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cIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

FÍSICA
Governador do Estado do Amazonas
Omar Aziz

Secretário de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


Gedeão Timóteo Amorim

Secretária-Executiva
Sirlei Alves Ferreira Henrique

Secretária-Adjunta da Capital
Ana Maria da Silva Falcão

Secretária-Adjunta do Interior
Magaly Portela Régis

Diretor do Departamento de Políticas e


Programas Educacionais
EDSON SANTOS MELO

Gerente do Ensino Médio


VERA LÚCIA LIMA DA SILVA
PROPOSTA CURRICULAR
DE FÍSICA PARA O
ENSINO MÉDIO

Secretaria de Estado de
Educação e Qualidade do Ensino
Copyright © SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012

Editor
Isaac Maciel

Coordenação editorial
Tenório Telles

Capa e Projeto Gráfico


Heitor Costa

Diagramação
Suellen Freitas

Revisão
Núcleo de Editoração Valer

Normalização
Ycaro Verçosa

S729p Proposta Curricular de Física para o Ensino Médio. –


Manaus: Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012.

80 p.­­

ISBN 978-85-87707-45-1

1. Física – Proposta Curricular


2. Reforma Curricular – Ensino Médio I. Título.

CDD 372.89
22 Ed.

Resolução no 162/2011 – CEE/AM, aprovada em 13/12/2011

2012

Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


Rua Waldomiro Lustoza, 250 – Japiim II
CEP – 69076-830 – Manaus/AM
Tel.: Seduc (92) 3614-2200
Gem: (92)3614-2275 / 3613-5481
www.seduc.am.gov.br
SUMÁRIO

Compromisso com a Educação 7

Carta ao Professor 9

Proposta Curricular de Física para o Ensino Médio 11

Introdução 13

Proposta Curricular do Ensino Médio: Pressupostos teóricos 15

Currículo Escolar: Aproximação com o cotidiano 21

Um conhecimento fundado sobre Competências e Habilidades 23

Áreas de Conhecimento: A integração dos saberes 27

1. O Componente Curricular integrador da Matriz do Ensino Médio 29


1.1 A Física no Ensino Médio 31
1.2 Quadro demonstrativo do Componente Curricular 34
1.3 Alternativas metodológicas para o ensino de Física 51
1.3.1 Sugestões de atividades Didático-Pedagógicas 51
1.3.2 Sugestões para pesquisa 67

Avaliação: O culminar do processo educativo 69

Considerações Finais 73

Referências 75
FÍSICA 7

compromisso com a EDUCAÇÃO

É inquestionável o valor da Educação na às novas tecnologias, da promoção de forma-


formação do ser humano e na construção de ções para melhor qualificar os mestres que
uma sociedade próspera e cidadã. Ao longo estão na sala de aula, empenhados na pre-
da História, as nações que conquistaram o paração dos jovens, sem descurar do cuida-
reconhecimento e ajudaram no processo de do com a melhoria das condições de trabalho
evolução do conhecimento foram aquelas dos profissionais que ajudam a construir uma
que dedicaram atenção especial à formação realidade educacional mais promissora para o
da juventude e valorizaram o saber como fa- povo amazonense.
tor de afirmação social e cultural. Fruto desse comprometimento que tenho
Consciente do significado social da apren- com a Educação, é com satisfação que apre-
dizagem e do caráter substantivo do ensino sento aos professores e à sociedade em geral
como fundamento da própria vida, elegi a esta proposta do Ensino Médio – nascida do
Educação como pressuposto de governo – debate dos educadores e técnicos que fazem
consciente da minha responsabilidade como parte da rede pública estadual de ensino. Esta
governador do Estado do Amazonas. Tenho reestruturação, coordenada pela Secretaria
a convicção de que a construção do futuro de Estado da Educação e Qualidade do Ensi-
é uma tarefa do presente – e que o conheci- no, objetiva a renovação e atualização do pro-
mento é o substrato do novo tempo que ha- cesso da aprendizagem, considerando os Pa-
verá de nascer do trabalho dos professores e râmetros Curriculares do Ensino Médio, bem
demais profissionais que se dedicam ao ofício como as inovações ocorridas com a implan-
de educar em nossa terra. tação do Exame Nacional do Ensino Médio –
Essa é uma missão de todos: não só dos Enem. Com o aprimoramento da aprendiza-
educadores, mas igualmente dos pais e dos gem e com a promoção de uma nova sistemá-
agentes públicos, bem como de todo aquele tica de ensino e avaliação, almejamos o avan-
que tem compromisso com o bem comum e a ço da Educação e a melhoria da qualidade da
cidadania. Tenho empreendido esforços para prática educacional no Estado do Amazonas.
promover a Educação no Amazonas, sobretu- Reitero, assim, meu compromisso com a
do por meio da valorização e do reconheci- Educação.
mento do mérito dos professores, do acesso

Omar Aziz
Governador do
Estado do Amazonas

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
8 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

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DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 9

CARTA AO PROFESSOR

Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

Cecília Meireles

A mudança é o sentido e o fundamento da de Educação, por meio da ação de seus educa-


vida. A verdade é que não há vida sem trans- dores e técnicos, coordenou de forma eficaz os
formação e sem o aprimoramento permanen- trabalhos de discussão e elaboração das pro-
te de nosso modo de pensar e ser e, sobretu- postas curriculares de cada componente que
do, de agir. O poema da professora e escritora integra as quatro áreas de conhecimento do
Cecília Meireles traduz esse entendimento Ensino Médio – norteadoras da prática pedagó-
e essa verdade inquestionável. Por isso, esse gica dos professores no cotidiano escolar neste
tem sido o espírito de nossas ações à frente novo momento do ensino em nossa terra.
da Secretaria de Estado de Educação do Ama-
zonas: buscar novos caminhos para melhorar Acreditamos que os novos referenciais
a aprendizagem de nossas crianças e jovens metodológicos, enriquecidos com sugestões
– motivo pelo qual elegemos a formação dos de Competências, Habilidades e práticas faci-
professores como um dos fundamentos desse litadoras da aprendizagem, estabelecidos nas
propósito. propostas, contribuirão para dinamizar e en-
riquecer o trabalho pedagógico dos professo-
Fruto dessa iniciativa, empreendida com o res, melhorando a compreensão e formação
objetivo de construir um futuro promissor para intelectual e espiritual dos educandos. Vive-
a Educação no Amazonas, apresentamos os re- mos um momento de renovação da prática
sultados do trabalho de reestruturação da Pro- educacional no Amazonas, experiência que
posta Curricular do Ensino Médio. A Secretaria demanda, de todos os envolvidos nesse pro-

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10 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

cesso, novas respostas, novas atitudes e novos de e atenção com a formação educacional dos
procedimentos de ensino. Dessa forma, com nossos educandos.
compromisso, entusiasmo e consciência de
nosso papel como educadores, ajudaremos a Temos consciência do desafio que temos
construir uma nova realidade educacional em pela frente e entendemos que este é o primeiro
nosso Estado, fundada na certeza de que o co- passo de uma longa jornada, que dependerá da
nhecimento liberta, enriquece a vida dos indi- participação construtiva, não só dos professo-
víduos e contribui para a construção de uma res, corpo técnico e educandos, mas também
consciência cidadã. dos pais, agentes públicos e da sociedade.

O chamamento de Cecília Meireles – “Re- Que todos aceitemos o desafio da renova-


nova-te / Renasce em ti mesmo” – é uma ção e do comprometimento com a vida, com
síntese do fundamento que orienta o nosso a Educação dos nossos jovens e com a busca
caminho e norteia as nossas ações. O governa- de novas práticas pedagógicas – capazes de
dor Omar Aziz assumiu a responsabilidade de nos ajudar no forjamento de uma nova consci-
fazer do seu governo um ato de compromisso ência e na construção de uma sociedade fun-
com a Educação das crianças e jovens do Ama- dada no conhecimento e na cidadania, ideais
zonas. Os frutos dessa ação, que resultou na que herdamos da cultura clássica e que têm
reestruturação da Proposta Curricular do En- na Paideia Grega (entendida como a verdadei-
sino Médio, são uma prova da sua sensibilida- ra Educação) o seu referencial por excelência.

Gedeão Timóteo Amorim


Secretário de Estado de Educação

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FÍSICA 11

PROPOSTA CURRICULAR
DE FÍSICA PARA O
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 13

INTRODUÇÃO

A Proposta que chega ao Ensino Médio sur- LDB (Lei nº 9.394/96), que requer um homem
giu das necessidades que se verificam não só cidadão, com capacidades para seguir os es-
no campo educacional, mas também nas de- tudos em um Nível Superior ou que seja capaz
mais áreas do saber e dos segmentos sociais. de inserir-se, com capacidades concretas, no
Dito por outras palavras, a vertiginosidade com mundo do trabalho.
que as mudanças ocorrem, inclusive situando- Mas para que esse homem-cidadão possa
nos em um novo tempo, cognominado pelos ter o arcabouço teórico exigido, ele precisa
filósofos como pós-modernidade, é o que nos conhecer o seu entorno, ou seja, ele precisa
obriga a repensar os atuais paradigmas e a ins- ser e estar no mundo, daí, então, que ele par-
taurar-se, como se faz necessário, novos. tirá para a construção da sua identidade, da
A mudança, na qual somos agentes e pa- sua região, do seu local de origem. Somente
cientes, não só desestabiliza a permanência após a sua inserção na realidade, com suas
do homem no mundo como também requer emoções, afetos e sentimentos outros, é que
novas bases, o que implica novos exercícios ele poderá compreender o seu entorno em
do pensamento. Considerando que é na Esco- uma projeção, compreendendo as suas des-
la, desde a educação infantil, que também se continuidades mais ampliadas, ou seja: so-
estabelecem os princípios e valores que nor- mente assim ele poderá ser e estar no mundo.
tearão toda a vida, é a ela que, incisivamente, As situações referidas são as norteadoras
as novas preocupações se dirigem. desta Proposta, por isso ela reclama a Inter-
É nesse contexto que esta Proposta se ins- disciplinaridade, a Localização do sujeito no
creve. É em meio a essas inquietantes angús- seu mundo, a Formação, no que for possível,
tias e no encontro com inúmeros caminhos, os integral do indivíduo e a Construção da cida-
quais não possuem inscrições, afirmando ou dania. É, portanto, no contexto do novo, do
não o nível de segurança, que ela busca insti- necessário que ela se organizou, que ela mo-
tuir alguma estabilidade e, ainda, a certeza de bilizou a atenção e a preocupação de todos os
que o saber perdurará, de que o homem conti- que, nela, se envolveram.
nuará a produzir outros/novos conhecimentos. Para finalizar, é opinião comum dos cida-
As palavras acima se sustentam na ideia de dãos, que pensam sobre a realidade e fazem
que a Escola ultrapassa a Educação e a Instru- a sua leitura ou interpretação, que o momen-
ção, projetando-se para o campo da garantia, to é de transição. Essa afirmação é plena de
da permanência, da continuidade do conheci- significados e de exigências, inclusive corre-se
mento do homem e do mundo. o risco maior de não se compreender o que
Os caminhos indicadores para a redefini- é essencial. É assim que o passado se funde
ção das funções da Escola seguem, a nosso com o presente, o antigo se funde com o novo,
ver, a direção que é sugerida. É por isso que criando uma dialética essencial à progessão
a Escola e o produto por ela gerado – o Co- da História. A Proposta Curricular do Ensino
nhecimento – instituem um saber fundado Médio, de 2011, resguarda esse movimento e
em Competências e Habilidades, seguindo a o aceita como uma necessidade histórica.

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FÍSICA 15

Proposta Curricular do Ensino Médio:


Pressupostos Teóricos

A educação brasileira, nos últimos anos, Ensino Médio desenvolveu ações educacio-
perpassa por transformações educacionais nais para fundamentar as discussões acerca
decorrentes das novas exigências sociais, do currículo vigente.
culturais, políticas e econômicas vigentes no Os professores da Rede Estadual de Ensino
país, resultantes do processo de globalização. Médio receberam orientações, por meio de
Considerando esta nova reconfiguração mun- palestras e de uma jornada pedagógica, que
dial e visando realizar a função formadora da proporcionaram aos professores reflexões so-
escola de explicar, justificar e de transformar bre: O fazer pedagógico, sobre os fundamen-
a realidade, a educação busca oferecer ao tos norteadores do currículo e principalmente
educando maior autonomia intelectual, uma sobre o que se deve ensinar. E o que os edu-
ampliação de conhecimento e de acesso a in- candos precisam apreender para aprender?
formações numa perspectiva integradora do Os trabalhos desenvolvidos tiveram, como
educando com o meio. subsídios, os documentos existentes na Secre-
No contexto educacional de mudanças re- taria de Educação, norteados pela Proposta
lativas à educação como um todo e ao Ensino Curricular do Ensino Médio/2005, pelos PCN,
Médio especificamente a reorganização curri- pelos PCN+ e pelos referenciais nacionais. As
cular, dessa etapa do ensino, faz-se necessária discussões versaram sobre os Componentes
em prol de oferecer novos procedimentos que Curriculares constantes na Matriz Curricular
promovam uma aprendizagem significativa e do Ensino Médio, bem como sobre as refle-
que estimulem a permanência do educando xões acerca da prática pedagógica e do papel
na escola, assegurando a redução da evasão intencional do planejamento e da execução
escolar, da distorção idade/série, como tam- das ações educativas.
bém a degradação social desse cidadão. Os resultados colhidos nessas discussões
A ação política educacional de Reestrutu- estimularam a equipe a elaborar uma versão
ração da Proposta Curricular do Ensino Médio atualizada e ampliada da Proposta Curricular
foi consubstanciada nos enfoques educacio- do Ensino Médio, contemplando em um só
nais que articulam o cenário mundial, bra- documento as orientações que servirão como
sileiro e local, no intuito de refletir sobre os referência para as ações educativas dos profis-
diversos caminhos curriculares percorridos na sionais das quatro Áreas do Conhecimento.
formação do educando da Rede Estadual de Foi a partir dessa premissa que se perce-
Ensino Médio. beu a necessidade de refletir acerca do Currí-
Dessa forma, a fim de assegurar a cons- culo, da organização curricular, dos espaços e
trução democrática e a participação dos pro- dos tempos para que, dessa maneira, fossem
fessores da Rede Estadual de Ensino Médio, privilegiados, como destaques:
na Reestruturação do Currículo, a Gerência de

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DO ENSINO MÉDIO
16 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

• o foco no processo de ensino-aprendi- divíduos, do corpo social, da comunidade em


zagem; geral, levando em consideração os conceitos,
• os diferentes tipos de aprendizagem e as representações, os saberes oriundos das
de recursos; vivências dos educandos que concretamente
• o desenvolvimento de competências estão envolvidos, e nas experiências que vi-
cognitivas, operativas e afetivas; venciam no cotidiano.
• a autonomia intelectual; A proposta é que os educandos possam
• a reflexão antes, durante e após as posicionar-se de maneira crítica, ética, res-
ações. ponsável e construtiva nas diferentes situa­
ções sociais, utilizando o conhecimento como
É válido ressaltar que os caminhos defi- instrumento para mediar conflitos e tomar
nidos enquadram-se na perspectiva atual do decisões; e, assim, perceberem-se como
projeto filosófico educativo do país que re- agentes transformadores da realidade social
quer a interdisciplinaridade, a transdiscipli- e histórica do país, identificando as caracte-
naridade e a transversalidade, na qualidade rísticas estruturais e conjunturais da realida-
de meios de garantia de um ensino-aprendi- de social e as interações entre elas, a fim de
zagem bem-sucedido. Ou seja, os objetos pri- contribuírem ativamente para a melhoria da
vilegiados nos Componentes Curriculares do qualidade da vida social, institucional e indi-
Ensino Médio deverão ser focados em uma vidual; devem, ainda, conhecer e valorizar a
perspectiva abrangente, na qual eles serão diversidade que caracteriza a sociedade bra-
objetos de estudo do maior número possível sileira, posicionando-se contra quaisquer for-
de Componentes Curriculares. Dessa forma, mas de discriminação baseada em diferenças
entende-se que o educando poderá apreen- culturais, classe social, crença, gênero, orien-
dê-los em toda a sua complexidade. tação sexual, etnia e em outras característi-
É assim que temas como a diferença socio- cas individuais e sociais.
cultural de gênero, de orientação sexual, de Espera-se que esta Proposta seja uma fer-
etnia, de origem e de geração perpassam por ramenta de gestão educacional e pedagógica,
todos os componentes, visando trazer ao de- com ideias e sugestões que possam estimular
bate, nas salas de aula, os valores humanos o raciocínio estratégico-político e didático-
e as questões que estabelecem uma relação educacional, necessário à reflexão e ao de-
dialógica entre os diversos campos do co- senvolvimento de ações educativas coerentes
nhecimento. Nesse sentido, foi pensado um com princípios estéticos, políticos e éticos,
Currículo amplo e flexível, que expressasse orientados por competências básicas que esti-
os princípios e as metas do projeto educati- mulem os princípios pedagógicos da identida-
vo, possibilitando a promoção de debates, a de, diversidade e autonomia, da interdiscipli-
partir da interação entre os sujeitos que com- naridade e da contextualização enquanto es-
põem o referido processo. truturadores do currículo (DCNEM, 2011,11),
Assim, os processos de desenvolvimento e que todo esse movimento chegue às salas
das ações didático-pedagógicas devem possi- de aula, transformando a ação pedagógica e
bilitar a reflexão crítica sobre as questões que contribuindo para a excelência da formação
emergem ou que resultem das práticas dos in- dos educandos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 17

