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PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS;


CIÊNCIAS DA NATUREZA E
SUAS TECNOLOGIAS
Governador do Estado do Amazonas
OmAr Aziz

Secretário de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


GEdEãO TimóTEO AmOrim

Secretária-Execuiva
SirlEi AlvES FErrEirA HEnriQuE

Secretária-Adjunta da Capital
AnA mAriA dA SilvA FAlCãO

Secretária-Adjunta do interior
mAGAly POrTElA réGiS

Diretor do Departamento de Políicas e


Programas Educacionais
EdSOn SAnTOS mElO

Gerente do Ensino médio


vErA lÚCiA limA dA SilvA
PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS;
CIÊNCIAS DA NATUREZA E
SUAS TECNOLOGIAS

Secretaria de Estado de
Educação e Qualidade do Ensino
Copyright © SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012

EDITOR
Isaac Maciel

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Tenório Telles

CAPA E PROJETO GRÁFICO


Heitor Costa

DIAGRAMAÇÃO
Bruno Raphael, Suellen Freitas

REVISÃO
Núcleo de Editoração Valer

NORMALIZAÇÃO
Ycaro Verçosa

S729p Proposta Curricular de Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias
para o Ensino Médio. – Manaus: Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012.

202 p.

ISBN 978-85-87707-50-5

1. Matemática e suas Tecnologias 2. Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Proposta Curricular


3. Reforma Curricular – Ensino Médio I. Título.

CDD 732.89
22 Ed.

Resolução n.º 114/2011 – CEE/AM, aprovada em 4/11/2011


Resolução n.º 162/2011 – CEE/AM, aprovada em 13/12/2011

2012

Seduc – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino


Rua Waldomiro Lustoza, 250 – Japiim II
CEP – 69076-830 – Manaus/AM
Tel.: Seduc (92) 3614-2200
Gem: (92)3614-2275 / 3613-5481
www.seduc.am.gov.br
SUMÁRIO

Compromisso com a Educação 7

Carta ao Professor 9

introdução 11

Proposta Curricular do Ensino Médio: Pressupostos Teóricos 13

Currículo Escolar: Aproximações com o Cotidiano 19

Um Conhecimento fundado sobre Competências e Habilidades 21

Áreas de Conhecimento: A integração dos Saberes 25

As Áreas de Conhecimento ou Macroáreas 27

Proposta Curricular de Matemática para o Ensino Médio 29

1.1 A Matemáica no Ensino Médio 33

1.2 Quadro Demonstraivo do Componente Curricular 40

1.3 Alternaivas Metodológicas para o Ensino de Matemáica 55

1.3.1 Sugestões de Aividades Didáico-Pedagógicas 56

1.3.2 Sugestões para Pesquisa 64

Proposta Curricular de Física para o Ensino Médio 67

1.1 A Física no Ensino Médio 71

1.2 Quadro Demonstraivo do Componente Curricular 74

1.3 Alternaivas Metodológicas para o Ensino de Física 91

1.3.1 Sugestões de Aividades Didáico-Pedagógicas 91

1.3.2 Sugestões para Pesquisa 107


Proposta Curricular de Química para o Ensino Médio 109

1.1 A Química no Ensino Médio 113

1.2 Quadro Demonstraivo do Componente Curricular 116

1.3 Alternaivas Metodológicas para o Ensino de Química 131

1.3.1 Sugestões de Aividades Didáico-Pedagógicas 133

1.3.2 Sugestões para Pesquisa 154

Proposta Curricular de Biologia para o Ensino Médio 155

1.1 A Biologia no Ensino Médio 159

1.2 Quadro Demonstraivo do Componente Curricular 163

1.3 Alternaivas Metodológicas para o Ensino de Biologia 179

1.3.1 Sugestões de Aividades Didáico-Pedagógicas 179

1.3.2 Sugestões para Pesquisa 185

Avaliação: O culminar do Processo Educativo 187

Considerações Finais 191

Referências 193
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COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO

É inquesionável o valor da Educação na mento do mérito dos professores, do acesso


formação do ser humano e na construção de às novas tecnologias, da promoção de forma-
uma sociedade próspera e cidadã. Ao longo ções para melhor qualiicar os mestres que
da História, as nações que conquistaram o estão na sala de aula, empenhados na pre-
reconhecimento e ajudaram no processo de paração dos jovens, sem descurar do cuida-
evolução do conhecimento foram aquelas do com a melhoria das condições de trabalho
que dedicaram atenção especial à formação dos proissionais que ajudam a construir uma
da juventude e valorizaram o saber como fa- realidade educacional mais promissora para o
tor de airmação social e cultural. povo amazonense.
Consciente do signiicado social da apren- Fruto desse compromeimento que tenho
dizagem e do caráter substanivo do ensino com a Educação, é com saisfação que apre-
como fundamento da própria vida, elegi a sento aos professores e à sociedade em geral
Educação como pressuposto de governo – esta Proposta do Ensino médio – nascida do
consciente da minha responsabilidade como debate dos educadores e técnicos que fazem
governador do Estado do Amazonas. Tenho parte da rede pública estadual de ensino. Esta
a convicção de que a construção do futuro reestruturação, coordenada pela Secretaria
é uma tarefa do presente – e que o conheci- de Estado da Educação e Qualidade do Ensi-
mento é o substrato do novo tempo que ha- no, objeiva a renovação e atualização do pro-
verá de nascer do trabalho dos professores e cesso da aprendizagem, considerando os Pa-
demais proissionais que se dedicam ao oício râmetros Curriculares do Ensino Médio, bem
de educar em nossa terra. como as inovações ocorridas com a implan-
Essa é uma missão de todos: não só dos tação do Exame nacional do Ensino médio –
educadores, mas igualmente dos pais e dos Enem. Com o aprimoramento da aprendiza-
agentes públicos, bem como de todo aquele gem e com a promoção de uma nova sistemá-
que tem compromisso com o bem comum e a ica de ensino e avaliação, almejamos o avan-
cidadania. Tenho empreendido esforços para ço da Educação e a melhoria da qualidade da
promover a Educação no Amazonas, sobretu- práica educacional no Estado do Amazonas.
do por meio da valorização e do reconheci- Reitero, assim, o meu compromisso com a
Educação.

Omar Aziz
Governador do
Estado do Amazonas

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CARTA AO PROFESSOR

Renova-te.
Renasce em i mesmo.
Muliplica os teus olhos, para verem mais.
Muliplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que iverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que iverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

Cecília meireles

A mudança é o senido e o fundamento da de Educação, por meio da ação de seus educa-


vida. A verdade é que não há vida sem trans- dores e técnicos, coordenou de forma eicaz os
formação e sem o aprimoramento permanen- trabalhos de discussão e elaboração das pro-
te de nosso modo de pensar e ser e, sobretu- postas curriculares de cada componente que
do, de agir. O poema da professora e escritora integra as quatro áreas de conhecimento do
Cecília meireles traduz esse entendimento Ensino Médio – norteadoras da práica pedagó-
e essa verdade inquesionável. Por isso, esse gica dos professores no coidiano escolar neste
tem sido o espírito de nossas ações à frente novo momento do ensino em nossa terra.
da Secretaria de Estado de Educação do Ama-
zonas: buscar novos caminhos para melhorar Acreditamos que os novos referenciais
a aprendizagem de nossas crianças e jovens metodológicos, enriquecidos com sugestões
– moivo pelo qual elegemos a formação dos de Competências, Habilidades e práicas faci-
professores como um dos fundamentos desse litadoras da aprendizagem, estabelecidos nas
propósito. propostas, contribuirão para dinamizar e en-
riquecer o trabalho pedagógico dos professo-
Fruto dessa iniciaiva, empreendida com o res, melhorando a compreensão e formação
objeivo de construir um futuro promissor para intelectual e espiritual dos educandos. Vive-
a Educação no Amazonas, apresentamos os re- mos um momento de renovação da práica
sultados do trabalho de reestruturação da Pro- educacional no Amazonas, experiência que
posta Curricular do Ensino Médio. A Secretaria demanda, de todos os envolvidos nesse pro-

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cesso, novas respostas, novas aitudes e novos de e atenção com a formação educacional dos
procedimentos de ensino. Dessa forma, com nossos educandos.
compromisso, entusiasmo e consciência de
nosso papel como educadores, ajudaremos a Temos consciência do desaio que temos
construir uma nova realidade educacional em pela frente e entendemos que este é o primeiro
nosso Estado, fundada na certeza de que o co- passo de uma longa jornada, que dependerá da
nhecimento liberta, enriquece a vida dos indi- paricipação construiva, não só dos professo-
víduos e contribui para a construção de uma res, corpo técnico e educandos, mas também
consciência cidadã. dos pais, agentes públicos e da sociedade.

O chamamento de Cecília meireles – “re- Que todos aceitemos o desaio da renova-


nova-te / Renasce em i mesmo” – é uma ção e do compromeimento com a vida, com
síntese do fundamento que orienta o nosso a educação dos nossos jovens e com a busca
caminho e norteia as nossas ações. O governa- de novas práicas pedagógicas – capazes de
dor Omar Aziz assumiu a responsabilidade de nos ajudar no forjamento de uma nova consci-
fazer do seu governo um ato de compromisso ência e na construção de uma sociedade fun-
com a educação das crianças e jovens do Ama- dada no conhecimento e na cidadania, ideais
zonas. Os frutos dessa ação, que resultou na que herdamos da cultura clássica e que têm
reestruturação da Proposta Curricular do En- na Paideia Grega (entendida como a verdadei-
sino Médio, são uma prova da sua sensibilida- ra educação) o seu referencial por excelência.

Gedeão Timóteo Amorim


Secretário de Estado de Educaçã

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INTRODUÇÃO

A Proposta que chega ao Ensino Médio sur- lDB (lei nº 9.394/96), que requer um homem
giu das necessidades que se veriicam não só cidadão, com capacidades para seguir os es-
no campo educacional, mas também nas de- tudos em um Nível Superior ou que seja capaz
mais áreas do saber e dos segmentos sociais. de inserir-se, com capacidades concretas, no
Dito por outras palavras, a veriginosidade com mundo do trabalho.
que as mudanças ocorrem, inclusive situando- Mas para que esse homem-cidadão possa
-nos em um novo tempo, cognominado pelos ter o arcabouço teórico exigido, ele precisa
ilósofos como pós-modernidade, é o que nos conhecer o seu entorno, ou seja, ele precisa
obriga a repensar os atuais paradigmas e a ins- ser e estar no mundo, daí, então, que ele par-
taurar-se, como se faz necessário, novos. irá para a construção da sua idenidade, da
A mudança, na qual somos agentes e pa- sua região, do seu local de origem. Somente
cientes, não só desestabiliza a permanência após a sua inserção na realidade, com suas
do homem no mundo como também requer emoções, afetos e senimentos outros, é que
novas bases, o que implica novos exercícios ele poderá compreender o seu entorno em
do pensamento. Considerando que é na Esco- uma projeção, compreendendo as suas des-
la, desde a educação infanil, que também se coninuidades mais ampliadas, ou seja: so-
estabelecem os princípios e valores que nor- mente assim ele poderá ser e estar no mundo.
tearão toda a vida, é a ela que, incisivamente, As situações referidas são as norteadoras
as novas preocupações se dirigem. desta Proposta, por isso ela reclama a inter-
É nesse contexto que esta Proposta se ins- disciplinaridade, a localização do sujeito no
creve. É em meio a essas inquietantes angús- seu mundo, a Formação, no que for possível,
ias e no encontro com inúmeros caminhos, os integral do indivíduo e a Construção da cida-
quais não possuem inscrições, airmando ou dania. É, portanto, no contexto do novo, do
não o nível de segurança, que ela busca insi- necessário que ela se organizou, que ela mo-
tuir alguma estabilidade e, ainda, a certeza de bilizou a atenção e a preocupação de todos os
que o saber perdurará, de que o homem coni- que, nela, se envolveram.
nuará a produzir outros/novos conhecimentos. Para inalizar, é opinião comum dos cida-
As palavras acima se sustentam na ideia de dãos, que pensam sobre a realidade e fazem
que a Escola ultrapassa a Educação e a instru- a sua leitura ou interpretação, que o momen-
ção, projetando-se para o campo da garania, to é de transição. Essa airmação é plena de
da permanência, da coninuidade do conheci- signiicados e de exigências, inclusive corre-se
mento do homem e do mundo. o risco maior de não se compreender o que
Os caminhos indicadores para a redeini- é essencial. É assim que o passado se funde
ção das funções da Escola seguem, a nosso com o presente, o anigo se funde com o novo,
ver, a direção que é sugerida. É por isso que criando uma dialéica essencial à progessão
a Escola e o produto por ela gerado – o Co- da História. A Proposta Curricular do Ensino
nhecimento – insituem um saber fundado Médio, de 2011, resguarda esse movimento e
em Competências e Habilidades, seguindo a o aceita como uma necessidade histórica.

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PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO:


PRESSUPOSTOS TEóRICOS

A educação brasileira, nos úlimos anos, Ensino Médio desenvolveu ações educacio-
perpassa por transformações educacionais nais para fundamentar as discussões acerca
decorrentes das novas exigências sociais, do currículo vigente.
culturais, políicas e econômicas vigentes no Os professores da rede Estadual de Ensino
país, resultantes do processo de globalização. Médio receberam orientações, por meio de
Considerando esta nova reconiguração mun- palestras e de uma jornada pedagógica, que
dial e visando realizar a função formadora da proporcionaram aos professores relexões so-
escola de explicar, jusiicar e de transformar bre: O fazer pedagógico, sobre os fundamen-
a realidade, a educação busca oferecer ao tos norteadores do currículo e principalmente
educando maior autonomia intelectual, uma sobre o que se deve ensinar. E o que os edu-
ampliação de conhecimento e de acesso a in- candos precisam apreender para aprender?
formações numa perspeciva integradora do Os trabalhos desenvolvidos iveram, como
educando com o meio. subsídios, os documentos existentes na Secre-
no contexto educacional de mudanças re- taria de Educação, norteados pela Proposta
laivas à educação como um todo e ao Ensino Curricular do Ensino Médio/2005, pelos PCN,
Médio especiicamente a reorganização curri- pelos PCN+ e pelos referenciais nacionais. As
cular, dessa etapa do ensino, faz-se necessária discussões versaram sobre os Componentes
em prol de oferecer novos procedimentos que Curriculares constantes na matriz Curricular
promovam uma aprendizagem signiicaiva e do Ensino Médio, bem como sobre as rele-
que esimulem a permanência do educando xões acerca da práica pedagógica e do papel
na escola, assegurando a redução da evasão intencional do planejamento e da execução
escolar, da distorção idade/série, como tam- das ações educaivas.
bém a degradação social desse cidadão. Os resultados colhidos nessas discussões
A ação políica educacional de Reestrutu- esimularam a equipe a elaborar uma versão
ração da Proposta Curricular do Ensino médio atualizada e ampliada da Proposta Curricular
foi consubstanciada nos enfoques educacio- do Ensino Médio, contemplando em um só
nais que ariculam o cenário mundial, bra- documento as orientações que servirão como
sileiro e local, no intuito de releir sobre os referência para as ações educaivas dos prois-
diversos caminhos curriculares percorridos na sionais das quatro Áreas do Conhecimento.
formação do educando da rede Estadual de Foi a parir dessa premissa que se perce-
Ensino Médio. beu a necessidade de releir acerca do Currí-
Dessa forma, a im de assegurar a cons- culo, da organização curricular, dos espaços e
trução democráica e a paricipação dos pro- dos tempos para que, dessa maneira, fossem
fessores da Rede Estadual de Ensino Médio, privilegiados, como destaques:
na Reestruturação do Currículo, a Gerência de

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• o foco no processo de ensino-aprendi- divíduos, do corpo social, da comunidade em


zagem; geral, levando em consideração os conceitos,
• os diferentes ipos de aprendizagem e as representações, os saberes oriundos das
de recursos; vivências dos educandos que concretamente
• o desenvolvimento de competências estão envolvidos, e nas experiências que vi-
cogniivas, operaivas e afeivas; venciam no coidiano.
• a autonomia intelectual; A proposta é que os educandos possam
• a relexão antes, durante e após as posicionar-se de maneira críica, éica, res-
ações. ponsável e construiva nas diferentes situa-
ções sociais, uilizando o conhecimento como
É válido ressaltar que os caminhos dei- instrumento para mediar conlitos e tomar
nidos enquadram-se na perspeciva atual do decisões; e, assim, perceberem-se como
projeto ilosóico educaivo do país que re- agentes transformadores da realidade social
quer a interdisciplinaridade, a transdiscipli- e histórica do país, ideniicando as caracte-
naridade e a transversalidade, na qualidade rísicas estruturais e conjunturais da realida-
de meios de garania de um ensino-aprendi- de social e as interações entre elas, a im de
zagem bem-sucedido. Ou seja, os objetos pri- contribuírem aivamente para a melhoria da
vilegiados nos Componentes Curriculares do qualidade da vida social, insitucional e indi-
Ensino médio deverão ser focados em uma vidual; devem, ainda, conhecer e valorizar a
perspeciva abrangente, na qual eles serão diversidade que caracteriza a sociedade bra-
objetos de estudo do maior número possível sileira, posicionando-se contra quaisquer for-
de Componentes Curriculares. Dessa forma, mas de discriminação baseada em diferenças
entende-se que o educando poderá apreen- culturais, classe social, crença, gênero, orien-
dê-los em toda a sua complexidade. tação sexual, etnia e em outras caracterísi-
É assim que temas como a diferença socio- cas individuais e sociais.
cultural de gênero, de orientação sexual, de Espera-se que esta Proposta seja uma fer-
etnia, de origem e de geração perpassam por ramenta de gestão educacional e pedagógica,
todos os componentes, visando trazer ao de- com ideias e sugestões que possam esimular
bate, nas salas de aula, os valores humanos o raciocínio estratégico-políico e didáico-
e as questões que estabelecem uma relação -educacional, necessário à relexão e ao de-
dialógica entre os diversos campos do co- senvolvimento de ações educaivas coerentes
nhecimento. Nesse senido, foi pensado um com princípios estéicos, políicos e éicos,
Currículo amplo e lexível, que expressasse orientados por competências básicas que esi-
os princípios e as metas do projeto educai- mulem os princípios pedagógicos da idenida-
vo, possibilitando a promoção de debates, a de, diversidade e autonomia, da interdiscipli-
parir da interação entre os sujeitos que com- naridade e da contextualização enquanto es-
põem o referido processo. truturadores do currículo (DCNEM, 2011,11),
Assim, os processos de desenvolvimento e que todo esse movimento chegue às salas
das ações didáico-pedagógicas devem possi- de aula, transformando a ação pedagógica e
bilitar a relexão críica sobre as questões que contribuindo para a excelência da formação
emergem ou que resultem das práicas dos in- dos educandos.

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Para que se chegasse a essa fundamen- gerais, e colegial, com duração de três anos,
tação pedagógica, ilosóica, sociológica da que oferecia os cursos Clássico e Cieníico.
educação, foram concebidas e aperfeiçoadas O cenário políico brasileiro de 1964,
leis de Diretrizes e Bases da Educação Na- que culminou no golpe de Estado, determi-
cional. No contexto legislaivo-educacional, nou novas orientações para a políica edu-
destacam-se as leis nº 4.024/61, 5.692/71 e cacional do país. Foram estabelecidos novos
9.394/96 que insituíram bases legais para a acordos entre o Brasil e os Estados Unidos da
educação brasileira como normas estrutura- América, dentre eles o MEC-Usaid. Constava,
doras da Educação Nacional. no referido acordo, que o Brasil receberia re-
Todavia, o quadro da educação brasileira cursos para implantar uma nova reforma que
nem sempre esteve consolidado, pois antes atendesse aos interesses políicos mundiais,
da formulação e da homologação das leis objeivando vincular o sistema educacional
de Diretrizes e Bases, a educação não era o ao modelo econômico imposto pela políica
foco das políicas públicas nacionais, visto norte-americana para a América laina (ARA-
que não constava como uma das principais NHA, 2010). É no contexto de mudanças sig-
incumbências do Estado garanir escola pú- niicaivas para o país, ocasionadas pela nova
blica aos cidadãos. conjuntura políica mundial, que é promulga-
O acesso ao conhecimento sistemáico, da a nova lDB nº 5.692/71. Essa lei é gerada
oferecido em insituições educacionais, era no contexto de um regime totalitário, portan-
privilégio daqueles que podiam ingressar em to contrário às aspirações democráicas emer-
escolas pariculares, tradicionalmente reli- gentes naquele período.
giosas de linha católica que, buscando seus Nas premissas dessa lei, o ensino prois-
interesses, defendiam o conservadorismo sionalizante do 2.o grau torna-se obrigatório.
educacional, criicando a ideia do Estado em Dessa forma, ele é tecnicista, baseado no
estabelecer um ensino laico. modelo empresarial, o que leva a educação a
Somente com a Consituição de 1946, o adequar-se às exigências da sociedade indus-
Estado voltou a ser agente principal da ação trial e tecnológica. Foi assim que o Brasil se in-
educaiva. A lei Orgânica da Educação Primá- seriu no sistema do capitalismo internacional,
ria, do referido ano, legiimou a obrigação do ganhando, em contraparida, a abertura para
Estado com a educação (BARBOSA, 2008). Em o seu crescimento econômico. A implantação
meio a esse processo, e após inúmeras reivin- generalizada da habilitação proissional trou-
dicações dos pioneiros da Educação Nova e xe, entre seus efeitos, sobretudo para o ensino
dos intensos debates que iveram como pano público, a perda da idenidade que o 2.o grau
de fundo o anteprojeto da lei de diretrizes passará a ter, seja propedêuica para o Ensino
e Bases, é homologada a primeira lDB, nº Superior, seja a de terminalidade proissional
4.024/61, que levou treze anos para se con- (PArECEr CEB 5/2011). A obrigatoriedade do
solidar, entrando em vigor já ultrapassada e ensino proissionalizante tornou-se faculta-
mantendo em sua estrutura a educação de iva com a lei nº 7.044/82 que modiicou os
grau médio: ginasial, com duração de quatro disposiivos que tratam do referido ensino, no
anos, desinada a fundamentos educacionais 2.o grau.

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Pode-se dizer que o avanço educacional do rização dos Proissionais da Educação – Fun-
país estabeleceu-se com a lei de diretrizes e deb, que oferece subsídios a todos os níveis
Bases da Educação nº 9.394/96, que alterou da educação, inclusive ao Ensino Médio.
a estrutura do sistema educacional brasileiro Na atual lei de Diretrizes e Bases da Edu-
quando no Titulo ii – Dos Princípios e Fins da cação, o Ensino Médio tem por inalidade pre-
Educação Nacional – Art. 2.o, declara: A edu- parar o educando para a coninuidade dos es-
cação, dever da família e do Estado, inspira- tudos, para o trabalho e para o exercício da ci-
da nos princípios de liberdade e nos ideais de dadania, primando por uma educação escolar
solidariedade humana, tem por inalidade o fundamentada na éica e nos valores de liber-
pleno desenvolvimento do educando, seu pre- dade, jusiça social, pluralidade, solidariedade
paro para o exercício da cidadania e sua qua- e sustentabilidade. As prerrogaivas da lei su-
liicação para o trabalho. pracitada acompanham as grandes mudanças
Essa lei confere legalidade à condição do sociais, sendo, dessa forma, exigido da escola
Ensino médio como parte integrante da Edu- uma postura educacional responsável, capaz
cação Básica, descrevendo, no arigo 35, os de forjar homens, não somente preparados
princípios norteadores desse nível de ensino: para integrar-se socialmente, como também
de promover o bem comum, concreizando a
O Ensino Médio, etapa inal da educação airmação do homem-cidadão.
básica, com duração mínima de três anos, Norteadas pela lei de Diretrizes e Bases
terá como inalidades: i – a consolidação e da Educação, apresentam-se as Diretrizes
o aprofundamento dos conhecimentos ad- Curriculares nacionais para o Ensino médio
quiridos no Ensino Fundamental, possibili- (PArECEr CEB 5/2011), que tem como pres-
tando o prosseguimento de estudos; ii – a supostos e fundamentos: Trabalho, Ciência,
preparação básica para o trabalho e a cida- Tecnologia e Cultura.
dania do educando, para coninuar apren- Quando se pensa em uma deinição para
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar o conceito Trabalho, não se pode deixar de
com lexibilidade a novas condições de ocu- abordar a sua condição ontológica, pois essa é
pação ou aperfeiçoamento posteriores; iii – condição imprescindível para a humanização
o aprimoramento do educando como pes- do homem. É por meio dele que se instaura o
soa humana, incluindo a formação éica e o processo cultural, ou seja, é no momento em
desenvolvimento da autonomia intelectual que o homem age sobre a natureza, transfor-
e do pensamento críico; iV – a compreen- mando-a, que ele se consitui como um ser
são dos fundamentos cieníico-tecnológi- cultural. Portanto, o Trabalho não pode ser
cos dos processos produivos, relacionando desvinculado da Cultura, pois estes se com-
a teoria com a práica, no ensino de cada portam como faces da mesma moeda. Sinte-
disciplina. izando, pode-se dizer que o homem produz
sua realidade, apropria-se dela e a transfor-
Com a incorporação do Ensino Médio à ma, somente porque o Trabalho é uma con-
Educação Básica, entra em vigor, a parir do dição humana/ontológica e a Cultura é o re-
ano de 2007, o Fundo de manutenção e de- sultado da ação que possibilita ao homem ser
senvolvimento da Educação Básica e de Valo- homem.

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Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura surgem como propiciadoras de um novo mun-


consituem um todo que não se pode disso- do, inclusive, determinando o nível de desen-
ciar, isso porque ao se pensar em Trabalho volvimento socioeconômico de um país.
não se pode deixar de trazer ao pensamento Seguindo as orientações das Diretrizes
o resultado que ele promove, ou seja, a pro- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a
dução. imediatamente, compreende-se que a formação integral do educando deve promo-
Tecnologia não é possível sem um pensamen- ver relexões críicas sobre modelos culturais
to elaborado, sistemáico e cumulaivo, daí, perinentes à comunidade em que ele está
pensar-se em Ciência. Para se ter a ideia do inserido, bem como na sociedade como um
que é referido, pode-se recorrer aos primór- todo. Sob essa óica, é de fundamental impor-
dios da humanidade, quando o homem trans- tância haver unicidade entre os quatro pres-
formou uma pedra em uma faca, a im de se supostos educacionais: Trabalho, Ciência,
proteger das feras. Nos dias de hoje, quando a Tecnologia e Cultura que devem estar atrela-
Ciência tornou-se o núcleo fundante das nos- dos entre pensamento e ação e a busca inten-
sas vidas, reirando o homem do seu pedes- cional das convergências entre teoria e prái-
tal, pois foi com o seu triunfo que ele deixou ca na ação humana (PArECEr CEB 5/2011).
de ser o centro do universo, as Tecnologias

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
mATEmÁTiCA E SuA S TECnOlOG iA S; CiÊnCiA S dA nATu rEzA E SuA S TECnOlOG iA S 19

CURRíCULO ESCOLAR: APROxIMAÇÃO COM O COTIDIANO

A discussão sobre o Currículo Básico é O excerto em destaque trata da vinculação


hoje um tema presente nos projetos políi- ou da dependência do Currículo ao contexto
co-pedagógicos das escolas, nas pesquisas, no qual ele está inserido. Nele, as várias re-
nas teorias pedagógicas, na formação inicial lações que se estabelecem socialmente estão
e coninuada dos professores e gestores, e, incluídas, dado que se trata de uma represen-
ainda, nas propostas dos sistemas de ensino, tação social e, por isso, todas as sensações,
tendo no seu centro a especiicidade do co- especulações, conhecimentos e senimentos,
nhecimento escolar, priorizando o papel da para que ele contemple as necessidades dos
escola como insituição social voltada à tare- educandos, são abordadas. Por outro lado,
fa de garanir a todos o acesso aos saberes não se pode desprezar a produção cogniiva,
cieníicos e culturais. resultado do acúmulo de conhecimentos que
Segundo as diretrizes Curriculares nacio- garantem a permanência da humanidade.
nais para o Ensino Médio, em seu arigo 8.°: Conforme diversos autores citados por
Sabini (2007), esses fundamentados no texto
O Currículo é organizado em áreas de co- de Sacristán e de Seed (2003), o Currículo é
nhecimento, a saber: um conjunto de conhecimentos ou de maté-
rias a ser apreendido pelo educando dentro
i – linguagens. de um ciclo-nível educaivo ou modalidade
ii – Matemáica. de ensino; o Currículo é uma experiência re-
iii – Ciências da Natureza. criada nos educandos, por meio da qual po-
iV – Ciências Humanas. dem desenvolver-se; o Currículo é uma tarefa
e habilidade a serem dominadas; o Currículo
§1.° – O currículo deve contemplar as qua- é um programa que proporciona conteúdos e
tro áreas do conhecimento, com tratamen- valores, para que os educandos melhorem a
to metodológico que evidencie a contextu- sociedade, podendo até mesmo reconstruí-la.
alização e a interdisciplinaridade ou outras Para Silva (2004), o Currículo é deinido,
formas de interação e ariculação entre portanto, como lugar, espaço, território, rela-
diferentes campos de saberes especíicos. ção de poder. Como sabemos, ele também é
o retrato da nossa vida, tornando-se um do-
§2.° – A organização por área de conheci- cumento de idenidade em termos de apren-
mento não dilui nem exclui Componentes dizagem e construção da subjeividade. isso
Curriculares com especiicidades e sabe- serve para mostrar a importância que o Currí-
res próprios construídos e sistemaizados, culo pode tomar nas nossas vidas.
mas implica no fortalecimento das relações Considerando a história do Currículo es-
entre eles e a sua contextualização para colar, remetemo-nos ao momento em que se
apreensão e intervenção na realidade, re- iniciam as relexões sobre o ensino ou quan-
querendo planejamento e execução conju- do ele é considerado como uma ferramenta
gados e cooperaivos dos seus professores. pedagógica da sociedade industrial. Assim,

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DO ENSINO MÉDIO
20 mATEmÁTiCA E SuA S TECnOlOG iA S; CiÊnCiA S dA nATu rEzA E SuA S TECnOlOG iA S

parindo do contexto social, o Currículo se faz teoria única, mas um conjunto de teorias e
presente em formas de organização da socie- saberes, ou seja, o Currículo, desatrelado do
dade. Dessa forma, podemos compreendê-lo aspecto de simples listagem de conteúdos,
como produto de um processo de conlitos passa a ser um processo consituído por um
culturais dos diferentes grupos de professores encontro cultural, de saberes, de conheci-
que o elaboram (lOPES, 2006). lopes com- mentos escolares na práica da sala de aula,
preende, ainda, que é necessário conhecer local de interação professor e educando.
as várias formas de conceituação de Currículo Nesse senido, cabe àqueles que condu-
que são elaboradas para nortear o trabalho zem os desinos do País, e, especiicamente,
dos professores em sala de aula. Para lopes aos que gerem os desinos da Educação no
(idem), o Currículo é elaborado em cada esco- Amazonas encontrar o melhor caminho para
la, com a presença intelectual, cultural, emo- o norteamento do que é necessário, conside-
cional, social e a memória de seus paricipan- rando a realidade local, a realidade regional
tes. É na coidianidade, formada por múliplas e a nacional. E, ainda, sem deixar de conside-
redes de subjeividade, que cada um de nós rar os professores, os gestores, os educandos,
forja nossas histórias de educandos e de pro- os pais e a comunidade em geral. Não basta,
fessores. apenas, a fundamentação teórica bem alicer-
Considerando a complexidade da história çada, mas o seu entendimento e a sua aplica-
do Currículo, não é possível conceber uma ção à realidade.

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UM CONHECIMENTO FUNDADO SOBRE COMPETêNCIAS


E HABILIDADES

A Secretaria de Estado de Educação e Qua- conhecimentos adquiridos em sala de aula e


lidade do Ensino, com base nas Diretrizes Cur- fora dela, o que necessariamente implica um
riculares do Ensino Médio, reitera em sua Pro- trabalho interdisciplinar.
posta Curricular os seguintes pressupostos: Ao falarmos em interdisciplinaridade no
formação integral dos educandos; o trabalho ensino, é preciso considerar a contribuição
e a pesquisa como princípio educaivo e peda- dos PCN. Um olhar mais atento a esse docu-
gógico; a indissociabilidade entre educação e mento revela-nos a opção por uma concep-
práica social, considerando-se a historicidade ção instrumental de interdisciplinaridade:
dos conhecimentos e dos sujeitos do processo
educaivo, bem como entre teoria e práica no Na perspeciva escolar, a interdisciplinari-
processo de ensino-aprendizagem; a integra- dade não tem a pretensão de criar novas
ção de conhecimentos gerais e, quando for o disciplinas ou saberes, mas de uilizar os
caso, de conhecimentos técnico-proissionais. conhecimentos de várias disciplinas para
Os pressupostos garanidos implicam a resolver um problema concreto ou compre-
responsabilidade dos atores perante o pro- ender um fenômeno sob diferentes pontos
cesso educaivo na busca constante dos me- de vista. Em suma, a interdisciplinaridade
canismos que o transformem em ação efeiva. tem uma função instrumental. Trata-se de
Esses mecanismos dizem respeito ao porquê recorrer a um saber úil e uilizável para
e como trabalhar determinados conhecimen- responder às questões e aos problemas
tos de forma a aingir a formação integral do sociais contemporâneos (BRASil, 2002, p.
cidadão, vivenciando, assim, a dimensão so- 34-36).
ciopolíica da educação, o que deine o Cur-
rículo como ferramenta de construção social. Nos PCN+ (2002), o conceito de interdis-
Nesse senido, esta Proposta sugere o Ensino ciplinaridade ica mais claro. Neles é destaca-
fundado em Competências e a não fragmen- do que um trabalho interdisciplinar, antes de
tação dos conhecimentos em disciplinas iso- garanir associação temáica entre diferentes
ladas, o que exige uma postura interdiscipli- disciplinas – ação possível, mas não impres-
nar do professor. Os Parâmetros Curriculares cindível – deve buscar unidade em termos de
nacionais do Ensino médio (PCn +) orientam práica docente, independentemente dos te-
a organização pedagógica da escola em tor- mas/assuntos tratados em cada disciplina iso-
no de três princípios orientadores, a saber: a ladamente. Essa práica docente comum está
Contextualização, a interdisciplinaridade, as centrada no trabalho permanentemente vol-
Competências e Habilidades. tado para o desenvolvimento de Competên-
Para melhor compreender os pressupos- cias e de Habilidades, apoiado na associação
tos, apresenta-se a deinição: contextualizar ensino-pesquisa e no trabalho expresso em
signiica localizar um conhecimento determi- diferentes linguagens, que comportem diver-
nado no mundo, relacionando-o aos demais sidades de interpretação sobre os temas/as-

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suntos abordados em sala de aula. Portanto, Os caminhos na busca da interdisciplina-


são esses elementos que dão unidade ao de- ridade devem ser percorridos pela equipe
senvolvimento dos diferentes Componentes docente de cada unidade escolar. O ponto de
Curriculares, e não a associação dos mesmos parida é determinado pelos problemas esco-
em torno de temas supostamente comuns a lares comparilhados pelos professores e por
todos eles. sua experiência pedagógica. O desino é de-
Esta proposta é expressiva porque ela terminado pelos objeivos educacionais, ou
promove a mobilização da comunidade es- melhor, pelo projeto políico pedagógico da
colar em torno de objeivos educacionais escola. A interdisciplinaridade, nesse senido,
mais amplos, que estão acima de quaisquer assume como elemento ou eixo de integração
conteúdos, porém sem descaracterizar os a práica docente comum voltada para o de-
Componentes Curriculares ou romper com senvolvimento de Competências e Habilida-
os mesmos. Sua práica na escola cria, acima des comuns nos educandos.
de tudo, a possibilidade do “encontro”, da No que diz respeito à Competência, cabe
“parilha”, da cooperação e do diálogo e, por dizer que numa sociedade em que o conhe-
isso, traz-se nesta proposta a perspeciva da cimento transformou-se no principal fator
interdisciplinaridade como ação conjunta dos de produção, um dos conceitos que transita
professores. entre o universo da economia e da educação
ivani Fazenda (1994, p. 82) fortalece essa é o termo “competência”. A ideia de compe-
ideia, quando fala das aitudes de um “profes- tência surge na economia como a capacidade
sor interdisciplinar”: de transformar uma tecnologia conhecida em
um produto atraente para os consumidores.
Entendemos por aitude interdisciplinar No contexto educacional, o conceito de com-
uma aitude diante de alternaivas para petência é mais abrangente. No documento
conhecer mais e melhor; aitude de espera básico do Enem, as competências são associa-
ante os atos consumados, aitude de reci- das às modalidades estruturais da inteligên-
procidade que impele à troca, que impele cia ou às ações e às operações que uilizamos
ao diálogo – ao diálogo com pares idêni- para estabelecer relações com e entre obje-
cos, com pares anônimos ou consigo mes- tos, situações, fenômenos e pessoas.
mo – aitude de humildade diante da limi- Para entendermos o que se pretende, é
tação do próprio saber, aitude de perple- necessário dizer que o ensino fundado em
xidade ante a possibilidade de desvendar Competências tem as suas bases nos vários
novos saberes, aitude de desaio – desaio documentos elaborados, a parir das discus-
perante o novo, desaio em redimensio- sões mundiais e nacionais sobre educação,
nar o velho – aitude de envolvimento e dentre eles a Conferência mundial de Edu-
compromeimento com os projetos e com cação Para Todos, realizada na Tailândia, em
as pessoas neles envolvidas, aitude, pois, 1990, os “Pilares da Educação para o Século
de compromisso em construir sempre, da XXi”1: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a
melhor forma possível, aitude de respon-
sabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de 1 Relatório para a Unesco da Comissão internacional sobre
revelação, de encontro, de vida. Educação para o Século XXi, coordenada por Jacques
Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no
Brasil, com o ítulo Educação: Um Tesouro a Descobrir (São
Paulo: Cortez Editora, Unesco, MEC, 1999).
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ser; e nas diretrizes Curriculares nacionais – • localizar, acessar e usar melhor a infor-
Parâmetros Curriculares Nacionais. Todos es- mação acumulada;
ses documentos enfaizam a necessidade de • Planejar, trabalhar e decidir em grupo.
centrar o ensino e a aprendizagem no desen-
volvimento de Competências e de Habilidades Concebe-se que uma pessoa é competen-
por parte do educando, em lugar de centrá-lo, te quando tem os recursos para realizar bem
apenas, no conteúdo conceitual. uma determinada tarefa, ou seja, para resol-
Como se pode comprovar, tanto o Ensino ver uma situação complexa. O sujeito está ca-
Fundamental quanto o Ensino Médio têm tra- pacitado para tal quando tem disponíveis os
dição conteudista. Na hora de falar de Com- recursos necessários para serem mobilizados,
petência mais ampla, carrega-se no conteúdo. com vistas a resolver os desaios na hora em
não estamos conseguindo separar a ideia de que eles se apresentam. Nesse senido, educar
Competência da ideia de Conteúdos, porque a para Competências é, então, ajudar o sujeito
escola traz para os educandos respostas para a adquirir as condições e/ou recursos que de-
perguntas que eles não izeram: o resultado é verão ser mobilizados para resolver situações
o desinteresse. As perguntas são mais impor- complexas. Assim, educar alguém para ser um
tantes do que as respostas, por isso o enfo- pianista competente é criar as condições para
que das Diretrizes/Parâmetros nos conteúdos que ele adquira os conhecimentos, as habili-
conceituais, aitudinais e procedimentais, o dades, as linguagens, os valores culturais e os
que converge para a efeivação dos pilares da emocionais relacionados à aividade especíica
Educação para o século XXi. Todavia, é hora de tocar piano muito bem (MORETTO, 2002).
de fazer e de construir perspecivas novas. As- Os termos Competências e Habilidades,
sim, todos nós somos chamados a releir e a por vezes, se confundem; porém ica mais fá-
entender o que é um ensino que tem como cil compreendê-los se a Competência for vista
uma das suas bases as Competências e Habi- como consituída de várias Habilidades. Mas
lidades. uma Habilidade não “pertence” a determina-
O ministério da Educação determina as da Competência, uma vez que a mesma Ha-
competências essenciais a serem desenvolvi- bilidade pode contribuir para Competências
das pelos educandos do Ensino Fundamental diferentes. É a práica de certas Habilidades
e Médio: que forma a Competência. A Competência é
algo construído e pressupõe a ação intencio-
• Dominar leitura/escrita e outras lingua- nal do professor.
gens; Para inalizar, convém dizer que esta Pro-
• Fazer cálculos e resolver problemas; posta caminha lado a lado com as necessida-
• Analisar, sinteizar e interpretar dados, des educacionais/sociais/econômicas/ilosói-
fatos, situações; cas e políicas do país, que não deixam de ser
• Compreender o seu entorno social e as do mundo global. Assim sendo, é interesse
atuar sobre ele; dos educadores preparar a juventude amazo-
• Receber criicamente os meios de co- nense para enfrentar os desaios que se apre-
municação; sentam no século XXi, daí ao conhecimento
fundado em Competências e Habilidades.

