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Resumo Roberto Da Matta - Você tem cultura?

Ideia ou conceito de cultura, noções sobre a cultura e o que ela quer dizer, não como uma
simples palavra, mas como uma categoria intelectual um conceito que pode nos ajudar a
compreender melhor o que acontece no mundo em nossa volta.

“tal pessoa não tem cultura"

Sentido comum: sinônimo de sofisticação, de sabedoria, de educação. Refere-se ao estado


educacional das pessoas, indicando sua capacidade de compreender ou organizar certos dados e
situações. Equivalente a um volume de leituras, a controle de informações, a títulos
universitários e chega até mesmo a ser confundido com inteligência.

Palavra usada para classificar as pessoas e, às vezes, grupos sociais, usada como arma
discriminatória contra algum, sexo, idade, etnia ou mesmo sociedades inteiras.

Compara-se o uso da palavra “personalidade”, como outra palavra que se introduz no


vocabulário, porém com sentidos bem diferenciados. No campo da Psicologia, personalidade
define o conjunto dos traços que caracterizam todos os seres humanos. Na vida diária,
personalidade é usada como um marco para algo desejável e invejável de uma pessoa. " [...] tal
pessoa tem personalidade [...] "; " [...] não tem personalidade [...]”.

No fundo todos temos personalidade, na medida em que se ocupa um espaço social e físico e
tem desejos e necessidades.

Sendo assim, quando um antropólogo social fala em "cultura”, ele usa a palavra como um
conceito chave para a interpretação da vida social. Vai além da hierarquia de "civilização", mas
a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Cultura para Antropologia
Social e Sociologia, é como um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de
um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas.

A cultura é compartilhada de forma a trazer sentido a diversos indivíduos como parte de uma
mesma totalidade. A cultura fornece normas e orientação de comportamentos adequados.
Quer dizer que, as regras que formam a cultura é algo que permite relacionar indivíduos entre
si e o próprio grupo com o ambiente onde vivem.

O problema é pensar na cultura de forma individualizada, classificando os gêneros de cultura


como sendo particulares, adjetivadas ou como formas secundárias, incompletas e inferiores.
Isto ocorre quando nos aproximamos do diferente, tendemos a hierarquizar, uma forma de
excluir.

Por fim, todas são equivalentes, aprofundam algum aspecto importante, diferentes modos de
sentir, celebrar, pensar e atuar sobre o mundo e esses gêneros podem estar associados a certos
segmentos sociais. Devemos perceber a relação de complementaridade.

Sendo assim, chegamos à questão antropológica, onde as regras apenas indicam os limites e
apontam os elementos e suas combinações explícitas. Estuda-se o seu funcionamento e novas
combinações. Pois cada cultura contém um conjunto finito de regras, porém suas possibilidades
de atualização, expressão e reação em situações concretas, são infinitas.
Deste modo, a cultura parece ser um bom instrumento para compreender as diferenças entre
os homens e as sociedades. Mas é importante acentuar que a base destas configurações, é
sempre um repertório comum de potencialidades. Pensando nas tribos indígenas tem-se
pouco controle da natureza, pelo contrário é clara a compreensão e o respeito pela vida em
sua totalidade, e não apenas a vida humana.

Conclui-se que dentre as escalas destas sociedades tribais, somos uma sociedade de bárbaros,
incapazes de compreender o significado profundo dos elos que nos ligam com todo o mundo
em escala global.

Precisamente não há homem sem cultura. Quando se deixa de estabelecer hierarquias é


possível alcançar uma perspectiva mais consciente de nós mesmos. A cultura permite traduzir
melhor a diferença entre nós e os outros e, assim fazendo, resgatar a nossa humanidade no
outro e a do outro em nós mesmos.

Paradoxalmente, um modo de agir cultural (senso comum) que deve ser visto, pesado e talvez
substituído por uma fórmula mais confiante no nosso futuro e nas nossas potencialidades.

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