Para que se chegasse a essa fundamen- gerais, e colegial, com duração de três anos,
tação pedagógica, filosófica, sociológica da que oferecia os cursos Clássico e Científico.
educação, foram concebidas e aperfeiçoa­das O cenário político brasileiro de 1964,
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Na- que culminou no golpe de Estado, determi-
cional. No contexto legislativo-educacional, nou novas orientações para a política edu-
destacam-se as Leis nº 4.024/61, 5.692/71 e cacional do país. Foram estabelecidos novos
9.394/96 que instituíram bases legais para a acordos entre o Brasil e os Estados Unidos da
educação brasileira como normas estrutura- América, dentre eles o MEC-Usaid. Constava,
doras da Educação Nacional. no referido acordo, que o Brasil receberia re-
Todavia, o quadro da educação brasileira cursos para implantar uma nova reforma que
nem sempre esteve consolidado, pois antes atendesse aos interesses políticos mundiais,
da formulação e da homologação das Leis objetivando vincular o sistema educacional
de Diretrizes e Bases, a educação não era o ao modelo econômico imposto pela política
foco das políticas públicas nacionais, visto norte-americana para a América Latina (ARA-
que não constava como uma das principais NHA, 2010). É no contexto de mudanças sig-
incumbências do Estado garantir escola pú- nificativas para o país, ocasionadas pela nova
blica aos cidadãos. conjuntura política mundial, que é promulga-
O acesso ao conhecimento sistemático, da a nova LDB nº 5.692/71. Essa Lei é gerada
oferecido em instituições educacionais, era no contexto de um regime totalitário, portan-
privilégio daqueles que podiam ingressar em to contrário às aspirações democráticas emer-
escolas particulares, tradicionalmente reli- gentes naquele período.
giosas de linha católica que, buscando seus Nas premissas dessa Lei, o ensino profis-
interesses, defendiam o conservadorismo sionalizante do 2.o grau torna-se obrigatório.
educacional, criticando a ideia do Estado em Dessa forma, ele é tecnicista, baseado no
estabelecer um ensino laico. modelo empresarial, o que leva a educação a
Somente com a Constituição de 1946, o adequar-se às exigências da sociedade indus-
Estado voltou a ser agente principal da ação trial e tecnológica. Foi assim que o Brasil se in-
educativa. A lei orgânica da Educação Primá- seriu no sistema do capitalismo internacional,
ria, do referido ano, legitimou a obrigação do ganhando, em contrapartida, a abertura para
Estado com a educação (Barbosa, 2008). Em o seu crescimento econômico. A implantação
meio a esse processo, e após inúmeras reivin- generalizada da habilitação profissional trou-
dicações dos pioneiros da Educação Nova e xe, entre seus efeitos, sobretudo para o ensino
dos intensos debates que tiveram como pano público, a perda da identidade que o 2.o grau
de fundo o anteprojeto da Lei de Diretrizes passará a ter, seja propedêutica para o Ensino
e Bases, é homologada a primeira LDB, nº Superior, seja a de terminalidade profissional
4.024/61, que levou treze anos para se con- (Parecer CEB 5/2011). A obrigatoriedade do
solidar, entrando em vigor já ultrapassada e ensino profissionalizante tornou-se faculta-
mantendo em sua estrutura a educação de tiva com a Lei nº 7.044/82 que modificou os
grau médio: ginasial, com duração de quatro dispositivos que tratam do referido ensino, no
anos, destinada a fundamentos educacionais 2.o grau.

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18 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

Pode-se dizer que o avanço educacional do rização dos Profissionais da Educação – Fun-
país estabeleceu-se com a Lei de Diretrizes e deb, que oferece subsídios a todos os níveis
Bases da Educação nº 9.394/96, que alterou da educação, inclusive ao Ensino Médio.
a estrutura do sistema educacional brasileiro Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
quando no Titulo II – Dos Princípios e Fins da cação, o Ensino Médio tem por finalidade pre-
Educação Nacional – Art. 2.o, declara: A edu- parar o educando para a continuidade dos es-
cação, dever da família e do Estado, inspira- tudos, para o trabalho e para o exercício da ci-
da nos princípios de liberdade e nos ideais de dadania, primando por uma educação escolar
solidariedade humana, tem por finalidade o fundamentada na ética e nos valores de liber-
pleno desenvolvimento do educando, seu pre- dade, justiça social, pluralidade, solidariedade
paro para o exercício da cidadania e sua qua- e sustentabilidade. As prerrogativas da Lei su-
lificação para o trabalho. pracitada acompanham as grandes mudanças
Essa Lei confere legalidade à condição do sociais, sendo, dessa forma, exigido da escola
Ensino Médio como parte integrante da Edu- uma postura educacional responsável, capaz
cação Básica, descrevendo, no artigo 35, os de forjar homens, não somente preparados
princípios norteadores desse nível de ensino: para integrar-se socialmente, como também
de promover o bem comum, concretizando a
O Ensino Médio, etapa final da educação afirmação do homem-cidadão.
básica, com duração mínima de três anos, Norteadas pela Lei de Diretrizes e Bases
terá como finalidades: I – a consolidação e da Educação, apresentam-se as Diretrizes
o aprofundamento dos conhecimentos ad- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
quiridos no Ensino Fundamental, possibili- (Parecer CEB 5/2011), que tem como pres-
tando o prosseguimento de estudos; II – a supostos e fundamentos: Trabalho, Ciência,
preparação básica para o trabalho e a cida- Tecnologia e Cultura.
dania do educando, para continuar apren- Quando se pensa em uma definição para
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar o conceito Trabalho, não se pode deixar de
com flexibilidade a novas condições de ocu- abordar a sua condição ontológica, pois essa é
pação ou aperfeiçoamento posteriores; III – condição imprescindível para a humanização
o aprimoramento do educando como pes- do homem. É por meio dele que se instaura o
soa humana, incluindo a formação ética e o processo cultural, ou seja, é no momento em
desenvolvimento da autonomia intelectual que o homem age sobre a natureza, transfor-
e do pensamento crítico; IV – a compreen- mando-a, que ele se constitui como um ser
são dos fundamentos científico-tecnológi- cultural. Portanto, o Trabalho não pode ser
cos dos processos produtivos, relacionando desvinculado da Cultura, pois estes se com-
a teoria com a prática, no ensino de cada portam como faces da mesma moeda. Sinte-
disciplina. tizando, pode-se dizer que o homem produz
sua realidade, apropria-se dela e a transfor­
Com a incorporação do Ensino Médio à ma, somente porque o Trabalho é uma con-
Educação Básica, entra em vigor, a partir do dição humana/ontológica e a Cultura é o re-
ano de 2007, o Fundo de Manutenção e De- sultado da ação que possibilita ao homem ser
senvolvimento da Educação Básica e de Valo- homem.

PROPOSTA CURRICULAR
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FÍSICA 19

Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura surgem como propiciadoras de um novo mun-


constituem um todo que não se pode disso- do, inclusive, determinando o nível de desen-
ciar, isso porque ao se pensar em Trabalho volvimento socioeconômico de um país.
não se pode deixar de trazer ao pensamento Seguindo as orientações das Diretrizes
o resultado que ele promove, ou seja, a pro- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a
dução. Imediatamente, compreende-se que a formação integral do educando deve promo-
Tecnologia não é possível sem um pensamen- ver reflexões críticas sobre modelos culturais
to elaborado, sistemático e cumulativo, daí, pertinentes à comunidade em que ele está
pensar-se em Ciência. Para se ter a ideia do inserido, bem como na sociedade como um
que é referido, pode-se recorrer aos primór- todo. Sob essa ótica, é de fundamental impor-
dios da humanidade, quando o homem trans- tância haver unicidade entre os quatro pres-
formou uma pedra em uma faca, a fim de se supostos educacionais: Trabalho, Ciência,
proteger das feras. Nos dias de hoje, quando a Tecnologia e Cultura que devem estar atrela-
Ciência tornou-se o núcleo fundante das nos- dos entre pensamento e ação e a busca inten-
sas vidas, retirando o homem do seu pedes- cional das convergências entre teoria e práti-
tal, pois foi com o seu triunfo que ele deixou ca na ação humana (Parecer CEB 5/2011).
de ser o centro do universo, as Tecnologias

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 21

Currículo Escolar: Aproximação com o cotidiano

A discussão sobre o Currículo Básico é O excerto em destaque trata da vinculação


hoje um tema presente nos projetos políti- ou da dependência do Currículo ao contexto
co-pedagógicos das escolas, nas pesquisas, no qual ele está inserido. Nele, as várias re-
nas teorias pedagógicas, na formação inicial lações que se estabelecem socialmente estão
e continuada dos professores e gestores, e, incluídas, dado que se trata de uma represen-
ainda, nas propostas dos sistemas de ensino, tação social e, por isso, todas as sensações,
tendo no seu centro a especificidade do co- especulações, conhecimentos e sentimentos,
nhecimento escolar, priorizando o papel da para que ele contemple as necessidades dos
escola como instituição social voltada à tare- educandos, são abordadas. Por outro lado,
fa de garantir a todos o acesso aos saberes não se pode desprezar a produção cognitiva,
científicos e culturais. resultado do acúmulo de conhecimentos que
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacio- garantem a permanência da humanidade.
nais para o Ensino Médio, em seu artigo 8.°: Conforme diversos autores citados por
Sabini (2007), esses fundamentados no texto
O Currículo é organizado em áreas de co- de Sacristán e de Seed (2003), o Currículo é
nhecimento, a saber: um conjunto de conhecimentos ou de maté-
rias a ser apreendido pelo educando dentro
I – Linguagens. de um ciclo-nível educativo ou modalidade
II – Matemática. de ensino; o Currículo é uma experiência re-
III – Ciências da Natureza. criada nos educandos, por meio da qual po-
IV – Ciências Humanas. dem desenvolver-se; o Currículo é uma tarefa
e habilidade a serem dominadas; o Currículo
§1.° – O currículo deve contemplar as qua- é um programa que proporciona conteúdos e
tro áreas do conhecimento, com tratamen- valores, para que os educandos melhorem a
to metodológico que evidencie a contextu- sociedade, podendo até mesmo reconstruí-la.
alização e a interdisciplinaridade ou outras Para Silva (2004), o Currículo é definido,
formas de interação e articulação entre portanto, como lugar, espaço, território, rela-
diferentes campos de saberes específicos. ção de poder. Como sabemos, ele também é
o retrato da nossa vida, tornando-se um do-
§2.° – A organização por área de conheci- cumento de identidade em termos de apren-
mento não dilui nem exclui Componentes dizagem e construção da subjetividade. Isso
Curriculares com especificidades e sabe- serve para mostrar a importância que o Currí-
res próprios construídos e sistematizados, culo pode tomar nas nossas vidas.
mas implica no fortalecimento das relações Considerando a história do Currículo es-
entre eles e a sua contextualização para colar, remetemo-nos ao momento em que se
apreensão e intervenção na realidade, re- iniciam as reflexões sobre o ensino ou quan-
querendo planejamento e execução conju- do ele é considerado como uma ferramenta
gados e cooperativos dos seus professores. pedagógica da sociedade industrial. Assim,

PROPOSTA CURRICULAR
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22 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

partindo do contexto social, o Currículo se teo­ria única, mas um conjunto de teorias e


faz presente em formas de organização da saberes, ou seja, o Currículo, desatrelado do
sociedade. Dessa forma, podemos compre- aspecto de simples listagem de conteúdos,
endê-lo como produto de um processo de passa a ser um processo constituído por um
conflitos culturais dos diferentes grupos de encontro cultural, de saberes, de conheci-
professores que o elaboram (LOPES, 2006). mentos escolares na prática da sala de aula,
Lopes compreende, ainda, que é necessário local de interação professor e educando.
conhecer as várias formas de conceituação Nesse sentido, cabe àqueles que condu-
de Currículo que são elaboradas para nortear zem os destinos do país, e, especificamente,
o trabalho dos professores em sala de aula. aos que gerem os destinos da Educação no
Para Lopes (idem), o Currículo é elaborado Amazonas encontrar o melhor caminho para
em cada escola, com a presença intelectual, o norteamento do que é necessário, conside-
cultural, emocional, social e a memória de rando a realidade local, a realidade regional
seus participantes. É na cotidianidade, for- e a nacional. E, ainda, sem deixar de conside-
mada por múltiplas redes de subjetividade, rar os professores, os gestores, os educandos,
que cada um de nós forja nossas histórias de os pais e a comunidade em geral. Não basta,
educandos e de professores. apenas, a fundamentação teórica bem alicer-
Considerando a complexidade da história çada, mas o seu entendimento e a sua aplica-
do Currículo, não é possível conceber uma ção à realidade.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 23

Um conhecimento fundado sobre Competências


e Habilidades

A Secretaria de Estado de Educação e Qua- conhecimentos adquiridos em sala de aula e


lidade do Ensino, com base nas Diretrizes Cur- fora dela, o que necessariamente implica um
riculares do Ensino Médio, reitera em sua Pro- trabalho interdisciplinar.
posta Curricular os seguintes pressupostos: Ao falarmos em Interdisciplinaridade no
formação integral dos educandos; o trabalho ensino, é preciso considerar a contribuição
e a pesquisa como princípio educativo e peda- dos PCN. Um olhar mais atento a esse docu-
gógico; a indissociabilidade entre educação e mento revela-nos a opção por uma concep-
prática social, considerando-se a historicidade ção instrumental de Interdisciplinaridade:
dos conhecimentos e dos sujeitos do processo
educativo, bem como entre teoria e prática no Na perspectiva escolar, a interdisciplinari-
processo de ensino-aprendizagem; a integra- dade não tem a pretensão de criar novas
ção de conhecimentos gerais e, quando for o disciplinas ou saberes, mas de utilizar os
caso, de conhecimentos técnico-profissionais. conhecimentos de várias disciplinas para
Os pressupostos garantidos implicam a resolver um problema concreto ou compre-
responsabilidade dos atores perante o pro- ender um fenômeno sob diferentes pontos
cesso educativo na busca constante dos me- de vista. Em suma, a Interdisciplinaridade
canismos que o transformem em ação efetiva. tem uma função instrumental. Trata-se de
Esses mecanismos dizem respeito ao porquê recorrer a um saber útil e utilizável para
e como trabalhar determinados conhecimen- responder às questões e aos problemas
tos de forma a atingir a formação integral do sociais contemporâneos (BRASIL, 2002, p.
cidadão, vivenciando, assim, a dimensão so- 34-36).
ciopolítica da educação, o que define o Cur-
rículo como ferramenta de construção social. Nos PCN+ (2002), o conceito de Interdis-
Nesse sentido, esta Proposta sugere o Ensino ciplinaridade fica mais claro. Neles é destaca-
fundado em Competências e a não fragmen- do que um trabalho interdisciplinar, antes de
tação dos conhecimentos em disciplinas iso- garantir associação temática entre diferentes
ladas, o que exige uma postura interdiscipli- disciplinas – ação possível, mas não impres-
nar do professor. Os Parâmetros Curriculares cindível – deve buscar unidade em termos de
Nacionais do Ensino Médio (PCN +) orientam prática docente, independentemente dos te-
a organização pedagógica da escola em tor- mas/assuntos tratados em cada disciplina iso-
no de três princípios orientadores, a saber: a ladamente. Essa prática docente comum está
Contextualização, a Interdisciplinaridade, as centrada no trabalho permanentemente volta-
Competências e Habilidades. do para o desenvolvimento de Competências e
Para melhor compreender os pressupos- de Habilidades, apoiado na associação ensino-
tos, apresenta-se a definição: contextualizar pesquisa e no trabalho expresso em diferentes
significa localizar um conhecimento determi- linguagens, que comportem diversidades de
nado no mundo, relacionando-o aos demais interpretação sobre os temas/assuntos abor-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
24 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

dados em sala de aula. Portanto, são esses ele- Os caminhos na busca da Interdisciplina-
mentos que dão unidade ao desenvolvimento ridade devem ser percorridos pela equipe
dos diferentes Componentes Curriculares, e docente de cada unidade escolar. O ponto de
não a associação dos mesmos em torno de te- partida é determinado pelos problemas esco-
mas supostamente comuns a todos eles. lares compartilhados pelos professores e por
Esta Proposta é expressiva porque ela pro- sua experiência pedagógica. O destino é de-
move a mobilização da comunidade escolar terminado pelos objetivos educacionais, ou
em torno de objetivos educacionais mais am- melhor, pelo projeto político pedagógico da
plos, que estão acima de quaisquer conteúdos, escola. A Interdisciplinaridade, nesse sentido,
porém sem descaracterizar os Componentes assume como elemento ou eixo de integração
Curriculares ou romper com os mesmos. Sua a prática docente comum voltada para o de-
prática na escola cria, acima de tudo, a possi- senvolvimento de Competências e Habilida-
bilidade do “encontro”, da “partilha”, da coo- des comuns nos educandos.
peração e do diálogo e, por isso, traz-se nesta No que diz respeito à Competência, cabe
Proposta a perspectiva da Interdisciplinarida- dizer que numa sociedade em que o conhe-
de como ação conjunta dos professores. cimento transformou-se no principal fator
Ivani Fazenda (1994, p. 82) fortalece essa de produção, um dos conceitos que transita
ideia, quando fala das atitudes de um “profes- entre o universo da economia e da educação
sor interdisciplinar”: é o termo “competência”. A ideia de compe-
tência surge na economia como a capacidade
Entendemos por atitude interdisciplinar de transformar uma tecnologia conhecida em
uma atitude diante de alternativas para um produto atraente para os consumidores.
conhecer mais e melhor; atitude de espera No contexto educacional, o conceito de com-
ante os atos consumados, atitude de reci- petência é mais abrangente. No documento
procidade que impele à troca, que impele básico do Enem, as competências são associa-
ao diálogo – ao diálogo com pares idênti- das às modalidades estruturais da inteligên-
cos, com pares anônimos ou consigo mes- cia ou às ações e às operações que utilizamos
mo – atitude de humildade diante da limi- para estabelecer relações com e entre obje-
tação do próprio saber, atitude de perple- tos, situações, fenômenos e pessoas.
xidade ante a possibilidade de desvendar Para entendermos o que se pretende, é
novos saberes, atitude de desafio – desafio necessário dizer que o ensino fundado em
perante o novo, desafio em redimensio- Competências tem as suas bases nos vários
nar o velho – atitude de envolvimento e documentos elaborados, a partir das discus-
comprometimento com os projetos e com sões mundiais e nacionais sobre educação,
as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, dentre eles a Conferência Mundial de Edu-
de compromisso em construir sempre, da cação Para Todos, realizada na Tailândia, em
melhor forma possível, atitude de respon- 1990, os “Pilares da Educação para o Século
sabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de XXI”1: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a
revelação, de encontro, de vida.
1 Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques
Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no
Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (São
Paulo: Cortez Editora, Unesco, MEC, 1999).
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 25