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ÁREAS DE CONHECIMENTO: A INTEGRAÇÃO DOS SABERES

A Proposta Curricular do Ensino médio totalidade. Uma perspeciva, como se pode


compreende as quatro Áreas de Conhecimen- ver, dos novos tempos.
to, constantes da base nacional comum dos Em Matemáica e suas Tecnologias abor-
currículos das escolas de Ensino médio e es- daram-se conhecimentos que destacassem
tabelece, como fundamento pedagógico, con- aspectos do real, cabendo ao educando com-
teúdos os quais devem ser inclusos, fundados preender os princípios cieníicos nas tecno-
sobre Competências, previamente analisados, logias, associando-os aos problemas que se
reagrupados e organizados em conformidade busca resolver de modo contextualizado. E,
com as necessidades dos envolvidos: educan- ainda, trazendo a Matemáica para a concre-
dos, professores, gestores, todos os proissio- tude do educando. Com isso, quer-se dizer
nais do processo educaivo. que a Matemáica abandona o espaço abs-
A organização nas quatro Áreas de Conhe- trato, apenas aingível pelo pensamento, para
cimento tem por base comparilhar o objeto explicar a realidade do educando, por meio
de estudo, considerando as condições para das situações-problema em que se situam o
que a práica escolar seja desenvolvida em homem concreto, real, em um universo ma-
uma perspeciva interdisciplinar, visando à terial, espiritual, emocional. Podendo-se até
transdisciplinaridade. mesmo dizer que a proposta de Matemáica
Em Linguagens, Códigos e suas Tecnolo- é feita com as nossas emoções, com as nos-
gias, elencaram-se Competências e Habili- sas paixões, discuindo-se esse conhecimento
dades que permitam ao educando adquirir na sua região de saber, problemaizando-se o
domínio das linguagens como instrumentos próprio império da razão.
de comunicação, em uma dinamicidade, e si- Em Ciências da Natureza e suas Tecnolo-
tuada no espaço e no tempo, considerando as gias, consideraram-se conhecimentos que
relações com as práicas sociais e produivas, contemplem a invesigação cieníica e tecno-
no intuito de inserir o educando em um mun- lógica, como aividades insitucionalizadas de
do letrado e simbólico. Como se sabe, a lin- produção de conhecimento. Mais uma vez,
guagem é instauradora do homem. Sem ela, entende-se que o conhecimento não pode
ele não existe, pois somente assim, quando se mais ser concebido de forma comparimen-
considera que o homem fala, é que se diz que tada, como se cada uma das suas esferas fos-
ele existe, pois é a linguagem que o disingue se de direito e de posse de cada um. Assim,
dos demais animais. Nesse senido, a lingua- vislumbram-se, sobretudo, a interdisciplina-
gem é ampla, explicitada pela fala, pelo corpo, ridade e a transdisciplinaridade. O momento
pelo gesto, pelas línguas. Aqui, discute-se as em que se constrói um novo conhecimento
Áreas de Conhecimento, superando-se o com- é privilegiado, pois ele retorna a um estágio
parimento das disciplinas, porque somente inaugural, no qual o saber não se compari-
agora o homem se compreendeu como um menta, mas busca a amplitude, visando com-
ser que poderá ser visto e reconhecido na sua preender o objeto de forma ampla, conside-

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rando sua complexidade. Por isso, a Física, Para o Ensino médio do Estado do Amazo-
por exemplo, pode ser expressa em forma de nas, pensou-se em organizar os Componentes
poema, e a Biologia, que trata da vida dos se- Curriculares fundamentados nas diretrizes nor-
res, pode ser expressa em forma de música. teadoras desse nível de ensino, sem desconsi-
Somente assim o homem poderá falar de um derar as questões de cunho ilosóico, psicoló-
homem mais humano, em uma perspeciva gico, por exemplo, que as mesmas implicam,
total, integradora. expressas pelo Ministério da Educação, consi-
Em Ciências Humanas e suas Tecnologias, derando a autonomia das insituições escola-
em que se encontra também a Filosoia, con- res e a aprendizagem dos educandos de modo
templam-se consciências críicas e criaivas, efeivo. Os conteúdos apresentam-se por meio
com condições de responder de modo ade- de temas, os quais comportam uma bagagem
quado a problemas atuais e a situações novas, de assuntos a serem trabalhados pelos profes-
destacando-se a extensão da cidadania, o uso sores, conforme as especiicidades necessárias
e a produção histórica dos direitos e deveres para cada nível de ensino. As Competências e
do cidadão e, ainda, considerando o outro em Habilidades expressam o trabalho a ser pro-
cada decisão e aitude. O importante é que o posto pelo professor quanto ao que é funda-
educando compreenda a sociedade em que mental para a promoção de um educando mais
vive, como construção humana, entendida preparado para atuar na sociedade. E os pro-
como um processo conínuo. Não poderia dei- cedimentos metodológicos, como sugestões,
xar de ser mais problemáica a área de Ciên- auxiliam o professor nas aividades a serem
cias Humanas, pois ela trata do homem. Ten- experienciadas pelos educandos, ressaltando-
do o homem como seu objeto, ela traz para -se que se trata de um encaminhamento que
si muitos problemas, pois pergunta-se: Quem norteará a elaboração de um Planejamento
é o homem? Quem é este ser tão complexo Estratégico Escolar.
e enigmáico? Estas são questões propostas Ressalta-se, também, que foram acrescen-
pela própria Área de Conhecimento de Ciên- tadas alternaivas metodológicas para o ensi-
cias Humanas. Todavia, ela existe porque o ho- no dos Componentes Curriculares constantes
mem existe e é por isso que ela exige a forma- do Ensino Médio, no intuito de concreizar
ção e a atenção de proissionais competentes. esta Proposta, além de propiciar ao profes-
Considerando-se toda a problemáica que a sor ferramentas com as quais poderá contar
envolve é que a atenção sobre a mesma é re- como um recurso a mais no encaminhamento
dobrada e que os cuidados são mais exigidos. de seu trabalho em sala de aula.

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AS ÁREAS DE CONHECIMENTO OU MACROÁREAS

A Proposta Curricular para o Ensino mé- sando a Transdisciplinaridade e outros meios


dio, que vem a público, fundamenta-se nos de compreensão; a Contextualização, quan-
referenciais indicados pelo mEC e no esforço do se pretende o conhecimento como meio
empreendido pelo governo brasileiro com o de oferecer soluções para problemas que se
intuito de transformar o sistema educacional apresentam em situações do coidiano; a lo-
vigente. As demandas de um mundo em cons- calização, quando se pretende que o educan-
tante transformação solicitam novos parâme- do, em primeiro lugar, conheça o seu lugar, a
tros de leitura e de interpretação da realidade sua paisagem com todos os seus componentes
e do homem, principalmente considerando os para, a seguir, elaborar formas mais complexas
universos da mídia e dos avanços tecnológicos. de aprendizagens.
Nesse contexto, faz-se necessário que os fun- O conhecimento situado em Áreas de Co-
damentos ilosóicos, sociológicos, políicos, nhecimento visa superar a comparimentaliza-
metodológicos da educação sejam reestrutu- ção. Hoje, é necessário e veemente o desejo
rados ou que sejam criados novos. No que diz de conhecer; todavia, é consensual o enten-
respeito ao processo de construção do conhe- dimento de que os instrumentos devem ser
cimento e de humanização, é consenso que o outros, porque a realidade sofreu mudanças e
educando não pode mais nem ser visto e nem os métodos conhecidos já não são suicientes
ser tratado como um receptáculo de informa- para desvendá-la. Assim, o novo projeto edu-
ções, pois, se essa é a práica, estaremos for- cacional da Secretaria de Estado de Educação
jando, apenas, caricaturas de homens, quando e Qualidade do Ensino (Seduc) para o Ensino
o objeivo é preparar homens-cidadãos ca- médio apresenta a seguinte composição cur-
pazes de enfrentar os desaios que emergem ricular: 1) linguagens, Códigos e suas Tecno-
com o século. logias, com os Componentes Curriculares:
A equipe responsável pela elaboração des- língua Portuguesa, língua inglesa, língua Es-
ta Proposta manteve o diálogo constante com panhola, Arte e Educação Física; 2) Matemá-
a ilosoia e com o material disponibilizado ica e suas Tecnologias, cujo componente é
pelo governo, adotando, por exemplo, o mo- Matemáica; 3) Ciências da Natureza e suas
delo que traz a divisão por Áreas de Conhe- Tecnologias, com os componentes: Química,
cimento. Ao fazer essa opção, foi necessário Física e Biologia; 4) Ciências Humanas e suas
que a Proposta Curricular para o Ensino Médio Tecnologias, com os componentes: Filosoia,
vigente fosse reestruturada. É assim que se Sociologia, História e Geograia.
apresenta, como seus fundamentos, além da Esta Proposta Curricular abriga não somen-
já mencionada divisão por Áreas de Conheci- te objetos de conhecimento, mas, sobretudo,
mento, a aquisição de Competências básicas e uma compreensão críica do homem e da re-
o desenvolvimento de Habilidades para a re- alidade. Assim, que ela seja não somente um
ferida aquisição; a interdisciplinaridade, que instrumento de trabalho, mas que seja prin-
é a forma pela qual se estabelece o diálogo e cipalmente um instrumento para a relexão e
se constrói o conhecimento nos dias atuais, vi- para a construção de um mundo melhor.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 29

PROPOSTA CURRICULAR DE
MATEMÁTICA PARA O
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 31

O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 33

1.1 A Matemáica no Ensino Médio cieníico, mostrando que a verdade cieníi-


ca e educacional de hoje pode não valer mais
A Matemáica, por sua universalidade, amanhã.
ocupa uma posição singular no cenário cien- Para lück (2001), a ideia de superação
íico e social, pois, possivelmente, não existe da comparimentalização do ensino não é
nenhuma aividade da vida contemporânea, nova, pois a concepção de currículo, propos-
da música à informáica, do comércio à mete- ta no inal do século passado já indicava uma
orologia, da medicina à cartograia, das enge- preocupação com a redução e procurava ofe-
nharias às comunicações, em que a Matemá- recer o instrumental conceitual necessário
ica não compareça de maneira insubsituível ao estabelecimento da unidade do ensino. A
para codiicar, ordenar, quaniicar e interpre- lei nº 5.692/71, que propunha a integração
tar as mais diversas variáveis (BRASil, 1999). verical e horizontal das disciplinas, procurou
A Matemáica, seja tanto em linguagem orientar a superação dessa fragmentação. in-
ou quanto ciência, sempre esteve presente felizmente, essa conexão entre as áreas do co-
na evolução cieníica. Para alguns, ela é uma nhecimento ainda não é um fato no ambiente
linguagem uilizada para formular as leis da escolar.
natureza; para outros, uma ciência geral que A aprendizagem da Matemáica, de modo
contém os primeiros rudimentos da razão hu- contextualizado, integrado e relacionado a
mana e alarga sua ação até fazer brotar ver- outros conhecimentos, traz em si o desenvol-
dades de qualquer assunto. Airma-se segu- vimento de competências e de habilidades
ramente que a Matemáica vai além do seu que são essencialmente formadoras, à medi-
caráter instrumental, posicionando-se como da que instrumentalizam e estruturam o pen-
uma ciência invesigaiva, com linguagem pró- samento do educando. O ato de aprender, de
pria e com papel integrador importante, junto maneira interdisciplinar, capacita o educando
às demais ciências.
Vive-se a era da globalização e as nações
estão interligadas por fatores econômicos,
ambientais etc. Nesse contexto pós-moderno,
O ato de aprender, de maneira
surge o pensamento complexo que relete interdisciplinar, capacita o
sobre as questões atuais e busca um maior educando para: compreender
debate sobre Ciência, Sociedade e Educação. e interpretar situações;
No campo pedagógico, faz-se necessária uma apropriar-se de linguagens
relexão: como a Educação tem procurado especíicas; argumentar,
agir em busca de uma adaptação e transfor-
analisar e avaliar, irando
mação desse fato que é incontestável? Pensar
a complexidade no ensino é releir sobre a in-
conclusões próprias, tomando
tegração das disciplinas, é compreender que a decisões e generalizando o
Física precisa da Matemáica que por sua vez conhecimento matemáico
está ligada à Química e interligada à Biologia para outras ações necessárias
etc. O pensamento complexo contempla a à sua formação.
fragmentação e a incerteza do conhecimento

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
34 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

para: compreender e interpretar situações; seja, as ações e operações mentais de cará-


apropriar-se de linguagens especíicas; argu- ter cogniivo, socioafeivo ou psicomotor que,
mentar, analisar e avaliar, irando conclusões mobilizadas e associadas a saberes teóricos
próprias, tomando decisões e generalizando o ou experimentais, geram habilidades, ou seja,
conhecimento matemáico para outras ações um saber fazer. Já para Perrenoud, representa
necessárias à sua formação. uma capacidade de agir eicazmente em um
Sobre competências, destaca-se o pen- determinado ipo de situação, apoiada em co-
samento de alguns teóricos ressaltados por nhecimentos, mas sem limitar-se a eles.
Nuñez & Ramalho (2004): Parada caracteriza Para o desenvolvimento de competências
competência como o domínio de processos e habilidades, inúmeros autores defendem
e métodos para aprender na práica, da ex- o uso de situações-problema como um meio
periência e na intersubjeividade; Coulona para a aprendizagem da Matemáica. Vale
deine como um conjunto de conhecimen- ressaltar que não se trata de problemas que
tos práicos socialmente estabelecidos que exigem o simples exercício da repeição e do
são uilizados, no momento oportuno, para automaismo. É preciso buscar problemas
mostrar que os possuímos. Na perspeciva de que permitam mais de uma solução, que va-
Berger, consituem os esquemas mentais, ou lorizem a criaividade e admitam estratégias
pessoais de pesquisa, pois, segundo Zunino
(1995), um bom problema torna possível a
construção do conhecimento matemáico,
• Na resolução de problemas, o estabelecendo relações que ainda não se ha-
viam estabelecido.
foco da atenção dos educandos
Segundo Onuchic e Allevato (2004), há al-
é sobre ideias e sobre o dar gumas razões para o uso de problemas nas
senido; aulas de Matemáica. São elas:
• A resolução de problemas
desenvolve o “poder • Na resolução de problemas, o foco da
matemáico” (raciocínio, atenção dos educandos é sobre ideias
demonstração, comunicação, e sobre o dar senido;
• A resolução de problemas desenvolve
conexões e representações);
o “poder matemáico” (raciocínio, de-
• A resolução de problemas monstração, comunicação, conexões e
desenvolve a crença de que representações);
os educandos são capazes de • A resolução de problemas desenvol-
fazer matemáica e de que ve a crença de que os educandos são
matemáica faz senido; capazes de fazer Matemáica e de que
• A resolução de problemas Matemáica faz senido;
• A resolução de problemas provê dados
provê dados para uma
para uma avaliação conínua.
avaliação conínua.

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DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 35

Essa valorização do uso pedagógico de si- Uma teoria de cunho construivista que
tuações-problema fundamenta-se no pressu- provocou grandes mudanças, no que diz res-
posto de que seja possível o educando senir- peito ao processo de ensino e aprendizagem,
se moivado pela busca do conhecimento. Se- foi a epistemologia genéica de Jean Piaget,
guindo essa ideia, o trabalho com a resolução que surgiu para estudar a gênese do conhe-
de problemas amplia os valores educaivos do cimento, ou seja, como o sujeito passa de um
saber matemáico e o desenvolvimento des- estado de desenvolvimento para outro mais
sa competência contribui para a formação de desenvolvido. Uma forma de abordagem do
aitudes interdisciplinares de professores e de construivismo piageiano no ensino de Mate-
educandos, para melhor enfrentar os desaios máica é promover situações desequilibrado-
do mundo contemporâneo. ras, pondo o educando em um estado psico-
Na perspeciva de ivani Fazenda (1993), a lógico que contradiz a experiência, visto que,
aitude interdisciplinar não está na junção de para Piaget, a aprendizagem só ocorre quan-
conteúdos, nem na junção de métodos; mui- do há um desequilíbrio ou conlito cogniivo.
to menos na junção de disciplinas, nem na
criação de novos conteúdos produto dessas
junções. A ação interdisciplinar está conida
nas pessoas que pensam o projeto educai-
vo; devendo, portanto, ser absorvida pelos É fato que o trabalho
professores e não imposta a eles, conforme interdisciplinar possibilita
defende lück (2001). É fato que o trabalho in-
a saída do educador do
terdisciplinar possibilita a saída do educador
do isolamento e o põe no trabalho em con-
isolamento e o põe no trabalho
junto. O pensamento interdisciplinar pressu- em conjunto. O pensamento
põe uma nova consciência da realidade, um interdisciplinar pressupõe uma
novo modo de pensar, que resulta na integra- nova consciência da realidade,
ção entre diferentes áreas do conhecimento, um novo modo de pensar,
visando à resolução de problemas de modo que resulta na integração
global e abrangente.
entre diferentes áreas do
Outra relexão que deve fazer parte da
práica docente diz respeito à construção do
conhecimento, visando à
conhecimento matemáico, ou seja, como o resolução de problemas de
sujeito aprende e como favorecer tal apren- modo global e abrangente.
dizagem. O construivismo carrega em si a
concepção de que o homem não é um mero
produto do ambiente, mas uma construção
da interação aiva do sujeito com o ambien-
te em que vive. O conhecimento, portanto, Outra teoria de cunho construivista é o
não é uma mera cópia da realidade, mas uma sociointeracionismo de Vygotsky, que põe o
construção humana. homem como um ser biológico que se trans-
forma em social, por meio de um processo

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
36 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

de internalização de aividades, comporta- Santos (2005) ressalta o método da PHC,


mentos e signos culturalmente desenvolvi- destacando que essa concepção parte do so-
dos. Aividades em grupos, onde os parceiros cial, ou seja, parte das preocupações colei-
discutem as mesmas ideias e respondem as vas; problemaiza e ideniica os principais
mesmas perguntas, favorecendo o desenvol- problemas postos pela práica social. Esse
vimento da interação social, estão de acordo momento se caracteriza por duas etapas dis-
com a teoria vigotskyana. intas: ideniicar as questões que precisam
Faz-se necessário pensar em uma concep- ser resolvidas no âmbito da práica social e
ção pedagógica que possibilite o diálogo en- que conhecimentos são necessários dominar
tre as ideias citadas anteriormente. A Peda- para que se possa compreender e resolver o
gogia Histórico-Críica (PHC) encaixa-se nesse problema. A instrumentalização surge como
peril, pois, segundo a mesma, os métodos a uma forma de equipar os educandos com os
serem uilizados pelos docentes devem: su- instrumentos teórico-práicos necessários ao
perar os tradicionais, esimular a aividade e equacionamento dos problemas detectados
a iniciaiva dos educandos, favorecer o diálo- na práica social. Pode-se dizer que nesse
momento o educando se apropria das ferra-
mentas culturais necessárias à luta social. A
catarse trata da efeiva incorporação dos ins-
A compreensão e trumentos culturais, transformados agora em
a construção do elementos aivos de transformação social. E,
conhecimento matemáico por im, o retorno à práica social, compreen-
devem possibilitar suas dida agora não mais em termos reducionistas
relações com outras áreas, pelos educandos.
Na PHC, os conteúdos são fundamentais.
visando à formação de um Sem esses conteúdos relevantes e signiica-
sujeito holísico, autônomo ivos, a aprendizagem deixa de exisir, ela se
e preparado para dialogar transforma num arremedo, numa farsa. A i-
e solucionar problemas, nalidade da PHC é transferir conhecimentos
usando conceitos para as classes desfavorecidas em busca do
matemáicos, nas diversas avanço social.
áreas do conhecimento. O ensino de Matemáica atual não está ali-
nhado ao pensamento histórico-críico, pois
tem se efeivado no ambiente escolar de forma
mecanizada, sem uma relexão mais profunda
go dos educandos entre si e com o professor, sobre o papel da Matemáica na sociedade. É
sem esquecer-se da cultura historicamente evidente a necessidade de uma mudança de
acumulada e de levar em conta os interesses rota no modo como essa ciência está sendo
dos educandos, os ritmos de aprendizagem trabalhada na escola. Um importante ques-
e o desenvolvimento psicológico, mas sem ionamento que todo educador deve fazer a si
perder de vista a sistemaização lógica dos co- mesmo é: que ipo de situação didáica pode
nhecimentos, sua ordenação e gradação. favorecer a entrada dos educandos na obra

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 37

Matemáica? A compreensão e a construção e composta é importante para a resolução de


do conhecimento matemáico devem possibi- problemas e para o cálculo de porcentagens.
litar suas relações com outras áreas, visando à O estudo de funções deve destacar os mo-
formação de um sujeito holísico, autônomo e delos linear, quadráico, exponencial e loga-
preparado para dialogar e solucionar proble- rítmico. É recomendado que o educando seja
mas, usando conceitos matemáicos, nas di- apresentado a diferentes modelos associados
versas áreas do conhecimento. a áreas disintas como Física, Biologia, Eco-
nomia e outras. Sempre que possível, os grá-
Os conteúdos de Matemáica icos devem ser traçados a parir de um en-
no Ensino Médio tendimento global da relação de crescimento
ou decrescimento entre variáveis. A ideia de
Situando-se entre as ciências exatas, a crescimento, modelo f(x) = axe decrescimen-
Matemáica consitui um campo de conheci- to f(x) = a/x, destacando que a proporciona-
mento organizado, sistemaizado e que pos- lidade direta e inversa deve ser ressaltada. O
sui um caráter de universalidade que a põe estudo da função quadráica pode ser trata-
como condição essencial para a compreen- do via problemas de aplicação que abordem
são dos fenômenos do mundo e das rela- o ponto de máximo e de mínimo. No estudo
ções lógicas entre os objetos. Portanto, os do logaritmo, deve ser evitado o excesso de
conteúdos trabalhados, bem como sua com- exercícios repeidos e fomentado a aplicação
preensão e contextualização são fundamen- da função logarítmica.
tais na construção do conhecimento mate- Observar se um conjunto de elementos
máico e nas conexões com outras áreas do numéricos, colocados em uma determinada
conhecimento. Alguns comentários serão ordem, representa uma sequência ou simples-
realizados sobre os conteúdos em cada série mente uma sucessão numérica, é importante,
do Ensino Médio, com a inalidade de levar assim como ideniicar quando uma sequên-
os docentes a uma maior relexão sobre os cia é aritméica ou geométrica, aplicando tais
Componentes Curriculares. conhecimentos na resolução de situações-
problema. Para o cálculo da soma dos termos
1ª Série do Ensino Médio de uma progressão aritméica, o episódio his-
tórico em que Gauss calculou a soma dos cem
Os conceitos de razão e proporção, vistos primeiros números naturais 1 + 2 + 3 +...+ 100
no Ensino Fundamental, devem ser retoma- é interessante e importante para a história da
dos dada a importância e alcance social dos Matemáica. O uso de forma interdisciplinar
mesmos; razões especiais como velocidade do conceito de progressão pode ser explora-
média, densidade demográica e escalas são do por meio do modelo do economista inglês
importantes para a conexão entre a matemá- Malthus, desenvolvido para compreender o
ica e áreas como a Física, Geograia, Enge- problema da fome no mundo.
nharia e outras. A divisão em partes direta e O estudo da trigonometria deve iniciar
inversamente proporcionais é uma boa opor- com a compreensão e a construção das rela-
tunidade para a aplicação das propriedades da ções métricas no triângulo retângulo e as leis
proporção. O estudo da regra de três simples do seno e do cosseno. Antes do estudo das

PROPOSTA CURRICULAR
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38 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

funções trigonométricas, faz-se necessário O estudo de probabilidade é recomen-


o estudo do ciclo trigonométrico, dando ên- dado para todos os níveis do Ensino Básico,
fase à representação dos arcos côngruos em em especial para o Ensino Médio. Uma das
graus e radianos. No estudo das funções tri- razões para a execução desse conceito reside
gonométricas seno e cosseno, os educandos na importância das ideias de incerteza e de
devem ter a oportunidade de traçar gráicos e probabilidade, associadas aos fenômenos ale-
perceber que essas funções estão associadas atórios, presentes de forma fundamental nas
a fenômenos periódicos. esferas natural e social.
O estudo da geometria deve possibilitar
2ª Série do Ensino Médio aos educandos o desenvolvimento da capa-
cidade de solucionar problemas práicos do
O trabalho com matrizes será abordado, coidiano, como, por exemplo, orientar-se no
dando ênfase à importância do uso de tabe- espaço, ler mapas, calcular áreas e volumes,
las nos dias atuais, bem como as operações, esimar etc. Reconhecer propriedades de
ressaltando a importância do produto de ma- formas geométricas básicas, saber usar dife-
trizes em vários contextos. O cálculo do deter- rentes unidades de medida. Alguns conceitos
minante foi manido devido à resolução dos estudados no Ensino Fundamental devem ser
sistemas de ordem dois e três. consolidados, como, por exemplo, as ideias
Além da discussão de um sistema, faz-se de congruência, semelhança, teorema de Ta-
necessário discuir as técnicas de resolução les e teorema de Pitágoras. Uma aividade im-
de sistema 2x2, a regra de Sarrus, para siste- portante, envolvendo o cálculo de áreas, diz
mas quadrados e o escalonamento para todos respeito ao cálculo da área do círculo, impor-
os ipos de sistemas, quadrados ou não. No tante para o estudo do cilindro.
estudo dos sistemas, seja de ordem 2 ou 3, é
importante colocar a álgebra sob o olhar da 3ª Série do Ensino Médio
geometria. O educando precisa ideniicar ge-
ometricamente o signiicado de um sistema O trabalho com a geometria analíica deve
com solução única, ininitas e sem solução. permiir a ariculação entre geometria e álge-
A presença do Princípio Fundamental da bra. Para que essa conexão seja signiicaiva,
Contagem (PFC) em várias situações do coi- o professor deve trabalhar duas vias: o enten-
diano mostra a importância desse tema para dimento de iguras geométricas via equações
o ensino de Matemáica. Conceitos como ar- e o entendimento de equações via iguras
ranjo, permutação e combinação são essen- geométricas. É importante que os educandos
ciais para análise e compreensão de situações compreendam o signiicado de uma equação
diversas. A uilização do diagrama de árvore da reta e do círculo. Essas equações devem ser
é importante para clarear a conexão entre deduzidas e não simplesmente apresentadas.
os experimentos e a análise combinatória. O O signiicado e as relações entre os coeicien-
estudo de fatorial deve ser explorado como tes de pares de retas devem ser analisados
ferramenta para a resolução de problemas de pelos educandos. O estudo das cônicas deve
contagem, quando assim for necessário. ser abordado, mostrando sua importância em

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MATE MÁTI CA 39

contextos variados e sem a memorização ex- siivo de Briot-Ruini e as relações de Girard


cessiva de fórmulas. são importantes para a divisão de polinômios
Além da histórica necessidade de amplia- e para o estudo das equações polinomiais.
ção do conjunto dos números reais, a apre- O estudo da estaísica viabiliza a aprendi-
sentação dos números complexos deve possi- zagem de elementos necessários à resolução
bilitar o conhecimento de sua forma algébrica de problemas que necessitam da coleta de
e trigonométrica, além das operações entre dados, organização, representação e apresen-
seus elementos. A forma algébrica deve pro- tação de resultados. Problemas ligados à esta-
porcionar a relação com as coordenadas car- ísica, usualmente, começam com uma ques-
tesianas e a análise da forma trigonométrica tão e culminam com uma resposta via expo-
deve possibilitar a integração com as razões sição de dados que se apoiam em inferências
trigonométricas seno e cosseno. tomadas em uma população amostral. Nesse
Funções polinomiais de grau superior a 2 estudo, vale ressaltar as medidas de posição
podem ilustrar as diiculdades que se apre- (média, moda e mediana) e as medidas de
sentam nos traçados de gráicos, quando não dispersão (variância e desvio padrão).
se conhece os “zeros” da função. Casos em
que a função polinomial se decompõe em um Objeivo Geral do Componente Curricular
produto de funções polinomiais de grau 1 me-
recem ser trabalhados. Esses casos eviden- Compreender a Matemáica como um ob-
ciam a propriedade notável de que, uma vez jeto sociocultural de conhecimento, resultan-
ideniicado que o número c é um dos zeros te da evolução do homem sendo, portanto,
da função polinomial y = P(x), esta pode ser um constructo humano, uma ciência que tem
expressa como o produto do fator (x – c) por forma própria de existência e que cumpre di-
outro polinômio de grau menor, por meio da versas funções sociais; uma linguagem com
divisão de P por (x – c), destacando o teorema termos e representações simbólicas usadas
do resto e teorema de D’Alembert. Também nas várias ciências, possibilitadora da realiza-
é importante ressaltar que se um polinômio ção plena da cidadania, do conhecimento do
P(x) é divisível por (x – c) e por (x – d), então mundo e do domínio da natureza, consideran-
P(x) será divisível por (x – c).(x – d). O dispo- do suas especiicidades e aplicações.

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1.2 Quadro demonstraivo do Componente Curricular

1ª Série

Objeivos especíicos:

• Reconhecer, no contexto social, a presença e diferentes signiicados de razões, pro-


porções e grandezas;
• Uilizar o cálculo de porcentagens para a resolução de problemas diversos;
• ideniicar diferentes ipos de funções em diversos contextos;
• Construir gráicos de funções para a resolução de problemas;
• Relacionar grandezas com modelos algébricos que representem funções, ou não;
• Reconhecer em uma sequência numérica caracterísicas aritméicas ou geométricas;
• Resolver problemas, uilizando o conceito de progressão aritméica e geométrica;
• Uilizar a lei dos senos e dos cossenos e as relações métricas, no triângulo retângulo,
para a resolução de problemas;
• Reconhecer e uilizar medidas de arcos em graus e radianos;
• ideniicar arcos côngruos e suas relações nos demais quadrantes;
• Traçar gráicos das funções seno e cosseno;
• Uilizar o conceito de funções trigonométricas, associadas a fenômenos periódicos;
• Uilizar os conhecimentos adquiridos para resolver situações-problema do coidiano.

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Eixo Temáico: O estudo e as aplicações das funções

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender os conceitos de • Apropriar-se do conceito de razão Conhecimentos numéricos • Usando situações-problema em vários
razão, proporção e grandezas como meio para solucionar problemas contextos;
diretas e inversas, para atuar em contextos variados; • Razão
na realidade e para solucionar • Trabalhando com razões especiais, como
• Proporção velocidade média, densidade demográica
problemas do coidiano; • Uilizar as propriedades da proporção
para a resolução de problemas; • Porcentagem e escalas;
• Construir signiicados para os
números naturais, inteiros, ra- • Regra de três simples e com- • Construindo maquetes ou plantas, usando
• ideniicar grandezas diretas e inversas escalas deinidas;
cionais e reais. posta
1º BiMESTRE

para resolver situações-problema;


• Sequências numéricas (PA e • Usando situações-problema que envol-
• Fazer uso de escalas em representa- PG) vam o conceito de sequências;
ções planas;
• Conhecendo situações da história da ma-
• ideniicar padrões numéricos que ca- temáica.
racterizem progressões;

• Resolver situações-problema, envol-


vendo conhecimentos numéricos.

MATE MÁTI CA
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Eixo Temáico: O estudo e as aplicações das funções
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender e uilizar a • Relacionar o conceito de função, Função • Trabalhando com o jogo: “Você diz, eu digo”;
linguagem algébrica nas ciên- associando-o a exemplos da vida
cias, necessária para expressar coidiana; • linear • Uilizando situações-problema, envolvendo a análise
a relação entre grandezas e de funções e seus gráicos;
modelar situações-problema, • Construir funções a parir das • Quadráica
relações entre grandezas; • Descobrindo funções por meio de seus gráicos e vice-
construindo modelos descrii- -versa;
vos de fenômenos e fazendo • Associar diferentes funções a
conexões dentro e fora da seus gráicos correspondentes; • Uilizando aividades práicas para se descobrir rela-
ções entre grandezas;
2º BiMESTRE

Matemáica.
• ler, interpretando, as diferentes
linguagens e representações, • Usando situações-problema que possam ser resolvidas
envolvendo variações de grande- por função.
zas;
• Uilizar conhecimentos sobre
funções como recurso para a
construção de argumentação.
Eixo Temáico: O estudo e as aplicações das funções
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender e uilizar a lin- • Relacionar o conceito de fun- Função • Trabalhando com o jogo: “Você diz, eu digo”;
guagem algébrica nas ciências, ção, associando-o a exemplos
necessária para expressar a da vida coidiana; • Exponencial • Uilizando situações-problema, envolvendo a análise
relação entre grandezas e mo- de funções e seus gráicos;
• logarítmica
delar situações-problema, cons- • Construir funções a parir das • Uilizando a construção de um gráico, por meio do
3º BiMESTRE

truindo modelos descriivos de relações entre grandezas; jogo: “Torre de Hanói”, para descobrir que ipo de
fenômenos e fazendo conexões função relaciona o número de peças com o número
dentro e fora da Matemáica. • Associar diferentes funções a de movimentos;
seus gráicos correspondentes;
• Descobrindo funções por meio de seus gráicos e
• ler, interpretando, as diferentes vice-versa;
linguagens e representações,
envolvendo variações de gran- • Uilizando aividades práicas para se descobrir rela-
dezas; ções entre grandezas;
• Usando situações-problema que possam ser resolvi-
• Uilizar conhecimentos sobre das por função.
funções como recurso para a
construção de argumentação.

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Eixo Temáico: O estudo e as aplicações das funções

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Reconhecer o conhecimento trigo- • Aplicar os conhecimentos tri- Trigonometria • Construindo um teodolito;


nométrico como meio para realizar gonométricos para o cálculo de
a leitura, representar a realidade e distâncias inacessíveis; • Triângulo retângulo e seus • Medindo alturas diíceis;
agir sobre ela; fundamentos
• Usar as relações trigonométricas • Elencando situações-problema do
em diferentes contextos sociais; • Funções trigonométricas coidiano, para serem resolvidas por meio
da trigonometria;
• Resolver problemas, no coidiano, • Analisar o uso da trigonometria
que envolvam elementos ligados à em diferentes épocas; • Conhecendo a história da matemáica;
4º BiMESTRE

trigonometria. • Resolver problemas relacionados • Construindo gráicos das funções


com funções trigonométricas e periódicas;
que correspondam a fenômenos
periódicos. • Resolvendo problemas.
MATE MÁTI CA 45

2ª Série

Objeivos especíicos:

• Reconhecer matrizes como tabela, uilizada para organizar informações;


• Calcular o determinante de uma matriz quadrada de ordem 2 e 3;
• Resolver sistemas, usando diferentes métodos;
• relacionar a solução de um sistema com a posição de entes geométricos como retas
e planos;
• ideniicar a presença do Princípio Fundamental da Contagem (PFC) em diversas si-
tuações do coidiano;
• Uilizar adequadamente arranjo, permutação e combinação para a resolução de pro-
blemas;
• Reconhecer experimentos aleatórios e equiprováveis;
• Calcular a probabilidade de um evento ocorrer, bem como o produto de probabilida-
des e a probabilidade condicional;
• Reconhecer iguras planas e espaciais, bem como seus elementos;
• Diferenciar congruência e semelhança, assim como aplicá-las em situações diversas;
• Uilizar, de forma adequada, os teoremas de Tales e de Pitágoras;
• Uilizar os conhecimentos adquiridos para resolver situações-problema do coidiano.

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Eixo Temáico: A matemáica e as práicas sociais

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a importân- • Aplicar o produto de matrizes Matrizes e sistemas • Resolvendo situações-problema;


cia das tabelas para a orga- para resolver situações-
• Conceito • Pesquisando sobre aplicações de matrizes;
1º BiMESTRE

nização do pensamento e problema;


para a resolução eiciente • Operações determinantes • Resolvendo situações-problema, usando a criaivi-
de situações-problema; • Calcular o determinante de
uma matriz quadrada; dade;
• Sistemas lineares
• Modelar e resolver proble- • Discuindo e encontrando a solução dos problemas
mas que envolvam repre- • Construir um sistema de
equações a parir de uma apresentados.
sentações algébricas.
situação-problema;
• Uilizar diferentes métodos de
resolução de sistemas.
Eixo Temáico: A matemáica e as práicas sociais

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Uilizar a forma mais adequada de • ideniicar regularidades para Conhecimento de • Resolvendo situações-problema;
organizar números e informações; estabelecer regras e proprie- Probalilidade
dades em processos onde se • Uilizando aividade lúdica (Jogo: “Descubra a
fazem necessários os processos • Análise combinatória: senha”);
de contagem; - PFC • Uilizando aividade social (amigo oculto com
• Reconhecer o caráter aleatório
de fenômenos e eventos naturais, • ideniicar dados e relações anagramas);
- Fatorial
cieníico-tecnológicos ou sociais, envolvidas numa situação-pro- • Uilizando aividades lúdicas desenvolvidas em
compreendendo o signiicado e blema que envolva o raciocínio - Arranjo parceria com os educandos;
a importância da probabilidade combinatório;
- Permutação • Assisindo a um trecho do desenho “Eldorado”;
como meio de prever resultados. • Resolver situações-problema
2º BiMESTRE

que envolvam conhecimentos - Combinação • Conhecendo a história da Matemáica;


de probabilidade; • Probabilidade • inventando jogos matemáicos, a parir dos co-
• Uilizar instrumentos adequa- nhecimentos adquiridos.
dos para determinação de
amostras e cálculos de probabi-
lidade;
• Uilizar conhecimentos de pro-
babilidade como recurso para a
construção de argumentação;
• Quaniicar e fazer previsões em
situações aplicadas a diferentes
áreas do conhecimento e à vida
coidiana que envolvam o pen-
samento probabilísico.

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Eixo Temáico: A matemáica e as práicas sociais

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Uilizar o conhecimento • interpretar a localização e a movimenta- Geometria espacial • Usando aividade lúdica: “Pulando sobre a
geométrico para realizar ção de pessoas/objetos no espaço tridi- métrica I. malha”;
a leitura, representar a mensional e sua representação no espaço
realidade e agir sobre • Posições relaivas: • Desenhando o que vejo;
bidimensional;
ela. • Comparando formas;
• ideniicar caracterísicas de iguras pla- - Ponto e reta
nas ou espaciais; - Ponto e plano • Resolvendo situações-problema;
3º BiMESTRE

• Resolver situações-problema que envol- - distâncias • Uilizando aividade de construção: “Triângu-


vam conhecimentos geométricos de es- lo construtor”.
paço e de forma;
• Uilizar conhecimentos geométricos de
espaço e de forma na seleção de argu-
mentos propostos como solução de pro-
blemas do coidiano;
• interpretar e associar objetos sólidos a
suas diferentes representações;
• Uilizar as propriedades geométricas
relaivas aos conceitos de congruência e
semelhança de iguras.
Eixo Temáico: A matemáica e as práicas sociais
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Uilizar o conhecimento • Resolver situações-problema que Geometria espacial métrica II • Desenhando o que vejo;
geométrico para realizar a envolvam conhecimentos geo-
leitura, representar a realidade métricos de espaço e de forma; • Paralelismo no espaço • Comparando formas;
e agir sobre ela. • Projeção ortogonal • Cortando o cubo;
• Uilizar conhecimentos geométri-
cos de espaço e de forma na se- • Resolvendo situações-problema;
4º BiMESTRE

leção de argumentos propostos


como solução de problemas do • Uilizando aividade de construção: “Triângulo
coidiano; construtor”.
• interpretar e associar objetos só-
lidos a suas diferentes represen-
tações;
• Calcular a área e o volume dos
principais sólidos espaciais;
• Uilizar as propriedades geomé-
tricas relaivas aos conceitos de
congruência e semelhança de i-
guras.

MATE MÁTI CA
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49
50 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

3ª Série

Objeivos especíicos:

• Uilizar as ideias de ponto, de reta, de plano para compreender a realidade;


• Analisar na equação de uma reta o coeiciente angular e linear;
• Calcular as distâncias entre dois pontos, ponto e reta e reta e plano;
• Reconhecer as principais cônicas, bem como suas aplicações;
• ideniicar um número complexo na sua forma algébrica e trigonométrica;
• Fazer cálculos com números complexos;
• Analisar a presença dos números complexos na Matemáica, como necessidade histó-
rica de expansão dos números reais;
• ideniicar um polinômio como produto de dois ou mais polinômios de grau um;
• Fazer uso da divisão polinomial, para descobrir raízes desconhecidas;
• Uilizar as relações entre coeicientes e raízes para resolver equações polinomiais;
• Calcular as medidas de tendência central e de dispersão de um conjunto de dados;
• Uilizar conhecimentos de estaísica para a resolução de situações-problema.

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Eixo Temáico: Situações-problema em matemáica.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Uilizar o conhecimento geomé- • interpretar e fazer uso de Geometria analíica • Resolvendo situações-problema;
trico para realizar a leitura e a modelos para a resolução de
representação da realidade e agir problemas geométricos; • Ponto • Relacionando geometria e álgebra;
sobre a mesma. • Reta • Realizando aividades de construção;
• Reconhecer que uma mesma
situação pode ser tratada por • Plano • Usando desenhos geométricos.
1º BiMESTRE

meio de diferentes instrumen-


tais matemáicos, de acordo • Circunferência
com suas caracterísicas;
• Cônicas
• Associar situações e proble-
mas geométricos a suas cor-
respondentes formas algébri-
cas, representações gráicas e
vice-versa;
• Construir uma visão sistemá-
ica das diferentes linguagens
e campos de estudo da mate-
máica, estabelecendo cone-
xões entre eles.

MATE MÁTI CA
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

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52
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Situações-problema em matemáica.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Construir signiicados para os • Reconhecer, no contexto social, Conjunto dos números • Resolvendo situações-problema;
números complexos. diferentes signiicados e representa- complexos:
ções dos números complexos; • Relacionando geometria e álgebra;
• Forma algébrica
• Resolver situações-problema, envol- • Estudando a história da matemáica.
vendo conhecimentos numéricos; • Trigonométrica
2º BiMESTRE

• Relacionar álgebra, geometria e • Operações


trigonometria para o estudo dos
números complexos.
Eixo Temáico: Situações-problema em matemáica.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender e emiir juízos • ideniicar formas adequadas para des- Estaísica: • Resolvendo situações-problema;
sobre informações estaísicas crever e representar dados numéricos e
de natureza social, econômica, informações de natureza social, econô- • Tabelas • Realizando aividades de pesquisa estaísica;
políica ou cieníica apre- mica, políica, cieníico-tecnológica ou • Gráicos • Tabulando resultados e elaborando gráicos.
sentados em textos, noícias, abstrata;
propagandas, censos, pesqui- • Média
sas e outros meios. • ler e interpretar dados e informações
de caráter estaísico apresentados em • Moda
diferentes linguagens e representações,
• Mediana
3º BiMESTRE

na mídia ou em outros textos e meios


de comunicação; • Variância
• Obter médias e avaliar desvios de • Desvio padrão
conjuntos de dados ou informações de
diferentes naturezas.

MATE MÁTI CA
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

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54
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Situações-problema em matemáica.

