓDIGOS E SUAS TECN OLOGIAS

COICEIRO, G. M. 1000 exercícios e jogos para KISSHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brinca-


o atletismo. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. deira e educação. São Paulo: Cortez, 2001.

CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Competên- LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Es-


cias e Habilidades: da Proposta à Prática. colar: estudos e proposições. 14 ed. São Pau-
Coleção Fazer e Transformar. Edições Loyola, lo: Cortez, 2002.
2001
MAGILL, Richard A. Aprendizagem motora.
COSTA, Adilson Donizete da. Voleibol. Fun- Conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard
damentos e aprimoramento técnico. Rio de Blücher, 2000.
Janeiro: Sprint, 2001.
MANZANO, Antonio López; VILA, Joan Segura.
FAZENDA, Ivani. A interdisciplinaridade: his- Iniciação ao Xadrez. Porto Alegre  : Artmed,
tória, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas: Pa- 2002.
pirus, 1994.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma
FERNANDES, J. L. Atletismo: arremessos. São introdução. Campinas: Autores Associados,
Paulo: Edusp, 2003. 2001.

______. Atletismo: corridas São Paulo: Edusp, MATTOS, M. G. de; NEIRA, M. G. Educação Fí-
2003. sica na adolescência: construindo o conheci-
mento na escola. São Paulo: Phorte Editora,
______. Atletismo: Saltos. São Paulo: Edusp, 2000.
2003.
MIRAS, M.; SOLÉ, I. “A Evolução da Aprendi-
GALLAHUE, D. L. Compreendendo o desen- zagem e a Evolução do Processo de Ensino
volvimento motor. São Paulo: Phorte Editora, e Aprendizagem”. In: COLL, C., PALACIOS, I.,
2001. MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico
e educação: Psicologia da educação. Porto
GUARIZI, Mário Roberto. Basquetebol: da ini- Alegre: Artes Médicas, 1996.
ciação ao jogo. Jundiaí: Fontoura, 2007.
MOREIRA, Antônio Flávio B. (Org.). Currículo
JÚNIOR BELLO, Nicolino. A Ciência do espor- na contemporaneidade: incertezas e desafios.
te aplicada ao futsal. Rio de Janeiro: Sprint, São Paulo: Cortez Editora, 2003, p. 159-188.
1998.
MOREIRA, M. A. P.; FONSECA, C. R. Basque-
KASPAROV, Garry. Xeque-mate: a vida é um tebol. Aspectos pedagógicos e técnicos. Ma-
jogo de xadrez. São Paulo : Campus/Elsevier, naus: UEA Edições, 2009.
2007.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA 63

MORETTO, Vasco. Construtivismo, a produ- SACRISTÁN, J. Gimeno e Gómez; PEREZ, A. I.


ção do conhecimento em aula. Rio de Janei- O currículo: os conteúdos do ensino ou uma
ro: DP&A, 2002. análise prática? Compreender e transformar o
ensino. Porto Alegre: Armed, 2000, p. 119-148.
MOTA, V. do S. Espaços públicos de lazer em
Manaus: o papel das políticas públicas. Ma- SANTANA, Wilton Carlos. Futsal: apontamen-
naus: Valer, 2008. tos pedagógicos na iniciação e na especiali-
zação. Campinas, 2004.
PAGNI, PEDRO. História da Educação Física no
Brasil. Notas para uma avaliação. In: FERREI- SHENK, David. O Jogo Imortal: o que o xa-
RA NETO, Amarílio et al. As ciências do espor- drez nos revela sobre a guerra, a arte, a ciên-
te no Brasil. Campinas: Autores Associados, cia e o cérebro humano. Rio de Janeiro : Jorge
1995. Zahar Editor, 2007.

PINHEIRO, R. F.; MONTEIRO JÚNIOR, J. Atle- SILVA, Tomaz Tadeu da. “Quem escondeu o
tismo aspectos pedagógicos e técnicos. Ma- currículo oculto”. In: Documento e identi-
naus: UEA edições, 2009. dade: um introdução às teorias do currículo.
Belo Horizonte: Autêntica, 1999, p. 77-152.
RAMOS, P. Os pilares para educação e avalia-
ção. Blumenau – Santa Catarina: Acadêmica, SIMÕES, Antônio Carlos. Handebol defensivo:
2001. conceitos técnicos e táticos. São Paulo: Phor-
te Editora, 2003.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora.
Porto Alegre: Artmed, 2002 TEIXEIRA, Hudson. Educação Física e Despor-
to na Escola. São Paulo: Saraiva, 2001.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO PARA A REDE
PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS

Gerência do Ensino Médio


Vera Lúcia Lima da Silva
 
Coordenação Geral
Tenório Telles

Coordenação Pedagógica
Lafranckia Saraiva Paz
Neiza Teixeira

Consultoria Pedagógica
Evandro Ghedin
HELOISA DA SILVA BORGES

Assessoria Pedagógica
Maria Goreth Gadelha de Aragão

Coordenação da Área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias   


José Almerindo A. da Rosa
Karol Regina Soares Benfica
 
Coordenação da Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias
Sheyla Regina Jafra Cordeiro
 
Coordenação da Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
João Marcelo Silva Lima
 
Coordenação da Área de Matemáticas e suas Tecnologias
José de Alcântara
 
Organização do Componente Curricular
Moacir Átila Pinto Moreira
Rildo Figueiredo Pinheiro

Equipe do Ensino Médio


Ana Lúcia Mendes dos Santos
Antônio José Braga de Menezes
Cileda Nogueira de Oliveira
Dayson José Jardim Lima
João Marcelo Silva Lima
Jeordane Oliveira de Andrade
Kátia Cilene dos Santos Menezes
Karol Regina Soares Benfica
Lafranckia Saraiva Paz
Manuel Arruda da Silva
Nancy Pinto do Vale
Rita Mara Garcia Avelino
Sheyla Regina Jafra Cordeiro

PROFESSORES COLABORADORES

Adilene Maria Rocha Serrão


Antônio Roberto Carvalho Araújo
Carlos Simões Silva
Cíntia Bernadeth de Oliveira
Denise Vasconcelos da Silva
Ernane Damasceno Costa
Eulália Alderinda A. Almeida
Euler Mário Nunes de Oliveira
Francisco José de S. Ventilari
Francisco Emiliano Moraes Filho
Jancer Wagner Pinto da Silva
Jorge Lelis
Luciana Macellaro Guimarães
Marcello da Silva Soares
Maria das Graças Rodrigues
Moisés Fabiano da Costa
Nicifran Santos Monteiro
Ohsuiarina N. Conceição
Paulo Sérgio da Silva Ribeiro
Ricardo Viana de Melo
Roberto Fernandes Bezerra
Simone Gomes Carmim
Simone Lemos de Souza
Soraya Lima Pimentel

Você também pode gostar