ser; e nas Diretrizes Curriculares Nacionais – • Localizar, acessar e usar melhor a infor-
Parâmetros Curriculares Nacionais. Todos es- mação acumulada;
ses documentos enfatizam a necessidade de • Planejar, trabalhar e decidir em grupo.
centrar o ensino e a aprendizagem no desen-
volvimento de Competências e de Habilidades Concebe-se que uma pessoa é competen-
por parte do educando, em lugar de centrá-lo, te quando tem os recursos para realizar bem
apenas, no conteúdo conceitual. uma determinada tarefa, ou seja, para resol-
Como se pode comprovar, tanto o Ensino ver uma situação complexa. O sujeito está ca-
Fundamental quanto o Ensino Médio têm tra- pacitado para tal quando tem disponíveis os
dição conteudista. Na hora de falar de Com- recursos necessários para serem mobilizados,
petência mais ampla, carrega-se no conteúdo. com vistas a resolver os desafios na hora em
Não estamos conseguindo separar a ideia de que eles se apresentam. Nesse sentido, educar
Competência da ideia de Conteúdos, porque a para Competências é, então, ajudar o sujeito
escola traz para os educandos respostas para a adquirir as condições e/ou recursos que de-
perguntas que eles não fizeram: o resultado é o verão ser mobilizados para resolver situações
desinteresse. As perguntas são mais importan- complexas. Assim, educar alguém para ser um
tes do que as respostas, por isso o enfoque das pianista competente é criar as condições para
Diretrizes/Parâmetros nos conteúdos concei- que ele adquira os conhecimentos, as habili-
tuais, atitudinais e procedimentais, o que con- dades, as linguagens, os valores culturais e os
verge para a efetivação dos pilares da Educa- emocionais relacionados à atividade específica
ção para o século XXI. Todavia, é hora de fazer de tocar piano muito bem (MORETTO, 2002).
e de construir perspectivas novas. Assim, todos Os termos Competências e Habilidades,
nós somos chamados a refletir e a entender o por vezes, se confundem; porém fica mais fá-
que é um ensino que tem como uma das suas cil compreendê-los se a Competência for vista
bases as Competências e Habilidades. como constituída de várias Habilidades. Mas
O Ministério da Educação determina as uma Habilidade não “pertence” a determina-
competências essenciais a serem desenvolvi- da Competência, uma vez que a mesma Ha-
das pelos educandos do Ensino Fundamental bilidade pode contribuir para Competências
e Médio: diferentes. É a prática de certas Habilidades
que forma a Competência. A Competência é
• Dominar leitura/escrita e outras lingua- algo construído e pressupõe a ação intencio-
gens; nal do professor.
• Fazer cálculos e resolver problemas; Para finalizar, convém dizer que esta Pro-
• Analisar, sintetizar e interpretar dados, posta caminha lado a lado com as necessida-
fatos, situações; des educacionais/sociais/econômicas/filosófi-
• Compreender o seu entorno social e cas e políticas do país, que não deixam de ser
atuar sobre ele; as do mundo global. Assim sendo, é interesse
• Receber criticamente os meios de co- dos educadores preparar a juventude amazo-
municação; nense para enfrentar os desafios que se apre-
sentam no século XXI, daí ao conhecimento
fundado em Competências e Habilidades.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 27

Áreas de conhecimento: A integração dos saberes

A Proposta Curricular do Ensino Médio totalidade. Uma perspectiva, como se pode


compreende as quatro Áreas de Conhecimen- ver, dos novos tempos.
to, constantes da base nacional comum dos Em Matemática e suas Tecnologias abor-
currículos das escolas de Ensino Médio e es- daram-se conhecimentos que destacassem
tabelece, como fundamento pedagógico, con- aspectos do real, cabendo ao educando com-
teúdos os quais devem ser inclusos, fundados preender os princípios científicos nas tecno-
sobre competências, previamente analisados, logias, associando-os aos problemas que se
reagrupados e organizados em conformidade busca resolver de modo contextualizado. E,
com as necessidades dos envolvidos: educan- ainda, trazendo a Matemática para a concre-
dos, professores, gestores, todos os profissio- tude do educando. Com isso, quer-se dizer
nais do processo educativo. que a Matemática abandona o espaço abs-
A organização nas quatro Áreas de Conhe- trato, apenas atingível pelo pensamento, para
cimento tem por base compartilhar o objeto explicar a rea­lidade do educando, por meio
de estudo, considerando as condições para das situações-problema em que se situam o
que a prática escolar seja desenvolvida em homem concreto, real, em um universo ma-
uma perspectiva interdisciplinar, visando à terial, espiritual, emocional. Podendo-se até
transdisciplinaridade. mesmo dizer que a Proposta de Matemática
Em Linguagens, Códigos e suas Tecnolo- é feita com as nossas emoções, com as nos-
gias, elencaram-se Competências e Habili- sas paixões, discutindo-se esse conhecimento
dades que permitam ao educando adquirir na sua região de saber, problematizando-se o
domínio das linguagens como instrumentos próprio império da razão.
de comunicação, em uma dinamicidade, e si­ Em Ciências da Natureza e suas Tecnolo-
tuada no espaço e no tempo, considerando as gias, consideraram-se conhecimentos que
relações com as práticas sociais e produtivas, contemplem a investigação científica e tecno-
no intuito de inserir o educando em um mun- lógica, como atividades institucionalizadas de
do letrado e simbólico. Como se sabe, a lin- produção de conhecimento. Mais uma vez,
guagem é instauradora do homem. Sem ela, entende-se que o conhecimento não pode
ele não existe, pois somente assim, quando se mais ser concebido de forma compartimen-
considera que o homem fala, é que se diz que tada, como se cada uma das suas esferas fos-
ele existe, pois é a linguagem que o distingue se de direito e de posse de cada um. Assim,
dos demais animais. Nesse sentido, a lingua- vislumbram-se, sobretudo, a interdisciplina-
gem é ampla, explicitada pela fala, pelo corpo, ridade e a transdisciplinaridade. O momento
pelo gesto, pelas línguas. Aqui, discute-se as em que se constrói um novo conhecimento
Áreas de Conhecimento, superando-se o com- é privilegiado, pois ele retorna a um estágio
partimento das disciplinas, porque somente inaugural, no qual o saber não se comparti-
agora o homem se compreendeu como um menta, mas busca a amplitude, visando com-
ser que poderá ser visto e reconhecido na sua preender o objeto de forma ampla, conside-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
28 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

rando sua complexidade. Por isso, a Física, Para o Ensino Médio do Estado do Amazo-
por exemplo, pode ser expressa em forma de nas, pensou-se em organizar os Componentes
poema, e a Biologia, que trata da vida dos se- Curriculares fundamentados nas diretrizes nor-
res, pode ser expressa em forma de música. teadoras desse nível de ensino, sem desconsi-
Somente assim o homem poderá falar de um derar as questões de cunho filosófico, psicoló-
homem mais humano, em uma perspectiva gico, por exemplo, que as mesmas implicam,
total, integradora. expressas pelo Ministério da Educação, consi-
Em Ciências Humanas e suas Tecnologias, derando a autonomia das instituições escola-
em que se encontra também a Filosofia, con- res e a aprendizagem dos educandos de modo
templam-se consciências críticas e criativas, efetivo. Os conteúdos apresentam-se por meio
com condições de responder de modo ade- de temas, os quais comportam uma bagagem
quado a problemas atuais e a situações novas, de assuntos a serem trabalhados pelos profes-
destacando-se a extensão da cidadania, o uso sores, conforme as especificidades necessárias
e a produção histórica dos direitos e deveres para cada nível de ensino. As Competências e
do cidadão e, ainda, considerando o outro em Habilidades expressam o trabalho a ser pro-
cada decisão e atitude. O importante é que o posto pelo professor quanto ao que é funda-
educando compreenda a sociedade em que mental para a promoção de um educando mais
vive, como construção humana, entendida preparado para atuar na sociedade. E os pro-
como um processo contínuo. Não poderia dei- cedimentos metodológicos, como sugestões,
xar de ser mais problemática a área de Ciên- auxiliam o professor nas atividades a serem
cias Humanas, pois ela trata do homem. Ten- experienciadas pelos educandos, ressaltando-
do o homem como seu objeto, ela traz para se que se trata de um encaminhamento que
si muitos problemas, pois pergunta-se: Quem norteará a elaboração de um Planejamento
é o homem? Quem é este ser tão complexo Estratégico Escolar.
e enigmático? Estas são questões propostas Ressalta-se, também, que foram acrescen-
pela própria Área de Conhecimento de Ciên- tadas alternativas metodológicas para o ensi-
cias Humanas. Todavia, ela existe porque o ho- no dos Componentes Curriculares constantes
mem existe e é por isso que ela exige a forma- do Ensino Médio, no intuito de concretizar
ção e a atenção de profissionais competentes. esta Proposta, além de propiciar ao profes-
Considerando-se toda a problemática que a sor ferramentas com as quais poderá contar
envolve é que a atenção sobre a mesma é re- como um recurso a mais no encaminhamento
dobrada e que os cuidados são mais exigidos. de seu trabalho em sala de aula.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 29

1
O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 31

1.1 A Física no Ensino Médio bilidades deve acontecer em um processo


contínuo, durante a formação do educando.
A Proposta Curricular de Física busca sa- Isso significa que alfabetizar cientificamente
tisfazer as necessidades vigentes no contexto faz-se por meio de uma atividade sequen-
nacional e internacional, no que diz respeito cial e constante promovidas em sala de aula,
à atualização disciplinar deste componente não se deixando de considerar as estratégias
curricular. Isto, seguindo as sugestões dos de ação utilizadas para alcançar os objetivos
norteadores e das leis estruturais que fundam inicialmente propostos no planejamento do
a educação brasileira, tais como a LDB/96, as Currículo. Aqui, deve ser dada ênfase para as
Diretrizes Curriculares Nacionais, os Parâme- atividades de grupo, com a discussão entre
tros Curriculares, dentre outros. professor e educandos, a elaboração de rela-
Um Currículo que reivindica para si a diver- tórios, a construção de gráficos e de tabelas,
sidade, a flexibilidade e a contextualização, e buscando-se compreender os fundamentos
que busca integrar a seleção e a organização e o significado de fórmulas, em momento de
de conteúdos, a partir de uma concepção investigação científica. Além desses aspectos,
ausubeliana, aliado a ações estratégicas que deve-se mencionar a importância de levar os
possam viabilizar uma abordagem de ensino educandos a conhecer a história social e cul-
que resulte em uma aprendizagem significati- tural da Física (Carvalho et al, 2010).
va dos principais conceitos, partindo de uma
problematização inicial, reivindica o aprendi-
zado de atitudes e de métodos que ressaltem Os PCN e os PCN+ afirmam que o
a autonomia dos educandos e o exercício da desenvolvimento das Competências
argumentação nesses processos (Carvalho, e das Habilidades deve acontecer
1999; Capechi & Carvalho, 2002). em um processo contínuo, durante a
Desse modo, a Proposta busca aproximar
formação do educando. Isso significa
a Física Moderna e Contemporânea, por meio
de tópicos que correspondam ao grau de ins-
que alfabetizar cientificamente faz-se
trução dos educandos do Ensino Médio, enfa- por meio de uma atividade sequencial
tizando os aspectos fenomenológicos e teóri- e constante promovidas em sala de
cos, durante a abordagem da Física Clássica. aula, não se deixando de considerar
Nesses tópicos serão explorados os limites as estratégias de ação utilizadas para
dos modelos clássicos, por meio de comentá- alcançar os objetivos inicialmente
rios a textos essenciais. Os conceitos básicos
propostos no planejamento do Currículo.
serão analisados durante a exposição, visando
a uma discussão mais atrativa para os educan-
dos, e também fazendo a relação com situa-
ções do cotidiano, por meio de uma estratégia Abordagem Teórica da Disciplina
coerente (Cavalcante, 1998; Ostermann
& Moreira, 2000). A Física é uma ciência eminentemente ex-
Os PCN e os PCN+ afirmam que o de- perimental, e o profissional desta área não
senvolvimento das Competências e das Ha- pode ignorar a sua essência investigativa, des-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
32 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

EUA. Como produto desse período, apresen-


A Física é uma ciência eminentemente ta-se o Physical Science Study Commitee1
experimental, e o profissional desta (PSSC), elaborado por um grupo de professo-
área não pode ignorar a sua essência res universitários, de professores de Física em
investigativa, descritiva e explicativa nível secundário (High School) e do Instituto
do comportamento da natureza de Tecnologia de Massachussets (MIT), lidera-
dos por Jerrold Zacharias e Francis Friedman.
Segundo Perini et al, esta é considerada uma
critiva e explicativa do comportamento da na- proposta metodológica revolucionária e, por
tureza (Phisiké), no entanto, inexplicavelmen- ser a precursora da era dos grandes projetos
te, a maioria dos professores deste compo- de ensino, tornou-se uma referência.
nente restringe a sua abordagem a um ensino No Brasil, as mudanças curriculares in­
meramente teórico, desvinculado do que po- cluíam a substituição dos métodos exposi-
deria ser mais interessante: o aspecto expe- tivos pelos chamados métodos ativos, nos
rimental. Isso contrariando as novas orienta- quais se destaca o laboratório de ciências (Al-
ções brasileiras, pois, conforme as recomen- ves, 2006). As aulas práticas deveriam propi-
dações dos PCN+ (Brasil, 2002), para o Ensino ciar atividades que motivassem e auxiliassem
Médio, devem ser trabalhados três conjuntos os educandos na compreensão dos conceitos
de Competências: Comunicar e Representar; (Krasilchik, 1987). O material produzido
Investigar e Compreender e Contextualizar seguia uma linha metodológica do ensino de
Social ou Historicamente o Conhecimento. ciências clara e objetiva, que visava planeja-
No Brasil, a Física foi introduzida como mento e à execução de experimentos com a
disciplina do Currículo Escolar Brasileiro, em utilização de materiais simples e de fácil aces-
1837. Ela foi trabalhada, de fato, em 1838, no so aos educandos. Os projetos internacionais,
Colégio D. Pedro II. O seu objetivo inicial era dentre outros, que influenciaram o ensino
dar organicidade ao Ensino Secundário. Des- da Física no nosso país foram: o Projeto Har-
de então, houve muitas tentativas de trans- vard (1964) e Nuffield Physics (1962); dentre
formação e de aperfeiçoamento do ensino, os mais recentes, destacam-se: o Physics by
baseadas na aplicação ou no desenvolvimen- Inquiry (1996); Tutorials in Introductory Phy-
to de atividades experimentais, o que conti- sics (2002); Science for all Americans – Project
nua a ser feito até os dias de hoje (Menezes 2061 (1990); quanto a projetos brasileiros,
& Vaz, 2002). O primeiro livro de Física ado- nas décadas de 1960 e de 1970, temos: PSCC;
tado foi La physique réduite en tableaux raiso- Projeto Piloto – Projeto de Ensino de Física
nés ou Programme du cours de physique fait à (PEF), Física Autoinstrutiva (FAI), Projeto Bra-
l’École Polytechnique, de Etienne Barruel, de sileiro para o Ensino de Física (FBEF), Projeto
1798 (Júnior & Matos, 2008). Nacional para a Melhoria do Ensino de Ciên-
A metade do século XX foi um período mui- cias (Premen), e ainda grupos de estudos es-
to significativo para o ensino da Física, mo- pecíficos, por exemplo, o Grupo de Reelabora-
mento em que as questões políticas e sociais, ção do Ensino de Física (GREF).
a corrida espacial e armamentista despertou O que se defende nesta Proposta é que o
grande interesse pelo capital intelectual nos Currículo de Física aborde, em sua integra-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 33

lidade, o ensino em toda a sua diversidade:


social, política, humana e técnica, priorizan- O Currículo de Física deve, ainda,
do, de acordo com os PCN+ (2002), métodos
possibilitar a articulação entre outras
de aprendizagem compatíveis, a fim de que
os educandos possam: 1) Comunicar-se e ar-
áreas do conhecimento, realizando,
gumentar; 2) Defrontar-se com problemas, dessa forma a interdisciplinaridade e a
compreendê-los e enfrentá-los; 3) Conviver transdisciplinaridade.
socialmente, de modo que realizem a cidada-
nia; 4) Fazer escolhas e proposições; 5) Com-
preender a importância do conhecimento: cimento, realizando, dessa forma a interdisci-
aprender a aprender. plinaridade e a transdisciplinaridade. Os PCN+
Dentre as Competências a serem adqui- (2002) indicam como temas estruturadores:
ridas, destacam-se as sugeridas pelo: 1) PC- Terra, universo e vida humana. Os norteado-
NEM – conjunto de Competências: Comuni- res nacionais referidos constituem-se como
car e representar; investigar e compreender; fundamentos para esta Proposta. Assim, caro
contextualizar social ou historicamente os professor, deseja-se que, em suas mãos, te-
conhecimentos; 2) Exame Nacional do Ensi- nha um instrumento capaz de motivar o seu
no Médio (Enem) aponta cinco Competências trabalho, de dar respostas aos seus questio-
gerais: Dominar diferentes linguagens, des- namentos e de dirimir as suas dúvidas.
de idiomas até representações matemáticas
e artísticas; Compreender processos sejam Objetivo geral do componente curricular
eles sociais, naturais, culturais ou tecnológi-
cos; Diagnosticar e enfrentar problemas reais; Dominar a linguagem Física necessária
Construir argumentações e elaborar proposi- para a compreensão do nosso contexto, pos-
ções solidárias. sibilitando a formação de cidadãos autôno-
O Currículo de Física deve, ainda, possibili- mos e críticos.
tar a articulação entre outras áreas do conhe-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
34 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