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Modelar e resolver proble- • ideniicar representações Polinômios • Resolvendo situações-problema;


mas que envolvem variáveis algébricas que expressem a
socioeconômicas ou técnico- relação entre grandezas; • Teorema do resto • Relacionando geometria e álgebra;
-cieníicas, usando representa- • D’Alembert • Comparando as teorias dos matemáicos
ções algébricas. • interpretar gráico cartesiano
que represente relações entre estudados.
• Disposiivo de Briot-Ruini
grandezas;
• Relações de Girard
• Resolver situações-problema,
4º BiMESTRE

cuja modelagem envolva co- • Equações polinomiais


nhecimentos algébricos;
• Uilizar conhecimentos algébri-
cos/geométricos como recurso
para a construção de argumen-
tação;
• Avaliar propostas de interven-
ção na realidade, uilizando
conhecimentos algébricos.
MATE MÁTI CA 55

a sua condição. Nesta fase, tenta-se perce-


1.3 Alternaivas metodológicas para o ber claramente o que é necessário, ou seja,
ensino de Matemáica trabalhar para o im que se deseja;
2. Conceber um plano, ou seja, tentar,
O ensino de Matemáica, na atualidade, é usando a experiência passada, encontrar
marcado pela baixa quanidade de variações um plano de ação, um método de solução;
metodológicas, onde impera a aula exposiiva 3. Executar o plano, ou seja, é preciso exa-
e a repeição de exercícios descontextualiza- minar e executar os detalhes um a um até
dos e desinteressantes. As relações pedagógi- que tudo ique perfeitamente claro;
cas estabelecidas entre professores, educan- 4. Examinar a solução encontrada, ou seja,
dos e o conhecimento precisam ser revistas, checar o resultado por outros caminhos
caso contrário a construção do conhecimento e efetuar uma revisão críica do trabalho
matemáico coninuará sendo um privilégio realizado.
para poucos. Uma relexão que deve fazer
parte da aividade pedagógica dos docentes Segundo Pais (2008), é preciso buscar pro-
é: qual ipo de situação didáica pode favore- blemas abertos que permitam mais de uma
cer a aprendizagem dos conceitos matemá- solução, que valorizem a autonomia e admi-
icos? Mesmo não sendo fácil essa resposta, tam estratégias variadas de respostas. Essa
serão apresentadas algumas orientações me- valorização do uso pedagógico do problema
todológicas que podem ser usadas pelos pro- fundamenta-se no pressuposto de que seja
fessores de Matemáica, visando melhorar a possível o educando senir-se moivado pela
construção do conhecimento matemáico pe- busca do conhecimento; portanto, o trabalho
los educandos. com a resolução de problemas amplia os va-
O primeiro elemento que será abordado lores educaivos do saber matemáico e o de-
diz respeito ao uso de situações-problema, senvolvimento dessa competência contribui
que tem sido apontado por diversos autores para a capacitação do educando, habilitando-
como uma alternaiva importante para se tra- o para melhor enfrentar os desaios do mun-
balhar conceitos matemáicos. Para Domitê do contemporâneo.
(2003), problema é uma questão que pertur- Outro elemento importante que pode
ba e desaia um possível resolvedor que não favorecer uma maior aproximação com as
tem uma resposta óbvia, pois é na busca da ideias matemáicas é a uilização da história
solução que as ideias matemáicas vão surgin- da Matemáica no contexto escolar. Para Ba-
do e depois sistemaizadas pelo professor. roni et al (2004), a uilização desse instrumen-
Para a resolução de situações-problema, to destaca o valor da Matemáica e mostra a
Rabelo (2002) destaca, a parir de Polya, os amplitude da mesma, fazendo com que os
estágios na resolução de problemas que resu- educandos a vejam como uma matéria que
miremos da seguinte forma: vai muito além dos cálculos, tornando-a mais
humana e mostrando-a como fruto da ação
1. Compreender o problema, isto é: anali- do homem através dos tempos.
sar detalhadamente o enunciado até en- Sempre que possível, a ludicidade deve fa-
contrar, com precisão, quais são os dados e zer parte das aulas de matemáica. Para Gard-

PROPOSTA CURRICULAR
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56 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

ner (1998), não há diferença entre o deleite Competência: Modelar situações que en-
senido por um novato que faz uma jogada ge- volvam relações entre grandezas.
nial e o senido por um matemáico ao resolver Habilidade: Construir uma função a parir
um problema da Matemáica avançada. O que de dados expressos em uma tabela.
falta para muitos professores é coragem de as- O professor solicita aos educandos que
sumir uma postura lúdica, inovadora e criaiva digam um número qualquer e depois de um
diante de uma escola estagnada no tempo. cálculo mental realizado pelo mesmo, ele diz
As aividades de construção são excelen- outro número. Vamos exempliicar a aivida-
tes para que os educandos entrem na obra de com a tabela abaixo:
matemáica de forma natural e prazerosa.
Para exempliicar o que estamos falando, o você diz 5 10 4 2 15 x
professor pode pedir para que os educandos (educando)
construam, em sala, um teodolito, instrumen- Eu digo 12 22 10 6 32 2x + 2
(professor)
to que trabalha com ângulos e razões trigo-
nométricas. Construir uma caixa em forma
de coração para o dia dos namorados ou das Esse é apenas um exemplo, pois existem
mães, também pode ser uma boa oportuni- muitas possibilidades. O ideal é que os edu-
dade para o estudo de conceitos geométricos. candos percebam que o número que o profes-
Na sequência, serão apresentadas aos sor fala está em função do número que eles fa-
professores algumas aividades que são im- laram, e principalmente construir a regra que
portantes para a relexão e ação metodológi- relaciona tais números. Se os educandos ive-
ca. Sabe-se que existem outras metodologias rem diiculdades, o professor pode aumentar
de ensino que não foram elencadas nesta o número de colunas da tabela acima e pedir
Proposta, cabendo aos docentes sua análise que mais educandos paricipem. Essa aivida-
e execução no ambiente escolar. Professor, o de pode ser repeida usando outras relações,
sucesso do processo de ensino e aprendiza- pedindo que, aqueles educandos, que não
gem de matemáica não depende só de sua pariciparam em um primeiro momento, pos-
ação, mas você pode e deve fazer toda dife- sam paricipar posteriormente. Esse momen-
rença na busca por um ensino de qualidade. to pode ser transformado em um jogo, onde
as equipes se enfrentam, tentando descobrir
a relação que existe entre os números falados.
1.3.1 Sugestões de aividades didáico-peda-
gógicas: Sugestão de avaliação:
Professor, para avaliar se os educandos
conseguem construir uma função, a parir de
Série: 1ª uma tabela de valores, você pode construir al-
gumas e pedir que eles preencham a segunda
ATIvIDADE 1: você diz, eu digo. linha da úlima coluna da tabela.
Por exemplo:
Objeivo: Releir sobre o conceito de função.

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MATE MÁTI CA 57

você diz 1 5 3 9 20 x mios, fatoração etc. No inal, eles terão de i-


(educando)
rar conclusões com base em seus resultados.
Eu digo 0 8 4 16 38 O professor, que já deve ter feito a demons-
(professor)
tração antecipadamente, fará a discussão i-
nal e analisará as respostas dadas.
Séries: 1ª e 3ª
Sugestão de avaliação:
ATIvIDADE 2: Álgebra e demonstração Professor, você pode conseguir outras ai-
vidades nas quais os educandos tenham de
Objeivo: Aplicar os conhecimentos algé- usar os conhecimentos algébricos para de-
bricos para assegurar-se de suas airmações. monstrá-las.
Competência: Resolver problemas usando Por exemplo:
recursos algébricos. Demonstrar algebricamente que a soma
Habilidade: Uilizar conhecimentos algé- dos termos de qualquer quadrado com nove
bricos como recurso para a construção de ar- elementos, como, por exemplo, o quadrado
gumentação. marcado no calendário abaixo, é sempre igual
à soma do menor termo do quadrado com
Para essa aividade, o professor poderá oito e depois muliplicado por nove, ou seja,
uilizar uma calculadora. O professor air- no caso abaixo a soma será (9 + 8). 9.
mará para os educandos que o produto de
quatro números consecuivos mais um é dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
sempre um quadrado perfeito.
1 2 3 4 5 6
Exempliicando numericamente:
7 8 9 10 11 12 13
1x 2 x 3 x 4 + 1 = 25, logo =5
2x 3 x 4 x 5 + 1 = 121, 14 15 16 17 18 19 20
portanto = 11 21 22 23 24 25 26 27

Para a veriicação de tal airmação, os 28 29 30 31


educandos poderão uilizar a calculadora
para analisar vários exemplos. Em seguida,
o professor perguntará: será que essa regra Série: 1ª
vale sempre? Como podemos demonstrar
a veracidade ou não de tal airmação? Em ATIvIDADE 3: Modelando uma situação-
seguida, o professor pede que os educan- -problema
dos descubram, usando os conhecimentos
algébricos, se a expressão tem raiz exata. Objeivo: Construir funções, a parir de
problemas reais.
Competência: Modelar problemas, usan-
do recursos algébricos.
Para resolver tal problema, os educandos Habilidade: Construir uma função a parir
terão de uilizar a muliplicação entre polinô- de uma situação-problema.

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58 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

O professor inicia a aula com a seguinte com uma aividade em que vários conceitos
questão: você é um proissional liberal que matemáicos podem surgir. O professor diz
realizou um serviço para receber R$ 1.500,00, que a turma vai aprender a fazer uma caixa na
e terá de emiir uma nota iscal avulsa. Você forma de coração.
sabe que o imposto Sobre Serviço (iSS) é de No primeiro momento, o professor deve
5%, ou seja, do valor emiido na nota, você pedir para os educandos construírem em uma
terá um desconto de 5%. Você quer receber folha de papelão ino dois semicírculos com o
os R$ 1.500,00. Analise a situação e procure: diâmetro nos dois lados consecuivos de um
a) Pensar em um valor que após o descon- quadrado de lado 10 cm e recortar, como na
to de 5% resulte em 1.500,00; igura abaixo.
b) Escrever uma equação algébrica que
modele esse problema;
c) Com base na equação, qual o valor que
você terá de cobrar para receber o valor
desejado?

Sugestão de avaliação:
Professor, que tal elaborar outras situa- Depois que a igura acima esiver pronta, o
ções em que seja necessária a construção de professor propõe as seguintes questões:
uma função, como, por exemplo: a) Quantos cenímetros quadrados de pa-
a) Uma pessoa ganha certa quania de sa- pelão foram uilizados, aproximadamente, na
lário, depois de um aumento de 5 % o seu construção do coração?
salário passará a ser de R$ 1.500,00; b) Se você vai construir a caixa no formato
b) Construa uma função que modele essa de coração com 5 cm de altura e recortar
situação; uma ira de papel-cartão para contornar
c) Resolvendo a equação, qual era o salário toda a igura acima, quantos cenímetros
antes do aumento? de comprimento terá essa ira?
c) Quantos cenímetros quadrados de pa-
Séries: 1ª e 2ª pel-cartão serão gastos nessa ira?
d) Qual o volume da caixa, com a forma de
ATIvIDADE 4: A geometria do coração coração, que você construiu?

Objeivo: Aplicar os conhecimentos sobre Sugestão de avaliação:


espaço e forma na construção de um objeto. Professor, outras caixas podem ser construí-
Competência: Uilizar o conhecimento das, como as da igura abaixo, e as mesmas ques-
geométrico para resolver problemas reais. tões podem ser retomadas de forma avaliaiva.
Habilidade: Resolver situação-problema
que envolva conhecimentos geométricos de
espaço e forma.
Em uma data especial, como o Dia das
Mães, Namorados etc. é possível trabalhar

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 59

Série: 2ª um ponto
para mais ou para menos 2 casas
do que foi esimado
ATIvIDADE 1: Corrida das probabilidades
dois pontos para mais ou
para menos do que foi 1 casa
Objeivo: ideniicar a presença de ideias esimado
probabilísicas em uma aividade lúdica. Três pontos de diferença
Competência: Compreender o caráter pro- para mais ou para menos 0 casa
do que foi esimado
babilísico de determinadas situações.
Habilidade: Uilizar conhecimentos de Exempliicando: imagine que o primeiro
probabilidade como recurso para a constru- jogador diga que a soma obida nos dados
ção de argumentação. será 9. Se o resultado da soma for 9, ele an-
O professor deve pedir para os educandos dará três casas; se o resultado for 8 ou 10, ele
construírem um autódromo, iguais àqueles andará duas casas; se o resultado for 7 ou 11,
que eles brincavam quando criança. A igu- ele andará uma casa; se o resultado for me-
ra abaixo mostra um modelo de autódromo nor que 7 ou maior que 11, ele permanece
que não está completo, pois falta terminar os no mesmo lugar. Com esse jogo, o professor
riscos necessários para formar todas as casas deve levar os educandos a perceberem que,
onde os carros irão icar. no lançamento de dois dados, existem somas
que são mais prováveis que outras e que isso
inluenciará no resultado do jogo, além da
sorte, é claro.

Sugestão de avaliação:
Professor, você pode trabalhar na constru-
ção de um jogo, no qual seja usado três dados,
Cada autódromo possibilita até quatro e quesionar sobre o resultado mais provável
paricipantes. Cada jogador deve ter um carri- para a soma, no lançamento dos três dados.
nho que será movimentado durante o jogo. O Qual o segundo resultado mais provável? E
jogo conta, ainda, com dois dados que serão outras questões podem ser feitas.
jogados pelos paricipantes durante a parida.
Depois de feita a escolha de quem iniciará o Série: 1ª e 2ª
jogo, o paricipante deve esimar um valor
que seja o resultado da soma das faces dos ATIvIDADE 6: Jogo: Torre de Hanói
dados. Nesse caso, podem ocorrer quatro si-
tuações descritas na tabela abaixo: Objeivo: Construir uma função a parir de
uma situação lúdica.
Soma dos resultados Nº de casa que o Competência: Modelar situações, usando
obidos nos dados jogador deve andar o conhecimento algébrico e numérico.
Habilidade: Organizar o pensamento, in-
igual ao esimado 3 casas
vesigando, argumentando e socializando co-
nhecimentos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
60 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

1º passo: O professor deve apresentar o Sugestão de avaliação:


jogo, seu objeivo, suas regras e um pouco de Professor, outras situações podem ser usa-
sua história. das com a inalidade da construção de uma
função, como, por exemplo:
um grupo de amigos resolveu comemorar
o aniversário de um deles, então marcaram de
se encontrar em um bar. lá chegando, obser-
varam que, para uma mesa, são necessárias
quatro cadeiras, juntando duas mesas são ne-
cessárias seis cadeiras. Construindo um grái-
co que relacione o número de mesas com o de
2º passo: pedir que os paricipantes transi- cadeiras, os educandos devem chegar a uma
ram os discos, usando o número mínimo de mo- função. Outras situações podem ser usadas.
vimentos. Pedir que os paricipantes reiniciem o
jogo com um disco, dois discos, três discos e as- Série: 3ª
sim sucessivamente, observando o número de
movimentos necessários para a transposição. ATIvIDADE 1: A construção da área do círculo
3º passo: incenivar os paricipantes a des-
cobrir um padrão entre o número de discos Objeivo: Perceber os elementos presen-
e o número de movimentos. A construção de tes na elaboração das fórmulas do compri-
uma tabela deve ser incenivada. mento da circunferência e na área do círculo.
Para a construção da função, é necessá- Competência: Uilizar a ciência Matemái-
rio observar o padrão numérico disposto na ca para a construção de argumentos.
tabela, em alguns casos, traçar o gráico pro- Habilidade: Construir a noção de compri-
veniente dos pares de números e depois ela- mento da circunferência e da razão entre o
borar a função exponencial. Observe a tabela comprimento da circunferência e o diâmetro.
abaixo, que deve ser incenivada da constru-
ção. A parir da tabela e do gráico traçados, O professor deve pedir que os educandos
o educando deve modelar a situação com a levem para a aula: um compasso, uma régua,
seguinte função: m = 2d – 1. Onde m repre- um pedaço de barbante de 1 m aproximada-
senta o número mínimo de movimentos e d o mente, tesoura, papelão ino e uma calculado-
número de discos. ra. Em sala, o professor pede que os educan-
dos se juntem em grupos. Cada grupo deve
nº de discos nº de movimentos ser numerado e, a parir dos direcionamentos
do professor, construir um círculo com base
1 1
em seu raio (que será fornecido para cada
2 3
grupo) e recortá-lo, medir o seu diâmetro,
3 7 comprimento da circunferência e chegar ao
4 15 valor de π (pi). A tabela abaixo mostra o que
5 31 cada grupo deverá fazer.
6 63

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 61

Comprimento valor Competência: Uilizar o conhecimento


Grupo raio diâmetro da de π
(nº) (C) (d) circunferência (pi) geométrico para argumentar sobre situações
(C) C/d da realidade e agir sobre ela.
1 2cm Habilidade: Aplicar o conhecimento geo-
2 3cm
métrico para a resolução de um problema real.
3 4cm
4 5cm
Situação-problema: imagine que uma in-
5 6cm
dústria pretenda construir uma lata, em for-
. . . . . mato cilíndrico, e que possui a folha de alu-
. . . . . mínio, conforme as dimensões abaixo (sendo
. . . . .
a > b).

Depois que o círculo for construído com o


compasso e recortado, os educandos usarão b
a régua para medir o diâmetro, o barbante
e a régua para medir o comprimento da cir- a
cunferência e a calculadora para calcular o
valor de π (pi), ou seja, a razão entre o com- É necessário que a lata a ser construída
primento C e o diâmetro D. Essa aividade, deva ter o maior volume possível. Como
associada à história da matemáica, deve proceder em relação à folha de alumínio?
favorecer a compreensão da elaboração da Qual das possibilidades, abaixo, produzirá
fórmula para calcular a área do círculo e o uma lata com o maior volume? Ou os dois
comprimento da circunferência, importantes volumes são iguais?
no estudo do cilindro.

Sugestão de avaliação:
2
Professor, essa aividade pode ser usada a
1 b
como uma avaliação. Depois de explicado con-
ceitos como raio, diâmetro e comprimento de
uma circunferência, esse exercício veriicará a
real compreensão dos conceitos. Se todos os Essa aividade será melhor executada
conceitos forem entendidos, os valores na tabe- depois da vivência da aividade 7.
la estarão corretos, incluindo o valor de pi (π). Resolvendo o problema:
no cilindro de altura b, temos C = 2πr
Série: 3ª = a, logo r = . Portanto, a área da base
será Ab = πr2, ou seja, Ab = π( )2. isso
ATIvIDADE 2: O problema na construção implica em Ab = π , resultando em Ab
do cilindro = . Consequentemente, o volume desse
cilindro será v1 =
Objeivo: Aplicar os conhecimentos sobre
cilindros para resolver situações-problema.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
62 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

De maneira análoga, no cilindro de sua capacidade também é maior, tornando o ci-


altura a temos C = 2πr = b, logo r = . lindro 1 mais adequado ao problema proposto.
Portanto, a área da base será Ab = πr , ou
2

seja, Ab = π( )2. isso implica em Ab = π , Sugestão de avaliação:


resultando em Ab = . Consequentemen- Professor, essa situação-problema pode
te, o volume desse cilindro será V2 = . ser usada como avaliação, depois de explica-
dos os conceitos sobre cilindro e sobre a área
Agora que achamos os volumes dos do círculo, além da demonstração algébrica
dois cilindros, devemos comparar e anali- de que se a > b, então: a2b > b2a.
sar. Quem é maior V1 = ou V2 = ? A res-
posta será obida, analisando outra questão. Série: 3ª
Quem é maior ou ?
ATIvIDADE 3: Coordenadas geográicas e
cartesianas
Sendo a e b reais e posiivos
a> b (igura inicial) Objeivo: interligar conhecimentos geo-
a2>ba (muliplicando os dois membros gráicos e matemáicos para a compreensão
por a) do espaço.
a2b> b2a (muliplicando os dois membros Competência: Uilizar o conhecimento
por b) matemáico de forma interdisciplinar.
Habilidade: Relacionar os conhecimentos
Portanto, conclui-se que o cilindro 1 tem o sobre coordenadas cartesianas com as coor-
volume maior que o cilindro 2, isso implica que denadas geográicas.

meridiano de Greenwich (longitudes)

Hemisfério norte (n) Paralelos


0° 30° 60° 90° 120° 150°

A B
• •
Oeste 0° leste

15°
D

30° •
45°
C
60° • linha do
Equador
75° 15° 45° 75° 105° 135°
Hemisfério Sul (S) (latitude)

meridianos

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 63

O globo terrestre, como se pode ver na i- bo, marcamos primeiro a laitude, em graus,
gura apresentada, pode ser dividido por uma para o norte (n) ou para o Sul (S) e depois a
rede de linhas imaginárias que permitem lo- longitude, em graus, para Oeste (W) ou para
calizar qualquer ponto de sua superície. Es- leste (E). logo, um ponto M qualquer de co-
sas linhas determinam dois ipos de medidas: ordenadas M (15° S e 45° W) está na 1ª linha
a laitude e a longitude, que em conjunto são abaixo da linha do Equador e na 3ª linha à es-
chamadas de coordenadas geográicas. querda do Meridiano de Greenwich.
As coordenadas geográicas, segundo Mo- A parir da leitura do texto e construção
reira (2005), funcionam como “endereços” de do esquema acima em papel-madeira, várias
qualquer localidade do planeta. O Equador questões podem surgir, por exemplo:
corresponde ao círculo máximo da esfera, tra- 1. Dê as coordenadas geográicas dos pon-
çado num plano perpendicular ao eixo terres- tos A, B, C e D, acima.
tre, o que determina a divisão do globo em 2. Sabendo que cada 15 º corresponde uma
dois hemisférios: Norte e Sul. A parir da linha hora de diferença no fuso horário (para direita
do Equador, podemos traçar círculos parale- + e para a esquerda -) e supondo que os pontos
los que, à medida que se afastam para o Norte acima representem cidades, responda:
ou para o Sul, diminuem de diâmetro. Esses a) Qual a diferença de horas entre as cida-
círculos, chamados paralelos, são ideniica- des C e B?
dos por sua distância ao Equador, medida em b) Quando na cidade A for 14 h, que horas
graus. Essa distância é a laitude, que pode serão nas outras cidades?
variar de 0° a 90° tanto para Norte quanto
para o Sul. 3. Coloque os pontos na igura acima cor-
Somente uma coordenada não é suicien- respondentes às seguintes coordenadas:
te para localizar um ponto. Para determinar a) E (60° N e 120° W)
a segunda coordenada, a longitude, foram b) F (30° N e 45° E)
traçadas linhas que cruzam os paralelos, per- c) G (45° S e 30° W)
pendicularmente. Essas linhas, que também d) H (15° S e 135° E)
cruzam o Equador, são denominadas meri-
dianos. Como referência, convencionou-se Outras questões podem surgir. Essa aivi-
internacionalmente adotar como meridiano dade será mais signiicaiva se os professores
0° o que passa pelo observatório astronômico de Matemáica e de Geograia se aproxima-
de Greenwich, nas proximidades de londres. rem para uma ação interdisciplinar.
Esse meridiano divide a terra em dois hemis-
férios: Ocidental (a oeste) e Oriental (a leste). Sugestão de avaliação:
Assim, os demais meridianos podem ser iden- Professor, você pode mudar as questões
iicados por sua distância, medida em graus, da aividade, mudando as coordenadas e os
ao meridiano de Greenwich. Essa distância é a pontos na igura. Outras questões que envol-
longitude e varia de 0° a 180° tanto para leste vam esses conceitos podem ser pesquisadas
(E) quanto para oeste (W). Assim, se procurar- em livros de Geograia.
mos, por exemplo, um ponto qualquer no glo-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
64 mATEmÁTiCA E SuA S TECn OlOG iA S

Série: 2ª e 3ª Deco quer criar uma empresa, cujo nome


seja um anagrama com as quatro letras do
ATIvIDADE 10: Amigo oculto com ana- seu nome. O professor deve pedir que os edu-
gramas candos, a parir da palavra Deco, construam
todos os anagramas possíveis e escrevam
Objeivo: Perceber os anagramas como aquele que eles mais gostaram para formar
um caso paricular de arranjo. o nome da empresa. Outras questões podem
Competência: Uilizar o conhecimento ser feitas como, por exemplo: Quantos ana-
combinatório para realizar a leitura e a repre- gramas começam com a letra d?
sentação da realidade.
Habilidade: ideniicar a presença do con- 1.3.2 Sugestões para pesquisa
ceito de arranjo em situações diversas.
Leituras
O professor diz que a turma vai organizar ACHAPUZ Antônio et al. A necessária renova-
um amigo oculto; neste, os nomes originais ção do ensino de ciência. São Paulo: Cortez,
não serão colocados para o sorteio e, sim, ana- 2005.
gramas. No início, o professor não usará o ter-
mo anagrama e diz apenas que cada educando CHEVAllARD, Yves et al. Estudar matemái-
vai trocar as letras do seu nome, a im de dii- cas: o elo perdido entre o ensino e a aprendi-
cultar a descoberta do amigo que lhe irar. A re- zagem. Porto Alegre: Artmed, 2001.
gra tem de ser clara, ele tem de usar todas as
letras do seu primeiro nome. Se o nome for D’AMBRóSiO, Ubiratan. Educação matemá-
pequeno como, por exemplo: Ana, ica a car- ica: da teoria à práica. Campinas: Papirus,
go do professor; o educando pode usar outro 1996 (Coleção Perspecivas em Educação Ma-
sobrenome. Aquele que o amigo oculto não temáica).
descobrir o verdadeiro nome, além do pre-
sente do amigo, ganha um brinde dado pelo DANTE, luiz Roberto. Didáica da resolução
professor. Na aula seguinte, o professor pode de problemas. São Paulo: Áica, 1997.
explorar o conceito de anagrama e de como
ele é usado na elaboração de nome de em- EVES, H. Introdução à história da matemái-
presas, na atualidade, por exemplo: Ailiram, ca. Tradução de Hygino H. Domingues. 3. ed.
é um anagrama do nome marília; Otabol é Campinas: Unicamp, 2002.
um anagrama da palavra lobato. O professor
pode fazer uma disputa entre a turma, tra- lARA, isabel Crisina Machado de. Jogando
zendo vários anagramas para que eles pos- com a Matemáica de 5ª à 8ª séries. São Pau-
sam descobrir o nome de origem. lo: Rêspel, 2003.

Sugestão de avaliação: liNDQUiST, M. & SHUlTE, A. P. (Orgs.). Apren-


Professor, há várias aividades envolvendo dendo e ensinando geometria. São Paulo:
anagramas que podem ser uilizadas, como, Atual, 1994.
por exemplo:

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATE MÁTI CA 65

MACEDO, lino de. et al. Aprender com jogos Sites


e situações-problema. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2000. www.cabri.com.br
www.mathema.com.br
MACHADO, Nilson José. Matemáica e língua www.matemaica.com.br
materna: análise de uma impregnação mútua. www.somatemaica.com.br
São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1990 www.sbem.com.br
(Coleção Educação Contemporânea). www.matemaicahoje.com.br
www.calculando.com.br
SOUZA, Júlio César de Mello e. Matemáica www.sbm.org.br
diverida e curiosa. 17ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2002. Filmes

Gênio indomável – Gus Van Sant


Uma mente brilhante – Ron Howard
Enigmas de um crime – Álex de la Iglesia
O triunfo – Randa Haines

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 67

PROPOSTA CURRICULAR
DE FÍSICA PARA O
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 69

O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 71

1.1 A Física no Ensino Médio bilidades deve acontecer em um processo


conínuo, durante a formação do educando.
A Proposta Curricular de Física busca sa- isso signiica que alfabeizar cieniicamente
isfazer as necessidades vigentes no contexto faz-se por meio de uma aividade sequen-
nacional e internacional, no que diz respeito cial e constante promovidas em sala de aula,
à atualização disciplinar deste componente não se deixando de considerar as estratégias
curricular. isto, seguindo as sugestões dos de ação uilizadas para alcançar os objeivos
norteadores e das leis estruturais que fundam inicialmente propostos no planejamento do
a educação brasileira, tais como a lDB/96, as Currículo. Aqui, deve ser dada ênfase para as
Diretrizes Curriculares Nacionais, os Parâme- aividades de grupo, com a discussão entre
tros Curriculares, dentre outros. professor e educandos, a elaboração de rela-
Um Currículo que reivindica para si a diver- tórios, a construção de gráicos e de tabelas,
sidade, a lexibilidade e a contextualização, e buscando-se compreender os fundamentos
que busca integrar a seleção e a organização e o signiicado de fórmulas, em momento de
de conteúdos, a parir de uma concepção invesigação cieníica. Além desses aspectos,
ausubeliana, aliado a ações estratégicas que deve-se mencionar a importância de levar os
possam viabilizar uma abordagem de ensino educandos a conhecer a história social e cul-
que resulte em uma aprendizagem signiicai- tural da Física (CArvAlHO et al, 2010).
va dos principais conceitos, parindo de uma
problemaização inicial, reivindica o aprendi-
zado de aitudes e de métodos que ressaltem Os PCN e os PCN+ airmam que o
a autonomia dos educandos e o exercício da desenvolvimento das Competências
argumentação nesses processos (CArvAlHO, e das Habilidades deve acontecer
1999; CAPECHi & CArvAlHO, 2002). em um processo conínuo, durante a
Desse modo, a Proposta busca aproximar
formação do educando. Isso signiica
a Física Moderna e Contemporânea, por meio
de tópicos que correspondam ao grau de ins-
que alfabeizar cieniicamente faz-se
trução dos educandos do Ensino Médio, enfa- por meio de uma aividade sequencial
izando os aspectos fenomenológicos e teóri- e constante promovidas em sala de
cos, durante a abordagem da Física Clássica. aula, não se deixando de considerar
Nesses tópicos serão explorados os limites as estratégias de ação uilizadas para
dos modelos clássicos, por meio de comentá- alcançar os objeivos inicialmente
rios a textos essenciais. Os conceitos básicos
propostos no planejamento do Currículo.
serão analisados durante a exposição, visando
a uma discussão mais atraiva para os educan-
dos, e também fazendo a relação com situa-
ções do coidiano, por meio de uma estratégia Abordagem Teórica da Disciplina
coerente (CAvAlCAnTE, 1998; OSTErmAnn
& mOrEirA, 2000). A Física é uma ciência eminentemente ex-
Os PCN e os PCN+ airmam que o de- perimental, e o proissional desta área não
senvolvimento das Competências e das Ha- pode ignorar a sua essência invesigaiva, des-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
72 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

EUA. Como produto desse período, apresen-


A Física é uma ciência eminentemente ta-se o Physical Science Study Commitee1
experimental, e o proissional desta (PSSC), elaborado por um grupo de professo-
área não pode ignorar a sua essência res universitários, de professores de Física em
invesigaiva, descriiva e explicaiva nível secundário (High School) e do insituto
do comportamento da natureza de Tecnologia de massachussets (MIT), lidera-
dos por Jerrold Zacharias e Francis Friedman.
Segundo Perini et al, esta é considerada uma
criiva e explicaiva do comportamento da na- proposta metodológica revolucionária e, por
tureza (Phisiké), no entanto, inexplicavelmen- ser a precursora da era dos grandes projetos
te, a maioria dos professores deste compo- de ensino, tornou-se uma referência.
nente restringe a sua abordagem a um ensino No Brasil, as mudanças curriculares in-
meramente teórico, desvinculado do que po- cluíam a subsituição dos métodos exposi-
deria ser mais interessante: o aspecto expe- ivos pelos chamados métodos aivos, nos
rimental. isso contrariando as novas orienta- quais se destaca o laboratório de ciências (Al-
ções brasileiras, pois, conforme as recomen- vES, 2006). As aulas práicas deveriam propi-
dações dos PCN+ (Brasil, 2002), para o Ensino ciar aividades que moivassem e auxiliassem
Médio, devem ser trabalhados três conjuntos os educandos na compreensão dos conceitos
de Competências: Comunicar e Representar; (KrASilCHiK, 1987). O material produzido
invesigar e Compreender e Contextualizar seguia uma linha metodológica do ensino de
Social ou Historicamente o Conhecimento. ciências clara e objeiva, que visava planeja-
No Brasil, a Física foi introduzida como mento e à execução de experimentos com a
disciplina do Currículo Escolar Brasileiro, em uilização de materiais simples e de fácil aces-
1837. Ela foi trabalhada, de fato, em 1838, no so aos educandos. Os projetos internacionais,
Colégio D. Pedro ii. O seu objeivo inicial era dentre outros, que inluenciaram o ensino
dar organicidade ao Ensino Secundário. Des- da Física no nosso país foram: o Projeto Har-
de então, houve muitas tentaivas de trans- vard (1964) e Nuield Physics (1962); dentre
formação e de aperfeiçoamento do ensino, os mais recentes, destacam-se: o Physics by
baseadas na aplicação ou no desenvolvimen- Inquiry (1996); Tutorials in Introductory Phy-
to de aividades experimentais, o que coni- sics (2002); Science for all Americans – Project
nua a ser feito até os dias de hoje (mEnEzES 2061 (1990); quanto a projetos brasileiros,
& vAz, 2002). O primeiro livro de Física ado- nas décadas de 1960 e de 1970, temos: PSCC;
tado foi La physique réduite en tableaux raiso- Projeto Piloto – Projeto de Ensino de Física
nés ou Programme du cours de physique fait à (PEF), Física Autoinstruiva (FAi), Projeto Bra-
l’École Polytechnique, de Eienne Barruel, de sileiro para o Ensino de Física (FBEF), Projeto
1798 (JÚniOr & mATOS, 2008). Nacional para a Melhoria do Ensino de Ciên-
A metade do século XX foi um período mui- cias (Premen), e ainda grupos de estudos es-
to signiicaivo para o ensino da Física, mo- pecíicos, por exemplo, o Grupo de Reelabora-
mento em que as questões políicas e sociais, ção do Ensino de Física (GREF).
a corrida espacial e armamenista despertou O que se defende nesta Proposta é que o
grande interesse pelo capital intelectual nos Currículo de Física aborde, em sua integra-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 73

lidade, o ensino em toda a sua diversidade:


social, políica, humana e técnica, priorizan- O Currículo de Física deve, ainda,
do, de acordo com os PCN+ (2002), métodos
possibilitar a ariculação entre outras
de aprendizagem compaíveis, a im de que
os educandos possam: 1) Comunicar-se e ar-
áreas do conhecimento, realizando,
gumentar; 2) Defrontar-se com problemas, dessa forma a interdisciplinaridade e a
compreendê-los e enfrentá-los; 3) Conviver transdisciplinaridade.
socialmente, de modo que realizem a cidada-
nia; 4) Fazer escolhas e proposições; 5) Com-
preender a importância do conhecimento: cimento, realizando, dessa forma a interdisci-
aprender a aprender. plinaridade e a transdisciplinaridade. Os PCN+
Dentre as Competências a serem adqui- (2002) indicam como temas estruturadores:
ridas, destacam-se as sugeridas pelo: 1) PC- Terra, universo e vida humana. Os norteado-
NEM – conjunto de Competências: Comuni- res nacionais referidos consituem-se como
car e representar; invesigar e compreender; fundamentos para esta Proposta. Assim, caro
contextualizar social ou historicamente os professor, deseja-se que, em suas mãos, te-
conhecimentos; 2) Exame Nacional do Ensi- nha um instrumento capaz de moivar o seu
no médio (Enem) aponta cinco Competências trabalho, de dar respostas aos seus quesio-
gerais: Dominar diferentes linguagens, des- namentos e de dirimir as suas dúvidas.
de idiomas até representações matemáicas
e arísicas; Compreender processos sejam Objeivo geral do componente curricular
eles sociais, naturais, culturais ou tecnológi-
cos; Diagnosicar e enfrentar problemas reais; dominar a linguagem Física necessária
Construir argumentações e elaborar proposi- para a compreensão do nosso contexto, pos-
ções solidárias. sibilitando a formação de cidadãos autôno-
O Currículo de Física deve, ainda, possibili- mos e críicos.
tar a ariculação entre outras áreas do conhe-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
74 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

1.2 Quadro demonstraivo do Componente Curricular


1ª Série

1ª Série

Objeivos Especíicos:

• Conhecer tópicos essenciais da Física Moderna e Contemporânea, desmisiican-


do os fenômenos relacionados à produção tecnológica do coidiano;
• Deinir as leis de Newton como conhecimento estruturante para a compreensão
da mecânica Clássica;
• Estruturar o conhecimento cieníico, por meio do conhecimento de princípios e
de leis;
• Compreender o movimento como necessário para a compreensão do fenômeno;
• Apreender os conceitos básicos e estruturantes da mecânica;
• Adquirir uma visão do macrocosmo que favoreça a compreensão do espaço e do
tempo e da existência humana no universo;
• Aplicar, corretamente, o método de invesigação cieníica nas aividades experi-
mentais.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temáico: Conceitos básicos da mecânica celeste

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Conhecer os • ideniicar, relacionando-as, as A Matemáica necessária: • Redigindo os valores numéricos, obedecendo às


conceitos da grandezas ísicas; • regra de arredondamento regras de arredondamento e notação cieníica,
Física para • Uilizar os valores numéricos • Algarismos signiicaivos
concluindo os resultados com os valores de maior

• Notação cieniica
delimitar o campo signiicância;
• Realizando esimaivas de situações análogas ao
de forma compreensível e
epistemológico desta
• Ordem de grandeza e esimaivas
coerente;
• interpretar esquemas, tabelas e
ciência;
• reconhecer
conteúdo em foco;
gráicos; • Conceitos de Espaço, Massa, • Elencando as grandezas ísicas, com o im de
• ideniicar as relações
os códigos, os Tempo, Força e Energia diferenciar: vetoriais e escalares; fundamentais e
símbolos, os termos derivadas;
matemáicas entre duas ou mais
• Reproduzindo, com materiais alternaivos, os
e a nomenclatura
1º BiMESTRE

grandezas;
• Expressar corretamente as
cieníica do sistema
experimentos e os padrões de massa e comprimento;
• Contextualizando, historicamente, a importância dos
internacional para
o conhecimento do unidades de medida, uilizando
universo; a linguagem Física adequada; padrões para o conhecimento ísico;
• Disinguir as grandezas ísicas • Convertendo unidades de medida de comprimento,
através das unidades de medida área, volume, massa e tempo;
expressas em objetos da • Relacionando os conceitos de repouso, movimento,
produção moderna; trajetória, ponto material e corpo extenso, com a
concepção de referencial ou sistema de referência;
• Analisando, criicamente, o conceito de ponto
material;
• Destacando, por meio de experimentos, as
propriedades gerais da matéria, enfaizando massa,
inércia, expansibilidade e ponderabilidade;
• Classiicando as forças quanto à natureza, à forma de
interação e aos ipos;
• Observando, in loco, os princípios de conservação da
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

energia e do movimento.

Fí S I CA
75
76
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender as leis • Associar as leis de Newton, O início – Big Bang • Elaborando situações experimentais relacionadas à
de Newton enquanto enquanto conhecimento • Unidades: Grandezas mecânica Celeste;
fundamento teórico estruturante na compreensão fundamentais, derivadas, • Analisando textos que possibilitem uma nova
para o entendimento dos fenômenos relacionados à nomenclatura cieníica e análise concepção da mecânica;
• Elaborando e analisando vídeos de experimentos,
da Mecânica Celeste. mecânica, em seu coidiano;
• vislumbrar a dinâmica do
dimensional
• medida de uma grandeza seguindo o método de invesigação cieníica;
• Aplicando o método de resolução de problemas de
Universo, assim como a própria (incerteza absoluta e percentual)
localização existencial no tempo e erros
• As leis de newton
George Polya;
• Discuindo sobre conceitos, métodos e aitudes;
e no espaço;
1º BiMESTRE

• ideniicar a matéria, o espaço,


o tempo e a energia enquanto • Discuindo os conceitos fundamentais da Mecânica,
consituintes primordiais na parindo de problemas que direcionam a formulação
estrutura do Universo. dos princípios gerais e estruturantes da Física;
• Dialogando sobre o que é Ciência e o que é o senso
comum;
• Analisando as leis de Newton de forma qualitaiva,
uilizando exemplos do coidiano;
• Jusiicando as leis de Newton, por meio de
aividades experimentais que demonstrem a relação
de proporcionalidade entre as grandezas ísicas,
de acordo com as expressões matemáicas que as
envolvem;
• Destacando experimentos, na história da Mecânica,
como o plano inclinado de Galileu (experimento alfa);
• Criicando as leis Físicas (leis de Newton),
comentando sobre seus regimes de validez.
Eixo Temáico: Os diferentes ramos da Física

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Entender o contexto • ideniicar a lei da Os Princípios Matemáicos da • Veriicando as leis de Keppler por meio da observação do
histórico quanto aos Gravitação válida para Filosoia Natural movimento dos corpos celestes;
modelos planetários todo o cosmo; • As leis de Keppler: leis das • Relacionando as funções do movimento com as expressões
e os conceitos que os • interpretar esquemas elipses, áreas e períodos matemáicas das leis de Newton;
• A lei da Gravitação Universal: • Relacionado os conceitos de repouso, movimento,
sustentam;
• Compreender e
planetários
dimensionalmente gravidade da Terra Normal, trajetória, ponto material e corpo extenso, com a
ideniicar as leis de coerentes com a visão gravidade de outros corpos, concepção de referencial ou sistema de referência;
• Representando graicamente o movimento dos corpos com
Keppler; cieníica;
• ideniicar as relações/
centro de massa e centro de
2º BiMESTRE

gravidade os conceitos da cinemáica e da dinâmica;


• Redigindo os valores numéricos, obedecendo às regras de
proporções matemáicas
entre as grandezas que
arredondamento e notação cieníica;
• Realizando esimaivas de situações análogas ao conteúdo
são expressas nas leis de
Keppler e de newton;
• Expressar corretamente em foco;
as unidades de medida, • Manipulando as grandezas ísicas, diferenciando-as de
uilizando a linguagem vetoriais e de escalares, e fundamentais de derivadas, por
Física adequada; meio de exemplos;
• Compreender as • Reproduzindo, com materiais alternaivos, os experimentos
unidades astronômicas, e os padrões de massa e comprimento.
diferenciando as de
comprimento com as de
tempo;
• Entender os estados de
PROPOSTA CURRICULAR

equilíbrio dos corpos por


DO ENSINO MÉDIO

meio da Primeira lei de


Newton.

Fí S I CA
77
78
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a lei da • Compreender o conceito Referencial ou sistema de • Contextualizando, historicamente, a importância dos
Gravitação Universal, de inércia, associando-a referência padrões para o conhecimento ísico;
proposta por newton; ao conceito de massa; • Repouso, M.U e MRU • Convertendo unidades de medida de comprimento, área,
• Compreender a • relacionar a dinâmica do (descrição do movimento com volume, massa e tempo;
tendência natural da universo com a Primeira as funções e gráicos) • Analisando, criicamente, a concepção abstrata sobre o
matéria com relação lei de newton; • Efeito estáico da força: a
• Descrever, por meio
conceito de ponto material;
• Adotando tarefas signiicaivas para o aprendizado de
ao seu estado de deformação (lei de Hooke)
• Efeito dinâmico da força: a
movimento, de acordo da cinemáica, o conceitos, métodos e aitudes;
• Analisando conceitos da Mecânica, parindo de um
com a propriedade da comportamento dos aceleração (2ª lei de Newton)
2º BiMESTRE

• referencial ou Sistema de
inércia. corpos considerando suas
problema insigador;
• Apresentando críicas às leis Físicas (leis de Newton),
funções;
• Associar a descrição
referência

do movimento com as comentando os seus regimes de validez, ou seja,


causas; apresentando situações que as leis de Newton já não

• Elaborar e interpretar
podem explicar.

gráicos relacionados ao
movimento dos corpos;
• interpretar o enunciando
de itens e de conceitos
ísicos que se relacionam
a conhecimentos mais
estruturantes;
• Esquemaizar a situação
ísica relacionada ao
problema;
• ideniicar situações-
problema descrevendo-as
por meio de esquemas.
Eixo Temáico: Os diferentes ramos da Física

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender • ideniicar as grandezas • Os princípios • demonstrando experimentalmente o movimento de um objeto amarrado a


a Física como ísicas que inluenciam matemáicos um io, fazendo-o girar circularmente (movimento circular), e, em seguida,
instrumento diretamente no da Filosoia soltando o io (lançamento oblíquo); e assim, promovendo uma discussão
e produto do comportamento curvilíneo natural ii ao solicitar aos alunos que ideniiquem as principais grandezas envolvidas
conhecimento da trajetória do movimento; • movimento nesse processo, e as leis ísicas que podem inluenciar esse fenômeno;
humano; • Entender como as leis de • Observando o movimento de um corpo (pode ser através de simulação
• reconhecer o
Circular e
newton e a lei da Gravitação uniforme e virtual do movimento de um planeta/asteroide), e assim podem ser
papel da Física no Universal inluenciam na uniformemente constatados os efeitos gravitacionais (Gravitação) na trajetória do
sistema produivo, descrição do movimento; variado movimento, assim como os efeitos inerciais na tendência da trajetória
compreendendo a • Elaborar os gráicos das • Queda livre reilínea (leis de Newton);
sua relação com o funções horárias; • lançamento • Elaborando e interpretando os gráicos de funções horárias, a parir do
• diferenciar os conceitos
3º BiMESTRE

contexto cultural, registro experimental da medida do espaço e tempo do movimento de um


social, políico e horizontal e
oblíquo corpo;
• relacionando conceito linear como o produto do conceito angular com
lineares e angulares;
• Deduzir as funções horárias a
econômico;
• Compreender o raio. Para isso, o professor pode iniciar conceituando o radiano, e
parir da análise dos gráicos;
• interpretar os gráicos
as causas do assim relacionar o espaço linear com o angular, e com isso, a velocidade
movimento e a aceleração vem de forma deduiva. Uma sugestão procedimental
curvilíneo, de forma discursiva, média uilizar uma corda para deduzir o comprimento da circunferência,
assim como as relacionando com as leis aproveitando a ocasião para explicar o conceito do
• Descrevendo seu movimento a parir do conceito de velocidade média e
razões que o ísicas;
levam a realizar • Uilizar as propriedades deduzir as principais funções horárias. Pode ser feito isso por meio da análise
sua trajetória matemáicas dos gráicos dos gráicos;
• Solicitando a interpretação do gráico através de palavras, relacionado com
seja circular ou para resolver de forma mais
parabólica. práica os exercícios;
• Compreender que os
as grandezas ísicas e teorias, esimulando a argumentação dos alunos nesse
processo;
• ideniicando os conceitos ísicos relacionados com as propriedades
movimentos curvilíneos
PROPOSTA CURRICULAR

estão em um estado de
desequilíbrio devido a matemáicas do gráico, e assim, uilizar os mecanismos práicos dessas
DO ENSINO MÉDIO

propriedades para a resolução dos problemas;


• Conceituando a aceleração centrípeta como razão para o estado de
existência da aceleração
centrípeta.

