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TEFÉ-AM
2023
GABRIELA ALVES GOMES - 18
TEFÉ-AM
2023
Família e amigos
Religião
Contribuições
Imagino que diversas pessoas já tenham passado por isso ou até mesmo
escutado, porém, muitas das vezes elas não encontram respostas. Então você
se pergunta: “Por quê?”.
Por que somos de uma sociedade de pessoas que fazem, gostam e falam
coisas diferentes? Por que temos culturas diferentes? Por que muitas das coisas
que eu falo não me agradam tanto? E o mais comum: “Por que eu sou assim?”.
De fato, somos seres racionais e complexos. O ser humano não se contenta com
falas, mas com provas, e mesmo assim implicamos dizendo que não foi o
suficiente.
Entender a realidade do mundo é mais fácil do que entender a si mesmo;
sair da zona de conforto é mais difícil do que permanecer; reconhecer-se bom é
muito melhor do que falar que estou sendo “ruim”, e assumir meus erros para o
mundo é sinal de fraqueza, porque ainda vivemos em uma sociedade egoísta e
muito menos encontrada. E para mim? O que eu sou diante destes
questionamentos? Em quê vai me ajudar? Quando me deparo com esta
situação, me recordo destas seguintes perguntas: Quem sou eu? O que eu quero
ser? Quem irei me tornar diante das minhas decisões?
Precisamos lembrar e ter em mente que tudo depende de mim, ou melhor
dizendo, tudo depende das minhas decisões. No existencialismo de Sartre, ele
cita algo muito interessante sobre este tema: “Escolher isto ou aquilo é afirmar
ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher
o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem
que o seja para todos”. Ou seja, é a determinação e a capacidade de escolher,
sendo um bom caminho para mim e para o outro. Como todos nós sabemos
(quem não sabia está sabendo agora), nós nascemos com o dom do livre arbítrio
e muitas das vezes não é a questão somente de ter esta liberdade, mas de como
nós a usamos.
Quando entramos na fase do Ensino Médio, por exemplo, a primeira coisa
que trabalhamos em sala de aula é em relação ao que eu quero ser no futuro; a
minha profissão, o meu estado de vida, etc. E o professor que já esteve no
mesmo lugar que você, quer impor isso na sua vida, não para nos complicar nem
desafiar, mas para ter noção e uma direção no que realmente todos desejam
seguir, portanto, mesmo que a escola seja um instrumento que nos ajuda a
entender melhor o nosso caminho, tudo depende da nossa escolha.
Decidir com responsabilidade e ter determinação no que queremos, se
soubermos cuidar da situação, não significa autossuficiência, todavia que ainda
estamos aprendendo a lidar com as nossas limitações, claro que não podemos
jamais permanecer na mesma coisa todos os dias, porque cada dia é um
recomeço e a decisão de mudar diariamente é nossa, por isso é tão importante
sabermos o nosso papel e quem somos diante de uma sociedade. Nós não nos
descobrimos da noite pro dia, é um percurso, é um caminho e nessa trajetória
vamos nos descobrindo aos poucos.
Então, se você nunca se perguntou, se pergunte hoje: Quem sou eu como
mulher? Quem sou eu como homem? Quem sou eu como filho (a)? Quem sou
eu como estudante?
Tendo consciência de que a nossa determinação precisar ser responsável
e madura, não podemos deixar nas mãos de outros aquilo que é minha
responsabilidade, porque se fosse assim, quem seria eu hoje se meus pais
carregassem tudo pelas costas? Quem seria eu hoje se eles decidissem tudo
por mim? Será que eu seria a pessoa que eu gostaria de ter me tornado?
Tenhamos cuidado! Porque responder pelo outro não é ser bom e nem é
ser maduro, no entanto, você está roubando o lugar que não é seu, e além disso,
não está deixando o outro ser responsável na vida, nem fazendo com que ele
ande com seus próprios pés.
A minha relação com outros campos sociais
Eu como religiosa, tenho meu convívio social com as Irmãs que moram
comigo. Além também dos lugares que frequento, que em geral, temos o trabalho
de evangelizar quem, quando e onde for necessário. Nesse mesmo contexto, o
contato com várias pessoas e com diversas realidades é frequente.
Posso dizer que eu tive e ainda tenho dificuldades com esse tipo de
assunto, porque as vezes, por tudo o que eu faço e falo, não vale pelo que penso.
Por exemplo, as vezes o que faço não bate com o que penso, porque eu não
penso antes de agir e sei que posso mudar isso. Por muito tempo eu criava as
pessoas na minha cabeça, e trazendo para minha realidade, isso aconteceu no
meu convívio com minhas irmãs do Instituto. Eu tinha medo de conviver com
elas, não porque são diferentes de mim, mas por justamente eu ter criado isso
em mim. E por ter criado essa imagem distorcida das Irmãs, tive medo até
mesmo de me relacionar com elas; não tinha diálogo, eu não conseguia me abrir,
eu não conseguia conversar com todas e por um bom tempo eu fui lutando contra
isso. E por esse motivo, acabei criando uma barreira impedindo que minha
cabeça entendesse, que somos seres humanos e que todos nós temos nossas
características e limitações, e que ninguém é igual a todo mundo.
No entanto, isso foi mudando quando minha visão sobre ter um convívio
saudável com cada uma delas foi mudando também, que consequentemente,
mudou a minha forma de agir.