1.2 Quadro demonstrativo do Componente Curricular


1ª Série

1ª Série

Objetivos Específicos:

• Conhecer tópicos essenciais da Física Moderna e Contemporânea, desmistifican-


do os fenômenos relacionados à produção tecnológica do cotidiano;
• Definir as leis de Newton como conhecimento estruturante para a compreensão
da Mecânica Clássica;
• Estruturar o conhecimento científico, por meio do conhecimento de princípios e
de leis;
• Compreender o movimento como necessário para a compreensão do fenômeno;
• Apreender os conceitos básicos e estruturantes da Mecânica;
• Adquirir uma visão do macrocosmo que favoreça a compreensão do espaço e do
tempo e da existência humana no universo;
• Aplicar, corretamente, o método de investigação científica nas atividades experi-
mentais.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: Conceitos básicos da mecânica celeste

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Conhecer os • Identificar, relacionando-as, as A Matemática necessária: • Redigindo os valores numéricos, obedecendo às


conceitos da grandezas físicas; • Regra de arredondamento regras de arredondamento e notação científica,
Física para • Utilizar os valores numéricos concluindo os resultados com os valores de maior
delimitar o campo • Algarismos significativos significância;
de forma compreensível e
epistemológico desta coerente; • Notação cientifica • Realizando estimativas de situações análogas ao
ciência; • Ordem de grandeza e estimativas conteúdo em foco;
• Interpretar esquemas, tabelas e
• Reconhecer gráficos; • Conceitos de Espaço, Massa, • Elencando as grandezas físicas, com o fim de
os códigos, os Tempo, Força e Energia diferenciar: vetoriais e escalares; fundamentais e
símbolos, os termos • Identificar as relações
matemáticas entre duas ou mais derivadas;
e a nomenclatura
científica do sistema grandezas; • Reproduzindo, com materiais alternativos, os
internacional para • Expressar corretamente as experimentos e os padrões de massa e comprimento;
o conhecimento do unidades de medida, utilizando • Contextualizando, historicamente, a importância dos
Universo; a linguagem Física adequada; padrões para o conhecimento físico;
• Distinguir as grandezas físicas • Convertendo unidades de medida de comprimento,

1 º. BIMESTRE
através das unidades de medida área, volume, massa e tempo;
expressas em objetos da • Relacionando os conceitos de repouso, movimento,
produção moderna; trajetória, ponto material e corpo extenso, com a
concepção de referencial ou sistema de referência;
• Analisando, criticamente, o conceito de ponto
material;
• Destacando, por meio de experimentos, as
propriedades gerais da matéria, enfatizando massa,
inércia, expansibilidade e ponderabilidade;
• Classificando as forças quanto à natureza, à forma de
interação e aos tipos;
• Observando, in loco, os princípios de conservação da
energia e do movimento.
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
35
36

Eixo Temático: Os diferentes ramos da Física

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender as Leis • Associar as Leis de Newton, O início – Big Bang • Elaborando situações experimentais relacionadas à
de Newton enquanto enquanto conhecimento • Unidades: Grandezas Mecânica Celeste;
fundamento teórico estruturante na compreensão fundamentais, derivadas, • Analisando textos que possibilitem uma nova
para o entendimento dos fenômenos relacionados à nomenclatura científica e análise concepção da Mecânica;
da Mecânica Celeste. mecânica, em seu cotidiano; dimensional • Elaborando e analisando vídeos de experimentos,
• Vislumbrar a dinâmica do • Medida de uma grandeza seguindo o método de investigação científica;
Universo, assim como a própria (incerteza absoluta e percentual)
localização existencial no tempo • Aplicando o método de resolução de problemas de
e erros George Polya;
e no espaço;
• As Leis de Newton • Discutindo sobre conceitos, métodos e atitudes;
• Identificar a matéria, o espaço,
o tempo e a energia enquanto • Discutindo os conceitos fundamentais da Mecânica,
constituintes primordiais na partindo de problemas que direcionam a formulação
estrutura do Universo. dos princípios gerais e estruturantes da Física;

1 º. BIMESTRE
• Dialogando sobre o que é Ciência e o que é o senso
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

comum;
• Analisando as Leis de Newton de forma qualitativa,
utilizando exemplos do cotidiano;
• Justificando as Leis de Newton, por meio de
atividades experimentais que demonstrem a relação
de proporcionalidade entre as grandezas físicas,
de acordo com as expressões matemáticas que as
envolvem;
• Destacando experimentos, na história da Mecânica,
como o plano inclinado de Galileu (experimento alfa);
• Criticando as Leis Físicas (Leis de Newton),
comentando sobre seus regimes de validez.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Entender o contexto • Identificar a Lei da Os Princípios Matemáticos da • Verificando as Leis de Keppler por meio da observação do
histórico quanto aos Gravitação válida para Filosofia Natural movimento dos corpos celestes;
modelos planetários todo o cosmo; • As Leis de Keppler: Leis das • Relacionando as funções do movimento com as expressões
e os conceitos que os • Interpretar esquemas elipses, áreas e períodos matemáticas das Leis de Newton;
sustentam; planetários • A Lei da Gravitação Universal: • Relacionado os conceitos de repouso, movimento,
• Compreender e dimensionalmente gravidade da Terra Normal, trajetória, ponto material e corpo extenso, com a
identificar as Leis de coerentes com a visão gravidade de outros corpos, concepção de referencial ou sistema de referência;
Keppler; científica; centro de massa e centro de • Representando graficamente o movimento dos corpos com
• Identificar as relações/ gravidade os conceitos da cinemática e da dinâmica;
proporções matemáticas
entre as grandezas que • Redigindo os valores numéricos, obedecendo às regras de
são expressas nas Leis de arredondamento e notação científica;
Keppler e de Newton; • Realizando estimativas de situações análogas ao conteúdo

2º. BIMESTRE
• Expressar corretamente em foco;
as unidades de medida, • Manipulando as grandezas físicas, diferenciando-as de
utilizando a linguagem vetoriais e de escalares, e fundamentais de derivadas, por
Física adequada; meio de exemplos;
• Compreender as • Reproduzindo, com materiais alternativos, os experimentos
unidades astronômicas, e os padrões de massa e comprimento.
diferenciando as de
comprimento com as de
tempo;
• Entender os estados de
equilíbrio dos corpos por
meio da Primeira Lei de
Newton.
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
37
38

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
• Compreender a Lei da • Compreender o conceito Referencial ou sistema de • Contextualizando, historicamente, a importância dos
Gravitação Universal, de inércia, associando-a referência padrões para o conhecimento físico;
proposta por Newton; ao conceito de massa; • Repouso, M.U e MRU • Convertendo unidades de medida de comprimento, área,
• Compreender a • Relacionar a dinâmica do (descrição do movimento com volume, massa e tempo;
tendência natural da Universo com a Primeira as funções e gráficos) • Analisando, criticamente, a concepção abstrata sobre o
matéria com relação Lei de Newton; • Efeito estático da força: a conceito de ponto material;
ao seu estado de • Descrever, por meio deformação (Lei de Hooke)
movimento, de acordo • Adotando tarefas significativas para o aprendizado de
da cinemática, o • Efeito dinâmico da força: a conceitos, métodos e atitudes;
com a propriedade da comportamento dos
inércia. aceleração (2ª Lei de Newton) • Analisando conceitos da Mecânica, partindo de um
corpos considerando suas
funções; • Referencial ou Sistema de problema instigador;
Referência • Apresentando críticas às Leis Físicas (Leis de Newton),
• Associar a descrição
do movimento com as comentando os seus regimes de validez, ou seja,
causas; apresentando situações que as Leis de Newton já não

2º. BIMESTRE
podem explicar.
• Elaborar e interpretar
gráficos relacionados ao
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

movimento dos corpos;


• Interpretar o enunciando
de itens e de conceitos
físicos que se relacionam
a conhecimentos mais
estruturantes;
• Esquematizar a situação
física relacionada ao
problema;
• Identificar situações-
problema descrevendo-as
por meio de esquemas.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender • Identificar as grandezas • Os princípios • Demonstrando experimentalmente o movimento de um objeto amarrado a


a Física como físicas que influenciam matemáticos um fio, fazendo-o girar circularmente (movimento circular), e, em seguida,
instrumento diretamente no da Filosofia soltando o fio (lançamento oblíquo); e assim, promovendo uma discussão
e produto do comportamento curvilíneo Natural II ao solicitar aos alunos que identifiquem as principais grandezas envolvidas
conhecimento da trajetória do movimento; • Movimento nesse processo, e as leis físicas que podem influenciar esse fenômeno;
humano; • Entender como as leis de Circular e • Observando o movimento de um corpo (pode ser através de simulação
• Reconhecer o Newton e a Lei da Gravitação Uniforme e virtual do movimento de um planeta/asteroide), e assim podem ser
papel da física no Universal influenciam na uniformemente constatados os efeitos gravitacionais (Gravitação) na trajetória do
sistema produtivo, descrição do movimento; variado movimento, assim como os efeitos inerciais na tendência da trajetória
compreendendo a • Elaborar os gráficos das • Queda livre retilínea (Leis de Newton);
sua relação com o funções horárias; • Elaborando e interpretando os gráficos de funções horárias, a partir do
contexto cultural, • Lançamento
• Diferenciar os conceitos horizontal e registro experimental da medida do espaço e tempo do movimento de um
social, político e corpo;
econômico; lineares e angulares; oblíquo
• Deduzir as funções horárias a • Relacionando conceito linear como o produto do conceito angular com
• Compreender o raio. Para isso, o professor pode iniciar conceituando o radiano, e
as causas do partir da análise dos gráficos;
assim relacionar o espaço linear com o angular, e com isso, a velocidade

3º. BIMESTRE
movimento • Interpretar os gráficos e a aceleração vem de forma dedutiva. Uma sugestão procedimental
curvilíneo, de forma discursiva, média utilizar uma corda para deduzir o comprimento da circunferência,
assim como as relacionando com as leis aproveitando a ocasião para explicar o conceito do
razões que o físicas;
levam a realizar • Descrevendo seu movimento a partir do conceito de velocidade média e
• Utilizar as propriedades deduzir as principais funções horárias. Pode ser feito isso por meio da análise
sua trajetória matemáticas dos gráficos
seja circular ou dos gráficos;
para resolver de forma mais
parabólica. prática os exercícios; • Solicitando a interpretação do gráfico através de palavras, relacionado com
as grandezas físicas e teorias, estimulando a argumentação dos alunos nesse
• Compreender que os processo;
movimentos curvilíneos
estão em um estado de • Identificando os conceitos físicos relacionados com as propriedades
desequilíbrio devido a matemáticas do gráfico, e assim, utilizar os mecanismos práticos dessas
existência da aceleração propriedades para a resolução dos problemas;
centrípeta. • Conceituando a aceleração centrípeta como razão para o estado de
desequilíbrio ao fazer variar vetorialmente a velocidade, assim demonstrar
matematicamente sua relação com o quadrado da velocidade instantânea e o
inverso do raio de curvatura.
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
39
40

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DO ENSINO MÉDIO
• Compreender a hidros- • Identificar as grandezas • A Mecânica dos Fluidos • Classificando as forças quanto à natureza, à
tática e a hidrodinâmica físicas relacionando-as; forma de interação e aos tipos;

PROPOSTA CURRICULAR
• Hidrostática: Conceito de Pressão
enquanto essências para • Utilizar os valores numéricos e Densidade; Pressão atmosférica • Observando, in loco, os princípios de conserva-
o conhecimento dos fenô- de forma compreensível e Normal ção da energia e do movimento;
menos naturais e para coerente;
resolução dos problemas • Conceito de empuxo e Princípio de • Elaborando e analisando vídeos de experi-
do cotidiano. • Interpretar esquemas, tabe- Arquimedes (Enunciado e aplicações mentos, seguindo o método de investigação
las e gráficos; no cotidiano) científica;
• Expressar corretamente • Princípio de Pascal (Enunciado e • Realizando tarefas que conduzam ao aprendiza-
as unidades de medida, aplicações no cotidiano – elevador do de conceitos, métodos e atitudes;
utilizando a linguagem Física hidráulico) • Abordando os conceitos da mecânica, partindo
adequada; • Hidrodinâmica: Linhas de corrente; de um problema instigador;

4º. BIMESTRE
• Distinguir as grandezas físicas Equação da continuidade e equação • Analisando os princípios de Arquimedes;
através das unidades de de Bernoulli
medida expressas em objetos • Aplicando o princípio de Arquimedes a situações
da produção moderna; do cotidiano;

• Relacionar os conhecimentos • Analisando o princípio de Pascal;


teóricos da física com situa- • Comparando, por meio de exercícios, os
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

ções do cotidiano; princípios de Arquimedes e de Pascal;


• Acompanhar, por meio • Resolvendo equações de Bernoulli.
da histórica da Física, o
desenvolvimento de teorias
que visam compreender o
Universo.

2ª Série
FÍSICA 41

2ª Série

Objetivos Específicos:

• Definir o modelo cinético-molecular e as leis da termodinâmica;


• Apreender os conceitos básicos e estruturantes da termologia, da óptica e da on-
dulatória;
• Utilizar, corretamente, o método de investigação científica nas atividades experi-
mentais;
• Distinguir, no estado gasoso, o conceito de vapor e de gás;
• Diferenciar os conceitos dos gases perfeito, ideal e real;
• Apreender a relação entre as grandezas de trabalho, de energia interna e de calor,
nos processos termodinâmicos e no funcionamento das máquinas térmicas;
• Reconhecer a importância de tópicos essenciais da Física Moderna e Contem-
porânea.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
42

DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: TERMOLOGIA, ONDULATÓRIA E ÓPTICA

PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Compreender os processos, • Relacionar, no cotidiano, os Introdução à Física Térmica: • Conceituando as grandezas físicas da ter-
estruturas e atividades dos fenômenos pertencentes aos Conceitos Básicos da Termologia, mologia, por meio das unidades de medidas
fenômenos relacionados com a diversos campos da Física Bases Teóricas da Termodinâmica envolvidas;
Física Térmica; Térmica e sua aplicação na Clássica e a Investigação dos Fenô- • Observando, por meio de simulações, os
• Conhecer o Modelo Cinético- produção tecnológica; menos Térmicos I modelos microscópicos, correlacionando-os
Molecular e as Leis da Ter- • Distinguir os conceitos de com o conhecimento macroscópico;
modinâmica enquanto teorias temperatura, calor e energia • Temperatura • Identificando, em textos, as grandezas físicas
estruturantes para a desmistifi- térmica; • Energia térmica da termologia;
cação da Física Térmica. • Entender os processos • Calor • Conceituando temperatura, por meio da
termodinâmicos, de acordo • Pressão compreensão sobre agitação térmica, energia
com os princípios de conser- térmica e equilíbrio térmico;
vação da energia; • Volume
• Relacionando às escalas termométricas,
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

• Reconhecer a lei da dilatação • O Modelo Cinético-Molecular utilizando o Teorema de Tales;

1 º. BIMESTRE
bi e tridimensional, a partir • As Leis da Termodinâmica: 1) Lei • Analisando, por meio das equações, dos
da dedução matemática da zero da Termodinâmica gráficos e dos esquemas os conceitos físicos
lei da dilatação linear. • 1ª Lei da Termodinâmica relacionados à dilatação térmica de sólidos e
• 2ª Lei da Termodinâmica líquidos;
• Dilatação térmica de sólidos e de • Deduzindo, por meio de atividades ex-
líquidos perimentais investigativas, análise gráfica e
análise dimensional, as equações/relações
entre as grandezas;
• Comentando sobre o regime de validez do
modelo cinético-molecular, suas vantagens e
desvantagens;
• Identificando as leis e os princípios que re-
gem os fenômenos, a partir da interpretação
das equações.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Apropriar-se de conheci- · Avaliar temperaturas a partir de A Investigação dos · Verificando, por meio de atividades
mentos da Física para, em experimentais, os processos de mudança de
propriedades térmicas; Fenômenos Térmicos II
situações-problema, interpre-
· Utilizar leis físicas para fases e de variação de temperatura, para que se
tar os fenômenos térmicos
científico-tecnológicos. interpretar processos naturais · Calorimetria visualizem os tipos de calor;
ou tecnológicos inseridos no · Transmissão do calor · Explicando, por meio de esquemas e desenhos,
contexto da termodinâmica e ou · Estudo dos gases a Lei Geral das Trocas de Calor, valorizando o
do eletromagnetismo; · Máquina térmica e princípio da conservação de energia;
· Reconhecer os diversos processos refrigeradores · Explicando o princípio de funcionamento do
térmicos presentes em ciclos calorímetro;
atmosféricos e fatores diversos · Demonstrando, por meio de situações análogas, a
que influenciam a determinação importância do conceito de equivalente em água;
do clima. · Construindo, com os educandos, as curvas de
aquecimento e de resfriamento, identificando e
discutindo os processos térmicos envolvidos;
· Interpretando a eficiência de máquinas, por meio

2 º. BIMESTRE
da leitura das especificações infográficas;
· Diferençando os processos de transmissão
do calor (Condução, Convecção e Irradiação
Térmica), utilizando experimentos, ou elaborando
vídeos;
· Definindo, por meio da equação de Clayperon, o
estado de um gás;
· Analisando, graficamente, a Lei Geral dos Gases
Perfeitos, de forma a visualizar e diferençar as
transformações gasosas isotérmicas, isométricas,
isobáricas e adiabáticas;
· Exemplificando o funcionamento das máquinas
(carro, eletrodomésticos etc.), conforme as leis da
FÍSICA

termodinâmica e o Ciclo de Carnot.