Fí S I CA
desequilíbrio ao fazer variar vetorialmente a velocidade, assim demonstrar
matemaicamente sua relação com o quadrado da velocidade instantânea e o
inverso do raio de curvatura.

79
80
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


Eixo Temáico: Os diferentes ramos da Física

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a hidros- • ideniicar as grandezas • A Mecânica dos Fluidos • Classiicando as forças quanto à natureza, à
táica e a hidrodinâmica ísicas relacionando-as; • Hidrostáica: Conceito de Pressão forma de interação e aos ipos;
enquanto essências para • Uilizar os valores numéricos e densidade; Pressão atmosférica • Observando, in loco, os princípios de conserva-
o conhecimento dos fenô- de forma compreensível e normal ção da energia e do movimento;
menos naturais e para coerente;
resolução dos problemas • Conceito de empuxo e Princípio de • Elaborando e analisando vídeos de experi-
do coidiano. • interpretar esquemas, tabe- Arquimedes (Enunciado e aplicações mentos, seguindo o método de invesigação
4º BiMESTRE

las e gráicos; no coidiano) cieníica;


• Expressar corretamente • Princípio de Pascal (Enunciado e • Realizando tarefas que conduzam ao aprendiza-
as unidades de medida, aplicações no coidiano – elevador do de conceitos, métodos e aitudes;
uilizando a linguagem Física hidráulico) • Abordando os conceitos da mecânica, parindo
adequada; • Hidrodinâmica: linhas de corrente; de um problema insigador;
• Disinguir as grandezas ísicas Equação da coninuidade e equação • Analisando os princípios de Arquimedes;
através das unidades de de Bernoulli
medida expressas em objetos • Aplicando o princípio de Arquimedes a situações
da produção moderna; do coidiano;

• relacionar os conhecimentos • Analisando o princípio de Pascal;


teóricos da Física com situa- • Comparando, por meio de exercícios, os
ções do coidiano; princípios de Arquimedes e de Pascal;
• Acompanhar, por meio • Resolvendo equações de Bernoulli.
da histórica da Física, o
desenvolvimento de teorias
que visam compreender o
Universo.
Fí S I CA 81

2ª Série

Objeivos Especíicos:

• Deinir o modelo cinéico-molecular e as leis da termodinâmica;


• Apreender os conceitos básicos e estruturantes da termologia, da ópica e da on-
dulatória;
• Uilizar, corretamente, o método de invesigação cieníica nas aividades experi-
mentais;
• Disinguir, no estado gasoso, o conceito de vapor e de gás;
• Diferenciar os conceitos dos gases perfeito, ideal e real;
• Apreender a relação entre as grandezas de trabalho, de energia interna e de calor,
nos processos termodinâmicos e no funcionamento das máquinas térmicas;
• Reconhecer a importância de tópicos essenciais da Física Moderna e Contem-
porânea.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
82
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


Eixo Temáico: termologia, ondulatória e ópica

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender os processos, • Relacionar, no coidiano, os Introdução à Física Térmica: • Conceituando as grandezas ísicas da ter-
estruturas e aividades dos fenômenos pertencentes aos Conceitos Básicos da Termologia, mologia, por meio das unidades de medidas
fenômenos relacionados com a diversos campos da Física Bases Teóricas da Termodinâmica envolvidas;
Física Térmica; Térmica e sua aplicação na Clássica e a Invesigação dos Fenô- • Observando, por meio de simulações, os
• Conhecer o Modelo Cinéico- produção tecnológica; menos Térmicos I modelos microscópicos, correlacionando-os
molecular e as leis da Ter- • Disinguir os conceitos de com o conhecimento macroscópico;
modinâmica enquanto teorias temperatura, calor e energia • Temperatura • ideniicando, em textos, as grandezas ísicas
estruturantes para a desmisii- térmica; • Energia térmica da termologia;
cação da Física Térmica.
1º BiMESTRE

• Entender os processos • Calor • Conceituando temperatura, por meio da


termodinâmicos, de acordo • Pressão compreensão sobre agitação térmica, energia
com os princípios de conser- térmica e equilíbrio térmico;
vação da energia; • volume
• Relacionando às escalas termométricas,
• reconhecer a lei da dilatação • O Modelo Cinéico-Molecular uilizando o Teorema de Tales;
bi e tridimensional, a parir • As leis da Termodinâmica: 1) lei • Analisando, por meio das equações, dos
da dedução matemáica da zero da Termodinâmica gráicos e dos esquemas os conceitos ísicos
lei da dilatação linear. • 1ª lei da Termodinâmica relacionados à dilatação térmica de sólidos e
• 2ª lei da Termodinâmica líquidos;
• Dilatação térmica de sólidos e de • Deduzindo, por meio de aividades ex-
líquidos perimentais invesigaivas, análise gráica e
análise dimensional, as equações/relações
entre as grandezas;
• Comentando sobre o regime de validez do
modelo cinéico-molecular, suas vantagens e
desvantagens;
• ideniicando as leis e os princípios que re-
gem os fenômenos, a parir da interpretação
das equações.
Eixo Temáico: termologia, ondulatória e ópica

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Apropriar-se de conheci- • Avaliar temperaturas a parir de A Invesigação dos • Veriicando, por meio de aividades
mentos da Física para, em experimentais, os processos de mudança de
propriedades térmicas; Fenômenos Térmicos II
situações-problema, interpre-
• Uilizar leis ísicas para fases e de variação de temperatura, para que se
tar os fenômenos térmicos
cieníico-tecnológicos. interpretar processos naturais • Calorimetria visualizem os ipos de calor;
ou tecnológicos inseridos no • Transmissão do calor • Explicando, por meio de esquemas e desenhos,
contexto da termodinâmica e ou • Estudo dos gases a lei Geral das Trocas de Calor, valorizando o
do eletromagneismo; • Máquina térmica e princípio da conservação de energia;
• Reconhecer os diversos processos refrigeradores • Explicando o princípio de funcionamento do
térmicos presentes em ciclos calorímetro;
atmosféricos e fatores diversos • Demonstrando, por meio de situações análogas, a
importância do conceito de equivalente em água;
2º BiMESTRE

que inluenciam a determinação


do clima. • Construindo, com os educandos, as curvas de
aquecimento e de resfriamento, ideniicando e
discuindo os processos térmicos envolvidos;
• interpretando a eiciência de máquinas, por meio
da leitura das especiicações infográicas;
• Diferençando os processos de transmissão
do calor (Condução, Convecção e irradiação
Térmica), uilizando experimentos, ou elaborando
vídeos;
• Deinindo, por meio da equação de Clayperon, o
estado de um gás;
• Analisando, graicamente, a lei Geral dos Gases
Perfeitos, de forma a visualizar e diferençar as
transformações gasosas isotérmicas, isométricas,
PROPOSTA CURRICULAR

isobáricas e adiabáicas;
DO ENSINO MÉDIO

• Exempliicando o funcionamento das máquinas

Fí S I CA
(carro, eletrodomésicos etc.), conforme as leis da
termodinâmica e o Ciclo de Carnot.

83
84
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

Eixo Temáico: termologia, ondulatória e ópica

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Disinguir, em situações • Entender as ondas como Ondulatória: A compreensão • Observando o movimento de um pedaço de isopor, causa-
reais, os diversos ipos de enidade ísica capaz de das ondas que nos cercam do por uma perturbação que se propaga na superície de
fenômenos ondulatórios; propagar a energia sem um lago ou, por exemplo, um reservatório com água;
• Compreender as causas transportar a matéria; • Tipos e classiicação de • Observando o chamado de um celular no interior de um
e os efeitos relacionados • Reconhecer que ondas me- ondas recipiente com ar ou com pouco ar;
aos fenômenos ondulató- cânicas necessitam de meio • Principais fenômenos: Re- • Estudando o som produzido por um celular em um reci-
rios nas diversas áreas do material para se propagar. lexão, refração, absorção e piente com ar, como onda mecânica, emiida por ondas
conhecimento; difração e interferência eletromagnéicas;
• Entender o fenômeno • Ondas sonoras • Medindo o comprimento de onda, frequência e amplitu-
ondulatório enquanto • O efeito Doppler de, a parir da observação de ondas estacionárias produzi-
3º BiMESTRE

enidade onipresente no • Os fundamentos da fonação das pela vibração uniforme de cordas;


Universo. e audição • Deduzindo matemaicamente a equação de Taylor;
• O fenômeno ondulatório na • Relacionando a velocidade de propagação de ondas
natureza mecânicas com a densidade, uilizando uma única corda,
com duas densidades, sendo pulsionadas em uma de suas
extremidades;
• Relacionando a velocidade de propagação de ondas me-
cânicas com a temperatura do ambiente, com situações
análogas do coidiano;
• Demonstrando a interferência de ondas, uilizando a
vibração de pulsos com diferentes fases em uma corda;
• Relacionando, por meio de exemplos do coidiano, o
conhecimento ondulatório com os fenômenos eletromag-
néicos, e também com os processos químico-biológicos.
Eixo Temáico: termologia, ondulatória e ópica

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Apropriar-se de conhecimentos • interpretar a luz como Ópica: Uma análise geral • Reconhecendo a luz como onda, por meio da
ópicos para, em situações-problema, radiação eletromagnéica, sobre o comportamento difração veriicada no experimento das fendas
planejar intervenções cieníico- relacionando com o da luz duplas de young;
tecnológicas; conceito de cor e de • Organizando um concurso de fotograias com o
• Compreender os princípios gerais da frequência; Fundamentos teóricos da tema “pôr do sol”;
propagação da luz; • Entender o comportamento ópica Física • Demonstrando os princípios de propagação da
• Entender os fenômenos ópicos em da luz como um dos • Princípios de ópica luz, por meio de uma aividade experimental, “à
4º BiMESTRE

diferentes contextos; princípios da Teoria da Geométrica câmara escura”;


• Compreender fenômenos decorrentes Relaividade; • Fenômenos ópicos • lendo e discuindo textos sobre “Sol e energia no
da interação entre a radiação e a • Conhecer os vários ipos de terceiro milênio”;
• Espelhos planos e
matéria em suas manifestações, em fenômenos para determinar • Reconhecendo, através de mídias ou de
esféricos
processos naturais ou tecnológicos, a sua origem. analogias, a velocidade da luz no vácuo;
ou em suas implicações biológicas, • Tipos de lentes • ilustrando os fenômenos relacionados a espelhos
sociais, tecnológicas ou ambientais. e lentes, uilizando o banco ópico, ou uilizando
materiais alternaivos.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

Fí S I CA
85
86 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

3ª Série

Objeivos especíicos:
• Reconhecer, qualitaivamente, as equações de Maxwel como os pilares teóricos do
eletromagneismo;
• Apreender os conceitos básicos e estruturantes do conhecimento da eletrostáica e da
eletrodinâmica;
• Adquirir uma visão do microcosmo que favoreça a compreensão do comportamento
dos elétrons livres nos metais;
• Aplicar, corretamente, o método de invesigação cieníica nas aividades experimentais;
• Obter a aprendizagem de conceitos, de aitudes e de métodos coerentes da natureza da
ciência ísica;
• ideniicar o regime de validez para as leis ísicas e para os modelos teóricos envolvidos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temáico: eletricidade e magneismo – uma única ciência

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender o conceito • ideniicar os mecanismos Eletromagneismo: Conceitos • Relacionando o conhecimento do eletromagneismo,


Básicos e as Bases Teóricas do
de eletromagneismo e sua das correntes elétricas, ondas e ópica;
Eletromagneismo
aplicação às tecnologias considerando a • Demonstrando o conceito de carga elétrica por meio do
associadas às ciências representação de cargas, processo de eletrização;
naturais em diferentes átomos e íons; • Noção de carga elétrica • Conceituando elétrons livres, a parir da teoria do “mar
• Noção de campo elétrico
contextos. • ideniicar bons e maus de elétrons” nos metais;
• Magnéico e spin
1º BiMESTRE

condutores de corrente • Carga elementar • Observando a quanização da carga elétrica por meio da
elétrica; • Modelo atômico de Rutherford- experiência de millikan;
• Usar corretamente na Bohr • Construindo um vídeo que veriique o sinal de carga
• Princípios da Eletrostáica:
práica, os conceitos de elétrica por meio de um eletroscópio de pêndulo;
Atração e repulsão, conservação
carga, corrente, campo, da carga elétrica, quanização da • Contextualizando, historicamente, as equações de
potencial e força elétrica; carga elétrica Maxwell, por meio de textos ou vídeos;
• Entender de forma • Processos de eletrização: • Apresentando métodos para a resolução de problemas
Contato, atrito e indução, série
correta o conceito de (método de George Polya);
triboelétrica
potência elétrica e • As Equações de Maxwell: • Simulando, virtualmente, experiências relacionadas à
rendimento; Comentários históricos e lei de Coulomb e do campo elétrico;
• Correlacionar o conceito abordagem teórica qualitaiva • Problemaizando as aividades experimentais
• A lei Coulomb e o Campo
de campo magnéico e de relacionadas à lei de Coulomb ou campo elétrico.
Elétrico
corrente elétrica. • Cargas pontuais extensas; linhas
de força e a interação entre
PROPOSTA CURRICULAR

cargas
DO ENSINO MÉDIO

Fí S I CA
87
88
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


Eixo Temáico: eletricidade e magneismo – uma única ciência
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Entender métodos e • Relacionar informações Eletrodinâmica: as maravilhas do • Demonstrando, experimentalmente, os efeitos


procedimentos próprios da apresentadas em diferentes movimento dos elétrons I da corrente elétrica na isiologia, na química, na
eletrodinâmica e aplicá-los formas de linguagens e • Corrente Elétrica: Resistência elé- termologia e no magneismo;
2º BiMESTRE

em diferentes contextos. representações dos princípios trica Potencial elétrico diferença • Montando circuitos elétricos em série e em
de eletrodinâmica; de potencial, Energia elétrica, Tra- paralelo;
• Caracterizar causas ou efeitos balho no deslocamento de cargas • Explicando as transformações de energia nos
de corrente e circuitos elétricas, Potência elétrica, Rendi- aparelhos elétricos.
elétricos. mento
• Circuitos Elétricos: circuitos em sé-
rie, circuitos em paralelo, circuitos
mistos
Eixo Temáico: eletricidade e magneismo – uma única ciência
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Apropriar-se de conheci- • Uilizar leis ísicas e/ou químicas para Eletrodinâmica: as maravilhas do • Uilizando as propriedades de associação
mentos da eletrodinâmica interpretar processos naturais ou tec- movimento dos elétrons II de capacitores em série e/ou em paralelo;
para, em situações-pro- nológicos inseridos no contexto da ele- • Capacitância: capacitores; circui- • Demonstrando o funcionamento do
blema, interpretar, avaliar trodinâmica; tos em série; Circuitos em parale- mulímetro;
ou planejar intervenções • Dimensionar circuitos ou disposiivos lo; Circuitos mistos • Montando uma associação mista de
3º BiMESTRE

cieníico-tecnológicas. elétricos de uso coidiano; • Geradores Elétricos: Circuitos em geradores/receptores elétricos;


• Relacionar informações para compre- série; Circuitos em paralelo; Cir- • ilustrando, por meio do uso de circuitos
ender manuais de instalação ou de cuitos mistos elétricos, o conceito de curto-circuito;
uilização de aparelhos, sistemas tec- • Receptores Elétricos: Circuitos em • Caracterizando, por meio da interpretação
nológicos de uso comum; série; Circuitos em paralelo; Circui- dos valores nominais, os aparelhos
• Selecionar testes de controle, parâme- tos mistos elétricos e suas fontes;
tros ou critérios para a comparação de • interpretando as contas de energia elétrica
materiais e produtos, tendo em vista a consumidas, assim como a leitura nos
defesa do consumidor, a saúde do tra- relógios de luz.
balhador ou a qualidade de vida.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

Fí S I CA
89
90
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


Eixo Temáico: eletricidade e magneismo – uma única ciência

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Analisar as possibilidades • Dimensionar circuitos ou Magneismo: dois polos • interpretando o funcionamento de uma bússola;
de geração, de uso ou de disposiivos elétricos de uso inseparáveis • Experimentando, em laboratório, as leis do
transformação de energia coidiano; • A força magnéica e o eletromagneismo, com o uso de imãs naturais e
em ambientes especíicos, • Associar os conhecimentos campo magnéico ariiciais;
considerando implicações da lei de lenz, da indução de • lei de lenz • invesigando, por meio do uso do movimento de ímãs
éicas, ambientais, sociais Faraday e as relações entre • A indução de Faraday e o e pequenas lâmpadas, a lei da indução de Faraday;
4º BiMESTRE

e/ou econômicas; as forças existentes no campo campo eletromagnéico • Compreendendo, por meio de aividades
• Compreender a inter- eletromagnéico; experimentais, o funcionamento de usinas
relação dos fenômenos • Compreender a uilização hidroelétricas;
magnéicos com os de aparelhos, ou sistemas • Observando, experimentalmente, as linhas de campo
fenômenos elétricos na vida tecnológicos de uso comum. magnéico, por meio do uso de limalhas de ferro sob
coidiana; uma folha de papel e ímãs;
• ideniicar o magneismo da • Diferençando os campos magnéicos de anéis espirais
Terra e de outros sistemas entre outros ipos, observando o movimento de cargas
naturais, assim como o de prova lançados nessa região.
magneismo ariicialmente
produzido.
Fí S I CA 91

1.3 Alternaivas metodológicas para o COMPRIMENTO


ensino de Física Problema Insigador 1: A medida do com-
primento de um objeto é imutável?
As aividades experimentais podem ser ex- Sugestões de leitura 1: Comentário da rela-
ploradas por meio de três métodos de ensino: ividade do comprimento – O espaço é curvo.
(1) Demonstrações em sala de aula; (2) Expe-
rimentação no laboratório com os educandos, MASSA
e (3) Estudos do meio com visitas técnicas e Problema Insigador 2: Existe a diferença
aividade extraclasse com o uso de espaços entre massa e matéria?
não formais. Sugestões de leitura 2: A coninuidade e
No processo de ensino-aprendizagem, desconinuidade da matéria na Grécia aniga.
principalmente nas aividades experimentais, Sugestões de leitura 3: Átomos, Quarks e
o professor deve valorizar a discussão argu- movimento Browniano.
mentaiva entre os educandos, propiciando Sugestões de leitura 4: Comentário de
conlito cogniivo e a busca de soluções para que a massa está em função da velocidade na
os problemas expostos, sempre contextuali- equação E = mc.
zando a realidade dos educandos por meio de
situações-problema. TEMPO
Problema Insigador 3: O tempo na Terra
é o mesmo que em outro lugar do universo?;
1.3.1 Sugestões de aividades didáico-peda- Sugestões de leitura 5: Contagem hexage-
gógicas: simal do tempo.
Sugestões na abordagem 4: Comentário
Série: 1ª da relaividade do tempo.

EIxO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos da FORÇA


Mecânica Celeste Problema Insigador 4: É possível dois cor-
pos interagirem sem contato ísico?
Sugestões para abordagem 1: Uilizar o Sugestões de leitura 6: Forças nucleares
método de invesigação cieníica nas aivida- fraca e forte.
des experimentais, por ciclos invesigaivos,
aumentando gradaivamente a autonomia ENERGIA
dos educandos no processo de aprendizagem; Problema Insigador 5: Como é possível
Sugestões na abordagem 2: Esimular a criar ou destruir a energia?
criaividade dos educandos na argumentação
para solucionar problemas teóricos e práicos; REFERENCIAL
Sugestões na abordagem 3: Apresentar Problema Insigador 6: Qual a importância
simulações virtuais, a im de demonstrar e do referencial para a Física?
de ilustrar as leis e princípios, moivando o Sugestões na abordagem 5: Críicas para o
aprendizado através de recursos audiovisuais conceito de ponto material – vantagens, des-
e tecnológicos; vantagens e aplicações.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
92 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

Sugestões de leitura 7: Os processos de Sugestões de leitura 12: O mito na queda


transformação de energia no coidiano e re- da maçã e a teoria einsteniana: a gravidade e
lação E = mc; o espaço curvo.
Sugestão experimental 1: invesigando as
SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES Propriedades da Matéria uilizando um funil,
Problema Insigador 7: Por que as unida- água, canudo em forma de l, velas.
des de medida na ísica se baseiam no SiU?; Sugestão experimental 2: um aplicaivo
Problema Insigador 8: Por que se pode simulando virtualmente o espaço, massa e
airmar que existem sete grandezas funda- tempo em função da velocidade da luz.
mentais na ísica, e que todas as outras são Sugestão experimental 3: Simulação vir-
derivadas delas?; tual das leis de Kepler.
Sugestões de leitura 8: A origem do Siu e Sugestão experimental 4: a dimensão dos
suas nomenclaturas. planetas e distância entre eles em nosso sis-
tema solar.
A MATEMÁTICA NECESSÁRIA PARA A FÍSICA Sugestão experimental 5: a deformação
Problema Insigador 9: Em quais situações do espaço com um lençol, bola de sinuca e
do coidiano se necessita saber a matemáica bolinhas de gude.
básica da Física?;
EIXO TEMÁTICO 2 – As Bases Teóricas da
O INíCIO DO UNIvERSO Mecânica Clássica – unindo a causa e efeito
Problema Insigador 10: Como surgiu o na descrição do movimento
universo?
Problema Insigador 11: de onde viemos? AS TRÊS LEIS DE NEWTON
E para onde vamos?; Problema Insigador 14: Por quais moivos
Sugestões de leitura 9: História da for- os corpos mudam ou permanecem em seus
mação do universo (Astronomia) – universo estados de movimento?;
aberto ou fechado? Sugestões de leitura 13: 1ª lei de Newton:
A lei de Galileu – as primeiras pistas e suas
AS LEIS DE KEPPLER consequências matemáicas;
Problema Insigador 12: De que forma e Sugestões na abordagem 6: Sugestão para a
por quais moivos os corpos celestes se mo- lei de Hooke: apresentar situações – problema
vimentam?; de molas em série e em paralelo (opcional).
Sugestões de leitura 10: de Ptolomeu a Sugestões na abordagem 7: Sugestão de
Keppler: um contexto histórico dos modelos desdobramentos da 1ª lei para a 2ª lei: A cur-
planetários. vatura da trajetória, causando um desequilí-
brio: MCU (descrição matemáica – relação
A LEI DA GRAvITAÇÃO UNIvERSAL linear e angular).
Problema Insigador 13: Como é possível Sugestões de leitura 14: lei do atrito de
a interação entre corpos sem contato ísico?; Da Vinci.
Sugestões de leitura 11: Faraday e a ideia
de campo.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 93

Sugestões na abordagem 7: Sugestão para Sugestão experimental 9: Determinar o


críicas do professor: apresentar o regime de coeiciente de atrito entre duas superícies,
validez das leis de Newton, assim como a uilizando um corpo de peso (com faces po-
possibilidade de sua aplicação para movimen- lidas e ásperas) conhecido em um plano in-
tos com aceleração variável. clinado.
Sugestões na abordagem 8: Comentários Sugestão experimental 10: Veriicar a di-
sobre o plano inclinado, considerando o expe- ferença entre o atrito estáico e o dinâmico.
rimento alfa. Sugestão experimental 11: Veriicar a lei
Sugestões de leitura 15: O atrito estáico e de da vinci com relação a independência da
dinâmico nos aspectos macro e microscópico. área de contato.
Sugestões na abordagem 9: movimento Sugestão experimental 12: Elaboração de
Harmônico Simples (MHS) – Aplicações no co- um carrinho de papelão e bexiga.
idiano; Relação do MCU com o Movimento Sugestão experimental 13: Elaborar um
Variado (opcional). foguete com: garrafa plásica, io de nylon,
Sugestões de leitura 16: Aplicação das leis borrifador com álcool e fósforo.
de Newton e a mecânica dos luidos. Sugestão experimental 14: garrafa PET com
água, perfurada com alinetes em diversas
HIDROSTÁTICA situações – analisando o teorema de Stevin.
Problema Insigador 15: O que explica a Sugestão experimental 15: Esmagar uma
sensação de leveza quando mergulhamos em garrafa plásica pela pressão atmosférica – ve-
uma piscina? riicando os efeitos da pressão atmosférica.
Problema Insigador 16: Se colocarmos Sugestão experimental 16: O comporta-
um balde com água em cima de uma balança, mento do ludião – os efeitos de Pascal e de
e depois submergirmos um corpo na água, o Arquimedes.
que irá indicar a balança? Haverá mudança? Sugestão experimental 17: Elaborar o
Por quê? tubo em U – analisando o teorema de Stevin.
Sugestão experimental 18: Efeito sifão:
HIDRODINÂMICA (opcional) analisando a variação da pressão hidrostáica.
Sugestões na abordagem 10: Equação da Sugestão experimental 19: Pressionar as
coninuidade; Equação de Bernoulli (a dedu- extremidades de uma caneta, fazendo pres-
ção matemáica simpliicada, enfaizando o sões diferentes, em áreas diferentes e com
trabalho e energia posteriormente). mesma força.
Sugestão experimental 6: Movimento de Sugestão experimental 20: Fazer uma
uma esfera em uma rampa com trilho em di- cama de faquir com copos de plásico.
ferentes polimentos – ideniicando a inércia. Sugestão experimental 21: A velocidade
Sugestão experimental 7: Construir um de escoamento da água por oriícios com diâ-
dinamômetro graduado, uilizando pesos co- metros variados em uma garrafa plásica.
nhecidos, elásicos e régua.
Sugestão experimental 8: Amassar uma
folha de papel e lançá-la, para efeito de de-
monstração dos efeitos da força.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
94 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

EIxO TEMÁTICO 3 – Trabalho e Energia – PRESSÃO


Princípios e consequências. Problema Insigador 19: Qual a relação do
conceito de pressão no nível macroscópico e
TIPOS DE ENERGIA E SUAS RELAÇõES microscópico?

Problema Insigador 17: Trabalho e esforço vOLUME


ísico são as mesmas coisas ou não? Por quê?
Sugestões de leitura 17: Experiência de Problema Insigador 20: Qual a relação do
Joule. conceito de volume no nível macroscópico e
*As sugestões experimentais 12 e 13 são microscópico?
válidas para explorar a conservação da quan- Sugestão na abordagem 12: Elaborar um
idade de movimento. modelo ísico sobre o Modelo Cinéico-Mo-
Sugestão experimental 22: Experiência de lecular (horizontal e verical) para explicar os
joule (experimentum crucis). conceitos básicos da termologia e comporta-
Sugestão experimental 23: dois corpos li- mento dos gases. A sugestão é reproduzir o
gados por um io, sendo o mais leve em um material proposto pelo professor da uSP luiz
plano reto e o outro abandonado no mesmo Ferraz Neto (disponível no site www.feirade-
nível, porém com uma altura conhecida – Dis- ciencias.com.br).
cuir o trabalho realizado pela força-peso e o Sugestão na abordagem 13: realizar co-
teorema trabalho-energia. mentários sobre os Principais Fenômenos
Térmicos (Exemplos do Coidiano): a dilata-
Série: 2ª ção térmica, as trocas de calor, a transmissão
de calor e os processos termodinâmicos em
EIXO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos da nosso dia a dia, pois dessa forma, o educando
Termologia consegue visualizar, de modo mais amplo, as
aplicabilidades do conhecimento térmico em
Sugestões na abordagem 11: Apresentar seu contexto.
o contexto histórico e epistemológico da Ter- Sugestão experimental 24: Os três baldes
mologia, através de vídeo ou hipertextos, ou de looke – Comprovar a necessidade de um
ainda, através de demonstrações. instrumento adequado para medir a tempe-
ratura.
TEMPERATURA
Problema Insigador 17: Como se deine EIXO TEMÁTICO 2 – As Bases Teóricas da
temperatura de um corpo? Por que medir a Termodinâmica Clássica
temperatura dos corpos?
Sugestões de leitura 18: O modelo Ciné-
CALOR ico-Molecular – O movimento browniano e
Problema Insigador 18: Quais as diferen- Einstein.
ças entre temperatura e calor? Sugestão experimental 25: Demonstrar
o modelo cinéico-molecular (movimento
browniano, movimento randômico, pressão

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 95

nos gases, difusão nos gases, expansão livre, Problema Insigador 25: É possível que o
livre percurso médio, lei Boyle-Mariote). rendimento de uma máquina seja 100%?
Sugestão experimental 26: Graduação de
EIXO TEMÁTICO 3 – Compreendendo os um termômetro de mercúrio. Esta aividade
Fenômenos Térmicos pode ser bem-sucedida, após o experimento
dos três baldes de looke (Sugestão experi-
CALORIMETRIA mental 24).
Problema Insigador 21: Quais são as for- Sugestão experimental 27: Determinação
mas de calor? do equivalente em água do calorímetro.
Sugestões na abordagem 14: Estados í- Sugestão experimental 28: Calor especíi-
sicos da matéria (sólido, líquido, gasoso, plas- co de um material em um calorímetro.
ma, condensado de Bose-Einstein e o “con- Sugestão experimental 29: Dilatação de
densado fermiônico”). uma Barra metálica com alinete, canudo, ve-
Sugestões de leitura 19: lei do resfriamen- las e termômetro.
to de Newton. Sugestão experimental 30: Anel de Gravesande.
Sugestões de leitura 20: A diferença entre Sugestão experimental 31: lâmina bime-
vapor e gás. tálica.

DILATAÇÃO TÉRMICA EIXO TEMÁTICO 4 – Ondulatória: Idenii-


Problema Insigador 22: Quais são as cau- cando e compreendendo as ondas que nos
sas da dilatação térmica no universo micros- cercam
cópico?
Sugestão na abordagem 15: Deduzir as Problema Insigador 26: Qual a importân-
três leis da dilatação, tendo como exemplo a cia do conhecimento ondulatório para a com-
dilatação de um cubo. preensão de fenômenos na vida coidiana?
Sugestões na abordagem 16: dilatação Sugestão na abordagem: Comentar sobre
dos líquidos (opcional). a descrição de ondas eletromagnéicas, suas
Sugestões de leitura 21: O comportamen- caracterísicas, seus efeitos e aplicabilidades.
to anômalo da água e o congelamento dos la- Sugestão experimental 32: Compreender
gos. Esta sugestão de leitura pode ser adota- ondas mecânicas unidimensionais, uilizando
da também no assunto de convecção térmica. uma corda.
Sugestão experimental 33: Compreender
ESTUDO DOS GASES ondas helicoidais, uilizando uma mola.
Problema Insigador 23: Quais são os as- Sugestão experimental 34: Estudar a pro-
pectos que diferenciam o conceito de gás per- pagação do som, uilizando uma corda com
feito, ideal e gás real? dois copos nas extremidades.
Sugestão experimental 35: Demonstrar
MÁQUINA TÉRMICA E REFRIGERADORES ondas bidimensionais, propagadoras de ener-
Problema Insigador 24: é possível contro- gia e não de matéria, uilizando um balde e
lar o senido da propagação do calor? um pedaço de isopor.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
96 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

EIXO TEMÁTICO 5 – Ópica: Analisando o de Millikan) e o Modelo Atômico de Ruther-


comportamento da luz ford-Bohr.
Sugestão experimental 40: Eletrizar por
Problema Insigador 27: A luz é matéria? atrito canudinhos e papel: com o canudo cur-
Problema Insigador 28: Como seria viajar vado ao meio, apoiado por um alinete, e os
em um feixe de luz? outros canudos eletrizados pelo papel e apro-
Sugestão na abordagem 17: Apresentar o ximados.
contexto histórico e epistemológico da ópica, Sugestão experimental 41: Determinar o
enfaizando as discussões quanto à natureza sinal da carga elétrica por meio de um Eletros-
da luz. cópio de pêndulo.
Sugestões na abordagem 18: Sugestão de
temas para trabalhar interdisciplinarmente a EIXO TEMÁTICO 2 – Eletrodinâmica: as
ópica geométrica: o olho humano, o micros- maravilhas do movimento dos elétrons
cópico, a máquina fotográica, as miragens.
Sugestão experimental 36: Elaborar ima- Problema Insigador 30: Quais as causas
gens através de uma câmara escura. geradoras do movimento de portadores de
Sugestão experimental 37: Uilizar siste- carga, em diversos ipos de material?
ma de espelhos planos e número de imagens. Sugestão experimental 42: Calcular o con-
Sugestão experimental 38: Veriicar ima- sumo da energia elétrica de sua casa, anotan-
gem no ininito (a macaca). A natureza dual do as propriedades elétricas dos principais
da luz e o laser (sugestão de leitura 21). eletrodomésicos, e esimando o tempo mé-
Sugestão experimental 39: Elaborar um dio de uso ao mês.
telescópio com materiais alternaivos. Sugestão experimental 43: Elaborar uma
associação de resistores por meio de lâmpa-
Série: 3ª das e invesigar.
Sugestão experimental 44: Elaborar um
EIXO TEMÁTICO 1 – Conceitos Básicos do mecanismo que uilize o princípio de Faraday
Eletromagneismo – sugestão: manivela, bobina, ios de cobre e
lâmpada.
Problema Instigador 29: Quais os fato-
res que interferem na interação das cargas EIXO TEMÁTICO 3 – Magneismo: dois po-
elétricas? los inseparáveis
Sugestões na abordagem 19: Apresentar o
contexto histórico: a uniicação da eletricida- Problema insigador 31: Quais as causas
de, magneismo e ópica na ísica. dos fenômenos magnéicos e de que forma
Sugestões na abordagem 20: Comentar se relacionam com os fenômenos elétricos e
sobre as equações de Maxwel. gravitacionais?
Sugestões na abordagem 21: Apresentar a Problema Insigador 32: O que é o imã?
Teoria do “mar de elétrons”. Problema Insigador 33: O que acontece-
Sugestões de leitura 22: Apresentar a car- ria se pudéssemos isolar um dos polos mag-
ga elementar (contexto histórico: experiência néicos?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍ S I CA 97

Sugestões de leitura 23: Contexto históri- Trace uma igura. Adote uma notação ade-
co do magneismo: Da magneita aos super- quada.
condutores. Separe as diversas partes da condicionan-
Sugestões de leitura 24: imã natural e ar- te. É possível anotá-las?
iicial.
Sugestão experimental 45: Visualizar as ESTABELECIMENTO DE UM PLANO
linhas de campo magnéico com limalha de
ferro e imãs. Segundo.
Sugestão experimental 46: A experiência Encontre a conexão entre os dados e a
de Orested – veriicação do surgimento de incógnita.
campos magnéicos nas redondezas da cor- É possível que seja obrigado a conside-
rente elétrica em ios de cobre. rar problemas auxiliares se não puder en-
Sugestão experimental 47: Elaborar um contrar uma conexão imediata.
imã com agulha, isopor e água. É preciso chegar, ainal, a um plano
para a resolução.
Algumas das sugestões a seguir se enqua-
dram na técnica de resolução de problemas e Já o viu antes? Ou já viu o mesmo proble-
na aividade experimental demonstraiva para ma apresentado sob uma forma ligeiramente
o ensino da Física, por isso, serão enfaizados diferente?
alguns detalhes necessários para o esclareci- Conhece um problema do mesmo ipo ou
mento destas técnicas, tendo como referên- sobre o mesmo assunto? Conhece um proble-
cia o “método de resolução de problemas de ma que lhe poderia ser úil?
George Polya”, e uma proposta metodológica Considere a incógnita! E procure pensar
para uma abordagem de demonstração inves- num problema do mesmo ipo, que tenha a
igaiva para o ensino da Física (BRAGA, 2010). mesma incógnita ou outra semelhante.
Eis um problema do mesmo ipo e já re-
MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE solvido anteriormente. É possível uilizá-lo?
PROBLEMAS DE GEORGE POLyA É possível uilizar o seu resultado? É possível
uilizar o seu método? Deve-se introduzir al-
COMPREENSÃO DO PROBLEMA gum elemento auxiliar para tornar possível a
sua uilização?
Primeiro. é possível reformular o problema? é possí-
é preciso compreender o problema vel reformulá-lo ainda de outra maneira? vol-
te às deinições.
Qual é a incógnita? Quais são os dados? Se não puder resolver o problema propos-
Qual é a condicionante? to, procure antes resolver algum problema do
É possível saisfazer à condicionante? A mesmo ipo. É possível imaginar um problema
condicionante é suiciente para determinar a parecido mais acessível? um problema mais
incógnita? Ou é insuiciente? Ou redundante? genérico? Um problema mais especíico? Um
Ou contraditória? problema análogo? é possível resolver uma
parte do problema? mantenha apenas uma

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
98 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

parte da condicionante, deixe a outra de lado. • Demonstrar as leis ísicas, ideniicando a re-
Até que ponto ica determinada a incógnita? lação de proporcionalidade entre as grande-
Como ela pode variar? É possível obter, dos zas ísicas através da elaboração de gráicos;
dados, alguma coisa úil? É possível pensar em • Elaborar e interpretar gráicos das funções
outros dados apropriados para determinar a matemáicas relacionadas a princípios e leis
incógnita? É possível variar a incógnita ou os ísicas, ideniicando as propriedades envolvi-
dados, ou todos eles, se necessário, de tal ma- das;
neira que iquem mais próximos entre si? • Deduzir fórmulas matemáicas;
Uilizou todos os dados? Uilizou toda a • ideniicar a relação de proporcionalidade
condicionante? levou em conta todas as no- entre as grandezas;
ções essenciais implicadas no problema? • Fazer uma análise dimensional das grande-
zas ísicas envolvidas, e com isso, deduzir
ExECUÇÃO DO PLANO fórmulas;
• interpretar resultados e analisar a lógica í-
Terceiro. sica;
Execute o seu plano. • Converter unidades de medida, uilizando
tabelas de transposição entre múliplos e
Ao executar o seu plano de resolução, ve- submúliplos, fator de conversão, regra de
riique cada passo. É possível veriicar clara- três, subsituição de preixos;
mente que o passo está correto? É possível • representar e operar com notação cien-
demonstrar que ele está correto? íica;
• Resolver problemas de esimaiva.
RETROSPECTIvA
ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA TRABA-
Quarto. LHAR DEMONSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS IN-
Examine a solução obida. vESTIGATIvAS (DEIs) NA FÍSICA

É possível veriicar o resultado? É possível Braga (2010) propõe uma estratégia meto-
veriicar o argumento? dológica para se trabalhar demonstrações ex-
é possível chegar ao resultado por um perimentais através de ciclos de invesigação,
caminho diferente? é possível perceber isto porém, é possível uma adaptação para outras
num relance? modalidades de aividades experimentais.
É possível uilizar o resultado, ou o méto- Nicot (2001:26) apresenta alguns requisitos
do, em algum outro problema? fundamentais para se trabalhar com demons-
trações: 1) Os educandos devem estar prepa-
COMENTÁRIOS SOBRE UMA ABORDA- rados para acompanhar o experimento; 2) A
GEM, COM êNFASE NA DESCRIÇãO MATE- demonstração deve ser simples, de acordo
MÁTICA com as possibilidades; se necessário uilizar
• Demonstrar as leis ísicas por meio da ar- instrumentos conhecidos pelos educandos;
gumentação fenomenológica, induzindo os 3) O experimento deve ser visto por todos os
fatos à descrição matemáica do fenômeno; educandos; 4) O ritmo da demonstração deve

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 99

corresponder ao ritmo da exposição oral e da salientar que as aividades extraclasses não


percepção dos educandos; 5) O experimento devem ser extracurriculares, ou seja, deve-se
de deve ser convincente e a instalação para discuir e resolver problemas relacionados às
sua realização segura. temáicas inerentes ao currículo, sempre bus-
Visando estruturar a forma de abordagem, cando enfaizar a metodologia invesigaiva,
torna-se úil a estratégia Prediga-Observe-Ex- evitando-se os métodos rígidos, postulados
plique (POE) citada por Caldeira (2008), onde cieníicos equivocados, ou seja, mostrando o
ela é direcionada para a modalidade de de- conhecimento como algo construído a parir
monstração invesigaiva. É destacada a pari- de problemaizações, previsões, descrições,
cipação dos educandos em quatro momentos observações, relatos, veriicações e jusiicai-
decisivos: na problemaização, na previsão, vas, sempre na busca de soluções. No ensino,
na descrição e na discussão, caso contrário, ao se discuir e refutar ideias dos educandos,
ela é reduzida a uma aividade do ipo obser- visar (re)construir suas possíveis concepções
vação passiva, com direcionamento demons- equivocadas, quesionando-os até a exaustão,
traivo, ilustraivo e descriivo. fazendo-os, assim, repensar suas considera-
É necessário, inicialmente, entender o ções e abandoná-las para que iquem mais
que é, de fato, um problema, pois este di- propícias a uma aprendizagem signiicaiva.
fere de meros exercícios que mascaram sua A aquisição do conhecimento cieníico
real caracterísica. O problema deve ser algo deve ser além de assimilado, reido de tal
que não tem uma solução imediata, pois no forma que combata o processo obliterador
momento em que há uma solução, este dei- cogniivo, com isso, é importante destacar
xa de ser um problema. A solução deve ser métodos de retenção e consolidação dos con-
resultado de um processo invesigaivo rea- ceitos. Um mecanismo sugerido para isso é o
lizado pelos educandos. Ao im de cada ciclo uso de mapas conceituais e a análise dos pro-
invesigaivo, ele deve ser confrontado com a cessos uilizados na resolução de problemas,
teoria cieníica. veriicando possíveis equívocos e releindo
sobre os resultados.
COMENTÁRIOS SOBRE UMA ABORDA-
GEM, COM êNFASE NO ASPECTO FENOME- As aividades experimentais podem ser
NOLóGICO exploradas através de demonstrações, expe-
rimentações e estudos do meio;
O conhecimento cieníico pode ser assimi- Uilizar o método de invesigação cieníi-
lado através de uma abordagem fenomenoló- ca nas aividades experimentais, podendo ser
gica, por meio de demonstrações simples, de abordado por ciclos invesigaivos, aumentan-
experimentações, de visita a ambientes não- do, gradaivamente, a autonomia dos educan-
formais. As aividades experimentais realiza- dos no processo de aprendizagem:
das, de preferência com materiais alternai- •Favorecer a realização de experiências;
vos, devem facilitar o acesso à reprodução de •Esimular a criaividade dos educandos;
sua elaboração, no entanto, é necessário que • valorizar e mediar a discussão e a argumen-
o professor explore todos os recursos dispo- tação entre os educandos;
níveis na escola. O professor deve, também,

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
100 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

• Contextualizar, historicamente e epistemo- Dissecando o problema: o diícil como um


logicamente, os corpos de conhecimentos amontoado de pequenas coisas fáceis
mais estruturados, seja por textos ou atra- Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e massa
vés de vídeos (ver os temas sugeridos para de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
leitura); bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
• Apresentar métodos para a resolução de água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3
problemas (sugestão: método de George
Polya); SOLUÇÃO
• Expor os assuntos de forma dialogada e pro- ninguém resolve um problema sem antes
blemaizada; entendê-lo, por isso, deve-se ler e interpretá-
• usar experiências virtuais como demonstra- lo. Assim, deve-se preparar o educando para
ção no ensino e como experimentação para concentrar-se e reunir todos os esforços na
o aprendizado; sua compreensão.
• Elaborar experimentos que sejam simples e
com materiais alternaivos, mas que sejam “Uma lata...” (informa a quanidade e o
potencialmente signiicaivos quanto aos ipo de objeto, compreendendo isto, tentar
conceitos, métodos e aitudes; desenhar)
• Abordar, conceitualmente, um problema;
• Apresentar os conceitos, explorando as con-
cepções dos educandos;
• Apresentar críicas quanto às leis ísicas, co-
mentando seus regimes de validez.
1 (uma lata)
1.O CASO: APLICANDO O MÉTODO DE
GEORGE POLyA
“...tem volume de 1200 cm3...” (espaço ocu-
Série: 1ª pado, observe que a unidade não está no SIU);

Objeivo: demonstrar o método de Geor- “...e massa de 130 g...” (também não está
ge Polya. no SIU. Lembre-se, se o corpo tem massa, logo
tem peso, nesse momento deve-se recordar o
Competência: Apropriar-se de conheci- conceito de força-peso e sua fórmula mate-
mentos da Física para, em situações-proble- máica);
ma, interpretar, avaliar ou planejar interven-
ções cieníico-tecnológicas. “...Quantas gramas de balas de chumbo...”
(informa a grandeza que se deseja invesigar,
Habilidade: interpretar o enunciado do assim como sua unidade de medida);
problema para elaborar esquemas passo a pas-
so das situações ísicas envolvidas, facilitando
assim a logicidade na resolução do problema.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 101

uma força que impede que isso aconteça. Ou


seja, possivelmente vão chegar à conclusão
de que existe uma força para cima e de mes-
ma intensidade.
Pch
Plata
...ela poderia carregar, sem que afundas-
se na água?... (a lata deve ser preenchida por
chumbo de tal modo que não afunde. Esta Por que não afunda?
seria a condição limite imposta que irá trazer
implicações determinantes para a resolução
do problema).