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
43
44

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
· Distinguir, em situações · Entender as ondas como Ondulatória: A compreensão · Observando o movimento de um pedaço de isopor,
reais, os diversos tipos de entidade física capaz de das ondas que nos cercam causado por uma perturbação que se propaga na
fenômenos ondulatórios; propagar a energia sem superfície de um lago ou, por exemplo, um reserva-
· Compreender as causas transportar a matéria; · Tipos e classificação de tório com água;
e os efeitos relacionados · Reconhecer que ondas me- ondas · Observando o chamado de um celular no interior de
aos fenômenos ondulató- cânicas necessitam de meio · Principais fenômenos: Re- um recipiente com ar ou com pouco ar;
rios nas diversas áreas do material para se propagar. flexão, refração, absorção e · Estudando o som produzido por um celular em um
conhecimento; difração e interferência recipiente com ar, como onda mecânica, emitida por
· Entender o fenômeno · Ondas sonoras ondas eletromagnéticas;
ondulatório enquanto · O efeito Doppler · Medindo o comprimento de onda, frequência e
entidade onipresente no · Os fundamentos da fonação amplitude, a partir da observação de ondas estacio-
Universo. e audição nárias produzidas pela vibração uniforme de cordas;
· O fenômeno ondulatório na · Deduzindo matematicamente a equação de Taylor;
natureza · Relacionando a velocidade de propagação de ondas
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

3º. BIMESTRE
mecânicas com a densidade, utilizando uma única
corda, com duas densidades, sendo pulsionadas em
uma de suas extremidades;
· Relacionando a velocidade de propagação de ondas
mecânicas com a temperatura do ambiente, com
situações análogas do cotidiano;
· Demonstrando a interferência de ondas, utilizando
a vibração de pulsos com diferentes fases em uma
corda;
· Relacionando, por meio de exemplos do cotidiano,
o conhecimento ondulatório com os fenômenos
eletromagnéticos, e também com os processos
químico-biológicos.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

· Apropriar-se de conhecimentos · Interpretar a luz como Óptica: Uma análise geral · Reconhecendo a luz como onda, por meio da
ópticos para, em situações-problema, radiação eletromagnética, sobre o comportamento difração verificada no experimento das fendas
planejar intervenções científico- relacionando com o da luz duplas de Young;
tecnológicas; conceito de cor e de · Organizando um concurso de fotografias com o
· Compreender os princípios gerais da frequência; Fundamentos teóricos da tema “pôr do sol”;
propagação da luz; · Entender o comportamento Óptica Física · Demonstrando os princípios de propagação da
· Entender os fenômenos ópticos em da luz como um dos · Princípios de Óptica luz, por meio de uma atividade experimental, “à
diferentes contextos; princípios da Teoria da Geométrica câmara escura”;
· Compreender fenômenos decorrentes Relatividade; · Fenômenos ópticos · Lendo e discutindo textos sobre “Sol e energia no
da interação entre a radiação e a · Conhecer os vários tipos de terceiro milênio”;
· Espelhos planos e
matéria em suas manifestações, em fenômenos para determinar · Reconhecendo, através de mídias ou de
esféricos

4º. BIMESTRE
processos naturais ou tecnológicos, a sua origem. analogias, a velocidade da luz no vácuo;
ou em suas implicações biológicas, · Tipos de lentes · Ilustrando os fenômenos relacionados a espelhos
sociais, tecnológicas ou ambientais. e lentes, utilizando o banco óptico, ou utilizando
materiais alternativos.
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
45
46 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

3ª Série

Objetivos específicos:
· Reconhecer, qualitativamente, as equações de Maxwel como os pilares teóricos do
eletromagnetismo;
· Apreender os conceitos básicos e estruturantes do conhecimento da eletrostática e da
eletrodinâmica;
· Adquirir uma visão do microcosmo que favoreça a compreensão do comportamento
dos elétrons livres nos metais;
· Aplicar, corretamente, o método de investigação científica nas atividades experimentais;
· Obter a aprendizagem de conceitos, de atitudes e de métodos coerentes da natureza
da ciência física;
· Identificar o regime de validez para as leis físicas e para os modelos teóricos envolvidos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: ELETRICIDADE E MAGNETISMO – UMA ÚNICA CIÊNCIA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

· Compreender o conceito · Identificar os mecanismos Eletromagnetismo: Conceitos · Relacionando o conhecimento do eletromagnetismo,


Básicos e as Bases Teóricas do
de eletromagnetismo e sua das correntes elétricas, ondas e óptica;
Eletromagnetismo
aplicação às tecnologias considerando a · Demonstrando o conceito de carga elétrica por meio do
associadas às ciências representação de cargas, processo de eletrização;
naturais em diferentes átomos e íons; · Noção de carga elétrica · Conceituando elétrons livres, a partir da teoria do “mar
· Noção de campo elétrico
contextos. · Identificar bons e maus de elétrons” nos metais;
· Magnético e spin
condutores de corrente · Carga elementar · Observando a quantização da carga elétrica por meio da
elétrica; · Modelo atômico de Rutherford- experiência de Millikan;
· Usar corretamente na Bohr · Construindo um vídeo que verifique o sinal de carga
· Princípios da Eletrostática:
prática, os conceitos de elétrica por meio de um eletroscópio de pêndulo;
Atração e repulsão, conservação
carga, corrente, campo, · Contextualizando, historicamente, as equações de

1 º. BIMESTRE
da carga elétrica, quantização da
potencial e força elétrica; carga elétrica Maxwell, por meio de textos ou vídeos;
· Entender de forma · Processos de eletrização: · Apresentando métodos para a resolução de problemas
Contato, atrito e indução, série
correta o conceito de (método de George Polya);
triboelétrica
potência elétrica e · As Equações de Maxwell: · Simulando, virtualmente, experiências relacionadas à
rendimento; Comentários históricos e Lei de Coulomb e do campo elétrico;
· Correlacionar o conceito abordagem teórica qualitativa · Problematizando as atividades experimentais
· A Lei Coulomb e o Campo
de campo magnético e de relacionadas à Lei de Coulomb ou campo elétrico.
Elétrico
corrente elétrica. · Cargas pontuais extensas; linhas
de força e a interação entre
cargas
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
47
48

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

· Entender métodos e · Relacionar informações Eletrodinâmica: as maravilhas do · Demonstrando, experimentalmente, os efeitos


procedimentos próprios da apresentadas em diferentes movimento dos elétrons I da corrente elétrica na fisiologia, na química, na
eletrodinâmica e aplicá-los formas de linguagens e · Corrente Elétrica: Resistência elé- termologia e no magnetismo;
em diferentes contextos. representações dos princípios trica Potencial elétrico Diferença · Montando circuitos elétricos em série e em
de eletrodinâmica; de potencial, Energia elétrica, Tra- paralelo;
· Caracterizar causas ou efeitos balho no deslocamento de cargas · Explicando as transformações de energia nos
de corrente e circuitos elétricas, Potência elétrica, Rendi- aparelhos elétricos.

2 º. BIMESTRE
elétricos. mento
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

· Circuitos Elétricos: circuitos em sé-


rie, circuitos em paralelo, circuitos
mistos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

· Apropriar-se de conheci- · Utilizar leis físicas e/ou químicas para Eletrodinâmica: as maravilhas do · Utilizando as propriedades de associação
mentos da eletrodinâmica interpretar processos naturais ou tec- movimento dos elétrons II de capacitores em série e/ou em paralelo;
para, em situações-pro- nológicos inseridos no contexto da ele- · Capacitância: capacitores; circui- · Demonstrando o funcionamento do
blema, interpretar, avaliar trodinâmica; tos em série; Circuitos em parale- multímetro;
ou planejar intervenções · Dimensionar circuitos ou dispositivos lo; Circuitos mistos · Montando uma associação mista de
científico-tecnológicas. elétricos de uso cotidiano; · Geradores Elétricos: Circuitos em geradores/receptores elétricos;
· Relacionar informações para compre- série; Circuitos em paralelo; Cir- · Ilustrando, por meio do uso de circuitos
ender manuais de instalação ou de cuitos mistos elétricos, o conceito de curto-circuito;
utilização de aparelhos, sistemas tec- · Receptores Elétricos: Circuitos em · Caracterizando, por meio da interpretação

3º. BIMESTRE
nológicos de uso comum; série; Circuitos em paralelo; Circui- dos valores nominais, os aparelhos
· Selecionar testes de controle, parâme- tos mistos elétricos e suas fontes;
tros ou critérios para a comparação de · Interpretando as contas de energia elétrica
materiais e produtos, tendo em vista a consumidas, assim como a leitura nos
defesa do consumidor, a saúde do tra- relógios de luz.
balhador ou a qualidade de vida.
FÍSICA

DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
49
50

DO ENSINO MÉDIO
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PROPOSTA CURRICULAR
· Analisar as possibilidades · Dimensionar circuitos ou Magnetismo: dois polos · Interpretando o funcionamento de uma bússola;
de geração, de uso ou de dispositivos elétricos de uso inseparáveis · Experimentando, em laboratório, as leis do
transformação de energia cotidiano; · A força magnética e o eletromagnetismo, com o uso de imãs naturais e
em ambientes específicos, · Associar os conhecimentos campo magnético artificiais;
considerando implicações da Lei de Lenz, da Indução de · Lei de Lenz · Investigando, por meio do uso do movimento de ímãs
éticas, ambientais, sociais Faraday e as relações entre · A Indução de Faraday e o e pequenas lâmpadas, a Lei da Indução de Faraday;
e/ou econômicas; as forças existentes no campo campo eletromagnético · Compreendendo, por meio de atividades
• Compreender a inter- eletromagnético; experimentais, o funcionamento de usinas
relação dos fenômenos · Compreender a utilização hidroelétricas;
magnéticos com os de aparelhos, ou sistemas · Observando, experimentalmente, as linhas de campo

4º. BIMESTRE
fenômenos elétricos na vida tecnológicos de uso comum. magnético, por meio do uso de limalhas de ferro sob
cotidiana; uma folha de papel e ímãs;
CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

· Identificar o magnetismo da · Diferençando os campos magnéticos de anéis espirais


Terra e de outros sistemas entre outros tipos, observando o movimento de cargas
naturais, assim como o de prova lançados nessa região.
magnetismo artificialmente
produzido.
FÍSICA 51

1.3 Alternativas metodológicas para o COMPRIMENTO


ensino de Física Problema Instigador 1: A medida do com-
primento de um objeto é imutável?
As atividades experimentais podem ser ex- Sugestões de leitura 1: Comentário da rela-
ploradas por meio de três métodos de ensino: tividade do comprimento – O espaço é curvo.
(1) Demonstrações em sala de aula; (2) Expe-
rimentação no laboratório com os educandos, MASSA
e (3) Estudos do meio com visitas técnicas e Problema Instigador 2: Existe a diferença
atividade extraclasse com o uso de espaços entre massa e matéria?
não formais. Sugestões de leitura 2: A continuidade e
No processo de ensino-aprendizagem, descontinuidade da matéria na Grécia antiga.
principalmente nas atividades experimentais, Sugestões de leitura 3: Átomos, Quarks e
o professor deve valorizar a discussão argu- movimento Browniano.
mentativa entre os educandos, propiciando Sugestões de leitura 4: Comentário de
conflito cognitivo e a busca de soluções para que a massa está em função da velocidade na
os problemas expostos, sempre contextuali- equação E = mc.
zando a realidade dos educandos por meio de
situações-problema. TEMPO
Problema Instigador 3: O tempo na Terra
é o mesmo que em outro lugar do universo?;
1.3.1 Sugestões de atividades didático-peda- Sugestões de leitura 5: Contagem hexage-
gógicas: simal do tempo.
Sugestões na abordagem 4: Comentário
1ª Série da relatividade do tempo.

EIXO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos da FORÇA


Mecânica Celeste Problema Instigador 4: É possível dois cor-
pos interagirem sem contato físico?
Sugestões para abordagem 1: Utilizar o Sugestões de leitura 6: Forças nucleares
método de investigação científica nas ativida- fraca e forte.
des experimentais, por ciclos investigativos,
aumentando gradativamente a autonomia ENERGIA
dos educandos no processo de aprendizagem; Problema Instigador 5: Como é possível
Sugestões na abordagem 2: Estimular a criar ou destruir a energia?
criatividade dos educandos na argumentação
para solucionar problemas teóricos e práticos; REFERENCIAL
Sugestões na abordagem 3: Apresentar Problema Instigador 6: Qual a importância
simulações virtuais, a fim de demonstrar e do referencial para a Física?
de ilustrar as leis e princípios, motivando o Sugestões na abordagem 5: Críticas para o
aprendizado através de recursos audiovisuais conceito de ponto material – vantagens, des-
e tecnológicos; vantagens e aplicações.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
52 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

Sugestões de leitura 7: Os processos de Sugestões de leitura 12: O mito na queda


transformação de energia no cotidiano e re- da maçã e a teoria einsteniana: a gravidade e
lação E = mc; o espaço curvo.
Sugestão experimental 1: Investigando as
SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES Propriedades da Matéria utilizando um funil,
Problema Instigador 7: Por que as unida- água, canudo em forma de L, velas.
des de medida na física se baseiam no SIU?; Sugestão experimental 2: um aplicativo
Problema Instigador 8: Por que se pode simulando virtualmente o espaço, massa e
afirmar que existem sete grandezas funda- tempo em função da velocidade da luz.
mentais na física, e que todas as outras são Sugestão experimental 3: Simulação vir­
derivadas delas?; tual das leis de Kepler.
Sugestões de leitura 8: A origem do SIU e Sugestão experimental 4: a dimensão dos
suas nomenclaturas. planetas e distância entre eles em nosso sis-
tema solar.
A MATEMÁTICA NECESSÁRIA PARA A FÍSICA Sugestão experimental 5: a deformação
Problema Instigador 9: Em quais situações do espaço com um lençol, bola de sinuca e
do cotidiano se necessita saber a matemática bolinhas de gude.
básica da física?;
EIXO TEMÁTICO 2 – As Bases Teóricas da
O INÍCIO DO UNIVERSO Mecânica Clássica – unindo a causa e efeito
Problema Instigador 10: Como surgiu o na descrição do movimento
Universo?
Problema Instigador 11: De onde viemos? AS TRÊS LEIS DE NEWTON
E para onde vamos?; Problema Instigador 14: Por quais motivos
Sugestões de leitura 9: História da for- os corpos mudam ou permanecem em seus
mação do universo (Astronomia) – Universo estados de movimento?;
aberto ou fechado? Sugestões de leitura 13: 1ª Lei de Newton:
A lei de Galileu – as primeiras pistas e suas
AS LEIS DE KEPPLER consequências matemáticas;
Problema Instigador 12: De que forma e Sugestões na abordagem 6: Sugestão para a
por quais motivos os corpos celestes se mo- Lei de Hooke: apresentar situações – problema
vimentam?; de molas em série e em paralelo (opcional).
Sugestões de leitura 10: De Ptolomeu a Sugestões na abordagem 7: Sugestão de
Keppler: um contexto histórico dos modelos desdobramentos da 1ª lei para a 2ª lei: A cur-
planetários. vatura da trajetória, causando um desequilí-
brio: MCU (descrição matemática – relação
A LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL linear e angular).
Problema Instigador 13: Como é possível Sugestões de leitura 14: Lei do atrito de
a interação entre corpos sem contato físico?; Da Vinci.
Sugestões de leitura 11: Faraday e a ideia
de campo.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 53

Sugestões na abordagem 7: Sugestão para Sugestão experimental 9: Determinar o


críticas do professor: apresentar o regime de coeficiente de atrito entre duas superfícies,
validez das Leis de Newton, assim como a utilizando um corpo de peso (com faces po-
possibilidade de sua aplicação para movimen- lidas e ásperas) conhecido em um plano in-
tos com aceleração variável. clinado.
Sugestões na abordagem 8: Comentários Sugestão experimental 10: Verificar a di-
sobre o plano inclinado, considerando o expe- ferença entre o atrito estático e o dinâmico.
rimento alfa. Sugestão experimental 11: Verificar a lei
Sugestões de leitura 15: O atrito estático e de Da Vinci com relação a independência da
dinâmico nos aspectos macro e microscópico. área de contato.
Sugestões na abordagem 9: Movimento Sugestão experimental 12: Elaboração de
Harmônico Simples (MHS) – Aplicações no co- um carrinho de papelão e bexiga.
tidiano; Relação do MCU com o Movimento Sugestão experimental 13: Elaborar um
Variado (opcional). foguete com: garrafa plástica, fio de nylon,
Sugestões de leitura 16: Aplicação das Leis borrifador com álcool e fósforo.
de Newton e a mecânica dos fluidos. Sugestão experimental 14: garrafa PET com
água, perfurada com alfinetes em diversas
HIDROSTÁTICA situa­ções – analisando o teorema de Stevin.
Problema Instigador 15: O que explica a Sugestão experimental 15: Esmagar uma
sensação de leveza quando mergulhamos em garrafa plástica pela pressão atmosférica – ve-
uma piscina? rificando os efeitos da pressão atmosférica.
Problema Instigador 16: Se colocarmos Sugestão experimental 16: O comporta-
um balde com água em cima de uma balança, mento do ludião – os efeitos de Pascal e de
e depois submergirmos um corpo na água, o Arquimedes.
que irá indicar a balança? Haverá mudança? Sugestão experimental 17: Elaborar o
Por quê? tubo em U – analisando o teorema de Stevin.
Sugestão experimental 18: Efeito sifão:
HIDRODINÂMICA (opcional) analisando a variação da pressão hidrostática.
Sugestões na abordagem 10: Equação da Sugestão experimental 19: Pressionar as
continuidade; Equação de Bernoulli (a dedu- extremidades de uma caneta, fazendo pres-
ção matemática simplificada, enfatizando o sões diferentes, em áreas diferentes e com
trabalho e energia posteriormente). mesma força.
Sugestão experimental 6: Movimento de Sugestão experimental 20: Fazer uma
uma esfera em uma rampa com trilho em di- cama de faquir com copos de plástico.
ferentes polimentos – identificando a inércia. Sugestão experimental 21: A velocidade
Sugestão experimental 7: Construir um de escoamento da água por orifícios com diâ-
dinamômetro graduado, utilizando pesos co- metros variados em uma garrafa plástica.
nhecidos, elásticos e régua.
Sugestão experimental 8: Amassar uma
folha de papel e lançá-la, para efeito de de-
monstração dos efeitos da força.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
54 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

EIXO TEMÁTICO 3 – Trabalho e Energia – PRESSÃO


Princípios e consequências. Problema Instigador 19: Qual a relação do
conceito de pressão no nível macroscópico e
Tipos de energia e suas relações microscópico?

Problema Instigador 17: Trabalho e esforço VOLUME


físico são as mesmas coisas ou não? Por quê?
Sugestões de leitura 17: Experiência de Problema Instigador 20: Qual a relação do
Joule. conceito de volume no nível macroscópico e
*As sugestões experimentais 12 e 13 são microscópico?
válidas para explorar a conservação da quan- Sugestão na abordagem 12: Elaborar um
tidade de movimento. modelo físico sobre o Modelo Cinético-Mo-
Sugestão experimental 22: Experiência de lecular (horizontal e vertical) para explicar os
joule (experimentum crucis). conceitos básicos da termologia e comporta-
Sugestão experimental 23: Dois corpos li- mento dos gases. A sugestão é reproduzir o
gados por um fio, sendo o mais leve em um material proposto pelo professor da USP Luiz
plano reto e o outro abandonado no mesmo Ferraz Neto (disponível no site www.feirade-
nível, porém com uma altura conhecida – Dis- ciencias.com.br).
cutir o trabalho realizado pela força-peso e o Sugestão na abordagem 13: Realizar co-
teorema trabalho-energia. mentários sobre os Principais Fenômenos
Térmicos (Exemplos do Cotidiano): a dilata-
2ª Série ção térmica, as trocas de calor, a transmissão
de calor e os processos termodinâmicos em
EIXO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos da nosso dia a dia, pois dessa forma, o educando
Termologia consegue visualizar, de modo mais amplo, as
aplicabilidades do conhecimento térmico em
Sugestões na abordagem 11: Apresentar seu contexto.
o contexto histórico e epistemológico da Ter- Sugestão experimental 24: Os três baldes
mologia, através de vídeo ou hipertextos, ou de Looke – Comprovar a necessidade de um
ainda, através de demonstrações. instrumento adequado para medir a tempe-
ratura.
TEMPERATURA
Problema Instigador 17: Como se define EIXO TEMÁTICO 2 – As Bases Teóricas da
temperatura de um corpo? Por que medir a Termodinâmica Clássica
temperatura dos corpos?
Sugestões de leitura 18: O Modelo Ciné-
CALOR tico-Molecular – O movimento browniano e
Problema Instigador 18: Quais as diferen- Einstein.
ças entre temperatura e calor? Sugestão experimental 25: Demonstrar
o modelo cinético-molecular (movimento
brow­niano, movimento randômico, pressão

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 55

nos gases, difusão nos gases, expansão livre, Problema Instigador 25: É possível que o
livre percurso médio, Lei Boyle-Mariotte). rendimento de uma máquina seja 100%?
Sugestão experimental 26: Graduação de
EIXO TEMÁTICO 3 – Compreendendo os um termômetro de mercúrio. Esta atividade
Fenômenos Térmicos pode ser bem-sucedida, após o experimento
dos três baldes de Looke (Sugestão experi-
CALORIMETRIA mental 24).
Problema Instigador 21: Quais são as for- Sugestão experimental 27: Determinação
mas de calor? do equivalente em água do calorímetro.
Sugestões na abordagem 14: Estados fí- Sugestão experimental 28: Calor específi-
sicos da matéria (sólido, líquido, gasoso, plas- co de um material em um calorímetro.
ma, condensado de Bose-Einstein e o “con- Sugestão experimental 29: Dilatação de
densado fermiônico”). uma Barra metálica com alfinete, canudo, ve-
Sugestões de leitura 19: Lei do resfriamen- las e termômetro.
to de Newton. Sugestão experimental 30: Anel de Gravesande.
Sugestões de leitura 20: A diferença entre Sugestão experimental 31: Lâmina bime-
vapor e gás. tálica.

DILATAÇÃO TÉRMICA EIXO TEMÁTICO 4 – Ondulatória: Identifi-


Problema Instigador 22: Quais são as cau- cando e compreendendo as ondas que nos
sas da dilatação térmica no universo micros- cercam
cópico?
Sugestão na abordagem 15: Deduzir as Problema Instigador 26: Qual a importân-
três leis da dilatação, tendo como exemplo a cia do conhecimento ondulatório para a com-
dilatação de um cubo. preensão de fenômenos na vida cotidiana?
Sugestões na abordagem 16: Dilatação Sugestão na abordagem: Comentar sobre
dos líquidos (opcional). a descrição de ondas eletromagnéticas, suas
Sugestões de leitura 21: O comportamen- características, seus efeitos e aplicabilidades.
to anômalo da água e o congelamento dos la- Sugestão experimental 32: Compreender
gos. Esta sugestão de leitura pode ser adota- ondas mecânicas unidimensionais, utilizando
da também no assunto de convecção térmica. uma corda.
Sugestão experimental 33: Compreender
ESTUDO DOS GASES ondas helicoidais, utilizando uma mola.
Problema Instigador 23: Quais são os as- Sugestão experimental 34: Estudar a pro-
pectos que diferenciam o conceito de gás per- pagação do som, utilizando uma corda com
feito, ideal e gás real? dois copos nas extremidades.
Sugestão experimental 35: Demonstrar
MÁQUINA TÉRMICA E REFRIGERADORES ondas bidimensionais, propagadoras de ener-
Problema Instigador 24: É possível contro- gia e não de matéria, utilizando um balde e
lar o sentido da propagação do calor? um pedaço de isopor.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
56 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

EIXO TEMÁTICO 5 – Óptica: Analisando o de Millikan) e o Modelo Atômico de Ruther-


comportamento da luz ford-Bohr.
Sugestão experimental 40: Eletrizar por
Problema Instigador 27: A luz é matéria? atrito canudinhos e papel: com o canudo cur-
Problema Instigador 28: Como seria viajar vado ao meio, apoiado por um alfinete, e os
em um feixe de luz? outros canudos eletrizados pelo papel e apro-
Sugestão na abordagem 17: Apresentar o ximados.
contexto histórico e epistemológico da óptica, Sugestão experimental 41: Determinar o
enfatizando as discussões quanto à natureza sinal da carga elétrica por meio de um Eletros-
da luz. cópio de pêndulo.
Sugestões na abordagem 18: Sugestão de
temas para trabalhar interdisciplinarmente a EIXO TEMÁTICO 2 – Eletrodinâmica: as
óptica geométrica: o olho humano, o micros- maravilhas do movimento dos elétrons
cópico, a máquina fotográfica, as miragens.
Sugestão experimental 36: Elaborar ima- Problema Instigador 30: Quais as causas
gens através de uma câmara escura. geradoras do movimento de portadores de
Sugestão experimental 37: Utilizar siste- carga, em diversos tipos de material?
ma de espelhos planos e número de imagens. Sugestão experimental 42: Calcular o con-
Sugestão experimental 38: Verificar ima- sumo da energia elétrica de sua casa, anotan-
gem no infinito (a macaca). A natureza dual do as propriedades elétricas dos principais
da luz e o laser (sugestão de leitura 21). eletrodomésticos, e estimando o tempo mé-
Sugestão experimental 39: Elaborar um dio de uso ao mês.
telescópio com materiais alternativos. Sugestão experimental 43: Elaborar uma
associação de resistores por meio de lâmpa-
3ª Série das e investigar.
Sugestão experimental 44: Elaborar um
EIXO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos do mecanismo que utilize o princípio de Faraday
Eletromagnetismo – sugestão: manivela, bobina, fios de cobre e
lâmpada.
Problema Instigador 29: Quais os fato-
res que interferem na interação das cargas EIXO TEMÁTICO 3 – Magnetismo: dois po-
elétricas? los inseparáveis
Sugestões na abordagem 19: Apresentar o
contexto histórico: a unificação da eletricida- Problema instigador 31: Quais as causas
de, magnetismo e óptica na física. dos fenômenos magnéticos e de que forma
Sugestões na abordagem 20: Comentar se relacionam com os fenômenos elétricos e
sobre as equações de Maxwel. gravitacionais?
Sugestões na abordagem 21: Apresentar a Problema Instigador 32: O que é o imã?
Teoria do “mar de elétrons”. Problema Instigador 33: O que acontece-
Sugestões de leitura 22: Apresentar a car- ria se pudéssemos isolar um dos polos mag-
ga elementar (contexto histórico: experiência néticos?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 57

Sugestões de leitura 23: Contexto históri- Trace uma figura. Adote uma notação ade-
co do magnetismo: Da magnetita aos super- quada.
condutores. Separe as diversas partes da condicionan-
Sugestões de leitura 24: imã natural e ar- te. É possível anotá-las?
tificial.
Sugestão experimental 45: Visualizar as ESTAbELECIMENTO DE UM PLANO
linhas de campo magnético com limalha de
ferro e imãs. Segundo.
Sugestão experimental 46: A experiência Encontre a conexão entre os dados e a
de Orested – verificação do surgimento de incógnita.
campos magnéticos nas redondezas da cor- É possível que seja obrigado a conside-
rente elétrica em fios de cobre. rar problemas auxiliares se não puder en-
Sugestão experimental 47: Elaborar um contrar uma conexão imediata.
imã com agulha, isopor e água. É preciso chegar, afinal, a um plano
para a resolução.
Algumas das sugestões a seguir se enqua-
dram na técnica de resolução de problemas e Já o viu antes? Ou já viu o mesmo proble-
na atividade experimental demonstrativa para ma apresentado sob uma forma ligeiramente
o ensino da Física, por isso, serão enfatizados diferente?
alguns detalhes necessários para o esclareci- Conhece um problema do mesmo tipo ou
mento destas técnicas, tendo como referên- sobre o mesmo assunto? Conhece um proble-
cia o “método de resolução de problemas de ma que lhe poderia ser útil?
George Polya”, e uma proposta metodológica Considere a incógnita! E procure pensar
para uma abordagem de demonstração inves- num problema do mesmo tipo, que tenha a
tigativa para o ensino da Física (BRAGA, 2010). mesma incógnita ou outra semelhante.
Eis um problema do mesmo tipo e já re-
MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE solvido anteriormente. É possível utilizá-lo?
PRObLEMAS DE GEORGE POLyA É possível utilizar o seu resultado? É possível
utilizar o seu método? Deve-se introduzir al-
COMPREENSÃO DO PRObLEMA gum elemento auxiliar para tornar possível a
sua utilização?
Primeiro. é possível reformular o problema? é possí-
é preciso compreender o problema vel reformulá-lo ainda de outra maneira? vol-
te às definições.
Qual é a incógnita? Quais são os dados? Se não puder resolver o problema propos-
Qual é a condicionante? to, procure antes resolver algum problema do
É possível satisfazer à condicionante? A mesmo tipo. É possível imaginar um problema
condicionante é suficiente para determinar a parecido mais acessível? um problema mais
incógnita? Ou é insuficiente? Ou redundante? genérico? Um problema mais específico? Um
Ou contraditória? problema análogo? é possível resolver uma
parte do problema? mantenha apenas uma

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
58 CiÊnCiAS dA nATurEzA E SuAS TECnOlOGiAS

parte da condicionante, deixe a outra de lado. • Demonstrar as leis físicas, identificando a re-
Até que ponto fica determinada a incógnita? lação de proporcionalidade entre as grande-
Como ela pode variar? É possível obter, dos zas físicas através da elaboração de gráficos;
dados, alguma coisa útil? É possível pensar em • Elaborar e interpretar gráficos das funções
outros dados apropriados para determinar a matemáticas relacionadas a princípios e leis
incógnita? É possível variar a incógnita ou os físicas, identificando as propriedades envolvi-
dados, ou todos eles, se necessário, de tal ma- das;
neira que fiquem mais próximos entre si? • Deduzir fórmulas matemáticas;
Utilizou todos os dados? Utilizou toda a • Identificar a relação de proporcionalidade
condicionante? levou em conta todas as no- entre as grandezas;
ções essenciais implicadas no problema? • Fazer uma análise dimensional das grande-
zas físicas envolvidas, e com isso, deduzir
ExECUÇÃO DO PLANO fórmulas;
• Interpretar resultados e analisar a lógica fí-
Terceiro. sica;
Execute o seu plano. • Converter unidades de medida, utilizando
tabelas de transposição entre múltiplos e
Ao executar o seu plano de resolução, ve- submúltiplos, fator de conversão, regra de
rifique cada passo. É possível verificar clara- três, substituição de prefixos;
mente que o passo está correto? É possível • representar e operar com notação cien-
demonstrar que ele está correto? tífica;
• Resolver problemas de estimativa.
RETROSPECTIVA
ALGUMAS ORIENTAÇõES PARA TRAbA-
Quarto. LhAR DEMONSTRAÇõES ExPERIMENTAIS IN-
Examine a solução obtida. VESTIGATIVAS (DEIs) NA FÍSICA

É possível verificar o resultado? É possível Braga (2010) propõe uma estratégia meto-
verificar o argumento? dológica para se trabalhar demonstrações ex-
é possível chegar ao resultado por um perimentais através de ciclos de investigação,
caminho diferente? é possível perceber isto porém, é possível uma adaptação para outras
num relance? modalidades de atividades experimentais.
É possível utilizar o resultado, ou o méto- Nicot (2001:26) apresenta alguns requisitos
do, em algum outro problema? fundamentais para se trabalhar com demons-
trações: 1) Os educandos devem estar prepa-
COMENTÁRIOS SObRE UMA AbORDA- rados para acompanhar o experimento; 2) A
GEM, COM ÊNFASE NA DESCRIÇÃO MATE- demonstração deve ser simples, de acordo
MÁTICA com as possibilidades; se necessário utilizar
• Demonstrar as leis físicas por meio da ar- instrumentos conhecidos pelos educandos;
gumentação fenomenológica, induzindo os 3) O experimento deve ser visto por todos os
fatos à descrição matemática do fenômeno; educandos; 4) O ritmo da demonstração deve

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 59

corresponder ao ritmo da exposição oral e da salientar que as atividades extraclasses não


percepção dos educandos; 5) O experimento devem ser extracurriculares, ou seja, deve-se
de deve ser convincente e a instalação para discutir e resolver problemas relacionados às
sua realização segura. temáticas inerentes ao currículo, sempre bus-
Visando estruturar a forma de abordagem, cando enfatizar a metodologia investigativa,
torna-se útil a estratégia Prediga-Observe-Ex- evitando-se os métodos rígidos, postulados
plique (POE) citada por Caldeira (2008), onde científicos equivocados, ou seja, mostrando o
ela é direcionada para a modalidade de de- conhecimento como algo construído a partir
monstração investigativa. É destacada a parti- de problematizações, previsões, descrições,
cipação dos educandos em quatro momentos observações, relatos, verificações e justificati-
decisivos: na problematização, na previsão, vas, sempre na busca de soluções. No ensino,
na descrição e na discussão, caso contrário, ao se discutir e refutar ideias dos educandos,
ela é reduzida a uma atividade do tipo obser- visar (re)construir suas possíveis concepções
vação passiva, com direcionamento demons- equivocadas, questionando-os até a exaustão,
trativo, ilustrativo e descritivo. fazendo-os, assim, repensar suas considera-
É necessário, inicialmente, entender o ções e abandoná-las para que fiquem mais
que é, de fato, um problema, pois este di- propícias a uma aprendizagem significativa.
fere de meros exercícios que mascaram sua A aquisição do conhecimento científico
real característica. O problema deve ser algo deve ser além de assimilado, retido de tal
que não tem uma solução imediata, pois no forma que combata o processo obliterador
momento em que há uma solução, este dei- cognitivo, com isso, é importante destacar
xa de ser um problema. A solução deve ser métodos de retenção e consolidação dos con-
resultado de um processo investigativo rea- ceitos. Um mecanismo sugerido para isso é o
lizado pelos educandos. Ao fim de cada ciclo uso de mapas conceituais e a análise dos pro-
investigativo, ele deve ser confrontado com a cessos utilizados na resolução de problemas,
teoria científica. verificando possíveis equívocos e refletindo
sobre os resultados.
COMENTÁRIOS SOBRE UMA ABORDA-
GEM, COM ÊNFASE NO ASPECTO FENOME- As atividades experimentais podem ser
NOLÓGICO exploradas através de demonstrações, expe-
rimentações e estudos do meio;
O conhecimento científico pode ser assimi- Utilizar o método de investigação científi-
lado através de uma abordagem fenomenoló- ca nas atividades experimentais, podendo ser
gica, por meio de demonstrações simples, de abordado por ciclos investigativos, aumentan-
experimentações, de visita a ambientes não- do, gradativamente, a autonomia dos educan-
formais. As atividades experimentais realiza- dos no processo de aprendizagem:
das, de preferência com materiais alternati- • Favorecer a realização de experiências;
vos, devem facilitar o acesso à reprodução de • Estimular a criatividade dos educandos;
sua elaboração, no entanto, é necessário que • Valorizar e mediar a discussão e a argumen-
o professor explore todos os recursos dispo- tação entre os educandos;
níveis na escola. O professor deve, também,

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
60 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

• Contextualizar, historicamente e epistemo- Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e massa
logicamente, os corpos de conhecimentos de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
mais estruturados, seja por textos ou atra- bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
vés de vídeos (ver os temas sugeridos para água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3
leitura);
• Apresentar métodos para a resolução de SOLUÇÃO
problemas (sugestão: método de George Ninguém resolve um problema sem antes
Polya); entendê-lo, por isso, deve-se ler e interpretá-
• Expor os assuntos de forma dialogada e pro- lo. Assim, deve-se preparar o educando para
blematizada; concentrar-se e reunir todos os esforços na
• Usar experiências virtuais como demonstra- sua compreensão.
ção no ensino e como experimentação para
o aprendizado; “Uma lata...” (informa a quantidade e o
• Elaborar experimentos que sejam simples e tipo de objeto, compreendendo isto, tentar
com materiais alternativos, mas que sejam desenhar)
potencialmente significativos quanto aos
conceitos, métodos e atitudes;
• Abordar, conceitualmente, um problema;
• Apresentar os conceitos, explorando as con-
cepções dos educandos;
• Apresentar críticas quanto às leis físicas, co- 1 (uma lata)
mentando seus regimes de validez.