Enxergando com a mente: Neste momen-


to, é possível vislumbrar a situação. Sugere-se
ilustrar, através de um esquema ou de um de-
senho, a situação ísica:
EXPliCAÇÃO:

A borda da lata quase no mesmo nível da água Fundamentação teórica cieníica: Princí-
pio de Arquimedes: “Todo corpo total ou par-
Ideniicando o referencial teórico en- cialmente submerso recebe uma força para
volvido: Quando se airma que não afunda, cima de intensidade igual ao peso do luido
supunha-se que ele se encontra em repouso, deslocado, denominado empuxo”.
logo, deve-se recordar a 1ª lei de Newton, ou Convencer, com argumentação, que o vo-
seja, se existem forças atuando, supostamen- lume deslocado do luido é igual ao volume
te elas estão em equilíbrio. do corpo submerso (vd = Vlata).
Não fornecer respostas imediatas aos E = Pf =mf∙g = df∙g∙vd = 1000 (kg/m3)∙9,8 (m/
educandos: insigar os educandos de tal for- s )∙1.200 cm3 (Observar que as unidades de
2

ma que, através da argumentação, eles pos- volume são incompaíveis, ou seja, deve-se
sam chegar à conclusão de que a lata com converter para o SiU).
chumbo não afunda devido à existência de

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
102 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 Caro professor, como é do seu conheci-
000 000 000 000 000 000 000
mento, alguns homens destacaram-se como
000 000 000 000 001 200, 000
iguras maiores na humanidade. Dentre eles,
000, 001 200 000 assinalamos Arquimedes, ilósofo matemái-
co, ísico e autor do “princípio do empuxo”.
1200 cm3 = 0,0012 m3 = 1,2∙10-3 m3 Aqui, o que sugerimos, conforme o enun-
kg hg dag g dg Cg mG ciado acima, é que apresente ou que demons-
0 0 0 0 0 0 0 tre, na práica para os seus educandos, como
0 1 3 0, 0 0 0 ele é em seus fundamentos. Além disso, é
0, 1 3 0 0 0 0
possível discuir sobre os instrumentos uili-
zados em tubulações relacionados ao empuxo
130 g = 0,13 kg e ao escoamento de luidos.
E = Pch + Pc
df∙g∙vd = mch∙g + mc∙g SUGESTÃO DE LEITURA: Arquimedes e a
df∙vd = mch + mc descoberta do Empuxo
mch = df∙vd - mc = 1000 (kg/m3)∙ 1,2∙10-3 (m3) Site: htp://www.brasilescola.com/isica/
– 0,13 (kg) = 1,07 kg = 1070 g arquimedes-descoberta-empuxo.htm

3º CASO: SITUAÇõES ANÁLOGAS E USO


2º CASO: CONTExTUALIZANDO HISTó- DE METÁFORAS
RICA E EPISTEMOLOGICAMENTE
Série: 1ª
Série: 1ª
Objeivo: relacionar o conhecimento da
Objeivo: Demonstrar, uilizando matei- ísica a situações do coidiano.
riais alternaivos o Princípio de Arquimedes. Competência: Associar, criicamente, as
situações-problema com situações análogas
Competência: Compreender, de forma ou metafóricas compreensíveis, ou seja, em
contextualizada, histórica e epistemologica- um domínio de conhecimento mais familiar
mente o problema, levantando situações que ao indivíduo, possibilitando-o recriar modelos
contribuíram para o processo de construção que jusiiquem o conhecimento cieníico.
do conhecimento ísico.
Habilidade: Elaborar modelos análogos
Habilidade: reconhecer que a solução teó- que representem a situação ísica descrita no
rica da situação-problema, é resultado de um enunciado do problema, e com isso direcionar
processo histórico-cieníico da construção do logicamente para a resolução do problema.
conhecimento e do esforço intelectual humano. Uma lata tem volume de 1200 cm3 e massa
de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e massa bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
de 130 g. Quantas gramas de balas de chum- água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3
bo ela poderia carregar, sem que afundasse na
água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Fí S I CA 103

Sugestão Analógica: (1) Pode-se compa- Competência: Entender métodos e os pro-


rar o comportamento da lata lutuante com cedimentos próprios das Ciências Naturais e
a situação-problema relacionado ao compor- aplicá-los em diferentes contextos.
tamento de um barco, e com isso explorar a Habilidade: Relacionar informações apre-
importância da relação entre o centro de gra- sentadas em diferentes formas de linguagem
vidade e o centro do empuxo para a estabili- e de representação usadas nas ciências ísicas,
dade das embarcações. químicas ou biológicas, como texto discursivo,
gráicos, tabelas, relações matemáicas ou lin-
4º CASO: GRUPOS DE ExPERIMENTA- guagem simbólicas.
ÇÃO EM LABORATóRIO, USANDO O MÉ-
TODO DE INvESTIGAÇãO CIENTÍFICA Valorizando as preconcepções dos educan-
dos e ideniicando a existência dos subsunço-
Série: 1ª res disponíveis na temáica terminológica.

Objeivo: Uilizar a linguagem ísica em 1 – Avaliação diagnósica para detectar as


situações-problema. concepções dos educandos quanto ao:
Competência: Reconhecer o papel da í-
sica no sistema produivo, compreendendo
a sua relação com o contexto cultural, social,
políico e econômico.
Habilidade: Expressar corretamente as
unidades de medida, uilizando a linguagem
Física adequada. Modelo Cinéico-Molecular
O ludião: observando e invesigando o Prin- Baseado no módulo didáico de Química
cípio de Pascal e o Princípio de Arquimedes n. 15 – modelo cinéico-molecular, do centro
o

Descrição: Garrafa pet, água e uma ampo- de referência virtual do professor.


la parcialmente preenchida com água.
Caro professor, de posse destes instru- Aividade em Grupo: critérios para ideni-
mentos prepare com os seus educandos um icar os estados ísicos dos materiais.
momento de experimentação. Mostre para os
mesmos, na práica, como são os princípios Nesta aividade, você irá discuir com o
de Pascal e Arquimedes. seu grupo sobre a ideniicação dos esta-
dos ísicos de diversos materiais. lidar com
5º CASO: APLICAÇÃO, PREvIAMENTE, os materiais em diferentes estados ísicos
DE AvALIAÇõES DIAGNóSTICAS faz parte da nossa experiência diária, isto é,
todas as pessoas, de um modo geral, con-
Série: 2ª seguem disinguir os materiais sólidos dos
líquidos e dos gases. Pense sobre isso e faça
Objeivo: Demonstrar, por meio de tabelas uma lista dos critérios que você uiliza para
e gráicos, a linguagem da ísica. ideniicar os estados sólido, líquido e gasoso
dos materiais.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
104 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

Após a discussão do grupo, registre numa 2. O que são moléculas?


tabela como a seguinte, os critérios que você 3. Como você acha que as moléculas se
uilizou para ideniicar os estados ísicos dos comportam em cada caso?
materiais. 4. As parículas interagem entre si? De que
Critérios para o estado sólido forma você acha que isso acontece?
5. O que existe entre as parículas?
6. Como você deine espaço vazio?
7. Qual ideia que você tem de temperatura
Critérios para o estado líquido e calor?
8. Como você pode deinir, a nível micros-
cópico, o conceito de temperatura?
9. Como você pode deinir, a nível micros-
Critérios para o estado gasoso
cópico, o conceito de pressão?
10. Como você pode deinir, a nível micros-
cópico, o conceito de volume?
11. Como você pode deinir a nível micros-
indique os estados ísicos dos materiais da cópico o conceito de calor?
tabela, informando os critérios que você esco-
lheu na questão anterior. 6º CASO: APLICAÇÃO, PREvIAMENTE,
DE AvALIAÇõES DIAGNóSTICAS
Critérios usados para Estado
Materiais
deinir o estado ísico ísico Série: 2ª
Objeivo: reconhecer o método de inves-
Areia igação cieníica em experimentações reais e
virtuais.
Competência: Entender métodos e pro-
Algodão cedimentos próprios das Ciências Naturais e
aplicá-los em diferentes contextos.
Habilidade: Relacionar informações apre-
Gelaina sentadas em diferentes formas de linguagens
e de representações usadas nas ciências ísi-
cas, químicas ou biológicas, como texto dis-
cursivo, gráicos, tabelas, relações matemái-
Creme dental
cas ou linguagem simbólicas.

Valorizando as preconcepções dos edu-


Discuta com seu grupo e responda: candos, e ideniicando a existência dos sub-
1. Os critérios que você escolheu foram sunçores disponíveis na natureza da matéria.
adequados para deinir o estado ísico da
areia, do algodão, da gelaina e do creme den- 2 - Avaliação diagnósica para detectar as
tal? Explique. concepções dos educandos quanto à:

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍ S I CA 105

Natureza da Matéria
Baseado no livro de lahera & Forteza (2006),
Ciências ísicas no ensino fundamental e médio

1. O gelo sólido, a água líquida e o vapor da


água são a mesma substância. Faça, em cada
caso, um desenho de como lhe parece que
são por dentro;
8. Em cada caso, você deve explicar o que
acontece. Deve também completar o desenho
marcado com ? e, no círculo, desenhar como
é o produto por dentro. (Você pode uilizar lá-
pis ou canetas esferográicas coloridas);

Gelo Água Vapor

2. imagine um ilete de papel, cortado com CASO 1


uma tesoura, sempre a metade, descartando
a outra metade. Quantas vezes será possível
repeir esse processo?;
3. A água quente e a água fria é água. Ex-
plique como você imagina que se diferenciam CASO 2
por dentro;
4. Enche-se uma bexiga que é deixada, ao
relento, em uma noite fria. Interprete o que
acontece;
5. Você tem um frasco de perfume, des-
CASO 3
tampado. Você pode perceber o cheiro à dis-
tância. Como é possível?
6. O que acontece com o ar que está na
seringa, quando se puxa o êmbolo? Complete
o desenho;
CASO 4

9. Misturamos, agitamos, depois, um litro


7. Que produto se obtém? Explique com de cascalho (pedra triturada) com um litro de
palavras, do seu modo; areia bem ina. 1) Variou a massa? 2) Variou
o volume?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
106 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

RESPOSTA: volume do produto resultante é (marque sua


1) opção com X).
MAiS DE 120 cc

MENOS DE 120 cc

2) OUTRA RESPOSTA. Especiicar

12. Até aqui unimos substâncias. Agora,


queremos agir ao contrário, separando subs-
10. Coloca-se uma colher de açúcar em um tâncias de um determinado produto. Em cada
copo d’água e se agita com a colher até que se caso, responda o que você pensa fazer.
dissolva totalmente. Entre as possibilidades
indicadas, marque sua opção com X. PRODUTO: AREIA GROSSA
CASO 1
1. A massa do produto resultante é, em re-
AREIA GROSSA + AREIA FINA AREIA FINA

lação à soma da massa de açúcar e de água:


PRODUTO: SAL
igual SAL + ÁGUA ÁGUA
CASO 2

maior PRODUTO: LIMALHA DE


CASO 3
LIMALHA DE FERRO + AREIA FERRO AREIA

menor
PRODUTO: AREIA + AREIA RASPAS
CASO 4
RASPAS DE CORTIÇA DE CORTIÇA

Outra resposta. Especiicar


PRODUTO: AÇÚCAR
AREIAS CASO 5
AÇÚCAR + AREIAS

2. O volume do produto resultante é, em PRODUTO:


relação à soma do volume de açúcar e de
? CASO 6
VINHO

água:
igual PRODUTO:
GÁS 1 + GÁS 2
GÁS 1
GÁS 2
CASO 7

maior
RESPOSTA:
menor

Outra resposta. Especiicar

13. Com porções de açúcar, obtemos água


3. Acrescenta-se 50 cenímetros cúbicos açucarada. Em cada caso, você deve dizer qual
(cm3 = cc) de álcool etanol a 70 cc de água. O água ica mais açucarada.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
FÍ S I CA 107

1 LITRO DE ÁGUA 1 LITRO DE ÁGUA


Descrição: uilizar um aplicaivo que pos-
+
1 PORÇÃO
+
1 PORÇÃO
CASO 1
sibilite variar a densidade dos corpos e obser-
var a simulação do comportamento, quando
2 LITROS DE ÁGUA
+
5 LITROS DE ÁGUA
+ CASO 2 total ou parcialmente submerso.
2 PORÇÕES 3 PORÇÕES

8.o CASO: ABORDANDO O ASPECTO


RESPOSTA: MACRO E MICROSCóPICO DA MATÉRIA

Série: 3ª

Objeivo: Reconhecer em situações do coi-


14. Signiica a mesma coisa acrescentar diano a necessidade de conhecimentos da ísica.
cinco porções de açúcar a um litro de água, Competência: Compreender o conceito de
e acrescentar água a cinco porções de açúcar eletromagneismo e sua aplicação às tecnolo-
até ter um litro de água açucarada? (Em am- gias associadas às ciências naturais, em dife-
bos os casos mexe-se com uma colher até que rentes contextos.
o açúcar se dissolva totalmente). Habilidade: ideniicar os mecanismos das
correntes elétricas, considerando a represen-
7.0 CASO: REALIZANDO SIMULAÇõES tação de cargas, átomos e íons.
vIRTUAIS
1. Conceitue corrente elétrica.
Série: 1ª
R: Tanto na mecânica, quanto na termolo-
Objeivo: Proporcionar a autonomia do gia e eletromagneismo, as causas fenomeno-
educando por meio de aprendizagens em si- lógicas no contexto microscópico devem fazer
tuações-problema. uma correlação com a análise macroscópica.
Competência: Compreender o método de A corrente elétrica é geralmente deinida
invesigação cieníica nas aividades experi- como o movimento ordenado dos elétrons,
mentais reais e virtuais, abordando por meio no entanto, pouco se diz que o movimento
de ciclos invesigaivos, a im de favorecer a das parículas é caóico no plano transversal,
autonomia do educando em seu processo de e apenas se desloca ordenadamente em um
aprendizagem. único eixo.
Habilidade: interpretar a situação-proble-
ma, transpondo de um modelo virtual para 1.3.2 Sugestões para Pesquisa
um modelo real.
Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e mas- vídeos
sa de 130 g. Quantas gramas de balas de chum-
bo ela poderia carregar, sem que afundasse na CAlOr E TrAnSFErÊnCiA dE EnErGiA
água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3. Onde encontrar: ViDEOTECA DO iFUSP.
Produzido por: CORONET – FilMS
Série: DiDAK

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
108 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Duração: 13 minutos Sotwares


CAlOR, TEMPERATURA E PROPRiEDADES DA
mATériA PROJETO iNTERAGE – SiMUlAÇÕES iNTERATi-
Onde encontrar: ViDEOTECA DO iFUSP. vAS
Produzido por: CORONET BY CENTRON FilMS Experimentoteca – ludoteca
Série: DiDAK htp://www.ludoteca.if.usp.br
Duração: 15 minutos ENSiNO ON liNE – educare informáica
FilME DA SÉRiE “O PROFESSOR”. TRANSMiS- htp://eu.ansp.br/~secedusp
SãO dE CAlOr email: secedusp@eu.ansp.br
Onde encontrar: ViDEOTECA DO iFUSP. Posiivo informáica
Produzido por: TV CUlTURA htp://www.posiivo.com.br
Série: DiDAK – O PROFESSOR email: ensino-on-line_info@posiivo.com.br
Duração: 28 minutos nova Escola
TEmPErATurA E lEi dOS GASES “O univEr- htp://www.novaescola.com.br
SO MECÂNiCO” Prossiga
Onde encontrar: ViDEOTECA DO iFUSP. htp://www.prossiga.cnpq.br
Produzido por: The Annenberg/CPD Project e SciCentral
reproduzido pela Tv Cultura htp://www.scicentral.com.br
Série: SRAV – FEUSP, número 45 – 1985. Via Telemáica
Duração: 28 minutos htp://www.darwin.futuro.usp.br/indel.htm
Escola do Futuro da uSP
htp://www.futuro.usp.br
Muliservice
htp://www.muliservicenet.com.br
Fisica.Net
htp://www.isica.net

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 109

PROPOSTA CURRICULAR DE
QUÍMICA PARA O
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 111

O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 113

1.1. A Química no Ensino Médio


O tratamento contextualizado reira o
A proposta de organização curricular do En- educando da condição de espectador
sino médio por Área de Estudo – indicada nas passivo e permite que o conteúdo
diretrizes Curriculares nacionais para o Ensino provoque aprendizagens signiicaivas que
Médio (DCNEM), Parecer CEB/CNE nº 15/98 o envolvam. A contextualização engloba
contempla grupos de Componentes Curricu- dimensões presentes na vida pessoal,
lares cujo objeto de estudo permite promover
sociocultural e mobiliza competências
ações interdisciplinares, abordagens comple-
mentares e transdisciplinares. Nesse contexto,
cogniivas adquiridas, cujas dimensões
torna-se necessário promover a restruturação ou contextos, valorizados pela LDB,
da Proposta Curricular para o ensino de Quí- correspondam ao trabalho e à cidadania.
mica, dentro de uma perspeciva teórico-me-
todológica.
nização deverá obedecer ao princípio da lexi-
A Química no Currículo Escolar bilidade e da adequação à realidade escolar.
O arigo 5º das DCNEM (1998) estabelece
A necessidade de que os processos educa- que, para cumprir as inalidades do Ensino
ivos estabeleçam diálogos permanentes com Médio, as escolas organizarão os currículos de
situações de contexto, do ponto de vista pe- modo a não tratar os conteúdos curriculares
dagógico e dos conteúdos próprios de ensino, como ins em si mesmos, e a uilizar metodo-
é uma caracterísica importante que vem sen- logias diversiicadas de ensino, que ofereçam
do evidenciada e defendida tanto por pesqui- ao educando a oportunidade de uma atuação
sadores quanto por documentos oiciais de aiva e compromeida no processo de apren-
orientação curricular (SAnTOS, 1997). Nesse der. Estabelece, ainda, que os currículos do
cenário, vale destacar que não existe uma for- Ensino médio deverão atender aos princípios
ma homogênea de organização do conteúdo da idenidade, da Diversidade e Autonomia,
de Química no currículo. No entanto, tal orga- da interdisciplinaridade e Contextualização.
A interdisciplinaridade e a Contextualização
consituem-se em eixos centrais do Currículo
Ressalta-se a necessidade de que a Escolar. Segundo o Parecer nº 15/98, a inter-
elaboração dos programas não se disciplinaridade precisa ir além da justaposição
perca, em excessos de conteúdos, de Componentes Curriculares e evitar a dilui-
sem que o professor tenha ção das mesmas em generalidades. É na possi-
condições temporais de explorá-los bilidade de relacionar as disciplinas em aivida-
des ou projetos, em pesquisa e em ação, que a
adequadamente, de maneira que interdisciplinaridade melhor pode ocorrer nas
os educandos possam signiicá- salas das escolas de Ensino Médio.
-los e compreendê-los de forma Contextualizar o conteúdo signiica, inicial-
socialmente relevante. mente, assumir que todo conhecimento en-
volve uma relação entre sujeito e objeto.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
114 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Metodologias alternaivas para o ensino de Estudos orientados e pesquisa. A diversi-


Química dade de informação disponível na rede social
a qual o educando tem acesso é muito maior
A proposta apresentada para o ensino de do que os professores podem levar para a sala
Química nos Parâmetros Curriculares nacio- de aula. No entanto, encontrar endereços de
nais para o Ensino médio – PCnEm se contra- sites na internet para assuntos de Química
põe à velha ênfase na memorização de infor- não é uma tarefa muito simples, dada à diver-
mações, nomes, fórmulas e conhecimentos sidade de material de qualidade duvidosa que
como fragmentos desligados da realidade dos é disponibilizado nos mais diversos sites. Mui-
educandos. Ao contrário, pretende que o edu- tas vezes, os arquivos apresentam erros con-
cando reconheça e compreenda, de forma ceituais, de graia e da língua culta. Por isso, é
integrada e signiicaiva, as transformações fundamental que o professor oriente os alu-
químicas que ocorrem nos processos naturais nos a pesquisar em sites e endereços eletrôni-
e tecnológicos em diferentes contextos, en- cos coniáveis. Uma alternaiva é o professor
contrados na atmosfera, hidrosfera, litosfera e apresentar textos ou arigos cieníicos para
biosfera, e em suas relações com os sistemas leitura e discussão dos temas abordados.
produivo, industrial e agrícola. Debates. muitos temas abordados em sala
Ao se buscar um novo foco para o ensino de aula são polêmicos e não têm uma única
da Química, é necessário também que se re- resposta. A possibilidade de se analisar em
vejam as metodologias empregadas. O uso sala de aula diferentes pontos de vista permi-
de metodologias alternaivas representa um te aos educandos desenvolverem a capacida-
apoio pedagógico que o professor dispõe para de de raciocínio, análise e argumentação.
tornar o processo ensino-aprendizagem mais visitas. A escola pode propiciar aos edu-
eiciente. Contudo, a determinação clara dos candos experiências coleivas e orientadas
objeivos do ensino por parte dos professores como visita a museus, a estações de trata-
é um dos pontos mais signiicaivos do pro- mento de água ou de esgoto, a fábricas, a
cesso. Vale ressaltar que tais ferramentas não universidades. A metodologia permite que o
subsituem o professor, e que compete a este educando possa interagir com proissionais
a escolha do método a ser uilizado na sala de especializados e entender os processos gerais
aula, sempre tendo como objeivo o melhor uilizados para o tratamento de água de sua
aprendizado de nossos educandos, de forma cidade, dentre outros temas.
a torná-lo mais signiicaivo para a formação Experimentação. As aividades experimen-
de cidadãos críicos e conscientes das impor- tais devem parir de um problema, de uma
tantes relações entre a ciência Química e a questão a ser respondida. Cabe ao professor
sociedade. orientar os educandos na busca de respostas.
Dentre as metodologias diversiicadas para As questões propostas devem propiciar opor-
o ensino da Química, podemos citar: estudos tunidades para que os educandos elaborem
orientados e pesquisa, debates, visitas, expe- hipóteses, testem-nas, organizem os resul-
rimentação, mostra cieníica e cultural, jogos tados obidos, relitam sobre o signiicado
interaivos e desenvolvimento de projetos. de resultados esperados e, sobretudo, o dos
inesperados, e usem as conclusões para a

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 115

construção do conceito pretendido. As aivi- uma nova forma de exposição do conteúdo


dades experimentais devem esimular os edu- por meio de recursos do ipo imagens tridi-
candos a invesigar e a entender os conceitos, mensionais, sons e animações, oferecendo,
a im de que não sigam os procedimentos além do conhecimento, um contato mais íni-
experimentais como receitas que não admi- mo com a tecnologia (SAnTOS, 2010).
tem modiicações e explicações prováveis do Desenvolvimento de projetos. muitas
fenômeno estudado. As habilidades necessá- questões abordadas em sala de aula não de-
rias para que se desenvolva o espírito inves- vem se restringir ao estudo teórico. O ensino,
igaivo nos educandos não estão associadas por meio de projetos, além de consolidar a
a laboratórios modernos, com equipamentos aprendizagem, contribui para a formação de
soisicados. Muitas vezes, experimentos sim- hábitos e aitudes e para a aquisição de princí-
ples, que podem ser realizados no páio da pios, conceitos ou estratégias que podem ser
escola ou na sala de aula, com materiais do generalizados para situações alheias à vida es-
dia a dia, levam a descobertas importantes. colar. Um projeto não deve ser uma tarefa de-
Boas práicas experimentais podem ser rea- terminada pelo professor, mas, sim, eleito e
lizadas pelos educandos no laboratório, mas discuido por todos, professores e educandos.
há de se considerar sempre a segurança dos Todas as etapas devem ser discuidas, porém
envolvidos. com a delimitação clara do papel de cada um.
Mostra cieníica e cultural. A realização Essa paricipação cria um compromeimento
de eventos cieníicos permite que o educan- e uma responsabilidade comparilhada quan-
do possa interagir com a comunidade interna to à execução e ao sucesso do projeto.
e externa, apresentando aividades experi-
mentais ou de pesquisa de cunho cieníico, Objeivo geral do componente curricular
cultural, tecnológico, ambiental etc.
Jogos interaivos. A diversidade de sotwa- Compreender os fundamentos teórico-me-
res educaivos completos, interaivos e com todológicos do componente curricular Química
óima apresentação é capaz de despertar o de forma abrangente e integrante, oportunizan-
interesse dos educandos para o aprendizado, do a construção de novos conhecimentos e de
aumentando sua capacidade criaiva. Um dos uma visão críica do contexto social, na qual
fatores mais considerados na escolha de um os educandos estejam inseridos, a im de que
sotware é a interface. Esta deve ser de fácil possam analisar com propriedade as informa-
aprendizado, não exigindo uma representa- ções oferecidas pela tradição cultural, pela mí-
ção longa, e deve despertar os senidos com dia e pela própria escola para tomar decisões
cores, imagens e animações. Dessa forma, a enquanto indivíduos e cidadãos.
uilização de um sotware deve proporcionar

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
116 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

1.2 Quadro demonstraivo do Componente Curricular

1ª Série

Objeivos especíicos:

• Entender as regras básicas de nomenclatura dos compostos inorgânicos, ideniican-


do-os em alimentos, em medicamentos, em plásicos, em combusíveis, em cosméi-
cos, as principais substâncias;
• Reconhecer a dinâmica das transformações químicas, interpretando-as em diferen-
tes contextos, para que em situações-problema possam selecionar, organizar, relacio-
nar, interpretar dados e informações representadas de diferentes formas, para tomar
decisões;
• Reconhecer aspectos cieníico-tecnológicos e ambientais associados à obtenção ou
à produção de substâncias químicas;
• Trabalhar no educando o espírito invesigaivo, a capacidade de argumentação, ob-
servação, esimulando-o a encontrar soluções para situações-problema do coidiano.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temáico: Materiais, substâncias, caracterísicas e propriedades
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a evolução histórica • interpretar diferentes ipos de textos Introdução ao estudo da • Analisando textos cieníicos que
da disciplina, relacionando os e de comunicações referentes ao relacionem a evolução histórica da
Química
avanços cieníicos e tecnológicos conhecimento cieníico e tecnológico; Química e a sua contribuição para os
• Entender que a evolução histórica
• A Química na sociedade
com o advento da Química; avanços sociais, cieníicos e tecnológicos;
• Apropriar-se dos conhecimentos • Debatendo sobre aitudes a assumir para
• A evolução histórica da
da Química está relacionada com os
químicos para que em situações- avanços cieníicos e tecnológicos; garanir o consumo sustentável;
• relacionar as propriedades dos • Debatendo sobre reuilização e reciclagem
problema possam selecionar, Ciência: da Alquimia à
organizar, relacionar, interpretar Química moderna
materiais como plásicos, metais, de materiais de uso domésico;
• interpretando os componentes químicos
dados e informações representados papel e vidro aos seus usos,
de diferentes formas, para tomar degradação e reaproveitamento; Materiais: suas propriedades encontrados nas ibras têxteis, corantes,
• ideniicar Temperatura de Fusão
decisões;
• Relacionar informações,
e uso materiais de construção, papéis,
(TF), Temperatura de Ebulição combusíveis, lubriicantes, embalagens,
• Estados ísicos da matéria e
conhecimentos que se apresentam (TE), Densidade e Solubilidade recipientes e materiais de limpeza;
• realizando experimentos sobre materiais e
de diferentes formas em situações como propriedades especíicas dos
1º BiMESTRE

concretas, para a construção de mudanças de estado


• Fenômenos ísicos e químicos
materiais; operações básicas no laboratório;
• Associar alguns fenômenos do • Fazendo experimento com materiais
argumentação consistente.
coidiano a processos de separação de • Substância química:
e realizando operações básicas em
misturas; classiicação e caracterísicas
laboratório: pipetagem, pesagem e
• Selecionar e uilizar materiais e
gerais
• Misturas: ipos e métodos de
cristalização;
equipamentos adequados para fazer • realizando experimentos com observação
medidas, cálculos e para realizar separação
de substâncias, relacionando as
experimentos; propriedades organolépicas;
• reconhecer a natureza elétrica da Teorias, modelos atômicos e • Uilizando metodologias alternaivas
matéria e compreender os modelos para explicar as teorias e a evolução dos
estrutura atômica dos átomos
atômicos de Thomson, Rutheford e de modelos atômicos, tais como: palavras
• modelo Corpuscular da
Rutherford-Bohr; cruzadas, montagem com material de
• Disinguir as parículas fundamentais baixo custo dos modelos atômicos para
matéria
• Teoria atômica de Dalton
do átomo, uilizando números exposição na escola, acesso à tabela
atômicos e de massa na ideniicação periódica interaiva.
dos elementos químicos. • natureza elétrica da
PROPOSTA CURRICULAR

matéria: modelo atômico de


Thomson, Rutherford e de
DO ENSINO MÉDIO

QU ÍMI CA
Rutherford-Bohr
• Estrutura atômica: número
atômico, número de massa,
número de nêutrons,
isótopos, isóbaros e isótonos.

117
118
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Materiais, substâncias, caracterísicas e propriedades

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Caracterizar materiais ou • Relacionar a reaividade dos Elementos Químicos e Ta- • Pesquisando sobre os objetos domésicos e a
substâncias, ideniicando etapas, elementos com suas propriedades; presença de elementos químicos;
• Compreender o processo de • invesigando sobre regularidades entre nomes
bela Periódica
rendimentos ou implicações

• Elementos químicos:
econômicas ou ambientais de sua construção histórica e a estrutura da e fórmulas de substâncias (Nomenclatura
obtenção ou produção. tabela periódica, ideniicando grupos, iuPAC);
• Pesquisando e debatendo sobre metais e ligas
síntese, descoberta e
famílias, número atômico e de massa
simbologia
• Construção e organização
atômica;
• Caracterizar as propriedades
metálicas e sua importância na mineração e na

• Propriedades
metalurgia;
periódicas, citando suas deinições e • Pesquisando sobre os principais elementos
2º BiMESTRE

variações; periódicas: raio atômico,


químicos presentes no corpo humano e suas
• Compreender a estrutura do átomo
eletronegaividade,
interações eletrostáicas;
• Pesquisando e debatendo sobre propriedades
potencial de ionização e
como formado por núcleos e camadas
ainidade eletrônica
(níveis eletrônicos); e a aplicação das substâncias iônicas e
• Compreender a ligação química como moleculares.
resultado de interações eletrostáicas Ligações Químicas
que associam átomos e moléculas, de
forma a dar às moléculas resultantes • diagrama de linus
maior estabilidade; Pauling e coniguração
• Compreender que as propriedades eletrônica
das substâncias e dos materiais são • ligação iônica, Covalente
funções das interações entre átomos, e metálica
• Caracterísicas e
moléculas e íons;
• ideniicar as espécies químicas propriedades de
presentes em determinados materiais compostos iônicos e
de uso coidiano; moleculares
• Relacionar estrutura, propriedade • Geometria molecular
• Polaridade de moléculas.
e aplicação das substâncias e
moleculares na indústria.
Eixo Temáico: Materiais, substâncias, caracterísicas e propriedades.

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Associar intervenções que • Compreender e usar Funções Inorgânicas • Pesquisando e debatendo sobre o emprego
resultam em degradação ou os símbolos, códigos e de ácidos e bases nas indústrias têxteis,
• Ácidos, bases, sais e óxidos:
em conservação ambiental a nomenclatura especíicos farmacêuicas e de cosméicos;
processos produivos e sociais, da Química para as funções
deinição, classiicação e • Pesquisando e debatendo sobre os principais
e a instrumentos ou ações inorgânicas;
• ideniicar as espécies químicas
nomenclatura problemas ambientais decorrentes da
• Caráter ácido e básico das
cieníico-tecnológicas; liberação de espécies químicas presentes nas
• Caracterizar materiais ou presentes em determinados chuvas ácidas, poluição etc.;
• realizando experimentos com indicadores
substâncias
• Principais propriedades dos
substâncias, ideniicando etapas, materiais de uso coidiano;
rendimentos ou implicações • Analisar perturbações ácido-base naturais;
• realizando experimentos sobre
econômicas ou ambientais de ácidos e bases: indicadores,
ambientais, ideniicando
sua obtenção ou produção. conduibilidade elétrica,
fontes, transporte e/ou desino transformações ísicas e químicas.
reação com metais, reação de
dos poluentes ou prevendo
neutralização
3º BiMESTRE

efeitos em sistemas naturais,


produivos ou sociais;
• Executar procedimentos Reações químicas e suas equações
simples para a ideniicação
do caráter ácido, básico ou • Classiicação das reações químicas
• Reações de combustão: o efeito
neutro de soluções por meio de
indicadores;
• Reconhecer as transformações
estufa
• Balanceamento de equações:
químicas, observando as
método das tentaivas e de
diferenças entre os seus
oxidação-redução
estados iniciais e inais;
• Compreender e representar
códigos e símbolos próprios das
transformações químicas;
• Entender as transformações
químicas como resultantes
de “quebras” e formação de
PROPOSTA CURRICULAR

ligações químicas;
• interpretar equações
DO ENSINO MÉDIO

QU ÍMI CA
balanceadas como
representações para as
transformações químicas mais
comuns.

119
120
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Materiais, substâncias, caracterísicas e propriedades

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a linguagem • Reconhecer o signiicado • Cálculos Químicos • realizando experimentos sobre as leis
química, com o im de resolver das leis Ponderais e dos • leis Ponderais: Proust e lavoisier Ponderais;
situações que se apresentam no coeicientes estequiométricos
• Estequiometria: cálculo de • Pesquisando sobre rendimento das reações
4º BiMESTRE

coidiano. nas equações químicas;


• Resolver problemas,
fórmulas nas indústrias e a importância de cálculos
• Estudo teórico sobre o rendimento
químicos para evitar o desperdício.
envolvendo cálculos de
de uma reação química
• Relações quanitaivas de uma
fórmulas centesimais, mínima e
molecular;
• Resolver problemas, espécie química ou entre duas ou
envolvendo massa, volume, mais espécies químicas
quanidade de matéria, número
de átomos e de moléculas dos
paricipantes de uma reação
química.
QU ÍMI CA 121

2ª Série

Objeivos especíicos:

• Reconhecer os fatores que afetam a velocidade de uma reação química, interpretan-


do-os em diferentes contextos, para que em situações-problema possam selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes
formas, para tomar decisões;
• Analisar perturbações ambientais, causadas pelo descarte inadequado de determi-
nadas substâncias, ideniicando fontes, transporte e desinos dos poluentes e seus
efeitos nos sistemas naturais;
• Reconhecer aspectos cieníico-tecnológicos e ambientais associados à obtenção ou
à produção de substâncias químicas.

PROPOSTA CURRICULAR
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122
DO ENSINO MÉDIO
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Eixo Temáico: Gases, soluções e controle de reações
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Apropriar-se do conhecimento • Relacionar massa molar, princípio de Estudo dos Gases • debatendo sobre os efeitos ambientais
básico oferecido pela Química, Avogadro e volume molar gasoso; causados pela emissão de gases poluentes,
com o im de compreender as • Compreender o modelo cinéico e a • Massa molar e quanidade
destruição da camada de ozônio, efeito
intervenções negaivas sobre o equação geral dos gases; estufa e mudanças climáicas;
• Pesquisando sobre diluição de produtos
de matéria (mol) princípio
• Analisar, por meio de gráicos, as
ambiente.
de Avogadro e volume molar
transformações gasosas (isotérmica, gasoso domésicos;
isobárica e isocórica); • Teoria cinéica dos gases • realizando experimentos com preparação
• Analisar, em termos de pressão parcial • Equação geral dos gases
e diluição de solução;
e volume parcial, as misturas gasosas; ideais • Exercitando a composição e resolução de
• Classiicar os materiais quanto ao
1º BiMESTRE

• leis das Transformações


fórmulas;
tamanho das parículas dispersas em Gasosas • Aplicando resultado de pesquisas a
• misturas Gasosas
solução, coloide ou agregado; situações concretas.
• Compreender o signiicado
da composição de materiais
(concentração em quanidade de Estudo das Soluções
matéria, percentagem e ppm);
• Compreender dados quanitaivos, • Soluções, coloides e
esimaivas, medidas e as relações agregados
proporcionais presentes na Química. • Concentração comum,
molaridade, fração molar,
diluição, mistura de soluções,
solubilidade e concentrações
(mol/l, ppm e %)
• Relações quanitaivas
de massa, quanidade
de matéria e volume nas
transformações químicas
Eixo Temáico: Gases, soluções e controle de reações

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender os conhecimentos • Entender a ocorrência das reações Termoquímica • Pesquisando e debatendo sobre a energia
proporcionados pela Química, termoquímicas em processos envolvida nas reações químicas e nos
• Processos endotérmicos
como meio para a compreensão industriais; processos industriais;
do homem e do ambiente diante • Compreender as relações entre e exotérmicos • Debatendo sobre o desaio da produção de
• Calor de reação: Entalpia
2º BiMESTRE

das transformações ambientais que as transformações químicas e as energia em nossa sociedade;


• Exercitando fórmulas, comparando os
• Equações termoquímicas
ameaçam o planeta; variações de energia, envolvendo
• Relacionar informações, calor;
• Compreender a entalpia de reação
resultados com os colegas;
• Analisando a lei de Hess, para compreender a
e variação de entalpia
• Espontaneidade das
representadas de diferentes formas
e conhecimentos disponíveis em como resultante do balanço sua aplicação em situações reais;
• Exercitando, em laboratório, processos de
situações concretas para construir energéico advindo de formação e de transformações: Entropia
argumentação consistente. ruptura de ligação química; • lei de Hess
• Entender, qualitaivamente, o conceito
transformações químicas.

de entalpia, entropia e potencial-


padrão de eletrodo;
• Equacionar e resolver problemas,
uilizando a lei de Hess para calcular
o conteúdo energéico envolvido nas
transformações químicas.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

QU ÍMI CA
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DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

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Eixo Temáico: Gases, soluções e controle de reações

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender as variáveis que • Reconhecer e ideniicar as Cinéica Química • Pesquisando, em livros didáicos, jornais,
podem modiicar a velocidade transformações químicas revistas, internet etc., sobre o uso de
• Modelos explicaivos das
de uma transformação química, que ocorrem em diferentes catalisadores em automóveis, priorizando a
uilizando situações-problema intervalos de tempo; função: como é feito, como funciona;
• Reconhecer que toda • realizando experimentos sobre os fatores
velocidades das transformações
planejadas ou do coidiano, de
químicas
• Teoria das colisões
forma a obter informações e de transformação química ocorre que inluenciam na velocidade das reações;
• Pesquisando e debatendo sobre o efeito
ideniicar variáveis relevantes;
• Elaborar estratégias para • Fatores que afetam a velocidade de
com consumo ou produção de
energia; da temperatura na velocidade de reações
3º BiMESTRE

• Reconhecer os fatores que


equacionar ou resolver uma reação química: concentração,
em alimentos, técnicas de conservação de
as variáveis que podem estado de agregação, pressão e
afetam a velocidade de uma alimentos, função e importância de adiivos
modiicar a velocidade de uma catalisador
reação química em processos alimentares;
• Pesquisando sobre a aplicação da velocidade
transformação química;
• Compreender o comportamento
industriais;
• Diferenciar reações reversíveis Equilíbrio Químico de reação e do equilíbrio químico na indústria
das transformações químicas e irreversíveis, relacionando e no coidiano;
• Reação química e reversibilidade • Pesquisando sobre a importância da síntese
em estado de equilíbrio, a reversibilidade a condições
• Constante de equilíbrio
relacionando os conhecimentos de temperatura, pressão e da amônia na indústria;
• Observando, em laboratório, reações
químicos a processos produivos.
• Fatores que afetam o estado de
concentração dos reagentes;
• Entender o signiicado da químicas;
equilibro químico (Concentração;
• Testando produtos, em laboratório, para
expressão matemáica de
Pressão; Temperatura)
• Principio de le Chatelier
constante de equilíbrio
compreender reações químicas;
• Analisando o princípio de le Chatelier.
químico;
• ideniicar as variáveis que • Produto iônico da água, equilíbrio
perturbam o estado de ácido-base e pH
equilíbrio químico;
• Conhecer e aplicar o conceito
de pH e pOH.
Eixo Temáico: Gases, soluções e controle de reações

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Entender a importância dos • reconhecer os processos Eletroquímica • debatendo sobre impactos ambientais
hidrocarbonetos na vida de oxidação e de redução, causados por pilhas e baterias e sobre Célula
• Transformações químicas e energia
moderna, sendo capaz de classiicando-os de acordo com combusível como energia alternaiva;
integrar os conhecimentos a variação da carga elétrica das
elétrica e nuclear • Debatendo sobre os efeitos causados à saúde
• reação de oxidorredução
químicos e os processos espécies;
• ideniicar diferentes formas
por alguns metais pesados;
• Pesquisando sobre puriicação eletrolíica
produivos à responsabilidade de
preservação socioambiental. de variação de energia em • Potências padrão de redução
• Tipos de pilhas e de baterias
de metais e eletrodeposição de metais
4º BiMESTRE

transformações químicas; (cromagem, niquelagem, dentre outros);


• Classiicar os diferentes ipos • Pilha de daniel • Testando, em laboratório, transformações
de pilhas e baterias de uso • Eletrólise e leis de Faraday químicas;
• Debatendo, em sala de aula, sobre a Energia
coidiano;
• Entender os mecanismos nuclear;
• Acompanhando, por meio das cadeias de
envolvidos na Pilha de daniel;
• Entender os aspectos informação, a contribuição, proibição e
quanitaivos da eletrólise, discussões sobre usinas nucleares;
• Observando materias, com o im de
uilizando a lei de Faraday;
• Analisar perturbações acompanhar transformações químicas;
• Paricipando de campanhas em defesa do
ambientais causadas pelo
descarte inadequado de pilhas
meio ambiente;
• Organizando grupos de colegas para o
e baterias, ideniicando fontes,
transporte e desinos dos
poluentes e seus efeitos nos planejamento de estratégias para o meio
sistemas naturais. ambiente.
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QU ÍMI CA
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126 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

3ª Série

Objeivos especíicos:

• ideniicar, por meio dos grupos funcionais, as principais funções orgânicas;


• Entender as regras básicas de nomenclatura dos compostos orgânicos, ideniicando-
-os em alimentos, em medicamentos, em plásicos, em combusíveis, as principais
substâncias;
• Reconhecer a importância e as implicações das substâncias orgânicas na sociedade
moderna.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temáico: Funções orgânicas caracterísicas e propriedades
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a importância do • Conhecer os fundamentos básicos da Introdução à Química Orgânica • Pesquisando e debatendo sobre créditos de
carbono como essencial para o ciência química, sua nomenclatura carbono e o Protocolo de Kyoto;
aparecimento e a manutenção e notação;
• Estudo do Carbono • Construindo moléculas orgânicas com o
• Entender a importância do átomo
• Classiicação das Cadeias
da vida; auxílio de materiais de baixo custo (isopor,
• Compreender as regras básicas de carbono, ipos de ligações e varetas etc);
• Pesquisando sobre a técnica do
Carbônicas
• Geometria molecular
de nomenclatura dos compostos geometria das moléculas orgânicas;
orgânicos, sua importância • Classiicar as cadeias carbônicas,
• Orbitais híbridos
Carbono-14;
• Debatendo sobre a importância do Petróleo
para a sociedade moderna, uilizando a nomenclatura cieniica;
• Entender a importância dos orbitais
as implicações na economia,
e dos Biocombusíveis na vida moderna e as
1º BiMESTRE

ideniicando as principais
híbridos e suas implicações na Funções orgânicas implicações na economia de um país;
• debatendo sobre os impactos ambientais
substâncias orgânicas em
geometria das moléculas orgânicas;
• Reconhecer as substâncias que
alimentos, medicamentos,
plásicos, combusíveis. • Notação, nomenclatura de combusíveis fósseis;
apresentam as principais funções e propriedades dos • Exercitando fórmulas, composições;
• Apresentando, em sala de aula, os
orgânicas e suas caracterísicas; Hidrocarbonetos, das Funções
• ideniicar o grupo funcional das Oxigenadas, das Funções resultados;
• realizando experimentos sobre o Teste da
substâncias orgânicas mais comuns Nitrogenadas, das Funções
(hidrocarbonetos, alcoóis, fenóis, Sulfuradas, das Funções
cetonas, aldeídos, éter, ésteres, mistas e dos Compostos Proveta, para aferição da quanidade de
álcool na gasolina;
• Testando a resolução de fórmulas, de leis de
ácidos carboxílicos, amidas e Organometálicos
aminas);
• relacionar as propriedades princípios químicos;
ísicas de diferentes substâncias • Analisando componentes químicos;
orgânicas ao modelo de interações • Elencando as regras básicas de
intermoleculares. nomenclatura dos componentes orgânicos;
• Pesquisando sobre a importância da
PROPOSTA CURRICULAR

Química para o equilíbrio do planeta.