1.o CASO: aplicando o método de “...tem volume de 1200 cm3...” (espaço ocu-
george polya pado, observe que a unidade não está no SIU);

1ª SÉRIE: “...e massa de 130 g...” (também não está


no SIU. Lembre-se, se o corpo tem massa, logo
Objetivo: Demonstrar o método de Geor- tem peso, nesse momento deve-se recordar o
ge Polya. conceito de força-peso e sua fórmula mate-
competência: Apropriar-se de conheci- mática);
mentos da Física para, em situações-proble-
ma, interpretar, avaliar ou planejar interven- “...Quantas gramas de balas de chumbo...”
ções científico-tecnológicas. (informa a grandeza que se deseja investigar,
assim como sua unidade de medida);
Habilidade: Interpretar o enunciado do
problema para elaborar esquemas passo a pas-
so das situações físicas envolvidas, facilitando
assim a logicidade na resolução do problema.

Dissecando o problema: o difícil como um


amontoado de pequenas coisas fáceis

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 61

uma força que impede que isso aconteça. Ou


seja, possivelmente vão chegar à conclusão
de que existe uma força para cima e de mes-
ma intensidade.
Pch
Plata
...ela poderia carregar, sem que afundas-
se na água?... (a lata deve ser preenchida por
chumbo de tal modo que não afunde. Esta Por que não afunda?
seria a condição limite imposta que irá trazer
implicações determinantes para a resolução
do problema).

Enxergando com a mente: Neste momen-


to, é possível vislumbrar a situação. Sugere-se
ilustrar, através de um esquema ou de um de-
senho, a situação física:
EXPLICAÇÃO:

A borda da lata quase no mesmo nível da água Fundamentação teórica científica: Princí-
pio de Arquimedes: “Todo corpo total ou par-
Identificando o referencial teórico en- cialmente submerso recebe uma força para
volvido: Quando se afirma que não afunda, cima de intensidade igual ao peso do fluido
supunha-se que ele se encontra em repouso, deslocado, denominado empuxo”.
logo, deve-se recordar a 1ª Lei de Newton, ou Convencer, com argumentação, que o vo-
seja, se existem forças atuando, supostamen- lume deslocado do fluido é igual ao volume
te elas estão em equilíbrio. do corpo submerso (Vd = Vlata).
Não fornecer respostas imediatas aos E = Pf =mf∙g = df∙g∙Vd = 1000 (kg/m3)∙9,8 (m/
educandos: Instigar os educandos de tal for- s )∙1.200 cm3 (Observar que as unidades de
2

ma que, através da argumentação, eles pos- volume são incompatíveis, ou seja, deve-se
sam chegar à conclusão de que a lata com converter para o SIU).
chumbo não afunda devido à existência de

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
62 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 Caro professor, como é do seu conheci-
000 000 000 000 000 000 000
mento, alguns homens destacaram-se como
000 000 000 000 001 200, 000
figuras maiores na humanidade. Dentre eles,
000, 001 200 000 assinalamos Arquimedes, filósofo matemáti-
co, físico e autor do “princípio do empuxo”.
1200 cm3 = 0,0012 m3 = 1,2∙10-3 m3 Aqui, o que sugerimos, conforme o enun-
kg hg dag g dg Cg MG ciado acima, é que apresente ou que demons-
0 0 0 0 0 0 0 tre, na prática para os seus educandos, como
0 1 3 0, 0 0 0 ele é em seus fundamentos. Além disso, é
0, 1 3 0 0 0 0
possível discutir sobre os instrumentos utili-
zados em tubulações relacionados ao empuxo
130 g = 0,13 kg e ao escoamento de fluidos.
E = Pch + Pc
df∙g∙Vd = mch∙g + mc∙g sugestão DE LEITURA: Arquimedes e a
df∙Vd = mch + mc Descoberta do Empuxo
mch = df∙Vd - mc = 1000 (kg/m3)∙ 1,2∙10-3 (m3) Site: http://www.brasilescola.com/fisica/
– 0,13 (kg) = 1,07 kg = 1070 g arquimedes-descoberta-empuxo.htm

3º CASO: situações análogas e uso


2º CASO: CONTEXTUALIZANDO HISTó- de metáforas
RICA E EPISTEMOLOGICAMENTE
1ª Série:
1ª Série: Objetivo: Relacionar o conhecimento da
física a situações do cotidiano.
Objetivo: Demonstrar, utilizando matei- Competência: associar, criticamente, as
riais alternativos o Princípio de Arquimedes. situações-problema com situações análogas
ou metafóricas compreensíveis, ou seja, em
Competência: Compreender, de forma um domínio de conhecimento mais familiar
contextualizada, histórica e epistemologica- ao indivíduo, possibilitando-o recriar modelos
mente o problema, levantando situações que que justifiquem o conhecimento científico.
contribuíram para o processo de construção
do conhecimento físico. Habilidade: Elaborar modelos análogos
que representem a situação física descrita no
Habilidade: reconhecer que a solução teó- enunciado do problema, e com isso direcionar
rica da situação-problema, é resultado de um logicamente para a resolução do problema.
processo histórico-científico da construção do Uma lata tem volume de 1200 cm3 e massa
conhecimento e do esforço intelectual humano. de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e massa água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3
de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 63

Sugestão Analógica: (1) Pode-se compa- Habilidade: Relacionar informações apre-


rar o comportamento da lata flutuante com sentadas em diferentes formas de linguagem
a situação-problema relacionado ao compor- e de representação usadas nas ciências físicas,
tamento de um barco, e com isso explorar a químicas ou biológicas, como texto discursivo,
importância da relação entre o centro de gra- gráficos, tabelas, relações matemáticas ou lin-
vidade e o centro do empuxo para a estabili- guagem simbólicas.
dade das embarcações.
Valorizando as preconcepções dos educan-
4º CASO: grupos de experimenta- dos e identificando a existência dos subsunço-
ção em laboratório, usando o mé- res disponíveis na temática terminológica.
todo de investigação científica
1 – Avaliação diagnóstica para detectar as
1ª Série: concepções dos educandos quanto ao:
objetivo: Utilizar a linguagem física em
situações-problema.
Competência: Reconhecer o papel da fí-
sica no sistema produtivo, compreendendo
a sua relação com o contexto cultural, social,
político e econômico.
Habilidade: Expressar corretamente as Modelo Cinético-Molecular
unidades de medida, utilizando a linguagem Baseado no módulo didático de Química
Física adequada. n.o 15 – modelo cinético-molecular, do centro
O ludião: observando e investigando o Prin- de referência virtual do professor.
cípio de Pascal e o Princípio de Arquimedes
Descrição: Garrafa pet, água e uma ampo- Atividade em Grupo: critérios para identi-
la parcialmente preenchida com água. ficar os estados físicos dos materiais.
Caro professor, de posse destes instru-
mentos prepare com os seus educandos um Nesta atividade, você irá discutir com o
momento de experimentação. Mostre para os seu grupo sobre a identificação dos estados
mesmos, na prática, como são os princípios físicos de diversos materiais. Lidar com os ma-
de Pascal e Arquimedes. teriais em diferentes estados físicos faz par-
te da nossa experiência diária, isto é, todas
5º CASO: aplicação, previamente, as pes­soas, de um modo geral, conseguem
de avaliações diagnósticas distinguir os materiais sólidos dos líquidos e
dos gases. Pense sobre isso e faça uma lista
2ª Série dos critérios que você utiliza para identificar
os estados sólido, líquido e gasoso dos mate-
Objetivo: Demonstrar, por meio de tabelas riais.
e gráficos, a linguagem da física. Após a discussão do grupo, registre numa
Competência: Entender métodos e os pro- tabela como a seguinte, os critérios que você
cedimentos próprios das Ciências Naturais e
aplicá-los em diferentes contextos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
64 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

utilizou para identificar os estados físicos dos 3. Como você acha que as moléculas se
materiais. comportam em cada caso?
Critérios para o estado sólido 4. As partículas interagem entre si? De que
forma você acha que isso acontece?
5. O que existe entre as partículas?
6. Como você define espaço vazio?
Critérios para o estado líquido 7. Qual ideia que você tem de temperatura
e calor?
8. Como você pode definir, a nível micros-
cópico, o conceito de temperatura?
Critérios para o estado gasoso
9. Como você pode definir, a nível micros-
cópico, o conceito de pressão?
10. Como você pode definir, a nível micros-
cópico, o conceito de volume?
Indique os estados físicos dos materiais da 11. Como você pode definir a nível micros-
tabela, informando os critérios que você esco- cópico o conceito de calor?
lheu na questão anterior.
6º CASO: aplicação, previamente,
Materiais
Critérios usados para Estado de avaliações diagnósticas
definir o estado físico físico
2ª Série:
Areia Objetivo: Reconhecer o método de inves-
tigação científica em experimentações reais e
virtuais.
Algodão Competência: Entender métodos e pro-
cedimentos próprios das Ciências Naturais e
aplicá-los em diferentes contextos.
Gelatina Habilidade: Relacionar informações apre-
sentadas em diferentes formas de linguagens
e de representações usadas nas ciências físi-
cas, químicas ou biológicas, como texto dis-
Creme dental
cursivo, gráficos, tabelas, relações matemáti-
cas ou linguagem simbólicas.

Discuta com seu grupo e responda: Valorizando as preconcepções dos edu-


1. Os critérios que você escolheu foram candos, e identificando a existência dos sub-
adequados para definir o estado físico da sunçores disponíveis na natureza da matéria.
areia, do algodão, da gelatina e do creme den-
tal? Explique. 2 - Avaliação diagnóstica para detectar as
2. O que são moléculas? concepções dos educandos quanto à:

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 65

Natureza da Matéria
Baseado no livro de Lahera & Forteza (2006),
Ciências físicas no ensino fundamental e médio

1. O gelo sólido, a água líquida e o vapor da


água são a mesma substância. Faça, em cada
caso, um desenho de como lhe parece que
são por dentro;
8. Em cada caso, você deve explicar o que
acontece. Deve também completar o desenho
marcado com ? e, no círculo, desenhar como
é o produto por dentro. (Você pode utilizar lá-
pis ou canetas esferográficas coloridas);

Gelo Água Vapor

2. Imagine um filete de papel, cortado com CASO 1


uma tesoura, sempre a metade, descartando
a outra metade. Quantas vezes será possível
repetir esse processo?;
3. A água quente e a água fria é água. Ex-
plique como você imagina que se diferenciam CASO 2
por dentro;
4. Enche-se uma bexiga que é deixada, ao
relento, em uma noite fria. Interprete o que
acontece;
5. Você tem um frasco de perfume, des-
CASO 3
tampado. Você pode perceber o cheiro à dis-
tância. Como é possível?
6. O que acontece com o ar que está na
seringa, quando se puxa o êmbolo? Complete
o desenho;
CASO 4

9. Misturamos, agitamos, depois, um litro


7. Que produto se obtém? Explique com de cascalho (pedra triturada) com um litro de
palavras, do seu modo; areia bem fina. 1) Variou a massa? 2) Variou
o volume?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
66 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

RESPOSTA: volume do produto resultante é (marque sua


1) opção com X).
MAIS DE 120 cc

MENOS DE 120 cc

2) OUTRA RESPOSTA. Especificar

12. Até aqui unimos substâncias. Agora,


queremos agir ao contrário, separando subs-
10. Coloca-se uma colher de açúcar em um tâncias de um determinado produto. Em cada
copo d’água e se agita com a colher até que se caso, responda o que você pensa fazer.
dissolva totalmente. Entre as possibilidades
indicadas, marque sua opção com X. PRODUTO: AREIA GROSSA
CASO 1
AREIA GROSSA + AREIA FINA AREIA FINA
1. A massa do produto resultante é, em re-
lação à soma da massa de açúcar e de água:
Igual
PRODUTO: SAL
CASO 2
SAL + ÁGUA ÁGUA

Maior PRODUTO: LIMALHA DE


CASO 3
LIMALHA DE FERRO + AREIA FERRO AREIA

Menor
PRODUTO: AREIA + AREIA RASPAS
CASO 4
RASPAS DE CORTIÇA DE CORTIÇA

Outra resposta. Especificar


PRODUTO: AÇÚCAR
AREIAS CASO 5
AÇÚCAR + AREIAS

2. O volume do produto resultante é, em PRODUTO:


?
relação à soma do volume de açúcar e de
CASO 6
VINHO

água:
Igual PRODUTO:
GÁS 1 + GÁS 2
GÁS 1
GÁS 2
CASO 7

Maior
RESPOSTA:
Menor

Outra resposta. Especificar

13. Com porções de açúcar, obtemos água


3. Acrescenta-se 50 centímetros cúbicos açucarada. Em cada caso, você deve dizer qual
(cm3 = cc) de álcool etanol a 70 cc de água. O água fica mais açucarada.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 67

1 LITRO DE ÁGUA 1 LITRO DE ÁGUA


Descrição: utilizar um aplicativo que pos-
+
1 PORÇÃO
+
1 PORÇÃO
CASO 1
sibilite variar a densidade dos corpos e obser-
var a simulação do comportamento, quando
2 LITROS DE ÁGUA
+
5 LITROS DE ÁGUA
+ CASO 2 total ou parcialmente submerso.
2 PORÇÕES 3 PORÇÕES

8.o caso: ABORDANDO O ASPECTO


RESPOSTA: MACRO E MICROSCÓPICO DA MATÉRIA

3ª Série

objetivo: Reconhecer em situações do coti-


14. Significa a mesma coisa acrescentar diano a necessidade de conhecimentos da física.
cinco porções de açúcar a um litro de água, Competência: Compreender o conceito de
e acrescentar água a cinco porções de açúcar eletromagnetismo e sua aplicação às tecnolo-
até ter um litro de água açucarada? (Em am- gias associadas às ciências naturais, em dife-
bos os casos mexe-se com uma colher até que rentes contextos.
o açúcar se dissolva totalmente). Habilidade: Identificar os mecanismos das
correntes elétricas, considerando a represen-
7.0 CASO: REALIZANDO SIMULAÇÕES tação de cargas, átomos e íons.
VIRTUAIS
1. conceitue corrente elétrica.
1ª Série
R: Tanto na mecânica, quanto na termolo-
objetivo: Proporcionar a autonomia do gia e eletromagnetismo, as causas fenomeno-
educando por meio de aprendizagens em si- lógicas no contexto microscópico devem fazer
tuações-problema. uma correlação com a análise macroscópica.
Competência: Compreender o método de A corrente elétrica é geralmente definida
investigação científica nas atividades experi- como o movimento ordenado dos elétrons,
mentais reais e virtuais, abordando por meio no entanto, pouco se diz que o movimento
de ciclos investigativos, a fim de favorecer a das partículas é caótico no plano transversal,
autonomia do educando em seu processo de e apenas se desloca ordenadamente em um
aprendizagem. único eixo.
Habilidade: Interpretar a situação-proble-
ma, transpondo de um modelo virtual para 1.3.2 Sugestões para Pesquisa
um modelo real.
Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e mas- Vídeos
sa de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
bo ela poderia carregar, sem que afundasse na CALOR E TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3. Onde encontrar: VIDEOTECA DO IFUSP.
Produzido por: CORONET – FILMS
Série: DIDAK

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
68 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