DO ENSINO MÉDIO

QU ÍMI CA
127
128
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Funções orgânicas caracterísicas e propriedades

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a importância da • Diferenciar isomeria espacial e plana, • Uilizando sotware educaivo para desenhar
2º BiMESTRE

Isomeria
Química Orgânica para a produção ideniicando os principais casos de os isômeros planos, geométricos e ópicos
• isomeria Plana
de fármacos e a relação desses com isomeria geométrica ou cis-trans; (disponível em: Acd/Chemsketch Freeware
• Analisar as moléculas orgânicas que
• isomeria Geométrica
a vida. (2006). Version 10.00, Advanced Chemistry
velopment, inc., Toronto, On, Canada. www.
• isomeria ópica
apresentam diferenças na simetria;
• Entender a importância de substâncias
Acdlabs.com);
opicamente aivas na consituição • debatendo sobre a importância de moléculas
dos seres vivos. quirais na medicina e na composição de
medicamentos.
Eixo Temáico: Funções orgânicas caracterísicas e propriedades

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Apropriar-se dos conhecimentos • Entender as principais reações Biomoléculas • Pesquisando e debatendo sobre as principais
químicos para que em envolvidas no processo fontes de carboidratos, lipídeos e proteínas
• Glicídios
situações-problema possam digesivo; em alimentos comuns;
• reconhecer a importância das • Debatendo sobre métodos uilizados para a
3º BiMESTRE

• lipídeos
selecionar, organizar, relacionar,
interpretar dados e informações
• Aminoácidos
biomoléculas na manutenção e conservação de alimentos;
• realizando experimentos sobre o teor de
representadas de diferentes na qualidade de vida;
formas, para tomar decisões.
• Reconhecer as fórmulas • Proteínas vitamina C em diversos ipos de sucos;
estruturais de polímeros mais • Polímeros • Debatendo sobre Biodegradação como
comuns; alternaiva para reduzir os impactos
• ideniicar o uso de alguns ambientais decorrentes dos resíduos
polímeros como: celulose, plásicos.
polieileno, poliesireno, PVC,
náilon e borracha.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO

QU ÍMI CA
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130
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Funções orgânicas caracterísicas e propriedades

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender os principais • Entender o efeito de mesômero Mecanismo de reações orgânicas • Pesquisando e debatendo sobre os
mecanismos das reações para formação de híbridos de mecanismos de reações para obtenção da
• ressonância
4º BiMESTRE

orgânicas para obtenção de ressonância; gasolina sintéica, do negro de fumo, da


• Caracterizar os efeitos
• Efeitos induivos
novos produtos, relacionando- acetona, dentre outras substâncias orgânicas;
-os aos processos uilizados pela • Exercitando, por meio de cálculo, diferentes
• Tipos de reações orgânicas e
induivos posiivos e negaivos,
indústria. relacionando-os com o reações orgânicas;
• Testando composições químicas.
aumento ou com a diminuição principais mecanismos
da acidez de substâncias
orgânicas;
• Entender os mecanismos das
reações orgânicas de adição e
de eliminação de compostos
orgânicos.
QU ÍMI CA 131

1.3 Alternaivas metodológicas para o os instrumentos e os conhecimentos que per-


ensino de Química mitam ao educando propor explicações para
o que vê (ClAudETE, et al., 2009).
EXPERIMENTANDO EM QUÍMICA As aividades experimentais, uilizando ou
não o ambiente de laboratório escolar con-
A coisa mais bela que o homem pode vencional, podem ser o ponto de parida para
experimentar é o mistério. É essa emoção a apreensão de conceitos e para estabelecer
fundamental que está na raiz de toda ciência relações com as ideias. Os educandos, assim,
e toda arte. estabelecem relações entre a teoria e a prái-
ca e, ao mesmo tempo, expressam ao profes-
Albert Einstein sor suas dúvidas.
Dessa forma, os experimentos apresen-
Princípios orientadores tados neste texto são simples, porém possi-
bilitam quesionamentos que permitem ao
O arigo 5º das DCNEM (BRASil, 1998) es- professor localizar as possíveis contradições
tabelece que, para cumprir as inalidades do e limitações dos conhecimentos explicitados
Ensino Médio, as escolas organizarão os currí- pelos educandos. À medida que as aividades
culos de modo a não tratar os conteúdos cur- experimentais transcorrem, é importante que
riculares com ins em si mesmos e adotar me- o professor incenive os educandos a expo-
todologias de ensino diversiicadas, disintas rem suas dúvidas e a manifestarem-se sobre
das que se encontram nas salas de aula mais as mesmas, esimulando o diálogo sobre o co-
tradicionais e que, ao contrário dessas, ofe- nhecimento químico.
reçam ao educando a oportunidade de uma
atuação aiva e compromeida no processo de Objeivos
aprender.
No contexto metodológico, a experimen- Propiciar um contato inicial com aividades
tação deve propiciar situações onde o edu- práicas nesta área do conhecimento e com
cando veja a Química em situações reais da o instrumental uilizado em laboratórios de
sua vivência e procure explicações para fatos Química;
embasados nos conhecimentos adquiridos. Despertar a curiosidade, o espírito invesi-
não é apenas desenvolver no educando a ca- gaivo, a criaividade e a iniciaiva na busca de
pacidade de “ver” o fenômeno químico que soluções para questões individuais e coleivas
ocorre em situações reais. Além de ver, é ter relacionadas à Química.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
132 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Modelo de Relatório

Título Título da aividade a ser desenvolvida


Desenvolvimento Objeivos que a aividade propõe

Materiais e Reagentes listagem dos materiais e dos reagentes que serão ne-
cessários.

Descrição das aividades a serem desenvolvidas. Ao


Procedimento experimental longo da aividade, podem ser incluídos quesionamen-
tos que orientem o educando a releir sobre os passos
que estão sendo realizados.

Neste item, o educando, ao inal da aividade, deverá


fazer uma listagem dos termos/conceitos/palavras novas
Termos/Conceitos que foram uilizadas. Essa aividade tem como objeivo
familiarizar o educando com a terminologia especíica da
Química. Esse levantamento consisirá em importante
subsídio para elaboração do dicionário químico.

Elaboração por parte do educando de uma ideia geral


Conclusões/Curiosidades que sinteize o objeivo da aividade de forma clara e em
linguagem adequada, bem como o levantamento de da-
dos que tenham despertado a curiosidade do educando.

Considerações, notas, quesionamentos e alguns as-


Comentários pectos teóricos que, a critério do professor, podem ou
não ser incluídos no material do educando.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 133

1.3.1 Sugestões de aividades didáico-peda- Materiais e Reagentes


gógicas: • Tubos de ensaio, estante, Bico de Bunsen,
copos de Becker de diferentes tamanhos,
tripé, tela de amianto, frasco de Erlen-
Série: 1ª meyer, bastão de vidro, funil de vidro, pa-
pel de iltro, cápsula de porcelana, balan-
ATIvIDADE 1 ça, balão de desilação, balão volumétrico,
proveta graduada, pipeta graduada, pera
MATERIAIS E OPERAÇõES BÁSICAS DE de sucção, pipeta volumétrica e bureta.
LABORATóRIO, PIPETAGEM, PESAGEM E Reagentes: água desilada, solução de clo-
CRISTALIZAÇÃO reto de sódio concentrada, areia ina e peças
metálicas.
Objeivos: Conhecer os principais utensí- Texto de apoio: texto contendo regras bá-
lios de um laboratório de Química e suas apli- sicas de segurança em laboratório, descrição e
cações; uilização das vidrarias e equipamentos (esse
desenvolver no educando habilidades material deve ser elaborado pelo professor).
para o manuseio e a conservação de equipa-
mentos de uso roineiros em laboratório. Procedimentos:
Competência: Apropriar-se dos conhe- 1. Observar e ideniicar, nos materiais dis-
cimentos químicos para que em situações- ponibilizados em uma mesa central, os
-problema possam selecionar, organizar, re- materiais básicos de laboratório com o
lacionar, interpretar dados e informações re- auxílio do texto de apoio;
presentados de diferentes formas, para tomar 2. Realizar os seguintes processos, anotan-
decisões. do suas observações;
Habilidade: Selecionar e uilizar materiais
e equipamentos adequados para fazer medi- Pipetagem: pipetar, de acordo com as
das, cálculos e realizar experimentos. instruções recebidas, 10 ml de água conida
Em laboratório, o educando fará uso de em um copo de Becker e transferir para Er-
vários ipos de materiais e equipamentos. Por lenmeyer de 250 ml. Repeir o procedimento
isso, é necessário que eles os conheçam. Ele tantas vezes quantas sejam necessárias para o
deverá ideniicar e caracterizar os recipientes domínio da técnica.
e os principais equipamentos uilizados para Atenção: a pipetagem deve ser feita com o
pesagem, medição de volumes etc. Ele deve auxílio de pera de sucção.
estar ciente dos erros que porventura possam Cristalização por evaporação: colocar 20
ocorrer, bem como deve estar consciente de ml de uma solução de cloreto de sódio, medi-
que a eiciência dos experimentos depende, dos em proveta, em uma cápsula de porcela-
fundamentalmente, dos procedimentos de na, proceder a evaporação, levando a cápsula
limpeza e armazenagem das vidrarias e dos ao fogo do bico de Bunsen com proteção de
reagentes. tela de amianto. Observar até a evaporação
total do solvente.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
134 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Filtração simples: colocar uma colher de Habilidade: Caracterizar uma dada subs-
areia em copo de Becker e adicionar 100 ml tância com as propriedades organolépicas.
de água desilada. Agitar a mistura com bas- Todas as substâncias possuem determina-
tão de vidro. Filtrar até obter uma solução das caracterísicas que podem ideniicá-las.
completamente límpida. Vejamos alguns exemplos:
Pesagem de amostras líquida e sólida:
com o auxílio de uma balança, determinar a a) se você pegar um pedaço de alumínio
massa de: e outro de estanho na mão, você é perfeita-
mente capaz de ideniicá-los: o alumínio é
• 200 ml de água desilada, medidas em mais claro e prateado, enquanto o estanho é
copo de Becker (medir antes a massa do mais escuro e amarelado;
copo vazio);
• uma amostra de metal (ferro, cobre, chum- b) se em sua cozinha exisirem dois potes
bo etc.). sem ideniicação, um contendo sal e outro
açúcar, você também os ideniica pelo gosto
Comentários salgado ou doce. Nos exemplos dados, duas
O professor deve fazer a pesagem prévia coisas são comuns: você sabe o que são, em-
das amostras e, ao inal do experimento, ana- bora não saiba qual é qual e, para ideniicá-
lisar junto com o grupo os valores encontra- -los, não foi necessário nenhum método es-
dos, veriicando se estão próximos do valor pecial, você uilizou apenas seus senidos:
esperado e quais as causas de erros que po- olfato, tato, visão e paladar.
deriam ter ocorrido.
Dessa forma, podemos airmar que as ca-
Série: 1ª racterísicas de uma substância, que podem
ser percebidas pelos nossos senidos, são
ATIvIDADE 2 chamadas de propriedades organolépicas.

OBSERvANDO SUBSTÂNCIAS: PROPRIEDA- Materiais e Reagentes


DES ORGANOLÉPTICAS, OBSERvAÇÃO • lupa binocular;
COM LUPA • Substâncias sólidas, cada uma sobre um
vidro de relógio onde esteja escrito, com
Objeivo: Propiciar um contato caneta apropriada, o respecivo nome e
inicial com o aspecto ísico de di- fórmula da substância: frutose, cobre me-
ferentes substâncias. tálico pulverizado, enxofre, sulfato de co-
Competência: relacionar in- bre, permanganato de potássio, dicromato
formações, representadas de dife- de potássio, cloreto de sódio, cloreto de
rentes formas e conhecimentos disponí- potássio, óxido de cálcio, hidróxido de só-
veis em situações concretas, para construir dio em pasilhas;
argumentação consistente.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 135

• Substâncias acondicionadas em balão volu- algumas estão na tabela e outras não? O


métrico com tampa: vapor de amônia (co- professor pode explorar a diferença entre
locar algumas gotas de hidróxido de amô- elemento químico e substância, suas repre-
nia no fundo e deixar evaporar), vapor de sentações por símbolos e fórmulas.
iodo (colocar alguns cristais de iodo sólido
e aquecer rapidamente); Série: 1ª
• Substâncias que devem permanecer no
frasco original (frasco fechado): ácido acé- ATIvIDADE 3
ico, álcool eílico e ácido clorídrico.
REGULARIDADES ENTRE NOMES E FÓRMU-
LAS DE SUBSTÂNCIAS
Procedimentos
Observação de substância: observar com Objeivo: relacionar o nome de uma subs-
lupa binocular as substâncias sólidas disponi- tância à sua fórmula, bem como ideniicar os
bilizadas em local especíico. Para as demais elementos ou grupos de elementos caracterís-
substâncias, observar apenas visualmente. icos e comuns em um grupo de substâncias.
Competência: Caracterizar materiais ou
Anotar para cada substância: substâncias, ideniicando etapas, rendimen-
• propriedades organolépicas: cor, estado tos ou implicações econômicas ou ambientais
ísico, brilho (metálico ou vítreo), cheiro de sua obtenção ou produção.
(apenas aquelas que o professor designar Habilidade: Compreender os códigos e os
para este im); símbolos próprios da Química.
• nome da substância;
• fórmula da substância; A nomenclatura iuPAC é um sistema de
• ideniicar, com o auxílio de uma tabela pe- nomeação de compostos químicos orgânicos
riódica, os elementos químicos que estão e inorgânicos. Atualmente, é desenvolvida e
presentes em cada substância. manida pela União internacional de Química
Pura e Aplicada (cuja sigla em inglês é iUPAC).
Comentários
O professor deve fazer, inicialmente, uma Materiais e reagentes
contextualização do objeto do estudo da Quí- Disponibilizar aos educandos 50 diferentes
mica e algumas considerações iniciais sobre substâncias acondicionadas em seus respeci-
substâncias, tais como: vos frascos, que devem apresentar o seu nome
e fórmula. Distribuir as susbstâncias, nas me-
• listagem das substâncias conhecidas pelos sas, procurando formar grupos bem diversos,
alunos; tais como: ácidos, bases, óxidos, susbstâncias
• diferenciação entre matéria e energia, si- simples, sais oxigenados e não oxigenados (os
tuando as substâncias como os diferentes frascos não devem ser abertos).
ipos de matéria;
• ideniicar, na tabela periódica, as subs-
tâncias listadas pelos educandos. Por que

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
136 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Procedimentos Série: 1ª
1. Colocar as 50 susbtâncias espalhadas
nas diversas mesas do laboratório. Os ATIvIDADE 4
educandos, em duplas, deverão cons-
truir uma tabela onde irão anotar o INDICADORES ÁCIDO–BASE NATURAIS
nome das substâncias, as suas fórmulas
e algumas caracterisicas isicas (estado
isico, pureza, cor);
2. Em seguida, deverão organizar essas
substâncias em grupos, conforme al-
guns critérios de regularidade que a
dupla de alunos tenha percebido: nome
em comum (ex.: um grupo pode ser as
substâncias que começam o nome com
a palavra hidróxido; outro grupo pode
ser aquele que tem o nome terminado
em “ato”), grupos de elementos (ex.: to- Objeivo: Determinar qualitaivamente o
dos que têm H no início da fórmula ou pH de determinadas substâncias presentes no
todos que são binários, como o oxigê- coidiano do educando, por meio de indicado-
nio). res ácido-base naturais.
3. Analisar, posteriormente com os edu- Competência: Caracterizar materiais ou
candos, os grupos formados, os critérios substâncias, ideniicando etapas, rendimen-
uilizados, a organização das substân- tos ou implicações econômicas ou ambientais
cias em grupos ou funções, procurando de sua obtenção ou produção.
estabelecer os princípios iniciais sobre Habilidade: Classiicar substâncias em áci-
nomenclatura inorgânica. das e básicas, a parir de informações sobre a
ação de indicadores naturais e de laboratório
Comentários (fenoltaleína, papel de tornassol, papel indi-
importante relacionar: elemento – áto- cador de pH).
mos – símbolos – substâncias – moléculas –
fórmulas. Muitos pigmentos que são extraídos de
Diferenciar o que é índice e o que é coei- vegetais podem ser usados como indicadores
ciente (ex: CuSO4.5H2O); ácido-base. Um indicador ácido-base é uma
Disponibilizar aos educandos quadro com
nomes e fórmulas de compostos químicos
para consulta;
realizar alguns exercícios de nomenclatu-
ra por semelhança com nomes e fórmulas do
quadro.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 137

substância que apresenta uma determinada lada até cobri-los. Ferva até que a água
coloração em meio ácido e outra em meio seja reduzida à metade do volume ini-
básico. Um dos mais interessantes é o extrato cial. Com o auxílio de uma peneira, coe
de repolho-roxo, que apresenta cores diver- a solução obida.
sas, conforme a acidez e a basicidade do meio
em que se encontra, subsituindo (para um Observação: o extrato de repolho-roxo
menor número de faixas de pH) os papéis de deve ser guardado em geladeira ou, de pre-
indicadores universais. ferência, congelado, pois se decompõe com o
Nesse experimento, usaremos o extra- tempo.
to do repolho roxo, sendo que poderiam ser
usadas as soluções aquosas de chá-preto, de Preparação da escala padrão
beterraba, de brócolis, de rabanete e de pera.
Prepare nos tubos de ensaio as soluções
Materiais e Reagentes da tabela 1. Rotule os tubos com os valores
• 14 tubos de ensaio, 2 provetas de 10 ml, de pH aproximados, de acordo com a tabela 1.
1 peneira, 1 conta-gotas, 1 béquer de 500 Observação: As soluções que serão uili-
ml, 1 bico de Bunsen ou fogareiro portáil. zadas como escala padrão de pH devem ser
preparadas na hora (Os valores aproximados
Reagentes: Solução diluída de ácido clorí- de pH foram medidos em peagâmetro).
drico ou ácido muriáico (1 ml do ácido con-
centrado em 100 ml de água), solução de Testando o pH
hidróxido – soda cáusica (uma pasilha de Agora, serão testados materiais de uso
NaOH em 100 ml de água desilada), deter- domésico para determinar a acidez ou basi-
gente com amoníaco, álcool comum, vinagre cidade, como: xampu, leite, suco de limão, so-
branco, repolho-roxo e água desilada. lução de bateria de carro, detergente líquido,
mistura de água e sabão e clara de ovo.
Procedimentos Coloque em um tubo de ensaio 5 ml de
Preparação de extrato de repolho roxo água desilada e 5 ml de extrato de repolho-
1. Corte o repolho em pequenos pedaços -roxo. Acrescente a cada tubo cinco gotas do
e coloque-os no béquer com água desi- material a ser testado e compare com as solu-
ções padrões da tabela 1.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
138 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

valor de pH
Solução Preparo
(aproximado)
5 ml de ácido clorídrico e 5 ml de extrato de repolho
1 1
roxo.
5 ml de água desilada + 5 gotas de vinagre branco + 5
2 3
ml de extrato de repolho roxo.

3 5 ml de álcool + 5 ml de extrato de repolho. 5

5 ml de água desilada + 5 ml de extrato de repolho


4 6
roxo.

5 ml de água desilada + 1 gota de detergente com


5 9
amoníaco + 5 ml de extrato de repolho roxo.

5 ml de água desilada + 5 gotas de detergente de


6 11
amoníaco + 5 gotas de extrato de repolho roxo.

5 ml de solução diluída de hidróxido de sódio + 5 ml de


7 12
extrato de repolho.

Comentários Competência: Descrever, por meio da lin-


inicialmente, o professor e os educandos guagem simbólica ou discursiva, as reações
podem construir hipóteses para classiicar as químicas.
substâncias em ácidas ou básicas (Ex. ácidos Habilidade: reconhecer as transforma-
possuem sabor azedo, as bases possuem sa- ções químicas por meio de diferenças entre
bor adstringente, ou seja, amargam a boca e os seus estados iniciais e inais.
deixam a pele lisa e escorregadia).
Após a realização do experimento, o pro- Os fenômenos ísicos são aqueles que
fessor deverá comparar os resultados obidos ocorrem sem alteração na estrutura química
com o papel indicador universal. do material, já os fenômenos químicos en-
volvem mudanças na composição química do
Série: 1ª material, resultando na formação de novas
substâncias.
ATIvIDADE 5 Nas transformações químicas, os materiais
terão suas propriedades modiicadas, devido
TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS à ocorrência de alterações nas mais disintas
formas de organização entre os átomos que
Objeivo: Veriicar, por meio de procedi- fazem parte desses materiais. Em geral, quan-
mento experimental, as diferenças entre os do há uma reação química, a transformação
fenômenos ísicos e os fenômenos químicos. da matéria pode ser observada por meio dos

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 139

nossos senidos, por exemplo, quando nota- te perigoso se entrar em contato com a
mos as mudanças na forma em que a matéria pele e olhos ou se ingerido;
se apresenta. 4. Adicione cerca de 4 ml de água no tubo
de ensaio, contendo o hidróxido de só-
Materiais e Reagentes dio. Agite até dissolver completamente.
• 5 tubos de ensaio, 2 béqueres de 100 ml, Envolva o fundo do tubo de ensaio com
canudinho de refrigerante, bastão de vidro, uma das mãos e observe;
espátula, pisseta com água e palha de aço 5. Transira a solução de sulfato de cobre
(½ esponja). para o tubo de ensaio, contendo a solu-
Reagentes: CuSO4.5H2O, NaOH, carbonato ção de hidróxido de sódio;
de cálcio, água de cal a 1%, raspa de magnésio 6. Observe e anote o que está sendo solici-
ou zinco, HCl 1mol/l ou vinagre. tado na tabela que se encontra no inal
deste roteiro.
Procedimento experimental
Experimento 3 – Solução de sulfato de cobre
Experimento 1 – Solução de ácido clorídrico e palha de aço
(ou vinagre) e carbonato de cálcio
1. Coloque ½ colher (sopa) de sulfato de
1. Coloque cerca de 2 ml da solução de cobre pentaidratado em um béquer;
ácido clorídrico em um tubo de ensaio; 2. Adicione água até a metade da capa-
2. Adicione uma quanidade de carbonato cidade do béquer. Agite até dissolver
de cálcio no tubo, contendo a solução completamente;
ácida; 3. Coloque a palha de aço na solução de
3. Observe e anote o que está sendo solici- sulfato de cobre conida no béquer.
tado na tabela que se encontra no inal Agite, levemente, por alguns minutos
deste roteiro. (o aço é, na verdade, uma liga formada
principalmente por ferro e carbono);
Experimento 2 – Solução de sulfato de cobre 4. Observe e anote o que está sendo solici-
e de hidróxido de sódio tado na tabela que se encontra no inal
deste roteiro.
1. Coloque uma ponta de espátula de
sulfato de cobre pentaidratado em um Experimento 4 – Solução de ácido clorídrico
tubo de ensaio; e magnésio ou zinco
2. Adicione aproximadamente de 4 ml de
água no tubo de ensaio, contendo o sul- 1. Coloque cerca de 2 ml de solução de
fato de cobre. Agite até dissolver com- ácido clorídrico em um tubo de ensaio;
pletamente o sólido; 2. Adicione uma raspa do metal Magnésio
3. Coloque duas pontas de espátula de (mg) ou zinco (zn) – na solução ácida do
hidróxido de sódio em outro tubo de tubo de ensaio. Agite levemente;
ensaio. Tenha cuidado ao manusear o
hidróxido de sódio, pois é extremamen-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
140 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

3. Observe e anote o que está sendo solici- 3. Observe e anote o que está sendo solici-
tado na tabela que se encontra no inal tado na tabela que se encontra no inal
deste roteiro. deste roteiro.

Experimento 5 – Solução de ácido clorídrico Comentários


e hidróxido de sódio O professor deve discuir com os educan-
dos sobre os critérios que foram uilizados em
1. Coloque cerca de 2 ml da solução de áci- cada experimento (liberação gasosa, mudança
do clorídrico em um tubo de ensaio; de coloração, liberação ou absorção de ener-
2. Adicione, cuidadosamente, ao ácido con- gia, formação de precipitado ou turvação).
ido no tubo uma ponta de espátula de
hidróxido de sódio. Agite com cuidado; Para releir com os educandos
3. Envolva o tubo de ensaio com uma das • Solicitar que os educandos apresentem si-
mãos; tuações do coidiano que exempliiquem
4. Observe e anote o que está sendo solici- transformações ísicas e químicas;
tado na tabela que se encontra no inal • Observamos diversas transformações que
deste roteiro. ocorrem em nosso dia a dia, como o ama-
durecimento de frutos, decomposição de
Experimento 6 – Gás carbônico e água de cal alimentos, a corrosão de portões etc. Po-
demos relacionar esses fenômenos com o
1. Coloque água de cal em um béquer até que estudamos até o momento, ou seja,
a metade de sua capacidade; se são transformações químicas, quais as
2. Com o canudinho, sopre, vigorosamente, evidências dessas transformações e como
na água de cal, de modo a fazer bolhas os fatores tempo, energia e reversibilidade
de ar. Faça isso por cerca de um minuto. afetam essas transformações?

Evidências de
Etapa Sistema Estado inicial Estado inal transformações
químicas

1ª parte

2ª parte

3ª parte

4ª parte

5ª parte

6ª parte

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 141

Série: 2ª limpeza, medicamentos, intas etc. O proces-


so de diluição consiste no acréscimo de sol-
ATIvIDADE 1 ventes à solução. Ao fazermos isso, a quani-
dade de soluto permanece constante, mas a
PREPARAÇÃO E DILUIÇÃO DE SOLUÇÃO concentração (razão entre quanidade de so-
luto e volume da solução) altera-se.

Materiais e Reagentes
Béquer ou copo de vidro, 5 balões volumé-
tricos (pipetas ou seringas descartáveis) de
100 ml, pipeta ou seringa de 10 ml.
Reagentes: Água desilada ou iltrada, Per-
manganato de Potássio (KmnO4) – 1 envelope
de 0,1g.

Procedimentos
1. Dissolva completamente 0,1 grama de
Objeivo KmnO4 em um béquer com água desi-
Realizar cálculos necessários à preparação lada;
de soluções e diluir as soluções preparadas, de 2. Transira, quanitaivamente, para um
modo a obter novos valores de concentração. balão de 100 ml;
Competência: Apropriar-se dos conheci- 3. lave, por duas vezes, o béquer com um
mentos químicos para que em situações-pro- pouco de água desilada e transira-o
blema possam selecionar, organizar, relacionar, para o balão;
interpretar dados e informações representa- 4. Adicione água ao balão até a marca do
das de diferentes formas, para tomar decisões. volume e homogeneíze;
Habilidade: Determinar quanidades de 5. Verta um pouco da solução para um bé-
soluções para diluição, a im de dosar um me- quer e reire 10 ml;
dicamento ou preparar outra solução. 6. Adicione os 10 ml da solução a um
balão de 100 ml, contendo água até a
As soluções apresentam ampla uilização metade de seu volume, homogeneíze e
na Química moderna, principalmente nas complete o volume;
análises volumétricas. As análises volumé- 7. Repita o procedimento anterior, rei-
tricas fundamentam-se em um fato simples: rando 10 ml de cada solução, diluindo
quando as substâncias reagem entre si, resul- novamente para 100 ml, até obter uma
tando em um processo químico, o número de solução incolor.
equivalentes-grama de uma dessas substân-
cias é igual ao número de equivalentes-grama Questões de veriicação
de qualquer outro paricipante da solução. • A úlima solução (a que não apresentou co-
O processo de diluição é muito usual no loração) também possui soluto? Jusiique
nosso coidiano. isso ocorre com materiais de sua resposta;

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
142 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

• Calcule a concentração em massa (Cm/v) e A cinéica estuda a velocidade das reações


em quanidade de matéria (Cn/v) para cada e dos processos químicos e os fatores que as
uma das soluções preparadas. inluenciam. O tema permite a abordagem de
invesigações de como diferentes condições
Comentários experimentais podem inluir na velocidade de
O professor deve discuir com os educan- uma reação química e informações de rendi-
dos sobre os possíveis erros que foram come- mento sobre o mecanismo de reação e esta-
idos. dos de transição, assim como a construção de
modelos matemáicos que possam descrever
Para releir com os educandos as caracterísicas de uma reação química. Sua
Muitos produtos domésicos devem ser importância é muito ampla, já que se relacio-
diluídos antes de serem usados. A forma de na com temas como, por exemplo, a rapidez
diluição vem expressa nos rótulos. A obser- com que um medicamento atua no organis-
vação do efeito do produto em relação à sua mo ou com problemas industriais, tais como
diluição será um bom indicador para deter- a descoberta de catalisadores para acelerar a
minar, na práica, a melhor dosagem a ser síntese de algum novo produto.
uilizada. Você segue as recomendações dos
fabricantes dos produtos? Materiais e Reagentes
Vidro de relógio, Erlenmeyer, Tubos de
Série: 2ª ensaio, Proveta (50 ou 100 ml), Cronômetro,
Termômetro, Folha de papel branco, Compri-
ATIvIDADE 2 midos efervescentes, Pipeta.
Reagentes: HCl 2 mol/l, NaOH 1 mol/l,
REAÇõES TÊM vELOCIDADE? FATORES QUE Na2S2O3 0,25 mol/l, CaCO3 (mármore) em pó
INFLUENCIAM NA vELOCIDADE DAS REAÇõES e em pedaços e água fria, na temperatura am-
biente e quente.
Objeivo
ideniicar fatores que inluenciam na ve- Procedimento experimental
locidade das reações. Experimento 1 – superície de contato
Competência: Compreender as variáveis
que podem modiicar a velocidade de uma 1. Em uma cápsula, colocar uma ponta de
transformação química, uilizando situações- espátula de CaCO3 em pó e pingar algu-
-problema planejadas ou do coidiano, de mas gotas de solução de HCl;
forma a observar informações e a ideniicar 2. Em outra cápsula, colocar um pedaço
variáveis relevantes. de CaCO3 e pingar algumas gotas de so-
Habilidade: Reconhecer, em diferentes lução de HCl;
contextos, os fatores que afetam a velocidade 3. Observar a intensidade e a efervescên-
de uma reação química. cia formada em cada amostra;
4. Em qual situação a reação ocorre com
mais rapidez?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 143

Experimento 2 – temperatura 3. No tubo 2, adicionar algumas gotas da


solução de naOH (meio básico);
1. Fracionar um comprimido efervescente 4. Colocar meio comprimido efervescente,
em 4 partes aproximadamente iguais; simultaneamente, nos dois tubos;
2. Acomodar 3 tubos de ensaio na estante; 5. Observar o que ocorre nos dois tubos,
3. Colocar em cada tubo, até a metade, comparando os resultados quanto à
respecivamente, água gelada, água na quanidade de bolhas desprendidas e o
temperatura ambiente e água quente. tempo total gasto no processo;
medir a temperatura em cada tubo de 6. Qual a relação que se estabelece entre
ensaio; o ipo do meio e a velocidade dessa rea-
4. Acrescentar a cada um dos tubos de en- ção?
saio, simultaneamente, uma das partes
do comprimido efervescente; Experimento 4 – concentração
5. Cada tubo de ensaio deve ser observa-
do por um educando com cronômetro*. 1. Colocar 50 ml da solução de Na2S2O3
Anotar os dados na tabela a seguir: em um Erlenmeyer;
2. Desenhar uma cruz em papel branco e
colocar embaixo do Erlenmeyer.
Quanidade de
bolhas liberadas
Tempo 3. Acrescentar no Erlenmeyer 6 ml de so-
Água gasto no lução de HCl e iniciar a cronometragem,
(grande, média,
processo
pequena) encerrando quando a cruz não mais pu-
der ser visualizada através do líquido do
Fria
frasco do Erlenmeyer;
Ambiente 4. Repeir esses procedimentos, fazendo
Quente diluições, conforme a tabela a seguir:

*A seguir, anotar os dados na tabela.


HCl Na2S2O3 + água Tempo

O tempo gasto no processo signiica o 6 ml 50 ml + 0 ml


tempo necessário para que todo o pe- 6 ml 40 ml + 10 ml
daço do comprimido seja dissolvido;
6 ml 30 ml + 20 ml
6. Qual a relação entre quanidade de bo-
6 ml 20 ml + 30 ml
lhas liberadas e a velocidade de reação?
6 ml 10 ml + 40 ml

Experimento 3 – inluência do meio


Quesionamentos
1. Colocar água até a metade em 2 tubos • Nos experimentos realizados, quais foram
de ensaio. Numerar os tubos; os fatores que interferiram na velocidade
2. No tubo 1, adicionar algumas gotas da das reações?;
solução de HCl (meio ácido);

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
144 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

• Equacionar a reação entre o HCl e o Na2S2O3 presentadas de diferentes formas, para tomar
indicando os nomes; decisões.
• A concentração de um reagente inlui na Habilidade: Reconhecer a aplicação e ui-
velocidade de uma reação química? De que lização dos conhecimentos químicos em dife-
maneira?; rentes contextos.
• O que podemos concluir sobre a inluência
da temperatura no tempo da reação? A gasolina é uma mistura de hidrocarbo-
• Uma indústria, que tem sua produção ba- netos obida a parir da desilação de petró-
seada em reações químicas, invesiu gran- leo, não sendo, portanto, uma substância
de soma para instalar sistemas de aqueci- pura, mas, sim, consituída por uma mistura
mento. Quais as vantagens que devem tra- de líquidos apolares, denominados alcanos. O
zer esse ipo de instalação?; álcool é mais solúvel em água do que a gaso-
• um incêndio se propagaria mais rapida- lina. Por essa razão, se adicionarmos água a
mente em um depósito de uma tonelada uma mistura álcool-gasolina, o álcool passará
de carvão em pó ou em uma tonelada de para a água, que tem o poder de reirá-lo da
carvão em pedaços? Jusiicar. gasolina. Como a água é insolúvel na gasolina,
haverá a formação de uma mistura líquida de
Notas duas fases: gasolina na parte superior, água-
1. As soluções devem estar nas concentra- -álcool na parte inferior.
ções indicadas. Uma pequena diferença Na gasolina brasileira, a concentração de
na concentração torna diícil a medição álcool, segundo o Conselho Nacional do Pe-
do tempo da reação; tróleo – CNP, deve estar entre 18 a 24% (em
2. Enfaizar com os educandos a importân- volume). O teor porcentual (volume a volu-
cia do conhecimento da cinéica das re- me) de álcool na gasolina, T%, pode ser calcu-
ações nos processos industriais. lado, uilizando-se a seguinte expressão:

Série: 3ª
T% = (Válcool / vinicial gasolina) 100%
ATIvIDADE 1 onde: Válcool = 50,0 ml - Vinal gasolina

TEM ÁLCOOL NA GASOLINA? FAÇA O TESTE


DA PROvETA Materiais e Reagentes
Proveta de 100 ml, proveta de 50 ml e ro-
Objeivo lha para tampar a proveta;
Veriicar, por meio do teste da proveta, o Reagentes: solução saturada de água e sal
cumprimento ou não da norma do CnP por e gasolina (50 ml).
diferentes postos de gasolina.
Competência: Apropriar-se dos conhe- Procedimentos
cimentos químicos para que em situações- 1. Coloque 50,0 ml de gasolina na proveta
-problema possam selecionar, organizar, re- de 100 ml com tampa;
lacionar, interpretar dados e informações re-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 145

2. Complete o volume dessa proveta até Série: 3ª


100 ml com a solução saturada de água
e sal; ATIvIDADE 2
3. Feche a proveta com a tampa e misture
os líquidos, virando com cuidado a pro- INvESTIGANDO O TEOR DE vITAMINA C EM
veta para baixo três ou quatro vezes; DIvERSOS TIPOS DE SUCO
4. Após deixar o sistema em repouso para
que ocorra a separação das fases, de- Objeivo
termine o volume de cada fase. Então, invesigar o teor de vitamina C em diversos
calcule o teor porcentual de álcool na ipos de sucos.
amostra de gasolina. Competência: Apropriar-se dos conhe-
cimentos químicos para que em situações-
CUIDADO! A gasolina é um líquido tóxico -problema possam selecionar, organizar, re-
bastante voláil e inlamável. Durante a reali- lacionar, interpretar dados e informações re-
zação desta experiência mantenha o labora- presentadas de diferentes formas, para tomar
tório arejado e evite a inalação dos vapores decisões.
de gasolina e não acenda nenhuma chama no Habilidade: reconhecer ou propor a inves-
laboratório. igação de um problema relacionado à Quími-
ca, selecionando procedimentos experimen-
Comentários tais perinentes.
A ideniicação do etanol na gasolina e o
estudo da interação entre as moléculas de A vitamina C, também conhecida como
água, etanol e os hidrocarbonetos presentes ácido l-ascórbico, foi isolada pela primei-
na gasolina permitem abordar os conceitos ra vez na forma de pó cristalino branco, em
de solubilidade e densidade, explorando as 1922, pelo pesquisador húngaro Szent-Gyorgi.
caracterísicas das moléculas envolvidas para Por apresentar comportamento fortemente
explicar os fenômenos observados. A geome- redutor, atua, numa função protetora, como
tria molecular, a polaridade da ligação cova- anioxidante, na acumulação de ferro na me-
lente e das moléculas e as forças intermolecu- dula óssea, baço e ígado, na produção de
lares podem ser apresentadas aos educandos colágeno (proteína do tecido conjunivo), na
de maneira mais signiicaiva para jusiicar os manutenção da resistência a doenças bacte-
fenômenos macroscópicos observados. rianas e virais, na formação de ossos e den-
Ao inal do experimento, os educandos po- tes, na manutenção dos capilares sanguíneos,
derão determinar o teor de álcool na amostra entre outras. A deiciência de vitamina C no
analisada, veriicando se a mesma atende às organismo humano causa o escorbuto, uma
especiicações esipuladas pelo governo. doença caracterizada por mudanças patológi-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
146 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

cas nos dentes e gengivas. Uma caracterísica efervescente de vitamina C e complete


primária do escorbuto é uma mudança no te- o volume até um litro;
cido conjunivo. 5. Coloque 20 ml da mistura (amido de
Segundo a literatura, estão no reino vege- milho + água) em cada um dos seis co-
tal as fontes importantes do ácido ascórbico, pos de vidro, numerando-os de 1 a 6. Ao
representadas por vegetais folhosos (couve, copo 2, adicionar 5 ml da solução de vi-
brócolis, nabo, folhas de mandioca e inhame), tamina C. Nos copos 3, 4, 5 e 6 adicione
legumes (pimentões amarelos e vermelhos) e 5 ml de um dos sucos a serem testados;
frutas (caju, goiaba, manga, laranja, acerola, 6. A seguir, pinguem, gota a gota, a solu-
camu-camu etc.). ção de iodo no copo 1, agitando cons-
tantemente, até que apareça coloração
Materiais e Reagentes azul.
5 pipetas de 10 ml (ou seringas de plási- 7. Anote o número de gotas adicionadas
co descartáveis), 1 fonte de calor (aquecedor (neste caso, uma gota em geral é sui-
elétrico, bico de Bunsen ou lamparina a álco- ciente);
ol), 6 copos de vidro (do ipo de acondicionar 8. Repita o procedimento para o copo 2.
geleia), 1 béquer de 500 ml, 1 conta-gotas, 1 Anote o número de gotas necessárias
garrafa de refrigerante de 1l. para o aparecimento da cor azul. Caso
a cor desapareça, coninue a adição de
Reagentes: 1 colher de chá de farinha de gotas de iodo até que ela persista;
trigo ou amido de milho, água iltrada, 1 com- 9. Repita o procedimento para os copos
primido efervescente de 1g de vitamina C, in- que contêm as diferentes amostras de
tura de iodo a 2% (comercial), sucos de frutas suco, anotando para cada um deles o
variados (limão, laranja, maracujá e caju). número de gotas gasto.

Procedimentos Comentários
1. Colocar em um béquer 200 ml de água O tema permite a abordagem da neces-
iltrada; sidade de uma alimentação saudável e mu-
2. Em seguida, aquecer o líquido até dança de hábitos alimentares. No experimen-
uma temperatura próxima a 50oC, cujo to, os educandos irão notar a diferença da
acompanhamento poderá ser realizado quanidade de vitamina C em sucos naturais
por meio de um termômetro; e comerciais. Peça que as equipes preparem
3. A seguir, colocar uma colher de chá sucos naturais um dia antes da realização da
cheia de amido de milho (ou farinha de experiência, acondicionando-os em recipien-
trigo) na água aquecida, agitando sem- tes plásicos tampados, abertos 30 minutos
pre a mistura até que alcance a tempe- antes da realização do experimento, para que
ratura ambiente; possam notar a variação de propriedades de
4. Em uma garrafa de refrigerante de 1 l, alguns sucos, em termos de manutenção de
contendo aproximadamente 500 ml de vitamina C, quando guardados em geladeira e
água iltrada, dissolver um comprimido em ambiente natural e fresco.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 147

Questões propostas Classiicação do


Caracterísicas
1. Em qual dos sucos houve maior consu- leite
mo de gotas de iodo?
Ordenha mecânica; pas-
2. Considerando o ensaio com a solução Tipo “A” teurização na própria
do comprimido efervescente, é possível granja leiteira.
determinar a quanidade de vitamina C
Ordenha mecânica;
nos diferentes sucos de frutas?
transporte sob refrige-
3. Procure aferir o teor de vitamina C em Tipo “B”
ração; pasteurização na
alguns sucos industrializados, compa- usina.
rando-os com o teor informado no rótu-
Ordenha manual ou me-
lo de suas embalagens.
cânica; transporte sem
Tipo “C”
refrigeração às usinas
Série: 3ª para pasteurização.

ATIvIDADE 3 leite em pó ao qual se


Reconsituído
adicionou água.
INvESTIGANDO DIvERSOS TIPOS DE LEITE
leite em pó leite desidratado.
COMERCIAL
Esterilizado pelo proces-
Objeivo so uHT (ultra high tem-
Comparar nos diversos ipos de leite co- perature), pelo qual o
leite longa vida
mercial a quanidade de proteínas e realizar leite é aquecido durante
testes de controle para ideniicar substâncias 4 a 6s a temperaturas
próximas de 140 oC.
estranhas no leite analisado.
Competência: Apropriar-se dos conhe-
cimentos químicos para que em situações- Com tanta diversidade de leite, podemos
-problema possam selecionar, organizar, re- quesionar: até que ponto a classiicação dos
lacionar, interpretar dados e informações re- diversos ipos de leite resulta em produtos
presentadas de diferentes formas, para tomar uniformes? Os leites do mesmo ipo (A, B, C
decisões. etc.) são semelhantes? Têm o mesmo teor de
Habilidade: Selecionar e uilizar ideias e nutrientes? Que tal começar uma interessan-
procedimentos cieníicos para a resolução te invesigação?
de problemas qualitaivos e quanitaivos em
Química, ideniicando e acompanhando as Materiais e Reagentes
variáveis relevantes. Experimento 1
200 ml de leite de algum dos ipos indica-
O leite recebe, no comércio, diferentes dos na Tabela 1 (o grupo que trabalhar com
classiicações, baseadas em critérios que leite em pó deverá reconsituí-lo, seguindo as
consideram desde a forma de ordenha até o instruções da embalagem); 10 ml de vinagre,
transporte e o processamento. A Tabela 1 re- 2 pedaços de pano ino (20 cm x 20 cm, apro-
sume alguns desses critérios. ximadamente), 2 béqueres de 250 ml, siste-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
148 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

ma para aquecimento (tripé com tela refratá- -se grumos que são consituídos por ou-
ria, bico de gás). tra proteína do leite: a albumina;
7. Tal como procedeu com a caseína, coe o
Experimento 2 material para reter a albumina no pano
leite, solução de iodo de farmácia, tubo de e recolha o soro em outro béquer, que
ensaio, cilindro graduado de 10 ml, soro de já deverá estar limpo;
leite (obido na primeira experiência), solução 8. Guarde o soro para testes que serão
aquosa de cloreto de ferro (iii) – 2 g/100 ml realizados na próxima experiência;
(FeCl3 é encontrado em lojas de materiais ele- 9. Compare as quanidades de caseína e
trônicos com o nome de percloreto de ferro), de albumina que seu grupo obteve com
glicerina, solução aquosa de NaOH 0,1 mol/l as que outros grupos obiveram e re-
(pode ser usada soda cáusica para preparar a gistre as observações, anotando ipos e
solução), solução de fenoltaleína a 0,5%. marcas de leite usado. Procure ordenar
os ipos de leite, de acordo com a quan-
Procedimentos idade de cada proteína que contém.
Primeiro experimento: comparação de di-
ferentes ipos de leite quanto à quanidade de Segundo experimento: testes para veriicar
proteínas. a presença de substâncias estranhas ao leite.
Nesta parte da experiência, são descritos
1. Nesta experiência serão separadas a ca- testes para veriicar se no leite há amido, áci-
seína e a albumina, as principais proteí- do salicílico ou ácido bórico. A qualidade do
nas do leite. É importante que cada gru- leite é controlada pelos insitutos de saúde
po trabalhe com um ipo diferente de pública por meio de testes especíicos que
leite, a im de que os resultados da clas- envolvem determinação de densidade, teor
se possam ser comparados. É importan- de gordura, rancidez, acidez e a presença de
te também comparar leites de mesmo adiivos usados para conservação ou de ma-
ipo, mas de diferentes fabricantes; teriais estranhos ao leite para esconder seu
2. Aqueça o leite em um dos béqueres até “baismo” com água.
icar morno, mas sem ferver;
3. Reire do fogo e acrescente vinagre aos TESTE PARA AMIDO
poucos, até que se formem grumos de Coloque 10 ml de leite em um tubo de en-
um material branco. Esse material é saio e aqueça ligeiramente.
uma das proteínas do leite: a caseína; Pingue de cinco a seis gotas de solução
4. Coe a caseína, uilizando um dos peda- de iodo. Se o leite coniver amido, aparece-
ços de pano, recolhendo o soro no ou- rá uma coloração que pode ser azul, roxa ou
tro béquer; quase preta. Essa coloração deve-se à forma-
5. lave o béquer que coninha o leite para ção de um complexo de amido e iodo.
uilização na próxima etapa;
6. Aqueça agora o soro, deixando-o ferver. TESTE PARA ÁCIDO SALICíLICO
Após algum tempo de fervura, formam- Acrescente de quatro a cinco gotas de so-
lução de cloreto de ferro (iii) em cerca de 10

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 149

ml de soro. O aparecimento de uma colora- maior grau de ionização em glicerina, o sui-


ção que vai do rosa até o violeta indica a pre- ciente para fazer desaparecer a coloração rosa.
sença do ânion salicilato.
Questões propostas
TESTE PARA ÁCIDO BóRICO 1 O que se observou quanto ao teor de
• Acrescente cerca de três gotas de so- proteínas (caseína e albumina) nos dife-
lução de fenoltaleína a 5 ml de leite; rentes ipos de leite?
• Junte gota a gota a solução de NaOH 2 A classiicação do leite em um determi-
0,1mol/l até o aparecimento de uma nado ipo é uniforme quanto aos teores
leve cor rosa. de proteínas?
Acrescente 1ml de glicerina. O desapareci- 3 No material pesquisado, você idenii-
mento da coloração rosa indica a presença de cou a presença de amido, ácido salicílico
ácido bórico. isso porque o H3BO3, que é ácido ou ácido bórico? Por que tais substân-
muito fraco em soluções aquosas, apresenta cias são adicionadas ao leite?

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
150 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Divirta-se com a Química

Disponível em: htp://www.cq.ufam.edu.br. Acesso em 7/6/2011.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 151

CHARGES

a) A Tabela Periódica de Mendeleyev

Disponível em: htp://www.cq.ufam.edu.br. Acesso em 07/06/2011.

b) Fraudes no leite

Disponível em: htp://www.acharge.com.br/index.htm. Acesso em: 12 de abril 2011.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
152 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Disponível em: htp://www.extravase.com. Acesso em: 12 de abril 2011.

c) Faraday e a descoberta da eletricidade

Disponível em: htp://www.cq.ufam.edu.br. Acesso em 7/6/2011.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
QU ÍMI CA 153

d) Kekulé e a estrutura do benzeno

Disponível em: htp://www.agracadaquimica.com.br. Acesso em 7/6/2011.

FATOS INTERESSANTES – OITO DESCOBERTAS 5. Bolinha pula-pula foi descoberta quando,


ACIDENTAIS em 1943, cienistas tentaram fazer borra-
cha ariicial, a parir do silicone. A subs-
1. Telon, o material usado para revesir pa- tância não era apropriada para fazer pneus,
nelas não aderentes, só foi usado com essa mas os cienistas se diveriram com ela. Um
inalidade após 1955, porque a mulher do vendedor esperto percebeu a oportunida-
inventor, coninuamente deixava a comida de para desenvolver um novo brinquedo e
grudar no fundo da panela. vendeu 750 mil bolas de massinha nos três
2. Papel-manteiga foi inventado por engano primeiros dias.
na década de 30. Um trabalhador colocou 6. óleo lubriicante foi vendido, em principio,
amido demais no barril de polpa de madei- em 1960, como remédio para reumaismo
ra. O resultado foi um papel forte e translú- (dor nas juntas). A ideia caóica era que, se
cido. ele fazia dobradiças se moverem mais facil-
3. lenços de papel foram inventados como mente, poderia fazer o mesmo pelas juntas
um novo ipo de removedor de maquia- do corpo.
gem. Em 1924, eles começaram a ser ven- 7. Baquelita, um ipo de plásico, foi inven-
didos como lenços descartáveis, depois tada em 1907 por leo Baekeland (1863
que as pessoas escreveram ao fabricante, -1944), acidentalmente. O cienista ame-
informando que os lenços eram óimos ricano fazia experiências com formaldeí-
para assoar o nariz. do. Na bancada do laboratório havia um
4. Borracha vulcanizada. As primeiras botas sanduíche de queijo, supostamente seu
de borracha derreiam no calor. Mas, em almoço. Desastradamente, léo derramou a
1844, Charles Goodyer misturou borracha substância sobre o sanduíche e o queijo se
fervente com enxofre. Ele descobriu que a transformou em plásico.
mistura não derreia tão facilmente.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
154 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

8. Corantes feitos de substâncias encontra- http://www.e-escola.com.br/tabelaperiodi-


das no carvão foram descobertos, aciden- ca.htm
talmente, em 1856 pelo garoto prodígio htp://www.facebook.com/falaQuimica – Ex-
William Perkin (1837-1907). tenso canal de Química, no Facebook
Fonte: ARNOlD, N. Caos Químico. Editora Melhoramento. www.qmc.ufsc.br/qmcweb/ – Revista on-line
São Paulo, 2006. sobre Química da universidade Federal de
Santa Catarina

1.3.1 Sugestões para pesquisa Dicionários

Sites htp://www.agracadaquimica.com.br/index.
php?acao=quimica/ms&i=18
htp://www.soq.com.br/jogos/ – Portal de www.angelire.com/vt/hemanjr/quidic.html
Quimica com jogos on-line www.soq.com.br/dicionario/
htp://educacao.uol.com.br/quimica/

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DE
BIOLOGIA PARA O
ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 157

O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 159

1.1 A Biologia no Ensino Médio visão da própria experiência educaiva e das


matrizes que fundamentam aprendizagens
marandino et al. (2009) destacam que, na construídas a parir da experiência dos edu-
concepção do ensino secundário brasileiro candos; apropriação aiva do saber, por meio
nos anos 1930, percebia-se a integração pe- de aitude críica e relexiva diante do conhe-
dagógica proposta para a disciplina escolar cimento; a paricipação e análise da realidade
Ciências Físicas e Naturais, jusiicado pelo social, políica e cultural, histórica e o con-
fato de que as áreas que integram as Ciências texto de sua posição na produção” (BORGES;
(Química, Física e Biologia) possuíam um mé- GHEdim, 2010, 27).
todo único. Posteriormente, essa percepção Entre os paradigmas educacionais emer-
permaneceu no Ensino Fundamental com o gentes necessários para pensar em renova-
Ensino de Ciências; no Ensino Secundário foi ção curricular, reforça-se a necessidade de
fragmentado nas disciplinas e perdeu-se a pensar no educando que se quer formar, sem
conecividade. Atualmente, busca-se a inter- perder o foco de que ele é um sujeito aivo,
ligação dessas disciplinas, por meio de ações criaivo e autônomo, além da incorporação
interdisciplinares. Moraes (2003) destaca ou- de incertezas, de imprevistos e do aleatório
tro desaio contemporâneo, além da interdis- nas propostas curriculares (mOrAES, 2003).
ciplinaridade, que é o do acompanhamento Maldaner (2007) destaca a necessidade que
do processo de rápidas transformações nas o jovem sente de dominar novos conteúdos
formas de viver e de conviver, nos modos de para senir-se paricipante dessa sociedade
fazer e de ser, que provocam mudanças sobre que está em constante inovação.
o que deve ser aprendido e sobre quais as
competências necessárias para correlacionar-
-se com essas mudanças.
As novas tecnologias são indicadas como
As novas tecnologias são indicadas como vetores responsáveis pela aceleração
vetores responsáveis pela aceleração dessas dessas mudanças, pois são elas que
mudanças, pois são elas que transformam a transformam a economia, globalizam
economia, globalizam os processos, destroem os processos, destroem barreiras e
barreiras e diminuem as distâncias, gerando, diminuem as distâncias, gerando, com
com isso, a necessidade de novos espaços isso, a necessidade de novos espaços
para trafegar o conhecimento, novas meto-
dologias, novas práicas pedagógicas funda-
para trafegar o conhecimento, novas
mentadas em novos paradigmas da ciência metodologias, novas práicas pedagógicas
(mOrAES, 2003). Contudo, essas mudanças fundamentadas em novos paradigmas da
pedagógicas não devem ser descontextua- ciência (mOrAES, 2003).
lizadas da realidade local, por isso Borges e
Ghedim (2010) propõem análises curriculares
baseadas no contexto da realidade educacio- Segundo libâneo et al. (2007), os princí-
nal, não perdendo o foco do objeto dessas pios pedagógicos estruturantes dos currículos
mudanças, o educando. Para tanto, sugerem do Ensino Médio são:
três elementos essenciais de relexão: “A re-

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
160 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

1) Idenidade – refere-se ao conhecimento Tecnologia, buscando desenvolver no educan-


que as escolas devem ter sobre o nível do uma postura aiva e críica nas dimensões
de ensino, que respeitem as condições e da vida pessoal, social e cultural. Daí emerge
as necessidades de espaço e de tempo a necessidade de uma educação que priori-
para a aprendizagem; ze a formação do ser, da autoesima, tendo
2) Diversidade e autonomia – devem ser como foco maior atenção ao fazer, convidan-
consideradas as caracterísicas do edu- do o aprendiz à relexão, para que ele possa
cando e as demandas sociais, para ofe- desenvolver autonomia, criaividade e criici-
recer um programa diversiicado e alter- dade (MORAES, 2003).
naivo; Para que ocorra a contextualização, pen-
3) Interdisciplinaridade – refere-se ao prin- sando em uma proposta de aprendizagem
cípio de que todo o conhecimento deve signiicaiva para o educando, é necessário
manter diálogo com outros conheci- um educador, proissional que transite entre
mentos; a teoria e a práica e que relita sobre a ação
4) Contextualização – deve-se valorizar a dessa práica, não somente como “professor
aplicação dos conhecimentos teóricos à relexivo”, mas como “intelectual críico”. Esse
solução de problemas do coidiano do proissional é aquele que vai além dos muros
educando, de forma que relacione teo- de sua sala de aula, que relete sua práica
ria e práica, vida de trabalho e exercício na sociedade, que compreende o contexto
da cidadania. em que sua comunidade está inserida, que
conhece o currículo de formação de seu edu-
Na mesma abordagem de valorização do cando e a proposta pedagógica de sua escola
educando na proposta curricular do Ensino (BASTOS, NARDi, 2008).
Médio, Gonzaga (2010) destaca que a contex- O professor de Biologia deverá ser um
tualização deve ser um meio de desenvolver agente:
aitudes e valores, considerando o poder de
inluência que os educandos têm e a forma de 1) Muliplicador de ideias;
inserção dos mesmos na sociedade, relein- 2) Orientador para propor medidas pre-
do sobre as questões referentes à Ciência e à venivas quanto a situações epidêmicas,
a doenças sexualmente transmissíveis
(dSTs), dentre outras;
Para que ocorra a contextualização, 3) Mediador entre os problemas sociais de
pensando em uma proposta de origem de planejamento familiar;
4) Socializador de informações à comuni-
aprendizagem signiicaiva para o dade escolar quanto à responsabilida-
educando, é necessário um educador, de e às consequências do mundo das
proissional que transite entre a teoria e drogas;
a práica e que relita sobre a ação dessa 5) Intermediador entre os conceitos cien-
práica, não somente como “professor íicos acumulados ao longo da história
relexivo”, mas como “intelectual críico”. acadêmica e os conhecimentos atuais
biotecnológicos, diante da realidade do

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 161

educando (Governo do Estado de São


Paulo, 2008). As mudanças curriculares atuais, nos
cursos de formação de professores
Contudo, a falta de conhecimentos teóri- de Biologia, têm proporcionado
co-pedagógicos na formação dos professores condições favoráveis para que os
pode implicar o compromeimento desse pro- licenciados interessem-se pelas questões
issional com os avanços das reformas curricu- educacionais.
lares. lippe e Bastos (2008) destacam que as
mudanças curriculares atuais, nos cursos de
formação de professores de Biologia, especii-
camente com o fato de as disciplinas pedagó- de cada indivíduo, para que o mesmo encon-
gicas serem ministradas desde o primeiro ano tre um signiicado no que está aprendendo
do curso, têm proporcionado condições favo- (liPPE; BASTOS, 2008).
ráveis para que os licenciados interessem-se A Proposta Curricular do Ensino de Biolo-
pelas questões educacionais, pois pesquisas gia deve estar relacionada com o que cerca o
anteriores apontavam maior interesse do bió- educando, o seu mundo de informações, para
logo pela pesquisa ou por outras aividades que o mesmo possa decodiicar essas infor-
proissionais e não pela educação. mações, tais como: as questões emergentes
Nesse contexto de mudanças e de trans- do aquecimento global, o uso de tecnologias,
formações no âmbito escolar, impõe-se a ne- os avanços da medicina, as discussões sobre
cessidade de uma capacidade de leitura dessa células-tronco embrionárias e o seu papel na
linguagem especíica, denominada alfabeiza- cidadania. Essas discussões estão no campo
ção cieníica. Chassot (2008) enfaiza que a do letramento cieníico, pois as informações
Ciência deve cumprir esse papel, ao contribuir
para controlar e prever as transformações, ao
objeivar explicar o mundo natural, discor- Nesse contexto de mudanças e de
rendo sobre três situações indispensáveis na
transformações no âmbito escolar gera
relexão do professor que busca essas mu-
danças – uma ideal, uma real e uma possível. a necessidade de uma capacidade de
no campo da Ciência, Chassot (2001) lança leitura dessa linguagem especíica,
uma inquietação sobre o “ensinar para quê”? denominada de alfabeização
Pretende-se que o ensino de Biologia procure cieníica. Chassot (2008) enfaiza que
formar cidadãos mais críicos, conscientes de a Ciência deve cumprir esse papel, ao
seu papel social e políico, facilitando o acesso contribuir para controlar e prever as
às novas tecnologias e às descobertas ciení-
transformações, ao objeivar explicar o
icas, por meio de um ensino contextualizado
e dando ao conteúdo estudado uma aplica- mundo natural, discorrendo sobre três
bilidade para a vida. Para tanto, os professo- situações indispensáveis na relexão do
res devem desenvolver uma práica relexiva professor que busca essas mudanças –
aliada à aprendizagem signiicaiva, quando o uma ideal, uma real e uma possível.
professor se interessa pelo contexto de vida

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
162 CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S

sala de aula, aividades externas, programas


Estas conquistas e seus desaios é que
de estudo por projetos e discussões, entre ou-
se pretende discuir nesta abordagem, tras. Mas a variação dessas modalidades é o
esperando contribuir com aqueles que que torna o aprendizado mais efeivo no meio
estão assumindo a proposta como uma escolar e não a predominância de qualquer
oportunidade de fazer a diferença. um deles.
Conforme os PCn+ do Ensino médio (BRA-
Sil, 2002), o objeivo principal do ensino de
e as propostas de pesquisas possibilitam que Biologia é o de preparar o educando para a
o educando ressigniique o próprio mundo. vida, qualiicar para a cidadania e capacitar
Temas polêmicos, relacionados à pesquisa ge- para o aprendizado permanente. Portanto,
nômica, à clonagem de órgãos e organismos, esta abordagem pretende apresentar uma
ao emprego de células-tronco e, especial- Proposta de reestruturação Curricular do En-
mente, à produção e à uilização de organis- sino médio de Biologia, tendo como base os
mos transgênicos, possam ser discuidos den- Parâmetros Curriculares do Ensino Médio na
tro e fora da escola (PEDRANCiNi et al., 2007). adequação das Competências e dos procedi-
Portanto, tem-se uma emergência no campo mentos metodológicos e demais itens elabo-
educacional, um desaio na forma de tríade: rados pelos professores do Ensino médio de
a aprendizagem signiicaiva, o novo caminho Biologia; e pretende propor uma distribuição
em sala de aula e a alfabeização cieníica. Es- desses conteúdos por bimestres, com suas
ses três elementos precisam ser vivenciados respecivas Habilidades e Competências e su-
pelo professor, dentro de uma práxis que exi- gerir aividades complementares para cada
ge um nível de informação que nem sempre série especíica.
os mesmos têm acesso. Sobre essas conquis-
tas e seus desaios é que se pretende discu- Objeivo geral do componente curricular
ir nessa abordagem, esperando contribuir
com aqueles que estão assumindo a proposta Preparar o educando para compreender a
como uma oportunidade de fazer a diferença. organização dos seres vivos e sua inter-rela-
lima et al. (2010) destacam as várias mo- ção com o meio, e, consequentemente, capa-
dalidades didáicas possíveis de se trabalhar citá-lo para a construção de uma consciência
o ensino de Biologia, como: aula exposiiva, críica que permita o exercício da cidadania e
discussões, aulas práicas no laboratório e na o aprendizado permanente.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 163

1.2 Quadro demonstraivo do Componente Curricular

1ª Série

Objeivos Especíicos:

• Reconhecer a estrutura e o funcionamento das células e dos indivíduos;


• Comparar a organização e o funcionamento de diferentes ipos de células;
• Estabelecer as relações morfofuncionais entre as células para formar os tecidos;
• Representar os diferentes ipos de células e de tecidos;
• Relacionar as caracterísicas comuns entre os seres vivos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
164
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊnCiA S dA nATurEzA E SuA S TECnOlOG iA S


Eixo Temáico: Organização dos seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender as ciências naturais • ideniicar as diversas divisões da Introdução ao estudo da • reconhecendo as formas pelas quais a
e as tecnologias a elas associadas Biologia; Biologia Biologia está presente nos dias de hoje,
• Compreender o ramo da Biologia • A invesigação cieníica
como construções humanas, seja inluenciando visões de mundo, seja
percebendo seus papéis nos paricipando das mudanças tecnológicas
• As divisões da Biologia
processos de produção e no estudada na primeira série; e sociais;
• Compreender a origem da vida (Teoria • relacionando conceitos da Biologia
• A vida
desenvolvimento econômico e
1º BiMESTRE

social da humanidade; dos mares primiivos e Hipóteses


• interpretar e uilizar modelos para • Os seres vivos
com os de outras ciências, como os
autotróicas e heterotróicas); conhecimentos ísicos e químicos, para
explicar determinados processos • diferenciar os processos da Biogênese entender processos como os referentes à
biológicos como o transporte de e da Abiogênese; origem e à evolução da vida e do universo

• Confrontar interpretações cieníicas


nutrientes através das membranas ou o luxo da energia nos sistemas
celulares, a organização do código biológicos;
• Traçando o percurso dos produtos da
genéico, a duplicação do DNA, a com interpretações baseadas no
transcrição do RNA e a síntese de senso comum, ao longo do tempo ou
proteínas; em diferentes culturas; fotossíntese em uma cadeia alimentar;

• Elaborar suposições e hipóteses • reconhecer as propriedades que • Fazendo uso de escalas para representar
sobre fenômenos estudados caracterizam os seres vivos; organismos, parte deles e estruturas

• Caracterizar os seres vivos.


e cotejá-las com explicações celulares.
cieníicas ou com dados obidos
em experimentos.
Eixo Temáico: Organização dos seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• reconhecer a importância do • Reconhecer beneícios, limitações Bases da biologia molecular • Comparando diferentes posicionamentos
• Estrutura do dnA e rnA
fator econômico na manipulação e aspectos éicos da biotecnologia, de cienistas, ambientalistas, jornalistas
genéica: o problema das considerando estruturas e processos sobre assuntos ligados à biotecnologia
patentes biológicas e a exploração biológicos envolvidos em produtos • O código universal (produção de alimento transgênico, terapia

• Bases teóricas da biotecnologia


comercial das descobertas das biotecnológicos; gênica, clonagem), avaliando a consistência
• reconhecer mecanismos de
tecnologias de dnA; dos argumentos e a fundamentação teórica;
• Compreender interações entre • localizando o material hereditário em
e suas aplicações
• Glicídios e lipídios
transmissão da vida, prevendo
organismos e ambiente, em ou explicando a manifestação de células de diferentes ipos de organismo
paricular aquelas relacionadas caracterísicas dos seres vivos; • Proteínas observadas ao microscópio, em fotos e em
• ideniicar os componentes químicos
à saúde humana, relacionando representações esquemáicas;
• vitaminas
• ideniicando a natureza do material
conhecimentos cieníicos,
aspectos culturais e caracterísicas (orgânicos e inorgânicos) da célula;
2º BiMESTRE

• Analisar e classiicar os componentes


individuais. hereditário em todos os seres vivos,
analisando sua estrutura química para
químicos da célula; avaliar a universalidade dessa molécula no
• Diferenciar DNA e RNA. mundo vivo;
• Construindo um modelo para representar o
processo de duplicação do dnA;
• Estabelecendo relação entre DNA,
código genéico, fabricação de proteínas
e determinação das caracterísicas dos
organismos;
• Analisando esquemas que relacionam
os diferentes ipos de ácidos nucleicos,
as organelas celulares e o mecanismo de
síntese de proteínas especíicas;
• Relatando, a parir de uma leitura de
PROPOSTA CURRICULAR

referência, a história da descoberta do

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

modelo da dupla-hélice do DNA, descrita


nos anos 1950, pelo biólogo J. Watson e
pelo ísico F. Crick.

165
166
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Organização dos seres vivos

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Desenvolver modelos explicaivos • reconhecer o grau de individualidade Citologia • registrando o caminho das substâncias do
• A célula
sobre o funcionamento dos e de diferenciação celular; meio externo para o interior das células e vice-
• Compreender a teoria celular;
sistemas vivos, como as trocas versa, por meio da observação ao microscópio
realizadas pelas células e pelos • invenção do microscópio ou por meio da realização de experimentos,
organismos, a obtenção e a • ideniicar os componentes da célula; e a descoberta da célula para perceber que a constante interação

• diferenciar célula animal e célula • relação entre forma e


circulação de nutrientes nos entre ambiente e célula é controlada pelas
animais e nos vegetais; membranas e envoltórios celulares;
• Comparar a organização e o • Analisando imagens e representações
vegetal; função da célula

funcionamento de diferentes • Diferenciar as células eucarióicas e as • Tipos de célula relacionadas aos diferentes ipos de transporte
3º BiMESTRE

• Membrana plasmáica
ipos de células, estabelecendo a células procarióicas; através da membrana celular;
idenidade entre elas. • Compreender os processos de divisão • Analisando os processos de obtenção de
celular: mitose e meiose. • Estrutura da membrana
energia pelos sistemas vivos, fotossíntese,
• Diferentes ipos de respiração celular, ideniicando que toda
transporte de substâncias a energia dos sistemas vivos resulta da
• Envoltórios e
transformação da energia solar;
especializaçòes da • ideniicando, na estrutura de diferentes seres
membrana vivos, a organização celular como caracterísica
• Citoplasma
fundamental de todas as formas vivas;
• Representando diferentes ipos de células.
• respiração celular e
fermentação • Observando células por meio do uso do
microscópio ópico;
• Confeccionando lâminas para observação por
meio do microscópio ópico;
• Construindo esquemas de diferentes células
após observação das mesmas no microscópio
óptco.
Eixo Temáico: Organização dos seres vivos

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Comparar a estrutura • ideniicar os ipos de tecidos e Histologia • Observando e representando diferentes ipos
4º BiMESTRE

• Os tecidos e sua organização


e o funcionamento dos compreender a sua organização; de tecidos;
• Diferenciar os ipos de tecidos e sua • Reconhecendo os diferentes ipos de tecidos,
diferentes ipos de tecidos,
relacionando-os com a saúde.
localização. correlacionando-os com a funcionalidade dos
sistemas;
• Pesquisando em jornais, revistas, livros
e internet sobre transfusão de sangue,
enxertos, transplantes, a im de produzir
textos escritos ou orais.
PROPOSTA CURRICULAR

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

167
168 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

2ª Série

Objeivos especíicos:

• Analisar os mecanismos biológicos que garantem a coninuidade dos seres vivos;


• Comparar as caracterísicas morfológicas e isiológicas que disinguem os vários gru-
pos de seres vivos;
• Correlacionar as diferentes estruturas dos seres vivos que permitem a variação e a
interação entre eles;
• Demonstrar conhecimento acerca do mecanismo básico de reprodução e de cresci-
mento de todos os seres vivos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temáico: Mecanismos biológicos e Interação dos seres vivos

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• reconhecer mecanismos de • Entender a consituição Sistema • Relatando, na oralidade e/ou na escrita,


• Digestório
1º BiMESTRE

transição da vida, prevendo ou sistemáica e o funcionamento fenômenos biológicos;


• Descrevendo fenômenos biológicos por meio
explicando a manifestação de dos sistemas de todos os seres
caracterísicas dos seres vivos. vivos; • Circulatório de pequenas sínteses;
• Associar o esilo e a qualidade • Respiratório • reconhecendo os princípios básicos e
• Excretor
de vida com a manutenção da
saúde; as especiicidades das funções vitais dos

• Osmorregulação
diversos grupos de seres vivos.
• reconhecer mecanismos de
transmissão da vida, prevendo
ou explicando a manifestação
de caracterísicas dos seres
vivos.
PROPOSTA CURRICULAR

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

169
170
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Mecanismos biológicos e Interação dos seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender a integração • ideniicar o funcionamento e a Sistema • Caracterizando os ciclos de vida dos animais,
• locomotor
sistemáica e a importância consituição sistemáica (locomotor, relacionando-os com a adaptação desses
do conhecimento dos seres endócrino, nervoso/sensorial) de organismos aos diferentes ambientes;
vivos: o funcionamento e a todos os seres vivos; • nervoso • Estabelecendo as relações teórico-práicas
2º BiMESTRE

• Construir uma conexão entre o • Endócrino


consituição sistemáica para a
manutenção da vida; entre as várias funções vitais do organismo

• Analisar a relevância do • órgãos dos Senidos


funcionamento desses sistemas e as humano e dos demais seres vivos;
• localizando os principais órgãos e
aividades desenvolvidas na práica;
• Reconhecer e ideniicar as relações
desenvolvimento tecnológico
contemporâneo para as os sistemas por meio de esquema,
ciências e o seu impacto na do desenvolvimento tecnológico representando o contorno do corpo humano
vida individual e social. contemporâneo, com as ciências, seu e dos demais animais.
papel na vida humana, sua presença
no mundo coidiano e seus impactos
na vida social.
Eixo Temáico: Mecanismos biológicos e Interação dos seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• ideniicar a presença e aplicar as • reconhecer a importância dos Embriologia animal • interpretando indicadores de saúde pública e
• reprodução dos seres vivos
tecnologias associadas às ciências folhetos embrionários, os tecidos e de desenvolvimento humano;
• descrevendo as fases de desenvolvimento
naturais em diferentes contextos. os órgãos originados de cada folheto;
• ideniicar as fases embrionárias e • Fases e anexos embrionários
3º BiMESTRE

embrionário humano, correlacionando a


seus anexos, bem como o processo • Grametogênese temas polêmicos, como o uso de células-
evoluivo do ser humano; tronco embrionárias;
• Compreender o processo da • Analisando a maneira como os textos
Gametogênese; didáicos, revistas, jornais, programas de TV e
• diferenciar os processos
rádio tratam questões relaivas à sexualidade,
disinguindo um posicionamento isento, bem-
reproduivos entre os seres vivos; fundamentado do ponto de vista cieníico;
• ideniicar padrões em fenômenos • descrevendo o mecanismo básico de
e processos vitais dos organismos, reprodução dos seres vivos;
como manutenção do equilíbrio
interno, defesa, relações com o • Analisando, por meio de esquemas e do
ambiente, sexualidade, entre outros. microscópio ópico, as diferentes fases do
crescimento de um organismo.
PROPOSTA CURRICULAR

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

171
172
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Mecanismos biológicos e Interação dos seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Entender métodos e • Entender as leis mendelianas e seus Genéica • Aplicando conhecimentos estaísicos e de
procedimentos próprios princípios; probabilidade para prever a transmissão de
• ideniicar caracterísicas dos seres
das ciências naturais e 1 e 2 Lei de Mendel
a a
certas caracterísicas hereditárias, estabelecendo
aplicá-los em diferentes
vivos, disinguindo hereditariedade • lei da segregação genéica relações entre hábitos pessoais e culturais no

• Relação entre genóipo e


contextos. desenvolvimento de doenças;
congênita e adquirida;
• Discuindo as concepções de saúde, levando-se
• Uilizar noções básicas de fenóipo
• lei da segregação
em conta os condicionantes biológicos, sociais,
probabilidades para prever produtos econômicos, ambientais e culturais;
• listando várias caracterísicas hereditárias,
de cruzamentos gênicos; independente dos genes
• interpretar modelos e experimentos • O mapeamento dos genes nos disinguindo as congênitas das adquiridas;
4º BiMESTRE

para explicar fenômenos ou


• ideniicando, a parir de resultados de
cromossomos
• Herança e sexo
processos biológicos em qualquer
nível de organização dos sistemas cruzamentos, os princípios básicos que regem a
• Aplicação do conhecimento
biológicos; transmissão de caracterísicas hereditárias;
• Relacionar informações genéico • Analisando textos históricos para ideniicar
apresentadas em diferentes formas concepções pré-mendelianas sobre a
de linguagem e representação hereditariedade;
• ideniicando os códigos usados para representar
usadas nas ciências ísicas,
químicas ou biológicas, como
texto discursivo, gráicos, tabelas, as caracterísicas genéicas, uilizando-os em
relações matemáicas ou linguagem estudos especíicos;
simbólica. • Construindo heredogramas, a parir de dados
levantados pelos educandos, sobre a transmissão
de certas caracterísicas hereditárias;
• Observando, no meio ambiente, os diferentes
seres vivos em seus vários aspectos fenoípicos;
• Simulando cruzamento em genéica;
• Extraindo dnA de cebola por meio de método
simples.
BI OLOGI A 173

3ª série

Objeivos especíicos:

• Uilizar as regras taxonômicas e sistemáicas, aplicando-as em um levantamento so-


bre os reinos em que estão divididos os seres vivos;
• Reconhecer a importância da biodiversidade, relacionando-a com as condições do
meio ambiente;
• ideniicar os mecanismos que garantem a coninuidade e a evolução dos seres vivos
para elaborar explicações sobre a variedade de espécies no planeta;
• Relacionar a densidade e o crescimento da população com o consumo, com a devas-
tação ambiental e com a redução dos recursos naturais;
• Discuir a legislação Ambiental sobre o uso de recursos naturais.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
174
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

Eixo Temáico: Origem, coninuidade e diversidade dos Seres vivos

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• reconhecer a importância • reconhecer as regras da nomenclatura Classiicação dos seres vivos: • realizando um levantamento de
• Taxonomia
dos procedimentos éicos cieníica; informações sobre os reinos em que estão
• Classiicar os seres vivos;
na aplicação das novas divididos os seres vivos e as suas principais
tecnologias. • Sistemáica caracterísicas para elaborar um quadro
• ideniicar as principais caracterísicas
• vírus
resumo;
morfológicas dos vírus, diferenciando-os • Reconhecendo, em textos, a importância
das células; • reino monera da classiicação biológica para a
• Compreender o papel da evolução • Reino proista organização e para a compreensão da

• reino fungi
na produção de padrões, processos diversidade dos seres vivos;
biológicos ou na organização taxonômica • Conhecendo, por meio de leituras, os
dos seres vivos; critérios de classiicação, as regras de
• Entender os principais ciclos reproduivos nomenclatura e as categorias taxonômicas;
• Realizando experimentos a im de observar
1º BiMESTRE

dos vírus (líico e lisogênico);


• Caracterizar os seres vivos de determinado a decomposição da matéria orgânica,
ambiente, relacionando-os às condições compreendendo o reaproveitamento nos
de vida; ecossistemas;

• Relacionar os avanços cieníicos e • Representando graicamente as


tecnológicos com a melhoria das transferências de matéria e de energia ao
condições de vida das populações; longo de um sistema vivo;

• Conhecer as doenças causadas por vírus, • Reconhecendo, por meio de pesquisas,


moneras, proistas e fungos; o papel dos anibióicos na preservação

• ideniicar as principais caracterísicas dos


da vida, as alterações e as consequências
desses medicamentos nas populações
reinos; microbianas e humanas;
• Perceber e caracterizar as principais • Pesquisando vários ipos de registros
caracterísicas morfoisiológicas dos referentes às condições bióicas e abióicas
diferentes reinos; existentes em ecossistemas diferentes.
• Reconhecer as principais contribuições da
biotecnologia;
• interpretar experimentos ou técnicas
que uilizam seres vivos, analisando
implicações para o ambiente, a saúde, a
produção de alimentos, matérias-primas
ou produtos industriais.
Eixo Temáico: Origem, coninuidade e diversidade dos Seres vivos

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• relacionar os avanços • ideniicar as caracterísicas de seres Zoologia: • Reconhecendo, em práicas de


• Poríferos
cieníicos e tecnológicos com vivos de determinado ambiente, laboratório, as principais caracterísicas
a melhoria das condições de relacionando-as às condições de vida; de representantes de cada um dos cinco
vida das populações.
• Caracterizar e diferenciar os animais • Cnidários reinos, relacionando as especiicidades às

• Platelmintos
condições ambientais;
como colônia, grupos da água doce e
• Construindo árvores ilogenéicas para
• nematelmintos
salgada, evidenciando a reprodução e o
desenvolvimento corporal de cada um; representar relações de parentesco entre
• Diferenciar, morfologicamente, os animais • Artrópodes diversos seres vivos;
em classes; • Equinodermos • Associando, por meio de práicas, a
• ideniicar a morfologia dos parasitas,
existência de caracterísicas comuns entre
• Protocordados os seres vivos com sua origem;
especiicando suas doenças;
• Cordados • Observando in loco as interações
• Conhecer as medidas proiláicas para
2º BiMESTRE

estabelecidas entre o conjunto das


evitar doenças; espécies envolvidas no funcionamento dos
• Reconhecer os diversos ipos de ecossistemas;
classes: insetos, aracnídeos, crustáceos, • Reconhecendo, por meio de observação,
quilópodes, diplópodes e a interação os principais animais do convívio humano,
destes com o meio ambiente; relacionando-os com a classiicação
• Caracterizar os grupos de acordo com taxonômica;
seus ilos e seus habitats; • Pesquisando os principais animais que
• Reconhecer as principais caracterísicas viveram no Coninente Sul-Americano;
evoluivas, de acordo com a morfologia e • Pesquisando sobre os animais que estão
a isiologia de cada classe; em risco de exinção e propondo ações
• Reconhecer que os Cordados são os mais necessárias para a preservação dessas
numerosos e estão divididos em cinco espécies.
classes: peixes, aníbios, répteis, aves e
mamíferos;
PROPOSTA CURRICULAR

• ideniicar as principais caracterísicas de

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

cada classe dos Cordados;


• Comparar a anatomia e a isiologia de
cada classe.

175
176
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR

CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S


Eixo Temáico: Origem, coninuidade e diversidade dos Seres vivos

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Associar conceitos biológicos • Compreender o papel da evolução Evolução • Redigindo relatórios, uilizando linguagem
com os de outras ciências, na produção de padrões, processos cieníica adequada para apresentar as
referentes à origem e à biológicos ou na organização • O pensamento evolucionista; principais teorias evolucionistas;
evolução do universo e da taxonômica dos seres vivos;
vida. • Evidências da evolução biológica • Construindo a árvore ilogenéica dos
• ideniicar diferentes teorias sobre hominídeos, baseando-se em dados recentes
a origem do universo, da Terra • Teoria moderna da evolução sobre os ancestrais do ser humano;
e dos seres vivos, confrontando
concepções religiosas, mitológicas e
• Origem das espécies e dos • Trabalhando leitura de textos que abordem o
cieníicas; papel desempenhado pelo desenvolvimento
grandes grupos de seres vivos
3º BiMESTRE

da inteligência, da linguagem e da
• Analisar experiências e argumentos
• Evolução humana
aprendizagem na evolução do ser humano;
uilizados por cienistas como Redi
(1626 – 1697) e l. Pasteur (1822 • Disinguindo, por meio de leitura, a
– 1895), para derrubar a Teoria da evolução cultural, fundada no aprendizado
geração espontânea. e na transmissão de comportamentos
apreendidos, da evolução biológica,
decorrente de alterações nas frequências
gênicas;

• Demonstrando, por intermédio de relatórios


de pesquisa, beneícios e prejuízos da
transformação do ambiente e da adaptação
das espécies animais e vegetais aos interesses
da espécie humana;

• interpretando, por meio de textos, a teoria


de darwin;

• Analisando diferentes carióipos.


Eixo Temáico: Origem, coninuidade e diversidade dos Seres vivos
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS

• Compreender as ciências • Comparar a biogeograia com a • Ecologia • Produzindo roteiros para entrevistar especialistas
• Fundamentos da
naturais e as tecnologias a formação dos biomas; ou membros da comunidade sobre um tema
• Entender e disinguir a diferença
elas associadas, percebendo especíico, como os problemas de saúde
seus papéis no processo de Ecologia decorrentes do lixo, das enchentes, de hábitos
• Energia e matéria nos
produção e no desenvolvimento entre preservação e conservação da de vida;
• Elaborando comunicações orais ou escritas
econômico-social da natureza;
• Entender e reconhecer a importância
ecosistemas
• dinâmica das
humanidade; para relatar, analisar e sistemaizar eventos e
• Apropriar-se de conhecimentos dos ecossistemas no equilíbrio da fenômenos da natureza;
• Produzindo reportagens, enfocando as questões
natureza; populações biológicas
• Relação ecológica entre
da Biologia para, em situações-
-problema, interpretar, avaliar • Avaliar propostas de intervenção no ambientais;
• Observando in loco dados relacionados a
ou planejar intervenções ambiente, considerando a qualidade seres vivos
cieníico-tecnológicas. da vida humana ou medidas de • Sucessão ecológica e problemas ambientais como: lixo, esgoto,
conservação, recuperação ou uilização biomas tratamento de água, ocupação dos mananciais,
• Humanidade e
sustentável da biodiversidade; poluição dos rios urbanos brasileiros das cidades
• Associar caracterísicas adaptaivas
4º BiMESTRE

brasileiras;
• Escrevendo textos argumentaivos sobre as
ambiente
dos organismos com seu modo de vida
ou com seus limites de distribuição em condições de vida da população, posicionando-se
diferentes ambientes, em especial em criicamente sobre a observação realizada;
ambientes brasileiros; • Organizando levantamento de dados relaivos
• Compreender que a origem da
às condições do solo, da água e do ar, onde
vivem, a im de compará-los com outras regiões
diversidade e a coninuação das
brasileiras;
• ideniicando, em mapas, as regiões onde se
espécies dependem da interação de
mecanismos bióicos e abióicos;
• ideniicar as relações alimentares
encontra a maior diversidade de espécies do
planeta, caracterizando suas condições climáicas;
• Pesquisando as principais caracterísicas da
estabelecidas entre os seres vivos,
interpretando as relações por meio de
fauna e da lora dos grandes biomas terrestres,
esquemas apropriados;
preferencialmente, os brasileiros;
• Descrever as caracterísicas de regiões • ideniicando, em mapas, a situação atual dos
PROPOSTA CURRICULAR

poluídas, ideniicando as principais principais ecossistemas brasileiros para compará-


fontes poluidoras da água, do ar e do -los com a situação destes há alguns anos;
• realizando levantamento das espécies animais

BI OLOGI A
DO ENSINO MÉDIO

solo.
e vegetais dos ecossistemas brasileiros que se
encontram ameaçados;
• Discuindo, em grupos, as principais medidas
propostas por cienistas, ambientalistas e
administradores públicos para preservar e
recuperar os ecossistemas.