Duração: 13 minutos Softwares


CALOR, TEMPERATURA E PROPRIEDADES DA
MATÉRIA PROJETO INTERAGE – SIMULAÇÕES INTERATI-
Onde encontrar: VIDEOTECA DO IFUSP. VAS
Produzido por: CORONET BY CENTRON FILMS Experimentoteca – Ludoteca
Série: DIDAK http://www.ludoteca.if.usp.br
Duração: 15 minutos ENSINO ON LINE – educare informática
FILME DA SÉRIE “O PROFESSOR”. TRANSMIS- http://eu.ansp.br/~secedusp
SÃO DE CALOR email: secedusp@eu.ansp.br
Onde encontrar: VIDEOTECA DO IFUSP. Positivo Informática
Produzido por: TV CULTURA http://www.positivo.com.br
Série: DIDAK – O PROFESSOR email: ensino-on-line_info@positivo.com.br
Duração: 28 minutos Nova Escola
TEMPERATURA E LEI DOS GASES “O UNIVER- http://www.novaescola.com.br
SO MECÂNICO” Prossiga
Onde encontrar: VIDEOTECA DO IFUSP. http://www.prossiga.cnpq.br
Produzido por: The Annenberg/CPD Project e SciCentral
reproduzido pela TV Cultura http://www.scicentral.com.br
Série: SRAV – FEUSP, número 45 – 1985. Via Telemática
Duração: 28 minutos http://www.darwin.futuro.usp.br/indel.htm
Escola do Futuro da USP
http://www.futuro.usp.br
Multiservice
http://www.multiservicenet.com.br
Fisica.Net
http://www.fisica.net

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 69

Avaliação: O culminar do processo educativo

A avaliação é a parte culminante do pro- aprendizagem. As avaliações a que o professor


cesso que envolve o ensino e a aprendizagem. procede enquadram-se em três grandes tipos:
Benvenutti (2002) afirma que avaliar é mediar avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
o processo ensino-aprendizagem, é oferecer Em se tratando da função diagnóstica, de
recuperação imediata, é promover cada ser acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), esta
humano, é vibrar junto a cada educando em é a que proporciona informações acerca das
seus lentos ou rápidos progressos. capacidades do educando antes de iniciar um
E pensando assim, acredita-se que o gran- processo de ensino-aprendizagem, ou ainda,
de desafio para construir novos caminhos, segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975),
inclusive, no contexto educacional brasileiro, busca a determinação da presença ou ausên-
está em verificar cada lugar nas suas especi- cia de habilidades e pré-requisitos, bem como
ficidades e nas suas necessidades. Segundo a identificação das causas de repetidas dificul-
Ramos (2001), uma avaliação com critérios de dades na aprendizagem.
entendimento reflexivo, conectado, compar- Em termos gerais, a avaliação diagnóstica
tilhado e autonomizador no processo ensino- pretende averiguar a posição do educando
aprendizagem é o que se exigiria. Somente em face das novas aprendizagens que lhe vão
assim serão formados cidadãos conscientes, ser propostas e as aprendizagens anteriores
críticos, criativos, solidários e autônomos. que servem de base àquelas, no sentido de
Com isso, a avaliação ganha novo caráter, evidenciar as dificuldades futuras e, em cer-
devendo ser a expressão dos conhecimentos, tos casos, de resolver situações presentes.
das atitudes ou das aptidões que os educan- No que se refere à função formativa, esta,
dos adquiriram, ou seja, que objetivos do en- conforme Haydt (1995, p. 17), permite cons-
sino já atingiram em um determinado ponto tatar se os educandos estão, de fato, atin-
de percurso e que dificuldades estão a revelar gindo os objetivos pretendidos, verificando
relativamente a outros. a compatibilidade entre tais objetivos e os
Essa informação é necessária ao professor resultados, efetivamente alcançados durante
para procurar meios e estratégias que auxi- o desenvolvimento das atividades propostas.
liem os educandos a resolver essas dificulda- Representa o principal meio pelo qual o edu-
des, bem como é necessária aos educandos cando passa a conhecer seus erros e acertos,
para se aperceberem delas (não podem os propiciando, assim, maior estímulo para um
educandos identificar claramente as suas di- estudo sistemático dos conteúdos. Um outro
ficuldades em um campo que desconhecem), aspecto a destacar é o da orientação forneci-
e, assim, tentarem ultrapassá-las com a ajuda da por esse tipo de avaliação, tanto ao estudo
do professor e com o próprio esforço. Por isso, do educando quanto ao trabalho do profes-
a avaliação tem uma intenção formativa. sor, principalmente por meio de mecanismos
A avaliação proporciona também o apoio de feedback. Esses mecanismos permitem
a um processo que é contínuo, contribuindo que o professor detecte e identifique defici-
para a obtenção de resultados positivos na ências na forma de ensinar, possibilitando re-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
70 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

formulações no seu trabalho didático, visando cador e mediador do processo, na execução


aperfeiçoá-lo. Para Bloom, Hastings e Madaus dos processos pedagógicos da escola e, ainda,
(1975), a avaliação formativa visa informar o professores que compreendam o processo de
professor e o educando sobre o rendimento sua disciplina na superação dos obstáculos
da aprendizagem no decorrer das atividades epistemológicos da aprendizagem.
escolares e à localização das deficiências na A abordagem para o processo avaliativo
organização do ensino para possibilitar corre- se dá por meio de tópicos específicos que en-
ção e recuperação. volvem aspectos relacionados à busca do re-
Em suma, a avaliação formativa pretende sultado de trabalho: que educandos devem
determinar a posição do educando ao lon- ser aprovados; como planejar suas provas,
go de uma unidade de ensino, no sentido de bem como qual será a reação dos educandos
identificar dificuldades e de lhes dar solução. e como está o ensino em diferentes áreas do
E quanto à função somativa, esta tem conhecimento que envolvem o Ensino Médio
como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, (Krasilchik, 2008).
p. 378), determinar o grau de domínio do Assim, a avaliação ocupa papel central em
educando em uma área de aprendizagem, o todo processo escolar, sendo necessário, des-
que permite outorgar uma qualificação que, sa forma, um planejamento adequado. Para
por sua vez, pode ser utilizada como um sinal isso, vários parâmetros são sugeridos como
de credibilidade da aprendizagem realizada. ponto de partida:
Pode ser chamada também de função credi-
tativa. Também tem o propósito de classifi- • Servem para classificar os educandos
car os educandos ao final de um período de “bons” ou “maus”, para decidir se vão
aprendizagem, de acordo com os níveis de ou não passar;
aproveitamento. • Informam os educandos do que o pro-
Essa avaliação pretende ajuizar o progres- fessor realmente considera importante;
so realizado pelo educando, no final de uma • Informam o professor sobre o resultado
unidade de aprendizagem, no sentido de afe- do seu trabalho;
rir resultados já colhidos por avaliações do • Informam os pais sobre o conceito que
tipo formativa e obter indicadores que permi- a escola tem do trabalho de seus filhos;
tem aperfeiçoar o processo de ensino. • Estimulam o educando a estudar.
Diante do que foi visto, entende-se que
é necessário compreender que as diferentes Essas reflexões, remetem-nos a uma maior
áreas do conhecimento precisam se articular responsabilidade e cautela, para decidir sobre
de modo a construir uma unidade com vistas o processo avaliativo a respeito da construção
à superação da dicotomia entre as disciplinas e aplicação dos instrumentos de verificação
das diferentes ciências. Essa superação se dá do aprendizado e sobre a análise dos seus re-
com o intuito de partilhar linguagens, pro- sultados. Devemos tomar cuidado, ainda, em
cedimentos e contextos de modo que possa relação aos instrumentos avaliativos escolhi-
convergir para o trabalho educativo na escola. dos, para que esses estejam coerentes com
Para isso, é necessária a participação do os objetivos propostos pelo professor em seu
professor, consciente do seu papel de edu- planejamento curricular (Krasilchik, idem).

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 71

A avaliação, dessa forma, assume impor- quais teorias nos embasamos para chegar a
tância fundamental, a partir dos seus instru- uma avaliação mais próxima da realidade.
mentos e o professor, por sua vez, precisa estar Além do postulado pedagógico referido,
atento aos objetivos propostos para que a ava- é necessário debruçarmo-nos sobre as novas
liação não destoe daquilo que ele pretende. avaliações que se apresentam, quais os seus
Assim sendo, a avaliação não é neutra no fundamentos, qual a sua forma e quais as
contexto educacional, pois está centrada em suas exigências. É nesse contexto que o Enem
um alicerce político educacional que envol- (Exame Nacional do Ensino Médio), criado em
ve a escola. Assim, para Caldeira (2000 apud 1988, e que tem por objetivo avaliar o desem-
Chueiri, 2008): penho do educando ao término da escolarida-
de básica, apresenta-se como uma proposta
A avaliação escolar é um meio e não um de avaliação digna de ser analisada e assimila-
fim em si mesmo; está delimitada por uma da em seus fundamentos.
determinada teoria e por uma determina- O Enem tomou um formato de “avaliação
da prática pedagógica. Ela não ocorre num nacional”. Isso significa dizer que ele tornou-
vazio conceitual, mas está dimensionada se o modelo que vem sendo adotado no país,
por um modelo teórico de sociedade, de de norte a sul. Nesse sentido, a questão é sa-
homem, de educação e, consequentemen- ber o motivo pelo qual ele assumiu o lugar
te, de ensino e de aprendizagem, expresso que ocupa. Para compreendê-lo, um meio in-
na teoria e na prática pedagógica (p. 122). teressante é conhecer a sua “engrenagem” e
pressupostos. Assim, é necessário decompô-
Para contemplar a visão de Caldeira, o pro- lo nas suas partes, saber o que cada uma sig-
fessor necessita estar atento aos processos de nifica, qual a sua relevância e em que o todo
transformação da sociedade, pois estes aca- muda a realidade avaliativa nacional, pois
bam por influenciar também o espaço da esco- ele apresenta-se como algo para além de um
la como um todo. Essa constatação é evidente, mero aferidor de aprendizagens.
quando percebemos o total descompasso da Esse exame constitui-se em quatro pro-
escola com as atuais tecnologias e que, ao que vas objetivas, contendo cada uma quarenta
tudo indica, não estão sendo usadas na sua de- e cinco questões de múltipla escolha e uma
vida dimensão. Por outro lado, quando o pro- proposta para a redação. As quatro provas
fessor não acompanha as transformações re- objetivas avaliam as seguintes áreas de co-
feridas, a avaliação corre o risco, muitas vezes, nhecimento do Ensino Médio e respectivos
de cair em um vazio conceitual. Infelizmente, Componentes Curriculares: Prova I – lingua-
é o que vem ocorrendo em grande parte das gens, Códigos e suas Tecnologias e Redação:
escolas brasileiras. É nesse sentido que cabe a Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês
todos nós repensarmos nossa prática, apren- ou Espanhol), Arte e Educação Física; Prova
dizado e aspirações em termos pedagógicos e, II – Matemática e suas Tecnologias: Mate-
sobretudo, como sujeitos em construção. mática; Prova III – Ciências Humanas e suas
Diante disso, precisamos ter claro o que Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e
significa avaliar no atual contexto, que edu- Sociologia; Prova IV – Ciências da Natureza e
candos queremos, baseados em qual ou em suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
72 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

É por meio da avaliação das Áreas de Co- mos, a sua formulação e o modo como um
nhecimento que se tem o nível dos educan- item é transformado em um aval para o pros-
dos brasileiros e que lhes é permitido ingres- seguimento dos estudos. E não só isso deve
sar no ensino de Nível Superior. Nesse sen- ser levado em consideração, pois alcançar
tido, o Enem não deve ser desprezado; ao um nível de aprovação exige uma formação
contrário, é obrigatório que os professores que inicia desde que uma criança ingressa na
do Ensino Médio conheçam os seus mecanis- Educação Infantil.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 73

Considerações Finais

Após um trabalho intenso, que mobilizou a nossa ação pedagógica. Por isso, os seus
especialistas na área, professores e técnicos, elaboradores foram preparados, por meio de
vê-se concluída a Proposta Curricular para seminários, oficinas e de discussões nos gru-
o Ensino Médio. Esta Proposta justifica um pos que se organizaram, para concretizar os
anseio da comunidade educacional, da qual objetivos definidos.
se espera uma boa receptividade. Inclusive, A Proposta consta de treze Componentes
espera-se que ela exponha com clareza as Curriculares. Todos eles são vistos de forma
ideias, a filosofia que moveu os seus autores. que os professores tenham em suas mãos os
Ela propõe-se a seguir as novas orienta- objetos de conhecimento, assim como uma
ções, a nova filosofia, pedagogia, psicologia forma de trabalhá-los em sala de aula, reali-
da Educação brasileira, daí que ela tem no seu zando a interdisciplinaridade, a transversalida-
cerne o educando, ao mesmo tempo em que de, contextualizando os conhecimentos e os
visa envolver a comunidade, dotando de sig- referenciais sociais e culturais.
nificado tudo o que a envolve. Essa nova pers- E, ainda, ela pretendeu dar respostas às
pectiva da Educação brasileira, que evidencia determinações da LDB que requer um ho-
a quebra ou a mudança de paradigmas, exigiu mem-cidadão, capaz de uma vida plena em
que as leis, as propostas em curso para a Edu- sociedade. Ao se discutir sobre essa Lei e a
cação brasileira fossem reconsideradas. tentativa, via Proposta Curricular do Ensino
Durante o período da sua elaboração, mui- Médio, de concretizá-la, a Proposta susten-
tas coisas se modificaram, muitos congressos ta-se na aquisição e no desenvolvimento de
e debates foram realizados e todos mostra- Competências e Habilidades.
ram que, nesse momento, nada é seguro, É assim que esta Proposta chega ao Ensino
que, quando se trata de Educação, o campo Médio, como resultado de um grande esforço,
é sempre complexo, inconstante, o que nos da atenção e do respeito ao país, aos profes-
estimula a procurar um caminho que nos per- sores do Ensino Médio, aos pais dos educan-
mita realizar de forma consequente e segura dos e à comunidade em geral.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 75

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PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
76 CI ÊNCIAS DA NAT UREZA E S UAS TEC NOLOGIAS

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tória, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas: Pa- ção. Blumenau – Santa Catarina: Acadêmica,
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de Física do Brasil (1801 a 1930). Investigações e Aprendizagem”. In: COLL, C., PALACIOS, I.,
em Ensino de Ciências – V13(3), pp.275-298, MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍSICA 77

e educação: Psicologia da educação. Porto SACRISTÁN, J. Gimeno e Gómez; PEREZ, A. I.


Alegre: Artes Médicas, 1996. O currículo: os conteúdos do ensino ou uma
análise prática? Compreender e transformar o
ROBERTO, E. V. Aprendizagem ativa em óp- ensino. Porto Alegre: Armed, 2000, p. 119-148.
tica geométrica: experimentos e demonstra-
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Universidade de São Paulo, São Carlos, 2009. dade: um introdução às teorias do currículo.
Belo Horizonte: Autêntica, 1999, p. 77-152.
MOREIRA, Antônio Flávio B. (Org.). Currículo
na contemporaneidade: incertezas e desafios.
São Paulo: Cortez Editora, 2003, p. 159-188.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO PARA A REDE
PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS

Gerência do Ensino Médio


Vera Lúcia Lima da Silva
 
Coordenação Geral
Tenório Telles

Coordenação Pedagógica
Lafranckia Saraiva Paz
Neiza Teixeira

Consultoria Pedagógica
Evandro Ghedin
HELOISA DA SILVA BORGES

Assessoria Pedagógica
Maria Goreth Gadelha de Aragão

Coordenação da Área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias   


MARCEL BRUNO P. BRAGA
 
Coordenação da Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias
Sheyla Regina Jafra Cordeiro
 
Coordenação da Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
João Marcelo Silva Lima
 
Coordenação da Área de Matemáticas e suas Tecnologias
José de Alcântara
 
Organização do Componente Curricular
Moacir Átila Pinto Moreira
Rildo Figueiredo Pinheiro

Equipe do Ensino Médio


Ana Lúcia Mendes dos Santos
Antônio José Braga de Menezes
Cileda Nogueira de Oliveira
Dayson José Jardim Lima
João Marcelo Silva Lima
Jeordane Oliveira de Andrade
Kátia Cilene dos Santos Menezes
Karol Regina Soares Benfica
Lafranckia Saraiva Paz
Manuel Arruda da Silva
Nancy Pinto do Vale
Rita Mara Garcia Avelino
Sheyla Regina Jafra Cordeiro

PROFESSORES COLABORADORES

Ana Cristina Nogueira Portilho


Antonio Marcos G. dos Santos
Ariana da Silva Mattos
Bifarney Gonçalves Costa
Dalvalice da Silva Coelho
Eduardo Nunes Aguiar
Elizandra Rosa de Oliveira
Fernanda Cabral
Gaudêncio A. da Costa
Glauber Siqueira Neves
Herbertt S. Rodrigues
Hudson Batista da Silva
Jairo Medina Nunes
Jean Bruno Figueira Brasil
João Carlos Tossio Nagai
João de Sales
Joel Câmara
Jorge de Oliveira Mendes
José Albércio Melo Leite
Márcia de Souza Xavier
Marcio da Silva Vasconcelos
Marcos César
Maria Dione da Silva
Maria de Fátima Ferreira da Costa
Nara Gracy Travessa Barbosa
Nelson Bezerra Jacinto Junior
Nilson Teixeira dos Santos
Pedro Alexsandro G. da Silva
Roberto Reis Arouche
Ronildo A. Ramalho
Sandra Maria Soares Vieira
Sebastião Bacuri de Queiroz
Sheila Batista Poinho
Tereza Gama Evangelista Printes

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