177
BI OLOGI A 179

1.3 Alternaivas metodológicas para o Em um deles, dissolva a máxima quani-


ensino de Biologia dade possível de açúcar (mais ou menos
5 ou 6 colheres de sopa), preparando
1.3.1 Sugestões de aividades didáico-peda- uma solução altamente concentrada,
gógicas: viscosa como calda de doce. O outro
copo icará apenas com água. Eiquete
Série: 1ª os copos, ideniicando as soluções que
eles contêm;
ATIvIDADE 1 3. Coloque 2 ovos com a casca calcária re-
movida em cada solução. Observe a for-
Objeivo: Uilizar conhecimento químico e ma e a consistência deles a cada 2 ho-
associá-lo aos processos biológicos. ras. Anote os resultados.
Competência: Apropriar-se de conheci-
mentos da Química para, em situações-pro- Informações técnicas
blema, interpretar, avaliar ou planejar inter- Para observar os efeitos da osmose nos
venções cieníico-tecnológicas. ovos é preciso, primeiro, remover a casca cal-
Habilidade: ideniicar os componentes cária, o que pode ser feito pela dissolução do
químicos (orgânicos e inorgânicos) da célula. carbonato de cálcio da casca pelo ácido acéi-
Proposta de projeto transversal: Bioéica. co presente no vinagre. Durante a reação, ob-
Propostas de aividade extracurricular: serva-se intenso desprendimento de bolhas
visitas técnicas aos ambientes não formais, de gás carbônico junto à superície do ovo.
como: bosques, parques, reservas, estações O ovo sem casca, mergulhado na água il-
de tratamento de água. trada, incha devido à osmose, uma vez que
sua solução interna é hipertônica em relação
Aividade práica ao meio. Já o ovo mergulhado na solução de
DEMONSTRAÇÃO DE OSMOSE açúcar murcha, visivelmente, o que indica
que essa solução é altamente hipertônica e
Material necessário: 4 ovos de codorna; que as moléculas de sacarose não atravessam
um recipiente médio (igelinha, prato fundo a membrana coquilífera.
etc.); 2 copos de vidro; água iltrada; vinagre Depois de observar o que ocorre nessa
branco (de vinho, de arroz etc.); açúcar de demonstração de osmose, é interessante
cana (sacarose); eiquetas de papel. transferir um dos ovos murchos da solução de
açúcar para o copo de água iltrada, e um dos
Passo a passo ovos túrgidos da água iltrada para a solução
1. Coloque o vinagre no recipiente e mer- açucarada. Esse procedimento conirma os
gulhe os ovos, de modo a cobri-los com- resultados.
pletamente. Deixe-os assim, por 24 ho-
ras ou até a total remoção da casca cal- Fonte: AMABiS, J. M. & mArTHO, G. R. Funda-
cária. lave-os bem sob água corrente; mentos da Biologia moderna. São Paulo: Ed. Mo-
derna, 1997.
2. Coloque a água nos copos, até metade
da capacidade.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
180 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

ATIvIDADE 2 Informações técnicas


O amido de milho comercial é o que cha-
DESCOBRINDO O AMIDO mamos de “controle posiivo” em sua expe-
riência. Como estamos procurando o amido
Objeivo: ideniicar a composição dos ali- nos alimentos, a coloração que encontrarmos
mentos e associá-los à dieta e à cultura local. nesse amido comercial será a coloração que
Competência: Entender métodos e pro- vai aparecer em todo o alimento que coniver
cedimentos próprios das Ciências Naturais e amido. Qualquer outra cor indica, então, que
aplicá-los em diferentes contextos. não existe amido no alimento testado.
Habilidade: Relacionar propriedades ísi- O sal de cozinha é seu “controle negaivo”,
cas, químicas ou biológicas de produtos, siste- pois nele não encontrará amido.
mas ou procedimentos tecnológicos às inali- O amido é uma molécula complexa for-
dades a que se desinam. mada pela ligação de várias moléculas de gli-
Material necessário: água; intura de iodo cose. A glicose é um açúcar (ou carboidrato)
(comprada em farmácia); copos descartáveis simples e facilmente consumido pelas células,
de café, prainhos ou fundos de garrafas plás- tanto animais como vegetais. O amido é mui-
icas; conta-gotas; alimentos diversos: batata to complexo e não consegue entrar em uma
crua, arroz cru, arroz cozido, pedaço de pão, célula.
pedaços de frutas e de legumes, farinha de Ele serve como uma “substância de reser-
trigo, leite, sal, açúcar e amido de milho. va” em muitas plantas. Ou seja, o amido serve
como fonte de glicose para as plantas e para
Passo a passo os animais que consumirem essas plantas.
1. Coloque um pedaço de cada alimento não encontramos o amido em alimentos de
em um prainho (ou fundo de garrafa de fontes animais, por exemplo no leite.
refrigerante ou copinho de café); A reação que observamos aqui é da forma-
2. Dilua um pouco da intura de iodo: em ção de um complexo de iodo e amido. O iodo
um copinho de café com água, coloque se liga no amido, por meio de uma reação quí-
5 gotas de intura de iodo. Se você não mica, dando origem a um composto de colo-
iver desse copinho, use um copo pe- ração azul. Se a solução de iodo não for diluí-
queno comum, complete até a metade da, o azul é tão intenso que parece arroxeado.
com água e coloque cerca de 10 gotas
de intura de iodo; Série: 2ª
3. Pingue algumas gotas da intura de iodo
diluída em cada alimento. Se não iver ATIvIDADE 1
conta-gotas, derrame com cuidado um
pouco da sua solução sobre os alimen- Objeivo: Análise e ideniicação de im-
tos. Observe a coloração dessa solução pressões digitais.
nos diferentes alimentos. Competência: Entender métodos e pro-
cedimentos próprios das Ciências Naturais e
aplicá-los em diferentes contextos.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 181

Habilidade: Avaliar métodos, processos 6. Coloque um pedaço de papel escuro


ou procedimentos das Ciências Naturais que dentro do copo e observe as marcas que
contribuam para diagnosicar ou solucionar apareceram;
problemas de ordem social, econômica ou 7. Observe com a lupa e a lanterna, como
ambiental. um deteive, procurando descobrir qual
dos colegas segurou o copo.
Proposta de projeto transversal: sexuali-
dade, DSTs, gravidez na adolescência, produ- Informações técnicas
tos psicoaivos. impressões digitais são os desenhos dei-
xados em uma superície lisa, formadas pe-
Propostas de aividade extracurricular: las papilas (elevações da pele) presentes nas
oicinas, peças teatrais, vídeos, documentá- polpas dos dedos das mãos. Usadas há mais
rios, trabalho de campo, primeiros socorros. de cem anos como forma de ideniicação de
pessoas, sabemos hoje que as impressões di-
Aividade práica gitais são únicas, sendo diferentes, inclusive,
entre gêmeos univitelinos.
IMPRESSõES DIGITAIS As papilas são formadas no feto e acompa-
nham a pessoa pela vida toda sem apresentar
Material necessário: Béquer (recipiente grandes mudanças. A impressão digital apre-
de vidro); esilete; papel escuro; colher; talco; senta pontos caracterísicos e formações que
pincel macio; graite raspado. permitem a um perito (papiloscopista) ideni-
icar uma pessoa de forma bastante coniável.
Passo a passo Tal comparação é também feita por sistemas
1. Peça a um educando para pegar um computadorizados, os chamados sistemas
copo de vidro bem limpo, segurá-lo com AFiS (Automated Fingerprint Ideniicaion
os dedos, pelo lado de fora, sem que os System).
colegas o vejam fazer isso; Algumas pessoas, contudo, apresentam
2. Uilize o esilete, raspe o graite de um as pontas dos dedos lisas, o que caracteriza a
lápis, coloque o pó obido num reci- chamada Síndrome de Nagali. Nesses casos,
piente; a ideniicação é feita pela íris, por meio da
3. Acrescente ao pó de graite cinco colhe- biometria.
res de medida de talco, misturando com Em 2006, pesquisadores da Faculdade de
o cabo da colher; Medicina de Haifa, em israel, anunciaram ter
4. Segure o copo por dentro, para não es- descoberto que tal síndrome é decorrente do
tragar as impressões deixadas e que ain- mau funcionamento de uma proteína conhe-
da estão invisíveis; cida como crein 14.
5. Pincele, com bastante cuidado, a mistu- O sistema de ideniicação de pessoas pe-
ra de graite e de talco sobre a parede las impressões digitais foi inventado e posto
externa do copo; primeiro em práica na Argenina, em inais
do século XiX, por um croata naturalizado,
Juan Vuceich.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
182 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

Os criminalistas tomam amostras das im- 3. Coloque a cebola picada no copo com a
pressões na cena do crime e as comparam solução de detergente e sal, e leve ao
com outras iradas do suspeito. Apesar desse banho-maria por aproximadamente 15
sistema de classiicação ter sido desenvolvido minutos;
em 1899, ele ainda é muito usado hoje em 4. Reire a mistura do banho-maria e res-
dia. No entanto, as impressões digitais são frie-a, rapidamente, colocando o copo
agora reproduzidas e, digitalmente, registra- no gelo durante cerca de 5 minutos;
das em uma enorme base de dados, usada 5. Coe a mistura no coador de café, reco-
para encontrar, com rapidez, uma ideniica- lhendo o iltrado em um copo limpo;
ção que anigamente podia demandar um pe- 6. Adicione ao iltrado cerca de meio copo
queno exército de invesigadores. de álcool gelado, deixando-o escorrer,
vagarosamente, pela borda. Formam-se
ATIvIDADE 2 duas fases, a superior, alcoólica, e a in-
ferior, aquosa;
ExTRAINDO EM SALA DE AULA 7. Mergulhe o bastão no copo e, com mo-
vimentos circulares, misture as fases.
Objeivo: Compreender o processo de ex- Formam-se ios esbranquiçados, que
tração de DNA. são aglomerados de moléculas de DNA.
Competência: Compreender interações
entre organismos e ambiente, em paricular Informações técnicas
aquelas relacionadas à saúde humana, rela- A extração de dnA de células eucariontes
cionando conhecimentos cieníicos, aspectos consta fundamentalmente de três etapas:
culturais e caracterísicas individuais. a) ruptura das células para liberação dos
Habilidade: reconhecer mecanismos de núcleos; b) desmembramento dos cromos-
transmissão da vida, prevendo ou explicando somos em seus componentes básicos, DNA
a manifestação de caracterísicas dos seres e proteínas; c) separação do dnA dos demais
vivos. componentes celulares.
Material necessário: uma cebola grande (± O bulbo de cebola foi usado por apresen-
200 g); faca de cozinha; dois copos ipo ame- tar células grandes, que se rompem facilmen-
ricano; banho-maria (± 600C); água iltrada; te quando a cebola é picada.
sal de cozinha; detergente para louças; álcool O detergente desintegra os núcleos e os
eílico 95% gelado (a cerca de –10oC); bastão cromossomos das células da cebola, liberan-
ino de vidro ou madeira; coador de café, de do o DNA. Um dos componentes do deter-
papel; gelo moído. gente, o dodecil (ou lauril) sulfato de sódio,
desnatura as proteínas, separando-as do DNA
Passo a Passo cromossômico.
1. Pique a cebola em pedaços de 0,5 cm; O álcool gelado, em ambiente salino, faz
2. Coloque quatro colheres de sopa de de- com que as moléculas de DNA se agluinem,
tergente e uma colher das de chá de sal formando uma massa ilamentosa e esbran-
em meio copo d’água, mexendo bem, quiçada.
até dissolver completamente;

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 183

Fonte: Temas de biologia. Propostas para desen-


volver em sala de aula. Número 1 julho de 1995
2. Após esse período, com conta-gotas,
editora moderna. pingue algumas gotas do composto em
uma lâmina e acrescente a lamínula, em
seguida leve ao microscópio;
Série: 3ª 3. Observe e registre o que está ocorrendo;
4. ideniique os protozoários por meio da
ATIvIDADE 1 forma de locomoção.

Objeivo: Observar microrganismos exis- Informações técnicas


tentes em cultura de vegetais. Protozoários são microrganismos cuja clas-
Competência: Entender métodos e pro- siicação é feita com base nas estruturas de
cedimentos próprios das Ciências Naturais e locomoção que eles apresentam e, devido a
aplicá-los em diferentes contextos. isso, foram agrupados no Reino Proista junto
Habilidade: Avaliar métodos, processos às algas unicelulares crisóitas, euglenóitas e
ou procedimentos das Ciências Naturais que pirróitas, de acordo com suas semelhanças
contribuam para diagnosicar ou solucionar mais evidentes. Todos são seres eucariontes,
problemas de ordem social, econômica ou ou seja, possuem núcleo celular organizado
ambiental. dentro de uma carioteca; a maioria é heteró-
trofos e comem diversos alimentos, embora
Proposta de projeto transversal: meio am- alguns sejam autótrofos produzem cloroila e
biente, biopirataria, biologia urbana e impac- com ela fazem a fotossíntese e, assim, conse-
tos ambientais. guem produzir seus alimentos.
A locomoção desses microrganismos no
Proposta de aividade extracurriculares: meio aquáico é feita por meio do baimento
visitas aos ambientes não formais, como: zo- de cílios (os Ciliados) ou baimento de lage-
ológicos, reservas, APAS (Área de Preservação los (nos Flagelados) que são estruturas mais
Ambiental). adaptadas para a natação; outros protozoá-
rios (os Rizópodos) rastejam com movimento
Aividade práica ameboide, um ipo de locomoção onde os
microorganismos vão mudando a forma do
CULTURA DE PROTOZOÁRIOS seu corpo pela emissão de pseudópodes (do
grego “pseudo”, em português falso ou falsos)
Material necessário: microscópio ópico; e (do grego “podo”, em português pé ou pés),
água; conta-gotas; vegetais de área alagada ou portanto, literalmente, “pseudópodos” signi-
folhas de alface; béquers; lâmina e lamínula. icam “falsos pés”; outros protozoários não
possuem organelas locomotoras nem vacúo-
Passo a passo los contrácteis. São os chamados esporozoá-
1. Coloque em um béquer com H2O e acres- rios, microrganismos parasitas que se disse-
cente alguns pés de vegetais. Deixe o minam pelo ambiente por meio da produção
conjunto 10 (dez) dias em descanso; de muitos esporos que são levados pela água,
pelo ar ou são levados por meio de animais

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
184 CiÊn CiA S dA nATu rEzA E SuA S TECn OlOG iA S

vetores (moscas, mosquitos, carrapatos etc.) palitos de fósforo que, depois de risca-
que se contaminam com esses protozoários dos, são imediatamente colocados den-
patogênicos, icam doentes e transmitem es- tro do tubo sem mergulhá-los na água.
sas doenças para outros animais. Espere até que a chama se apague;
Fonte: htp://pt.wikipedia.org 3. Use a rolha ou o pedaço de papel para
tampar o tubo de ensaio e evitar, assim,
ATIvIDADE 2 que a fumaça formada saia;
4. Espere, por algum tempo, agitando o
Objeivo: Comparar eventos simulados tubo de modo que a fumaça provenien-
com aqueles que ocorrem na natureza. te da queima do fósforo se misture com
Competência: Apropriar-se de conheci- a água do tubo;
mentos da Biologia para, em situações-pro- 5. introduza outro papel indicador univer-
blema, interpretar, avaliar ou planejar inter- sal na água do tubo;
venções cieníico-tecnológicas. 6. Anote o valor correspondente à cor indi-
Habilidade: Avaliar propostas de interven- cada na embalagem;
ção no meio ambiente, aplicando conhecimen- 7. Adicione pó de giz à solução conida no
tos químicos, observando riscos ou beneícios. tubo e agite. Qual é o PH dessa nova so-
lução?
SIMULAÇÃO DE CHUvA ÁCIDA
Você pode quesionar os educandos a res-
Material necessário: 1 tubo de ensaio ou peito da degradação do solo e de rochas, já
um copo transparente; 1 espátula; enxofre que temos a presença de calcário, igualmente
(pode ser usado palitos de fósforo, já que a ao do giz.
pólvora do palito é rica em enxofre); 1 rolha
ou um pedaço de papel; pó de giz; papel indi- Informação técnica
cador universal de pH. A degradação pode contribuir para a de-
terioração desse solo, sendo ela por interfe-
Passo a passo rência humana ou por fatores naturais. Esse
1. Coloque água no tubo de ensaio sem que processo diminui a capacidade de suportar e
ele ique totalmente cheio e introduza manter a vida. Com a degradação, são altera-
uma ira de papel indicador universal na das negaivamente as propriedades e o equilí-
água. Compare a cor do papel com as brio biológico do solo, reirando a capacidade
cores mostradas na embalagem e anote de produção do mesmo. As formas para se
o valor; degradar o solo são diversas, as mais comuns
2. Coloque uma ponta da espátula de en- são desmatamento, expansão desordenada
xofre dentro do tubo e agite, vagarosa- de cidades, poluição, uso de substâncias tóxi-
mente, até dissolver. Se forem usados cas e o intemperismo.
palitos de fósforo no lugar do enxofre,
serão necessários, aproximadamente, 6 Acesso em 7 junho de 2011. htp://
www.cenedcursos.com.br/degradacao-
-do-solo.html

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
BI OLOGI A 185

1.3.2 Sugestões para pesquisa Sites do Governo

Sites sobre ciência Portal do Brasil: htp://www.brasil.gov.br/


Portal do Estado; htp://www.amazonas.
Estação ciência da USP: htp://www.eciencia. am.gov.br/
usp.br/ FiOJOVEM – Mural da Fiocruz sobre saúde:
Ciência à mão (textos, livros, links e outros) http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.
htp://200.144.189.54/index.php exe/sys/start.htm?tpl=home
Programa mão na massa: htp://www.cdcc. Ecoterra – meio ambiente; htp://www.
usp.br/maomassa/ ecoterrabrasil.com.br/home/index.
Rede Educaiva mundial: htp://www.redem. php?pg=temas&ipo=temas&cd=938
org/ Capes – Periódicos- htp://acessolivre.capes.
Feira de ciências: htp://www.feiradeciencias. gov.br/
com.br/
Sites da Amazônia
Sites de Biologia
Museu da Amazônia: htp://www.museudaa-
Centro de Ciências da Educação – sites de bio- mazonia.org.br/
logia: htp://www.ced.ufsc.br/links/biolo- Bosque da Ciência – inpa - htp://bosque.
gia.html inpa.gov.br/principal.htm
UOl – Portal aprendiz de biologia:
http://aprendiz.uol.com.br/content/nepri- Sites de Revistas na área
frist.mmp
Sites indicados de biologia, com conteúdos: Revistas cieníicas de biologia: htp://www.
htp://www.todabiologia.com/indicados. ch.ufsc.br/~pagina/universidades/rbiologia.
htm htm
E htp://www.sobresites.com/pesquisa/bio- Revista Brasileira de biologia; htp://
logia.htm w w w.scielo.br/scielo.php?script=sci_
E htp://www.mundosites.net/biologia/ serial&pid=0034-7108
Animações em Biologia – site Prof. Marcelo Revista Biologia e Sociedade htp://www.
vinicius htp://www.universitario.com.br/ ordembiologos.pt/Revista%20Biologia%20
celo/index2.html e%20Sociedade.html
Revista ciência em tela:
htp://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
mATEmÁTiCA E SuA S TECnOlOG iA S; CiÊnCiA S dA nATu rEzA E SuA S TECnOlOG iA S 187

AvALIAÇÃO: O CULMINAR DO PROCESSO EDUCATIvO

A avaliação é a parte culminante do pro- aprendizagem. As avaliações a que o professor


cesso que envolve o ensino e a aprendizagem. procede enquadram-se em três grandes ipos:
Benvenui (2002) airma que avaliar é mediar avaliação diagnósica, formaiva e somaiva.
o processo ensino-aprendizagem, é oferecer Em se tratando da função diagnósica, de
recuperação imediata, é promover cada ser acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), esta
humano, é vibrar junto a cada educando em é a que proporciona informações acerca das
seus lentos ou rápidos progressos. capacidades do educando antes de iniciar um
E pensando assim, acredita-se que o gran- processo de ensino-aprendizagem, ou ainda,
de desaio para construir novos caminhos, segundo Bloom, Hasings e Madaus (1975),
inclusive, no contexto educacional brasileiro, busca a determinação da presença ou ausên-
está em veriicar cada lugar nas suas especi- cia de habilidades e pré-requisitos, bem como
icidades e nas suas necessidades. Segundo a ideniicação das causas de repeidas diicul-
Ramos (2001), uma avaliação com critérios de dades na aprendizagem.
entendimento relexivo, conectado, compar- Em termos gerais, a avaliação diagnósica
ilhado e autonomizador no processo ensino- pretende averiguar a posição do educando
-aprendizagem é o que se exigiria. Somente em face das novas aprendizagens que lhe vão
assim serão formados cidadãos conscientes, ser propostas e as aprendizagens anteriores
críicos, criaivos, solidários e autônomos. que servem de base àquelas, no senido de
Com isso, a avaliação ganha novo caráter, evidenciar as diiculdades futuras e, em cer-
devendo ser a expressão dos conhecimentos, tos casos, de resolver situações presentes.
das aitudes ou das apidões que os educan- No que se refere à função formaiva, esta,
dos adquiriram, ou seja, que objeivos do en- conforme Haydt (1995, p. 17), permite cons-
sino já aingiram em um determinado ponto tatar se os educandos estão, de fato, ain-
de percurso e que diiculdades estão a revelar gindo os objeivos pretendidos, veriicando
relaivamente a outros. a compaibilidade entre tais objeivos e os
Essa informação é necessária ao professor resultados, efeivamente alcançados durante
para procurar meios e estratégias que auxi- o desenvolvimento das aividades propostas.
liem os educandos a resolver essas diiculda- representa o principal meio pelo qual o edu-
des, bem como é necessária aos educandos cando passa a conhecer seus erros e acertos,
para se aperceberem delas (não podem os propiciando, assim, maior esímulo para um
educandos ideniicar claramente as suas di- estudo sistemáico dos conteúdos. Um outro
iculdades em um campo que desconhecem), aspecto a destacar é o da orientação forneci-
e, assim, tentarem ultrapassá-las com a ajuda da por esse ipo de avaliação, tanto ao estudo
do professor e com o próprio esforço. Por isso, do educando quanto ao trabalho do profes-
a avaliação tem uma intenção formaiva. sor, principalmente por meio de mecanismos
A avaliação proporciona também o apoio de feedback. Esses mecanismos permitem
a um processo que é conínuo, contribuindo que o professor detecte e ideniique deici-
para a obtenção de resultados posiivos na ências na forma de ensinar, possibilitando re-

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formulações no seu trabalho didáico, visando cador e mediador do processo, na execução


aperfeiçoá-lo. Para Bloom, Hasings e Madaus dos processos pedagógicos da escola e, ainda,
(1975), a avaliação formaiva visa informar o professores que compreendam o processo de
professor e o educando sobre o rendimento sua disciplina na superação dos obstáculos
da aprendizagem no decorrer das aividades epistemológicos da aprendizagem.
escolares e à localização das deiciências na A abordagem para o processo avaliaivo
organização do ensino para possibilitar corre- se dá por meio de tópicos especíicos que en-
ção e recuperação. volvem aspectos relacionados à busca do re-
Em suma, a avaliação formaiva pretende sultado de trabalho: que educandos devem
determinar a posição do educando ao lon- ser aprovados; como planejar suas provas,
go de uma unidade de ensino, no senido de bem como qual será a reação dos educandos
ideniicar diiculdades e de lhes dar solução. e como está o ensino em diferentes áreas do
E quanto à função somaiva, esta tem conhecimento que envolvem o Ensino médio
como objeivo, segundo Miras e Solé (1996, (KRASilCHiK, 2008).
p. 378), determinar o grau de domínio do Assim, a avaliação ocupa papel central em
educando em uma área de aprendizagem, o todo processo escolar, sendo necessário, des-
que permite outorgar uma qualiicação que, sa forma, um planejamento adequado. Para
por sua vez, pode ser uilizada como um sinal isso, vários parâmetros são sugeridos como
de credibilidade da aprendizagem realizada. ponto de parida:
Pode ser chamada também de função credi-
taiva. Também tem o propósito de classii- • Servem para classiicar os educandos
car os educandos ao inal de um período de “bons” ou “maus”, para decidir se vão
aprendizagem, de acordo com os níveis de ou não passar;
aproveitamento. • informam os educandos do que o pro-
Essa avaliação pretende ajuizar o progres- fessor realmente considera importante;
so realizado pelo educando, no inal de uma • informam o professor sobre o resultado
unidade de aprendizagem, no senido de afe- do seu trabalho;
rir resultados já colhidos por avaliações do • informam os pais sobre o conceito que
ipo formaiva e obter indicadores que permi- a escola tem do trabalho de seus ilhos;
tem aperfeiçoar o processo de ensino. • Esimulam o educando a estudar.
Diante do que foi visto, entende-se que
é necessário compreender que as diferentes Essas relexões, remetem-nos a uma maior
áreas do conhecimento precisam se aricular responsabilidade e cautela, para decidir sobre
de modo a construir uma unidade com vistas o processo avaliaivo a respeito da construção
à superação da dicotomia entre as disciplinas e aplicação dos instrumentos de veriicação
das diferentes ciências. Essa superação se dá do aprendizado e sobre a análise dos seus re-
com o intuito de parilhar linguagens, pro- sultados. Devemos tomar cuidado, ainda, em
cedimentos e contextos de modo que possa relação aos instrumentos avaliaivos escolhi-
convergir para o trabalho educaivo na escola. dos, para que esses estejam coerentes com
Para isso, é necessária a paricipação do os objeivos propostos pelo professor em seu
professor, consciente do seu papel de edu- planejamento curricular (KRASilCHiK, idem).

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A avaliação, dessa forma, assume impor- quais teorias nos embasamos para chegar a
tância fundamental, a parir dos seus instru- uma avaliação mais próxima da realidade.
mentos e o professor, por sua vez, precisa estar Além do postulado pedagógico referido,
atento aos objeivos propostos para que a ava- é necessário debruçarmo-nos sobre as novas
liação não destoe daquilo que ele pretende. avaliações que se apresentam, quais os seus
Assim sendo, a avaliação não é neutra no fundamentos, qual a sua forma e quais as
contexto educacional, pois está centrada em suas exigências. É nesse contexto que o Enem
um alicerce políico educacional que envol- (Exame Nacional do Ensino Médio), criado em
ve a escola. Assim, para Caldeira (2000 apud 1988, e que tem por objeivo avaliar o desem-
CHUEiRi, 2008): penho do educando ao término da escolarida-
de básica, apresenta-se como uma proposta
A avaliação escolar é um meio e não um de avaliação digna de ser analisada e assimila-
im em si mesmo; está delimitada por uma da em seus fundamentos.
determinada teoria e por uma determina- O Enem tomou um formato de “avaliação
da práica pedagógica. Ela não ocorre num nacional”. isso signiica dizer que ele tornou-
vazio conceitual, mas está dimensionada -se o modelo que vem sendo adotado no
por um modelo teórico de sociedade, de país, de norte a sul. Nesse senido, a ques-
homem, de educação e, consequentemen- tão é saber o moivo pelo qual ele assumiu
te, de ensino e de aprendizagem, expresso o lugar que ocupa. Para compreendê-lo, um
na teoria e na práica pedagógica (p. 122). meio interessante é conhecer a sua “engre-
nagem” e pressupostos. Assim, é necessário
Para contemplar a visão de Caldeira, o pro- decompô-lo nas suas partes, saber o que cada
fessor necessita estar atento aos processos de uma signiica, qual a sua relevância e em que
transformação da sociedade, pois estes aca- o todo muda a realidade avaliaiva nacional,
bam por inluenciar também o espaço da esco- pois ele apresenta-se como algo para além de
la como um todo. Essa constatação é evidente, um mero aferidor de aprendizagens.
quando percebemos o total descompasso da Esse exame consitui-se em quatro pro-
escola com as atuais tecnologias e que, ao que vas objeivas, contendo cada uma quarenta
tudo indica, não estão sendo usadas na sua de- e cinco questões de múlipla escolha e uma
vida dimensão. Por outro lado, quando o pro- proposta para a redação. As quatro provas
fessor não acompanha as transformações re- objeivas avaliam as seguintes áreas de co-
feridas, a avaliação corre o risco, muitas vezes, nhecimento do Ensino Médio e respecivos
de cair em um vazio conceitual. infelizmente, Componentes Curriculares: Prova i – lingua-
é o que vem ocorrendo em grande parte das gens, Códigos e suas Tecnologias e Redação:
escolas brasileiras. É nesse senido que cabe a língua Portuguesa, língua Estrangeira (inglês
todos nós repensarmos nossa práica, apren- ou Espanhol), Arte e Educação Física; Prova
dizado e aspirações em termos pedagógicos e, ii – Matemáica e suas Tecnologias: Mate-
sobretudo, como sujeitos em construção. máica; Prova iii – Ciências Humanas e suas
Diante disso, precisamos ter claro o que Tecnologias: História, Geograia, Filosoia e
signiica avaliar no atual contexto, que edu- Sociologia; Prova iV – Ciências da Natureza e
candos queremos, baseados em qual ou em suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.

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é por meio da avaliação das Áreas de Co- mos, a sua formulação e o modo como um
nhecimento que se tem o nível dos educan- item é transformado em um aval para o pros-
dos brasileiros e que lhes é permiido ingres- seguimento dos estudos. E não só isso deve
sar no ensino de nível Superior. nesse sen- ser levado em consideração, pois alcançar
ido, o Enem não deve ser desprezado; ao um nível de aprovação exige uma formação
contrário, é obrigatório que os professores que inicia desde que uma criança ingressa na
do Ensino médio conheçam os seus mecanis- Educação infanil.

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CONSIDERAÇõES FINAIS

Após um trabalho intenso, que mobilizou a nossa ação pedagógica. Por isso, os seus
especialistas na área, professores e técnicos, elaboradores foram preparados, por meio de
vê-se concluída a Proposta Curricular para seminários, oicinas e de discussões nos gru-
o Ensino Médio. Esta Proposta jusiica um pos que se organizaram, para concreizar os
anseio da comunidade educacional, da qual objeivos deinidos.
se espera uma boa recepividade. inclusive, A Proposta consta de treze Componentes
espera-se que ela exponha com clareza as Curriculares. Todos eles são vistos de forma
ideias, a ilosoia que moveu os seus autores. que os professores tenham em suas mãos os
Ela propõe-se a seguir as novas orienta- objetos de conhecimento, assim como uma
ções, a nova ilosoia, pedagogia, psicologia forma de trabalhá-los em sala de aula, reali-
da Educação brasileira, daí que ela tem no seu zando a interdisciplinaridade, a transversalida-
cerne o educando, ao mesmo tempo em que de, contextualizando os conhecimentos e os
visa envolver a comunidade, dotando de sig- referenciais sociais e culturais.
niicado tudo o que a envolve. Essa nova pers- E, ainda, ela pretendeu dar respostas às
peciva da Educação brasileira, que evidencia determinações da ldB que requer um ho-
a quebra ou a mudança de paradigmas, exigiu mem-cidadão, capaz de uma vida plena em
que as leis, as propostas em curso para a Edu- sociedade. Ao se discuir sobre essa lei e a
cação brasileira fossem reconsideradas. tentaiva, via Proposta Curricular do Ensino
Durante o período da sua elaboração, mui- Médio, de concreizá-la, a Proposta sustenta-
tas coisas se modiicaram, muitos congressos -se na aquisição e no desenvolvimento de
e debates foram realizados e todos mostra- Competências e Habilidades.
ram que, nesse momento, nada é seguro, é assim que esta Proposta chega ao Ensino
que, quando se trata de Educação, o campo Médio, como resultado de um grande esforço,
é sempre complexo, inconstante, o que nos da atenção e do respeito ao país, aos profes-
esimula a procurar um caminho que nos per- sores do Ensino Médio, aos pais dos educan-
mita realizar de forma consequente e segura dos e à comunidade em geral.

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PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
198 mATEmÁTiCA E SuA S TECnOlOG iA S; CiÊnCiA S dA nATu rEzA E SuA S TECnOlOG iA S

MENEZES, P. H., VAZ, A. M. Tradição e inova- OSTERMANN, F.; MOREiRA, M. A. Atualização


ção no ensino de ísica: a inluência da forma- do Currículo de Física na escola de nível mé-
ção e inovação no ensino de ísica: a inluên- dio: um estudo dessa problemáica na pers-
cia da formação e proissionalização docente. peciva de uma experiência em sala de aula
VIII Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, e da formação inicial de professores. inituto
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Química Nova na Escola, vol. 32, nº 2, maio jeto de ensino PSSC: Uma análise dos exer-
de 2010. cícios/problemas. XViii Simpósio Nacional de
Ensino de Física – Snef 2009 – Vitória, ES. Dis-
MilAGRES, V. S. O. JUSTi, R. S. “Modelos de ponível em: www.sbf1.sbisica.org.br/even-
Ensino de Equilíbrio Químico - algumas con- tos/snef/xviii/sys/.../T0877-1.pdf
siderações sobre o que tem sido apresentado
em livros didáicos no Ensino Médio”. Quími- PEDRANCiNi, V.D.; CORAZZA-NUNES, M.J.; GA-
ca Nova na Escola, nº 13, maio de 2001. lUCH, M.T.B.; MOREiRA, A.l.O. e RiBEiRO, A.C.
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ções invesigaivas. 2009. 141p. Dissertação
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OliVEiRA, R. J. SANTOS, J. M. “A energia e a tes”. Química Nova na Escola, nº 4, vol. 31,
Química”. Química Nova na Escola, nº 8, no- novembro de 2009.
vembro de 1998.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
mATEmÁTiCA E SuA S TECnOlOG iA S; CiÊnCiA S dA nATu rEzA E SuA S TECnOlOG iA S 199

SilVA, R. R. FilHO, R. C. R. “Mol – uma nova SlONGO, iône inês Pinsson; DEliZOiCOV, De-
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Belo Horizonte: Autênica, 1999, p. 77-152. ácidos e bases: algumas considerações”. Quí-
mica Nova, nº 6, vol. 31, p. 1591-1594, 2008.

PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO PARA A REDE
PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS

Gerência do Ensino Médio


VERA lÚCiA liMA DA SilVA

Coordenação Geral
TENóRiO TEllES

Coordenação Pedagógica
lAFRANCKiA SARAiVA PAZ
NEiZA TEiXEiRA

Consultoria Pedagógica
EVANDRO GHEDiN
HElOiSA DA SilVA BORGES

Assessoria Pedagógica
MARiA GORETH GADElHA DE ARAGÃO

Coordenação da Área de linguagem, Códigos e suas Tecnologias


JOSÉ AlMERiNDO A. DA ROSA
KAROl REGiNA SOARES BENFiCA

Coordenação da Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias


SHEYlA REGiNA JAFRA CORDEiRO

Coordenação da Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias


JOÃO MARCElO SilVA liMA

Coordenação da Área de Matemáica e suas Tecnologias


JOSÉ DE AlCÂNTARA FilHO

Organização dos Componentes Curriculares

Matemáica: JOSÉ DE AlCÂNTARA FilHO


Física: MARCEl BRUNO P. BRAGA
Química: ANA lÚCiA MENDES DOS SANTOS
Biologia: ClEUZA SUZANA OliVEiRA DE ARAÚJO
JOÃO MARCElO SilVA liMA
Equipe do Ensino médio lÁZARO liRA DA SilVA
ANA lÚCiA MENDES DOS SANTOS liA l. SCHNEiDER
ANTôNiO JOSÉ BRAGA DE MENEZES lUiZ CARlOS DOS REMÉDiOS
CilEDA NOGUEiRA DE OliVEiRA vASCOnCElOS
DAYSON JOSÉ JARDiM liMA
MARCElO AUGUSTO MOREiRA FERREiRA
JOÃO MARCElO SilVA liMA
JEORDANE OliVEiRA DE ANDRADE
MARCOS ANTôNiO DOS SANTOS
KÁTiA CilENE DOS SANTOS MENEZES MARQUES
KAROl REGiNA SOARES BENFiCA MÁRCiA ANDREA DE O. GUEDES
lAFRANCKiA SARAiVA PAZ MARiA AUXiliADORA R. l. CAMPOS
MANUEl ARRUDA DA SilVA MARiA DA CONCEiÇÃO AlVES RODRiGUES
NANCY PiNTO DO VAlE MARiA lÚCiA SiZA SilVA
RiTA MARA GARCiA AVEliNO MARiA MARGARETH MACiEl FERREiRA
SHEYlA REGiNA JAFRA CORDEiRO MARiA PAUlA DOS SANTOS MACiEl
MARiA VAlDEíDA DO VAlE CUNHA
PROFESSORES COLABORADORES MARiCEli MASCARENHAS BRAZÃO
MiKE DE SOUZA MORAES
Matemáica NilO DA SilVA SENA FilHO
NiRlAiNE DE liZ ANTôNiA DE OliVEiRA
AlBANiRA ViANA DO NASCiMENTO RAiMUNDO DE SOUZA MARiNHO
ANA MARiA ANDRADE PEiXOTO ROGÉRiO DA SilVA BARROSO
ANA PAUlA DE SOUZA RUTH DA COSTA SOUZA
ANSElMO lUíS CORRÊA DA SilVA SÉRGiO ANTôNiO S. RODRiGUES
CARlOS AlBERTO RODRiGUES FRANÇA TATiANE SilVA DOS PASSOS
CARlOS FEliPE MONTEiRO DE OliVEiRA
CliCiA mOrEirA PEdrOSA Física
EDSON SOARES FilHO
ElCimAr viEirA dE AlmEidA ANA CRiSTiNA NOGUEiRA PORTilHO
FRANCiNETE CORREA RiBEiRO ANTôNiO MARCOS G. DOS SANTOS
FRANCiSCA DAS GRAÇAS ARAÚJO ARiANA DA SilVA MATTOS
FRANCiSCO ARliNDO SANTANA BiFARNEY GONÇAlVES COSTA
FRANCiSCO DE SOUZA BEZERRA DAlVAliCE DA SilVA COElHO
GilBERTO ZUPPO EDUARDO NUNES AGUiAR
GilCiNEY ABREU DE SOUSA EliZANDRA ROSA DE OliVEiRA
GilDENOR DE MAGAlHÃES CORDOVil FERNANDA CABRAl
GRACiANO GUEDES DE OliVEiRA GAUDÊNCiO A. DA COSTA
iSABElA PEREiRA DE MATOS GlAUBE R. SiQUEiRA NEVES
JôNATAS AMORiM CACEllA HERBERTT S. RODRiGUES
JOSÉ AlVES BEZERRA HUDSON BATiSTA DA SilVA
JOSÉ FilHO PAZ PARENTE JAiRO MEDiNA NUNES
JOSÉliA MARiA SANTOS DE FREiTAS JEAN BRUNO FiGUEiRA BRASil
JOÃO CARlOS TOSSiO NAGAi lUCiANA DE SOUZA FREiRE
JOÃO DE SAlES MARiA MiCHElE MOREiRA BiTAR
JOEl CÂMARA MôNiCA NATiElE VAlENTE SOUZA
JORGE DE OliVEiRA MENDES RANiEllE DA SilVA QUEiROZ
JOSÉ AlBÉRCiO MElO lEiTE RiSÁliA MARiA CAVAlCANTE UCHOA
MÁRCiA DE SOUZA XAViER rOSiCléiA mEndES dE S. viEirA
mÁrCiO dA SilvA vASCOnCElOS TARCiSiO SilA DE liMA
mArCOS CéSAr WilliAM FRAZÃO PEREiRA
mAriA diOnE dA SilvA YARA RODRiGUES GRAÇA
MARiA DE FÁTiMA FERREiRA DA COSTA
NARA GRACY TRAVESSA BARBOSA Biologia
NElSON BEZERRA JACiNTO JÚNiOR
NilSON TEiXEiRA DOS SANTOS ADElANEiDE GOMES liMA
PEDRO AlEXSANDRO G. DA SilVA AlBERTO GOMES DE ANDRADE
ROBERTO REiS AROUCHE AlCiNETE DE OliVEiRA SOARES
RONilDO A. RAMAlHO AlMiR SAMPAiO DE MOURA
SAndrA mAriA SOArES viEirA ANA MARCilENE RiBEiRO DA COSTA
SEBASTiÃO BACURi DE QUEiROZ CECíliA AQUiNO DE MElO
SHEilA BATiSTA POiNHO CRiSTiANE PEREiRA DOS SANTOS
TEREZA GAMA EVANGEliSTA PRiNTES ElCilENE MARiA MOURÃO SOlART
GEiSON BARBOSA DE MORAES
Química GilSON TAVERNARD DA SilVA JÚNiOR
GlAOCiNÉiA liMA BEGOT
AdriAnA PErEirA dA SilvA GRACE COUTO DAS NEVES
AiDA GREiCE RAMOS DA SilVA HEliANDRO FARiAS CANTO
ANA ClAUDiA K. NASCiMENTO JOSÉ CARlOS S. GOTTGTROY
ANA CRiSTiNA DA SilVA MARiNHO lEilA FERNANDA MORAES SilVA
ARlANE DO NASCiMENTO BEZERRA MARGARETE MUCA DE SOUZA PEREiRA
AURilEX SilVA MOREiRA MARiA ANTôNiA AlVES CRUZ
CRiSTiANY MARQUES ANSElMO PAUlO S. CÉSAR SANTANA
CYNTHiA MARiA REiS GONZÁlES RACY MANUEl NAJAR S. DiAS
EliZÂNGElA FERREiRA COElHO RAFAEllE MARiA PAZ NEPOMUCENA
ElOiSiAnA dE ASSiS EliAS RAiMUNDA MOTA DOS SANTOS
EUlER ERlANGER APARíCiO DOS SANTOS ROSANA DE SOUZA VERAS
GlóRiA MARiA DE OliVEiRA RUBiA PRiSCilA PRAiA GATO
íTAlO JORGE TAVARES JiMENEZ SUliNEiDE PiNTO ATAíDE
iVAN DA CONCEiÇÃO MONTES WAlDiR DOS SANTOS TEiXEiRA
iZANDiNA APARECiDA lOPES DOS SANTOS
JÚliO COElHO SilVA
lENA DA SilVA CHAVES

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